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Licenciatura Plena em Letras Espanhol

Modalidade a Distância

METODOLOGIA CIENTÍFICA
Regina Maria Teles Coutinho

UESPI
2010
UAB – UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL
UESPI – UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ
COORDENAÇÃO GERAL EAD/UAB/UESPI
CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM LETRAS - ESPANHOL

METODOLOGIA CIENTÍFICA
Regina Maria Teles Coutinho

UESPI
2010
C871m Coutinho, Regina Maria Teles.
Metodologia científica / Regina Maria Teles Coutinho. – Teresina:
[s.n.], 2009.
70 f. : il.

Acompanha avaliação do fascículo.

1. Metodologia científica. 2. Universidade Estadual do Piauí -


UESPI. II. Título.

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Plena em Letras – Espanhol
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Autora do Livro:
Regina Maria Teles Coutinho

MATERIAL PARA FINS EDUCACIONAIS


DISTRIBUIÇÃO GRATUITA AOS CURSISTAS UAB/UESPI
APRESENTAÇÃO

OLÁ ESTUDANTE! SEJA BEM-VINDO!

A disciplina Metodologia da Pesquisa possui, dentre outras finalidades, orientá-


lo quanto à construção de um caminho para a investigação científica, bem como estudos
e interpretações de textos de forma crítica e reflexiva. Sabemos que ao planejar uma
viagem escolhemos o caminho mais curto e agradável possível, com vistas a evitar o
desperdício de tempo, e, consequentemente, o cansaço para chegarmos ao local para
o qual nos dirigimos.
Nessa perspectiva, procuraremos, de forma interativa, estudar os textos
que a disciplina oferece, buscando sempre articular a pesquisa com o ensino em prol
de uma aprendizagem significativa. Uma aprendizagem que prepare para a vida de
forma agradável e construtiva.
Portanto, as três unidades que compõem o fascículo, pretende de forma
harmoniosa e coesa levá-lo a internalizar a importância do método científico como
elemento indispensável no processo de investigação, bem como à análise documental
necessária à construção do trabalho científico.
Insisto, é num aprendizado interativo, que juntos aprenderemos a traçar os
caminhos da investigação, que leva à ciência, ao conhecimento científico.

Profa. Dra. Regina Maria Teles Coutinho


SUMÁRIO

UNIDADE 1
1 ESTUDOS E CARACTERIZAÇÃO DOS MÉTODOS CIENTÍFICOS ........................13
1.1 MÉTODOS QUE PROPORCIONAM A BASE LÓGICA DA
INVESTIGAÇÃO.............................................................................................15
1.1.1 – Método dedutivo................................................................................15
1.1.2 – Método indutivo.................................................................................16
1.1.3 – Método hipotético – dedutivo.............................................................16
1.1.4 – Método dialético.................................................................................17
1.1.5 – Método fenomenológico.....................................................................18
1.2– MÉTODOS QUE INDICAM OS MEIOS TÉCNICOS
DE INVESTIGAÇÃO..................................................................................................19
1. 2.1 – Método experimental..............................................................................................19
1.2.2 – Método observacional............................................................................................19
1.2.3 – Método comparativo..............................................................................................20
1.2.4 – Método estatístico...................................................................................................20
1.2.5 – Método clínico...........................................................................................................21
1.2.6 – Método monográfico................................................................................................21
1.3 – TEORIAS E QUADROS DE REFERÊNCIA.............................................................22
1.3.1 – Funcionalismo..........................................................................................................22
1.3.2 – Estruturalismo...........................................................................................................22
1.3.3 – Compreensão............................................................................................................23
1.3.4 – Materialismo histórico.............................................................................................23
1.3.5 – Etnometodologia......................................................................................................23
1.4 – O CONHECIMENTO E OS MÉTODOS CIENTÍFICOS.............................24
1.4.1 – Conhecimento sensorial e conhecimento intelectual.........................24
1.4.2 – Conhecimento vulgar e conhecimento científico................................25
1.4.3 – Conhecimento intuitivo e conhecimento científico............................ 26
1.4.4 – Conhecimento teológico e conhecimento científico................................26
1.4.5 – Conhecimento Filosófico e conhecimento científico................................27
UNIDADE 2
DOCUMENTAÇÃO...........................................................................................33
2.1 – BIBLIOTECAS........................................................................................34
2.2 – ARQUIVOS..............................................................................................38
2.3 – CENTROS DE DOCUMENTAÇÃO BIBLIOGRÁFICA ...................................39
2.4 – VANTAGENS DO USO DE FONTES DOCUMENTAIS.....................................40

UNIDADE3
LEITURA: PAPEL E IMPORTÂNCIA.................................................................45
3.1 SELEÇÃO DE LEITURA NA CONSTRUÇÃO DO SABER...................................47
3.1.1 – Velocidade e eficiência da leitura..............................................................48
3.1.2 – Comunidade e higiene na leitura................................................................48
3.1.3 – Definição de propósitos de leitura............................................................49
3.1.4 – Desvelar as ideias-mestras contidas no texto...........................................50
3.1.5 – Sublinhar as ideias principais...................................................................50
3.1.6 – Vocabulário e leitura eficiente..................................................................51
3.1.7 – Leituras e resumos...................................................................................51

UNIDADE 4
4 O CONCEITO, A CIÊNCIA E O MÉTODO CIENTÍFICO........................................59
4.1 CONCEPÇÕES DE CIÊNCIA BASEADAS NAS CONTRIBUIÇÕES DOS AU-
TORES CITADOS............................................................................................60
4.2 – CARACTERÍSTICAS DAS CIÊNCIAS............................................................60
4.3 – ELEMENTOS ESSENCIAIS NO PROCESSO DE PESQUISA.........................62

REFERÊNCIAS....................................................................................................66
UNIDADE 1
ESTUDO E CARACTERIZAÇÃO DOS MÉTODOS
CIENTÍFICOS

OBJETIVOS

• Propiciar a aquisição de concepções de método.


• Identificar os métodos científicos;

• Articular os métodos científicos com situações vivenciadas


no cotidiano;

• Proporcionar autoformação de acordo as necessidades e


aspirações do estudante.
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1. ESTUDO E CARACTERIZAÇÃO DOS MÉTODOS CIENTÍFI-


COS

Iniciando o diálogo!
Esta unidade de estudos teórico-prático-metodológicos
será dividida, para melhor compreensão em seções com vistas a
uma melhor aprendizagem. Ao término de cada unidade você terá
condições de responder as tarefas solicitadas por serem
evidentemente coerentes aos estudos realizados.
Ao iniciar o estudo do conteúdo denominado método
científico é imprescindível um breve comentário do que seja
método, que de acordo com o dicionário básico de filosofia, é o
conjunto de procedimentos racionais, baseados em regras que
visam atingir um objetivo determinado. Em linhas gerais, método é
o caminho escolhido para se chegar a determinado fim com rigor,
exatidão e fidedignidade. Entendendo por fidedignidade, a exatidão
nos achados de uma investigação. Nesse sentido, o método é
caracterizado por dois elementos importantes da matemática: a
medida e a ordem, com a finalidade de chegar à verdade dos
fatos.
O método científico passou a ser o parâmetro para o
conhecimento verdadeiro dos fatos e a experimentação, um
instrumento capaz de verificar como os fenômenos ocorrem, a fonte
de autoridade para a construção do saber, na expectativa de chegar
à verdade dos fatos, à ciência.

A ciência é ao mesmo tempo a revelação do mundo


e a revelação do homem, como ser social, levando
em conta, o papel da cultura e do trabalho que, em
cada momento histórico, apresentam a possibilidade
de expansão e aquisição de conhecimentos,
pretendendo ultrapassar o nível dos fenômenos
isolados, para chegar a sínteses explicativas, estas
sínteses, por sua vez, sugerem novas relações, novas
buscas, novas sínteses, que realimentam o processo
do conhecimento (PÁDUA, 2000, p. 23)

13
Introdução à Metodologia Científica

Considerando a racionalidade e objetividade do método


que assume a vanguarda do conhecimento científico, a ciência
considera-se onipotente para resolver questões sociais de modo
geral, a economia, até a moral, a racionalidade também garantindo
o progresso indefinido da técnica.
Nessa perspectiva, o método pode ser definido, como o
percurso traçado para se chegar a determinado fim.
Então, após este breve comentário do que seja método,
nos reportaremos ao tema central que é o método científico,
esperando contar com a participação ativa dos estudantes, como
elementos fundamentais no processo de formação: pessoal,
profissional e social, que dependerá sobremaneira do seu
interesse.
De acordo com os estudos de GIL (1999, p.26), Método
Científico é o conjunto de conhecimentos intelectuais e
técnicas adotadas para se chegar ao conhecimento.
O autor em pauta caracteriza método através de
bases lógicas de investigação, entendendo que cada método
vincula-se a uma corrente filosófica que se propõe a explicar como
se processa o conhecimento da realidade. O método dedutivo ao
neopositivismo, o dialético ao materialismo dialético e o
fenomenológico, naturalmente, a fenomenologia,
Portanto, a utilização de um método depende de muitos
fatores: da natureza do objeto que se pretende pesquisar, dos
recursos materiais disponíveis, do nível de abrangência do estudo
e, sobretudo da inspiração filosófica do pesquisador bem como
de sua ideologia, do seu senso crítico. No processo de
investigação pode-se utilizar um ou vários métodos, de acordo
com a natureza a investigação.

