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SÉRIE LOGÍSTICA

CONCEITOS
BÁSICOS DE
LOGÍSTICA
SÉRIE LOGÍSTICA

CONCEITOS
BÁSICOS DE
LOGÍSTICA
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI

Robson Braga de Andrade


Presidente

DIRETORIA DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA - DIRET

Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti


Diretor de Educação e Tecnologia

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – SENAI

Conselho Nacional

Robson Braga de Andrade


Presidente

SENAI – Departamento Nacional

Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti


Diretor Geral

Gustavo Leal Sales Filho


Diretor de Operações
SÉRIE LOGÍSTICA

CONCEITOS
BÁSICOS DE
LOGÍSTICA
© 2013. SENAI – Departamento Nacional

© 2013. SENAI – Departamento Regional da Bahia

A reprodução total ou parcial desta publicação por quaisquer meios, seja eletrônico, me-
cânico, fotocópia, de gravação ou outros, somente será permitida com prévia autorização,
por escrito, do SENAI.

Esta publicação foi elaborada pela equipe do Núcleo de Educação a Distância do SENAI da
Bahia, com a coordenação do SENAI Departamento Nacional, para ser utilizada por todos
os Departamentos Regionais do SENAI nos cursos presenciais e a distância.

SENAI Departamento Nacional


Unidade de Educação Profissional e Tecnológica – UNIEP

SENAI Departamento Regional da Bahia


Núcleo de Educação à Distância - NEAD

FICHA CATALOGRÁFICA

S491c

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional.


Conceitos básicos de logística/ Serviço Nacional de Aprendizagem
Industrial. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, Departamento
Nacional, Departamento Regional da Bahia. - Brasília : SENAI/DN.
92 p. : il. - (Série Logística).
ISBN 978-85-7519-667-0
1. Conceitos básicos de logística 2. Curso de Qualificação I. Serviço
Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional. II.
Departamento Regional da Bahia. III. Título. IV. Série Logística.

CDU: 658.7

SENAI Sede
Serviço Nacional de Setor Bancário Norte • Quadra 1 • Bloco C • Edifício Roberto
Aprendizagem Industrial Simonsen • 70040-903 • Brasília – DF • Tel.: (0xx61) 3317-9001
Departamento Nacional Fax: (0xx61) 3317-9190 • http://www.senai.br
Lista de ilustrações
Figura 1 -  Estrada romana na cidade de Éfeso........................................................................................................17
Figura 2 -  Modelo de caravela que auxiliou na expansão marítima no século XVI...................................18
Figura 3 -  Soldados em terreno encharcado...........................................................................................................19
Figura 4 -  Fluxos da logística.........................................................................................................................................21
Figura 5 -  Cadeia de suprimentos...............................................................................................................................25
Figura 6 -  Logística integrada.......................................................................................................................................28
Figura 7 -  Movimentação manual...............................................................................................................................35
Figura 8 -  Movimentação mecânica...........................................................................................................................36
Figura 9 -  Equipamento de movimentação de materiais...................................................................................43
Figura 10 -  Exemplos de armazém 1..........................................................................................................................44
Figura 11 -  Exemplos de armazém 2..........................................................................................................................44
Figura 12 -  Exemplos de pátio 1..................................................................................................................................45
Figura 13 -  Exemplos de pátio 2..................................................................................................................................45
Figura 14 -  Exemplos de galpão 1...............................................................................................................................46
Figura 15 -  Exemplos de galpão 2...............................................................................................................................47
Figura 16 -  Central de distribuição..............................................................................................................................48
Figura 17 -  Palete de madeira ......................................................................................................................................59
Figura 18 -  Palete de polietileno..................................................................................................................................60
Figura 19 -  Exemplos de operadores logísticos.....................................................................................................70
Figura 20 -  Conferência da documentação.............................................................................................................71
Figura 21 -  Manuseio interno........................................................................................................................................73
Figura 22 -  Veículos industriais.....................................................................................................................................76
Figura 23 -  Treinamento dos funcionários...............................................................................................................78
Figura 24 -  Legislação......................................................................................................................................................79

Quadro 1 - Quadro comparativo entre carga solta e carga granel...................................................................75


Sumário
1 Introdução.........................................................................................................................................................................11

2 Fundamentos da logística...........................................................................................................................................15
2.2 Histórico...........................................................................................................................................................16
2.2 Definição.........................................................................................................................................................20
2.3 Origem da expressão logística................................................................................................................22
2.4 Objetivo da logística...................................................................................................................................22
2.5 Atividades que estão envolvidas na logística....................................................................................23
2.5.1 Suprimentos................................................................................................................................23
2.5.2 Armazenagem.............................................................................................................................23
2.5.3 Transporte.....................................................................................................................................24
2.6 A cadeia de suprimentos...........................................................................................................................25
2.7 Sistema logístico...........................................................................................................................................26
2.8 Controles.........................................................................................................................................................26
2.8.1 Definição de metas e padrões de desempenho.............................................................26
2.8.2 Medidas de desempenho.......................................................................................................26
2.8.3 Ações corretivas..........................................................................................................................27
2.9 Tendências......................................................................................................................................................27

3 Embalagens......................................................................................................................................................................33
3.1 Definição.........................................................................................................................................................34
3.2 Tipos de embalagens..................................................................................................................................34
3.2.1 Embalagens de movimentação manual............................................................................35
3.2.2 Embalagens de movimentação mecânica........................................................................35
3.2.3 Embalagens retornáveis..........................................................................................................37

4 Armazenagem.................................................................................................................................................................41
4.1 Equipamentos de movimentação e armazenagem.........................................................................43
4.1.1 Armazém.......................................................................................................................................43
4.1.2 Pátio................................................................................................................................................45
4.1.3 Galpão............................................................................................................................................45
4.1.4 Centro de distribuição..............................................................................................................47
4.2 O layout do armazém..................................................................................................................................49
4.3 Recebimento, conferência e expedição...............................................................................................50

5 Transportes.......................................................................................................................................................................53
5.1 Histórico dos transportes..........................................................................................................................54
5.2 Modais: rodoviário, aéreo, ferroviário, marítimo, fluvial e dutoviário........................................54
5.2.1 Modal rodoviário........................................................................................................................55
5.2.2 Modal aeroviário........................................................................................................................55
5.2.3 Modal ferroviário........................................................................................................................56
5.2.4 Modal aquaviário.......................................................................................................................56
5.2.5 Modal dutoviário........................................................................................................................58
5.3 Unitização das cargas.................................................................................................................................58
5.3.1 Formas de unitização................................................................................................................59
5.4 Meios de transporte: adequação à necessidade...............................................................................60
5.4.1 Monomodal ou unimodal.......................................................................................................60
5.4.2 Multimodalidade........................................................................................................................60
5.4.3 Intermodalidade.........................................................................................................................61
5.5 Rastreamento................................................................................................................................................61
5.5.1 GPS: global positioning system (sistema de posicionamento global)...................61
5.5.2 Monitaramento de carga por escolta física......................................................................62
5.6 Logística inbound e outbound..................................................................................................................62
5.7 Sistemas de picking......................................................................................................................................63
5.8 Frete..................................................................................................................................................................63
5.8.1 Frete CIF – cost insurance and freght.................................................................................64
5.8.2 Frete FOB – free on board.......................................................................................................64
5.9 Logística verde e reversa...........................................................................................................................64

6 Operador logístico..........................................................................................................................................................69
6.1 Operador logístico - definição.................................................................................................................70
6.2 Processos da operação logística.............................................................................................................70
6.2.1 Atividades de recebimento....................................................................................................71
6.2.2 Manuseio interno.......................................................................................................................72
6.3 Tipos de produtos........................................................................................................................................75
6.4 Tipos de equipamentos de movimentação........................................................................................76
6.4.1 Segurança na movimentação de materiais......................................................................77
6.5 Expedição........................................................................................................................................................78
6.6 Legislação........................................................................................................................................................79

Referências

Minicurrículo dos autores

Índice
Introdução

Prezado aluno,
Seja bem-vindo ao Curso de Qualificação Profissional em Almoxarife!
Este será seu primeiro contato com as características para o desenvolvimento econômico
de cidades e, consequentemente, de países através da Logística. Ela será nosso objeto de es-
tudo e é, atualmente, o diferencial competitivo para as organizações. Você descobrirá de que
maneira esse diferencial se apresenta.
Nosso curso tem como competência geral programar e controlar o recebimento de ma-
teriais, mediante documentação fiscal do inventário físico, armazenar materiais, mantendo
atualizados os registros de localização no almoxarifado, agendando, recebendo, coletando e
endereçando materiais, gerando os inventários periódicos, seguindo normas técnicas, de se-
gurança e meio ambiente.
Este livro, denominado de Conceitos Básicos da Logística, tem como objetivo introduzir
as terminologias (estudo dos termos) da área de Logística tendo em vista suas principais ver-
tentes, a saber: suprimentos, armazenagem e transporte/distribuição. Por meio de exemplos,
a operação dos processos logísticos é estudada em conjunto com os sistemas de qualidade,
segurança, meio ambiente e saúde do trabalho, seguros e manutenção.
Ele está dividido em seis capítulos, tendo essa introdução como primeiro. O capítulo 2 apre-
senta o objetivo e as capacidades propostas por esta unidade curricular. A partir do capítulo 3,
aprenderemos a diferenciar conceitos básicos da logística e a identificar tanto o fluxo produ-
tivo direto como o reverso. Nos três capítulos seguintes, veremos técnicas utilizadas na movi-
mentação, armazenagem e transporte de materiais.
Você será capaz de desenvolver as seguintes capacidades:
CAPACIDADES TÉCNICAS
a) identificar os conceitos básicos da logística;
b) identificar os tipos básicos de equipamentos de movimentação e estruturas de ar-
mazenagem;
c) reconhecer os modais de transporte.
CONCEITOS BÁSICOS DE LOGÍSTICA
12

CAPACIDADES SOCIAIS, ORGANIZATIVAS E METODOLÓGICAS


a) buscar o autoaprimoramento;
b) conservar os equipamentos e instrumentos;
c) consultar manuais, catálogos e publicações técnicas;
d) estudar e pesquisar;
e) manter a organização e limpeza do local de trabalho;
f) ter atenção;
g) ter dinamismo;
h) ter proatividade;
i) ter raciocínio lógico e ser analítico;
j) trabalhar em grupo e individualmente.
Construiremos um conhecimento que o habilitará a desenvolver-se como
pessoa e, sobretudo, como profissional em Almoxarife, objetivo principal deste
e de todos os outros materiais que você verá ao longo do curso. Esperamos que
consiga atingir este objetivo ao passo que se empenhe em dar o seu melhor. Não
esqueça que você é o principal responsável por:
a) sua formação;
b) estabelecer e cumprir um cronograma de estudo realista;
c) separar um tempo para descansar;
d) não deixar as dúvidas para depois;
e) consultar seu professor/tutor sempre que tiver dúvida.

Sucesso!
1 INTRODUÇÃO
13

Anotações:
Fundamentos da logística

Neste capítulo, veremos os conceitos básicos da logística. Abordaremos temas importan-


tes para sua formação profissional como histórico e definição da logística, sistemas logísticos,
controles, tendências e níveis de espaço. Conheceremos também o lead time, seu significado
e aplicação.
CONCEITOS BÁSICOS DE LOGÍSTICA
16

1 SUMÉRIOS: 2.2 HISTÓRICO


Povo mais antigo da Agora faremos uma viagem ao passado da logística, por volta de 4.000 a.C.
Mesopotâmia (região em
que atualmente se encontra (lê-se: 4.000 anos antes de Cristo). Os sumérios1 desenvolveram um complexo
o Iraque).
sistema de armazenamento e controle da água dos rios através de barragens,
diques e canais de irrigação. As suas famosas construções em forma escalonada,
os zigurates2, além de servirem como templos religiosos eram também utilizados
2 ZIGURATES: para armazenagem de produtos agrícolas. Mais tarde, cerca de 3.000 a.C., os
egípcios construíram depósitos individualizados para armazenar papiros, trigo,
Templo criado pelos
sumérios. cevada, instrumentos de cobre, gesso, carvão, madeira de construção, tecidos,
dentre outros. Cabia aos escribas (funcionários reais) a responsabilidade pela
manutenção do registro de todo material armazenado.
Donato (2008) afirma que o historiador grego Heródoto relata que, para a
3 PIRÂMIDE DE QUÉOPS:
construção das pirâmides como a Pirâmide de Quéops3, foram construídas estra-
Pirâmide conhecida como das, sistemas de produção de alimentos e materiais de apoio.
maior e mais alta dentre as
pirâmides egípcias. Cita ainda que o papiro4 de Moscou, datado aproximadamente de 1850 a.C, e
o papiro de Rhind ou Ahmes, datado de 1650 a.C, documentos mais antigos com
textos matemáticos, fornecem informações valiosas sobre problemas numéricos.
4 PAPIRO:
Os conteúdos da maioria dos problemas encontrados nestes documentos são de
assuntos práticos, como a distribuição de pão e cerveja, o balanceamento de ra-
Material de escrita mais
utilizado no mundo
ções para o gado e aves domésticas e sobre o armazenamento de grãos. Assim
mediterrâneo. como os egípcios, os fenícios também estabeleceram inúmeros armazéns e pos-
tos de comércio ao longo das suas rotas marítimas comerciais no Mediterrâneo.
Linhas regulares de navegação permitiam o fluxo de materiais desses notáveis
comerciantes. Posteriormente, cerca de 544-496 a.C, o general chinês Sun Tsu vi-
venciou estratégias militares onde a logística era peça chave nas suas vitórias. As
suas lições foram registradas no livro “A Arte da Guerra”, reescrito por diversos
autores ao longo dos anos.
Em 539 a.C., o estrategista militar da Pérsia, Ciro, invadiu a Babilônia. A gene-
rosidade e tolerância de Ciro com as nações derrotadas são descritas como a base
do seu sucesso, imitado por líderes posteriores (DONATO, 2008).
No ano 336 a.C, um jovem guerreiro tornou-se perito na arte militar e inspirou
muitos líderes séculos à frente. Alexandre, da Macedônia, assumiu o trono aos
20 anos de idade. Por meio de planejamento logístico, expandiu o reinado até a
Índia e África. Algumas de suas ações inovadoras foram:
a) terceirizar o transporte com os fenícios;
b) criação de armazéns avançados para o abastecimento das tropas;
c) conhecimento de detalhes sobre o inimigo, o terreno e o clima;
d) formar alianças estratégicas;
2 FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA
17

e) criar um ponto concentrado para controle e gerenciamento da logística


e planejamento estratégicos.
Os romanos também deram sua contribuição ao desenvolvimento das ativi-
dades logísticas. Foram responsáveis pela criação de um dos primeiros sistemas
viários composto por túneis, estradas pavimentadas e pontes, sendo que algu-
mas são utilizadas até os dias de hoje, vide Figura 1. Esse sistema dava agilidade
ao exército, que conseguia deslocar-se cerca de 30 km por dia, diferentes dos 17
km diários se andassem por trilhas.

