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GRANDES TEMAS DE CONTEUDO EXCLUSIVO DO AUTOR
▪Visão Tributária
▪Visão Previdenciária
2.2 Poder Judiciário tem usado Matriz NTEP como base para Julgamento
✓Jurisprudência
GRANDES TEMAS DE CONTEUDO EXCLUSIVO DO AUTOR
dados de 2000 a 2017.Quais CID entram, saem e os respectivos CNAE. Pos-doutorando pela ENSP
Doutor em Ciências da Saúde – UnB
Técnico
- 30 d • Reabilitação
Diagnostico + 30 d • Alta Médica
Agravo
Incapacidade ?
• Temporária
Duração • Permanente
Modalidade
• Síndrome
• Disfunção Natureza
• Doença
• Transtorno
• Distúrbio Nexo – Tipo
• Moléstia I, II, III, IV,
• Lesão V, VI, VII e VIII
CID
Referencial Coletivo...
Trabalhador
Nexo Causal Nexo Técnico
• Patogênese
CNAE
• Fisiopatologia Empresa
• Anatomoclínica
• Propedêutica
• Semiologia
Diagnóstico
Singular
Incapacidades
Coletivas - Epidemiologia
Prognóstico
?
Qual epistemologia suporta as conclusões e
desfechos relacionados à saúde do trabalhador ?
Anatômico
Clínico
Fisiológico
Patológico
Ou nada disso
Incapacidade
?
Sob qual ponto de vista?
Biológico
Psicológico
Sociológico
Diálogo Jurídico
?
Sob qual égide do direito?
Sanitário
Ambiental
Previdenciário
Algum outro?
B31 → FN
Falso Negativo (FN) ou Falso Positivo (FP) ?
B91 → FP
FN: Homologação Expressa da Salubridade do Meio Ambiente do Trabalho – MAT
FN: O MAT nunca será um fator determinante-interveniente.
FN: Assunção ideológica do fator de proteção.
FN: Elimina possibilidade de discussão etiogênica.
FN: Elimina possibilidade de geração de hipóteses científicas.
FN: Reducionismo epistemológico ao campo da semiologia médica.
FN: Retira direitos do trabalhador
FP: Atribuição precária sobre a insalubridade do MAT, dado o contraditório
FP: O MAT poderá ser desqualificado como fator determinante-interveniente.
FP: Assunção ideológica do fator de risco (princípio da precaução).
FP: Estimula o desenvolvimento de pesquisa e discussão etiogênica.
FP: Intensifica a geração de hipóteses científicas.
FP: Ampliação epistemológica, para além da semiologia médica.
Velho Olhar...
(i) viés médico-clínico (individualista) → abordagem anatomoclínica do
paciente → busca da causalidade biológica da lesão tissular → culpa do
trabalhador → EPI → CAT → caso (é do trabalho e não de saúde pública)
§ 1º A empresa é responsável pela adoção e uso das medidas coletivas e individuais de proteção e segurança da saúde do
trabalhador.
§ 2º Constitui contravenção penal, punível com multa, deixar a empresa de cumprir as normas de segurança e higiene do
trabalho.
§ 3º É dever da empresa prestar informações pormenorizadas sobre os riscos da operação a executar e do produto a
manipular.
I - doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada
atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social;
II - doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o
trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, constante da relação mencionada no inciso I.
a) a doença degenerativa;
d) a doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela se desenvolva, salvo comprovação de que é
resultante de exposição ou contato direto determinado pela natureza do trabalho.
§ 2º Em caso excepcional, constatando-se que a doença não incluída na relação prevista nos incisos I e II deste artigo
resultou das condições especiais em que o trabalho é executado e com ele se relaciona diretamente, a Previdência Social
deve considerá-la acidente do trabalho.
Art. 21. Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos desta Lei:
I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído diretamente para a morte do
segurado, para redução ou perda da sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a
sua recuperação;
b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao trabalho;
IV - o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho:
b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito;
c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por esta dentro de seus planos para melhor
capacitação da mão-de-obra, independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do
segurado;
d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção,
inclusive veículo de propriedade do segurado. (Revogado pela Medida Provisória nº 905, de 2019)
§ 1º Nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de outras necessidades fisiológicas, no
local do trabalho ou durante este, o empregado é considerado no exercício do trabalho.
§ 2º Não é considerada agravação ou complicação de acidente do trabalho a lesão que, resultante de acidente de outra
origem, se associe ou se superponha às consequências do anterior.
Art. 21-A. A perícia médica do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) considerará caracterizada a natureza acidentária
da incapacidade quando constatar ocorrência de nexo técnico epidemiológico entre o trabalho e o agravo, decorrente da
relação entre a atividade da empresa ou do empregado doméstico e a entidade mórbida motivadora da incapacidade
elencada na Classificação Internacional de Doenças (CID), em conformidade com o que dispuser o regulamento.
(Incluído pela Lei nº 11.430, de 2006) (Redação dada pela Lei Complementar nº 150, de 2015)
§ 1o A perícia médica do INSS deixará de aplicar o disposto neste artigo quando demonstrada a inexistência do nexo de
que trata o caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.430, de 2006)
§ 2o A empresa ou o empregador doméstico poderão requerer a não aplicação do nexo técnico epidemiológico, de cuja
decisão caberá recurso, com efeito suspensivo, da empresa, do empregador doméstico ou do segurado ao Conselho de
Recursos da Previdência Social. (Redação dada pela Lei Complementar nº 150, de 2015)
Art. 22. A empresa ou o empregador doméstico deverão comunicar o acidente do trabalho à Previdência Social até o
primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato, à autoridade competente, sob pena de multa
variável entre o limite mínimo e o limite máximo do salário de contribuição, sucessivamente aumentada nas reincidências,
aplicada e cobrada pela Previdência Social. (Redação dada pela Lei Complementar nº 150, de 2015)
§ 1º Da comunicação a que se refere este artigo receberão cópia fiel o acidentado ou seus dependentes, bem como o
sindicato a que corresponda a sua categoria.
§ 2º Na falta de comunicação por parte da empresa, podem formalizá-la o próprio acidentado, seus dependentes, a
entidade sindical competente, o médico que o assistiu ou qualquer autoridade pública, não prevalecendo nestes casos o
prazo previsto neste artigo.
§ 3º A comunicação a que se refere o § 2º não exime a empresa de responsabilidade pela falta do cumprimento do
disposto neste artigo.
§ 4º Os sindicatos e entidades representativas de classe poderão acompanhar a cobrança, pela Previdência Social, das
multas previstas neste artigo.
