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AULAS TEÓRICAS DE
ELECTROTECNIA TEÓRICA I
1.1. Definições
É uma passagem ordenada de partículas carregadas electricamente (electrões livres nos metais e iões nos líquidos). A
passagem da corrente é causada pelo campo eléctrico estabelecido pela fonte de energia num determinado circuito
eléctrico.
A intensidade de corrente eléctrica em um meio condutor (sólido, líquido ou gasoso) é a quantidade de carga eléctrica
que atravessa qualquer superfície desse condutor colocado normalmente à direcção da carga por unidade de tempo.
𝛥𝑄
𝐼= → Corrente contínua
𝛥𝑡
𝑑𝑞 𝑙𝑖𝑚 𝛥𝑄
𝐼= = 𝛥𝑡→0 → Corrente variável
𝑑𝑡 𝛥𝑡
É um conjunto de elementos ligados electricamente entre si. Um elemento eléctrico é um dispositivo no interior do
qual há uma conversão de uma forma de energia em outra forma de energia, sendo uma delas energia eléctrica. A
representação gráfica de um circuito eléctrico é denominada esquema do circuito eléctrico.
Se no interior do elemento eléctrico há conversão de energia eléctrica noutra forma de energia (em calor numa
resistência, em energia mecânica num motor eléctrico, etc.) dizemos que se trata de um elemento passivo, receptor ou
carga.
Quando no interior do elemento há conversão de outra forma de energia (Química, mecânica, luminosa, etc.) em
energia eléctrica.
Qualquer fonte de energia eléctrica é caraterizada pela grandeza e sentido da força electromotriz (f.e.m) que gera e
pela sua resistência interna.
A tensão U entre os terminais de qualquer elemento eléctrico é a razão entre a energia trocada entre o elemento e o
seu exterior, W, durante um certo intervalo de tempo e a carga Q que durante esse intervalo de tempo, atravessa a sua
secção recta:
𝑊𝑒𝑙é𝑐𝑡𝑟𝑖𝑐𝑎 𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑓𝑒𝑟𝑖𝑑𝑎 1𝐽
𝑈= [ 𝑈] = = 1𝑉
𝑄 𝐶
A relação entre a corrente através duma resistência e a diferença de potencial ou tensão chama-se a sua Característica
Volt-Ampere (V/A) ou característica tensão – corrente.
Num condutor metálico percorrido por uma corrente eléctrica há dissipação de energia eléctrica em calor. É o chamado
Efeito de Joule.
Joule confirmou que a potência dissipada num condutor (energia eléctrica transformada em calor por unidade de
tempo) é proporcional ao quadrado da corrente que percorre esse condutor.
𝑃 = 𝑘. 𝐼 2
Sendo que a constante de proporcionalidade k depende apenas da geometria do condutor e do material de que é feito.
A resistência é uma característica de qualquer corpo, que tem esta designação, pois quantifica a maior ou menor
dificuldade com que a corrente eléctrica flui através do corpo.
A constante de proporcionalidade que aparece na Lei de Joule é na realidade a resistência eléctrica do condutor em
causa, designada por R:
𝑃 𝑃
𝑃 = 𝑅. 𝐼 2 ⇒ 𝑅 = 𝐼2 : 𝑅 = 𝐼2
𝑙
𝑅 = 𝜌.
𝑠
Onde,
l - Comprimento do condutor
𝜌 - É uma característica do material que constitui o corpo chamada Resistividade ou Resistência Específica.
Onde,
θ - é temperatura em °C.
1 1
𝑔=𝑅 ɣ=𝜌
Onde,
R – é a resistência eléctrica.
Os elementos resistivos cuja característica V/A é uma recta chamam-se Lineares e os circuitos que contêm unicamente
elementos lineares chamam-se circuitos lineares.
Os elementos resistivos para os quais a característica V/A não é uma recta chamam-se Não-Lineares e os circuitos que
os contêm chamam-se Circuitos Não-Lineares.
1.3.1. Definições
Malha - É qualquer percurso fechado de um circuito eléctrico, iniciando e terminando no mesmo ponto.