Figura 1 -  Estrada romana na cidade de Éfeso


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2013.

A navegação em alto mar ganha escala para alcançar novos mercados, como a
África e as Índias. Começa a expansão comercial pelo mar, dando início à política
de colonização de outros povos. A expansão do comércio que agora cobre gran-
des distâncias, a especialização da produção e o surgimento de novos mercados
marcam uma nova era também para o desenvolvimento do transporte marítimo
intercontinental, ilustrado na Figura 2.
No ano de 1670, um dos conselheiros do Rei Luis XIV, da França, sugeriu a cria-
ção de uma nova estrutura para solucionar problemas administrativos no exérci-
to francês. A nova função foi denominada Marechal General de Lógis.
CONCEITOS BÁSICOS DE LOGÍSTICA
18

5 CODINOME:

Designação que serve para


ocultar a identidade de
alguém ou para nomear de
maneira secreta um plano
de ação, uma organização
etc.

Figura 2 -  Modelo de caravela que auxiliou na expansão marítima no século XVI


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2013.

Segundo Donato (2008), no Brasil, na década de 1890, Antônio Vicente Men-


des Maciel, conhecido como Antônio Conselheiro, surpreendeu ao utilizar tática
de guerrilha como:
a) camuflagem;
b) infiltração nas tropas inimigas para sabotagem;
c) ataques aos comboios de suprimentos dos invasores;
d) atiradores de elite;
e) uso de túneis.
A história ainda nos mostra que abrir mão do apoio logístico pode resultar em
vitória ou derrota. Veja, como exemplo, a operação Barbarossa, trazida na seção
Casos e Relatos abaixo, ocorrida durante a Segunda Guerra Mundial.

CASOS E RELATOS

O fracasso da logística
A operação Barbarossa, cujo codinome5 foi utilizado na operação militar
alemã para invadir a União Soviética em 22 de Junho de 1941, ficou famosa
depois da derrota alemã diante do exército russo. Esta operação fez refe-
rência ao monarca Frederico Barbarossa, do Sacro Império Romano-Ger-
mânico, um dos líderes da Terceira Cruzada no século XII. O objetivo era
invadir a Rússia durante a primavera, quando o solo estava suficientemente
seco para que os tanques de guerra se locomovessem sem muitas dificul-
2 FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA
19

dades. Atrasos no início da operação comprometeram de maneira trágica


os resultados desejados. Como se sabe, a Alemanha perdeu a guerra não
por falta de experiência e modernização da tropa, mas por outras razões
que alguns autores têm destacado, tais como:
a) transporte: as linhas férreas russas tinham bitolas diferentes do mode-
lo ocidental, logo surgiu o impasse para o suprimento da tropa;
b) suprimento: outono chuvoso e inverno rigoroso (-25ºC a -30°C) impe-
diram a chegada de suprimentos adequados para se aquecerem. Sem
suprimentos de munição, roupas e alimentos, muitos soldados morre-
ram de frio, desnutrição e desgaste físico;
c) falta de padronização: a alta diversidade dos tipos de equipamentos
mecânicos resultou na dificuldade de atendimento à manutenção e na
inutilização de muitos equipamentos de guerra.
Fonte: WIKIPEDIA COMMONS, 2010.

Figura 3 -  Soldados em terreno encharcado


Fonte: SENAI, 2013.

Esse breve histórico mostra como a logística está relacionada às atividades de


planejamento, aquisição de materiais, armazenagem, distribuição e controle des-
tas funções. Tais atividades podem ser realizadas de forma individual ou em uma
organização, como em um exército, uma empresa, um governo e até mesmo uma
família.
CONCEITOS BÁSICOS DE LOGÍSTICA
20

6 ENTREGAS EXPRESSAS: A partir da década de 60, os princípios logísticos aprendidos no cotidia-


no e nas guerras migraram para o ambiente empresarial. Esses princípios
O United States Postal
Service (Serviço Postal dos econômicos formam a base para os programas de qualidade prestados ao
Estados Unidos) ofereceu cliente, que passam a ser o objetivo das empresas. Com o tempo, atividades
o serviço de entrega
doméstica acelerada em como aquisição, transporte, armazenagem e distribuição passaram a fazer
03 março de 1885, numa
situação em que a carta parte de uma nova área do conhecimento denominada de “Administração
seria despachada imediata de Materiais”.
e diretamente da estação
de correios de recebimento Mas nessa época, essas atividades ainda eram vistas de forma muito
para o destinatário, em
vez de ser colocado no independente. Este ponto de vista, entretanto, sofreu algumas mudanças.
correio para distribuição
na rota. Foi transformado Na mesma década, os japoneses inovam com a criação de métodos efi-
em correio expresso em cientes de utilização de estoques e redução de custos. Surgem a filosofia
1977 após um período
experimental que começou Just in Time (JIT) e outras ferramentas da qualidade como o Kanban, Kai-
em 1970. zen e Poka Yoke. Também neste período é criada a primeira organização
composta por profissionais de logística, a Council of Logistics Management
(CLM), visando à educação e treinamento dos profissionais da área.

7 LOGÍSTICA REVERSA: Na década de 70, amplia-se, nos países desenvolvidos, o conceito de logística
integrada. É criada no mundo a primeira empresa de entregas expressas6, a FedEx.
Área da logística que
planeja, opera e controla A década de 80 consolida a integração dos departamentos da empresa com o
o fluxo e as informações surgimento do sistema Enterprise Resources Planning (ERP). Os anos 1990 e 2000
logísticas correspondentes,
ao retorno dos materiais/ são marcados pelo surgimento de novas tecnologias de controle logístico como o
embalagens ao ciclo uso de etiquetas inteligentes, rastreadores de cargas e sistemas computacionais
produtivo, por meio dos
canais reversos (DONATO, mais acessíveis. O desenvolvimento da capacitação profissional e o aparecimento
2008).
de inúmeras empresas especializadas em logística (operadores logísticos) tam-
bém marcam essas décadas.

2.2 DEFINIÇÃO

Depois dessa breve visita ao passado, podemos tirar algumas conclusões va-
liosas. A logística é responsável por obter e transportar materiais, pessoas e equi-
pamentos conforme a necessidade. Para isso, é preciso planejamento e controle.
O planejamento é uma forma de organizar as atividades e acontece antes da exe-
cução destas. Já o controle acontece após a execução como forma de medir o
desempenho, ou seja, verificar se o que foi planejado está realmente sendo cum-
prido, e se não, o porquê.
Quando falamos da logística no âmbito empresarial, muitos especialistas con-
cordam que ela abrange três momentos denominados suprimentos, produção e
distribuição. Vamos conhecer cada um deles.
a) suprimento: refere-se a todas as atividades responsáveis por cadastro
e aquisição de recursos que viabilizam (possibilitam) a produção. Estes
recursos podem ser matérias-primas adquiridas de fornecedores de ma-
2 FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA
21

téria prima, produtos acabados, peças, equipamentos, mão de obra e


serviço;
b) produção: no contexto da empresa, o termo produção, em geral, refere-
-se a toda atividade transformadora, na qual, após um tempo e trata-
mentos específicos, é possível gerar um novo produto. Após a etapa
produtiva surge a etapa que talvez seja a mais perceptível ao consumi-
dor final: a Distribuição;
c) distribuição: esta diz respeito ao conjunto de operações associadas ao
deslocamento físico de materiais. Em algumas ocasiões, o produto aca-
bado, em um processo de uma empresa é a matéria-prima em outra.
Entre as etapas de suprimentos, produção e distribuição, encontram-se três
fluxos: material, financeiro e de informação. Podemos visualizar isso no esquema
que segue (Figura 4).

SUPRIMENTO PRODUÇÃO DISTRIBUIÇÃO

FLUXO DE MATERIAIS

FORNECEDOR CLIENTE FINAL

FLUXO DE INFORMAÇÃO

FLUXO FINANCEIRO

Figura 4 -  Fluxos da logística


Fonte: SENAI, 2013.

Conforme observado na Figura acima, o fluxo de materiais e o fluxo de infor-


mação seguem o mesmo sentido. Já o fluxo financeiro representa o dinheiro que
vem do cliente final ao fornecedor. Os materiais ou produtos que se destinam ao
consumo seguem em direção ao cliente final. Em alguns casos este fluxo pode ser
direcionado para o fornecedor sendo este fluxo denominado de logística rever-
sa7. Esta atividade logística se aplica ao produto ou embalagem, neste caso, após
o consumo, elas retornam para o processo de produção. De um lado está o clien-
te, que busca obter informações sobre o produto que está adquirindo; do outro,
está o fornecedor, que necessita saber quais os reais desejos de seus clientes para
atendê-los de maneira satisfatória ou até mesmo surpreendente.
CONCEITOS BÁSICOS DE LOGÍSTICA
22

Segundo Donato 2010a, a logística possui aplicações especí-


ficas, de acordo com a complexidade, por exemplo: Logística
Militar, Logística de Eventos, Logística do Agronegócio, Logís-
tica Hospitalar, Logística da Manutenção, Logística Empresari-
al, Logística para sistemas complexos e à Logística Industrial.
Neste curso, o enfoque será dado à Logística Industrial.

2.3 ORIGEM DA EXPRESSÃO LOGÍSTICA

Alguns autores defendem que o termo “logística” vem da palavra grega lo-
gísticos, que significa contabilidade e organização financeira. Acredita-se que a
expressão, com o sentido atual, derive do verbo francês loger, que significa alojar
ou acolher. A princípio, foi usada para descrever movimentação, suprimento e
manutenção de exércitos em ação. Mais tarde, usado para descrever a adminis-
tração do fluxo de materiais numa organização, desde o fornecedor até o consu-
midor final.

Do antigo ao moderno, dois livros serão sugeridos. O primeiro


mostra que o segredo das vitórias militares junto ao exército
SAIBA chinês no século IV a.C estava na estratégia. É o livro A arte da
MAIS guerra de Sun Tsu - é um enfoque ambiental para a logística
está no livro Logística Verde de Vitório Donato. Veja as refe-
rências completas nas referências bibliográficas.

2.4 OBJETIVO DA LOGÍSTICA

Para entendermos o objetivo da logística, precisamos entender o contexto


em que ela está inserida atualmente. Após o processo denominado de Revolução
Industrial, um maior número de empresas passou a atender mercados que, até
então, eram carentes dos mais diversos produtos. Com a globalização e o avan-
ço tecnológico, assim como o aumento do consumo em geral, as empresas logo
atingiram níveis de qualidade do produto, satisfatórios e bastante parecidos. En-
tão, como garantir que o produto seja consumido, com tamanha concorrência? O
foco desde então tem sido no nível de serviço. Dentre as diversas características
destes serviços, podemos destacar:
2 FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA
23

a) nível de serviço: é a rapidez com que o produto chega às mãos do


cliente. Isso pode significar surpreender o cliente por atendê-lo antes do
prazo esperado;
b) lead time: é o tempo entre o pedido e a disponibilização real do mate-
rial na empresa;
c) picking: é a ação que disponibiliza recipientes para armazenar produtos
temporariamente e serve principalmente para agrupar unidades de um
produto.
Outro objetivo da logística é atender no menor lead time com o melhor nível
de serviço.

2.5 ATIVIDADES QUE ESTÃO ENVOLVIDAS NA LOGÍSTICA

As atividades logísticas estão agrupadas em três etapas: suprimento, armaze-


namento, distribuição e transporte. Dentro de cada uma dessas etapas ocorrem
as atividades mencionadas a seguir.

2.5.1 SUPRIMENTOS

A Etapa de Suprimentos refere-se às atividades relacionadas com o cadastro


e a aquisição de produtos de fornecedores externos. O principal objetivo é dar
apoio à produção ou à revenda, proporcionando a aquisição em tempo hábil, ao
menor custo total. As atividades envolvidas são:
a) planejamento dos recursos;
b) localização de fontes de suprimento;
c) negociação;
d) colocação de pedidos;
e) garantia de qualidade.

2.5.2 ARMAZENAGEM

Na armazenagem, as atividades são relacionadas ao planejamento, programa-


ção e operações de guarda provisória de produtos incluem:
a) planejamento dos locais disponíveis;
b) armazenagem do produto em processo;
CONCEITOS BÁSICOS DE LOGÍSTICA
24

8 INVENTÁRIO: c) manuseio;

Registro ou catálogo por d) picking;


escrito e por artigos, dos
bens, móveis, títulos, e) sequenciamento de componentes.
papéis de uma pessoa ou
organização.