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1.1 MÉTODOS QUE PROPORCIONAM A BASE LÓGICA DA


INVESTIGAÇÃO

· Método dedutivo;
· Método indutivo;
· Método hipotético-dedutivo;
· Método dialético
· Método fenomenológico.

Vejamos, de forma sucinta, cada método.

1.1.1 Método dedutivo


É o método que parte das generalizações e, a seguir,
desce ao particular. Parte de princípios reconhecidos como
verdadeiros e indiscutíveis e possibilita chegar a
conclusões de maneira puramente formal, isto é, em
virtude unicamente de sua lógica.
O silogismo é o protótipo do raciocínio dedutivo,
que consiste numa construção lógica que, a partir de duas
proposições chamadas premissas, retira uma terceira,
nelas logicamente implicadas, denominadas conclusão,
conforme se pode observar no exemplo a seguir:

Todo homem é mortal. (premissa maior)


Pedro é homem. (premissa menor)
Logo, Pedro é mortal. (conclusão).

O método dedutivo encontra larga aplicação em ciências da natu-


reza, como a Física e a Matemática, cujos princípios podem ser
enunciados como leis.

15
Introdução à Metodologia Científica

Mesmo do ponto de vista


puramente lógico são apresentadas várias
objetivações ao método dedutivo. Uma delas
é a de que o raciocínio dedutivo é essencialmente
tautológico, ou seja, permite concluir, de forma
diferente, a mesma coisa.

1.1.2 Método indutivo


procede inversamente ao dedutivo – partindo do particular e coloca
a generalização como um produto posterior do trabalho de coleta
de dados particulares. Parte-se da observação de fatos ou
fenômenos cujas causas se desejam conhecer. A seguir, procura-
se compará-los com a finalidade de descobrir as relações
existentes entre eles. Por fim, procede-se à generalização, com
base na relação verificada entre os fatos ou fenômenos. Vejamos:

Maria é mortal.
José é mortal.
Pedro é mortal...
Ora, Maria, José, Pedro, ... são pessoas.
Logo, todas as pessoas são mortais.

Assim, se por meio da dedução chega-se a conclusões


verdadeiras, já que baseadas em premissas igualmente
verdadeiras, por meio da indução chega-se a conclusões que são
apenas prováveis.

1.1.3 Método hipotético-dedutivo


O método hipotético-dedutivo foi definido por Karl Popper
a partir de críticas à indução, expressas em A lógica da investigação
científica, obra publicada pela primeira vez em 1935.

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O método hipotético-dedutivo goza de notável aceitação,


sobretudo no campo das ciências naturais.
De acordo com Kaplan (1972) no método hipotético-
dedutivo:

....o cientista, através de uma combinação de


observação cuidadosa, hábeis antecipações e intuições
científicas, alcança um conjunto de postulados que
governam os fenômenos pelos quais está interessado
daí deduz ele as consequências por meio de
experimentação e, dessa maneira, refuta os postulados,
substituindo-os, quando necessário por outros e assim
prossegue.(KAPLAN apud GIL, 2002, p.12)

1.1.4 Método dialético


O conceito de dialética é bastante antigo. Platão utilizou-o
no sentido de arte do diálogo. Na contemporaneidade, utiliza-se
bastante o termo dialética, para se dar uma aparência de
racionalidade aos modos de explicação e de demonstrações
confusas e aproximativas.
Continuando com a contribuição de GIL (1999), O
materialismo dialético pode, pois, ser entendido como um método
de interpretação da realidade, que se fundamenta em três grandes
princípios:
a) A unidade dos opostos - Todos os objetos e fenômenos
apresentam aspectos contraditórios, que são organicamente unidos
e constituem a indissolúvel unidade dos opostos. Os opostos não
se apresentam simplesmente lado a lado, mas num estado
constante de luta entre si. A luta dos opostos constitui a fonte do
desenvolvimento da realidade.
b) Quantidade e qualidade - são características
imanentes a todos os objetos e fenômenos e estão inter-
relacionados. No processo de desenvolvimento, as mudanças
quantitativas graduais geram mudanças qualitativas a essa
transformação opera-se por saltos.

17
Introdução à Metodologia Científica

c) Negação da negação A mudança nega o que é mudado


e o resultado, por sua vez, é negado, mas esta segunda negação
conduz a um desenvolvimento e não a um retorno ao que era antes.

1.1.5 Método fenomenológico


Na abordagem fenomenológica, a realidade é entendida
como o que emerge da intencionalidade da consciência voltada
para o fenômeno. A realidade é o compreendido, o interpretado, o
comunicado.
A fenomenologia ressalta a idéia de que o mundo é criado
pela consciência, o que implica o
reconhecimento da importância do
sujeito no processo da construção do
conhecimento.

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1.2 Métodos que indicam os meios técnicos da investigação


Nessa seção estudaremos os métodos mais adotados nas
ciências humanas e ciências sociais que são:

• Método experimental;
• Método observacional;
• Método comparativo;
• Método estatístico;
• Método clínico;
• Método monográfico.

1.2.1 Método experimental


O método experimental consiste essencialmente em
submeter os objetos de estudo à influência de certas variáveis, em
condições controladas e conhecidas pelo investigador, para
observar os resultados que a variável produz no
objeto. “A experimentação “verifica” uma hipótese
oriunda da experiência e chega, eventualmente,
a uma lei dita experimental” (JAPIASSU, 1999
p.96).

1.2.2 Método observacional


O método observacional é um dos mais
utilizados nas ciências sociais e apresenta alguns
aspectos curiosos. Nesse sentido, são necessários
cuidados especiais na utilização de método, haja
vista a sua imprecisão, pois depende do ponto de
vista de quem observa. Portanto, deve ser utilizado
acompanhado de outros métodos.

19
Introdução à Metodologia Científica

Há investigações em ciências sociais que


se valem exclusivamente do método observacional.
Outras o utilizam em conjunto com outros métodos.
E pode-se afirmar com muita segurança que
qualquer investigação em ciências sociais deve
valer-se, em mais de um momento, de procedimentos
observacionais (GIL, 1999, p.34).

1.2.3 Método comparativo


Sua ampla utilização nas ciências sociais deve-se ao fato de
possibilitar o estudo comparativo de grandes grupamentos sociais,
separados pelo espaço e pelo tempo. Esse método é bastante utilizado
nos estudos etnográficos, por propiciar a
comparação entre culturas de diferentes
povos.
Os trabalhos de Piaget, no
campo do desenvolvimento intelectual
da criança, constituem importantes
exemplos da utilização do método
comparativo.

1.2.4 Método estatístico


Esse método fundamenta-se
na aplicação da teoria estatística da
probabilidade e constitui importante
auxílio para investigação em ciências sociais. Com a utilização do
método estatístico é possível em termos numéricos, a probabilidade
de acertos de determinada conclusão, bem como a margem de
erro de um valor obtido.

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1.2.5 Método clínico


O método clínico apoia-se numa relação
profunda entre pesquisador e pesquisado. O método
clínico tornou-se um dos mais importantes na
investigação psicológica, sobretudo depois dos
trabalhos de Freud. Todavia, o pesquisador que
adota o método clínico deve cercar-se de
muitos cuidados ao propor generalizações, visto
que esse método se apóia em casos individuais
e envolve experiências subjetivas.

1.2.6 Método monográfico


O método monográfico parte do princípio de que o estudo de
um caso em profundidade pode ser considerado representativo de
muitos outros ou mesmo de todos os casos semelhantes.

21
Introdução à Metodologia Científica

1.3 TEORIAS E QUADROS DE


REFERÊNCIA
As teorias desempenham impor-
tante papel metodológico na pesquisa.
Alguns desses “quadros de referência”
ou “grandes teorias” chegam mesmo
a ser designados como métodos. É o
caso do funcionalismo, do estrutura-
lismo, da “compreensão”, do materi-
alismo histórico e da etnometodologia.

1.3.1 Funcionalismo
O funcionalismo é uma corrente das ciências humanas que
enfatiza as relações e o ajustamento entre os diversos componentes
de uma cultura ou sociedade.
O funcionalismo exerceu e continua exercendo,
significativamente, influência na pesquisa social, sendo inúmeros
os trabalhos desenvolvidos segundo esse enfoque, inclusive no
Brasil.

1.3.2 Estruturalismo
O termo estruturalismo é utilizado para designar as
correntes de pensamento que recorrem à noção de estrutura para
explicar a realidade em todos os seus níveis.

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Fica claro, pois, o caráter


relativo dos elementos da estrutura: o
sentido e o valor de cada elemento
advêm, exclusivamente, da posição que
ocupe em relação aos demais.
1.3.3 Compreensão
Este procedimento a que ele
chama de compreensão envolve uma
reconstrução no sentido subjetivo original
da ação e o reconhecimento da parcialidade
da visão do observador.
Weber distingue, ainda, entre compreensão atual e
compreensão explicativa. Compreende-se pela primeira, por
exemplo, o sentido do comportamento de um caçador que aponta
sua espingarda. Compreende-se pela segunda maneira, por
exemplo, o sentido do comportamento do caçador que se entrega
a esse esporte por motivo de saúde.

1.3.4 Materialismo histórico


O materialismo histórico fundamenta-se no método dialético
e suas bases foram também definidas por Marx e Engels.
Para o materialismo histórico, a produção e o intercâmbio
de seus produtos constituem a base de toda a ordem social.

