Unidade 1 - Diferença Entre Alergia, Hipersensibilidade e Intolerância

Alergias e Intolerâncias no TEA
Unidade I: Diferenças entre Alergia,

Hipersensibilidade e Intolerância
Diferenças entre Alergia, Hipersensibilidade e Intolerância
Apresentação da Disciplina
“Alergias e Intolerâncias Alimentares no TEA”
Unidade I: Diferença entre alergia, hipersensibilidade e Unidade III: Suporte nutricional

intolerância
1.1 Reações Alérgicas 3.1 Alimentos funcionais

1.2 Reações de hipersensibilidade 3.2 Vitaminas e minerais
1.3 Intolerâncias alimentares 3.3 Fitoterápicos
1.4 Principais diferenças entre elas 3.4 Nutracêuticos
Unidade II: Como é feito o diagnóstico Unidade IV: Suplementação
2.1 História clínica - Rastreamento de sinais e sintomas 4.1 No que pensar para suplementação
2.2 O que observar na criança com TEA 4.2 Por onde começar no caso de alergias alimentares
2.3 Exames laboratoriais
2.4 Exames complementares
Unidade I:
Diferença entre Alergia, Hipersensibilidade e Intolerância
Fonte: https://ebpcooh.org.uk/allergies-awareness-week/
Transtorno do Espectro Autista - TEA
Grupo de desordens neurocomportamentais de grande complexidade, multifatorial e de

etiologia desconhecida, no qual o indivíduo apresenta diferentes características
comportamentais.
Nível de suporte: 1, 2, 3
Fonte: APA, DSM-5, 2014.
Fonte: Canva – Raiane Dantas

Características Comportamentais
▪ Redução no contato visual;
▪ Movimentos repetitivos e estereotipias;
▪ Deficiência ou ausência na linguagem;
▪ Pouca interação social;
▪ Disfunção no processamento sensorial;
▪ REPERTÓRIO RESTRITO DE INTERESSES E ATIVIDADES, COMO A SELETIVIDADE
ALIMENTAR.
Fonte: Shutterstock
Fonte: APA, DSM-5, 2014.

Transtorno do Espectro Autista - TEA
Termo de 1910 – criado pelo psiquiatra suíço Eugen Bleuer
• Prefixo grego autôs = si mesmo

• Sufixo ismo = tendência
Ou seja, tendência a se isolar do mundo exterior.
Fonte: Shutterstock
Epidemiologia do TEA
Fonte: CDC, 2021.
Fonte: Shutterstock
Motivo da Maior Prevalência

▪ Maior conscientização da população e de profissionais bem como seu diagnóstico;
▪ Eixo cérebro-intestino: Alimentação industrializada, antibióticos e xenobióticos.
Fonte: Shutterstock
Comorbidades Associadas ao TEA

▪ Estudos provaram que existe uma correlação entre inflamação intestinal e disfunção
imunológica em pacientes com TEA, como equilíbrio anormal de células T no intestino e
aumento de problemas gastrointestinais.
Navarro et al., 2016 ; Vuong e Hsiao, 2017 ; Rose et al., 2018.
• Foi demonstrado que altas concentrações de microbiota pró-inflamatória no intestino

podem levar ao aumento da permeabilidade e inflamação intestinal, resultando em
inflamação sistêmica leve e desregulação imunológica.
Felix et al., 2018
▪ O uso de antibióticos concomitante, não apenas matam bactérias potencialmente

prejudiciais, mas também matam bactérias benéficas em pacientes com TEA,
aumentando assim a probabilidade de doenças gastrointestinais em crianças com TEA .
Vargason et al., 2019.
Fonte: Shutterstock
Comorbidades Associadas ao TEA

▪ IMUNOLÓGICA: Deficiência imune; hipersensibilidades/alergias; autoimunidade,
inflamação crônica.
▪ METABÓLICA: Polimorfismos genéticos, depleção da glutationa, estresse oxidativo,

toxidade ambiental, disfunção mitocondrial.
▪ GASTROINTESTINAL: Disbiose intestinal, deficiência de enzimas, inflamação e má

absorção de nutrientes.
Marcelino, Claudia. 2018.
Fonte: Shutterstock
Tratamento Nutricional no TEA
Equilibrar a
microbiota intestinal
Reduzir a
Reduzir toxinas neuro-inflamação
no organismo cérebro e intestino
Melhorar a digestão e
absorção de nutrientes
Fonte: Shutterstock
Fonte: GOMES T. A. S., 2020.
Reações Adversas a Alimentos (RAA)