§ 5o A multa de que trata este artigo não se aplica na hipótese do caput do art. 21-A. (Incluído pela Lei nº 11.430,
de 2006)
Art. 23. Considera-se como dia do acidente, no caso de doença profissional ou do trabalho, a data do início da
incapacidade laborativa para o exercício da atividade habitual, ou o dia da segregação compulsória, ou o dia em que for
realizado o diagnóstico, valendo para este efeito o que ocorrer primeiro.
Tipo I - Nexo Técnico por Lesão Aguda
Tipo II - Nexo Técnico por Doença Profissional
IV - Cor Pulmonale SOE ou Doença Cardio-Pulmonar Complicação evolutiva das pneumoconioses graves, principalmente Silicose
Crônica (I27.9) (Z57.2) (Quadro XVIII)
1. Problemas relacionados com o emprego e com o desemprego: Condições difíceis de trabalho (Z56.5)
VI - Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso do álcool:
Alcoolismo Crônico (Relacionado com o Trabalho) (F10.2)
2. Circunstância relativa às condições de trabalho (Y96)
VII - Episódios Depressivos (F32.-) 4. Manganês e seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.5) (Quadro XV)
Problemas relacionados com o emprego e com o desemprego (Z56.-): Desemprego (Z56.0); Mudança de emprego
X - Outros transtornos neuróticos especificados (Inclui “Neurose (Z56.1); Ameaça de perda de emprego (Z56.2); Ritmo de trabalho penoso (Z56.3); Desacordo com patrão e colegas de
Profissional”) (F48.8) trabalho (Condições difíceis de trabalho) (Z56.5); Outras dificuldades físicas e mentais relacionadas com o trabalho
(Z56.6)
1. Problemas relacionados com o emprego e com o desemprego: Má adaptação à organização do horário de
XI - Transtorno do Ciclo Vigília-Sono Devido a Fatores Não-Orgânicos trabalho (Trabalho em Turnos ou Trabalho Noturno) (Z56.6)
(F51.2)
2. Circunstância relativa às condições de trabalho (Y96)
IV - Cor Pulmonale SOE ou Doença Cardio-Pulmonar Complicação evolutiva das pneumoconioses graves, principalmente Silicose
Crônica (I27.9) (Z57.2) (Quadro XVIII)
1. Problemas relacionados com o emprego e com o desemprego: Condições difíceis de trabalho (Z56.5)
VI - Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso do álcool:
Alcoolismo Crônico (Relacionado com o Trabalho) (F10.2)
2. Circunstância relativa às condições de trabalho (Y96)
VII - Episódios Depressivos (F32.-) 4. Manganês e seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.5) (Quadro XV)
Problemas relacionados com o emprego e com o desemprego (Z56.-): Desemprego (Z56.0); Mudança de emprego
X - Outros transtornos neuróticos especificados (Inclui “Neurose (Z56.1); Ameaça de perda de emprego (Z56.2); Ritmo de trabalho penoso (Z56.3); Desacordo com patrão e colegas de
Profissional”) (F48.8) trabalho (Condições difíceis de trabalho) (Z56.5); Outras dificuldades físicas e mentais relacionadas com o trabalho
(Z56.6)
1. Problemas relacionados com o emprego e com o desemprego: Má adaptação à organização do horário de
XI - Transtorno do Ciclo Vigília-Sono Devido a Fatores Não-Orgânicos trabalho (Trabalho em Turnos ou Trabalho Noturno) (Z56.6)
(F51.2)
2. Circunstância relativa às condições de trabalho (Y96)
0810 1091 1411 1412 1533 1540 2330 3011 3701 3702 3811 3812 3821 3822 3839 3900 4120 4211
A15-A19 4213 4222 4223 4291 4299 4312 4321 4391 4399 4687 4711 4713 4721 4741 4742 4743 4744 4789
4921 4923 4924 4929 5611 7810 7820 7830 8121 8122 8129 8610 9420 9601
1091 3600 3701 3702 3811 3812 3821 3822 3839 3900 4120 4211 4213 4222 4223 4291 4292 4299
E10-E14 4313 4319 4329 4399 4721 4921 4922 4923 4924 4929 4930 5030 5231 5239 8011 8012 8020 8030
8121 8122 8129 8411 9420
0710 0990 1011 1012 1013 1031 1071 1321 1411 1412 2330 2342 2511 2543 2592 2861 2866 2869
2942 3701 3702 3811 3812 3821 3822 3839 3900 4120 4211 4213 4222 4223 4291 4292 4299 4312
F20-F29
4391 4399 4921 4922 4923 4924 4929 5212 5310 6423 7732 7810 7820 7830 8011 8012 8020 8030
8121 8122 8129 8423 9420
0710 0892 0990 1011 1012 1013 1031 1220 1311 1313 1314 1321 1330 1340 1351 1359 1411 1412
1413 1422 1531 1532 1540 2091 2123 2511 2710 2751 2861 2930 2945 3299 3600 4636 4711 4753
F30-F39 4756 4759 4762 4911 4912 4921 4922 4923 4924 4929 5111 5120 5221 5222 5223 5229 5310 5620
6110 6120 6130 6141 6142 6143 6190 6311 6422 6423 6431 6550 8121 8122 8129 8411 8413 8423
8424 8610 8711 8720 8730 8800
0113 0210 0220 0810 1011 1012 1013 1321 1411 1412 1610 1621 1732 1733 1931 2330 2342 2511
G40-G47 2539 2861 3701 3702 3811 3812 3821 3822 3839 3900 4120 4211 4213 4222 4223 4291 4292 4299
4313 4319 4399 4921 4922 4923 4924 4929 4930 5212 8011 8012 8020 8030 8121 8122 8129
0113 0131 0133 0210 0220 0230 0500 0710 0810 0892 0910 0990 1011 1012 1013 1020 1031 1033
1041 1051 1052 1061 1062 1064 1071 1072 1092 1122 1311 1312 1321 1323 1340 1351 1354 1411
1412 1413 1421 1422 1510 1532 1610 1621 1622 1623 1629 1710 1721 1722 1732 1733 1931 2012
2019 2029 2040 2091 2093 2123 2211 2212 2219 2221 2222 2312 2320 2330 2341 2342 2349 2391
2431 2439 2441 2443 2449 2451 2511 2513 2521 2522 2539 2542 2543 2550 2592 2593 2710 2722
M40-M54 2733 2813 2815 2822 2832 2833 2852 2853 2854 2861 2862 2864 2866 2869 2920 2930 2942 2943
2944 2945 2950 3011 3101 3102 3240 3321 3329 3600 3701 3702 3811 3812 3821 3822 3839 3900
4120 4211 4212 4213 4222 4223 4291 4292 4299 4311 4312 4313 4319 4321 4329 4391 4399 4621
4622 4623 4632 4636 4661 4681 4682 4685 4686 4687 4689 4921 4922 4923 4924 4929 4930 5012
5021 5211 5212 5221 5222 5223 5229 5310 5612 5620 6431 7719 7732 8121 8122 8129 8424 8430
8610 9420
0210 0220 1011 1012 1013 1033 1122 1610 1621 1622 2330 2391 2511 2512 2539 3101 3329 3701
3702 3811 3812 3821 3822 3839 3900 4120 4211 4213 4221 4222 4223 4291 4299 4312 4321 4391
S70-S79
4399 4520 4530 4541 4542 4618 4687 4731 4732 4741 4742 4743 4744 4784 4789 4921 4930 5212
5221 5222 5223 5229 5232 5250 5320 7810 7820 7830 8011 8012 8020 8030 8121 8122 8129 9420
Engenharia Medicina Contabilidade Direito
Epidemiologia
Escrituração Fiscal
Linguagem R
Arquitetura de BD
Linkage
Métricas
Indicadores
KPI
Tempo
Direção do estudo
Doentes
Expostos
Não Doentes
População Pessoas
Sem Doença
Doentes
Não
Expostos Não Doentes
CNIS
NTEP SUB
CLASSE AGRUPAMENTO
(673) (212)
1,8% dos CNAE – Fator de Risco 98,2% dos CNAE – Fator de Proteção
Deliberado pela IIIª Vontade dos Empresários
Tese Doutorado Conferencia de Saúde do
Trabalhador e Resolução Projeto de Lei de Relatoria
UnB
1.236 do CNPS do Presidente da CNI
• População Externa (n° 1) - indivíduos não guardam conexão com este estudo, mas
é possível fazer alguma extrapolação
Figura 1: Macro fluxo para geração de NTEP
Variáveis Populacionais – Estudo de Prevalência
• O vínculo médio obtido pela a média aritmética dos vínculos declarados nos meses
entre 2000 e 2016
Variáveis Populacionais – Estudo de Incidências
Perda na casuística devida aos diagnósticos CID 10ª: não classificado, não preenchido, inválido ou em CID 9ª.