1.3.5 Etnometodologia
A etnometodologia foi definida por Harold Garfinkel como
a “ciência dos etnométodos”, isto é, por procedimentos que
constituem o “raciocínio sociológico prático”.
A etnometodologia mostra evidentes influências da
fenomenologia, já que analisa as crenças e os comportamentos de
senso comum como os constituintes necessários de todo
comportamento socialmente organizado.
23
Introdução à Metodologia Científica

1.4 O CONHECIMENTO E OS MÉTODOS CIENTÍFICOS


Após o método científico e suas divisões, faremos um estudo
do que seja conhecimento e sua tipologia, baseados nas contribuições
de JAPIASSU (1999) e RUIZ (2002), dentre outros estudiosos.
O ser humano é dotado de duas características que lhe
são inerentes, a capacidade de conhecer e a de pensar. Portanto,
conhecer e pensar constitui não somente duas capacidades, como
também uma necessidade para o Homem.
O conhecimento é representado por três elementos: o
sujeito, ou seja, a consciência cognoscente, o objeto ou aquilo a
que o sujeito se dirige para conhecer, e a imagem, que representa
o ponto de coincidência entre o objeto e o sujeito.

1.4.1 Conhecimento sensorial e conhecimento


intelectual
Os conhecimentos sensoriais, inerentes aos
homens e aos irracionais, apreendem o fato, a coisa,
o indivíduo na sua singularidade concreta.
O conhecimento intelectual não atinge a
aparência, o fenômeno, a coisa em si, mas, operando
sobre as imagens sensoriais, e ultrapassando-as,
formula conceitos gerais, abstratos, definições
universais, relações ideais. Apenas o Homem é dotado da
capacidade de pensar, de ter sentimentos, de generalizar, de definir,
de elaborar idéias transcendentes.
O conhecimento intelectual não se restringe a captar a
imagem sensorial dos objetos e a reconhecê-los nela; o

24
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pensamento, ou o conhecimento intelectual, atinge o real por


dentro, analisa-o, contextualiza-o, não ficando apenas em sua
aparência sensorial.

1.4.2 Conhecimento vulgar e conhecimento científico


Já ficou dito que existem duas espécies de
conhecimentos: conhecimento sensorial, comum aos homens e
aos animais, e o conhecimento intelectual que é privativo dos seres
humanos adultos normais.

- Conhecimento vulgar
Conhecimento vulgar é o conhecimento do povo,
conhecimento de oitiva que atinge os fatos sem lhes desvelar as
causas. São as vivências retiradas do cotidiano do Homem, tendo,
portanto, grande importância por se tratar de sua história de vida.
Mas, são experiências causais, ametódicas e
assistemáticas, fragmentárias e ingênuas, que atingem o fato nas
suas aparências globais, sem análise, sem crítica e sem
demonstração; que acolhem informações e assimilam tradições
sem analisar as credenciais do testemunho e sem penetrar nos
fundamentos das crenças tradicionais, esse modo de conhecimento
é o denominado vulgar.

- Conhecimento científico
O conhecimento científico não atinge
simplesmente os fenômenos na sua manifestação
global, mas os atinge em suas causas,
na sua constituição íntima,
caracterizando-se, desta forma, pela
capacidade de analisar, de explicar, de

25
Introdução à Metodologia Científica

desdobrar, de justificar, de induzir ou aplicar leis, de predizer com


segurança eventos futuros.
Conhecer perfeitamente é conhecer pelas causas; saber
cientificamente é ser capaz de demonstrar. O conhecimento
científico difere do conhecimento vulgar e vai muito além deste,
porque explica os fenômenos e não só os apreende. Através da
explicação dos fenômenos, busca caminhos alternativos para a
solução dos problemas.
Nesse sentido, conhecimento científico é expressão que lem-
bra laboratório, instrumental de pesquisa, trabalho programado, me-
tódico, sistemático e como tal, objetiva a veracidade dos fatos, não
provoca associações com inspiração místicas ou artísticas, religi-
osas ou poéticas.

1.4.3 Conhecimento intuitivo e conhecimento científico


Em sentido etimológico, Intuere significa ver; intuição é uma
espécie de conhecimento que, pela sua característica de atingir o
objeto sem “meio” ou sem os intermediários das comparações,
assemelha-se ao fenômeno do conhecimento sensorial,
especialmente da visão.

1.4.4 Conhecimento teológico e conhecimento científico


Tanto a teologia como a Filosofia e as ciências têm
ou podem ter o mesmo objeto de estudo, como, por exemplo,
a origem do mundo, das espécies ou do Homem. Entretanto,
“filósofo e fiel são guiados por princípios diversos”. Este
elemento especificativo do conhecimento teológico merecerá,
pois, especial consideração.
O conhecimento científico consiste na evidência dos
fatos observados e controlados experimentalmente. O
conhecimento filosófico e seus enunciados se fundamentam
em evidências lógicas. No conhecimento teológico, o fiel não
26
UESPI/NEAD - Licenciatura em Letras Espanhol

se detém na pesquisa dos fatos, ou na análise dos conteúdos dos


dogmas, a procura de evidência, de comprovação.
Se tudo que está na Bíblia encerra a própria ciência divina
comunicada por Deus aos homens; se Deus merece todo crédito
e exige que os homens recebam sua palavra e aceitem como
condição de salvação, é natural que não se procure a evidência
dos conteúdos de revelação divina, mas que se aceite o dogma
“porque assim foi divinamente revelado” (RUIZ, 2002, p.105).
Para melhor entendimento do conhecimento teológico, é
a aceitação da estrutura do dogma como verdade incontestável.

1.4.5 Conhecimento filosófico e conhecimento científico


O sentido etimológico e o contexto histórico, que cercou a ori-
gem da palavra filosofia, caracterizam-se como esforço da razão
pura para questionar problemas humanos e discernir entre o certo
e o errado, sem fazer apelo à iluminação divina, e recorrendo
unicamente às luzes da própria razão humana.
O conhecimento científico é baseado em fatos concre-
tos, positivos, fenômenos perceptíveis pelos sentidos, mediante
instrumentos, técnicas e recursos de observação, enquanto o
objeto da Filosofia são idéias, relações conceptuais, exigências
lógicas não redutíveis a realidades materiais e, por isso mesmo,
não passíveis de observação sensorial, exigida pela ciência ex-
perimental.
Parte-se do pressuposto de que a filosofia indaga e a
ciência responde e avança. A ciência soma suas conquis-
tas e progride; está em constante reconstrução e avança
à medida que novas descobertas são incorporadas aos
seus domínios. A filosofia indaga, traça rumos, assume
posições, estruturas correntes que inspiram ou dominam
mentalidades em determinados períodos, mas que, em
seguida, perdem vigor diante de novas concepções, que
geralmente hostilizam as anteriores, à maneira das cor-
rentes literárias, das artes em geral ou das religiões.

27
Introdução à Metodologia Científica

GLOSSÁRIO

EXPERIMENTAÇÃO - segundo
JAPIASSU (1999), é interrogação
metódica dos fenômenos, efetuadas
através de um conjunto de operações, não somente supondo
a repetitividade dos fenômenos estudados, mas a medida dos
diferentes parâmetros: primeiro passado para a
matematização da realidade.

DOGMA – doutrina ou opinião filosófica transmitida de


modo impositivo e sem contestação por uma escola ou
corrente de pensamento, fazendo apelo a uma adesão
incondicional.

RACIONALIDADE – racional – caracteriza tudo aquilo que


pertence à razão ou é derivado dela, que se baseia na razão.

OBJETIVIDADE – caracteriza aquilo que existe


independentemente do pensamento. Opõe-se à subjetividade.

PLATÃO - filósofo grego que tinha por doutrina central, a


distinção de dois mundos: o mundo visível, sensível, ou mundo
dos reflexos e o mundo invisível, inteligível, ou mundo das idéias.

NEOPOSITIVISMO – Movimento filosófico contemporâneo,


também conhecido como fiscalismo, empirismo lógico e
positivismo lógico.

SILOGISMO - Método de dedução de uma conclusão a


partir de duas premissas, por indicação lógica.

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UESPI/NEAD - Licenciatura em Letras Espanhol

RESUMO
Nesta unidade de estudo, tivemos a oportunidade de ver as
concepções de método de acordo com vários estudiosos. Após
essa visão sucinta do que seja a terminologia método, iniciamos
uma viagem sobre os tipos de métodos científicos que de acordo
com as bases lógicas de investigação, podem ser:
Método dedutivo;
Método indutivo;
Método hipotético-dedutivo;
Método dialético;
Método fenomenológico.
Os métodos que indicam os meios técnicos da investigação
tiveram a seguinte divisão:
Método experimental;
Método observacional;
Método comparativo;
Método estatístico;
Método clínico;
Método monográfico.
Após a explicitação de cada método foram apresentados os
quadros de referência, que foram os que seguem:
Funcionalismo;
Estruturalismo;
Compreensão;
Materialismo histórico;
Etnometodologia.
Em sequência, foi realizado o estudo do que seja
conhecimento, a distinção entre conhecer e pensar; sujeito e objeto
de estudo, para, a partir daí, descrever os tipos de conhecimentos
que caracterizam o Homem.
Nesse particular, foram destacados os tipos de
conhecimentos que seguem:
Conhecimento sensorial e conhecimento intelectual;
Conhecimento vulgar e conhecimento científico;
Conhecimento intuitivo e conhecimento científico;
Conhecimento teológico e conhecimento científico;
Conhecimento filosófico e conhecimento cientifico.