É o termo aplicado para todas as reações que ocorrem após a exposição de um alimento.
REAÇÃO ADVERSA A ALIMENTOS
TÓXICA NÃO TÓXICA
INTOXIÇÃO POR BACTÉRIAS; IMUNOLÓGICAS NÃO IMUNOLÓGICAS

FUNGOS; HISTAMINA; TOXINAS, (ALERGIAS) (INTOLERÂNCIAS)
AGROTÓXICOS...
- MEDIADA POR IgE - ENZIMÁTICA (EX.LACTOSE)

- NÃO MEDIADA POR IgE - FARMACOLÓGICA (CAFEÍNA, HISTAMINA, TIRAMINA)
- MISTA - IDIOPÁTICAS (ADITIVOS QUÍMICOS)
Fonte: Muraro et al, 2014; Carreiro D., 2021.

Alergia/Hipersensibilidade Alimentar
As alergias alimentares são confusões atópicas, que podem ser classificados

mediados por IgE, não mediadas por IgE ou mediadas por IgE e por
hipersensibilidade celular (mistas):
• As alergias mediadas por IgE, são aquelas conhecidas de risco de respostas
graves ou fatais, entretanto é o tipo de alergia alimentar bastante identificada.
• As alergias alimentares mistas são definidas por vias dependentes e vias
independentes.
• As alergias alimentares não mediadas por IgE, são aquelas que afetam
basicamente o trato gastrointestinal.
Fonte: CHINTHRAJAH RS. et al, 2015; Nowak-Węgrzyn A, Szajewska H, Lack G., 2017.
‘‘Um efeito a saúde adverso oriundo de uma resposta imune específica, que ocorre
reprodutivamente à exposição a um determinado alimento”.
Mistas Não IgE mediadas

IgE mediadas Não IgE mediadas Mistas
(resposta imediata – segundos até 8hs) (resposta tardia – de 24 a 72hs) (resposta mais tardia – após 2 hs)
▪ Anafilaxia (dois ou mais sistemas Reações intestinais: ▪ Dermatite Atópica

ou cardiovascular) ▪ Esofagite Eosinofílica
▪ Doença celíaca
▪ Urticária/Angioedema ▪ Gastrite Eosinofílica
▪ Proctocolite ▪ Gastroenterite Eosinófilica
▪ Sintomas respiratórios ▪ Enteropatia
▪ Sintomas gastrointestinais ▪ Enterocolite – FPIES
agudos - Mais comuns em lactentes
- Menos tempos para adquirir intolerância
Fonte: Sicherer SH, Sampson HA, 2018.
A alergia alimentar é definida como a reação contrária mediada pelo sistema

imunológico, geralmente pela imunoglobulina E (IgE) que, em contato com os epítopos
das proteínas, podem liberar sinais e sintomas de incômodo nos indivíduos, dependendo
da resposta de cada organismo, pois a tolerância vai diversificar de acordo com o
contato e a quantidade de alergênico podendo causar sintomas graves ou até mesmo
uma reação fatal.
Fonte: MORIYAMA, 2015.
Alergia Não IgE Mediada
Proteínas são moléculas extensas – grandes, como um EPÍTOPO CONFORMACIONAL: a sequência de aminoácidos dependem das
estruturas terciárias ou quaternárias, resultante do desdobramento da proteína.
colar de pérolas.
Alérgeno: qualquer substância capas de estimular PROTEÍNA TERCIÁRIA: Antígeno nativo
resposta de hipersensibilidade.
Epítopos: parte de um antígeno/alérgeno capaz de

estimular a resposta imunológica. São formados pela
EPÍTOPO SEQUENCIAL OU LINEAR: a sequência de aminoácidos de maneira linear.
DESNATURAÇÃO DA PROTEÍNA: o processamento térmico ou
ligação de alguns aminoácidos fazem com que o nosso

químico, altera a estrutura, tornando o epítopo menos alergênico.
Antígeno desnaturado
organismo as reconheçam como “inimigos”.

