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Fluidoterapia

MARCELA ORTIZ
Fluidoterapia na anestesiologia

• Água é essencial a vida.


• A fluidoterapia é considerada um TRATAMENTO de
suporte “simples” para perdas e reposição de água e
eletrólitos.
• Reconhecer e tratar os distúrbios hidroeletrolíticos.
• Avaliar paciente.
• Começar e reavaliar!
Distribuição de fluidos
corporais

Água corporal total


(ACT) = 60% PV
Objetivos

• Restaurar e manter o volume de fluidos

• Melhorar a perfusão

• Corrigir os distúrbios Ácido-base

• Restaurar, otimizar e manter a capacidade de transporte de oxigênio


Vias de reposição

• Oral
• Subcutânea
• Intraóssea
• Intraperitoneal
• IV
• Periférico
• Central
• Retal
Acesso venoso

ØCefálica
ØJugular
ØSafena
ØSafena medial
Acesso venoso

ØAuricular

ØCaudal lateral
Acesso Intraósseo

ü Tuberosidade tibial
ü Fossa trocantérica do fêmur
ü Asa do ílio
ü Tuberosidade maior do úmero
Acesso Intraósseo
Acesso intraósseo

• Animais pequenos
• Emergência
Tipos de fluidoterapia

Cristaloide x Coloide

üUsadas em ü Usadas em
desidratação choque ou
üSem hemorragia
macromoléculas ü Com
macromoléculas
Cristaloide

São as mais empregadas na fluidoterapia, consistem em uma solução à base de


água com moléculas pequenas às quais a membrana capilar é permeável,
capazes de entrar em todos os compartimentos corpóreos.

HIPOTÔNICO ISOSTÔNICO HIPERTÔNICO


Glicose 5% NaCl 0,9% NaCl 7,5%
Riger
Ringer Lactato
Cristaloide hipotônico
Soluções hipotônicas (hiposmolar em relação ao plasma) = hidratação
tecidual.
• Ex: Glicose 5%
• Perdas de agua livre (hipodipsia, hipertermia, diabetes insípidus)
• Diurético osmótico fraco
Cristaloide hipertônico
Soluções hipertônicas (hiperosmolar em relação ao plasma) =
expansão plasmática/ desidratação intersticial
NaCl 7,5%, Glicose ≥ 10%, Manitol (10%,20%)

DESVANTAGENS:
ü Aumento excessivo da
osmolaridade de sódio e cloro
ü Não usar em desidratados ou
hemorragia ativa
ü Manitol utilizar em 20 a 30 min
Cristaloides Isotônicos
Soluções isotônicas (isosmolar em relação ao plasma) = hidratação tecidual e
plasmática.
Ex: Soro fisiológico (cloreto de sódio 0,9%) , Ringer, Ringer com lactato

DESVANTAGENS:
VANTAGENS: ü Curta duração
ü + seguros ü Necessidade grandes
ü + acessíveis volumes
ü Expansão interstício ü Edema
ü Acidose hiperclorêmica
Ringer lactato

• Alcalinizante
Ringer

• Acidificante
• Vômito: paciente perdendo ácido (trato digestivo) à solução
acidificante à ringer
Soro fisiológico

Cloreto de sódio 0,9%


• Acidificante
• Vômito: paciente perdendo ácido (trato digestivo) à solução
acidificante à soro fisiológico
Solução Coloide
Macromoléculas (permeabilidade restrita)
• Coloides sintéticos: : polímeros de gelatina, derivados de dextranos ou fluídos
carreadores de oxigênio à base de hemoglobina
• Coloides naturais: hemoderivados: sangue total, plasma, concentrado de
hemácias, crioprecipitado).