2.5.3 TRANSPORTE

Nos transportes, as atividades são relacionadas com o fornecimento de serviço


ao cliente final. O objetivo principal é ajudar na geração de lucro, atingindo os ní-
veis de serviço desejáveis com o menor custo total. As atividades que se aplicam
são:
a) recebimento e processamento de pedidos;
b) programar veiculo transportador;
c) planejamento do roteiro;
d) arrumação da carga;
e) rastreamento da carga.
Além dessas três principais vertentes, a logística também atua em apoio ao
marketing em:
a) formação de preços;
b) apoio promocional;
c) padrões de entrega;
d) manuseio de mercadoria devolvida;
e) ciclo de vida.
Durante o curso, você aprenderá detalhadamente por que é necessária cada
etapa do fluxo logístico e os principais procedimentos técnicos dentro de cada
atividade.

Existe uma pequena diferença entre armazenagem e


estocagem? Armazenagem está relacionada ao acon-
VOCÊ dicionamento (arrumação) físico de produtos ou à ma-
neira como são acomodados. Estocagem é o ponto de
SABIA? vista contábil e financeiro da mesma atividade, no qual
se realiza o controle dos estoques, por exemplo, um in-
ventário8.
2 FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA
25

2.6 A CADEIA DE SUPRIMENTOS

Uma cadeia de suprimentos é um conjunto de atividades correlacionadas, ou


interligadas, que integram as atividades logísticas, também denominadas, cadeia
logística, como pode ser observada na Figura 5. Pode-se dizer que a cadeia de su-
primento caracteriza-se por um sistema que interliga as atividades não podendo
ser vista de maneira isolada, pois são atividades dependentes. Em geral, alguns
autores também a chamam de cadeia produtiva, cadeia de valor ou cadeia de
demanda.
O gerenciamento da cadeia de suprimentos é um termo mais amplo, onde
as empresas colaboram entre si para elevar posicionamento estratégico e para
melhorar a eficiência das operações. Obviamente, o gerenciamento da cadeia de
suprimentos não é realizado por uma única empresa. As operações na cadeia de
suprimentos são compostas de processos gerenciais que extrapolam as áreas in-
ternas da empresa e contam com a cooperação de parceiros e clientes. Podemos
demonstrar esta cadeia da seguinte forma:

PROCESSO LOGÍSTICO DIRETO

LOGÍSTICA DE SUPRIMENTOS LOGÍSTICA DE DISTRIBUIÇÃO

P S E A
E P M E T
R U M R
S R A S R
C O P B M C
T O N T A
L C. R A A L
O D U O N
I I L Z I
Q U S Q S
E P M A E E
U Ç E U P
N E E G N N
E Ã I E O
T D N E A T
S O O S R
E I T M G E
O T
D E
S E
O M
S
S
PROCESSO LOGÍSTICO REVERSO

LOGÍSTICA REVERSA
RESÍDUOS DE
PÓS-CONSUMO
E PÓS-VENDA

Figura 5 -  Cadeia de suprimentos


Fonte: SENAI, 2013.

Ao conhecer a história da logística, é provável que tenha per-


cebido como ela integrou diversos processos que já vinham
SAIBA sendo realizados, até então de forma isolada e independente.
MAIS Especialmente no ambiente empresarial, que as atividades
eram departamentalizadas, ou seja, cada departamento da
empresa cuidava de determinadas atividades logísticas.
CONCEITOS BÁSICOS DE LOGÍSTICA
26

9 ETAPAS: 2.7 SISTEMA LOGÍSTICO


Fase, estágio.
Trata-se do planejamento e coordenação quanto aos aspectos de movimen-
tação física, compras, armazenagem e transporte relativos às operações de uma
empresa de modo que um fluxo de matéria-prima fique contínuo.

10 CICLO DE PEDIDOS:

É o processamento de várias 2.8 CONTROLES


ações que correspondem às
atividades de: preparação, O controle do processo de suprimento (visto anteriormente como todas as
transmissão, recebimento e
expedição e o relatório da atividades responsáveis por cadastro e aquisição de recursos que viabilizam a
situação do pedido.
produção) é uma atividade de grande importância para o desenvolvimento do
sistema logístico. Trata-se da atividade que compara o que foi planejado com o
que foi executado. A estratégia para o controle das operações logísticas envolve
a execução das seguintes etapas9: definição de metas e padrões de desempenho,
medidas de desempenho e análise das ações corretivas.

2.8.1 DEFINIÇÃO DE METAS E PADRÕES DE DESEMPENHO

A etapa de definição de metas e padrões de desempenho define, por meio do


estabelecimento de metas, em que nível de desempenho a empresa deseja che-
gar, para superar seus concorrentes no item almejado. Portanto, deve-se levar em
consideração se os custos exigidos para esta meta compensam os resultados e se
são compatíveis com a estratégia da empresa.

2.8.2 MEDIDAS DE DESEMPENHO

O objetivo da análise das medidas de desempenho é de obter informações so-


bre o desempenho das atividades, medindo desempenho do sistema, identifican-
do pontos falhos e gerando dados para conhecer melhor a estrutura do proces-
so. A avaliação das atividades logísticas pode ser feita por meio de determinadas
medidas de desempenho e/ou por comparar os resultados com os indicadores
das empresas neste item. Ambas as situações serão vistas em capítulos posterio-
res. Dentre os diversos indicadores de desempenho, podemos mencionar: prazo
de entrega, custo de aquisição, percentual de produtos defeituosos, tempo de
processamento, tempo de movimentação, tempo de entrega, tempo do ciclo do
pedido10, custo de estoque.
2 FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA
27

2.8.3 AÇÕES CORRETIVAS

Após a obtenção dos resultados produzidos, parte-se então para o processo


comparativo entre estes resultados e os padrões de desempenho pré-definidos.
De posse destes resultados, após as comparações, se for necessário, executa-se
uma ação corretiva.
A aplicação do controle dos processos logísticos possibilita o constante acom-
panhamento das atividades logísticas. Isto possibilita aos administradores da or-
ganização uma transparência de todo o processo.

2.9 TENDÊNCIAS

Com o aumento da competitividade de mercado, surgiu a necessidade da in-


tegração dos componentes da cadeia, originando assim o conceito de Logística
Integrada. Esse passa a ser o grande diferencial e a tendência visível para a logís-
tica: integração das atividades, conforme observado na Figura 6. Independente-
mente de as atividades logísticas estarem sendo realizadas entre empresas (logís-
tica externa) ou dentro da própria empresa (logística interna), todos dependem
da sincronia das atividades listadas na parte inferior da Figura.

Planejamento e Controle da Produção (PCP) é a etapa fun-


FIQUE damental dentro da cadeia de suprimentos, que garante o
ALERTA produto acabado, no tempo certo e na qualidade requeri-
da pelo cliente.
CONCEITOS BÁSICOS DE LOGÍSTICA
28

11 LOGÍSTICA VERDE:

É a parte da logística que LOGÍSTICA INTEGRADA


identifica e analisa os
aspectos e impactos da
atividade logística.
LOGÍSTICA EXTERNA LOGÍSTICA INTERNA LOGÍSTICA EXTERNA

LOGÍSTICA DE ARMAZENAGEM LOGÍSTICA DE TRANSPORTE Cadeias


LOGÍSTICA DE SUPRIMENTOS LOGÍSTICA DE PRODUÇÃO
DE PRODUTOS ACABADOS (DISTRIBUIÇÃO) Logísticas
12 PVC:

Policloreto de vinila.
Planejamento e Controle de Estoques Almoxarifado de Matéria Prima Separação de Pedidos

Requisição aos Fornecedores Recebimento PCP Embalagem


Atividades
Transportes Internos
Logísticas
Expedição

13 SAP: Figura 6 -  Logística integrada


Fonte: SENAI, 2013.
Sistema operacional que
integra várias atividades
administrativas.
A vantagem competitiva tende a se basear em custo e serviço, enquanto a
qualidade continuará sendo pré-requisito.
Além desses fatores já mencionados, podemos relacionar quatro grandes ten-
dências na logística:
a) de ordem estrutural, que é a primeira tendência das empresas produ-
tivas que consiste em transferir suas funções logísticas para empresas
terceirizadas. Até mesmo atividades de gestão de estoques e projetos
estão seguindo o mesmo caminho;
b) uso cada vez maior da tecnologia da informação, tanto para a gestão
como para as atividades operacionais. Existe uma forte tendência para
operações colaborativas e integradas visando aos ganhos para todas as
partes;
c) tornar as atividades logísticas sustentáveis através da Logística Verde11.
A tendência está em deixar de olhar a logística como uma atividade que
não gera impacto ambiental, para olhá-la sob a ótica dos aspectos e im-
pactos ambientais. Assim, a logística verde norteará a cadeia produtiva
minimizando os impactos ambientais, promovendo melhorias sociais e
garantindo rentabilidade econômica. Neste contexto, devemos nos lem-
brar da logística reversa que é a etapa que administra o retorno de em-
balagens e matérias recicláveis ao processo produtivo;
d) por fim, outra grande tendência e oportunidade da logística brasileira
são as pessoas. Cada vez mais se espera conhecimento tecnológico por
parte dos profissionais da área como fator diferencial nas operações lo-
gísticas. Enquanto antes se acreditava que, com o investimento do lucro,
2 FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA
29

a empresa cresceria, agora, nota-se que o domínio do conhecimento e a


troca de experiências tornam as pessoas, e logo, as empresas, mais com-
petitivas.

CASOS E RELATOS

Amanco reduz custos em sua cadeia de suprimentos com soluções


SAP
Na busca por ampliar suas vendas, participação no mercado e garantir mais
eficiência operacional, a fabricante de tubos e conexões de PVC12, a Aman-
co Brasil, entendeu que seria fundamental contar com o total controle e
visibilidade da sua cadeia de suprimentos e, mais do que isso, integrá-lo
às suas operações de negócios e vendas. Além disso, a empresa precisava
garantir o atendimento aos pedidos dos clientes com precisão e, ao mes-
mo tempo, reduzir os níveis de estoques e custos operacionais. Só assim
conseguiria acompanhar o ritmo de crescimento do mercado de constru-
ção civil, com competitividade. Foi necessária, também, uma solução de
supply chain (cadeia de Suprimento) que estivesse integrada com as solu-
ções centrais SAP13 e suportada pela rede global de parceiros com presença
local. Toda a cadeia de suprimentos, processos de planejamento de vendas
e operacional da Amanco passaram por modificações. O projeto foi con-
cluído em apenas quatro meses e, com as novas capacidades da cadeia de
suprimentos habilitadas pelas soluções SAP, a Amanco agora possui uma
visibilidade completa do estoque ao longo de toda sua cadeia.
Com o SAP, o planejamento e a previsibilidade da Amanco foram conside-
ravelmente melhorados, ajudando-a a atingir o índice de 95% de asserti-
vidade no planejamento de vendas totais. Ao implementar um processo
colaborativo de planejamento da demanda e de fornecimento baseado em
soluções SAP, a Amanco conseguiu reduzir seu estoque total em 13% e o
cumprimento de pedidos entregues “totalmente no prazo” saltou 51%.
Fonte: SAP, 2009.
CONCEITOS BÁSICOS DE LOGÍSTICA
30

RECAPITULANDO

Neste capítulo, você aprendeu os conceitos básicos de logística, fundamen-


tais para o seu desenvolvimento na área de almoxarife. O breve histórico da
logística nos fez entender como as atividades envolvidas no processo logís-
tico, há muitos anos, fazem parte da rotina humana e são tão significativas
para o sucesso das empresas.
Foi possível compreender como funciona a cadeia logística ou de supri-
mentos, que inicia com o fornecedor, passa para a etapa de produção e dis-
tribuição para chegar ao cliente final. Observando que, nos processos, es-
tão envolvidas atividades essenciais e interligadas como a armazenagem, a
movimentação de materiais, embalagem e transportes.
Com a abordagem de Controles, percebemos a importância de determinar
padrões de desempenho, mensurá-los e tomar ações corretivas quando
necessário. Ainda vimos quatro tendências para o processo logístico nos
próximos anos, dentre os quais se destacam a visão cada vez mais integra-
da das atividades logísticas, maior utilização de tecnologias, o foco em uma
logística sustentável e profissional qualificada e atualizada com o progres-
so das ferramentas tecnológicas.
2 FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA
31

Anotações:
Embalagens

No interior de um armazém, em alguma parte do mundo, produtos são acomodados em


caixas, tambores e sacos. Em uma prateleira de supermercado, nos surpreendemos, escolhen-
do um produto, essencialmente, pela sua aparência, porque visualmente nos parece mais atra-
tivo. Em um grande navio, visto de perto ou pela televisão, observamos grandes e numerosas
caixas retangulares empilhadas.
Identificar, proteger e comunicar são as principais funções de uma embalagem. A diferença
básica está no enfoque dado. Enquanto o marketing1 está atarefado em desenvolver emba-
lagens que sensibilizem o consumidor, a logística está atarefada em escolher e desenvolver
embalagens eficientes para uso no sistema logístico. É nesse objetivo que nos concentraremos
neste capítulo.
Abordaremos a definição de embalagem para a logística e as classificações existentes de
acordo com sua funcionalidade. Além disso, veremos também em combinação de embalagens
com dois assuntos significativos: o controle de estoque e as áreas de segregação da empresa.
Para começar, o que é embalagem?
CONCEITOS BÁSICOS DE LOGÍSTICA
34

1 MARKETING: 3.1 DEFINIÇÃO


Conjunto de estratégias Podemos definir embalagem como todo dispositivo de uso repetitivo destina-
e ações que provêem
o desenvolvimento, o do a conter, proteger e identificar produtos e materiais no ciclo de movimentação,
lançamento e a sustentação
de um produto ou serviço armazenagem e transporte em todos os modais de transporte2. Ao desempenhar
no mercado consumidor. essas funções, a embalagem ocupa espaço e adiciona peso e custo ao produto.
Este custo deverá ser compensado pelo aumento da eficiência no sistema logísti-
co que a embalagem pode oferecer.