Epítopo Conformacional Epítopo Sequencial
Quando o organismo enxerga esse epítopo como inimigo Altera a sequência de aa

após a desnaturação da proteína
Não altera a sequência de aa
após a desnaturação da proteína
ele pode produzir IgEs e/ou células inflamatórias que irão Menor sensibilidade a tolerância Maior sensibilidade a alergia persistente
acarretar alergias. Imagem: A autora, inspirada - Solé D. et al., 2018.
Fonte: Solé D. et al., 2018.

Imunoglobulinas (IGs)
Quando o sistema imunológico é ativado em função da presença de uma substância

estranha ao corpo (especificamente no caso de alergias), são liberadas para combater
este intruso diversas proteínas do sistema imunológico, sendo estas conhecidas como
ANTICORPOS, denominados Imunoglobulinas (Ig)
Calich V.; Vaz C., 2009.
IgA: primeiro elemento de defesa do sistema imunológico, ainda na superfície mucosa.

Se liga aos antígenos, dificultando a sua absorção, diminuindo os riscos de reações
alérgicas, também atua na tolerância oral
Denise Carreiro, 2021.
IgE: caso específico de alergias, são liberadas as Imunoglobulinas do tipo E, ou seja, é

liberada no organismo no caso de uma substância alérgica penetrar o organismo.
Calich V.; Vaz C., 2009.
IgG: anticorpos de memória, ou seja, a presença deste em alta quantidade sugere uma
alta imunidade ou resistência natural da pessoa a certo corpo invasor. As vacinas atuam
neste princípio de memória, expondo as pessoas a baixas doses ativas de patógenos de
modo a estimular a produção dos anticorpos IgG de memória.
Stapel S. O. et al., 2008.
O SISTEMA NERVOSO CENTRAL não é independente,

trabalha em total simbiose com o SISTEMA
GASTROINTESTINAL E IMUNOLÓGICO, depende dos
nutrientes essenciais absorvidos pelo intestino.
Carreiro D., 2021.

Microbiota > Intestino > Cérebro

ALERGIA NÃO IgE MEDIADA
Barreira de muco intestinal que

recobre o intestino
com maior quantidade de IgA e
menor de IgG
Leaky gut
Presentes linfócitos T e B de memória,
principalmente TCD4+, TCD8, TCD25 = T
REGULARES – TREG.
TAMBÉM PRESENTES, AS CÉLULAS

DENDRÍTICAS (CD) APRESENTADORAS DE
ANTÍGENOS.
QUANDO NÃO HÁ A TOLERÂNCIA, ou seja,

DESEQUILÍBRIO, IgA SÃO INIBIDOS E ATIVADOS
TH2, INDUZINDO ALERGIA.
Figura Adaptada: Carreiro D., 2021; Pinotti R; Yonamine G, 2021

Microbiota > Intestino > Cérebro

PH DO ESTÔMAGO ÁCIDO
MATA FUNGOS, BACTÉRIAS ESTIMULA

PATOGÊNICAS E PARASITAS SECRETINA
LIBERA BICARBONATO
ATIVA ENZIMAS
PROTEOLITICAS
QUEBRA E
ABSORÇÃO DAS PTNS
Fonte: Carreiro D., 2021

Fisiopatologia das Alergias

1) O linfócito T helper 0 se diferencia em Th1, th2 e
th3
2) O Th1 é responsável por estimular a reação por
interferon gama
3) IFN gama libera IL- 2. A IL-2 estimula as células
beta na produção de IgG, liberando linfócitos Tc e
células Natural Killer, gerando os sintomas não
IgE mediada
4) IFN gama ativa macrófagos, fator de necrose
tumoral alfa gerando processos inflamatórios,
gerando os sintomas não IgE mediada
5) O th2 é responsável por iniciar o processo de
Ige mediada
alergia mediada por IgE
6) O Th2 estimula as Interleucinas 4,5 e 13
7) IL-4 e IL 13 estimulam as células beta a se ligarem
ao IgE, liberando plasmócitos
Produção
8) AdeIL-5IgE por linfócitos
estimula B –mastócitos
a liberação de um
> Histamina contato9)posterior leva de
A degranulação a mastócitos
degranulação
liberam histaminas
que geram os
dos mastócitos e sintomas
liberaçãoalérgicos
dos mediados por
IgE mediada
mediadores inflamatórios como a
10) Se houver a diferenciação Th1 e Th2 terá reação
histamina
alérgica MISTA.
Fonte: Sampson H. A., 1996