Exclusão dos registros relativos aos segurados autônomos, equiparados, empresários, facultativos e domésticos.
Total 23.637.355
Casuística Média-Ano
Casuística SUB-Investigação: Empregados, divididos por dezessete (17)
Total 759.545
População - Real Vínculo Médio, obtido pela soma dos vínculos empregatícios no CNIS, divididos
Total 30.815.310 por dezessete (17)
Figura 1. Universo de benefícios com a casuística alvo, as perdas e a casuística objeto do
estudo restrito aos segurados empregados para as espécies B31, B32, B91 e B92. Brasil, 2000 a
2016.
Concessão SUB – Geral
Total 73.198.369
Concessão SUB – Especialidade Benefícios por Incapacidade – espécies B31, B32, B91 e B92 – concedidos entre
Total 37.354.818 2000 e 2016, registrados no SUB.
Benefícios relativos aos Capítulos CID 15, 16, 17, 18, 20, 21 e 22; CID “não
Concessão SUB – Expurgo
classificado”, “não preenchido” ou “inválido” ou CID09; bem como os registros
Total 23.637.355
dos segurados autônomos, equiparados, empresários, facultativos e domésticos
Casuística Média-Ano
Casuística SUB-Investigação: Empregados, divididos por dezessete (17)
Total 759.545
População - Real Vínculo Médio, obtido pela soma dos vínculos empregatícios no CNIS, divididos
Total 30.815.310 por dezessete (17)
RR
P doença ȁ exposto ÷ {P doença ȁ exposto + [ 1 − P(doença ȁ exposto) ]}
=
P(doença ȁ não−exposto) ÷ {P(doença ȁ não−exposto) + [ 1 − P(doença ȁ não−exposto)]}
P(doença exposto)
CID10-OMS
CNAE
Classe M40-M54 Outro TOTAL
Em 1990, 12% dos benefícios eram acidentários e em 2005, caem para apenas
8%1. O sistema de informações acidentário, modelado pelo legislativo brasileiro
para a Previdência Social, tem na Comunicação de Acidente do Trabalho – CAT a
sua fonte primária, com fortes indícios de sonegação2.
A sonegação da CAT está enraizada e demarcada por aspectos econômicos, jurídicos
e sociais:
i) acidente-doença do trabalho é uma categoria considerada pejorativa, por isso as
empresas evitam que o dado apareça nas estatísticas oficiais;
ii) início do reconhecimento da estabilidade no emprego – que é de um ano de
duração a partir do retorno -, bem como a liberdade de poder despedir o trabalhador
a qualquer tempo;
iii) depósito da contribuição devida de 8% do salário, em conta do FGTS,
correspondente ao período de afastamento;
iv) reconhecimento dos fatores de riscos laborais e com isso não recolher a
contribuição específica correspondente ao custeio da aposentadoria especial para os
trabalhadores expostos;
v) a CAT emitida pela empresa é tida como palavra final sobre a causalidade
acidentária, quando constitui apenas um ato administrativo previdenciário e de
sentinela epidemiológica;
vi) a CAT, sob o prisma do empregador, funciona como confissão de culpa com
consequências penais, cíveis, previdenciárias e trabalhistas;
vii) o Instituto Nacional de Seguro Social - INSS tende a condicionar a concessão do
benefício acidentário à apresentação da CAT por parte do segurado, bem como a
prestação de reabilitação profissional, condições que atribuem à CAT um valor
extraordinário, que de um lado estimula a subnotificação por parte do empresário; e
de outro, ultraja direito dos empregados;
viii) as doenças do trabalho têm múltiplos fatores etiogênicos que oneram o
diagnóstico diferencial, abrindo o enorme espaço ao falso negativo (subnotificação);
ix) o afastamento é relacionado ao trabalho ou não? Os serviços médicos contratados
pelas empresas tendem a negar a relação ao excluir a contribuinte laboral do
espectro dos fatores determinantes, concausais, facilitadores ou desencadeadores,
obstaculizando a emissão da CAT, quando o trabalho pode ser causa suficiente,
notadamente quando há motivos econômicos-jurídicos ou a incerteza diagnóstica,
ainda que a presunção acidentária esteja prevista na legislação;
x) impossibilidade teórica de se flexibilizar a tributação do Seguro Acidente do
Trabalho – SAT, ao se considerar a CAT como fonte primária de informação, dado que
as empresas emitentes seriam estimuladas a aumentar a subnotificação.
A matriz possível é 142.676 células resultantes das relações entre 673 CNAE-Classe
e 212 CID-Agrup.
A instrumentação epidemiológica neste estudo apresentada responde a essas
questões, pois consegue construir estimativas de risco previdenciário tendo
como variável analítica biológica (CID-Agrup) segundo a abordagem individual; e
a CNAE-Classe como variável síntese do meio ambiente do trabalho sob
perspectiva coletiva. Permite superar as lacunas produzidas pela sonegação da
CAT e aferir a acidentalidade e suas consequências tributárias visando à justiça
fiscal e social.