Nodo ou Nó - É um ponto numa rede eléctrica onde três ou mais ramos se encontram.
Ramo - É uma parte da malha limitada por dois nós ou uma parte do circuito cujos elementos estão ligados em série.
Para qualquer condutor metálico, existe uma proporcionalidade constante entre a tensão entre os seus terminais e a
corrente que o percorre (Lei de Ohm).
𝑈
=𝑅
𝐼
Exemplo 1:
𝜑𝑎 = 𝜑𝑏 + 𝐼. 𝑅
⇒ 𝜑𝑎 − 𝜑𝑏 = 𝐼. 𝑅
⇒ 𝑈𝑎𝑏 = 𝐼𝑅
Exemplo 2: 𝜑𝑏 = 𝜑𝑐 + 𝜀 → 𝜑𝑐 = 𝜑𝑏 − 𝜀
𝜑𝑎 = 𝜑𝑐 + 𝐼𝑅
𝜑𝑎 = 𝜑𝑏 − 𝜀 + 𝐼𝑅
⇒ 𝜑𝑎 − 𝜑𝑏 = 𝐼𝑅 − 𝜀
⇒ 𝑈𝑎𝑏 = 𝐼𝑅 − 𝜀 → 𝐼𝑅 = 𝑈𝑎𝑏 + 𝜀
𝑈𝑎𝑏 +𝜀
⇒𝐼= 𝑅
Exemplo 3:
𝜑𝑏 = 𝜑𝑐 + 𝜀
𝜑𝑎 = 𝜑𝑏 + 𝐼𝑅
𝜑𝑎 = 𝜑𝑐 + 𝜀 + 𝐼𝑅
⇒ 𝜑𝑎 − 𝜑𝑐 = 𝜀 + 𝐼𝑅
𝑈𝑎𝑐 − 𝜀
⇒𝐼=
𝑅
O sentido positivo da queda de tensão num ramo de um circuito coincide com o sentido positivo da corrente nas
resistências.
Exercício 1:
Dados
𝐼 = 5𝐴
𝑅 = 2Ω
𝜀 = 12𝑉
Resolução:
𝜑𝑎 = 𝜑𝑏 + 𝜀 + 𝐼𝑅 ⇒ 𝜑𝑎 − 𝜑𝑏 = 𝜀 + 𝐼𝑅 ⇒ 𝑈𝑎𝑏 = 𝜀 + 𝐼𝑅
1.3.3.1. Primeira Lei: Lei das Correntes (ou Lei dos Nós)
1- A soma algébrica das correntes que fluem para a derivação de um circuito é igual a zero.
2- A corrente total que entra em qualquer derivação de um circuito é igual a corrente total que deixa essa
derivação.
1º Enunciado/Formulação: 𝐼1 − 𝐼2 − 𝐼3 + 𝐼4 = 0 ou − 𝐼1 + 𝐼2 + 𝐼3 − 𝐼4 = 0
2º Enunciado/Formulação: 𝐼1 + 𝐼4 = 𝐼2 + 𝐼3
A Lei das Correntes de Kirchhoff implica que não pode haver acumulação da carga eléctrica em qualquer derivação
de um circuito eléctrico.
1.3.3.2. Segunda Lei: Lei das Tensões (ou Lei das Malhas)
1- O total das quedas de tensão à volta de um circuito fechado (malha) é igual às f.e.m somadas no mesmo
sentido à volta desse circuito.
𝑚 𝑛
∑ 𝐼𝑘 . 𝑅𝑘 = ∑ 𝐸𝑖
𝑘=1 𝑖=1
Os termos entram na respectiva soma com sinal (+) se estão no sentido atribuído à circulação em volta do circuito
e com sinal (-), se estão no sentido oposto.
2- A soma algébrica das tensões (não quedas de tensão) à volta de qualquer circuito fechado é zero.