Microbiota > Intestino > Cérebro - Resumo

PH DO ESTÔMAGO
AUMENTO DE SUBSTÂNCIAS PRÓ-INFLAMATÓRIAS + LPS +
NÃO ÁCIDO
MICOTOXINAS
LPS INIBEM A VIA DE DETOX POR AÇÃO DO

PROTÉINA NÃO DIGERIDA CITOCROMO P450 LIKE, ACÚMULO DE XENOBIÓTICOS
NERVO VAGO QUE SÃO NEUROTÓXICOS, LEVA A DISFUNÇÃO
MITOCRONDRIAL
AUMENTO DE FUNGOS E BACTÉRIAS ALTERAÇÔES

PATOGÊNICAS NEUROCOMPORTAMENTAIS
IgA REDUZIDA
METAS: RECUPERAR FUNÇÃO E

AUMENTO DA PERMEABILIDADE INTESTINAL EQUILIBRAR SISTEMA DE DEFESA
ENTRADA PTNS LÂMINA PRÓPRIA

MITOS E VERDADES
Diferenças entre Alergia, Hipersensibilidade SOBRE
e Intolerância
ALERGIA ALIMENTAR NA CRIANÇA
Alérgenos Alimentares
▪ Macromoléculas proteicas capazes de atravessar a mucosa intestinal;

▪ São identificados pelo sistema de defesa como antígenos;
▪ Sistema de defesa estimula respostas para eliminar o “agressor”;
▪ Gera processos inflamatórios, se frequente, levará a sintomas de
hipersensibilidades.

MITOS E VERDADES
e Intolerância
Alérgenos Alimentares
▪ Os principais alimentos das reações mediadas por IgE são o leite e o ovo, sendo eles
preponderantes também dependente da área geográfica e da faixa etária.
▪ O predomínio da alergia ao leite é de 0,3 a 3,5% em crianças abaixo dos cincos anos,
menor que 0,5% em adultos.
▪ Já o prevalecimento da alergia ao ovo é avaliado de 0,5% a 5,0% na primeira fase da
vida, e de 0,5% na fase adulta. Mais comum na infância, à reação alérgica ao ovo tem
maior elevação nos primeiros anos de vida com o predomínio de 1,3 a 1,6%.
Fonte: GRAY et al., 2015; SAVAGE; JOHNS, 2015.

MITOS E VERDADES
e Intolerância
Principais Alérgenos Alimentares
Fonte: http://blognutrilegal.blogspot.com/2016/05/alergia-alimentar-e-rotulagem-de.html
▪ Leite de vaca
▪ Ovo
▪ Trigo
▪ Soja
▪ Castanhas
A proteína de qualquer alimento pode causar alergia, o desenvolvimento da alergia

irá depender da resposta individual de cada organismo.
Fontes: Fo Sicherer SH, Sampson HA, 2018

wwwportaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br
MITOS E VERDADES
e Intolerância
Composição Proteica dos Alimentos Comumente Responsabilizados
pela Alergia Alimentar

MITOS E VERDADES
e Intolerância
Leite de Vaca e seus Principais Alérgenos
▪ LV contém 30-35 g/L de proteínas e as mais relacionadas

à alergia são: β-lactoglobulina, caseína e α-lactoalbumina
▪ β-lactoglobulina não está presente no leite materno

(possível tolerância a assados)
▪ α-lactoalbumina apresenta homologia com a α-

lactoalbumina humana (possível tolerância a assados)
Tsabouri, Douros, Priftis, 2014.
▪ Caseína é o principal constituinte do coágulo do

leite. Tem alta resistência térmica
Castro F.M. et al, 2010.
MITOS E VERDADES
e Intolerância
Leite de Vaca
As proteínas do leite de vaca podem atuar como

antígenos alimentares. O soro do leite possui cerca de
20% das proteínas globulares, e no coágulo possui
cerca de 80% de caseínas. É considerado um dos
principais alérgenos no mundo.
Fonte: Pinotti R; Yonamine G, 2021.