A empresa tem duas facetas (dupla personalidade) existenciais: uma individual, dada pela personalidade
jurídica que representa a si mesmo, sob visão interna corporis, segundo seu registro de nascimento (CNPJ); e
uma outra, dita coletiva, pela roupagem econômica que representa a todos, dada pelo CNAE ao qual
pertence o CNPJ, em perspectiva externa corporis, em que a parte representa o todo e o todo prenuncia a
parte.
Falar em uma empresa é dizer em qual vocação socioeconômica ela se encaixa e afirmar o CNAE é presumir a
forma segundo a qual a empresa atende sua razão de ser. Ou seja, há que se considerar essa dupla
personalidade sob os primas individuais da fisiologia da empresa, de um lado, e da sociologia entre empresas
dentro do segmento econômico (CNAE), de outro.
A CNAE assim, sob esse prisma, assume a figura de um ser social cujos indivíduos, cada uma das empresas
(CNPJ) integrantes comungam, convivem, concorrem, compram, vendem, apreçam, contratam, escrituram,
licitam, alienam, participam do mercado bursátil, terceirizam, empregam, protegem e adoecem de maneira
verossimilhante, entre outros, e, portanto reproduzem práticas multidimensionais de plurais representações.
Eis o porquê ontológico.
Segundo a teoria burocrática organizacional de Weber essa homogeneidade das empresas, aqui
representada pelo CNAE, decorre da reprodutibilidade de formas e práticas verossímeis comuns, que nos
dizeres de Dimaggio e Powell , estão submetidas à Gaiola de Ferro do Isomorfismo Institucional, segundo a
racionalidade organizacional weberiana.
Práticas verossímeis comuns e reprodutibilidade fazem com que as organizações dentro de mesmo CNAE
estejam mais orientadas à homogeneidade que à competição ou à diversidade, ainda que haja o diferencial
competitivo
Isomorfismo, segundo Dimaggio e Powell, entendido como processo de restrição que força uma unidade
organizacional em uma população a se assemelhar as outras unidades que enfrentam o mesmo conjunto de
condições ambientais, sendo de natureza tripla: coercitivo, mimético e normativo , a saber:
✓ O isomorfismo coercitivo deriva das influências políticas e do problema da legitimidade, decorrentes de
pressões formais e informais que sofrem de outras organizações do mesmo CNAE e das quais dependem,
bem como das expectativas culturais da sociedade na qual as organizações atua
✓ O isomorfismo mimético como respostas padronizadas às incertezas, pois nem todo isomorfismo deriva
da autoridade coercitiva, uma vez que a incerteza constitui poderosa força que encoraja a imitação a
outras organizações ditas modelos para imitar, benchmarketing, notadamente em cenários em que as
tecnologias de gestão são pouco compreendidas, de soluções pouco nítidas, ou quando se vêem defronte
a problemas de causas ambíguas;
Em outro flanco, para compreender as vicissitudes que permeiam a saúde do trabalhador segundo a lógica
liberal (CNPJ) e sócio-isomórfica (CNAE) se faz necessário raciocinar de modo a compreender a Regra do
Mercado numa esfera ampliada que extrapola o CNPJ e encontra a CNAE como caixa de ressonância.
Porquanto, se é verdade que existe uma regra de mercado liberal que estimula a concorrência entre CNPJ; é
verdade também que essa mesma regra, igualmente, é social quando reproduz práticas e doutrinas entre
eles, que inclusive os protegem, às vezes os blindam e quase sempre os alimentam.
Nesse contexto, a CNAE não é mero somatório de CNPJ,- um mero item taxonômico no qual se apropria um
PIB na contas nacionais do IBGE de forma passiva – mas sim, a expressão viva de vontades políticas colimadas
aos interesses privados (lucro) e classista (sobrevivência) que participam do pólo ativo das relações
socioeconômicas ao se utilizar de mecanismos hegemônicos para individualmente acumular riquezas e
coletivamente opor salvaguardas a quem quer que seja.
A percepção dessa dupla personalidade da empresa no modo de produção capitalista - juntamente ao olhar
individual (fisiológico) do CNPJ competitivo combinado endogenamente ao coletivo (sociológico) do CNAE
solidário - constitui o núcleo resolutivo do problema posto na introdução desta tese. Sem esse discernimento,
nenhuma política pública logrará êxito, conquanto haja vontade e um ar de mudança na sociedade.
Reafirma-se o SAT no rol das políticas públicas estatais a partir do balanceamento dinâmico dos três vértices
fundamentais, discutidos no capítulo dois, utilizando-se de mecanismos liberais e classistas, dialeticamente
compensados. Parte-se da premissa capitalista, para dentro de sua lógica, atingir a mitigação das
conseqüências nefastas à saúde do trabalhador, intrínsecas ao seu modo de produção, qual seja: transformar
saúde do trabalhador em valor econômico agregado, em ativos financeiros, em lucro.
Tal mecanismo de bônus (FAP) se conecta um outro atribuidor de ônus (NTEP), dispositivo de peso-e-
contrapeso, como contrapartida à gestão do valor agregado (saúde do trabalhador) para se efetivar o direito
social (meio ambiente do trabalho equilibrado), pelo viés social.
As visões epistemológica de Edgar Morin36 e isomórfica de Dimaggio e Powell27 reiteram as duas vertentes –
econômica e social – que circunscrevem a variável atividade econômica (CNAE) como figura ontológica
homogênea quanto aos indivíduos (CNPJ) nela inscritos. Porém não pára por aí o potencial gnosiológico e
heurético da variável CNAE como preditora de significados ao se considerar sua característica isomórfica e
ontológica.
Complementarmente, discute-se a seguir que a atividade econômica (CNAE) enseja um construto teórico que
sintetiza múltiplas determinações, a partir das quais é razoável atribuir à variável CNAE o atributo de variável
síntese.