∑ 𝑈𝑘 = 0
𝐾=1
Exemplo 1:
1ª Formulação 2ª Formulação
I1 + 𝐼2 − 𝐼3 = 0 Nó a 𝐼1 + 𝐼2 = 𝐼3
−𝐼1 − 𝐼2 + 𝐼3 = 0 Nó b 𝐼1 + 𝐼2 = 𝐼3
1ª Formulação 2ª Formulação
𝐼1 ∙ 𝑅1 − 𝐼1 ∙ 𝑅2 = 𝐸1 − 𝐸2 Malha I 𝐼1 ∙ 𝑅1 − 𝑈1 − 𝐼2 ∙ 𝑅2 + 𝑈2 = 0
Dois ou mais elementos estão ligados em série quando estão em sequência e não existe nenhuma derivação em pontos
intermédios.
𝐼 = 𝐼1 = 𝐼2 = 𝐼3
2ª A tensão entre os terminais dum ramo contendo resistências em série é igual à soma das tensões entre os terminais
das resistências associadas.
𝑈 = 𝑈1 + 𝑈2 + 𝑈3
𝑈1 𝑈2 𝑈3 𝑈
𝐼= = = =
𝑅1 𝑅2 𝑅3 𝑅𝑒𝑞
𝑈
𝐼=
𝑅1 + 𝑅2
𝑈1
𝐼=
𝑅1
𝑈1 𝑈 𝑅1
= ⇒𝑈1 = 𝑈 ∙
𝑅1 𝑅1 + 𝑅2 𝑅1 + 𝑅2
𝑅2
𝑈2 = 𝑈 ∙
𝑅1 + 𝑅2 + ⋯ + 𝑅𝑛
𝑅𝑛
𝑈𝑛 = 𝑈.
𝑅1 + 𝑅2 + ⋯ + 𝑅𝑛
Duas ou mais resistências estão ligadas em paralelo quando estão sujeitas à mesma tensão.
2ª A corrente total é a soma das correntes das resistências associadas, de acordo com a 1ª Lei de Kirchhoff.
𝐼 = 𝐼1 + 𝐼2 + 𝐼3 ⇒ 𝐼 = ∑ 𝐼𝑘
𝑘=1
𝑔𝑒𝑞 = ∑ 𝑔𝑘
𝑘=1
𝑈 𝑈 𝑈 𝑈
𝐼 = 𝐼1 + 𝐼2 + 𝐼3 ⇒ = + +
𝑅𝑒𝑞 𝑅1 𝑅2 𝑅3
𝑈 1 1 1 1 1 1 1
= 𝑈( + + ) ⇒ = + +
𝑅𝑒𝑞 𝑅1 𝑅2 𝑅3 𝑅𝑒𝑞 𝑅1 𝑅2 𝑅3
1 1 1 1
𝑔𝑒𝑞 = ; 𝑔1 = ; 𝑔2 = ; 𝑔3 =
𝑅𝑒𝑞 𝑅1 𝑅2 𝑅3
𝑛
𝑔𝑒𝑞 = 𝑔1 + 𝑔2 + 𝑔3 ⇒ 𝑔𝑒𝑞 = ∑ 𝑔𝑘
𝑘=1
1 1 1
=𝑅 +𝑅
𝑅𝑒𝑞 1 1
1 𝑅2 ∙ 𝑅1 𝑅1 ∙ 𝑅2
= ⇒ 𝑅𝑒𝑞 =
𝑅𝑒𝑞 𝑅1 + 𝑅2 𝑅1 + 𝑅2
A resistência equivalente de um agrupamento em paralelo é sempre menor que qualquer uma das resistências
associadas.
4ª As correntes nos ramos das resistências ligadas em paralelo são inversamente proporcionais as resistências
respectivas.