Fatores de Risco das Alergias Alimentares
▪ Tipos de parto (o parto normal é um fator protetor, assim como não dar banho
nas primeiras horas de vida)
▪ Amamentação de primeira hora
▪ Desmame precoce e uso de fórmulas
Por que está ▪ Uso de antibiótico antes de 2 anos de idade
aumentando? ▪ Disbiose intestinal
▪ Aumento de consumo de ultraprocessados e xenobióticos
▪ Deficiência de Vitamina D
▪ Excesso de higiene
Fonte: Halken S. et al, 2021; Gabryszewski SJ, Hill DA, 2021.

Reatividade Cruzada – Alérgenos Alimentares
Dois exemplos de proteínas que possuem a mesma sequencia de aminoácidos que contêm
o mesmo epítopo alergênico.
PROTEÍNA “X” PROTEÍNA “Y”
Imagem: A autora, inspirada - Solé D. et al., 2018.

Reatividade Cruzada – Alérgenos Alimentares

Fluxograma para Abordagem de Crianças Menores de Dois Anos

e com Suspeita de Alergia às Proteínas do Leite de Vaca

Prevalência da APLV
▪ Prevalência alergia ao LV em crianças em países desenvolvidos: 2-3% sendo a causa

mais comum de alergia alimentar
▪ Lactentes em aleitamento materno exclusivo: 0,5%
▪ Dados se referem alergia mediada por IgE

▪ Alergia ao LV não mediada por IgE: prevalência ainda desconhecida
Fonte: Lifschitz C, Szajewska H., 2014.
MITOS E VERDADES
e Intolerância
Frequência das Reações a Alimentos
Observa-se um significativo
Taxa por 100,000 habitantes

aumento na frequência de Aumento >5 vezes
reações graves relacionadas a
alimentos, principalmente em
crianças de 0 a 4 anos.
A maioria dos casos suspeitos

de alergia alimentar, quando
testados, não positivam para
esse diagnóstico.
Idade
Fontes: Sampson HA, 2016.
www.portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br
Intolerância Alimentar
Relacionada a DISFUNÇÕES no metabolismo de indivíduos, em que ocorre:

- Deficiência de enzimas que quebram ligações glicosídicas, necessárias para o metabolismo
de açúcares, sendo esta característica frequentemente associada à lactose
Nelson; Cox, 2014.
- Reações farmacológicas em resposta à componentes alimentares como as aminas (chá, café,

bebidas de cola e chocolate) e causar enxaqueca, tremores, sudorese e palpitações
Boyce et al, 2010
- Reações idiopáticas/irritantes como aditivos químicos, corantes artificiais e conservantes

Boyce et al, 2010
Intolerância à lactose (IL) é a mais comum. A lactose é um dissacarídeo secretado pelas

glândulas mamárias de fêmeas de mamíferos, que quando ingerida, sofre reações de
hidrólise através do intestino delgado, apresentando como produtos dois
monossacarídeos, glicose e galactose. A hidrólise é catalisada pela enzima β-
galactosidase, conhecida como lactase
BATISTA et al., 2018.
Quando as cadeias de oligossacarídeos não são quebradas para disponibilizar os

monossacarídeos, ocorrem algumas manifestações no corpo que podem ser
identificadas como intolerância alimentar
Nelson; Cox, 2014.
Tratamento da Intolerância à lactose (IL)

Envolve a redução da ingestão da lactose. Substituindo produtos vegetais e
lácteos comerciais isentos de lactose (leites, queijos, iogurtes e outros
derivados), esses produtos são adicionados de enzima lactase, sendo bem
tolerados.
ALERGIA AO LEITE INTOLERÂNCIA

DE VACA À LACTOSE
Capacidade reduzida de
Alérgico a proteína e
absorver lactose e
tolerante à lactose
tolerante a proteína
Enteropatia ao leite de vaca com deficiência secundária de lactase: Alérgico à

proteína de vaca e capacidade reduzida de absorver lactose.
Fonte: Heine et al., 2017.