Estruturação das Hipóteses
Estruturação das Hipóteses
Prevalência Prevalência
Casos CNAE- Proporção Razão de
Agrupamento CID Casos Brasil RR LI ic RR LS ic RR FE-Exp % FE-Pop % CNAE Geral
Classe Casos (%) Prevalência
(x100.000) (x100.000)
M60-M79 - Transtornos dos tecidos moles 1.437.903 261 0,02 2,04 1,88 2,21 51,07 0,58 555,34 274,48 2,02
F30-F39 - Transtornos do humor [afetivos] 1.106.740 133 0,01 1,35 1,12 1,58 26,09 0,10 282,99 211,27 1,34
Z40-Z54 - Pessoas em contato com os serviços de saúde para procedimentos e cuidados específicos 569.404 1.386 0,24 1,07 1,00 1,14 6,62 0,01 117,14 108,69 1,08
O20-O29 - Outros transtornos maternos relacionados predominantemente com a gravidez 378.221 1.080 0,29 1,26 1,18 1,34 20,43 0,02 91,28 72,20 1,26
G50-G59 - Transtornos dos nervos, das raízes e dos plexos nervosos 248.505 772 0,31 1,37 1,27 1,46 26,88 0,02 65,25 47,44 1,38
O60-O75 - Complicações do trabalho de parto e do parto 100.207 364 0,36 1,60 1,46 1,74 37,50 0,02 30,76 19,13 1,61
O30-O48 - Assistência prestada à mãe por motivos ligados ao feto e à cavidade amniótica e por possíveis problemas relativos ao parto 70.570 242 0,34 1,51 1,34 1,68 33,78 0,01 20,45 13,47 1,52
O10-O16 - Edema, proteinúria e transtornos hipertensivos na gravidez, no parto e no puerpério 64.462 182 0,28 1,24 1,05 1,43 19,52 0,00 15,38 12,31 1,25
E65-E68 - Obesidade e outras formas de hiperalimentação 59.645 191 0,32 1,41 1,22 1,60 29,07 0,01 16,14 11,39 1,42
2121 - Fabricação de medicamentos para uso humano
CNAE-Classe: 2121 - Fabricação de medicamentos para uso humano [69.599,53 vínculos-médio ao ano] e [1.166.208,64 vínculos-dias (n=0,23%)]
Casos Prevalência Prevalência
Casos Proporção LI ic LS ic FE-Exp FE-Pop Razão de
Agrupamento CID CNAE- RR CNAE Geral
Brasil Casos (%) RR RR % % Prevalência
Classe (x100.000) (x100.000)
E65-E68 - Obesidade e outras formas de hiperalimentação 59.645 191 0,32 1,41 1,22 1,60 29,07 0,01 16,14 11,39 1,42
G50-G59 - Transtornos dos nervos, das raízes e dos plexos nervosos248.505 772 0,31 1,37 1,27 1,46 26,88 0,02 65,25 47,44 1,38
M60-M79 - Transtornos dos tecidos moles 1.437.903 4.281 0,30 1,31 1,27 1,35 23,69 0,11 361,82 274,48 1,32
O60-O75 - Complicações do trabalho de parto e do parto 100.207 364 0,36 1,60 1,46 1,74 37,50 0,02 30,76 19,13 1,61
Agrupamento CID
Casos
Casos
CNAE-
Proporção
RR
LI ic LS ic FE-Exp FE-Pop
Prevalência Prevalência
CNAE Geral
Razão de
2121 - Fabricação de medicamentos para uso humano
Brasil Casos (%) RR RR % % Prevalência
Classe (x100.000) (x100.000)
E65-E68 - Obesidade e outras formas de hiperalimentação 59.645 191 0,32 1,41 1,22 1,60 29,07 0,01 16,14 11,39 1,42
G50-G59 - Transtornos dos nervos, das raízes e dos plexos nervosos248.505 772 0,31 1,37 1,27 1,46 26,88 0,02 65,25 47,44 1,38
M60-M79 - Transtornos dos tecidos moles 1.437.903 4.281 0,30 1,31 1,27 1,35 23,69 0,11 361,82 274,48 1,32
O60-O75 - Complicações do trabalho de parto e do parto 100.207 364 0,36 1,60 1,46 1,74 37,50 0,02 30,76 19,13 1,61
Por se tratar de estudo censitário as inferências para obtenção de intervalo de confiança são
dispensáveis, todavia, além de calculados, tais limites, para 99% de confiança estatística, são,
de forma conservadora, adotados como requisitos.
Neste estudo o parâmetro de risco adotado foi o estimador de risco RR em seu limite inferior
maior que a unidade (LIIC-99% >1).
Das 49 (100%) relações resultantes da matriz entre as sete CNAE-Classe e os sete CID-Agrup,
foram observadas 27 associações com NTEP (55.1%), pois refutaram a hipótese nula com LIIC-
99% > 1, contra 22 (44.9%).
Especial atenção ao F40-F48 na CNAE-Classe 2910, pois o RR ficou em 1,04, saindo da matriz do
NTEP apenas pelo rigor metodológico, que obteve LIIC-99% de 0,97. Nesta relação a RP
também ficara acima da unidade (RP = 1,03).
Indicadores Epidemiológicos
Há extremos que merecem destaque. A CNAE-Classe 1012 (Abate de Aves) teve NTEP para as
sete relações, enquanto na CNAE-Classe 7810 (Agenciamento de Mão-de-Obra) não houve
NTEP para nenhum. A primeira por conta da concentração de fatores de riscos químicos,
físicos, biológicos, mecânicos, psíquicos e ergonômicos nessa indústria; a segunda, pela
dispersão dos fatores de riscos, quando se considera o giro do trabalhador alocado em diversas
CNAE-Classe .
O segundo maior RR (4,61) dessa coorte ficou para M60-M79 (Transtorno Tecido Moles) na
CNAE-Classe 2910 (fabricação de Automóveis), pois apresentaram elevados impactos,
expressos pela FE-Exp (78,30%), bem como pela FE-pop (4,29%), esta última a maior deste
estudo. Conquanto a medida prevalência não tenha o condão de estimar risco, a RP
compareceu neste estudo como preditor de risco, convergindo com NTEP, de forma a
evidenciar consistente paralelismo, acima ou abaixo da unidade, entre ambos (LIIC-99% e RP).
Em sentido oposto, também é relevante notar quanto ao CID-Agrup S60-S69 (Trauma punho e
mãos) que a CNAE-Classe 6422 (Banco Múltiplo) foi a que apresentou a menor proporção de
casos (0,36%); menor RR (0,31) e menor Razão de Prevalência – RP (0,31).
Medidas de Frequência
Medidas de Impacto
Fração Etiológica dos Expostos
Fração Etiológica Populacional
Contexto Histórico
À abordagem clínico-individual, cujos fundamentos foram
ensinados por Hipócrates (460-375 a.C.), Ramazzini agregou a
prática da história ou anamnese ocupacional. Assim, ensinou ele:
René Mendes. A ATUALIDADE DE RAMAZZINI, 300 ANOS DEPOIS. Professor Titular UFMG.
http://www.saudeetrabalho.com.br/textos-miscelania-6.htm
• Produção Artesanal
• Utensílios e Tecnologias Rudimentares
• Força Muscular
• Trabalho por conta própria
• Sistema de Trocas – Economia Subsistência
1700 • Tempo passa devagar
Inquisição
• Deus ajuda a quem trabalha
• Deus ajuda a quem trabalha
• Deus que quis, pois tudo pode e de tudo é cônscio.