29
Introdução à Metodologia Científica

PESQUISE MAIS!
Após esses estudos recomendamos maior
aprofundamento recorrendo a uma investigação bibliográfica
em livros, revistas ou outros materiais didáticos que tratem do
assunto. Entretanto, sugiro o livro Metodologia Cientifica, de
João Álvaro Ruiz, no capítulo intitulado: Diferentes Modos de
Conhecer, pois este dará uma visão mais ampla do assunto.

ATIVIDADE DE
APRENDIZAGEM
• Caro estudante, após o termino da unidade, escreva sua
concepção de método.
• Destaque, dentre os métodos científicos, os utilizados
nas pesquisas em ciências humanas e sociais.
• Cite os tipos de conhecimentos estudados e suas
características.
• Descreva uma situação problema, vivenciada por você,
em que seja utilizado o método observacional e o método
comparativo.

30
UESPI/NEAD - Licenciatura em Letras Espanhol

UNIDADE 2
DOCUMENTAÇÃO

OBJETIVOS

• Analisar as principais fontes de


investigação na documentação;

• Buscar subsídios junto à documentação


que contribuam para edificação do trabalho
científico;

• Construir o trabalho científico integrando


sempre a investigação empírica, a
investigação bibliográfica e a análise
documental.

31
Introdução à Metodologia Científica

32
UESPI/NEAD - Licenciatura em Letras Espanhol

2 DOCUMENTAÇÃO

Dando prosseguimento aos nossos estudos,


nesta unidade procuraremos visualizar a importância
do método documental, como um dos elementos
essenciais na construção do trabalho científico, por
trata-se de algo que reforçará a pesquisa bibliográfica e a
pesquisa de campo, portanto, trata-se de uma ciência que
visa à sistematização da informação oral ou escrita.
Tendo o exposto por premissa nos reportaremos à
contribuição de Chizzotti, bem como de outros estudiosos que tratam
desse assunto. Quanto à concepção de documentação, de acordo
com Chizzotti,

Documentação é a ciência que trata da organização


do manuseio de informações. Consiste na coleta,
classificação, seleção, difusão e na utilização de toda
espécie de informação, compreendendo não só as
suas técnicas de estocagem, conservação e de
classificação, mas também suas técnicas de uso e
os métodos que facilitam a sua busca e a sua
identificação (CHIZOTTI, 1991, p. 109).

Continuando, o autor citado, apresenta as principais fontes


de investigações documentais:

· Bibliotecas;
· Arquivos;
· Centros de documentação bibliográfica;
· Os produtos documentários.

33
Introdução à Metodologia Científica

2.1 Bibliotecas

Umas das fontes de investigações mais


utilizadas são as bibliotecas, pela sua praticidade e
por serem um importante centro de documentação
escrita em razão do volume da produção impressa
estocada, classificada, bem como por oferecer um
ambiente propício ao estudo e colocadas à
disposição dos usuários. Podem ser caracterizadas
como bibliotecas enciclopédicas ou especializadas;
públicas ou privadas, universitárias ou de empresas, de
associações etc.
A pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material
já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos
científicos. Embora em quase todos os estudos seja exigido algum
tipo de trabalho desta natureza, há pesquisas desenvolvidas
exclusivamente a partir de fontes bibliográficas. Uma parte dos
estudos exploratórios pode ser definida como pesquisas
bibliográficas, assim como certo número de pesquisas
desenvolvidas a partir da técnica de análise de conteúdo.

Nas pesquisas bibliográficas e em muitas pesquisas


documentais, o trabalho de consulta à biblioteca, após
essas fases iniciais, tende a se tornar mais intenso,
pois é justamente na biblioteca que se processa a
coleta de dados. Nos levantamentos de campo, nos
estudos de caso e nas outras modalidades de
pesquisa, o uso da biblioteca também não se encerra
com o planejamento. A necessidade de consultar o
material publicado manifesta-se ao longo de todo o
processo de pesquisa (GIL, 1999, p.75)

Nesse sentido, o uso da pesquisa bibliográfica se processa


no início, no percurso, indo até finalizar a produção de um trabalho
de cunho científico.

34
UESPI/NEAD - Licenciatura em Letras Espanhol

Nas bibliotecas os documentos adquiridos através de


compras ou de doações são descritos segundo uma linguagem
documentária que os distinguem da forma apresentada a seguir:

· classifica em ordem alfabética, pelo nome e prenome do autor


e por títulos e/ou assunto;
· codifica por matéria, segundo o plano de classificação adotado
pela biblioteca; a classificação mais usual é a Classificação
Decimal Universal – CDU;
· indexa por meio de conceitos-chaves descritivos do conteúdo
(descritores); há uma tendência de se construir uma lista
internacional de descritores para indexação da bibliografia
sobre Educação, Ciências, Ciências Sociais, e cultura, ou um
índice multilingüe de descritores (Unesco, Thesaurus de l’
Unesco);
· resume, condensando sistematicamente o conteúdo,
fornecendo informações genéricas (notícia bibliográfica), ou
uma síntese sumária do conteúdo (sinalética) ou, ainda,
resumindo as informações e conclusões mais significativas
(resumo analítico);
· enumera, segundo a numeração internacional ISBN
(Internacional Standard Book Number).

35
Introdução à Metodologia Científica

Algumas bibliotecas dispõem de fontes mais sofisticadas


como: microfichas ou microfilmes.
Os documentos primários, contendo informações originais,
estão em:

- publicações em série: revistas, jornais, anuários, boletins;


- livros: publicações encapadas com editor, lugar e data;
- relatórios emitidos ou difundidos por um órgão responsável;
- teses, dissertações e trabalhos universitários para obtenção
de títulos e diplomas de final de cursos de licenciaturas,
bacharelados, etc.
- patentes de título de propriedade;
- atas de congresso e comunicações apresentadas em
congresso etc.

Os documentos secundários estão em bibliografia e obras


de referência, tais como: repertórios bibliográficos, catálogos,
enciclopédias e obras de terminologia, anuários e repertórios.
Além desses, há outros tipos de documentos escritos não
convencionais, contidos na literatura cinza (grey literature), que
compreende documentos datilografados, impressos,
mimeografados, ou cópias reprográficas, editados em quantidade
inferior a mil exemplares, fora dos circuitos comerciais de edição e
difusão, tais como: relatórios de pesquisa produzidos por organismos
públicos ou privados, preprints, teses universitárias, patentes,
manuscritos, notas de curso, cadernos de pesquisa de campo.
Na biblioteca encontram à disposição dos usuários:
- Fichários cartonados descritivos dos documentos
primários, por autor, assunto e uma classificação codificada das
obras que podem ser consultadas manualmente, ou, em algumas
bibliotecas, por meio de sistemas automatizados de consulta.

36
UESPI/NEAD - Licenciatura em Letras Espanhol

- Terminais: os fichários podem estar transcritos em


sistemas informatizados que permitem a consulta através da
digitação do nome do autor, título ou dos descritores da obra. Os
terminais podem estar conectados a bancos de dados ou redes e
dar acesso pessoal ou por meio da bibliotecária aos acervos que
estão integrados ao sistema informatizado.
- Acervos de referência permitem a identificação e
recuperação de publicações ou informações sobre determinada
área do conhecimento, em forma de sumários, resumos (abstracts),
catálogos, bibliografias etc.
- Serviços abrangem: a consulta, utilização da obra no
recinto da biblioteca; o empréstimo domiciliar de livros, mediante
algumas condições estipuladas pela direção da biblioteca e o
empréstimo de publicações entre bibliotecas, quando o acervo não
dispõe da publicação solicitada pelo consulente.
As bibliotecas participam do programa, como Biblioteca-
Base, quando fornecem cópias de artigos dos periódicos a outras
bibliotecas, ou como Biblioteca-Solicitante, quando localizam e
obtêm de outras bibliotecas os artigos de periódicos que não
possuem em seu acervo.

37
Introdução à Metodologia Científica

2.2 Arquivos
Representam um conjunto de documentos, quaisquer que
sejam suas datas, forma ou suporte material, produzidos
e recebidos por pessoa física, moral e por quaisquer
serviços ou organismos públicos ou privados, no
exercício de sua atividade.
Os arquivos tendem a se constituir em separado
das bibliotecas, seja pelos problemas específicos de
estocagem, classificação e uso deste tipo de
documentação, seja pela especialização e pelo público
que atende.
Os arquivos, como as bibliotecas, podem ser
públicos (nacionais, estaduais ou municipais) ou
particulares (de igreja, as associações, empresas, famílias etc.).
Dentre os arquivos públicos, os mais importantes são:
o Arquivo Nacional, os arquivos estaduais e municipais.
Os Estados e alguns ministérios e municípios possuem
seus respectivos arquivos que estocam a documentação relativa à
sua jurisdição.

38
UESPI/NEAD - Licenciatura em Letras Espanhol

2.3 Centros de documentação bibliográfica


A informatização das informações
documentais gerou novos sistemas de veiculação, tais
como: bancos, base ou arquivos de dados e redes
de trocas de informações documentais que extraem,
classificam e estocam os dados brutos de coleções,
contidos na documentação primária e secundária.

