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DEMÔNIOS

EM
REDEMOINHO

IKARO MAXX
RITA MEDUSA
ROGER TIERI
Catalogação na publicação
Elaborada por Bibliotecária Eliete Marques da Silva - CRB-8/9380

Maxx, Ikaro; Medusa, Rita; Tieri, Roger


Demônios em redemoinho / IkaRo MaxX; Rita Medusa; Roger Tieri - São
Paulo: Provokeativa, 2022.
32 p.; 14 x 21 cm
ISBN 978-65-88559-09-3
1. Poesia brasileira. I. MaxX, IkaRo. II. Medusa, Rita. III. Tieri, Roger. IV. Título

22-115193 CDD-B869.91
Índice para catálogo sistemático B869.1
I. Poesia: Literatura brasileira

Edição e projeto gráfico: Ikaro Max


Poema-apresentação: Rubens Zárate
Ilustrações originais: Rita Medusa
Revisão geral: Roger Tieri
Arte de capa: IkaRo MaxX e Rita Medusa

A Provokeativa é uma editora independente, experimental, nômade-libertária que


busca incentivar os Espíritos-Livres. Atualmente estamos na capital de São Paulo,
mas não temos raízes fincadas em lugar nenhum. Antes de sermos um CNPJ
somos uma filosofia aplicada na vida cotidiana. Nossos livros, ideias e projetos
nascem da paixão pela mudança, na contestação da vidinha mediocre burguesa,
tão robotizada e imbecilizante em suas armadilhas sediciosas, no rumo da con-
tramão à subserviência e mera sobrevivência. Apoiem projetos autônomos como
os nossos e os de tanta gente guerreira e corajosa, de boa cabeça e bom coração.
AS VOLTAS REVOLTAS DO VENTO NA POESIA DE IKARO
MAXX, RITA MEDUSA & ROGER TIERI

Os demônios tendo sido, inicialmente, as almas dos mortos assi-


miladas às das divindades, como em Hesíodo,

para afastar do Um os numens inferiores os gregos reservaram a


estes últimos a denominação de demônios,

daimon,

com isso substituindo o alegorismo naturalista dos primeiros


poetas por uma nova teogonia hermético-platônica pousada em
parte sobre uma arcana demonologia,

& convertendo assim todos os fenômenos em uma imensa hie-


rarquia de demônios separaram a seguir os anjos bons dos anjos
maus, ou os maus dos bons demônios,

& desse modo os cultos da Grécia, do Egito, da Pérsia, da Ásia


tendiam a se confundir com bárbaras, primevas demonologias

“onde as peles experimentam decibéis de desejo & fúria”

& se não tiveram êxito para conduzir a existência rumo a uma


religião agonizante, similar a um negro espelho,

introduziram nos espíritos dos povos mediterrâneos o sabor do


maravilhoso

& a sedução do sobrenatural, como que elevando as priscas ma-


gias miscigenadas do mundo greco-oriental às alturas de uma
obscena religião do profano,

3
”plena de carne de tinta imaginária”,

pois nos ritos, nos sonhos, na loucura, nos êxtases somos levados
pelas lúbricas leveduras dos sentidos & o maravilhoso sai de si
mesmo sem ter necessidade de ser buscado ou estimulado

(como em uma tempestade)

& por isso & por toda parte vemos vultos recorrendo às fumiga-
ções & aos unguentos & não deixam de queimar narcóticas subs-
tâncias como o acônito, o heléboro, a mandrágora, o meimendro,
o estramônio, a papoula, a beladona & toda uma imensa coleção
insana de solâneas

porque “o vinho / nos deixa suscetíveis / às forças do zodíaco” &

neste último janeiro de Jano, de passagens, de portas liminares,


de divindades de duas faces como capricórnios

uma serpente escura deslizou perto dos meus calcanhares

enquanto eu separava a lenha na cozinha & o sol entre as panelas


perigosamente se aproximava das nuvens carregadas do meio-
-dia.