• Absurdo associar trabalho a doença
• Heresia = Fogueira
144/300
Velho Olhar...
(i) viés médico-clínico (individualista) → abordagem anatomoclínica do
paciente → busca da causalidade biológica da lesão tissular → culpa do
trabalhador → EPI → CAT → caso (é do trabalho e não de saúde pública)
Consequências →
CAT
Referencial Individualístico...
Trabalho
Nexo Causal Nexo Técnico
• Patogênese
• Fisiopatologia
• Anatomoclínica
• Propedêutica
• Semiologia
Diagnóstico
Singular
Incapacidade
Prognóstico
DISEASE ILLNESS SICKNESS
Horizonte Holístico
Medicina Psicologia Sociologia Alta Médica
Biológico Emocional Relacional
Consequências →
Tabela: Distribuição de vínculos e benefícios B91, B92, B31 e B32 por ano Brasil - 2000 a 2013
Quantidade de Benefício
Auxílio Doença Aposentadoria Invalidez
Velocidades dos Velocidades dos
Ano Concessão Vínculos Total
Vínculos Benefícios
Previdenciário - B31 Acidentário - B91 Previdenciário - B32 Acidentário - B92
✓ Onde há mais erro: 12% no FP do B91 ou 88% do FN do B31? Antes era 5% para 95%.
✓ As incertezas científicas que povoam a assunção do B91 estão presentes no B31? Ou seja os
argumentos para dizer que não são do trabalho também carecem de comprovação.
✓ Cadê artigos científicos provando que o trabalho não concorreu aos desfechos?
✓ NTEP é aparelho metodológico que serve de screening. Não elimina ou prescinde do médico,
mas ao contrário o instrui e ajuda no deslinde.
Falso Negativo (FN) ou Falso Positivo (FP) ?
✓ Desafio : por que nesse tempo todo nenhum artigo, dissertação ou tese foram produzidos
para provar relação espúria entre CID e CNAE? Porque leigos e aproveitadores em geral e
inquisidores dogmáticos ficam reproduzindo que NTEP é espúrio?
✓ Qual autoridade têm os que atacam o NTEP se não submetem artigos científicos?
Incompetência, preguiça , aproveitadores judiciais ou desonestidade intelectual ? NTEP é
fruto de árduo trabalho científico de doutorado na UnB submetido a todo tipo de refutação.
Incapacitados tendo
o trabalho como Trabalho não
fator predisponente, contribuinte ao
Matriz NTEP Resultados
facilitador, desfecho
desencadeante ou incapacitante
determinante
✓ Triplo Consultório
❖ Medicina Assistencial
❖ Medicina Empresarial → manda pagar 15 dias.
❖ Medicina Pericial do INSS
▪ Medicina Securatícia (seguradora) opcional
✓ Validação:
▪ Interna → Naquilo que a ciência avançou → causalidades confirmadas (Trauma-
Construção Civil. Tendinites em Frigoríficos...
▪ Externa → Gold Standard → Perícia do INSS (biópsia)
❖ Valor Preditivo (+) → 80%
• Produção Industrial
• Utensílios e Tecnologias Complexos
• Força Mental
Salto ...315 anos • Subordinação Jurídica
Corte Epistemológico • Reprodução do Capital pelo Trabalho
• Ubiquidade laboral – Tempo voa
2007
Diga-me em que atividade econômica
operas, que te direi de que adoecerás os teus
empregados
Art. 21-A da Lei nº 11.430 → natureza acidentária da incapacidade → nexo técnico epidemiológico
entre o trabalho e o agravo → relação entre a atividade da empresa e a entidade mórbida motivadora
da incapacidade → 2.752 relações anexo II – lista C acrescida ( Dec. 6.042/2007)
Ampliando a abordagem clínico-individual, Ramazzini introduziu, também, a análise
coletiva ou epidemiológica, categorizando-a segundo ocupação ou profissão - cerca de
52 - o que lhe permitiu construir e analisar "perfis epidemiológicos" de adoecimento,
incapacidade ou morte, como até então não feitos.
Com justiça, portanto, Ramazzini é também respeitado pela Epidemiologia, por haver
introduzido esta categoria de análise, no estudo da distribuição da doença.
René Mendes. A ATUALIDADE DE RAMAZZINI, 300 ANOS DEPOIS. Professor Titular UFMG.
http://www.saudeetrabalho.com.br/textos-miscelania-6.htm
Delineamento Epidemiológico
• Epidemiologia analítica → estudo longitudinal para obtenção de incidências
acumuladas, entre 2000 e 20016 → estimar riscos, avaliar medidas de impactos e
frações etiológicas a partir da casuística (casos novos de Agrupamentos CID) oriunda da
população dinâmica (vínculo-ano).
✓ Trauma-Construção Civil.
✓ Tendinites em Frigoríficos.
Referência:
2.250.000
2.000.000
1.750.000
1.000.000
Acidentário - B91 Implantação
Gratificação aos
750.000
Total Médicos do INSS
por Cancelmento -
500.000 PRBI*
250.000
0
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
80%
70%
20%
60%
15% % de B91 quanto ao Total de Auxilio-Doença
50%
10%
% B31
40%
% B91
5% % B91
Lei 11.430/06 Implantação PRBI
30%
0%
20%
10%
0%
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
800,00
700,00
600,00
500,00
400,00
200,00
100,00
-
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
100,00
90,00
80,00
70,00
60,00
50,00
40,00
30,00
10,00
0,00
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
http://www.previdencia.gov.br/wp-content/uploads/2009/08/AEPS-2009-FINAL.pdf
NTEP • Sanitário
• Epidemiológico
Efeito trabalhador
FAP • Mercadológico
• Econômico
NOVOS REFERENCIAIS
Efeito Governança Corporativa - Compliance
I-Demostradas a lesão e a incapacidade laboral e fixado o Nexo Técnico Epidemiólogico Previdênciario – NTEP,
tem –se como comprovado o nexo casual entre a lesão e o trabalho e, portanto, o acidente de trabalho,
garantida ao empregador, contudo, a possibilidade de apresentar provas para demostrar que a doença não
teve vínculo casual com a execução do contrato( presunção iuris tantum). II- Constatada nos autos a doença
do trabalho, por meio de prova pericial, corroborada pela presunção legal extraída das normas
previdenciárias( Decreto N.3.048/99, Anexo II, Lista-B- , Grupo XIII), reconhece-se como doença ocupacional a
moléstia que vitima a autora. Recurso ordinário não promovido, por unanimidade.