Banco de Dados (Data Bank)


Reunem conjuntos de dados relativos a um
domínio do conhecimento e incorporam as
informações em fichas estruturadas, segundo
códigos informatizados de classificação. Esses
dados são arquivados em memória de computador para oferecer
aos usuários um acesso imediato às informações, quando da sua
manipulação automática.

Base de dados (Data Basis)


Representam um conjunto de dados organizados em
fichários automatizados com a finalidade de serem utilizados por
programas, de modo a facilitar a interdependência dos dados e
programas informatizados.

Redes de informações
São organismos que trocam informações de modo regular
e organizado, seja pelo acesso ocasional aos serviços recíprocos,
seja pela integração completa dos participantes em um sistema
único, fazendo todo tipo de permuta, telecópias, fax, etc. Há redes
internacionais, nacionais, especializadas em disciplinas e áreas
de conhecimento que permutam (ou cumutam) informações, de
modo sistemático.

39
Introdução à Metodologia Científica

2.4. Vantagens do uso de fontes documentais


De acordo com Gil (1999), as vantagens do uso de fontes
documentais, são as descritas a seguir:

· Possibilita o conhecimento do passado;


· Possibilita a investigação dos processos de mudança social
e cultural;
· Permite a obtenção de dados com menor custo;
· Favorece a obtenção de dados sem o constrangimento dos
sujeitos.

Possibilita o conhecimento do passado


Os experimentos e os levantamentos, a despeito do rigor
científico de que se revertem, não são apropriados para
proporcionar o conhecimento do passado. Nos levantamentos,
quando se indaga acerca do comportamento passado, o que se
obtém, na realidade, é a percepção do respondente a esse respeito.
Já os dados documentais, por terem sido elaborados no período
que se pretende estudar, são capazes de oferecer um conhecimento
mais objetivo da realidade.

Possibilita a investigação dos processos de mudança social


e cultural
Todas as sociedades estão continuamente mudando.
Mudam as estruturas e as formas de relacionamento social, bem
como a própria cultura da sociedade. Para captar os processos de
mudança, não basta, portanto, observar as pessoas ou interrogá-
las acerca de seu comportamento. Nesse sentido, é que as fontes
documentais tornam-se importantes para detectar mudanças na
população, na estrutura social, nas atitudes e valores sociais, etc.

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UESPI/NEAD - Licenciatura em Letras Espanhol

Permite a obtenção de dados com menor custo


Pelo elevado empreendimento financeiro das pesquisas
experimentais, requerem a seleção de uma amostra com tamanho
adequado, bem como a elaboração de instrumentos padronizados
de coleta de dados e com freqüência pessoal qualificado para sua
obtenção.

Favorece a obtenção de dados sem o constrangimento dos


sujeitos
É amplamente reconhecida a dificuldade de obtenção de
dados relacionados com a vida íntima das pessoas.
Muitas são as pessoas que se negam a responder
sobre assuntos cuja resposta possa ser entendida
como manifestação de comportamento anti-
social ou que respondem de maneira
inadequada.
Não obstante aos obstáculos que
venham surgir, é inegável a importância da
pesquisa documental, por se constituir em algo
que vem reforçar os dados coletados em outras
abordagens metodológicas. Nesse sentido é inegável o
papel das diversas pesquisas documentais, principalmente, da
pesquisa bibliográfica, mas respaldado por cuidados especiais,
conforme expressa SEVERINO (2002):

Antes, pois, de começar a ler a bibliografia, tenham-


se presentes na mente as grandes linhas que serão
as colunas mestras do trabalho. Essas idéias são
percebidas intuitivamente pelo aluno ou são frutos da
sugestão do próprio problema levantado pela tese ou
ainda de alguma insinuação se estudos anteriores
(SEVERINO, 2002, p.79).

41
Introdução à Metodologia Científica

RESUMO
Caro estudante, nesta unidade de estudo você viu e espero
que tenha assimilado as informações sobre o assunto:
documentação, que conforme se pode constatar é algo importante
na sistematização de um trabalho científico, por se tratar de
informações que reforçam os dados empíricos e servem para
analisar e entender o objeto de estudo.
Nessa perspectiva, a pesquisa documental poderá ser
realizada em bibliotecas em que a investigação bibliográfica tem
ponto alto, por se tratar de informações contidas em livros, revistas,
monografias de final de cursos, dissertações, teses, bem como
outros materiais didático-pedagógicos inerentes à pesquisa
empreendida.
Os Arquivos e o IBGE são fontes de informações, dentre
outras instituições, que guardam de forma sistematizada dados
importantes para a construção do trabalho científico.

ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM
· De acordo com o texto explorado, qual sua concepção de
documentação?
· Faça uma visita a uma biblioteca destacando os locais de
pesquisas em livros, revistas e Internet.
· Visite um arquivo público estadual e/ou municipal, e descreva
em relatório os aspectos que mais chamaram sua atenção.
· Dentre as vantagens do uso de fontes documentais, citadas
no texto, qual ou quais você mais utilizou em sua vida
escolar?

42
UESPI/NEAD - Licenciatura em Letras Espanhol

UNIDADE 3
LEITURA: PAPEL E IMPORTÂNCIA

OBJETIVOS

• Levar o aluno a conscientizar-se da importância


de construir o hábito da leitura;

• Fazer leituras reflexivas e críticas;

• Articular as leituras realizadas com contexto


sócio-cultural;

• Estabelecer um diálogo com os autores,


observando os pontos de concordância e
divergência.

43
Introdução à Metodologia Científica

44
UESPI/NEAD - Licenciatura em Letras Espanhol

3 LEITURA: PAPEL E IMPORTÂNCIA

Iniciaremos a terceira unidade


de estudos, com um assunto por demais
pertinente em se tratando do momento
atual, que requer que as pessoas leiam
de forma crítica e reflexiva para que
venham a entender o mundo com suas
mazelas e injustiças sociais, pois
através de uma leitura crítica e
contextualizada em que o leitor interage
com o autor, indagando, concordando,
discordando, será possível a construção
de um país mais desenvolvido.
Contudo, é preciso adquirir o hábito da leitura, que não é
algo que se processa de um momento para outro, mas, deve ser
construído por toda vida, como uma constante em nosso processo
de formação pessoal, profissional e social. Entretanto, quando a
pessoa começa adquirir, ou construir o hábito da leitura desde
criança, ao torna-se adulto, não sente o ato de ler como algo
desagradável, ao contrário, o sente como uma atividade prazerosa,
que permite viajar por lugares desconhecidos, conhecer novas
pessoas, manter um diálogo silencioso, mas altamente produtivo.
De acordo com Ruiz (2002, p.35):

A leitura amplia e integra os conhecimentos,


desonerando a memória, abrindo cada vez mais os
horizontes do saber, enriquecendo o vocabulário e a
facilidade de comunicação, disciplinando a mente e
alargando a consciência pelo contato com formas e
ângulos diferentes sob os quais o mesmo problema
pode ser considerado. Quem lê constrói sua própria
ciência; quem não lê memoriza elementos de um todo
que não se atingiu.

45
Introdução à Metodologia Científica

A leitura de um texto requer antes de tudo o interesse pelo


assunto em pauta com vistas a internalizar as idéias centrais,
destacando elementos que sirvam para estabelecer uma ponte entre
as idéias e o novo raciocínio que se desenvolve.
Os elementos a serem recolhidos visam reforçar,
esclarecer e apoiar as idéias pessoais retiradas pelo autor do
trabalho. Essas idéias retiradas das várias
fontes de pesquisa fornecem várias
afirmações do autor, além do material sobre
o qual se trabalha, a garantia de maior
objetividade, de maior fidedignidade,
verificada no testemunho e nos resultados de
outros pesquisadores.
É preciso ter perseverança na leitura,
buscando sempre construir um saber, que se
dará, buscando a seleção de leitura,
integrando os dados acumulados e
associando-os às leituras realizadas.
Para trabalhar essa temática, nos reportaremos às
contribuições valiosas de pesquisadores como: Ruiz, Freire,
Severino, Kramer, Demo, dentre outros.

46
UESPI/NEAD - Licenciatura em Letras Espanhol

3.1 SELEÇÃO DE LEITURAS NA CONSTRUÇÃO DO SABER


Ao selecionar um livro para ler, é importante
fazer uma leitura panorâmica do assunto veiculado
com vistas a aguçar nosso interesse e despertar
nossa vontade de lê-lo, como uma viagem
agradável, com paragens nos aspectos
principais. Nesse sentido, devemos ler o
titulo, o resumo, a “orelha”, o índice da
matéria, o prefácio, a bibliografia e se
possível, a introdução, que se
constitui o espelho, o retrato do
contido no corpo do livro,
representado pelos capítulos.
Para a consecução
desse intento, o primeiro
passo é a aquisição de livros
indicados pelos professores
como ferramentas
indispensáveis ou básicas
para o desenvolvimento das
atividades didático-pedagógicas,
mas, também se devem levar
em conta as leituras que visam à
formação da subjetividade em prol
de uma cidadania social, em que os
direitos civis, políticos e sociais sejam atendidos,
mas, quando este fato não acontecer saibam levantar
bandeira de luta para sua efetivação.
Portanto, para a seleção e um bom aproveitamento na leitura
é importante considerar alguns aspectos, tais como:

47
Introdução à Metodologia Científica

3.1.1 Velocidade e eficiência da leitura


A velocidade da leitura é algo subjetivo, pois depende da
preparação ou da preferência de quem lê, nesse particular, o
importante é que a leitura efetivada não perca o sentido pela lentidão
ou pela leitura apressada acarretando em prejuízo do leitor.
Normalmente, a leitura apressada não prejudica a
eficiência ou a compreensão. Quem lê bem e depressa encontra
tempo para ler e faz seu tempo render. Portanto, existe uma
velocidade padrão de leitura; a maior e menor velocidade depende
do gênero do próprio texto, bem como das peculiaridades do leitor.
Não se lêem com a mesma velocidade textos de gênero diferente,
como por exemplo, um romance e um manual de biologia. Por outro
lado, cada um deve atingir sua velocidade ideal, mas é certo que
sempre é possível aumentar a velocidade sem prejuízo de
compreensão. O importante é que a leitura leve à interpretação e à
crítica, sendo mais lenta ou com mais velocidade.

