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Semprivuacéo da nda fia Pelicid Q fm 130, o esritor Bertrand Ruselafirmou que “ndo possuiralgumas das coisas. que desejamos ¢ parte indispensavel da feliidade” Ha. muitas controversia emelacdoaisso, Contudo,ofato que sempre tememos naoter bastante, eaindanosdamosaoluxo desofrer por desejarmaisdo quejatemos ‘Sustentamos ovico do dscontentamento por incompletude. E uma ingatiddo emmanifesto, A saber, Russell foi um eminente matematico efildsofo britnico do século XX, tendo ganado, merecidamente,o prémio Nobel de Literatura de 1950 “em reconhecimento de seus varias significative esritos, nos quas defende ideaishumanitrioseliberdade de pensamento’ ‘Sua iosofaerapautada plo ativismo soca, pacifism ateismoehumanismo, Fincadarnalagica analticaeargumentaciotebrica, Durante sua exiténcia, Russell teve tres pandes, maires do que todas as ‘outras, simples, mas irresistelmente fortes: 0 dsejo imenso de amar, a procura do conhecimento ¢ a insuportavelcompaixdo pelo sofrimento da humanidade Emvida ele produziutratadosrelevantssimossobretemasunivesais vivncia humana, inlindo regio, trabalho, moral, polticae flcdade. Sobre este ‘timo tema em especial ha dese destacersuaobraA Conquista da Felicidade, clividida em duas partes: primeira fala das causes deinflicidade; a segunda, cascauses de felicidade Ele aborda aspectos lage flosoficos sobre o que pensa configurar uma vida feliz, mas faz iso somente apts inclirapontamentos do que viabiza esa felicidad ainfeicidade Esse lvro ¢ “um esforgo para sugerir uma cura para a inflicidade cotidiana cordindria de que meioria das pessoasem paises cvlizadossofre™ Na atual epoca de distracioedstanclamento, tornase mals exotica fluéncia cdacapacidadedeentrega -essoncialparaaconquistada felicidad Russel com sagacidade nada discret, oferece sua percepcdo oportuna sobre os demnios internos que nao cessam em apequenar-nos, © promove dizeres que, esperangosamente, ranscendemo mal trazendo uma consciéncia mas icida paras nossas propria patologias. Desselivo,entende-se que sem privazaondo fa Felicidade A plenitude do ser feliz & humanamente inalcangive, exceto em alguns estagios feizes da «existéncia,0s quai, jutamente por sore tao bons, tem sua finidade.Oapogeu a falicidade ¢ uma promessa que ndo pode ser cumprida, uma vez que sua procuranocessa De acordo com Russel felicidade prove da plea posse das fculdades fisicas,emocionals, psicologicas,intelectuais Vese di como afeliidadeémais cesafiadoraerarado que supamos Dizele 0 homem diviido contra si mesmo procuraestimulos e dstracbes; ama as paindes fortes, no por razbs profunds, mas porque momentaneamente elas the permite evadir-se de si proprio afastam dele a dlorasanecessidade de pensar. Toda a paixdo ¢ para ele uma forma deintoicag e, desde que r80 possa conceberumafeliidade fundamental aintoxicago parece he o ico alvioparao seusorimento.iss0,noentanto, o sintomaduma doencade azes profundas. Quando nao ha tal doenca,aflciade provem da lena posse das Faculdades Sao nos momentos em queo esprit ast mais atvo, em que mais coisas esqucidas,quese sentem alegrias malsintensas” Nessa obraacima citada, autor britanicotragaum paalloentrea felicidad & ‘fata, no qual asensacdode sucesso ébem compativel coma deestar liz “A aie do mal reside no fato dese insistr demasiadamente que no éxito da competicdo esta principal fonte de fecidade. Nao nego que o sentiment do triunfo toma a vida mais agradavel. Um pintor, por exemplo, que viveu ‘obscuramente na juventude decerto se sentra fel seoseu talento acaber por ser reconhieido Nao nego também que o dino, ae um certo limite, ¢capaz cde aumentar a felicidad, paral desse limite, juigo quedo. que eu arma & ‘queoéitosd podeser um