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Exposição de Rute 2
Exposição de Rute 2
2:1-3 (Contextualização)
2:4-16 (O favor de Boaz para com Rute)
o 2:4-7 (Rute entra na parte da plantação de Boaz e sua
presença e diligência é notada pelo fazendeiro.)
o 2:8-13 (Boaz inicia seu primeiro diálogo com Rute, dando-lhe
conselho, proteção, bênção em nome do Senhor, ânimo e
encorajamento.)
o 2:14-16 (Boaz intervém em favor de Rute...)
2:17-22 (Com aquilo que havia recebido Rute relata a Noemi tudo o
que acontecera e esta glorifica ao Senhor por Sua lealdade e
fidelidade, expressas por meio do resgatador, aconselhando Rute a
fazer o que Boaz lhe dissera.)
2:23 (Rute permanece fiel a Noemi e ao que Boaz lhe dissera.)
Por causa da fome, Elimeleque decide sair de Belém com sua família.
Em Moabe, tragédias inesperadas acontecem:
o Mortes de Elimeleque, Quiliom e Malom
Deus vem auxílio de Seu povo e Noemi resolve voltar a Belém.
o A princípio com as duas noras.
o Depois, decide enviá -las de volta, mas elas nã o querem.
o Sem esperança, já que dizia estar a mã o de Deus contra ela, Noemi
insiste novamente e Orfa resolve deixá -la, mas Rute fica com ela.
Surge uma grande oportunidade para Rute: a oportunidade da fé.
Rute agarra a oportunidade da fé e decide voltar a Belém com Noemi,
buscando refú gio no Senhor Soberano, o Deus de Israel.
Elas chegam a Belém e Noemi está ainda bastante deprimida e quebrada
emocionalmente. Mas elas chegam no exato momento do início da
colheita da cevada.
Nossa histó ria continua, entã o, agora em seu segundo episó dio:
Introdução
Palavras como: “As voltas que o mundo dá ”... “Os rumos que a vida toma”... “As
coisas do acaso”... “Que coincidência”... “É o destino”... “Eu que faço meu futuro”...
“Boa sorte”... dentre outras frases e expressõ es, sã o muito usadas por nó s. E,
expressõ es idiomá ticas à parte, muitas vezes nosso vocabulá rio e modo de falar
nã o é apenas um aglomerado de expressõ es vazias e que nada significam para
nó s. Muitas vezes, tais palavras refletem o que, de fato, acreditamos. E mais:
refletem o que, de fato, vivemos em nossa prá tica de civilizaçã o pó s-moderna.
É assim que muita gente no mundo pensa e é assim que muitos de nó s, cristã os,
temos também pensado e agido. Mas... será mesmo que o acaso nos protege
enquanto andamos distraídos? Muitos de nó s chegam ao ponto de cantar isto
(talvez, sem nem perceber), mas muitos chegam ao ponto de viverem suas vidas
permeadas por esta afirmaçã o. Será mesmo que nossas vidas sã o apenas um
composto de sortes, acasos e coincidências? Será mesmo que Deus nos criou e
nos deixou soltos para escolher e controlar tudo à nossa volta e que precisamos a
todo instante contar com a velha e boa sorte? A histó ria de Rute e, em especial, o
segundo episó dio desta histó ria (foco de nossa atençã o neste momento) vai nos
ensinar bastante quanto a isto. Vamos a ele.
O segundo episó dio de nossa histó ria começa nos apresentando um novo
personagem: Boaz. E, pelo visto, este é daqueles importantes para a histó ria, já
que é apresentado como alguém “influente”. Mas nã o apenas isto; ele era
também parente de Noemi, por parte de seu esposo, Elimeleque.
Contudo, antes de entrar em mais detalhes quanto a este rico fazendeiro, o texto
retoma nossa atençã o à fiel Rute, sempre leal à sua sogra. Além de ainda morar
com ela, Rute lhe diz algo que já nos traz uma importante liçã o, e que exige
também uma explicaçã o.
Rute diz à sua sogra que irá atrá s de trabalho, de provisã o para as duas. Bom,
como diz o ditado, “alguém precisa trabalhar”, nã o é mesmo? Havia uma
necessidade de buscar sustento, já que ambas estavam viú vas. E, por sua
lealdade a Noemi, que era bem mais velha, Rute vai à procura de trabalho. Mas é
interessante que este nã o era um trabalho comum (e muito menos um trabalho
como as mulheres de hoje podem realizar), sendo algo prescrito pela pró pria lei.