𝐼1 𝑅2
𝐼1 ∙ 𝑅1 = 𝐼2 ∙ 𝑅2 ⇒ =
𝐼2 𝑅1
𝐼 ∙ 𝑅𝑒𝑞 = 𝐼1 ∙ 𝑅1
𝑅 ∙𝑅
𝑅𝑒𝑞 = 𝑅 1+𝑅2
1 2
𝑅1 ∙ 𝑅2 𝑅2
𝐼1 ∙ 𝑅1 = 𝐼 ∙ ⇒ 𝐼1 = 𝐼 ∙
𝑅1 + 𝑅2 𝑅1 + 𝑅2
Analogamente,
R1
I2 = I ∙ R
1 +R2
𝜑1 ∙ 𝑔1 + 𝜑2 ∙ 𝑔2 + 𝜑3 ∙ 𝑔3 − 𝜑0 ∙ (𝑔1 + 𝑔2 + 𝑔3 ) = 0
𝜑1 ∙ 𝑔1 + 𝜑2 ∙ 𝑔2 + 𝜑3 ∙ 𝑔3
𝜑0 =
𝑔1 + 𝑔2 + 𝑔3
𝐼1 = (𝜑1 − 𝜑0 ) ∙ 𝑔1
𝜑1 ∙ 𝑔1 + 𝜑2 ∙ 𝑔2 + 𝜑3 ∙ 𝑔3
𝐼1 = (𝜑1 − ) ∙ 𝑔1
𝑔1 + 𝑔2 + 𝑔3
𝜑1 ∙ 𝑔1 + 𝜑1 ∙ 𝑔2 + 𝜑1 ∙ 𝑔3 − 𝜑1 ∙ 𝑔1 − 𝜑2 ∙ 𝑔2 − 𝜑3 ∙ 𝑔3
𝐼1 = ∙ 𝑔1
𝑔2 + 𝑔2 + 𝑔3
[𝜑1 (𝑔2 + 𝑔3 ) − 𝜑2 ∙ 𝑔2 − 𝜑3 ∙ 𝑔3 ]
𝐼1 = ∙ 𝑔1 (1.7.1)
𝑔1 + 𝑔2 + 𝑔3
𝑔1 ∙𝑔2 𝑔3 ∙𝑔1
𝑔12 = 𝑔 𝑔31 = 𝑔
1 +𝑔2 +𝑔3 1 +𝑔2 +𝑔2
𝑔2 ∙𝑔3
De igual modo: 𝑔23 = 𝑔
1 +𝑔2 +𝑔3
1 1 1 1
𝑔12 = 𝑔1 = 𝑔2 = 𝑔3 =
𝑅12 𝑅1 𝑅2 𝑅3
1 1 1
1 𝑅1 ∙ 𝑅2 𝑅1 ∙ 𝑅2
= =
𝑅12 1 1 1 𝑅2 ∙ 𝑅3 + 𝑅1 ∙ 𝑅3 + 𝑅1 ∙ 𝑅2
𝑅1 + 𝑅2 + 𝑅3 𝑅1 ∙ 𝑅2 ∙ 𝑅3
1 1 𝑅1 ∙ 𝑅2 ∙ 𝑅3
𝑅12 =? = ∙
𝑅12 𝑅1 ∙ 𝑅2 𝑅2 ∙ 𝑅3 + 𝑅1 ∙ 𝑅3 + 𝑅1 ∙ 𝑅2
𝑅2 ∙ 𝑅3 + 𝑅1 ∙ 𝑅3 + 𝑅1 ∙ 𝑅2
𝑅12 =
𝑅3
𝑅1 ∙ 𝑅2
𝑅12 = 𝑅1 + 𝑅2 +
𝑅3
Analogamente:
𝑅2 ∙ 𝑅3 𝑅3 ∙ 𝑅1
𝑅23 = 𝑅2 + 𝑅3 + 𝑅31 = 𝑅1 + 𝑅3 +
𝑅1 𝑅2
Diz-se que um bípolo esta em circuito aberto (ca) ou em marcha em vazio (mv) quando o seu exterior é uma resistência
infinita (ou condutância nula), ou seja, quando a corrente nos seus terminais é nula (I mv = 0).
A tensão de circuito aberto de um bípolo (Uca), ou tensão de marcha em vazio (Umv) pode ser diferente de zero, se
existirem fontes de energia no interior do bípolo (bípolo activo), mas a potência eléctrica trocada com o seu exterior
em circuito aberto Pca é sempre nula. 𝑃𝑐𝑎 = 𝑈𝑐𝑎 ∙ 𝐼𝑐𝑎 = 𝑈𝑐𝑎 ∙ 0 = 0
1.9.2. Curto-Circuito
Diz-se que um bípolo está em curto-circuito (cc) quando o seu exterior é uma resistência nula (condutância infinita),
ou seja, quando a tensão entre os seus terminais é nula.