3.1.2 Comodidade e higiene na leitura


O ambiente de leitura que venha a proporcionar uma boa
concentração e comodidade deve ser limpo, arejado, bem
iluminado e silencioso, tendo ao alcance da mão
dicionários, livros, lápis, papel, bem como outros
materiais que venham ao encontro do trabalho a
ser empreendido.
Necessário se faz criar um ambiente que
favoreça a leitura, as pessoas que não tem o hábito
da leitura, vivem no mundo sem vê-lo de fato como
se apresenta, sem condições de fazer uma análise
crítica sem condições intervir nessa realidade de

48
UESPI/NEAD - Licenciatura em Letras Espanhol

forma consciente. Portanto, recorro às contribuições


de RUIZ (2002, p. 36) pessoas que não construíram o
hábito da leitura, que expressa: Não se julgue
impossibilitado de ler aquele que não
puder fazê-lo em ambiente de
condições ideais, mas é importante
conhecer estas condições e procurar
criá-las ou desfrutar delas tanto quanto
possível.

3.1.3 Definição de propósitos de leitura


É importante ler com uma finalidade, com objetivos
previamente estabelecidos, tendo por premissa a leitura cultural como
finalidade básica, em que a procura, a captação, a crítica e a retenção
de conhecimento se faz em primeiro lugar pela procura das idéias
mestras, pela procura das idéias principais, que direcionam o
raciocínio para o entendimento do texto. O bom leitor deve concentrar-
se na procura das idéias principais para construir as estruturas do
pensamento, enfim, o bom leitor
lê unidades de pensamento, lê as
idéias e as hierarquiza enquanto
lê, de maneira a encontrar as
idéias mestras ou a palavra-
chave. O mau leitor, ou seja, o
leitor que lê sem interagir com o
autor, que lê por ler, lê palavra por
palavra, como se estas tivessem
o mesmo valor, sem interpretar o
que lê com criticidade.

49
Introdução à Metodologia Científica

3.1.4 Desvelar as ideias-mestras contidas no texto


A idéia principal aparece sempre numa constelação de
idéias que gravitam à sua volta; um argumento que a justifique, um
exemplo que elucide uma analogia que a torne verossímil e um fato
ao qual ela se aplique são elementos de sustentação da idéias
principal. O bom leitor procura construir os seus resumos procurando
montar o encadeamento, a articulação das idéias.

3.1.5 Sublinhar as ideias principais


Essa é uma atividade que ajuda a destacar as ideias
principais, as palavras-chave e os pormenores importantes. Existem
normas para sublinhar que devem ser seguidas, tais como:

· Sublinhar as idéias principais e os detalhes importantes,


procurando não sublinhar em demasia, buscar sempre as
palavras-chave, ou seja, o que é significativo.
· Não sublinhar na primeira leitura realizada, é preciso ter antes
a visão do todo, para, a partir daí, destacar na segunda leitura
os aspectos mais relevantes do texto lido.
· Reconstruir o parágrafo a partir das palavras sublinhadas.
· Ler o texto sublinhado com continuidade e plenitude de sentido
de um telegrama. A parte sublinhada deve ter começo, meio
e fim. Deve ter coerência, sentido fluente e conectado...
· Sublinhar com dois traços as palavras-chave da idéia principal,
e com um traço os pormenores.
· Assinalar com um sinal de interrogação, à margem, os pontos
de discordância.

50
UESPI/NEAD - Licenciatura em Letras Espanhol

3.1.6 Vocabulário e leitura eficiente


A melhor forma de ampliar o vocabulário é a prática da leitu-
ra. O fundamental é que não se deve perder a oportunidade
de enriquecer o próprio vocabulário pela preguiça da
busca de palavras novas em dicionário, pois ao
pesquisar-se o significado de uma palavra, por exten-
são se internalizam outras.

3.1.7 –Leituras e resumos


Para destacar os propósitos da leitura, para melhor captar,
discernir, assimilar, gravar e facilitar a evocação futura dos
conteúdos da leitura, nada melhor do que procurar reproduzir ou
parafrasear a aquilo que lemos. Essa atividade se efetivará através
de resumos e esquemas.
É importante ressaltar, de acordo com Ruiz (2002, p. 44)
que:

O resumo difere do esquema e do sumário porque é


formado por parágrafo de sentido completo; sua leitura
dispensa a do texto original, no diz respeito ao
levantamento dos conteúdos; não indica tópicos
apenas, mas condensa sua apresentação. Ademais
os resumos comportam apreciação critica a partir
de uma posição assumida.

Nessa unidade de estudo o objetivo maior


é demonstrar a importância da leitura, pois quem lê
bem e com freqüência, tendo esse ato como hábito,
como uma atividade diária, terá grandes vantagens,
viverá no mundo de forma a vê-lo com as cores com
as quais é pintado.
Para completar a importância da construção do hábito
de ler, recorro à contribuição de Kramer (1995).

51
Introdução à Metodologia Científica

Formação de professores – recomendações para uma


política de leitura como política cultural,
pública e democrática

Muitas outras reflexões críticas foram provocadas pelos


depoimentos e textos que recebi. Por ora, contudo, gostaria ainda,
de destacar este aspecto já mencionado que me parece polêmico
e central no encaminhamento de alternativas: ao concluir, ao
denunciar que a escola produz não leitores estou fundamentalmente
falando de uma escola que foi perdendo seu sentido cultural, sua
função social, seu papel humano, na medida em que não oferece
condições objetivas para o exercício da leitura, para o estudo, na
medida em que, além disso, esgarça as relações entre parceiros e
agrava a fragmentação dos laços de coletividade,
marca do mundo moderno. Assim, a
revitalização do gosto de ler está ligada à
possibilidade de resgate da dimensão
cultural da escola e do seu papel – como
uma instância dentre as demais - na
concretização de uma política, de
emancipação cultural e de participação
efetiva da população na criação, na produção
(e não apenas na reprodução) da cultura.
Essas reflexões me trazem de volta às
indagações iniciais: e o ensino, a formação? Os
professores que não gostavam de ler tornaram-
se como esta experiência vivida – leitores?
Posso dizer que em muitos casos sim. “A
consciência que passaram a ter da sua
própria trajetória e o processo de
rememoração das suas experiências

52
UESPI/NEAD - Licenciatura em Letras Espanhol

possibilitou que ressignificassem sua própria maneira de se


constituírem leitores, ou seja, favoreceu a alguns que voltassem a
ler, a gostar de ler, a experimentar o sabor dos livros, a reencontrar
autores, a compartilhar pensamentos e obras que antes julgavam
‘muitos profundos’ a reler compreendendo que cada leitura é uma
nova leitura”.
O gosto é fruto da memória, nos ensina Ítalo Calvino (1983,
1994). Apreciar ou deixar de apreciar alguma coisa resulta de um
processo acontecido na história, no decorrer de relações e
interações entre sujeitos e objetos sempre situados e
contextualizados histórica e socialmente (VYGOTSKY, 1984;
KRAMER, 1993, JOBIM e SOUSA, 1994). Entender que o gosto é
produzido historicamente permite também revalorizar na
importância de recontar, de rememorar a historia vivida,
coletivamente, para que seja possível compreender o gosto e
superar o desgosto ou o contragosto em relação à leitura. Isso coloca
de outra forma a centralidade do espaço de narrativa como
estratégia formadora: (re)contar as experiências com livros, a
trajetória com a leitura e a escrita, as historias de vida, é crucial
para formar professores como leitores para que tais professores e
professoras possam retomar/reelaborar suas experiências com
leitura/escrita (re) constituindo-se como leitores.
Se gostar se relaciona à dimensão estética, e se a
pedagogia vem sendo definida e/ou legitimada hegemonicamente
de maneira a contrariar o gosto, o estético o artístico, separando
conhecimento de sentimento e prendendo-se cada vez mais à
perspectiva lógica, racional, conteudística, cognitiva, como se o
saber se desprendesse do prazer, cabe redefenir esse pedagógico
(KRAMER, 1993), marcá-lo com os signos da cultura, com os
significados flexíveis e dinâmicos construídos historicamente.
Sensibilidade, gosto, dimensão estética estão inseridos numa