dosvarioselementos dafelicidade,equeé demasiado ‘opreco peo qual se obtém sea cl sesacrificam todos os outros” Um dos motvos de infecidade, fadiga e tensdo ners, supde Russel € 2 incapacidade de tomar iterese por tudo que nao tenha uma importéncia pratica na vida, Da resulta que a mente fica ocupada com um numero colossal de problemas, cada um dos quais provocando certamente algumas inquietagbes. Contudo, se fosseprojtada a auséncia dessa inquitagbes, no sedaria conta de todos os problemas, ser fle depende de supers. (lira nao trata sé de elicidadeOutraabordagem de Russel nel foo habito de fazer fofocas. Ele acredita que uma das formas mais universes de iracinalidade @ 0 boato do tipo falacoso. Pouqussimas pessoas tém a capacidade de rsistr 8 tentacdo de falar mal dos outros, mesmo quando @ ‘casio em que difamam les feria apontar a arma para i mesmas, Por outro lado, setomam céncia de quealquem-itimo ounao-falourmaldelas,enchem sedecoleraeindignacto. Damesmamaneira que sedizalgopejoratvo, owvesea peorativa lea, 2quie cola. Boats e fofocas espalhamse no ar como virus, principalmente em lugares onde as pessoas ndo tém nada melhor para fazer ou discutir. Com frequénci, quem falaoque quer ouveoquendo quer Fofocasdizemmalssobre ‘quemas roferudo que arespeito do fofocado, ‘Mofoca alimenta-se muito da difamacdo Masfofacam sobreos pods aleios doquesobreasvirtudes hei. Certament, algunas virtudes esto disfarcadas emdefetos Por esse motivo, complex diferenciar moaldade prtica de imoralidade pratica, ja que a atitude moral ¢fragmentada e por veessubjetiva em dtrimento do dever ‘ico crcunscrita Un homem de conviegies marais¢ mals Fi de engaar,¢ ‘mascifci de convencer. De acordo com Russel “Exigios de toda a gente omesmo sentimento de amr ede profundorespeito ‘que sentimos por nds propros Nunca nos acorre que no deverosexigr que os ‘outros pensem melhor dens do que ns pensamosarespaito dls, iso ndo ros otorre, porque, 20s nosso olos, 0s méritos proprios s8o grandes & cevidentes, 20 passo que 0s dos outros, se na reaidade exstem, sb séo econhecids com certabenevolncia” ‘A Conquista da Feicidade tambem contem, como pauta 0 tema “trabalho”. 0 filosofo britanicoalege exist, segundo a natureza da obra ea capacdade do trabalhador, todas as gradages, desde simples avo do ted ds satisfagbes sas profundas. Trabalhar nem sempre égratificante,massupreuma condgdode escolheroque fazer no tempo ie, até porque se desocuparnavadiagem & oneroso demais para que se permaneca nesa situacdo por muito tempo sem ser inigido, principelment ern um mundo movido pr dino, “Na maior parte dos cass, o trabalho que a pessoas tém de executarndo ¢ interessant, mas ainda em tais crcunstancias oferece grandes vantagens. Em primeiroluger,preencheumaboapatedodasem have necessdade de decidir sro que seh defazer. Amaloriadas pessoas, quando esta em condicdes de cescohervremente o empreg do seu tempo, tem dficudade em encontrar 0 ‘que quer que sea suficientemente agradavel para as ocupar.€ tudo 0 que cecidem dees atormentada pela idea de que qualquer outra cose seria mais agradavel” Mui gente precisa trabalhar, mas na tem nagdo do que quer fazer, optando, resteuitimocaso,por qualquer misériaou por nada Aescolapor uma profisa0 subvert todas as outras possvl, entre aquelas adequadas ao perf eas capacidades ou nao. Essa divide impossibita a dedicacao proritria a uma ceterinada Fungo profissonae,desejeto, ria de umacrrerase divide em varias partes: a confusdo de metas atrapalha no reconhecimento de objetivos. Russell diz ue uma escola profisional em especial paraquemestinciandoa careira, ¢, em gera, dif e fatigate; somente pessoas com iniciativa excepcional cnsequem acertar sua vocagdo rapidamente, porque esas, lem de tentar