2 MODAIS DE TRANSPORTE:

Meio físico de realizar o


transporte de materiais. As primeiras embalagens com informações foram feitas
VOCÊ pelos romanos. A partir do desenvolvimento da confec-
ção do vidro, os romanos informavam o nome do fabri-
SABIA? cante e do produto nas tampas dos recipientes, feitas de
argila ou chumbo.

3.2 TIPOS DE EMBALAGENS

A embalagem é uma dos componentes do sistema logístico e, como já foi


abordado, oferece proteção, utilidade e comunicação. Entretanto, é possível clas-
sificar os tipos de embalagens utilizadas especificamente na movimentação de
materiais.
Para o deslocamento de materiais, em pequenas distâncias, normalmente são
utilizadas embalagens denominadas de movimentação, mais conhecidas como
contentores. Este modelo de embalagem é adequado nas movimentações mecâ-
nicas. Os contentores podem ter divisórias que facilitam a movimentação e tam-
bém a inspeção, por manterem as peças em uma determinada posição.
A versatilidade dos contentores se refere, usualmente, às suas vantagens du-
rante o processamento interno dos materiais. O produto pode ser retirado do
depósito ou área de armazenagem, pode ser deslocado entre as unidades de
trabalho (máquinas) e pode ser transferido para o estoque ou para a plataforma
de embarque na expedição, tudo isso de forma prática e segura. As embalagens
ainda podem ser classificadas quanto ao tipo de movimentação, se manual ou
mecânica (MOURA, 2005). Vejamos um pouco sobre cada um desses tipos citados
a seguir.
3 EMBALAGENS
35

3.2.1 EMBALAGENS DE MOVIMENTAÇÃO MANUAL

As embalagens de movimentação manual permitem o manuseio de materiais


apenas com uso da força humana. Elas devem ter características específicas físicas
que permitam a sua utilização de forma manual (Figura 07). As cargas com peso
superior a 30 kg, que não podem ser manuseadas, são movimentadas por arrasto.
A movimentação manual pode ser auxiliada por equipamentos mecânicos e ob-
jetos como alavancas, cordas, ganchos e pranchas para deslocamento da carga.

FIQUE Devido à NR17, as embalagens que são movimentadas de


ALERTA forma manual não devem exceder a 60 kg.

Figura 7 -  Movimentação manual


Fonte: SENAI, 2013.

3.2.2 EMBALAGENS DE MOVIMENTAÇÃO MECÂNICA

As embalagens de movimentação mecânica são adequadas ao uso de equipa-


mentos, com ou sem a participação humana. Elas são utilizadas quando os fatores
listados abaixo são incompatíveis com a movimentação manual:
a) frequência e o número de movimentos;
b) quantidade de produtos;
CONCEITOS BÁSICOS DE LOGÍSTICA
36

3 UNITIZAÇÃO: c) distâncias percorridas;

Processo de transformar em d) pesos ou alturas.


um único.
Para isso, faz-se necessário uma padronização através da unitização3 de car-
gas. Esta possibilitará a adequação da embalagem aos equipamentos utilizados
na movimentação da carga. Verifique a comparação entre os movimentos manu-
al (Figura 7) e mecânico (Figura 8).
4 CARTELAS:

Tipo de embalagem que


agrega vários produtos.

5 DISPLAY:

Mobiliário de ponto de
venda destinado a expor os
produtos ou informações
sobre estes.

6 DESIGN:

Refere-se a projeto. Figura 8 -  Movimentação mecânica


Fonte: SENAI, 2013.

CASOS E RELATOS

Racionalização da logística através do novo design de embalagens


Este é um relato de uma empresa no ramo de iluminação residencial. Ela
pretendia sobressair em um mercado cada vez mais concorrente. Para isso,
investiu 500.000 reais para reformular a maneira como suas lâmpadas flu-
orescentes compactas eram acondicionadas. Revisões dos formatos das
embalagens garantiram à empresa uma série de ganhos. Inicialmente, o
tamanho reduzido das embalagens rendeu ganhos nos despachos em con-
têineres e nos baús dos caminhões. Com isso, foi possível transportar 5%
3 EMBALAGENS
37

a mais de produtos por embarque no caminhão. Isso significa quase 3000


lâmpadas extras distribuídas para os clientes. Observe os resultados:
Nas estocagens, durante a distribuição, as novas cartelas4 permitem o ar-
mazenamento de mais peças por metro quadrado. No varejo, garantem a
exposição do dobro de produtos nos displays5 da marca, em comparação
com as embalagens anteriores. No total, o novo design6 atingiu 330 itens,
distribuídos em treze famílias de lâmpadas.
Segundo o diretor da empresa responsável pelas mudanças, “a padroniza-
ção das embalagens permite, inclusive, melhor aproveitamento de material
dentro da indústria gráfica, durante o processo de impressão”. As embala-
gens de produto são posteriormente acomodadas em caixas de papelão
ondulado. Estes sim são verdadeiros ganhos para a empresa, para o cliente
e para a natureza.
Fonte: REVISTA EMBALAGEM, 2010. (Adaptado).

3.2.3 EMBALAGENS RETORNÁVEIS

As embalagens retornáveis são aquelas que, após o uso, retornam ao forne-


cedor para serem reutilizadas. No caso desse tipo de embalagem, uma grande
questão que surge é como administrar o fluxo de retorno da embalagem. Assim
como qualquer material que faz parte da empresa, é necessária a realização do
seu controle do estoque.

SAIBA Veja mais sobre embalagens, fornecedores, legislação, meio


MAIS ambiente e reciclagem, no site do Guia da embalagem.
CONCEITOS BÁSICOS DE LOGÍSTICA
38

RECAPITULANDO

Neste capítulo, você estudou sobre as principais funções de uma embalagem


que são conter, proteger e comunicar o produto. Além do conceito, foram exami-
nadas as principais classificações das embalagens, de acordo com suas caracterís-
ticas e funcionalidades. Você aprendeu que uma embalagem pode ser diferencia-
da pela sua finalidade, movimentação e utilidade.
Você viu também, na seção casos e relatos, a importância da embalagem na
eficiência logística, podendo significar racionalidade e redução de custos. Apren-
demos que a embalagem retornável precisa ter um bom controle de estoque an-
tes e depois do seu uso. Por fim, aprendeu que tanto as embalagens retornáveis
como as embalagens não retornáveis podem ser reaproveitadas se houver um
trabalho eficiente de segregação.
3 EMBALAGENS
39

Anotações:
Armazenagem

Neste capítulo, você será convidado a conhecer um pouco mais a logística e suas técnicas
de armazenagem, rotinas e funções do profissional em almoxarife. Conhecerá também os es-
paços distintos para armazenar produtos e materiais, como: galpão, pátio, centro de distribui-
ção, assim como o fluxo de recebimentos de cargas e seus tratamentos. Abordaremos tanto
os equipamentos de movimentação e de armazenagem, como o recebimento, conferencia e
expedição de materiais, etapas fundamentais para a organização de materiais, nos almoxari-
fados.

O uso de equipamentos utilizados na movimentação de


FIQUE materiais deve atender aos padrões estabelecidos pela
ALERTA Norma Regulamentadora NR 11 – Transporte, Movimenta-
ção, Armazenagem e Manuseio de Materiais.

Podemos dizer que a atividade de armazenagem é responsável pela administração dos es-
paços necessários a fim de manter os materiais estocados em armazéns. Essa atividade é muito
importante, pois, por meio dela, são desenvolvidos diversos processos como localização, di-
mensionamentos de equipamentos de movimentação, pessoal especializado, movimentação
de cargas, montagens e desmontagens de embalagens, dentre outros.
Um sistema de gerenciamento de armazéns ou Warehouse management System (WMS),
como é chamado, é responsável pelo gerenciamento da operação no dia a dia de um almoxa-
rifado. Ele visa garantir a velocidade das informações e de armazenagem. No decorrer do curso,
você conhecerá mais funções atribuídas ao sistema WMS.
As atividades de armazenagem não se limitam ao recebimento, conservação, movimenta-
ção e expedição dos materiais, também estão inclusas as rotinas administrativas e contábeis.
CONCEITOS BÁSICOS DE LOGÍSTICA
42

SAIBA Para saber mais sobre a movimentação dos materiais em um


almoxarifado, consulte o livro Manual do Almoxarife de Vitó-
MAIS rio Donato, editora Ciência Moderna.

Assim, a armazenagem consiste em receber materiais de um fornecedor, es-


tocá-los, retirar e expedir, quando solicitados. O sucesso no processo de movi-
mentação dos materiais é resultado da união de diversos fatores que compõem
a rotina de armazenamento, na qual, não havendo planejamento, informação e
qualidade, não será possível atingir os objetivos de satisfação dos clientes.
As funções básicas da armazenagem são assim consideradas:
a) recebimento (descarga);
b) identificação e classificação;
c) conferência (qualitativa e quantitativa);
d) endereçamento;
e) acondicionamento;
f) embalagens;
g) expedição;
h) registro das Operações.
Dependendo das necessidades e particularidades de uma empresa, as funções
de armazenagem podem ser descentralizadas. Outras funções que não seriam
da armazenagem podem ser realizadas nas instalações dos armazéns, como por
exemplo, conservação de peças, preparação de conjuntos, montagens e embala-
gens.
Com a implantação de um sistema de gerenciamento de armazéns, temos a
garantia da qualidade e velocidade nas informações, racionalização e aprimora-
mento da armazenagem. Sua utilização está restrita as decisões totalmente ope-
racionais.
Trataremos a seguir das técnicas de movimentação de materiais na armazena-
gem e suas rotinas. Você terá acesso às sequências de armazenagens e verá como
são fundamentais na busca da eficiência dos processos logísticos.
4 ARMAZENAGEM
43

4.1 EQUIPAMENTOS DE MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM

Os equipamentos de movimentação e armazenagem são importantes no pro-


cesso logístico, pois são eles os responsáveis pela eficiência em um processo de
armazenagem.

Figura 9 -  Equipamento de movimentação de materiais


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2013.

Os principais equipamentos de movimentação de materiais são:


a) carro prancha;
b) empilhadeira;
c) transpaleteira.
Outros equipamentos utilizados para movimentar cargas são as estruturas de
elevação. As mais utilizadas em um armazém são:
a) pórticos fixos;
b) ponte rolante.
Vejamos abaixo, as estruturas de armazenagem que são o armazém, o pátio,
galpão e o centro de distribuição.

4.1.1 ARMAZÉM

É um espaço físico em que se colocam matérias-primas, produtos semi aca-


bados ou acabados à espera de transferência para o ciclo seguinte da cadeia de
produção, conforme vimos no capítulo 2. As estruturas de armazenagem agem
também como meios físicos para proteger as mercadorias durante a disponibili-
dade (oferta) e a necessidade (procura).
CONCEITOS BÁSICOS DE LOGÍSTICA
44

1 PICKING: Neste tipo de estrutura, a armazenagem das mercadorias segue as etapas ci-
tadas a seguir:
A atividade de picking
pode ser definida como a) recepção (seja ela matéria-prima, produtos semiacabados ou acabados);
a atividade responsável
pela coleta do mix
(combinação) correto b) arrumação;
de produtos, em suas
quantidades corretas da c) conservação;
área de armazenagem para
satisfazer as necessidades d) realização da função de picking1;
do consumidor.
e) expedição.
Muitas vezes, a parada de um produto em um almoxarifado é aproveitada para
incorporar valor a ela. Isto pode ser feito com a personalização do produto, acaba-
2 DUTOVIAS: mentos finais, embalagem e rotulagem, entre outras operações.

Instalação constituída por


tubos ligados entre si para o
transporte de produtos.

Figura 10 -  Exemplos de armazém 1


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2013.

Figura 11 -  Exemplos de armazém 2


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2013.
4 ARMAZENAGEM
45

4.1.2 PÁTIO

O pátio é uma área destinada ao armazenamento e movimentação de cargas a


céu aberto, podendo existir vias para circulação interna, que possibilitem a movi-
mentação de produtos, podendo ainda ter acesso por meio de ferrovias, correias
transportadoras, dutovias2.

Figura 12 -  Exemplos de pátio 1


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2013.

Figura 13 -  Exemplos de pátio 2


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2013.

4.1.3 GALPÃO

Galpão é uma das denominações para os espaços físicos, sob uma mesma
cobertura, utilizados para diversas finalidades. É um espaço destinado principal-
mente para o armazenamento de produtos que exalam vapores. A constituição
do galpão pode ser em estrutura metálica, de madeira, concreto, alvenaria e ou-
CONCEITOS BÁSICOS DE LOGÍSTICA
46

3 MEZANINO: tros materiais. Na cobertura, podem ser utilizados os mais diversos tipos de telhas
como de barro, fibro-cimento, aço, alumínio etc. Na construção de um galpão,
Plataforma, geralmente
desmontável, que permite devem ser observadas as necessidades requeridas para o produto que será arma-
o movimento de pessoas e/
ou equipamentos
zenado, como o tipo de estrutura, as suas dimensões, o seu pé direito (altura en-
tre o piso e a estrutura superior), qual o tipo de cobertura, o tipo de fechamento
lateral que pode ser em alvenaria, em placas pré-moldadas ou telha. A ventilação
é um fator muito importante a ser considerado no planejamento de um galpão.

4 FABRIS:
Os almoxarifados podem ter sistemas de armazenamen-
.Referente à fábrica,
indústria.
VOCÊ to tipo mezanino3 no intuíto de aumentar a área dispo-
SABIA? nível de armazenagem, podendo possuir várias unidades
como: escritórios, áreas de armazenagem, etc.

Atualmente, o uso de mezanino é bastante utilizado em projetos de armazéns


e almoxarifados principalmente para utilização da área administrativa como área
de armazenagem que pode ocupar até 100% da área do piso imediatamente in-
ferior. No caso de armazéns, muitas vezes, chamamos de armazéns de dois pisos
ou mezanino de 100%. Ambas denominações estão corretas, pois visam melhorar
o aproveitamento máximo da área.

Figura 14 -  Exemplos de galpão 1


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2013.
4 ARMAZENAGEM
47

Figura 15 -  Exemplos de galpão 2


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2013.