A corrente de curto-circuito de um bípolo (Icc) pode ser diferente de zero, se existirem fontes no interior do bípolo
(bípolo activo), mas a potência eléctrica trocada com o exterior em curto-circuito (Pcc) é sempre nula:
Uma fonte de energia eléctrica é qualquer dispositivo que transforma energia não eléctrica em energia eléctrica.
Uma fonte de energia eléctrica é caracterizada por uma força electromotriz (E) e uma resistência interna Ri (resistência
interna da fonte).
Dependendo da relação entre a força electromotriz (E) e a resistência interna (Ri), todas as fontes eléctricas podem ser
representadas como fontes de tensão ou como fontes de corrente.
Uma fonte ideal de tensão fornece energia eléctrica ao circuito a tensão constante, qualquer que seja a intensidade da
corrente que atravessa a fonte e, portanto, qualquer que seja o circuito a que a fonte está ligada.
Para que a tensão permaneça constante, qualquer que seja a corrente I que atravessa a fonte, será necessário que ela
tenha uma resistência interna nula (não tenha perdas).
𝑅𝑖 = 0 ⇒ 𝑈 = 𝐸 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒
A fonte ideal de tensão é uma fonte ideal de energia para a qual a tensão nos seus terminais é constante e igual à força
electromotriz E e a resistência interna é zero.
Uma fonte de energia não pode ter resistência interna nula (pode ser muito pequena, mas nunca nula). Assim uma
fonte real de tensão pode ser representada (para o exterior) como uma associação em série de uma fonte ideal de tensão
com uma resistência (que representa a sua resistência interna, relacionada com a transformação de energia eléctrica
em calor que ocorre no seu interior – energia de perdas).
Ri ≠ 0
𝑈 = 𝐼. 𝑅𝑐 ⇒ 𝐼. 𝑅𝑖 + 𝐼. 𝑅𝑐 = 𝐸 ⇒ 𝑈 = 𝐸 − 𝐼. 𝑅𝑖
𝐸
𝐼𝑐𝑐 =? 𝑈 = 0 → 0 = 𝐸 − 𝐼𝑐𝑐 ∙ 𝑅𝑖 ⇒ 𝐼𝐶𝐶 =
𝑅𝑖
𝐸
𝑡𝑔𝛼 = = 𝑅𝑖
𝐼𝑐𝑐
𝐼𝑐𝑐 = Intensidade de curto-circuito ou corrente de curto-circuito
𝐼 ∙ 𝑅𝑖 + 𝐼 ∙ 𝑅𝐶 = 𝐸 ⇒ 𝐼(𝑅𝑖 + 𝑅𝑐 ) = 𝐸
𝐸
⇒𝐼=
𝑅𝑖 + 𝑅𝑐
𝛼 = Caracteriza a rigidez da fonte.
𝐸
Se 𝑅𝑖 ≪ 𝑅𝑐 ⇒ 𝑈 ≈ 𝐸 e 𝑅𝑖 ≪ 𝑅𝑐 ⇒ 𝐼 ≈ 𝑅
𝑐
Uma fonte designa-se por fonte ideal de corrente quando fornece potência eléctrica sempre com corrente constante,
qualquer que seja o valor da tensão entre os seus terminais e, portanto, qualquer que seja o circuito a que a fonte está
ligada.
O símbolo que usaremos neste manual para representar uma fonte ideal de corrente é o representado abaixo, indicando
as duas setas o sentido da corrente debitada.