mals, no sucumbem a incerteza. As outras,indeciss, mantam se prostradas eperdem vantagem competitiva no mercado de trabalho, pois se cldu dees a falta de experiéncia. , nto, psiconamse inflizes,privadas caquilo que thes conferria status ereconhecimento par suas competencias quaificatirias Tantoscompreendem queuma vida tantomaisfalzquantoformaisprodutiva, agitada, corrida, ocupada Ess vid replta de ocupacio, entretato, pode ser esgolante, @ que exig estimulantes cada vez mals fortes para domar os praveres mundanosinsacavis (Quando se evita a agjitacdo, comum dar de caracom a monotona, essa forga inimiga que incomoda avitantemente. Amonotoniatem apenas um mérito:sem fa,nenhuma aventura sera boa obastate “Ha sempre um certo aborrecimento quando se evita om demasia a agitacdo, ‘mas, por suavez aagitago demasiadanaosé enfraquece aside comoembata ‘© gosto para toda a especie de prazres,substituindo titlages por profundas satisfgies orgéica,hablidade por inteligénca e impressbes fuidias por beeza. Nd pretendo exageraros periga da agitacao. Uma certa quantidade talver sea saudavel, mas, coma em quase todas s otras coisas, o problema & cde ordem quanttaiva. Uma dose demasiado pequena pode gerar desejos ‘morbidos, € 0 abuso pode produair esgotamento, Certa capacidade para suportar oaborrecimento éessencial a uma vida feliz, eso era uma das cosas «que deviam ser ensinadas ansjovens” ‘Seu dos opostos de aborrcimento, a agitaso, é metodo para uma vida mais proveitsa,is0 nao infere que esse provito se traduza om feliidade; no maximo, em aventuranca.Aproveta avidaé fazer do tempo alapincognoscive, «saber tornarabundantes os recursos escasss; maisimportante possi esses recursos em deixar sr possuido pr ees Russell achou snsato acrescentar, no lvo, comentarios sobre ainfluéncia do tédio- rao da monotona ~ na conquista da fecidade. Para ele, hoje nds estamos menasaborrecidos do que os nasss antepassados, mas tes mals redo do tio. creitamos que otedio¢ um apendicedispensavel de nossa vida, aserextraido pola excitacto.Comuma prescncaimpressionante Russell escrove “Amedida quenoselevamos a escalsoca, a busca da excitago setornacada vezmalsintensa Aqueles que podem pag estan se mavendo prpetuamente cdeumlugarparaoutro,caregandocom eles aaleria, dancandoebebendo, mas por algumarazdo sempre esperando para dsfrutar mais destes em um novo lugar. Aqueles que tém de ganhar a vida recebem a sua pate de tdi, por necesidade, nas horas de trabalho, mas aqueles que tém dineiro suiciente para ser libertados da necessidade de trabalho tém como seu ideal uma vida completamente lve do tei. € um ideal nobre, e muito long de mim para condenélo, mas ten medo de que, como autos ideas, seja mas dificl de ‘ealizacdo do que os idealistas supdem. Afnal, as manfas sto chatas na proporcao;em que as nites anteriores foram civertidas. Tale algum elemento de edi seja um ngrediente necessaria na vida 0 desejode escapar do tio € natural; de fato, todas as racas da humanidade a mostraram como ‘oportunidade aconteceu. Gueras, genacidinsepersequighesfzeram parte da fuga do tedio até mesma discusses com viznhos foram encontradas melhores cdo que nada. 0 tao, prtanto, um problema vital parao moralsta, uma vez ‘que pelo menos metade dos pecados da humanidade so causados plo medo dele” ‘Ninfluénciadotrabaltomnafeliidadee vice-versa foimelor ainda abordad por Russell em outra de suas obras, Flogio ao ci, publicada em 1935, Agu, Russell cefende, sem amarras, que “o camino para a felidade esta na reducéo corganizada do trabalho. Ele diz que uma pessoa so pode ser feliz se sua riatividade for despertada. A dtica do autor & que criatvidade exige certa ‘autonomiaeliberdade; assim, a reducdo da jornada detrbalho nos liberaia para buscar