Rubens Zárate

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IKARO
MAXX
O QUE DEVO A LAUTRÉAMONT

“Além do mais, despojou-vos da vossa forma humana, fazendo uma cruel brincadeira
com vosssas santas dores. E vós hesitarieis em acreditar-me.” (C5, E2)

Sua loucura ferve meu crânio, Lautréamont. Suas melodias de-


cupadas rugidas de um ruinoso piano no núcleo do Mistério, um
free jazz neo-barroco entranhado com romantismo, bestialidade
& cultura clássica, seu manual de medicina licantrópica cindida
entre eletrodos da revolta & necrose orgíaca do Espírito, a viru-
lência das tuas rasgadas palavras em um cordão de texto-tortura,
sua acrobacia fisiológica exposta na nudez do trovão atraves-
sando os dicionários de várias ciências & saberes... sua cândida
imundície arquitetada nas madrugadas mais obscenas & ente-
diantes. Lautreamont, tua adolescência submersa é tão madura
quanto a nevralgia das árvores, a música do vento derramando
os cabelos de suas altas copas, seus oceanos titânicos de nervos-
-vulcão, seus animais feitos de enzimas cósmicas, sua respiração
- dilúvio de arqueologia boêmia & maldita - roubada de Musset
& Byron, seus personagens-serpentes que estupram a divindade
das coisas & seres... sua irrigação de malevolência nos cumes da
loucura existencial & literária... Ah, Lautréamont, te canto cha-
ga, te canto peste, te canto cópula, te canto praga-voluptuosa, te
canto músculo excremencial do alcoolismo, te canto pulga-Bú-
dica-do-mundo-invertido, te canto assombro-assobio de anjos &
pitonisas durante orgias alquímicas, templos explodindo sob as
carícias dos amantes canibais, peles expostas como bandeiras de
Amor, Astro Negro, beladona nos lábios dos travestis de seu oni-
rismo... Lautréamont, te canto chacina em nome da Imaginação
suprema na extrema genialidade dos teus devaneios... da mais
Alta Queda exposta após a Des-Criação do Mundo!

2006

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FLORES INTRANSIGENTES

Os céus da metástase tem o bolor


destes velhos casais
engatilhados em seus hábitos
estrelas esmorecem galhofando
vagidos afogados em brilho
corações da cor de catarro
verdes como a renúncia
se enforcam no veludo dos postes
cigarros queimando nossas mãos
nos pactos de transgressão
da agonia narcótica

frutos podres pendem de teus lábios


garota viajada em ácido
meu revólver soluça
balés & diamantes
nas mestiças pratarias

entrego TNT em buquês embrulhados


em apnéia
para as crianças nas padarias

os tons pastéis das esquinas


em que freiras enterram
luminosos crucifixos em suas vaginas
onde as peles experimentam decibéis de desejo
& fúria
por toda a eternidade de alguns segundos
na unção da animalidade extrema

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agora eu vejo
como quem expulsa o sol do ódio
dos próprios olhos

os carros desfilam como insultos


nas balas de vitríolo
entre essas paredes de borracha

os cheiros serenos nos estupram


cavalgando narinas adentro

vejo esse céu cheio de inóspita fumaça


esqueletos de pássaros & abutres
dos segundos gastos escarnecendo

do dinheiro que nunca congela em nossos bolsos


da sensação que se abre
como assembléia de furacões

cemitério bulímico das devastações


para que o bocejo nunca chegue

2012

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ÓPIUM

Me drogo com a vastidão das coisas


Início & Fim de tudo
Ciclos abortados na fome de náuseas
Lambida nas feridas do Kaos
Minh’alma é um prisma de delícias ardorosas
Cacofonias se chocam em minhas unhas

Há dias em que disperso as palavras

2000

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ROADMOVIE LISÉRGICO

Nós dois no precipício à beira de um ataque de nervos confun-


dindo o pânico trocado num mar de embrulho com as provas
dos livros de uma entidade maléfica & maluca que se esgueira
no trampolim de teus olhares mendicantes estacionados nos
meus pálidos movimento de chuva rala na sala nesta latitude
embrionária eu vi teus lampejos cômicos de trator polissêmi-
co misturado ao odor dos pássaros de fuligem & às sementes
dos genocidas amei até a última compulsão aquela indiferen-
ça odisséica que o garçom vestido de Vestal atirou sobre nós
como um enxame de crianças num desastre Parque da Morte
dilacerado entre os vestígios dos tyranossauros & dos compu-
tadores cornuscopias ancestrais que ofegam em carnavalescos
devires abrindo sucursais de sufismo em teu sexo en fleur como
descobertas toxicológicas & teorias esmagadas em barbitúricas
espiadas telúricas fora do Mundo das Formas energia permis-
siva pronta para atravessar paredes, sapos & silogismos mortos
temperados pela negação como quem enxerga utopia antes da
invenção do Amor & das fotografias sim siM sIM SIM teus
olhos como cinemas estourados em exibição sépia rebobinam
o filme da Vida :famélico exercício de pequenas tiranias & ilu-
minações: até o silêncio onde inventamos a Primeira Palavra:

A primeira flecha
na economia das atenções
a desenhar o roteiro prévio
da humanidade trágica

2021 (texto Pã-demônico p/ um amor inter-rompido)

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DANÇA DO HEYOKA

Desfaz a língua em excrescências


Torna o Verbo tempestade
Oh tu que choves
no alarido silencioso das batalhas
& que colhes com olhos
embalsamados em turva luxúria
a força magnética (d)as paredes
derrubadas o estrume dos ancestrais
o dilúvio dos cristais
ambíguos & o sortilégio das massas
Tu
Faz do redemoinho teu cântico
tua falange de dispersão nas abóbadas
cirúrgicas do êxtase
quântica garganta
no/do desmoronamento de sacramentos
dos Navios Atordoados
na Iniciação do Sonho no tohu va-vohou
a beber dos lábios sifilíticos de Ba’alei shemot
Tikkun pikat ha hayim despojado no ventre
no verniz ceifado da Mensagem
com maçãs envenenadas
Oh Tu
Mestre das solidões blindadas
Na deliciosa amargura dos pés
inquietos
Atravessa este mundo
& o faça em pedaços

2020

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VIDA SEM FIM

Veias enquanto leitos de rios


que exploram ao máximo
a rica flora/fauna
do corpo desconhecido

Torrencial incerta vertente de Magma


que destrói o sono das Galáxias
em Maravilhamento

Há aqui Graça, Benevolência, Força Insensatez,


Violência & Acessos Iracíveis
& há também o caldeirão dilatado
arrebatado da música que nos embala
no mais puro prazer ilimitado
palimpsesto das audácias

O sentir pelo SENTIR


nada mais - é certo:
Nos permitamos esse EXCESSO!

2007

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RITA
MEDUSA

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VOCABULÁRIO DO SEGUNDO INFAME DE TUDO

a palavra original
vira cinzas ao ser executada
plena de carne de tinta imaginária
ela explode seu corpo translúcido
significado de pedra
abusada maníaca
vacilando entre a dor e a folia
o que acontece com ela
quando não lida?

será que vira outra palavra


ou fica num banco tomando um trago
esperando que em algum lugar do mundo
em uma linguagem invencível
alguém a evoque e a eternize

mas seu gozo maior


ainda é ser presença absoluta
reinando nos segundos gentis
pra depois desfalecer
vestir o vazio
morrer e virar fantasma
em camadas tristes respiratórias
que palavra você está sendo agora?

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fera
se reveste
de fios fabulosos
a carne sangrenta
frita na cozinha
feridas florescem
no aquário das novidades
furto
a força da malícia
não invisto por preguiça
de me desintegrar
paixão
cão ganindo, recusando comida
negando carinho
expondo os dentes à cruel fidelidade
moça se morde para incriminar os bichos
como ousam não amá-la?
Devoção ou nada
Rastejam as palavras erradas
Afoitas
Pedindo língua
pedindo corpo
pedindo voz
implorando

15
*

você que é anônimo, obscuro e secreto. você que seria detido


enquanto procura um cigarro amassado no bolso, armas brancas
amarradas na canela, tornozelos de anjo castigado, asas dobradas
tão dolorosas escondidas no casaco, a turma do outro lado diz
até que você é fichado e esconde novidades sórdidas. você que
faz canções ao sussurro enquanto os engravatados levitam em
números, você que não adoece nem com, nem pelo sistema, mas
antes pelo detalhe do mistério sendo banido no rosto dos incré-
dulos. você que sorveu nuvens e ensinou maneiras esquecidas de
acessar o porão das invenções, que desenrolou mantras nas pa-
lestras sobre a felicidade e chorou na porta dos matadouros. que
fez do cinza um dourado incomum, que manchou minhas pági-
nas com correções celestiais...mas por quem você existe mesmo?