Referências
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• Tsabouri S, Douros K, Priftis KN. Cow's milk allergenicity. Endocr Metab Immune Disord Drug Targets. 2014 Mar;14(1):16-26.
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Referências
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• Vuong HE, Hsiao EY (2017). Papéis emergentes para o microbioma intestinal no transtorno do espectro
autista. Biol. Psiquiatria 81 411–423. 10.1016/j.biopsych.2016.08.024
• Yonamine, G. H.; PinottI, R. Alergia alimentar: alimentação, nutrição e terapia nutricional. 1ª ed. Barueri: Manole, 2021.
Obrigada!
Alergias e Intolerâncias no TEA
Unidade I: Diferenças entre alergia,
hipersensibilidade e intolerância
Prof.ª Raiane Mendes Dantas

RESUMO DO MÓDULO I - Diferença entre alergia, hipersensibilidade e intolerância
1.0) Transtorno do Espectro Autista – TEA:
▪ É um grupo de desordens neurocomportamentais, com etiologia desconhecida.
▪ As características são redução/ausência no contato visual; movimentos repetitivos e

estereotipias; pouca interação social; atraso ou ausência na linguagem (hipotonia);
disfunção no processamento sensorial; repertorio limitado de interesses.
▪ Prevalência: Crescente aumento de 1 em cada 44 pessoas são diagnosticadas com TEA.
▪ Profissionais capacitados, pais que buscam conhecimento, uso de ultraprocessados
(aditivos), xenóbioticos, antibióticos…
1.0) Transtorno do Espectro Autista – TEA:
▪ Comorbidades:
- Estudos provaram que existe uma correlação entre inflamação intestinal e disfunção
imunológica em pacientes com TEA, como equilíbrio anormal de células T no intestino e
aumento de problemas gastrointestinais.
- Alta probabilidade de disfunções gastrointestinais, alergias, intolerâncias,
hipersensibilidades.
▪ Tratamento nutricional: Equilibrar a microbiota intestinal > Infamação

intestino/cérebro > melhorar a digestão e absorção > reduzir toxinas > alimentos de
verdade/natural.
1.1) Reações Alérgicas
▪ As Reações Adversas a Alimentos (RAAs): após a exposição de um alimento, podem ser

tóxicas (intoxicações) ou não tóxicas (alergias e intolerâncias).
▪ Nas reações de alergias, existem um efeito a saúde adverso dependente de resposta

imunológica específica, que ocorre reprodutivamente à exposição a um determinado
alimento.
▪ Mecanismos de defesa:
- IgE mediadas: respostas imediatas.
- Não IgE mediadas: respostas tardias.
- Misto: respostas mais tardias.
▪ Principais alérgenos: Leite de vaca, ovo, amendoim, castanhas, soja, trigo, peixe e
frutos de mar.
▪ Mecanismos de defesa:
- IgE mediadas: respostas imediatas.
- Não IgE mediadas: respostas tardias.
- Misto: respostas mais tardias.
▪ Principais alérgenos: Leite de vaca, ovo, amendoim, castanhas, soja, trigo, peixe e
frutos de mar.
▪ Fatores de risco das alergias: parto (o parto normal é um fator protetor, assim como
não dar banho nas primeiras horas de vida); amamentação de primeira hora, desmame
precoce e uso de fórmulas, uso de antibiótico antes de 2 anos de idade, aumento de
consumo de ultraprocessados e xenobióticos, deficiência de Vitamina D, excesso de
higiene.
▪ Reatividade cruzada: proteínas que possuem a mesma sequência de aminoácidos que

contêm o mesmo epítopo alergênico.
92% Leite de vaca = Leite de cabra.

75% Crustáceos = Camarão, siri, carangueijo, ácaros e baratas.
55% Pólen = Frutas e Vegetais crus.
35% Latéx = Kiwi, banana, abacate, maracujá, tomate, mandioca, pimentão.
1.2) Intolerâncias e Alergias
▪ Relacionada a DISFUNÇÕES no metabolismo de indivíduos, em que ocorre: Deficiência

de enzimas; Reações farmacológicas; Reações idiopáticas/irritantes.
▪ Tratamento da Intolerância à lactose (IL): envolve a redução da ingestão da lactose,

substituindo produtos vegetais e lácteos adicionados de enzima lactase.
NÃO EXISTE
ALERGIA À LACTOSE!
Obrigada!