53
Introdução à Metodologia Científica

perspectiva cultural. Assim, gosto, cultura e redefinição do sentido


do que faz a escola, à prática classificatória e à fragmentação
presentes nos conhecimentos que circulam na escola, ao
fechamento e ao autoritarismo da palavra monológica que nela se
ensina, em particular quando se ensina - supostamente - a ler e
escrever. Vale lembrar que essa cristalização migra, se pendura,
se agarra, impregna de maneira capilar a própria leitura, quando
se ensina o que se deve ler e do que se deve gostar de ler. Ao
mesmo tempo, essa cristalização e endurecimento da palavra
imiscui-se e passa a compor aquilo que se chama genericamente
de escrita.
A presença necessária da dimensão do gosto, se quer
formar pessoas leitoras e que não tenham medo ou vergonha de
escrever é, assim, uma das condições do processo de humanização
do homem e de efetiva garantia de mais direito social: o de ler e
escrever, direito que só conseguiremos conquistar plenamente e
para todos no bojo de uma política de cultura. Isso significa que a
escola pode também, produzir leitores críticos, produtivos, sendo
para tanto essencial fundar sua prática em atividade de caráter
cultural e social que ultrapassem a mera repetitividade de ações
impostas e obrigatórias. É a escola que tem o dever (logo a
obrigatoriedade) de formar leitores. Professores e professoras,
alunos e alunas têm o direito de ler e de escrever, têm o direito de
gostar e de não gostar de ler. Precisam, pois, de acesso a textos
dos mais diferentes tipos e a práticas reais de leitura e de escrita,
práticas revertidas de significado e que se consolidem como
experiências efetivas, e não como exercícios para prestar contas à
contabilidade escolar e suas exigências burocráticas. Salas de
leitura, bibliotecas públicas (estaduais, municipais e regionais),
rodas de leituras, núcleos de estudo e de leitura coletiva, são, assim,
espaços capazes de viabilizar as condições necessárias a

54
UESPI/NEAD - Licenciatura em Letras Espanhol

formação de professores como leitores. Considerando, por outro


lado, que a formação é direito dos profissionais, destaco ainda a
necessidade de que o tempo gasto nessa formação seja
considerado pelas instâncias públicas e pelas redes particulares
como trabalho efetivamente realizado, trabalho pago, para dizer
mais explicitamente, cuja eficácia na formação e sem dúvida maior
do que os treinamentos e “reciclagens” convencionais.
Práticas reais de leitura, é o que defendo aqui como
processo formador, aliado a alternativas de ampliação da
experiência cultural, quer seja em bibliotecas, cinemas, museus,
teatros, apresentações de artes plásticas, de fotografia, de dança
e de musica, vídeo e tantas outras quantas forem as modalidades
da expressão, da invenção, da criação humana.

PESQUISE MAIS!

LEIA O LIVRO DE PAULO FREIRE – A IMPORTÂNCIA DO


ATO DE LER, E FAÇA UM RESUMO.

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Introdução à Metodologia Científica

RESUMO
Prezado estudante!
Nessa unidade de estudo tivemos a oportunidade de ver
a importância da leitura em nossas vidas, em nossas formações,
como sujeitos cognoscentes, ou seja, como alguém capaz de
internalizar de forma crítica os saberes com vistas a um aprender
a aprender de forma a interpretar o que lê e construir seu
pensamento através das idéias levantadas no texto.
Portanto, vimos, de acordo com os autores citados, a
concepção de leitura e os procedimentos necessários para se
efetivar uma leitura proveitosa, com vistas a uma aprendizagem
significativa. Nesse sentido, foram explorados mecanismos de
como destacar as idéias principais, as idéias secundárias e seu
encadeamento na elaboração de resumos, síntese, etc.

ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM

· De acordo com o texto explorado,


construa sua concepção de leitura.
· Cite as principais características de
uma leitura significativa.
· Tendo por suporte o texto de SONIA
KRAMER sobre formação de leitor,
solicito, que destaque as ideias mestras,
as idéias secundárias e faça um resumo
com o encadeamento destas, formando
um texto coeso e com sentido.

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UESPI/NEAD - Licenciatura em Letras Espanhol

UNIDADE 4
O CONCEITO, A CIÊNCIA
E O MÉTODO CIENTÍFICO

OBJETIVOS

• Diagnosticar as causas e os efeitos dos


problemas desvelados ao cotidiano das
ações desenvolvidas;

• Construir conhecimentos tendo por


suporte, métodos adequados para
atingir os objetivos propostos;

• Efetuar investigações bibliográficas e


de campo em prol da elucidação de
problemas detectados, visando sua
solução;

• Refletir sobre a prática pedagógica em


busca de ações transformadoras.

57
Introdução à Metodologia Científica

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UESPI/NEAD - Licenciatura em Letras Espanhol

4 O CONCEITO, A CIÊNCIA E O MÉTODO CIENTÍFICO

Convido-o a participar de forma interativa dessa unidade


de estudo que objetivará, antes de tudo, fazer uma breve retomada
das três unidades de estudos realizadas. Como contatamos, na
primeira unidade, tivemos a oportunidade de estudar o
método, o conhecimento científico e sua tipologia. Na
segunda unidade estudamos a documentação como
instância imprescindível na construção do trabalho
acadêmico – científico, em que a biblioteca tem
papel fundamental por contribuir com a
pesquisa bibliográfica para o entendimento
do objeto de estudo. Na terceira unidade,
tivemos a oportunidade de estudar a leitura
como ferramenta que visa dar suporte para
o entendimento dos aspectos
socioeconômicos e culturais do mundo,
bem como conhecimento do ser humano em
sua subjetividade, como célula magna no
processo de construção da cidadania.
Portanto, dando continuidade,
nessa unidade, procuraremos desvelar
aspectos como conceitos, ciência e o
método científico. Para a construção
dessa unidade utilizamos a contribuição
de Ruiz (2002); Coutinho (2002); Alves
(1999), dentre outros autores.
Nessa perspectiva, vejamos antes
de tudo a concepção de ciência. Essa
palavra pode ser assumida em duas
acepções: em sentido amplo e em
sentido restrito.

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Introdução à Metodologia Científica

4.1 CONCEPÇÔES DE CIÊNCIA, BASEADAS NAS


CONTRIBUIÇÕES DOS AUTORES CITADOS

• Ciência não significa um conhecimento qualquer, e sim um


conhecimento que não só se aprende ou registra fatos, mas
também os demonstra pelas suas causas determinantes ou
constitutivas.
• Ciência em seu sentido estrito e global, isto é, como realidade
uma e total, não como especialidade em áreas delimitadas.
• Ciência é também um produto social, nunca é maior ou menor
do que a mão que o faz, Leva a marca do homem, contem
artificialidades, sofisticações rebuscadas, modismo
conjunturais
• Ciência é resultado de uma atividade cientifica, que por sua
vez é uma atividade social como outra qualquer, cujo prestígio
social nem sempre possui base real;
• Ciência está sempre na eminência de se tornar, sobretudo,
justificação social do cientista;
• Ciência possui seus ritos, condensados, sobretudo, na
intersubjetividade, o eu pode tender a ser mais prescritiva do
que instância de promoção da criatividade.
• A ciência é uma investigação rigorosamente metódica e
controlada, nem será outra a razão da confiança nas
conclusões cientificas.

4.2 – CARACTERÍSTICAS DAS CIÊNCIAS


Conhecimento pelas causas – descobrir o que ocasiona o
aparecimento de determinados fenômenos. O conhecimento pelas
causas é o modo mais intimo e profundo de se atingir o real.

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UESPI/NEAD - Licenciatura em Letras Espanhol

Conhece cientificamente quem é capaz de demonstrar os


porquês de determinado enunciado.
Profundidade e generalidade de suas conclusões - as
conclusões científicas ultrapassam as limitações do conhecimento
vulgar, a ciência exprime suas conclusões em enunciados gerais
que traduzem a relação constante do binômio causa-efeito.
A ciência generaliza porque atinge a constituição íntima e
a causa comum a todos os fenômenos da mesma espécie.
Assim é que o objeto “homem” pode ser atingido pela
poesia pela Filosofia, pela religião, e também pelas ciências, tais
como a Psicologia, a Biologia, e a Sociologia. O que caracteriza a
ciência é seu objeto formal, isto é, a maneira peculiar, o aspecto,
ou o ângulo sob o qual atinge seu objeto material. O modo
específico de a ciência atingir seu objeto é o controle experimental
das causas reais próximas; o cientista parte de fatos concretos e
permanece no plano dos fatos observáveis e controláveis
experimentalmente.
De modo contrário, o conhecimento vulgar é assistemático,
ametódico, pautado em fatos não comprováveis diferentemente
do conhecimento científico, em que o método constitui a vida real
de acesso da mente humana nos processos da pesquisa cientifica.
A experimentação científica processa-se em condições de
rigoroso controle de toda situação. Sem controle, sem técnica, não
se pode identificar a causa ou a fonte real dos fenômenos; se não
eliminar a possibilidade de ação ou atuação de causas não
controladas, o procedimento não será científico, nem conduzirá a
uma conclusão segura.
Tanto os processos de pesquisa científica como os
resultados finais alcançados gozam de exatidão relativamente aos
outros modos de conhecer. Essa exatidão característica da ciência,
relativa às suas conclusões, decorre da possibilidade de se

61
Introdução à Metodologia Científica

demonstrar, por via de experimentação ou


evidência dos fatos objetivos, observáveis e
controláveis, o mérito de seus enunciados.