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não sou da tua laia
não me meto com a sua muamba
não falo tua língua
se parar pra respirar perco teu ritmo
vejo o sol nascer e morrer sob o signo da asfixia
desejo um tanto e me crucifixo
minha casa de escuros não suporta tanto
nem minha ironia engole tua tendência pura
só quero dançar ao som das tuas navalhas
nunca exigiram tanto de você
eu vim pedir mais do que posso carregar
faz sentido nossas máscaras violentas ditando o apagão
Investigando as paredes
apagando rastros
dilato, deleto, não tenho pegadas pra tanto caminho
só o dialeto dos que não foram

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BEATAS EM TRANSE

balbucio o ventre
para fabricar a arquitetura
do tombo de línguas
vigio beatas em transe
aprendo a linguagem
dos olhos revirados
paixão de nervos
o casamento do castigo
com a satisfação
criminosa sonhando mares
por qual dimensão você respira?
aqui cai flor na faca
molho de amendoeira no coador
o café alimenta o salto
o cão corre atrás do próprio rabo
os balões estouram
a criança berra e um deus nasce
ou um anjo cai
tudo sinaliza uma misteriosa farra
de eventos que se ligam e rompem
e voltam a se ligar
mas, já não são mais os mesmos
esquema novo no menu dos que se devoram
falte no trabalho hoje
quero tomar sorvete na ponte
pensando como você é transcendental
depois dizer tchau, bye bye
e escrever a biografia secreta
de um Zé Ninguém
o fio da navalha
é só uma vírgula
que não caiu bem
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CAIXINHA DE MÚSICA ROLANDO PELA ESCADA

meu medo é o papel falante se fazendo de mudo


um quadro do Turner derramado na banheira
meu medo se alimenta de absinto com alcaçuz
de letra desprovida de razão
do glacê batizado na extinta cabine telefônica
ligando pro arquiteto de toda esta infâmia dolorosa
a pureza me pedindo pra passar a noite
pra contar escamas e cicatrizes

por uma vida inteira observando o prazer


numa travessia na pele desolada
de tatuagens quase esquecidas
na mágoa do tempo
um tic - tac rançoso decola

hoje entenderemos os que se alimentam


de substâncias imaginárias
e pedem pra passar a noite chorando
no teu colo de nuvens
só pra ver o sublime travestido
com as extraordinárias essências dos becos

e o devoto que se ajoelha


pra te ouvir cantar mais uma história
sobre a escadaria da desordem

dos teus acordes bebo a dimensão


milagrosa dos sons
que ainda não inventaram
pra nos fazer dormir

19
ROGER
TIERI

20
Aos pés do dilúvio de chamas
só o amor pra envenenar os chakras
só a água gelada na carne do rosto
é capaz
de saborear o karma das atitudes
o nervo das produções
a cascata das vísceras
a união do antigo aquário da dúvida
com o palácio de inanições
onde a carnificina das
andorinhas mascara a entrada do céu
para nós
os trépidos invólucros de portais
rastejamos famintos
reprogramamos
a ioga das enganações

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lavar os ombros
com sangue de estrada
sob chuva de urânio
contemplar o pacto

.:.

cascavéis nos braços


se entrelaçam
buscam parte do sol
o sonho encena desafios

.:.

prana envenenado de
enfeites
vento entorpecendo
sequoias

.:.

fuga da
reprogramação inconsciente
silêncios
corrigem arcanjos

.:.

paixões iniciam
longe da lua nova
demônios existem
dentro de redemoinhos

22
.:.

brilho d’água
fundido nos azulejos da
morte
deuses de origami
lapidam
oferendas no céu

.:.

íris em todas as
vogais
o momento presente
é doce dilatação
se atira do sol
pra outra estrela qualquer

23
tentemos lembrar
o Momento exato
em que aprendemos a gostar da chuva
talvez tenha sido
no dia em que aprendemos a conversar
sem olhar nos olhos
que é pra dar liberdade pro rosto
apelar pra gnose da bruma
somos mágicos jogando truco
à noite
num céu de cordilheira
onde mil sóis esquecidos
desafiam a escuridão
arrastam o navio de
Aton
pela mais antiga
descrição do dilúvio

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Fumar um cigarro ao sol
é consultar o itinerário do incêndio
beijar a luz do tráfego
mimetizar o badalo de um sino
iluminar um jardim repleto
de cabelos de anjo

é confundir um guarda chuva com uma saia longa e larga


fazer do ácido da palavra
a cromoterapia dos
planos
é fechar o olho e
conseguir entender
um poema lido numa língua desconhecida
ser servido à memória de Mozart
Confessar à igreja os acertos
fluir entre as madornas selvagens

Tudo será como deve ser


(fruto do glossário escuro e marinho)
então apague, apague
pois o ouro se tornará translúcido,
e a maldade da estética,
compreensível