Para que a corrente J que atravessa a fonte permaneça constante, qualquer que seja a tensão U entre os terminais da
fonte, será necessário que qualquer variação do valor da resistência equivalente do circuito não afecte o valor da
corrente. Como
𝐸
𝐼=
𝑅𝑖 + 𝑅𝑐
Isso só poderá acontecer se a resistência interna da fonte for infinita (a condutância interna for nula):
Ri = ∞ ou Gi = 0
Mas, para que, mesmo com uma resistência interna infinita, possa continuar a circular corrente no circuito, então é
preciso que a f.e.m. da fonte também seja infinita. E = ∞
𝐸 ∞ ∞
𝐼= = = = 𝐼𝑐𝑐 = 𝐽 = 𝐶𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒
𝑅𝑖 + 𝑅𝑐 ∞ + 𝑅𝑐 ∞
Portanto, uma fonte ideal de corrente tem uma resistência interna infinita e uma força electromotriz também infinita,
debitando uma corrente que é a razão constante entre dois valores infinitamente grandes. A corrente que atravessa a
fonte é sempre constante e igual a J.
𝐸→∞
Portanto, J = constante → {
𝑅𝑖 → ∞
Eng.º Leonel Fanequiço
Eng.º Nivaldo Garcia 20
Aulas Teóricas de Electrotecnia Teórica I
Uma fonte ideal de corrente só tem existência teórica. Algumas fontes existentes podem aproximar-se deste conceito
de fonte ideal de corrente quando funcionam próximo do curto-circuito, mas já não podem se funcionarem longe da
situação de curto-circuito.
Uma fonte de energia não pode ter uma resistência interna e uma força electromotriz infinitas (poderão ser valores
muito elevados, mas nunca infinitos).
A tensão nos terminais de uma fonte real de tensão é dada pela expressão:
𝑈 = 𝐸 − 𝐼 ∙ 𝑅𝑖
𝑈 𝐸
= −𝐼 ⇒ 𝐼0 = 𝐼𝑐𝑐 − 𝐼
𝑅𝑖 𝑅𝑖
𝐸 𝑈
Onde = 𝐼𝑐𝑐 = 𝐽 𝑒 = 𝐼0
𝑅𝑖 𝑅𝑖
Com base na equação: 𝐼0 = 𝐽 − 𝐼 podemos constituir um circuito que representa uma fonte real de
corrente.
Então, uma fonte real de corrente pode ser representada como uma associação em paralelo de uma fonte ideal de
corrente com uma resistência que representa a sua resistência interna Ri.
Agora a corrente na carga I já depende da tensão U entre os terminais da fonte de energia. Ou seja, a corrente I já não
é constantemente igual a corrente de curto-circuito da fonte e é tanto maior quanto maior for a tensão nos terminais
da fonte.
A corrente que atravessa a resistência da carga Rc é a mesma para ambos os circuitos de representação das fontes de
energia (circuito em sério e circuito em paralelo).
𝑅𝑖 𝐸 𝑅𝑖 𝐸
𝐼=𝐽∙ = ∙ =
𝑅𝑖 + 𝑅𝑐 𝑅𝑖 𝑅𝑖 + 𝑅𝑐 𝑅𝑖 + 𝑅𝑐
𝐸
𝐼=
𝑅𝑖 + 𝑅𝑐
Os circuitos de representação das fontes de energia em série e em paralelo são equivalentes quanto aos parâmetros de
saída U, I, ou seja, são equivalentes quanto a energia convertida pela resistência da carga Rc. Mas não são equivalentes
quanto à energia dissipada pela resistência interna Ri da fonte de energia.
𝐼0 ≠ 𝐼 ⇒ 𝑃𝑅𝑖(1) ≠ 𝑃𝑅𝑖(2)
Portanto, uma fonte de tensão não pode ser substituída por uma fonte de corrente e vice-versa.