intresses mais riatvas. ko permitrmos (ou sermos obrigados) a ‘cupar quas todo o tempo em horas de vigil, no poderos vive plenamente Bertrand Rusell arqumenta que o lazer, algo antes conhecido apenas por pouguisimas privlegiados,¢ cruialmente necessario para uma vida rca saudavel,prospera significtivacfelz (0 autor sugeriu uma jornada de trabalho de quatro horas diaias. Sim, € ‘realmente muito pouco para sustentar as demandas da grande maiaia dos servigs prestads, mas obritanico respondia que a nossa capacidade para recreagdo e despreacupacio foi eclipsada pelo culto da eficiencia. Essa ‘ealdade eantigae pesiste Uma Sociedade qu lvasseeducacioe felicidad a sri lovarao lazer a sro Divers seca necessidades de aprendizad e deleitamento, sem os quais 0 trabalho- especialmente ode carat intelctual-@sempredeformado.Mutos criticos desse pensamento de Russell alegam que sua visio de reducio ‘organizada do trabalho prequigasa utipice: sso um ato consumado para _aqueles que aceitam uma condi de escravidao, Novamenteem A Conquista da Felicidade outra alusio 8 felicidad ¢ fei por Russel, dasa ve eacionada & invea. 0 invejoso, ao invjar, est cego; nao percebe a propria felcdade, tormando-se carente dela E um problema de perspectiva.0fildsof britanico di “De todas a caracteristcas que so vulgares na natureza humana, inva @ 2 mais desgracada; a inejoso ndo sé desea provocaro inforinioe o provoca ‘sempre queo pode fazerimpunemente, como também se tora infelizpor causa cd sua ive. Em ver de sentir prazer com o que possi sofre com o que os ‘outros tam. Se puder,priva os outros das suas vantagens,o que para ele ¢ tao clesejvel como assequrar a6 mesmas vantagens para si propio. Se uma tal paixdo toma proporcbes desmedidas,torasefatalatodoomeritoe mesmoa0 exercico do talento mais excepcional [| afrtunadamente, prem, ha na natureza humana um sentimenta compensadorchamado admiraco. Todos os ‘que desejam aumentar a flcdade humana devem procurar aumentar @ _admiragaoe diminuir inva” Adiante novo, temas ainda mais contato com idea sobre aimportancia da privacdo para a conquista da flcidade. O homem que adquiefacimente as coisas esta fadado aisatsfaco crénica.Ohomem que tem tudo o que precisa no &necessariamente mais feliz do que aque que ndo tem osufciente; na verdade, um quer ter o que oautro tem, mas no ponderam o que desea, e entanseesquecem do quetém. Avontade de ambicdogeraoportunidadesdeser feliz,mas também serve como armada da infelicidade (autor taza tonacorrelagdes curios, no espectra humano, entre razéo @ emogao, Muita gente acreita que sdo coisas incompativis, ¢ que uma cobscureceaoutra. tras pessoas acham que umavidaderazo preponderante prejudica a sensibildade emocional que tl razBo nuba a capacidade de se entregar& emocionalidade de forma genuina a ponto de experimentala com gosto ‘Aracanaidade completa ea emocionaldade completa so inating, o que, fenquanto considerarmos determinadas pessoas como loucas, sempre _achareros umas mais racionais do que outras Tas jlgamentos de senidade runca so confives, pois somas todos laucos em alguma medida: louca que julga outro loucondo dena de seriouco, ‘alcdade depende de um minimo grau de insanidade Muitosinstantes da vida seriam nsuportavis endo fossem apimentadospelaloucura, como apregoou ‘ofilésofoe tetlogoholandesErasmo de Roterdaem seu ro Blagio da Loucura Gente sa demaisnao é gente normal, como edz por a £ corriqucro pensar que raxdo e emacdo sto aspectos antagonicos Hipoteticamente, um individu dotado somente de emocdo arrinarseia na iracionaldade ao asso que um datado soment de razdo nem humano seria consderado alta de razd presipte certo descontroleemociana: azd0, emai ariqulapaixbese faz um alguém obotico Russel aponta “Ha aideia