4.3 Elementos essenciais no processo de


pesquisa
Espírito científico - mentalmente científica,
ou atitude científica é um estado de espírito, e uma
disposição subjetiva adequada à nobreza e à seriedade
do trabalho científico. Esse estado subjetivo resulta do cultivo de uma
constelação de virtudes morais e intelectuais; não bastará, pois,
conhecê-las; é preciso vivê-las, reduzi-las à prática, cultivá-las.
A busca de evidência é uma característica do espírito científico
exatamente à medida que este, movido por intensa curiosidade
intelectual, não se satisfaz com o simples conhecimento dos fatos,
mas procura compreendê-los, justificá-los e demonstrá-los.
Não basta conhecer o espírito científico. Quem conseguir
admirá-lo já está caminhando para seu cultivo. E quem cultivá-lo
tirará bom proveito de seu curso universitário e será profissional
voltado a um trabalho sério e profícuo no seu campo de atividades
e influências.
Espírito crítico - é a atitude amadurecida do homem, que
busca com seriedade a verdade, suprema virtude da mente; o
espírito crítico pondera razões confronta motivos, busca o
desvelamento da verdade, que tranqüilize as exigências da razão,
dissipe as trevas da ignorância e promova o progresso da mente.
Espírito de confiança na ciência – é ter certeza de que
através da pesquisa se conseguirá modificações significativas para
as ações desenvolvidas, que por sua vez levará a transformações
sociais.

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UESPI/NEAD - Licenciatura em Letras Espanhol

TEXTO PARA REFLEXÃO

A pesquisa em sala de aula

Autora: Profª Dra. Regina Maria Teles Coutinho

A pesquisa em sala de aula, com intuito de desvelar o objeto


de estudo, analisar suas características e, a partir daí levantar novos
métodos alternativos que venham a contribuir para a construção de
conhecimentos inovadores, é o que se espera do professor-
formador, que deve ter a concepção de ensino com algo complexo,
que tenha como ponto de partida e de percurso a prática social e
as relações interpessoais.
Neste processo, tendo a consciência que, à medida que
se ensina, se aprende também e, juntos, com objetivos comuns,
constroem suas identidades como atores sociais, que
desempenham vários papéis através das ações que levam à
construção do sujeito que possui uma história de vida e que está
situado em um determinado contexto. “A profissão de professor
emerge em dado contexto e momento histórico, tomando contornos
conforme necessidades apresentadas pela sociedade, e constrói-
se com base nos significados sociais que lhe são dados” (PIMENTA,
2002, p. 189)
Nessa perspectiva, é colocada em destaque a importância
da pesquisa como algo que valoriza o profissional professor, que
buscará a construção de métodos de acordo com o conteúdo a ser
transmitido e do contexto sócio-educacional em que exerce sua
função. Questionam-se muito os saberes docentes universitários,
que, em muitos casos, a sua prática pedagógica não diferencia
muito das escolas de nível fundamental e médio, por serem meros

63
Introdução à Metodologia Científica

reprodutores de conhecimentos, sem uma preocupação maior com


a investigação científica com a produção de conhecimentos, em
que se aprenda sua gênese, a sua episteme.
Quando se trabalha com pesquisa como principio ativo do
ensino, a aprendizagem se torna mais agradável, mais instigante
por estar pautada em algo concreto, que pode ser verificável pelos
professores investigadores.
A legislação atual, LDBEN- 9.394/96, pré-determina que
as instituições de ensino superior devem possuir nos seus quadros
1/3 (um terço) de mestres e doutores para receber a denominação
de universidade, entretanto, mesmo as que atendem a este preceito,
muitas não fazem pesquisas, como deveriam. De acordo com o
Censo do Ensino Superior, INEP/ MEC, 1998, do total de 165.12
professores universitários, 35% (57.766) possuem cursos de
especialização, 27,% (45.482) possuem mestrado e 18,8%
concluíram o doutorado.
É um avanço significativo para as universidades que
contam com um quadro excelente de mestres e doutores, mas, ainda
deixam a desejar na efetivação de pesquisas, principalmente, as
universidades das regiões norte e nordeste, e, mais
especificamente, do Estado do Piauí, onde as pesquisas mais
significativas são originadas das dissertações de mestrados e teses
de doutorados, ficado a comunidade acadêmica alijada desse bem
comum, e, como tal, deveria ser empreendida por toda a
comunidade universitária.
A articulação do método de ensino com o método de
pesquisa se dá através do confronto de atores sociais: professores
X alunos que, de acordo com o objeto de estudo, traçam o plano
de trabalho que será apresentado para um colegiado formado pelos
demais componentes da universidade, de determinado Centro. Com
esse proceder, visa ações em parcerias que se efetivam na

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UESPI/NEAD - Licenciatura em Letras Espanhol

investigação e na execução (ensino) para posterior reflexão e


novamente o replanejar das ações. “Um primeiro já surge ai:
trabalhar colegiadamente, em torno de um projeto institucional
comum, a ser efetivado no projeto do Curso especifico em que se
atua como docente. Nesse projeto, serão definidas as decisões
que competem a sua disciplina.” (PIMENTA, 2002, p. 193).
A construção da identidade da educação como lócus de
produção de conhecimentos sistematizados e de cidadania se torna
muito complicado. A investigação sobre o processo educativo,
tomando por base diferentes parâmetros, foi acumulando, ao longo
dos tempos, um conjunto de conhecimentos sistematizados
(científicos) que muitas vezes vieram através de conflitos, tensões e
contradições, mesmo nas disciplinas instituídas.
Na perspectiva de construir a identidade de professor como
pesquisador, é necessário uma reflexão de sua atuação, se permite
mudanças que venham a consolidar um estatuto de pesquisador
que age após uma análise crítica de suas ações. Entendendo que
“a formação do professor se baseará prioritariamente na
aprendizagem da pratica, para a prática a partir da prática. A prática
é a grande influenciadora no processo de ensino e a aprendizagem.
A aprendizagem é o resultado de uma atitude investigativa da
prática.” (SACRISTÁN, 1998, p. 363).
Nessa atitude investigativa da prática estão subjacentes
dimensões que necessitam ser consideradas, tais como: psicossociais,
ideológicas, políticas, étnicas e culturais, dentre outras.

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Introdução à Metodologia Científica

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14724:


Informação e documentação. Trabalhos acadêmicos, apresentação. Rio
de Janeiro: ABNT, ago.2002.

CHIZZOTTI, Antônio. Pesquisa em Ciências Humanas e Sociais. São Paulo:


Cortez, 1991.

DEMO, Pedro. Metodologia Científica em Ciências Sociais. 3 ed. São


Paulo: Atlas, 1995

FREIRE, Paulo. A Importância do Ato de Ler. São Paulo: Cortez, 1986.

GIL, Antônio Carlos. Pesquisa Social. São Paulo: Atlas, 1999.

JAPIASSU, Hilton; MARCONDES, Danilo. Dicionário Básico de Filosofia.


3 ed. Rio de Janeiro: Zahar Editora 1999.

KRAMER, Sonia. Alfabetização, Leitura e Escrita: Formação de


Professores em Curso. Rio de Janeiro: Papéis e Cópias, 1995.

LAKATOS, Eva M; MARCONI, Marina de A. Metodologia do trabalho


científico. 4 ed. São Paulo: Atlas, 1992.

PÁDUA, Elisabete Matallo Marchesine. Metodologia da Pesquisa:


Abordagem Teórico-Prático. 6 ed. Campinas (SP): Papirus, 2000.

RUIZ, João Álvaro. Metodologia Científica.5 ed. São Paulo: Atlas, 2002.

SEVERINO, Antônio J. Metodologia do Trabalho Científico. 22 ed. São


Paulo: Cortez, 2003.

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UESPI/NEAD - Licenciatura em Letras Espanhol

Fichamento do Livro

67
Introdução à Metodologia Científica

AUTORA DO LIVRO

Regina Maria Teles Coutinho


Possui graduação em Licenciatura Plena em
Pedagogia pela Universidade Estadual do Piauí
(1980), Mestrado em Supervisão e Currículos pela
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1994)
e Doutorado em Ciências Sociais pela Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo (2000).
Atualmente é professor Adjunto IV da Universidade
Estadual do Piauí. Tem experiência na área de
Educação, com ênfase em Formação Continuada de
Professores. É também autora dos livros Pedagogia
do Ensino Superior : formação inicial e continuada e A Prática Pedagógica do
Professor Formador: Desafios e Perspectivas de Mudanças.

68
AVALIAÇÃO DO LIVRO

Prezado(a) cursista:

Visando melhorar a qualidade do material didático, gostaríamos que


respondesse aos questionamentos abaixo, com presteza e discernimento.
Após, entregue a seu tutor esta avaliação. Não é necessário identificar-se.

Unidade:____________ Município: _________________


Disciplina:___________ Data: ____________________

1. No que se refere a este material, a qualidade gráfica está visualmente


clara e atraente
( ) ÓTIMO ( ) BOM ( ) RAZOÁVEL ( ) RUIM

2. Quanto ao conteúdo, está coerente, contextualizado à sua prática de


estudos
( ) ÓTIMO ( ) BOM ( ) RAZOÁVEL ( ) RUIM

3. Quanto às atividades do material, estão relacionadas aos conteúdos


estudados e compreensíveis para possíveis respostas.
( ) ÓTIMO ( ) BOM ( ) RAZOÁVEL ( ) RUIM

4. Coloque abaixo suas sugestões para melhorar a qualidade deste e de


outros materiais.
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