Em geral:
𝑛 𝑛
𝐸𝑒𝑞 = ∑ 𝐸𝑘 𝑅𝑒𝑞 = ∑ 𝑅𝑘
𝑘=1 𝑘=1
Soma algébrica soma artimética
𝐼 = 𝐼1 + 𝐼2 + 𝐼3
𝐸1 − 𝑈𝑎𝑏
𝐼1 ∙ 𝑅1 + 𝑈𝑎𝑏 = 𝐸1 ⇒ 𝐼1 = = (𝐸1 − 𝑈𝑎𝑏 ) ∙ 𝑔1
𝑅1
𝐸2 − 𝑈𝑎𝑏
𝐼2 ∙ 𝑅2 + 𝑈𝑎𝑏 = 𝐸2 ⇒ 𝐼2 = = (𝐸2 − 𝑈𝑎𝑏 ) ∙ 𝑔2
𝑅2
𝐸3 − 𝑈𝑎𝑏
𝐼3 ∙ 𝑅3 + 𝑈𝑎𝑏 = 𝐸3 ⇒ 𝐼3 = = (𝐸3 − 𝑈𝑎𝑏 ) ∙ 𝑔3
𝑅3
𝐸𝑒𝑞 ∙ 𝑔𝑒𝑞 = 𝐸1 ∙ 𝑔1 + 𝐸2 ∙ 𝑔2 + 𝐸3 ∙ 𝑔3
𝐸1 ∙ 𝑔1 + 𝐸2 ∙ 𝑔2 + 𝐸3 ∙ 𝑔3
𝐸𝑒𝑞 =
𝑔𝑒𝑞
∑𝑛
𝑘=1 𝐸𝑘 ∙𝑔𝑘
No caso geral: 𝐸𝑒𝑞 = ∑𝑛
𝑘=1 𝑔𝑘
1 1 1 1 1
𝑔𝑒𝑞 = = + +
𝑅𝑒𝑞 𝑅𝑒𝑞 𝑅1 𝑅2 𝑅3
𝐸1 +𝐸2 𝐸1 +𝐸2
𝐼= = =∞
𝑅 0
𝐼 = 𝐼1 + 𝐼2 + 𝐽3 − 𝐽4
∑𝑛 𝑛
𝑘=1 𝐸𝑘 ∙𝑔𝑘 +∑𝑖=1 𝐽𝑖
𝐸𝑒𝑞 = ∑𝑛
𝑘=1 𝑔𝑘
No caso de não haver f.e.m. em qualquer um dos ramos do circuito, o respectivo termo desaparece no numerador da
equação da f.e.m. equivalente, mas a sua condutância aparece no denominador da mesma equação.
Os principais aparelhos de medida de grandezas eléctricas possuem dois terminais e ligam-se ao circuito através dos
seus dois terminais. As suas designações são as seguintes:
1.12.1. Amperímetro
Serve para medir o valor da intensidade de corrente que passa num determinado elemento (ou ramo) de um circuito
eléctrico. A corrente deverá atravessar o aparelho que terá de ser colocado em série com o elemento cuja corrente
pretendemos medir.
𝐸
𝐼=
𝑅
𝐸
𝐼´ =
𝑅𝐴 + 𝑅
1.12.2. Voltímetro
Serve para medir a tensão num determinado elemento (ou entre dois pontos) de um circuito eléctrico. A tensão deverá
estar acessível nos terminais do aparelho, que terá de ser colocado em paralelo com o elemento cuja tensão
pretendemos medir.
𝑅1
𝑈1 = 𝐸 ∙
𝑅1 + 𝑅2
𝑅𝑉 ≫ 𝑅1 → Introduz erro desprezável O voltímetro ideal tem uma resistência interna infinita.
Serve para medir o valor da resistência (ou associação de resistências). O princípio de funcionamento baseia-se directa
ou indirectamente na Lei de Ohm.
O Ohmímetro possui uma fonte de energia que faz com que a resistência a medir seja atravessada por uma corrente e
apresenta uma tensão entre os seus terminais. O valor da resistência é calculado com base no valor destas duas
grandezas.
O Ohmímetro só pode ser ligado a uma resistência ou a uma associação de resistências que não contenha qualquer
fonte de energia (bipolo passivo).
1.12.4. Multímetro
É um aparelho que tem, simultaneamente, as funções de mais do que um dos aparelhos descritos anteriormente, isto
é, uma mesma caixa engloba um amperímetro e um voltímetro e, eventualmente, também um ohmímetro.
O método da resistência equivalente é o método mais simples de calcular circuitos eléctricos, mas só é válido para
circuitos simples com uma única fonte de energia.