Inteiro Teor
(TST - AIRR: 20901020115110019, Data de Julgamento: 27/05/2015, Data de Publicação: DEJT 05/06/2015)
AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA. DANO MORAL. DOENÇA OCUPACIONAL. LAUDO PERICIAL.
RESPONSABILIDADE CIVIL. NÃO PROVIDO. A Corte Regional entendeu demonstrados os elementos que
ensejam a responsabilidade civil patronal, ante a comprovação de que havia nexo de causalidade entre as
atividades desenvolvidas pelo trabalhador e as enfermidades que o acometeram, joelhos e ombro esquerdo.
Registrou que o empregado estava submetido a riscos ergonômicos, tais como esforço físico, exigência de
postura, carregamento de peso, tempo prolongado de pé, longas caminhadas e risco de acidentes. Consignou
que a atividade desenvolvida pelo empregado consistia, per si, em risco a sua integridade física. A decisão
proferida pelo Tribunal Regional encontra respaldo no conjunto fático-probatório, óbice intransponível ao
recurso de revista, ante a incidência da Súmula 126 do TST. QUANTUM INDENIZATÓRIO. DOENÇA
OCUPACIONAL. PARÂMETROS. NÃO PROVIDO. O arbitramento da indenização por danos morais, em R$
9.832,50, decorrente de doença ocupacional, encontra-se dentro do poder discricionário do magistrado, em
observância a critérios de proporcionalidade e adequação, extraídos da análise do conjunto fático-probatório.
Além disso, o entendimento que prevalece nesta Corte Superior é o de que o recurso de revista somente é
viabilizado, nesse tema, quando arbitrado em valor exorbitante ou irrisório. No caso, não se trata de
"quantum“ indenizatório excessivo, pois em observância a parâmetros que permitiram a fixação do montante.
Incidência da Súmula 333 do TST. Agravo de instrumento não provido.
(TST - RR: 1098008120075170013 109800-81.2007.5.17.0013, Relator: José Maria Quadros de Alencar, Data
de Julgamento: 06/11/2013, 1ª Turma, Data de Publicação: DEJT 08/11/2013)
DOENÇA OCUPACIONAL. NTEP. A existência de Nexo Técnico Epidemiológico entre a patologia apresentada pelo
trabalhador e a atividade econômica da empregadora gera presunção relativa de existência de nexo causal. Não
havendo prova capaz de afasta o nexo concausal aferido pela perícia, resta confirmada a responsabilidade da
empregadora pelos danos morais decorrentes da lesão. Recurso do reclamante provido em parte para condenar
a reclamada ao pagamento de indenização por danos morais.
(TST - RR: 83120125040030, Relator: José Roberto Freire Pimenta, Data de Julgamento: 10/06/2015, 2ª Turma,
Data de Publicação: DEJT 26/06/2015)
RELATOR : DESEMBARGADOR DANIEL VIANA JÚNIOR RECORRENTE(S) : BRF S/A ADVOGADO(S) : OSMAR MENDES
PAIXÃO CÔRTES E OUTRO(S) RECORRENTE(S) : DELZAIR ANA GONZAGA (ADESIVO) ADVOGADO(S) : ALEXANDRE
MARQUES SYRIO E OUTRO(S) RECORRIDO(S) : OS MESMOS ORIGEM : VT DE MINEIROS JUIZ : RUI BARBOSA DE
CARVALHO SANTOS
EMENTA: DOENÇA OCUPACIONAL. NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO. ÔNUS DA PROVA. O nexo causal é um dos
requisitos exigidos para a reparação civil prevista no artigo 186 do CC, cujo ônus é, a princípio, do autor da demanda.
Se, no entanto, há nexo técnico epidemiológico, a presunção (relativa) implica em inversão do ônus da prova,
cumprindo à empresa a prova de que o labor prestado em seu favor não foi causa da doença ocupacional.
Fonte: http://www2.trt18.jus.br/solr/pesquisa?q=id:2-548803
TEOR: PODER JUDICIÁRIO DA UNIÃO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 18ª REGIÃO PROCESSO TRT - RO -
0000583-51.2012.5.18.0191
RELATOR : DESEMBARGADOR DANIEL VIANA JÚNIOR RECORRENTE(S) : BRF S/A ADVOGADO(S) : OSMAR MENDES
PAIXÃO CÔRTES E OUTRO(S) RECORRENTE(S) : DELZAIR ANA GONZAGA (ADESIVO) ADVOGADO(S) : ALEXANDRE
MARQUES SYRIO E OUTRO(S) RECORRIDO(S) : OS MESMOS ORIGEM : VT DE MINEIROS JUIZ : RUI BARBOSA DE
CARVALHO SANTOS
EMENTA: DOENÇA OCUPACIONAL. NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO. ÔNUS DA PROVA. O nexo causal é um dos
requisitos exigidos para a reparação civil prevista no artigo 186 do CC, cujo ônus é, a princípio, do autor da demanda.
Se, no entanto, há nexo técnico epidemiológico, a presunção (relativa) implica em inversão do ônus da prova,
cumprindo à empresa a prova de que o labor prestado em seu favor não foi causa da doença ocupacional.
Fonte: http://www2.trt18.jus.br/solr/pesquisa?q=id:2-548803.
EMENTA - DOENÇA OCUPACIONAL - NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO PREVIDENCIÁRIO - PRESUNÇÃO IURIS TANTUM -
AUSÊNCIA DE PROVA JUDICIAL EM CONTRÁRIO. I - Demonstradas a lesão e a incapacidade laboral e fixado o Nexo
Técnico Epidemiológico Previdenciário - NTEP, tem-se como comprovado o nexo causal entre a lesão e o trabalho e,
portanto, o acidente de trabalho, garantida ao empregador, contudo, a possibilidade de apresentar provas para
demonstrar que a doença não teve vínculo causal com a execução do contrato de trabalho (presunção iuris tantum). II -
Constatada nos autos a doença do trabalho, por meio de prova pericial, corroborada pela presunção legal extraída das
normas previdenciárias (Decreto n. 3.048/99, Anexo II, Lista B, Grupo XIII), reconhece-se como doença ocupacional a
moléstia que vitima a autora. Recurso ordinário não provido, por unanimidade.