INDICAÇÕES:
ü Ressuscitação volêmica
ü Hipoproteinemia

CUIDADO!
Lesão renal
Reação imunológica
EFEITO MAIS
DURADOURO Alteração de coagulação
Solução Coloide

Ex: Voluven 6% tetra-amido


• Cães: até 30 ml/kg/dia
• Gatos: até 20 ml/kg/dia
• Cavalos: até 10 ml/kg/dia
Cristaloide X Coloide

CRISTALOIDES COLOIDES
(SEM MACROMOLÉCULAS) (COM MACROMOLÉCULAS)

Retenção intravascular mínima Ótima

Edema periférico comum Possível

Edema pulmonar possível Possível

Excreção fácil Lenta

Reações alérgicas ausentes Possíveis

Custo mínimo Considerável


Taxas de fluido

• Calcular perdas e manutenção


• Planejar a fluidoterapia
• Metas
• Balanço hídrico
• Temperatura
Caso clínico 1 :
Cão de 7 anos apresenta
Grau de desidratação de 8%
Sem vômito ou diarreia
Exame físico: grau de
desidratação
• 5% do PC (clinicamente não detectável)
• 15% do PC (choque hipovolêmico e
morte eminente
üTurgor cutâneo (animal obeso x animal
idoso)
üTempo de preenchimento capilar
üUmidade das membranas mucosas
(animais hiperventilando)
üPosição do globo ocular na órbita
üFrequência cardíaca
üPulso periférico
üExtremidades frias (vasodilatação
periférica)
Taxas de fluido
1. VOLUME DE REPOSIÇÃO:
Achados físicos em desidratação
% de desidratação x peso corporal (Kg) x 10

Caso clínico 1:
Cão de 7 anos, 19 kg
Grau de desidratação de 8%
Sem vômito ou diarreia

Caso clínico 3:
Cão de 6 anos, 15 kg
Grau de desidratação de 8%
Com vômito
Taxas de fluido

2. VOLUME DE MANUTENÇÃO:
• Cães: 40 a 60 ml/kg/dia
Adultos e idosos: 40ml/kg/dia
Jovens: 50ml/kg/dia
Neonatos: 60ml/kg/dia
• Gatos: 70 ml/kg/dia

• Formuladas visando à reposição das perdas diárias normais de líquidos


hipotônicos e de eletrólitos.
• Utilizados em pacientes ainda enfermos, após recuperação do déficit hídrico.

.
Taxas de fluido
1. VOLUME DE REPOSIÇÃO:

Caso clínico 1:
Cão de 7 anos, 19 kg
Grau de desidratação de 8%
Sem vômito ou diarreia

% de desidratação x peso corporal (Kg) x 10 = volume (ml)

8 x 19 x 10 = 1520 ml
Taxas de fluido

2. VOLUME DE MANUTENÇÃO:
• Cães: 40 a 60 ml x kg/dia
Adultos e idosos: 40ml x kg/dia
Jovens: 50ml x kg/dia
Neonatos: 60ml x kg/dia
Caso clínico 1:
Cão de 7 anos, 19 kg
Grau de desidratação de 8%
Sem vômito ou diarreia

Adultos: 40ml/kg/dia

40 x 19 = 700 ml
Taxas de fluido

3. VOLUME DE PERDAS CONTINUADAS:


Vômito: 40 ml/kg/dia
Diarreia: 50 ml/kg/dia, e em caso de a
Ambos: 60 ml/kg/dia.

Caso clínico 1 :
Cão de 7 anos, 19 kg
Grau de desidratação de 8%
Sem vômito ou diarreia
Taxas de fluido

4. SOMATÓRIO
Caso clínico 1:
Cão de 7 anos, 19 kg
Grau de desidratação de 8%
Sem vômito ou diarreia

Reposição + Manutenção + Perdas continuadas = volume total ml/dia

1520 ml + 700 ml = 2280 ml/dia


Taxas de fluido

5. Qual minha velocidade da fluidoterapia?


REPOSIÇÃO: 25% do valor total do volume nas 3 primeiras horas
MANUTENÇÃO: 75% do valor total do volume nas 21 horas restantes

Caso clínico 1:
Cão de 7 anos, 19 kg
Grau de desidratação de 8%
Sem vômito ou diarreia
Taxas de fluido

5. Qual minha velocidade da fluidoterapia?


a) REPOSIÇÃO: 25% do valor total do volume nas 3 primeiras horas

Caso clínico 1:
Cão de 7 anos, 19 kg
Grau de desidratação de 8%
Sem vômito ou diarreia