Vejamos o texto de Deuteronômio 24.19-22:
E é amparada por este costume que Rute vai ao trabalho. Nã o sabemos ao certo
como ela sabia disto (se ela já conhecia a Lei, se Noemi a havia contado ou se já
era mesmo também um costume de sua época...), mas sabemos que ela vai ao
trabalho. Precisamos, porém, nos lembrar do fato de que terríveis tragédias
haviam acabado de acontecer a Rute e, geralmente, nestes momentos, ninguém
quer fazer nada! É claro que alguém pode dizer que era apenas uma questã o de
sobrevivência, o que, de fato, é verdade, mas nã o apenas isto. Rute demonstra
â nimo, diligência e perseverança e nó s podemos (e devemos) aprender bastante
com isto).
Vemos aqui as consequências das boas escolhas de Rute. Vale lembrar que a ela
havia sido dada a oportunidade da fé, conforme vimos no capítulo 1. Ela, entã o,
ao agarrar tal oportunidade, ganhou novas oportunidades agora, já em Israel, nas
terras de Boaz, ao decidir diligentemente buscar o sustento para si e para sua
sogra. A ela foi dada a oportunidade da fé e, ao segui-la, Rute colheu as boas
consequências disso. As escolhas que fazemos com base na fé nos trazem
boas consequências, mesmo que não as conheçamos no princípio. Tomar
decisões com base na fé é sempre o melhor caminho a seguir. É como diz
Hebreus 11.6:
Sem fé é impossível agradar a Deus, pois quem dele se aproxima precisa crer
que Ele existe e que recompensa aqueles que O buscam. (Hebreus 11.6)
Foi este o caminho seguido por Rute. E, no versículo 12, vemos duas coisas
importantes.
No versículo 12, vemos novamente o cará ter de servo de Deus de Boaz, sempre
usando o nome do SENHOR. Percebemos quem ele é e que nã o é à toa que ele
estava tratando Rute de maneira tã o bondosa. E o desejo dele e a bênçã o dele
para Rute era de que ela recebesse a retribuiçã o da parte do pró prio Deus, por
tudo o que havia feito, buscando n’Ele refú gio. Era por isso que, mesmo que
ainda inicialmente, ela vinha recebendo a retribuiçã o de Deus pela boa escolha
que fez. Boaz lhe abençoa em nome do Senhor, entã o. E, no versículo 13, ela
novamente enfatiza o fato de, aos seus pró prios olhos, nã o merecer tal
tratamento, já que, na verdade, nem era uma das servas de Boaz.
A Bíblia nã o trabalha com “se” e coisas do tipo. Mas, o que teria acontecido se
Rute nã o tivesse sido diligente e dedicada e perseverante ao ponto de buscar
sustento para si e para sua sogra? Se ela tivesse ficado em casa, lamentando tudo
o que lhe acontecera? Como já disse, a Bíblia nã o lida com o “se isto tivesse sido
assim”. O que sabemos até aqui é que, aparentemente uma mulher muito
sortuda, Rute estava, aos poucos, experimentando um mínimo de bondade
recebida, apó s tanta afliçã o e dor. Mas Boaz, ao dizer o que lhe disse, deixa
bastante claro Quem era Apto para retribuir tudo o que Rute havia feito. Boaz
deixa muito claro para nó s Quem era o Responsá vel por dar a ela este mínimo de
bondade, em meio a tanta dor e afliçã o. Sim. Ele! O Personagem Principal de
nossa histó ria: o pró prio Deus. É Ele quem recompensa as boas escolhas e que
nos dá toda bondade.
O Senhor é aquele que, por Sua fidelidade, nos recompensa pela fé. A fé nos
traz recompensas. Crer é algo que vale a pena!! Vale a pena crer!!! Nã o é
uma utopia e tampouco uma delírio ilusó rio. A fé traz recompensas. E é claro que
nã o estamos falando de barganhar dinheiro, ok? Apesar de sua fé posta em
prá tica, Rute em nenhum momento reivindicou recompensas por isso. Ela
simplesmente as recebeu. E ainda nã o se considerou digna destas recompensas.