(TRT-24 01159008120075240005, Relator: NICANOR DE ARAÚJO LIMA, 2ª TURMA, Data de Publicação: 10/03/2010)
fonte: site Jusbrasil acessado em 06/01/2019 < https://trt-
24.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/417472317/1159008120075240005?ref=juris-tabs>
EMENTA - DOENÇA OCUPACIONAL. NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO PREVIDENCIÁRIO (NTEP). INVERSÃO DO ÔNUS DA
PROVA. O nexo técnico epidemiológico (NTEP) permite a inversão do ônus da prova nos casos em que há vinculação
da patologia com a atividade exercida pelo empregador, conforme relação entre o CID (Classificação Internacional das
Doenças) e o CNAE (Código Nacional de Atividade Econômica) constante dos anexos do Decreto 6.042/2007. Atrai a
aplicação do NTEP o diagnóstico do trabalhador em empresa do ramo frigorífico de aves, conforme art. 21-A da Lei
8.213/91, alterado pela Lei 11.430/2006. Os movimentos exigidos nas atividades de corte e embalagem de frangos
enquadram-se como de alto risco ocupacional em razão das posições forçadas, gestos repetitivos e ritmo de trabalho
penoso, fatores preponderantes para o aparecimento ou o agravamento das doenças músculo-esqueléticas. Doença
ocupacional reconhecida.
EMENTA DOENÇA OCUPACIONAL. RESPONSABILIDADE CIVIL. NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO. NEXO CAUSAL.
PRESUNÇÃO. Conquanto o ônus de se demonstrar o nexo causal entre o labor e a entidade mórbida seja, em regra, do
empregado, a norma prevista no art. 21-A da Lei nº 8.213/91 estabelece a presunção relativa da natureza acidentária
da incapacidade quando a atividade desenvolvida pela empregadora estiver relacionada com a moléstia incapacitante,
elencada na Classificação Internacional de Doenças (CID), o que configura a ocorrência do que se denominou de "Nexo
Técnico Epidemiológico", cabendo à parte reclamada afastar o nexo causal presumido, ônus do qual se desincumbiu a
contento. Apelo da reclamante que se nega provimento.
Fonte: http://www2.trt18.jus.br/solr/pesquisa?q=id:3-6162819
DOENÇA OCUPACIONAL. NEXO CONCAUSAL. CONTRA LAUDO. NTEP. Para adotar a conclusão de inexistência de nexo
causal ou concausal, deve o Perito considerar todos os elementos de risco capazes de atestar que a atividade do
Reclamante não teria desencadeado ou agravado o quadro patológico indicado na inicial. No caso em análise, as
incoerências no laudo pericial, associadas à existência de NTEP, aos riscos ergonômicos reconhecidos e ao tempo de
exposição aos riscos da atividade laboral são elementos que levam a concluir que o trabalho contribuiu para o
agravamento das patologias, evidenciando o nexo concausal existente, ainda que o laudo pericial aponte em direção
oposta. Destarte, a despeito dos riscos ergonômicos da atividade, restou comprovado que a Ré descuidava da
prevenção de doenças, o que lhe é imposto por força das normas de saúde e segurança do trabalho. Comprovados,
portanto, o dano, o nexo concausal e a conduta culposa da Reclamada, impõe-se a reparação dos danos causados.
DANO MORAL. QUANTUM INDENIZATÓRIO. PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE. Reconhecida a existência de doença
ocupacional, o dano moral é presumido, pois independe de prova, dada a impossibilidade de concreção. O
arbitramento do quantum indenizatório deve pautar-se no equilíbrio e ponderação, sem constituir acréscimo
patrimonial, assim como sua fixação deve observar o princípio da razoabilidade, a situação econômica do lesionado, a
capacidade reparatória e o grau de culpa do causador do dano. In casu, o Autor sofre de moléstias na coluna lombar,
agravadas pelo trabalho, ocasionando lesão a direitos de sua personalidade e causando-lhe verdadeira angústia e
sofrimento. A Reclamada teve culpa no agravamento das moléstias, sendo que o cunho pedagógico da indenização
impõe que esta seja fixada em valor que iniba e desestimule a reincidência da conduta ilícita, evitando-se, todavia, o
enriquecimento ilícito de qualquer das partes. Assim, entende-se razoável o importe de R$ 10.000,00 para reparar o
dano moral experimentado pelo empregado. INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS. EXISTÊNCIA DE INCAPACIDADE
LABORAL. QUANTUM. Tendo o laudo pericial atestado a existência de incapacidade laboral ou de redução da
capacidade laborativa, é devida indenização por danos materiais, nos termos do artigo 950 do Código Civil. No caso
dos autos, considerando a constatação de incapacidade parcial do obreiro e o nexo concausal reconhecido, em
observância ao princípio da razoabilidade, a situação econômica do lesionado, a capacidade reparatória e o grau de
culpa do causador do dano, fixa-se o quantum indenizatório em R$ 10.000,00. Recurso Ordinário do Reclamante
Conhecido e Parcialmente Provido.
(TRT-11 00004648920165110015, Relator: JOSE DANTAS DE GOES, Gabinete do Desembargador Jose Dantas de Goes)
https://trt-11.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/495926212/4648920165110015 - acessado em 31/03/2018 às 16h
DOENÇA DEGENERATIVA. AGRAVAMENTO. ATIVIDADE LABORAL. NTEP. CONCAUSA. INDENIZAÇÃO. CABIMENTO. A
despeito de o perito em diversas oportunidades, como já mencionamos, ter sido bastante claro quanto à existência de
nexo entre o agravo da enfermidade de que acometido o reclamante e atividade que este desenvolvia, o fato é que
hodiernamente as probabilidades podem determinar até mesmo a concessão do benefício previdenciário por
incapacidade porquanto, com a alteração trazida pelo Decreto 6.042/07 (Regulamento da Previdência Social - RPS), o
médico-perito do INSS poderá considerar para este fim a componente epidemiológica, denominado Nexo Técnico
Epidemiológico Previdenciário (NTEP), e então, a partir do cruzamento das informações do código da Classificação
Internacional de Doenças - CID-10 e de código da Classificação Nacional de Atividade Econômica - CNAE apontar a
existência de relação entre a lesão, ou seu agravamento, e a atividade desenvolvida pelo trabalhador. De forma que
todo diagnóstico médico e conclusão sobre causalidade passam a constituir uma conjectura probalística. O NTEP gera,
assim, uma presunção legal (juris tantum) de que a doença sofrida pelo trabalhador é ocupacional, invertendo-se o
onus probandi. Nesse contexto, entendo que o trabalho do perito não deixa dúvidas quanto ao nexo causal do
agravamento da enfermidade de que acometido o trabalhador e a execução do labor, caracterizando-se a CONCAUSA,
prevista no inciso I do art. 21 da Lei nº 8.213/91, a ensejar a obrigação do empregador de indenizar o empregado,
tanto material quanto moralmente, conforme vem reconhecendo a jurisprudência pátria. Recurso conhecido e não
provido.
(TRT-16 863200800216008 MA 00863-2008-002-16-00-8, Relator: JAMES MAGNO ARAÚJO FARIAS, Data de
Julgamento: 26/04/2011, Data de Publicação: 29/04/2011)
https://trt-16.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/19594217/863200800216008-ma-00863-2008-002-16-00-8 acessado
em 31/03/2018 às 15:05