de que quando seconcedearazéointeiraliberdace, ela destritodas 2s emocbes profundas. Esta opiido pareceme devida a uma concepcio inteiramenteerrad da fungdodarazdonavidahumana Nao objetivo darazdo gerar ergs, bora posa ser parte da sua funcdo descobrir os melos de impedir que tai emagbes sejam um obstaculo 20 bemrestr. Mas & um ero supor que, diminuindo essas pabées, diminuiremos 20 mesmo tempo @ intensdade das paixdes que arazdonaocondena” Ele supoe que a razdo praticada serve de pressuposto para busca de harmonia interior. emocao, nesse caso tambem pode ser aproveitada, porque araza0 faz com que os excessos sensaconas seam paificados. 0 homem que faz da ‘azdo seu escudosentese mals lvrena conternplacdo do mundo eno emprego ce sua energia para conseguir propositos exteriores, do que o homem que continvemente¢embaracado por confltosemocionasinteriores. Concentrarseintermitentemente na iterioidade pare elevar a energjiacio exige mais do que a ment écapaz de aguentar. Ess lmitagd obrigao uso da raxdo.ameis passionaldaspessoas.Obriga também buscarrefigiono exterior. Explode quemse fecha em sipor muito tempo. Uma pessoa émaispropensa a felicidad se do deixa a razdo superar todos os seus impuisos, mas também e prncpalmente se for capa, por prudéncia e clscernimento, de saber quanda reeds. Isso ndo étaref para quasquer lovcos:somente para loucos flizes eum minimointeigntes. “Pregarracanalidade ¢ um tant diferente, porque ela nos ajuda, de modo etal, asatistazer os nssosproprios deseo, quaisquer que sejam. Ohomem & racional na proporcdo em que a sua intelgéncia orenta ¢ controla seus impulsos.Acredito que o controle dos nssos atos pea inteligéncia@, anal, 0 ‘que mais importa e a nica cosa capa de prservar a posibilidade de vida social” Emmédia, as pessoas que senter uma neessidade obsesiva de controlesdo as mais descontroladas.Tém dificuldade de reconhecer suas erogdes em um conterto que as justfique; els cedem as paides todas que porventura _aparegam, e depois nd entendem as raztes dos seus desequiirios. (deseo 6, por rotina,amento para a fome de feicidade. Quando 0 desejo & consumado, ovazo surge perversamente, como se a fome ainda se mantivsse No fina, todos buscam motvos- fundados ou ndo- para convener a siou aos ‘outros de que asatisfago do prazer ¢ um dever defelcidade, enquanto ndo, passa de um dirito que alguns podem gozar e outros no consequem aproveitar Acerca dessa persequicao da felcidade a partir do combustivel do prazer, Russlloferece um panoramainteressante, acertando queavontadedeser fle varia de pessoa para pessoa, dependendo de como sua azo ¢ afetada pelo desejo ‘Oqueacontece, por exempo, quando um harem busca conquistar aflcidade apenas pela conveniéncia do praver? Para Russel “Ohomem que desea agi decerta forma sepersuairé que, asim procedendo, alcangaraalgum propbsito que considera bom, mesmo que ndo vise motivo alqum para pensar dessa forma, endo tivesse tal deseo €julgaré os fatos e probabildades de mancira muito diferente daquelaadotada por um homem ‘com dees opostos. Como todos saber os jagadores esta chins decrencas iracionas relativas a sistemas que deer, no fin, Fa-los ganar. 0s que se interessam pela poticapersuademrse de que os ideres do seu partido jamais praticariam as patiferias cometidas pelos adversaris. s homens que gostam de adiinstaracham que ¢ bom para powo ser tratado como um rebanho de ‘ovelas, os que gostam do fumo dizem que calma os ners, eos que preci © alcool afirmam que agucao tino. & parcialidade assim cradafalsifica 0 julgamento doshomens em relaao aos Ftos, de mado muito fc deevitar” ‘unica forma de evtar isso seria esquecer a fecidade,o que, de certa forma, alg impensavel, at para as pessoas com as personaldades mais morbidas ¢ melanciicas. ‘Algumas pessoas, em manera de ser, deprecam a felcidade, nao para rmenosprezar sua importénca, mas de modo que dela possam se tornar menos cependentes e, por tengo, menos frustradas. Por mals que resistam & tentagao do desejo-considerando-acomo fundamental paraaflcidade-, nao ‘ofazem por muito tempo sabendo quea pairao¢passivel de apagar. Russell apregoao que conduzo comportamento humo em vias da felicidad, cliendo que toda aatvdade humana induzda pelo desejoAluns moralistas aciantam qu ¢ possive eit ao desojo no inteesse 20s principios moras, Essa alegaco, para Russell falaciosa, porque 0 dever nao tem nenhuma aplicagao a menos que se desejeserobediente Se quisermos saber 0 qu os homens provavelmente vio fazer, devemas nao sb compreender suas circunstnciasfiscas eater, mas todo o sistema de seus deseos com suas forgasrelatvas. 0 homem difere de outros animais em um aspecto muito importante é que «le tem alguns desejos ques, por asim die, infinits, ue nunca podem ser totalmente gratificados,e que o manteriam inquieto mesma no Paraiso. Uma jiboi-constitora, quando ja teve uma refeicdo adequada, vai dormir, e no acordaate que precise deoutrarefeicao.Ossereshumanas, em suamaior part, mao sdo assim.” (autor indica quatro desses desejosinfiitos, que séo:aqusicd,rvalidade, vaidade e amor a poder. Quando um dessesdeseos doe perpetuado se feiz passaa ser uma questo de gesligncia (.que importa eter uma boa vida, esta nao ¢ medida pela resposta a ser Feliz ‘undo, esimpergunta deestar fle ouno, Segundo Russel: “lima vida boa inspiradapetoamoreuiada peoconhecimento Nemamor sem conhecimentonem conhecimento sem amor padem procuzir umavidaboa" (0 fildsof ndo quis inci a palavra “felicidad” em sua definiga de vid boa Talvez porque afarmuladafelcdade sa desconhecda, 0 beritanico die que, embora amor e conhecimento sejam obviamente recessrios, 0 amor, em certo sentido, mas fundamental, pois eva as pessoas intaligentes a buscar 0 conhecimento a fim de descobrir como beneficiar _aquelesaquemelasamam Nao obstante seas pesoasmaosointeligentes elas se cantentardo em acreditar em tudo que thes for dita, sendo passives de praticar oma, apesarda sua mas genina benevléncia Bertrand Russel ajudou com suas contribicbes elogiaves ao pensamento que tangeabuscahumana por flcidade Maselenuncasepreocupoucomaverdade sobre que escrevia.Diia sempre: “Jamismoreriapelsminhascrencas, porque els podem estar eradas” Para ele a expertncia nunca permit ating certezas absdutas, muito menos verdades absolutas Portanto, nao devemos procurar obter mais do que probabildades “Muitos homens cometem o equivoco de substituir 0 conhecimento pea afirmagao de qu verdadeaqulo que ees desejam|.|Eimportant aprender ‘andos@aborreer com opines diferentes das suas, mas dispose trabalhar para entender como els surgram. Se depois de entendéas ainda the parecerem asa, entaopoderécombaté-lascommasefcinciadoquesevocé tess se mantid simplesmente chocado” Perto do fim de sua vid, Russell folentrevisad pelaBC. Na nasi, ele dsse- “Euacredito que quando morer ire apocrecer enada do mew ego sobreviverd Masimerecuso a tremer de terror dante da minha aniquilaco. Felicidade nao menos fcidade porque deve chegaraum fim, nem o pensamento eo armor perdem seuvalorporquemao so eters” Peto eto, Russell alegava nd tere a morte, por esse sua alegacd, deve ter rmorido Feliz, o quendo die nada de to real sobre aqul falta detemor. Pensar na propria mortaldade com coragem nao protege contr amarte, mas tranguiizaa inconscbncia de seus efeitos acvadores. Uma frase famosa de Russel diz respetosobreo destino humano fina “A maior parte das pessoas prefere morer a pensar na verdad sso que fazen"

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