4.1.4 CENTRO DE DISTRIBUIÇÃO

Também conhecido como CD, o centro de distribuição é uma unidade de ar-


mazenagem construída com a finalidade de manter um pulmão de produtos pró-
ximo a outras unidades, filiais ou clientes.
A implementação de centros de distribuição na cadeia de abastecimento sur-
ge da necessidade de se obter uma resposta rápida em face da procura de lotes
de produtos cada vez menores e mais frequentes. Compartilha-se, assim, a redu-
ção de perdas de vendas das unidades cooperantes de uma cadeia e evitam-se
perdas de vendas. Outra vantagem se deve ao fato de se instalar um mecanismo
de ligação fábrica – cliente, permitindo o atendimento adequado a diversos pon-
tos de venda.

CASOS E RELATOS

Tigre investe em nova fábrica no sul de minas


O grupo Tigre, originário de Joinville (Santa Catarina), está investindo US$
15 milhões em novas unidades fabris4 no Brasil e no exterior. Neste primei-
ro semestre, inicia obras nos Estados Unidos, no Equador, em Minas Gerais
e em Pernambuco. A empresa anunciou ontem que vai construir uma nova
CONCEITOS BÁSICOS DE LOGÍSTICA
48

fábrica no sul de Minas Gerais, no município de Pouso Alegre. Os investi-


mentos são de R$ 27 milhões, com geração de mais de 300 empregos di-
retos. O presidente da companhia, F. Amaury Olsen, afirma que esse é um
importante passo nos planos de crescimento da Tigre, que acredita no bom
desempenho da construção civil nos próximos anos. A empresa pretende
ampliar a participação do mercado externo no faturamento da empresa,
por meio de novas unidades e com exportações, de 20% para 40% até 2010.
Para atender o mercado do nordeste do Brasil, investe no município de
Escada, em Pernambuco, há 60 quilômetros de Recife e próximo ao Com-
plexo Industrial e Portuário de Suape. No ano passado, a Tigre obteve fa-
turamento bruto de R$ 1,7 bilhão e, neste ano, pretende crescer 7% a 8%.
Olsen diz que, além do aquecimento da construção civil, a Tigre conta com
a contribuição dos investimentos gerados pelo Programa de Aceleração do
Crescimento (PAC), do governo federal. O lucro líquido da empresa aumen-
tou de R$ 80 milhões, em 2005, para R$ 90 milhões em 2006.
A nova empresa em Minas Gerais terá foco na produção de acessórios sa-
nitários (tampas para banheiros, lavatórios, duchas, registros em PVC e po-
liestireno), um segmento considerado pela Tigre como de grande potencial
de crescimento. “Pouso Alegre mostrou ser a melhor opção de localização
devido às suas condições de infraestrutura e logística”, diz o executivo da
Tigre.
Fonte: GAZETA MERCANTIL, 2007.

Figura 16 -  Central de distribuição


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2013.
4 ARMAZENAGEM
49

4.2 O LAYOUT DO ARMAZÉM

Se por um lado o layout se refere à arrumação física do ambiente, por outro,


a movimentação de materiais refere-se aos caminhos percorridos ao longo do
processo. A interligação entre eles está no fato de que quanto mais adequado às
necessidades da empresa for o layout, mais eficiente será a movimentação.
O layout depende muito do tipo do sistema produtivo aplicável à empresa, no
caso de uma fábrica, ou do tipo do sistema de manuseio em um armazém. É difícil
generalizar sua forma, pois o layout deve ser idealizado para atender requisitos
específicos. Independentemente da sua forma, ele deve compartilhar os mesmos
objetivos da movimentação de materiais, a saber:
a) facilitar o processo de manufatura:
–– agilizar o despacho do pedido ao cliente;
b) minimizar movimentação de materiais:
–– aumentar o controle;
–– reduzir custos;
–– reduzir avarias;
c) manter flexibilidade de arranjo:
–– flexibilidade nos métodos e equipamentos;
–– coordenação dos sistemas de movimentação;
–– planejamento de expansões;
d) manter alto desempenho dos processos:
–– velocidade constante de produção;
–– redução do tempo de ciclo e da quantidade de material em pro-
cesso;
e) otimizar o investimento no equipamento:
–– menor tempo improdutivo por máquina;
–– menor número de movimentações desnecessárias entre as ope-
rações;
f) fazer uso econômico da área:
–– melhor utilização da área;
–– utilizar movimentação do processo produtivo;
g) promover uso eficiente da força de trabalho:
–– reduzir a movimentação manual;
CONCEITOS BÁSICOS DE LOGÍSTICA
50

–– fazer uso eficiente de contentores;


h) promover segurança, conforto e o interesse do funcionário;
–– reduzir ao máximo a fadiga;
–– melhorar o conforto;
–– elevar a autoestima.
Dessa forma, é valida uma analise cuidadosa no planejamento do layout de
movimentação para que este contemple, de forma ágil e prática, uma possível
necessidade de futuras expansões do espaço destinado à armazenagem.

4.3 RECEBIMENTO, CONFERÊNCIA E EXPEDIÇÃO

O processo de recebimento de mercadorias é uma parte essencial da cadeia


logística. Esse processo inclui as etapas de planejamento da:
a) recepção dos veículos transportadores por ordem de chegada;
b) a notificação e conferência das embalagens recebidas;
c) a notificação e conferência da Nota Fiscal (NF) e conhecimento de frete;
d) os lançamentos da entrada das notas fiscais e dos quantitativos das
mercadorias pedidas.
A principal vantagem da utilização da função de recebimento é a de facilitar
o processo de registro de entrada dos documentos fiscais e das mercadorias no
sistema.
Já o processo de conferência de mercadorias visa garantir que o material que
foi solicitado e comprado é exatamente o que está sendo recebido. Na expedição
dos materiais, o almoxarife deve realizar o processo de separação e embalagem
para então encaminhar para a distribuição física.

Que tal se aprofundar neste conteúdo? Uma boa sugestão


SAIBA são os livros Sistemas e Técnicas de Movimentação e Arma-
zenagem de Materiais de Reinaldo A. Moura e Gestão Logís-
MAIS tica de Cadeias de Suprimentos dos autores Bowersox, Closs
e Cooper.
4 ARMAZENAGEM
51

RECAPITULANDO

Neste capítulo, focamos no entendimento dos equipamentos de armaze-


nagem e nas instalações de armazenagem. Você conheceu os métodos que
fazem parte das técnicas de armazenagem e movimentação de materiais
na logística. Ampliou seus conhecimentos nas especificidades geradas em
armazenar produtos, na importância da realização de recebimento, conhe-
ceu os métodos de controle de entrada e saída de produtos e, ainda, viu as
diferenças entre “galpão”, “pátio”, “CD” e “armazém”. No decorrer do curso,
você conhecerá mais profundamente como aplicar esses conhecimentos,
além de conhecer mais sobre WMS, ferramenta para gestão de armazéns.
O capítulo foi finalizado trazendo os conceitos recebimento, conferência
e expedição de materiais. Estes conhecimentos trarão ao almoxarife um
maior entendimento dos processos logísticos que contribuirão para a prá-
tica do profissional. A cada momento são abordados novos conhecimentos
e a evolução é contínua.
Transportes

Neste capítulo, objetivando conhecer melhor as técnicas de transporte de cargas, aborda-


remos questões relacionadas aos modais de transportes, movimentação e rastreamento de
cargas e frete. O transporte de cargas, parte integrante do processo logístico, possui papel de
grande importância para o resultado global da empresa. Seu nível de eficiência é responsável
pela manutenção e crescimento dos níveis de desempenho delas e, consequentemente, pelo
desenvolvimento do sistema econômico, como um todo.
O contínuo crescimento da população mundial tem elevado, consideravelmente, a necessi-
dade de produtos e serviços. Falando do Brasil, este movimento não é diferente, o que nos traz
como consequência a necessidade de ampliação em investimentos voltados à infraestrutura
de transporte.
Ainda analisando a realidade brasileira, dentre os diversos sistemas de transporte existen-
tes, destaca-se o sistema rodoviário, que utiliza estradas para locomoção. Desta forma, e le-
vando-se em consideração as grandes extensões territoriais brasileiras, é necessário, cada vez
mais, grande quantidade de veículos e estradas para atender a demanda do país. Esta situação
acaba por aumentar o custo do transporte e, consequentemente, o valor final dos produtos.

VOCÊ O Brasil, com seus 8.511.965 km², é o quinto maior país


do mundo em extensão territorial e o que possui o maior
SABIA? número de rodovias ativas do planeta.

A seguir será apresentado um breve histórico dos transportes, relatando seu surgimento.
CONCEITOS BÁSICOS DE LOGÍSTICA
54

1 SUBSISTÊNCIA: 5.1 HISTÓRICO DOS TRANSPORTES


Coisas necessárias para a No início da civilização humana, todo transporte era realizado com o uso da
manutenção da vida.
força física, o que tornava esta atividade limitada, em função da distância per-
corrida e do tempo utilizado. Através do sistema de arrasto, de alimentos ou
materiais de subsistências1, e depois com a invenção da roda, deu-se origem aos
primeiros transportes com tração2 animal, gerando uma maior agilidade nos des-
2 TRAÇÃO:
locamentos tanto de cargas, quanto de pessoas, surgindo assim, o primeiro mo-
Ação ou efeito de puxar. dal de transporte: o modal rodoviário.
No século XV, durante o processo de expansão europeia, cresce a necessidade
pela busca de novos mercados fornecedores de especiarias. Motivado por este
contexto, surgem as primeiras embarcações, dando origem ao modal aquaviário.
3 CONSIGNATÁRIOS: Já no início do século XVIII, com a invenção da máquina a vapor e, consequente-
mente, da locomotiva, surge o transporte ferroviário. Este modal revoluciona os
Negociante ao qual são
remetidas mercadorias para transportes terrestres, aumentando os volumes de cargas a serem transportadas.
venda ou depósito.
Além desses três modais apresentados, rodoviário, aquaviário e ferroviário, es-
tudaremos outras duas modalidades: modal aeroviário, cuja origem data de 1843,
e modal dutoviário, surgido no século I d.C (depois de Cristo). Podemos perceber
que existem cinco tipos básicos de modais de transporte, possuindo cada um de-
les suas características específicas, sendo mais ou menos adequados e vantajosos
a cada tipo de produto a ser transportado.

A norma que regulamenta o transporte, movimentação, ar-


SAIBA mazenagem e manuseio de materiais é a Norma Regulamen-
tadora NR 11 - Transporte, movimentação, armazenagem
MAIS e manuseio de materiais, que está à disposição no site do
ministério dos transportes.

5.2 MODAIS: RODOVIÁRIO, AÉREO, FERROVIÁRIO, MARÍTIMO, FLUVIAL


E DUTOVIÁRIO

Os modais existentes serão abordados de forma individualizada para que pos-


samos conhecer as características de cada um.
5 TRANSPORTES
55

5.2.1 MODAL RODOVIÁRIO

O modal rodoviário é caracterizado pela utilização de vias terrestres para des-


locamento de veículos automotores como: ônibus, motocicletas, caminhões, car-
retas e outros diversos tipos de utilitários.
O transporte rodoviário na América do Sul é regido pelo Convênio sobre
Transporte Internacional Terrestre – firmado entre Brasil, Argentina, Bolívia, Chile,
Paraguai, Uruguai e Peru em Santiago do Chile, 1989. Esse convênio regulamenta
os direitos e obrigações no tráfego regular de caminhões em viagens entre os
países consignatários3. No Brasil, algumas rodovias ainda apresentam estado de
conservação ruim, o que aumenta os custos com manutenção dos veículos. Além
disso, a frota é antiga e sujeita a roubo de cargas.
a) Vantagens deste modal:
–– adequado para curtas e médias distâncias;
–– simplicidade no atendimento das demandas e agilidade no aces-
so às cargas;
–– menor manuseio da carga e exigência de embalagem;
–– atua de forma complementar aos outros modais possibilitando a
intermodalidade e a multimodal idade;
–– permite as vendas do tipo entrega porta a porta, trazendo maior
comodidade para exportador e importador.
b) Desvantagens:
–– fretes mais altos em alguns casos;
–– menor capacidade de carga (por unidade transportada) entre to-
dos os outros modais;
–– menos competitivo para longas distâncias;
–– alta exposição a furtos.

5.2.2 MODAL AEROVIÁRIO

O modal aeroviário é o meio de transporte mais usado para cargas que pos-
suem características específicas. Dentre as principais características de cargas a
serem transportadas por este modal, podemos destacar três: aquelas que pos-
suem elevado valor agregado, as que apresentam pequenos volumes e aquelas
que necessitam chegar aos seus destinos com o menor tempo possível.
Como exemplo de cargas normalmente transportadas por este modal, pode-
se citar: peças de reposição para máquinas e equipamentos, cargas sensíveis,
CONCEITOS BÁSICOS DE LOGÍSTICA
56

4 MALHA FERROVIÁRIA: animais, pessoas, bagagens, remessas de amostra, dentre outras. Como pontos
negativos deste modal, podemos apresentar não só seu elevado custo de
Conjunto de linhas de trens.
implantação de aeroportos e aquisição de equipamentos e aeronaves, como
também a necessidade de profissionais com elevado grau de qualificação.

5.2.3 MODAL FERROVIÁRIO

Para que o modal ferroviário atenda, em sua plenitude, aos seus objetivos bá-
sicos, faz-se necessário o atendimento de dois quesitos básicos: possuir infraes-
trutura ferroviária adequada às necessidades e que esteja em condições mínimas
de uso. Da mesma forma que acontece com os outros modais, este possui carac-
terísticas próprias. São elas:
a) exige grandes volumes de recursos financeiros para sua implantação;
b) necessita de um processo de manutenção sistemática e contínua;
c) é capaz de atender a regiões muito remotas e a grandes distâncias;
d) possibilita transportar grandes volumes;
e) seu custo operacional médio pode ser considerado alto.
Em função dos seus elevados custos de implantação, também decorrente das
grandes extensões territoriais brasileiras, a saída encontrada foi à adoção de um
processo de privatização, que poderá ser capaz de ampliar consideravelmente a
atual malha4.