Reposição: 25% ( x 0,25 ou ¼)


Valor total = 2280ml/dia
2280 : 4 = 570 ml (3 primeiras horas)
570 : 3 = 190 / hora (60 minutos)
190 : 60 = 3,16 ml/ minuto

Reposição: 3,16 ml/min


Taxas de fluido

5. Qual minha velocidade da fluidoterapia?


b) MANUTENÇÃO: 75% do valor total do volume nas 21 horas restantes
Caso clínico 1:
Cão de 7 anos, 19 kg
Grau de desidratação de 8%
Sem vômito ou diarreia

Manutenção: 75%
Valor total = 2280ml/dia
2280 – 570 (reposição) = 1710ml/dia
1710 : 21 = 81,42 (21 horas restantes)
81,42 : 60 = 1,357 ml/ hora (60 minutos)
1,357: 60 = 0,02/min
Manutenção: 0,02 ml/min
Taxas de fluido

Conversor ml/kg/h - gotas/minuto

Equipo macrogotas
(pacientes maiores)
1 ml = 20 gotas

Equipo microgotas
(pacientes pequenos)
Ex: até 6 kg
1 ml = 60 gotas
Taxas de fluido

6. Quantas gotas por segundo esse paciente vai estar receberá na


REPOSIÇÃO?
Caso clínico 1:
Cão de 7 anos, 19 kg
Grau de desidratação de 8%
Sem vômito ou diarreia

Dose reposição: 3,16ml/ minuto


Equipo macrogotas: 1ml = 20 gotas
3,16 ml x 20 = 60,03 gotas/minuto (60 segundos)
60,03 : 60 = 1 gotas por segundo
1 (segundo) : 1 = 1 gota

Paciente receberá uma gota por segundo durante as 3


primeiras horas
Taxas de fluido

7. Quantas gotas por segundo esse paciente vai estar receberá na


MANUTENÇÃO?
Caso clínico 1:
Cão de 7 anos, 19 kg
Grau de desidratação de 8%
Sem vômito ou diarreia

Dose manutenção: 0,02 ml/min


Equipo macrogotas: 1ml = 20 gotas
0,02 ml x 20 = 4 gotas/minuto (60 segundos)
4 : 60 = 0,06 macrogotas por segundo
1 (segundo) : 0,06 = 16,6 =17

Paciente receberá uma gota a cada 17 segundos durante as 21


horas restantes
Exemplo 2

• Caso clínico 2:
• Cão de 5 anos, 4 kg
• Grau de desidratação de 7%
• Com vômito e diarreia
Exemplo 3
1. VOLUME DE REPOSIÇÃO:
% de desidratação x peso corporal (Kg) x 10 = volume (ml)

Caso clínico 3:
Cão de 6 anos, 15 kg
Grau de desidratação de 8%
Com vômito
Exemplo 3

2. VOLUME DE MANUTENÇÃO:
• Cães: 40 a 60 ml/kg/dia
Adultos e idosos: 40ml/kg/dia
Jovens: 50ml/kg/dia Caso clínico 3:
Neonatos: 60ml/kg/dia Cão de 6 anos, 15 kg
Grau de desidratação de 8%
Com vômito

40 x 15 = 600 ml
Fluidoterapia transoperatória

Cães: 5 ml x kg/h
Gatos: 3 m x kg/h

Paciente hígido, cão de 1 ano


de 6 Kg, cirurgia eletiva de
castração.

5 x 6 = 30 ml/h
Monitoração do paciente

EXAME CLÍNICO:
• PA, FC, Pulso (frequência e qualidade)
• TPC*
• Coloração das mucosas*
• FR e padrão respiratório
• Turgor cutâneo
• Peso*
• Débito urinário*
• Estado mental (nível de consciência)
• Temperatura das extremidades
Monitoração do paciente

EXAMES LABORATORIAIS:
• Hematócrito*
• Proteína total*
• Lactato sérico*
• Densidade urinária específica
• Creatinina/uréia
• Creatinina
• Eletrólitos (Sódio sérico, lactato)
• Pressão arterial
• Gasometria
• Saturação de oxigênio

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