Aplicação:
Em seguida, Boaz, que até pouco tempo era um completo estranho para Rute,
resolve ajudá -la ainda mais, sendo super-gentil com uma mulher estranha (e
estrangeira), tratando-a muito bem na hora da refeiçã o (v. 14). (Lembrar dos
brasileiros falando com estranhos?). Ele ainda intervém em seu favor junto
aos ceifeiros. Podemos ver aqui o quanto Boaz era um bom sujeito e o quanto era
prestativo, fazendo até mesmo aquilo que ia além do que a lei lhe exigia. Uau!
Rute havia tirado a sorte grande, nã o? Essa mulher pode jogar na loteria!! Do
nada, assim, sem mais nem menos, este homem resolve ser tã o gentil com ela!!
No versículo 17, vemos o quanto ela colheu: entre 20 a 40 litros, segundo as
estimativas. Isto era muito! Tirou a sorte grande mesmo! O que Noemi diria disso
tudo, hein? Sorte por cima de sorte! Vejamos a continuaçã o e o final deste
segundo episó dio da histó ria.
Com tanta comida sendo trazida de volta é claro que Rute, no bom sentido,
assustou Noemi. E por isso a pergunta “Onde você trabalhou hoje?” e a
exclamaçã o “Bendito o que se importou com você!”. Quando Rute lhe diz, entã o,
que estivera com Boaz, vemos uma Noemi ainda mais efusiva! E, agora, ela louva
o Senhor por Sua soberania, pois Ele nã o deixara de ser leal e bom com os vivos e
com os mortos. Em outras palavras, louvado seja o Senhor Soberano por Sua
lealdade e bondade para conosco e para com nossa família!
A mesma Noemi que havia atribuído a Deus tudo o que lhe ocorrera desde o
início, continua ciente da soberania do Senhor. Agora, porém, nã o vemos mais
aquele tom de amargura; podemos ver uma Noemi que teve a esperança
reacendida dentro de si, afirmando também a bondade e lealdade de Deus.
Parece que lhe apertaram um botã o e, de repente, surge uma esperança. E nã o
mais aquela pequena luz no fim do tú nel (como no fim do capítulo 1); Noemi vê
diante de si, neste momento, uma real possibilidade de redençã o, de resgate para
ela e Rute!
Vale lembrar o que vimos no capítulo 1, quanto a encontrar novos maridos para
Orfa e Rute: a lei do levirato. Por esta lei, o irmã o de um marido falecido (ou o
parente mais pró ximo dele) deveria se casar com a viú va. Este parente era
chamado de parente resgatador (ou redentor, num sinô nimo) e era nele que as
viú vas poderia encontrar a redençã o, o resgate, a salvaçã o para a situaçã o em
que se encontravam. E Noemi tinha tanta ciência disto que tanto se entusiasmou
logo de cara. Mas nã o apenas isto. Noemi e o texto bíblico nos deixam claro de
Quem foi o mérito de tudo o que acontecera. Teria sido de Rute, que foi leal à
sogra e pô s sua fé em prá tica? Teria sido de Boaz, que foi bondoso e ainda mais
gentil do que a Lei exigia? Nã o, nã o e nã o. Quem é o personagem principal de
nossa histó ria? O Senhor Soberano!!!!! O Deus Leal, Bom e Fiel à queles que sã o
Seus.
Através da fala de Noemi, o texto está nos mostrando claramente que nada do
que aconteceu foi por acaso ou por coincidência. O Deus Soberano, que nã o deixa
de ser Leal, havia conduzido tudo do Seu modo e no Seu tempo. Ele havia
conduzido Noemi e Rute de volta a Belém e havia sido Ele quem levara Rute
exatamente à s plantaçõ es de Boaz, fazendo o fazendeiro chegar por lá naquele
exato momento! E o narrador onisciente desta histó ria, o autor do Livro de Rute,
já sabendo que desfecho tudo teria, faz questã o de nos apresentar esta linguagem
humana do “por um acaso” ou “coincidentemente”, deixando meio que uma
expectativa no ar. Mas ele sabia e era desejo de Deus que soubéssemos que tudo
estava debaixo do plano Soberano do Autor desta histó ria, Aquele que
continuava Leal e Fiel a Noemi e sua família (conforme as palavras da pró pria
viú va), independente de qualquer coisa e independente do que elas podiam ver
no início de tudo!
Aplicação
Quando menos esperamos e quando já achamos que nada mais pode mudar, é
Ele quem nos conduz ao resgate, à salvaçã o, à soluçã o para aquilo que nos aflige.