5.2.4 MODAL AQUAVIÁRIO

O modal aquaviário é caracterizado pelo uso de água como parte integran-


te do mecanismo de transporte. Pode ser executado em três ambientes distin-
tos, complementares ou não. Eles podem ser complementares, quando parte do
transporte ocorre em mares e parte em rios. São eles: Marítimo e Fluvial.
a) Marítimo: o transporte marítimo é o mais utilizado nas atividade relativas ao
comérciointernacional, podendo ser realizado também para transações na
costa que envolvam regiões diferentes de uma mesma nação. Como carac-
terísticas básicas, podemos destacar:
–– atendimento a grandes distâncias entre o exportador ou vende-
dor e o importador ou comprador;
–– custo médio baixo e tempo médio de entrega alto, se comparado
ao transporte aéreo;
–– capaz de atender a grandes volumes;
5 TRANSPORTES
57

–– supre barreiras geradas pela não possibilidade de atendimento


via transporte rodoviário ou ferroviário, decorrente da inexistên-
cia de fronteiras terrestres entre os mercados produtor e consu-
midor.
Este transporte deve ser realizado por embarcações devidamente qualificadas
e que atendam a todas as legislações nacionais e internacionais vigentes para
esta atividade.
b) Fluvial: o Transporte fluvial se caracteriza pela navegação em rios, também
pode acontecer entre países ou entre regiões de uma mesma nação. De
modo geral, possui as mesmas características apresentadas pelo transporte
marítimo, sendo divergente nas seguintes questões:
–– apresenta um custo médio inferior ao marítimo, pois não necessi-
ta ser realizado por embarcações de grande porte e que possuam
tecnológias avançadas;
–– seu tempo médio pode, em alguns casos, ser maior, sobretudo
em função dos níveis dos rios, o que pode dificultar a navegação;
–– podem atender a pequenos e médios volumes, em um único
transporte, diferente do transporte marítimo que, para atender a
este universo, necessita compor a carga com produtos de diferen-
te origens, formas, volumes e até destinos, objetivando manter os
parâmetros de custo desejáveis que tornam esta modalidade de
transporte competitiva diante das outras existentes.
No que se refere à realidade brasileira, este modal possui um papel de gran-
de importância econômica, aproximando regiões mais desenvolvidas, de outras
onde o sistema de transporte ainda apresenta grandes limitações. É o que pode-
mos verificar na região norte do país.

VOCÊ A malha ferroviária4 brasileira possui aproximadamente


SABIA? 29.000 km em sua extensão.
CONCEITOS BÁSICOS DE LOGÍSTICA
58

5 PALETE: 5.2.5 MODAL DUTOVIÁRIO


São plataformas para apoio Este modal consiste no transporte através de dutos de transmissão, sendo ca-
e acondicionamento de
cargas com dimensões paz de transportar materiais tanto de natureza sólida, como de líquida e gasosa.
padronizadas e dispositivos
para encaixe de “garfos” Este modal pode ser definido em três modelos, são eles: Oleodutos, Minerodutos
da empilhadeira para e Gasodutos.
movimentação e
deslocamento da carga. a) Oleodutos: os oleodutos, como o próprio nome já diz, são usados para
transporte de produtos normalmente líquidos e oleosos, sobretudo à
base de petróleo. Dentre estes produtos, podemos citar: petróleo, óleo
combustível, gasolina, diesel, álcool, querosene, nafta e outros.
6 POLIETILENO:
b) Minerodutos: os minerodutos são caracterizados por transportar pro-
Substância obtida pela
polimerização do etileno,
dutos de base mineral. Como exemplo, podemos destacar o sal-gema,
termoplástica, translúcida, minério de ferro e concentrado fosfático.
flexível, com importantes e
variadas aplicações. c) Gasodutos: os gasodutos, por sua vez, são usados para transporte de
material de base gasosa. Como exemplo, temos o gás natural.

O Gasoduto Bolívia-Brasil é responsável por interligar a Bo-


FIQUE lívia e o Brasil. Possui 3.150 km de extensão, sendo 557 km
ALERTA dentro da Bolívia e 2.593 km em solo brasileiro. Seu custo
total de implantação foi de dois bilhões de dólares.

Assim, nos modais de transporte são utilizados os meios necessários para mo-
vimentar pessoas e mercadorias.

5.3 UNITIZAÇÃO DAS CARGAS

A unitização das cargas é uma técnica que consiste no acondicionamento e


arrumação de diversas mercadorias em um só volume, tornando a carga padroni-
zada. Seu objetivo principal é facilitar a movimentação destas mercadorias com a
redução do trabalho manual e ampliação dos meios mecânicos. Segundo Moura
(1951, p.146), “A unitização de cargas consiste na combinação de uma quantida-
de de materiais acondicionados em uma única unidade maior, com o objetivo de
se efetuar a movimentação total, desta plataforma de embarque, do expedidor
até a de recebimento”.
5 TRANSPORTES
59

5.3.1 FORMAS DE UNITIZAÇÃO

Existem várias formas de unitização de carga, dentre elas:


a) paletização;
b) blocagem;
c) pré-lingagem;
d) autounitização;
e) enfardamento.
Dentre todas as formas de unitização existentes, a mais utilizada é a paleti-
zação. Neste sentido, iremos aprofundá-la, deixando as outras para serem mais
exploradas ao longo do curso.
Paletização
A paletização é bastante utilizada em fábricas e armazéns, onde a movimenta-
ção e o acondicionamento de cargas ocorrem de forma bastante dinâmica. Para
tanto, são utilizadas estruturas denominadas paletes5.
Os paletes, estruturas físicas que podem ser confeccionadas em madeira, cha-
pa de aço, fibra ou de polietileno6, são utilizados conforme sua necessidade de
acondicionamento e o modal utilizado.
Por exemplo: para a aviação, são adotados paletes leves, normalmente con-
feccionados em alumínio; por outro lado, para a indústria metal-mecânica, onde
existe a demanda por materiais mais robustos (reforçados) e resistentes, são utili-
zados paletes do tipo aço. Nos armazéns, os paletes ficam acondicionados e arru-
mados em plataforma denominada porta-paletes.

Figura 17 -  Palete de madeira


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2013.
CONCEITOS BÁSICOS DE LOGÍSTICA
60

Figura 18 -  Palete de polietileno


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2013.

5.4 MEIOS DE TRANSPORTE: ADEQUAÇÃO À NECESSIDADE

Um único modal ou todos os modais podem ser utilizados em uma única trans-
ferência de materiais, o que irá determinar o uso será a necessidade. Esta utiliza-
ção recebe as seguintes denominações: monomodal, multimodal e intermodal.

5.4.1 MONOMODAL OU UNIMODAL

Classificamos o transporte como monomodal ou unimodal quando a carga é


transportada diretamente, utilizando um único veículo, em uma única modalida-
de e com apenas um contrato de transporte. É a forma mais simples de transpor-
tar e distribuir carga.

5.4.2 MULTIMODALIDADE

O transporte multimodal é a articulação entre vários modais de transporte,


executado pelo mesmo fornecedor e em um único contrato. Sua adoção nor-
malmente decorre da necessidade de atendimento às necessidades do cliente,
em menor tempo possível, caracterizando-se como a forma mais rápida e eficaz
para operações de transporte. Podem ser utilizados vários tipos de veículos: ca-
minhões, navios, aviões ou qualquer outro modal que atenda tais necessidades.
5 TRANSPORTES
61

5.4.3 INTERMODALIDADE

Esta modalidade é caracterizada por operações logísticas que utilizam diver-


sos modais de transportes, sendo todos os serviços contratados separadamente
a diferentes fornecedores de serviços que terão a seu cargo o transporte da carga
da origem até o destino.

Para reforçar seu entendimento sobre Meios de Transporte


SAIBA e adequação à necessidade, Bruno Paoleschi, em seu livro
MAIS “Logística Industrial Integrada” 2008 pág. 174, apresenta de-
finições que podem auxiliá-lo.

5.5 RASTREAMENTO

A evolução da internet aliada a novas formas de tecnologia de informação tem


incrementado as operações logísticas, sobretudo no que se refere a planejamen-
to e controle. Essa crescente evolução dos sistemas de rastreamento e monitora-
mento tem sido impulsionada pelo aumento no nível de exigência dos clientes.
Para atender a todo este movimento, as empresas especializadas em operações
logísticas têm ampliado sistematicamente seus recursos no desenvolvimento,
aprimoramento e uso destas novas tecnologias, fidelizando assim seus atuais
clientes e buscando atender a novas oportunidades de parceria.
Dentre as diversas modalidades de sistemas de rastreamento de cargas, ire-
mos apresentar as mais adotadas. São elas, o Sistema de Rastreamento (GPS) e o
monitoramento de cargas por escolta física.

5.5.1 GPS: GLOBAL POSITIONING SYSTEM (SISTEMA DE


POSICIONAMENTO GLOBAL)

O rastreamento de cargas, a cada dia que passa, torna a acessibilidade do


cliente perante o fornecedor mais interativa, permitindo localizar em tempo real a
posição da frota nos serviços de entrega de produtos. Permite também ao forne-
cedor monitorar as rotas, as paradas e as ocorrências durante o percurso na rota
planejada, fornecendo dados importantes ao seu cliente na previsão de entrega
CONCEITOS BÁSICOS DE LOGÍSTICA
62

7 MIX DE PRODUTO: de mercadoria. Os operadores logísticos operam com o desafio constante de de-
senvolver novas estratégias para satisfazer o cliente, mantendo os valores de seus
É uma linha de produtos com
que o cliente comercializa serviços competitivos em relação a seus concorrentes, e dentro da realidade de
e suas divisões. O mix é
composto por famílias ou
mercado, mantendo positiva, para seus clientes, a relação custo x benefício.
subfamílias de produtos
que procuram responder O sistema de posicionamento global, conhecido por GPS, é um sistema de na-
a uma necessidade global vegação por satélite, conectado a um receptor móvel instalado em um veículo.
e idêntica de vários
consumidores. A introdução Este processo de troca de dados permite identificar um grande contingente de
de um novo produto no mix informações, inerente a este veículo, sendo capaz de informar a uma determina-
pode exigir a retirada de
outro. da base a localização do veículo, sua velocidade, seu consumo de combustível e
até mesmo se houve abertura de qualquer porta ou compartimento do veículo.
Além deste elenco de informações, tal sistema também é capaz de, em caso de
roubo de veículo, travar todo sistema de alimentação do motor, fazendo com que
o veículo não seja capaz de funcionar.

5.5.2 MONITARAMENTO DE CARGA POR ESCOLTA FÍSICA

Devido a problemas de desvios de cargas e roubos, foi implementado o servi-


ço de monitoramento de carga por escolta física. Este serviço pode ser dividido
em escolta física e escolta física armada. A escolta física é utilizada quando a carga
deve ser acompanhada por uma equipe especializada, por exemplo, no transpor-
te de carga quimica, carga explosiva, carga de material radioativo etc. Já no caso
de escolta física armada, a utilização se dá quando está sendo transportada carga
de valor.

5.6 LOGÍSTICA INBOUND E OUTBOUND

O grande desafio da logística é fazer com que suas operações sejam executa-
das com a máxima eficiência possível, tanto no que se refere a custo, quanto no
atendimento às expectativas dos clientes, com destaque especial ao cumprimen-
to dos prazos. As operações tanto podem acontecer inbound como outbound.
a) operações logísticas Inbound - é a parte da logística que corresponde
ao conjunto de operações associadas ao fluxo de materiais e informa-
ções, desde a fonte de matérias-primas até sua entrada para produção.
b) operações logística Outbound – é o processo logístico que correspon-
de ao conjunto de operações associadas ao fluxo de materiais e informa-
ções, desde a produção até o consumidor final.
5 TRANSPORTES
63

A forte evolução apresentada na logística e em seus processos é consequên-


cia da conjunção de diversos fatores, dentre os quais podemos destacar o cresci-
mento no consumo, quer seja em função do aumento do poder aquisitivo, quer
seja pelo aumento no mix de produtos7 ofertados com lançamento de novos mo-
delos, cores e embalagens.
Você conhecerá, a seguir, a importância das atividades de picking na logística,
fundamental ao bom desempenho da atividade logística.

5.7 SISTEMAS DE PICKING

A atividade de picking pode ser definida como a atividade responsável pela


coleta dos produtos, relativos a um pedido. Essa atividade de coleta do pedido é
conhecida como order picking, ou simplesmente picking, como passaremos a nos
referir daqui em diante.
Existe um número grande de sistemas desenvolvidos para a atividade de pi-
cking e a sua escolha deve considerar as características específicas da operação,
tais como:
a) variedade de itens;
b) tamanho das unidades de separação;
c) velocidade de operação;
d) características dos produtos manuseados (como peso, forma e grau de
fragilidade);
e) eliminar erro de separação;
f) orçamento disponível.
Toda atividade de transporte de produtos deve ser regida por contrato entre
as partes envolvidas. No contrato, entre as suas diversas cláusulas, uma especifi-
camente tem importância fundamental, uma vez que se refere ao pagamento do
serviço que foi ou será executado. Este pagamento é denominado frete. A seguir,
você conhecerá as modalidades para pagamento de fretes.