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para estar no
Ritmo
desse tambor
de
mil Imagens
provindas
de um encanto Lunar
que excita
o Soma nas bebidas
que nos leva do som ao
Ozone
(Seiva selva céu
oxigênio)
é só saber olhar pro próprio
Olho
sem a ajuda do espelho
e dos
artistas que enlouquecem
fabricando lagos de
gravidade
na força motriz dos
terremotos
enquanto todo o Baralho
abraça a parte escondida
das geleiras
o vislumbre da Morte
ajeita os tapetes
porque fizemos um pacto
achando que dominaríamos
o universo dos

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bebês
que dormem sobre a bíblia
enquanto os pais
escondem a polarização
em um jardim
tomado
por alguma planta
da família das Orquídeas

27
o verdadeiro ritual
é feito nos sonhos
e programado
pela parábola das dez virgens
miravam Órion
em seu trigésimo terceiro
ponto de aglutinação

.:.

pirâmides desbravadas
pela memória da criança
calma e corpo
transitam
fora dos encantamentos
o vinho
nos deixa suscetíveis
às forças do zodíaco

.:.

cada poro
pedaço vazio
da pele extensa
tratada por fases de
descanso
na guia cênica
dos pensamentos

.:.

28
ainda há a sobra da aurora
reluz no parapeito
um suicídio lento e tenro
de um antes
de um ontem

.:.

há rios
desaguam nas chuvas
ousam flutuar
sobre o chão de giz
e nebulosas

29
IkaRo MaxX (1985) é filósofo, poeta, performer, músico, editor,
tradutor e agitador cultural. Nascido na capital paraibana é um nô-
made convicto e cosmopolita desenraizado - percorreu o Brasil e
chegou a viver na França e na Inglaterra. Suas inquietações percor-
rem dimensões políticas, poéticas e estéticas da existência. Inconfor-
mista, antiautoritário e anticanônico é um experimentador inquie-
to que desconhece limites e fronteiras. Trabalhou com os acervos
da Biblioteca Roberto Piva e Raul Fiker. Secretaria o Willer Cursos.
Em nome do terrorismo poético e da liberdade livre publicou obras
como: Saliva (VirtualBooks - 2015), Uive Quando Se Sentir Eterno
(2016), Full Foda-Se (Córrego/Provokeativa - 2019), A Arte da
Subversão (Editora Cintra/ARC Edições - 2019), 68 Teses Provoke-
ativas (Provokeativa - 2020), Ode a Lorca & outros Poemas (Mocho
Edições - 2020), Lóki-Down (Provokeativa - 2021), Diablo Ex-Ma-
china (Provokeativa - 2022), Carta Aberta de um Poeta a um Geno-
cida (Provokeativa - 2022), Orgia de Unicórnios (Córrego - 2022).
Autor do experimento de colagem audiovisual Vídeo-Crise (2017).

Rita Medusa (1980) é paulistana, formada em Psicologia. Participou


de diversas aulas temáticas literárias e oficinas de escrita na USP, na
Biblioteca Alceu Amoroso Lima, Casa das Rosas, etc. Contribui com
sites literários como Mallarmagens, Recanto das Letras, Diversos Afins
e outros. Participou da antologia Bar do Escritor, Tem um ebook
lançado pela editora Marianas - Andarilhas (2020) - junto com as
poetas Daniela Pace Devisate e Lidia Codo. Realizou diversas inter-
venções urbanas, Improviso Blues, Festas de Rua artísticas. Envolvida
com teatro, desenho, escultura e cinéfila desde adolescente. É tam-
bém autora dos livros: Hipnose para um Incêndio (Córrego - 2018)
e Túnicas Elétricas (Córrego - 2022).

Roger Tieri (1988) é paulistano e ama sacralizar o cotidiano dos


sentidos e transformá-lo em poesia. Frequenta os terreiros e as flores-
tas da vida. É um dos parceiros da editora Provokeativa junto com o
poeta e performer IkaRo MaxX, onde atua como editor adjunto, lei-
tor e revisor de provas. Colaborou como equipe de apoio das Biblio-
tecas Roberto Piva e Raul Fiker. É autor de: Full Foda-Se (Córrego/
Provokeativa - 2019) e Vidro (Provokeativa - 2022).

30
Desta edição foram impressos 40 exemplares na gráfica da
Editora Córrego. São Paulo, junho de 2022.

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