A grande pergunta que devemos fazer é: estamos dispostos a continuar
perseverando em fé, esperando por sua provisã o de resgate para nossas vidas?
O Senhor fez isto com Rute e Noemi e, entã o, enfim, a esperança de Noemi
começa a renascer. Noemi começa a sonhar novamente. Ela começa a deixar para
trá s tudo o que havia experimentado, vislumbrando novas possibilidades de vida
e descanso para os tormentos que enfrentava. A esperança renasceu no coraçã o
de Noemi! E, consequentemente, Rute também passou a ter esperança para si. A
esperança, enfim, renasce em nossa histó ria!
Como prova disso, versículo 21 nos mostra que Rute havia ganhado direitos
iguais aos dos trabalhadores oficialmente contratados de Boaz e ainda
desfrutava de sua proteçã o e cuidado. Noemi, entã o, no versículo 22, aconselha-a
que siga as recomendaçõ es de Boaz. E nosso segundo episó dio desta linda
histó ria se encerra no versículo 23, mostrando-nos que Rute continuou seguindo
em sua direçã o de fidelidade a Noemi e de diligência e perseverança no trabalho
e, agora, com esperança de que as coisas iriam melhorar. Fim do segundo
episó dio.
Aplicação Cristológica
Ele fez isto conosco também para nos fazer encontrar nosso Resgatador, Cristo
Jesus, nã o é mesmo? Você consegue se lembrar das circunstâ ncias que te
trouxeram até o Resgatador de nossas almas? Você consegue se lembrar das
decisõ es que você tomou e/ou das tragédias que você enfrentou antes de, enfim,
encontrar o resgate? Você pode até pensar e se lembrar de que nasceu num lar já
cristã o. Ok. E você sabe como sua família chegou até este contexto, para que você
também alcançasse o resgate? Você conhece todo o “efeito dominó ” envolvido na
conversã o de sua família, para que o Evangelho chegasse até você? Foi o Senhor
Soberano que te conduziu até Ele.
Quando nã o havia mais soluçã o para nenhum de nó s, foi o pró prio Deus que
“casualmente” nos aproximou do Resgatador, remindo nossa alma da morte,
trazendo-nos bênçã o, proteçã o, provisã o e esperança. O que Boaz fez e ainda
poderia fazer por Rute era apenas um símbolo daquilo que Cristo poderia fazer e
fez por nó s, para que todo aquele que n’Ele crê tenha o tã o necessá rio resgate.
Ele é o nosso Resgatador. Ele é Aquele que pode remir nossa alma da morte. Ele
que fez isto quando nó s sequer éramos ainda um de Seus servos.
Mas Deus prova o seu amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por
nós, quando nós ainda éramos pecadores. (Romanos 5.8)
Considero que os nossos sofrimentos atuais não podem ser comparados com
a glória que em nós será revelada. (Romanos 9.18)
(Cotidiana)
Além disso, na vida em geral, quando sequer percebemos, o Senhor está agindo
em nosso favor e, em muitas ocasiõ es, Ele age naqueles momentos e através
daquelas circunstâ ncias mais imprová veis aos nossos olhos. Nã o há
coincidências no plano de Deus! Ele está sempre agindo, mesmo quando nos
acontecem aquelas tragédias inesperadas e que nos dã o uma verdadeira rasteira.
Mesmo quando o desespero é, no mínimo, a tendência natural a ser seguida ou
quando o choro nã o pode ser controlado, o Senhor Soberano está conduzindo
todas as coisas para nos levar ao resgate, renovando nossa esperança.
Se você está em Cristo, há sempre esperança para você. Você pode crer e
confiar no que diz a Palavra de Deus. Você pode até não saber como, mas
ela virá, seja nesta vida ou no porvir. Mas há esperança! Deixe que Deus,
por Seu Espírito Santo Consolador, reacenda a esperança na tua vida.
Busque refúgio n’Ele e tenha fé de que Ele, em Sua Soberania e por Sua
fidelidade e bondade irá prover para você o resgate. O Resgate maior Ele já
nos deu. Ele já nos conduziu ao Resgatador. O resto, entã o, Ele fará de um jeito ou
de outro.
Entrega teu caminho ao Senhor, confia n’Ele, e o mais Ele fará (Salmo 37.5).