5.8 FRETE

Frete é um termo utilizado para definir o custo de transporte de produtos. É


quanto uma empresa de logística ou transportadora deverá ser remunerada para
executar determinado serviço de transporte de mercadoria entre a origem e o
destino. Normalmente, o valor cobrado é calculado, levando-se em consideração
CONCEITOS BÁSICOS DE LOGÍSTICA
64

8 COST INSURANCE AND a distância percorrida, porém outros fatores também exercem forte influência so-
FREGHT:
bre o valor, são eles:
Tradução em português: a) peso;
custo, seguro e frete.
b) volume;
c) valor da carga;

9 FREE ON BOARD:
d) condições de transporte, dentre outros.
Numa operação de transporte de carga, dependendo do tipo de modal esco-
Tradução em português:
livre a bordo. lhido e do caminho a ser percorrido, a operação pode atender a clientes distintos,
podendo gerar otimização no tempo, redução de desgaste no modal e diminui-
ção nos custos. Existem duas modalidades básicas de pagamentos de fretes que
você conhecerá a seguir, são elas: CIF e FOB.

5.8.1 FRETE CIF – COST INSURANCE AND FREGHT8

Nesta modalidade, o custo pelo pagamento do frete é de inteira responsabili-


dade do fornecedor sem qualquer custo adicional para o cliente.

5.8.2 FRETE FOB – FREE ON BOARD9

Ao contrário do que ocorre com o frete CIF, nesta modalidade, o custo pelo pa-
gamento do frete é de inteira responsabilidade do cliente, ficando o fornecedor
isento de qualquer custo adicional.
Apesar das duas definições acima, pode existir também uma terceira possibi-
lidade na responsabilidade pelo pagamento do frete. Ela é realizada em acordos
preestabelecidos, onde o frete é dividido entre as partes envolvidas (fornecedor e
cliente). O percentual e a forma de divisão diferem de caso a caso.
A evolução nas mais diversas formas e modalidades para se transportar produ-
tos e ou serviços, ampliou o segmento de transportes, transpondo cada vez mais
e maiores fronteiras.

5.9 LOGÍSTICA VERDE E REVERSA

Logística Verde, também chamada de Ecologística, é a parte da logística que


estuda os aspectos e impactos causados pela atividade logística. Por se tratar de
uma ciência em desenvolvimento ainda existe uma grande confusão conceitual a
respeito do seu conceito.
5 TRANSPORTES
65

Algumas pessoas confundem Logística Verde com Logística Reversa. A Logísti-


ca Reversa é a parte da Logística que trata do retorno de materiais e embalagens
ao processo produtivo. Quando acontece este retorno dos materiais, a cadeia
produtiva traz um ganho ambiental que pode ser vista como uma atividade Eco-
logística, pois tem como finalidade o Desenvolvimento Sustentável.
O movimento da Logística Verde surgiu no final do século XX e início do século
XXI, onde vários fatores devem ser evidenciados como os que deram início a este
movimento:
a) a crescente poluição ambiental decorrente da emissão dos gases ge-
rados pela combustão incompleta dos combustíveis fósseis durante os
diversos sistemas de transporte;
b) a crescente contaminação dos recursos naturais como consequência
de cargas desprotegidas, tais como: caminhões com produtos químicos
que se acidentam e contaminam rios, navios petroleiros que contami-
nam os oceanos;
c) no que diz respeito à movimentação e armazenagem, destacou-se o
fator de extrema importância que forma os impactos causados por va-
zamento dos diversos produtos contidos através do rompimento dos
diques de contenção utilizados pela armazenagem de resíduos da ativi-
dade produtiva (mineração e celulose);

CASOS E RELATOS

Movimentação da laranja nos EUA


Os estados americanos da Flórida e da Califórnia produzem laranjas. Suponha
que as laranjas da Flórida podem ser produzidas a $ 1,60 a dúzia e as da Califórnia
por $ 1,90 a dúzia. Os custos de transportes são de $ 0,50 a dúzia para colocar
laranjas da Flórida no mercado californiano. Como as frutas da Flórida deveriam
ter preço de pelo menos $ 2,10, acima do preço da laranja local, pode-se esperar
apenas competição muito limitada das laranjas da Flórida na Califórnia.
Por outro lado, se os custos de transporte puderem ser reduzidos para $ 0,30
a dúzia, as laranjas da Flórida poderiam ser colocadas na Califórnia a custo seme-
lhante ao do produto local. A competição seria incentivada, e haveria desenvol-
vimento da produtividade, fator fundamental para o desenvolvimento logístico
nas mais diversificadas regiões.
CONCEITOS BÁSICOS DE LOGÍSTICA
66

Este caso mostra a influência dos transportes nos custos dos produtos comer-
cializados.
Fonte: BALLOU, 2007.

RECAPITULANDO

Estudamos, neste capítulo, as técnicas de transportes de cargas, os diversos


modais e suas características, apresentamos as modalidades de transportes
rodoviário, aéreo, aquaviário, ferroviário e dutorviário, estudamos as vanta-
gens e desvantagens entre os modais, abordamos ainda o significado do
frete perante a logística.
Conhecemos ainda as definições das operações logísticas, assim como as
diversas formas de transportes quanto ao planejamento em unimodal,
multimodal e intermodal. Conhecemos os significados e o propósito da
logística in bound e out bound. Ficamos cientes da importância quanto ao
rastreamento e monitoração de cargas. Esses conhecimentos ajudarão o
profissional com qualificação em Almoxarife a atuar de forma mais técnica.
5 TRANSPORTES
67

Anotações:
Operador logístico

Agora que você conheceu os conceitos básicos da logística, abordaremos uma importante
entidade da logística, o “Operador Logístico”. Assim, você será capaz de identificar os proces-
sos da operação logística de forma completa.
CONCEITOS BÁSICOS DE LOGÍSTICA
70

6.1 OPERADOR LOGÍSTICO - DEFINIÇÃO

Cada vez mais, as empresas têm focado sua atenção nas atividades que pos-
suem competência, terceirizando aquelas que não possuem domínio. Como
exemplo disso, podemos citar os “Operadores Logísticos” que atuam como em-
presas especializadas em executar todo processo logístico, tornando a terceiriza-
ção um ato contínuo, o que gera uma oportunidade imensa neste campo.
O operador logístico é uma figura jurídica, fornecedor de serviços, podendo
ser especializado em todas as atividades logísticas ou partes delas, Podendo pres-
tar serviços em todas as áreas como, por exemplo, controle de estoques, armaze-
nagem, transporte e gestão de transportes. O operador logístico que atua com
transporte opera com os diversos modais, conforme visto no capítulo 5.

Figura 19 -  Exemplos de operadores logísticos


Fonte: SENAI, 2013.

6.2 PROCESSOS DA OPERAÇÃO LOGÍSTICA

Nos processos logísticos de administração almoxarifados, o operador logístico


pode atuar em todas as atividades ou em algumas delas. As principais ativida-
des relativas à administração de almoxarifados são: o recebimento de materiais,
a conferência, inspeção, atualizar níveis de estoque, fornecer equipamentos de
movimentação, realizar a movimentação interna, etc. Vamos conhecer um pouco
dessas atividades a seguir.
6 OPERADOR LOGÍSTICO
71

6.2.1 ATIVIDADES DE RECEBIMENTO

Esta etapa inclui a conferência da documentação, o desembarque físico de


materiais, inspeção da carga, a atualização dos níveis de estoque e conferência
dos pedidos. O início da etapa do recebimento é marcado pela conferência da
documentação.
Iª Etapa: Conferência da documentação
A documentação fiscal consiste basicamente da nota fiscal e do conhecimen-
to de transporte. Este último é um documento fiscal que acompanha a carga
transportada. Contém informações como o remetente, destinatário, consignatá-
rio (terceiro autorizado para receber a carga) se houver, mercadoria transportada
e composição do valor do frete.

Figura 20 -  Conferência da documentação


Fonte: SENAI, 2013.

IIª Etapa: Desembarque físico dos materiais


O próximo procedimento é o desembarque físico dos materiais. Esta atividade
normalmente é realizada com o auxilio de equipamentos. Em geral, o descarre-
gamento de veículos é uma atividade que demanda tempo. Portanto, quando as
cargas estão unitizadas, o descarregamento torna-se mais ágil.
CONCEITOS BÁSICOS DE LOGÍSTICA
72

1 MATERIAIS DE CONSUMO: IIIª Etapa: Inspeção da carga

Todo material que não Após a conferência da documentação (e muitas vezes durante o descarrega-
faz parte do negócio mento), o almoxarife que assume o recebimento deve realizar a inspeção da car-
da empresa não será
comercializado, mas ga. Nesta inspeção, também é verificado se os produtos não sofreram avarias. Se
é utilizado por ela. Ex:
material de escritório, for necessário passar por outra inspeção, as mercadorias são enviadas para a área
limpeza, manutenção, etc. competente.
IVª Etapa: Atualização dos níveis de estoque
Em algumas empresas, é a área de Controle de Qualidade que verifica as es-
pecificações do produto. Se as mercadorias estiverem danificadas, devem ficar
2 CONSOLIDAÇÃO: retidas para providências futuras. Se, por fim, estiverem em conformidade tanto
Combinação de materiais em quantidade como em integridade (sem avarias), os níveis de estoque são atu-
de diferentes fontes em um alizados.
grande carregamento para
um destino específico e/ou
para determinado cliente Vª Etapa: Conferência
(BOWERSOX, 2002, p. 316).
Os materiais recebidos podem ser matérias-primas, insumos, embalagens ou
produtos semiacabados e produtos acabados, o qual necessitam da conferência
física e documental. A empresa também poderá receber peças, equipamentos ou
materiais de consumo1.

6.2.2 MANUSEIO INTERNO

O manuseio de materiais se refere a toda e qualquer movimentação realizada


dentro de um armazém ou fábrica. As funções principais do manuseio são a trans-
ferência de materiais e a seleção de pedidos.
A transferência de materiais envolve o movimento físico de produtos para a
armazenagem, consolidação2 e embarque. Já a seleção de pedidos envolve mo-
vimentos como o reagrupamento de produtos dentro da combinação desejada
pelo cliente.
6 OPERADOR LOGÍSTICO
73

Figura 21 -  Manuseio interno


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2013.

Que por razões práticas, utiliza-se o termo Manuseio


VOCÊ de Materiais unicamente para os processos por via seca
(terrestre)? As tecnologias para os processos de movi-
SABIA? mentação por vias aquáticas são denominadas Manu-
seio de Polpa.

A escolha de um sistema de manuseio de materiais é uma das primeiras con-


siderações no processo de planejamento de armazéns e centros de distribuição.
Podemos classificar as técnicas de manuseio de acordo com os tipos de roteiro,
produtos, embalagens e equipamentos. Abordaremos, a seguir, o manuseio de
acordo com os tipos de produto e equipamentos.
CONCEITOS BÁSICOS DE LOGÍSTICA
74

3 EMBALAGEM
SECUNDÁRIA:
CASOS E RELATOS
É a embalagem destinada
a conter a embalagem
primária ou as embalagens
primárias.
Mudança no fluxo produtivo provoca redução de custos
Uma empresa brasileira fabrica peças de carro para exportação. No caso de
uma dessas peças, cada ciclo (recebimento-expedição) custava R$46,36. Se
em um dia, uma média de 31 peças eram despachadas, o gasto diário com
esta movimentação era então de R$1437,16. Ao ser analisado o fluxo dessa
peça, desde o processo de fabricação até a expedição, foi verificado que
a peça percorria 1.800m, sendo 1,100m apenas entre o departamento de
produção e o departamento de embalagem. Notou-se que a distância total
poderia ser reduzida para apenas 700m se a atividade de embalagem fosse
transferida para o próprio departamento de produção. Com isso, foram re-
gistrados os seguintes resultados positivos:
a)eliminação do desperdício de movimentação de materiais e de pes-
soas;
b)menor tempo de resposta ao mercado externo;
c)qualidade do produto (redução de danos por manuseio);
d)eliminação da área de armazenamento temporário no departamento
de embalagem;
e)redução de gastos com combustível e de manutenções com as empi-
lhadeiras.
Este relato nos mostra como a melhoria no fluxo logístico pode ser feita
através de ajustes dentro da própria empresa, como por exemplo, no ro-
teiro da movimentação de materiais. No caso desta empresa, a melhoria
resultou numa redução de custo mensal de R$ 37.998,62 e anual de R$
455.983,44.
Fonte: REVISTA INGEPRO, 2009 (Adaptado).
6 OPERADOR LOGÍSTICO
75

6.3 TIPOS DE PRODUTOS

A movimentação de materiais toma formas diferentes quando se trata de car-


ga geral (solta ou unitizada) e carga granel, que, diferentemente da carga geral, é
aquela que não utiliza embalagens secundárias3.

GERAL GRANEL

- Pode ser medida, porém não é contada


- Recebe embalagem secundária; individualmente;
Característica - pode ser unitizada; - pode ser acondicionada, mas não em
- pode ser contada. embalagens secundárias1;
- não possui marca de identificação.

- Carga solta: embrulhos, fardos, pacotes, - Líquida: gasolina;


sacas, caixas, tambores; - sólida: minério de ferro, grãos;
Tipos
- carga unitizada: em paletes ou - gasosa: gás liquefeito de petróleo (GLP);
contêineres. - em pellets2: ração animal.

Equipamentos e materiais auxiliares

- dutos;
- Equipamentos manuais a automatizados;
Manuseio - esteiras;
- em geral com participação humana.
- silos;
- big bags;
- pouca participação humana.

Quadro 1 - Quadro comparativo entre carga solta e carga granel


Fonte: SENAI, 2012.

Assim, sejam os granéis sólidos, líquidos, em pellets ou gasosos, a estrutura de


movimentação exige equipamentos e materiais auxiliares específicos, como du-
tos e esteiras. Para a carga solta, especialmente se estiver unitizada, o manuseio é
facilitado por inúmeros equipamentos manuais e automatizados, disponíveis no
mercado. Veremos estes equipamentos no próximo tópico.