Unidade 1 - Diferença Entre Alergia, Hipersensibilidade e Intolerância

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Unidade 1 - Diferença Entre Alergia, Hipersensibilidade e Intolerância

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Alergias e Intolerâncias no TEA

Unidade I: Diferenças entre Alergia,

Unidade I: Diferença entre alergia, hipersensibilidade e Unidade III: Suporte nutricional

1.1 Reações Alérgicas 3.1 Alimentos funcionais

Unidade II: Como é feito o diagnóstico Unidade IV: Suplementação

Transtorno do Espectro Autista - TEA

Grupo de desordens neurocomportamentais de grande complexidade, multifatorial e de

Fonte: Canva – Raiane Dantas

Fonte: APA, DSM-5, 2014.

Transtorno do Espectro Autista - TEA

Termo de 1910 – criado pelo psiquiatra suíço Eugen Bleuer

• Prefixo grego autôs = si mesmo

Ou seja, tendência a se isolar do mundo exterior.

Fonte: CDC, 2021.

Motivo da Maior Prevalência

Fonte: Canva – Raiane Dantas

Comorbidades Associadas ao TEA

• Foi demonstrado que altas concentrações de microbiota pró-inflamatória no intestino

▪ O uso de antibióticos concomitante, não apenas matam bactérias potencialmente

Comorbidades Associadas ao TEA

▪ METABÓLICA: Polimorfismos genéticos, depleção da glutationa, estresse oxidativo,

▪ GASTROINTESTINAL: Disbiose intestinal, deficiência de enzimas, inflamação e má

Tratamento Nutricional no TEA

Reações Adversas a Alimentos (RAA)

REAÇÃO ADVERSA A ALIMENTOS

TÓXICA NÃO TÓXICA

INTOXIÇÃO POR BACTÉRIAS; IMUNOLÓGICAS NÃO IMUNOLÓGICAS

- MEDIADA POR IgE - ENZIMÁTICA (EX.LACTOSE)

Fonte: Muraro et al, 2014; Carreiro D., 2021.

As alergias alimentares são confusões atópicas, que podem ser classificados

Mistas Não IgE mediadas

▪ Anafilaxia (dois ou mais sistemas Reações intestinais: ▪ Dermatite Atópica

A alergia alimentar é definida como a reação contrária mediada pelo sistema

Alergia Não IgE Mediada

Alérgeno: qualquer substância capas de estimular PROTEÍNA TERCIÁRIA: Antígeno nativo

Epítopos: parte de um antígeno/alérgeno capaz de

DESNATURAÇÃO DA PROTEÍNA: o processamento térmico ou

ligação de alguns aminoácidos fazem com que o nosso

organismo as reconheçam como “inimigos”.

Quando o organismo enxerga esse epítopo como inimigo Altera a sequência de aa

acarretar alergias. Imagem: A autora, inspirada - Solé D. et al., 2018.

Fonte: Solé D. et al., 2018.

Quando o sistema imunológico é ativado em função da presença de uma substância

IgA: primeiro elemento de defesa do sistema imunológico, ainda na superfície mucosa.

IgE: caso específico de alergias, são liberadas as Imunoglobulinas do tipo E, ou seja, é

O SISTEMA NERVOSO CENTRAL não é independente,

Fonte: Canva – Raiane Dantas

Microbiota > Intestino > Cérebro

Barreira de muco intestinal que

TAMBÉM PRESENTES, AS CÉLULAS

QUANDO NÃO HÁ A TOLERÂNCIA, ou seja,

Figura Adaptada: Carreiro D., 2021; Pinotti R; Yonamine G, 2021

Microbiota > Intestino > Cérebro

MATA FUNGOS, BACTÉRIAS ESTIMULA

Fonte: Carreiro D., 2021

Fisiopatologia das Alergias

Fonte: Sampson H. A., 1996

Microbiota > Intestino > Cérebro - Resumo

LPS INIBEM A VIA DE DETOX POR AÇÃO DO

AUMENTO DE FUNGOS E BACTÉRIAS ALTERAÇÔES

METAS: RECUPERAR FUNÇÃO E

ENTRADA PTNS LÂMINA PRÓPRIA

Fonte: Carreiro D., 2021