67,8% dos trabalhadores (que manuseiam cargas pesadas


FIQUE manualmente) avaliados em certa pesquisa apresentaram
problemas crônicos, com deformações da coluna. 71,4%
ALERTA destes apresentaram problemas agudos, com dores ou
desconfortos na região lombar. (MERINO, 1996).
CONCEITOS BÁSICOS DE LOGÍSTICA
76

4 ASPECTOS 6.4 TIPOS DE EQUIPAMENTOS DE MOVIMENTAÇÃO


ERGONÔMICOS:

Aspectos referentes ao
É possível classificar os equipamentos que são utilizados na movimentação em
homem e o trabalho, quatro tipos básicos: veículos industriais, equipamentos para elevação e transfe-
que visa adaptar
as características rência, transportadores contínuos e embalagens. Vejamos, a seguir, as definições
psicofisiológicas dos e os exemplos de cada tipo:
trabalhadores e à natureza
do trabalho a executar. a) veículos industriais: são equipamentos, motorizados ou não, que movi-
mentam cargas em caminhos variados. É necessário que o piso e o espa-
ço sejam apropriados. Manobrar e transportar são as principais funções
dos veículos industriais. Ex.: carrinho de mão, carrinhos portapalete, em-
pilhadeiras;

Figura 22 -  Veículos industriais


Fonte: SENAI, 2013.

b) equipamentos para elevação e transferência: são equipamentos aéreos


ou elevados destinados a elevar e transferir cargas variadas para qual-
quer ponto dentro de uma área limitada pelos trilhos de apoio e guias.
Sua função básica é transferir em curtas distâncias materiais pesados,
volumosos ou disformes. Ex: pontes rolantes, guindastes e elevadores;
c) transportadores contínuos: são equipamentos mecânicos ou por gravi-
dade que transportam continuamente cargas uniformes de um ponto a
outro em uma trajetória fixa. Transportar é a principal função dos trans-
portadores contínuos. Ex.: rampas, transportadores de rolos, transporta-
dores de correia, aéreos e pneumáticos;
d) embalagens, recipientes e unitizadores: são dispositivos de uso repetiti-
vo destinados a conter e proteger o material no ciclo de movimentação
e armazenagem. Podem ter características compatíveis com granéis ou
com cargas unitárias. Variam também de acordo com o tipo de movi-
6 OPERADOR LOGÍSTICO
77

mentação a ser realizada (manual ou mecânica). Ex.: caixas, contentores,


paletes e berços.

6.4.1 SEGURANÇA NA MOVIMENTAÇÃO DE MATERIAIS

Em geral, a segurança em um armazém depende de três fatores: a organização


do espaço, a utilização dos equipamentos e o treinamento dos funcionários. A
seguir, conheça algumas orientações úteis sobre cada um destes aspectos.
a) Organização do espaço:
–– ruas e corredores largos;
–– sistemas de mão única;
–– sinais claros de direção e localização;
–– eliminação de curvas acentuadas;
–– iluminação adequada;
–– sistema de combate ao fogo;
–– separação do tráfego para pedestres e para os veículos;
b) utilização dos equipamentos:
–– identificação da necessidade de equipamentos auxiliares;
–– escolha de equipamentos corretos;
–– manutenção preventiva;
–– evitar manobras arriscadas (virar o veículo carregado rapida-
mente e/ou acelerando);
c) treinamento dos funcionários:
–– levantamento manual de cargas considerando aspectos ergo-
nômicos4;
–– supervisão das áreas de plataforma;
–– ter interesse positivo nas atitudes do colega e tentar resolver
quaisquer conflitos;
–– treinamento específico para cada equipamento ou veículo;
–– treinamento para primeiros socorros.
CONCEITOS BÁSICOS DE LOGÍSTICA
78

Figura 23 -  Treinamento dos funcionários


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2013.

SAIBA A fonte de energia para os equipamentos de movimentação


pode ser humana, elétrica, hidráulica ou combustão interna,
MAIS com adoção de gasolina, diesel ou gás liquefeito (GLP).

6.5 EXPEDIÇÃO

A expedição é composta das atividades de verificação e carregamento das


mercadorias nos veículos. Sempre que qualquer mercadoria troca de dono, é re-
alizada a conferência. Sendo assim, a conferência também ocorre na expedição.
É então realizada a contagem de peças, verificação de marcas e demais especifi-
cações. Desta forma, é possível certificar-se de que os produtos solicitados estão
sendo embarcados. Assim como no recebimento, a conferência na expedição
pode ser auxiliada por equipamentos de movimentação e eletrônicos que facili-
tam a atualização do estoque.
6 OPERADOR LOGÍSTICO
79

Figura 24 -  Legislação
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2013.

6.6 LEGISLAÇÃO

A principal norma legislativa referente ao Direito do Trabalho é a Consolidação


das Leis de Trabalho (CLT). Ela foi criada em 1943, através de decreto lei sancio-
nado pelo então presidente Getúlio Vargas. Esta norma unificou toda a legislação
trabalhista existente no Brasil. Seu objetivo principal é a regulamentação das re-
lações individuais e coletivas do trabalho nela previstas.
Os principais artigos da CTL que se aplicam à área de Movimentação de Ma-
teriais estão presentes no capítulo 5, Seção X, e dizem respeito à movimentação,
armazenagem e manuseio de materiais e devem ser conhecidos por todos os pro-
fissionais da área de logística. Abaixo, trazemos o Artigo 182, que aborda os itens
que o Ministério do Trabalho estabelecerá em Normas Regulamentadoras:

Artigo 182 – O Ministério do Trabalho estabelecerá normas so-


bre:

I - as precauções de segurança na movimentação de materiais


nos locais de trabalho, os equipamentos a serem obrigatoria-
mente utilizados e as condições especiais a que estão sujeitas
a operação e a manutenção desses equipamentos, inclusive
exigências de pessoal habilitado;

II - as exigências similares relativas ao manuseio e à armazen-


agem de materiais, inclusive quanto às condições de seguran-
CONCEITOS BÁSICOS DE LOGÍSTICA
80

5 TAXA DE METABOLISMO: ça e higiene relativas aos recipientes e locais de armazenagem


e os equipamentos de proteção individual;
Energia necessária para
funcionamento do corpo.
III - a obrigatoriedade de indicação de carga máxima permitida
nos equipamentos de transporte, dos avisos de proibição de
fumar e de advertência quanto à natureza perigosa ou nociva
à saúde das substâncias em movimentação ou em depósito,
bem como das recomendações de primeiros socorros e de
atendimento médico e símbolo de perigo, segundo padroni-
zação internacional, nos rótulos dos materiais ou substâncias
armazenados ou transportados.

Parágrafo único - As disposições relativas ao transporte de ma-


teriais aplicam-se, também, no que couber ao transporte de
pessoas nos locais de trabalho (BRASIL. MINISTÉRIO DO TRA-
BALHO. CLT, 1943).
E o Artigo 183, que afirma que as pessoas que trabalharem na movimentação
de materiais deverão estar familiarizadas com os métodos racionais de levanta-
mento de cargas.
Baseado no CTL, o Ministério do Trabalho estabeleceu as Normas Regulamen-
tadoras, conhecidas como NR’s, relativas a essas leis. Entre as principais aplicáveis
à Movimentação de Materiais, podemos citar:
a) NR5: Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA). A CIPA
tem por objetivo a prevenção de doenças e acidentes do trabalho, atra-
vés do controle dos riscos presentes no ambiente de trabalho e na orga-
nização;
b) NR9: riscos ambientais. São considerados riscos ambientais os agen-
tes físicos, químicos e biológicos existentes nos ambientes de trabalho
e capazes de causar danos à saúde do trabalhador em função da sua
natureza, concentração ou intensidade de exposição;
c) NR11: transporte, movimentação, armazenagem e manuseio de
materiais. Essa norma tem como finalidade a normalização das ativida-
des de manuseio de cargas, especificamente no caso de sacarias;
d) NR15: atividades e operações insalubres. São consideradas ativi-
dades e operações insalubres, as que afetem a saúde do trabalhador
durante o tempo de trabalho. No caso das atividades de manuseio de
cargas, devem-se considerar as taxas de metabolismo5 regulamentadas
nesta norma;
e) NR17: ergonomia. A melhoria das condições de trabalho e bem-estar
dos trabalhadores é o objetivo da ergonomia.
6 OPERADOR LOGÍSTICO
81

Portanto, operador logístico é uma empresa, prestadora de serviços, que é es-


pecialista nos processos logísticos para gerenciar e executar todas ou parte das
atividades logísticas, nas várias fases da cadeia de abastecimento de seus clientes,
agregando valor aos produtos dos mesmos.

RECAPITULANDO

Veja quanto informação valiosa sobre Operadores Logísticos você pôde


obter. Aqui você viu a atuação do operador logístico e suas atividades. Co-
nheceu os processos da operação logística, como recebimento, manuseio
interno, tipos de produto e equipamentos e expedição. Viu também a legis-
lação aplicada à movimentação de materiais.
Viu os principais critérios de classificação da movimentação de materiais.
A ilustração o ajudou a conhecer alguns equipamentos de movimentação
e os fluxos de movimentação em um armazém e em um processo produti-
vo. Descobriu, ainda, as principais etapas da movimentação – recebimento,
manuseio e expedição. Atentou para a importância da segurança na movi-
mentação de materiais para o bem-estar de todos os funcionários.
Os conhecimentos trazidos são de fundamental importância para o profis-
sional qualificado em almoxarife, pois os operadores logísticos apresentam
grandes oportunidades de colocação no mercado de trabalho.
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name=&people_gender=&people_age=&people_ethnicity=&people_number=&commercial_
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Opera%C3%A7%C3%A3o_Barbarossa>. Acesso em: 15 out. 2012.
MINICURRÍCULO DOS AUTORES
CARLOS CÉSAR RIBEIRO SANTOS
Carlos César Ribeiro Santos é administrador, mestre em Administração Estratégica e especialista em
Administração pela UNIFACS (Universidade Salvador). Possui experiência profissional com consul-
toria técnica na Administração Pública, atuando nas áreas de planejamento estratégico e avaliação
de desempenho. Experiência acadêmica como professor de concursos públicos e de graduação e
pós-graduações em instituições de ensino superior do Estado da Bahia. Atualmente, é Professor
Assistente da Faculdade de Tecnologia SENAI CIMATEC.

DENILSON NUNES DOS SANTOS


Denilson Nunes Dos Santos é graduado em Turismo (UNIJORGE), pós-graduado em Administração
de Empresas (UNIJORGE) e técnico em Logística Industrial (SENAI). Atualmente é Professor da disci-
plina Administração da Produção II da Escola Técnica do SENAI CIMATEC.

VITORIO DONATO
Vitorio Donato possui graduação em Engenharia de Materiais pela Universidade Federal da Para-
íba (1986), especialização em Logística Integrada pela UES do Rio de Janeiro (2002) e mestrado
em Gestão Integrada de Organizações pela Universidade do Estado da Bahia (2005). Atualmente
é Consultor III do SENAI CIMATEC. Tem experiência nas áreas de Administração, com ênfase em
Gestão de Negócios, atuando principalmente nas seguintes áreas: Inspeção de recebimento, Arma-
zenamento, Prevenção de Falha Prematura em Materiais Estocados, Qualidade, Movimentação de
Carga, Contratação de Serviços, Distribuição e Transporte.
Autor dos livros:
- Logística Verde: uma abordagem Socioambiental. Rio de Janeiro: Editora Ciência Moderna. 2008.
- Manual do Almoxarife: O guia básico do profissional de logística. Rio de Janeiro: Editora Ciência
Moderna. 2010.
- Introdução à Logística: O Perfil do Profissional. Rio de Janeiro: Editora Ciência Moderna. 2010.
- Metodologia para Preservação de Materiais: Prevenção da Falha Prematura. São Paulo: Editora
Érica. 2011.
- Logística para a Indústria do Petróleo, Gás e Biocombustíveis. São Paulo: Editora Érica. 2012.
ÍNDICE

A
Aspectos ergonômicos 77

C
Cartelas 37
Ciclo do pedido 26
Codinome 18
Consignatários 55
Consolidação 72
Cost insurance and freght 64

D
Design 36, 37
Displays 37
Dutovias 44, 45

E
Embalagens secundárias 75
Entregas expressas 20
Etapas 21, 23, 26

F
Fabris 47
Free on board 64

I
Inventário 24

L
Logística reversa 21, 28
Logística Verde 22, 28

M
Marketing 33
Materiais de consumo 72
Mezanino 46
Mix de produtos 63
Modais de transporte 34

P
Paletes 59
Papiro 16
Picking 44
Pirâmide de Quéops 16
Polietileno 59
PVC 28, 29

S
SAP 28, 29
Subsistências 54
Sumérios 16

T
Taxas de metabolismo 80
Tração 54

U
Unitização 36

Z
Zigurates 16
SENAI – DEPARTAMENTO NACIONAL
UNIDADE DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA – UNIEP

Rolando Vargas Vallejos


Gerente Executivo

Felipe Esteves Morgado


Gerente Executivo Adjunto

Diana Neri
Coordenação Geral do Desenvolvimento dos Livros

SENAI – DEPARTAMENTO REGIONAL DA BAHIA

Ricardo Santos Lima


Coordenador do Desenvolvimento dos Livros no Departamento Regional da Bahia

Carlos César Ribeiro Santos


Denilson Nunes dos Santos
Vitorio Donato
Elaboração

Carlos César Ribeiro Santos


Denilson Nunes dos Santos
Vitorio Donato
Revisão Técnica

Vitorio Donato
Coordenação Técnica

Marcelle Minho
Coordenação Educacional

André Costa
Coordenação de Produção

Igor Nogueira
Coordenação de Projeto

Débora Maria Mangueira Gomes


Monique Ramos Quintanilha
Design Educacional
Joseane Maytê Sousa Santos Souza
Revisão Ortográfica e Gramatical

Antonio Ivo Lima


Fabio dos Santos Passos
Diagramação

Antonio Ivo Lima


Fabio dos Santos Passos
Vinícius Vidal da Cruz
Revisão de Arte e Fechamento de Arquivos

Clemilda Santana dos Reis


Normalização

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