Algoritmo de Cálculo
1.14. Trocas de Energia nos Circuitos Eléctricos – Equação de Equilíbrio das Potências
Com base na lei da conservação de energia, a quantidade de energia fornecida a um circuito eléctrico deve ser igual a
quantidade de energia por este consumido.
𝑃𝑓 = 𝑃𝑐
∑𝑛𝑘=1 𝐸𝑘 ∙ 𝐼𝑘 + ∑𝑚 𝑙 2
𝑖=1 𝑈𝑎𝑏𝑖 ∙ 𝐽𝑖 = ∑𝑗=1 𝐼𝑗 ∙ 𝑅𝑗
𝑃𝑓 = ∑𝑛𝑘=0 𝐸𝑘 ∙ 𝐼𝑘 + ∑𝑚
𝑖=1 𝑈𝑎𝑏𝑖 ∙ 𝐽𝑖 → Soma algébrica
Quando a corrente I tem o mesmo sentido que a força electromotriz E, a fonte fornece energia ao circuito, e a
quantidade de energia fornecida entra na equação que rege as trocas de energia com o sinal mais (+).
Quando o sentido da corrente I é contrário ao sentido da força electromotriz E, a fonte absorve energia do circuito
(quando uma bateria esta a carregar), figurando o produto EI com sinal menos (–) na equação respectiva.
Uma ligação à terra num circuito, não vai afectar neste a distribuição das correntes. Isto porque não há qualquer
derivação por onde a corrente possa circular. O mesmo não se pode dizer quando existem dois ou mais pontos a
potenciais diferentes ligados a terra, porque há derivações adicionais através da terra, o que vai alterar todas as
distribuições de correntes no circuito. Portanto, podemos ligar um circuito eléctrico num ponto sem alterar a
distribuição das correntes e potênciais no mesmo.
Algoritmo de Cálculo
1˚. Determinar o número de nós (N) do circuito dado, número total de ramos (r), número de ramos com fontes de
corrente (rc).
3˚. Constituir as equações pela 1ª lei de Kirchhoff, sendo o número de equações igual N-1. Se considerarmos todos os
nós, as incógnitas repetem-se.
4˚. Determinar o número de equações pela 2ª Lei de Kirchhoff, sendo o número de equações dado por:
5˚. Fixar um sentido positivo de circulação em cada malha, de modo a possibilitar a tradução algébrica da Lei das
Malhas de Kirchhoff.
Observação
a) Cada malha deve conter no mínimo um ramo o qual nenhuma outra contém, tais malhas chamam-se
independentes.
b) Qualquer malha escolhida não deve conter nenhuma fonte de corrente.
7˚. Se a corrente num ramo é negativa, significa que na realidade o sentido da corrente neste ramo é oposto ao sentido
atribuído inicialmente.
8˚. Verificar os resultados obtidos através da equação de equilíbrio das potências fornecidas e consumidas no circuito.
Exemplo:
Dados:
Resolução
1) Número de Nós: N= 4
3) 𝑁𝑒𝑞1ª 𝑙𝑒𝑖 = 𝑁 − 1 = 4 − 1 = 3
𝐽 − 𝐼1 + 𝐼2 = 0
{ 2 − 𝐼4 + 𝐼5 = 0
−𝐼
𝐼1 − 𝐼3 − 𝐼5 = 0
Cada equação deve ter pelo menos uma incógnita que as outras não têm, por isso não usamos o Nó 4.
4) Número de equação pela 2ª lei de kirchhoff.
𝑁𝑒𝑞2ª𝑙𝑒𝑖 = (𝑟 − 𝑟𝑐 ) − (𝑁 − 1)
𝑁𝑒𝑞2ª𝑙𝑒𝑖 = (6 − 1) − (4 − 1) = 5 − 3 = 2
𝐼. 𝐼1 ∙ 𝑅1 + 𝐼5 ∙ 𝑅5 + 𝐼2 ∙ 𝑅2 = 𝐸2
{
𝐼𝐼. 𝐼3 ∙ 𝑅3 − 𝐼4 ∙ 𝑅4 − 𝐼5 ∙ 𝑅5 = 0
𝐽 − 𝐼1 + 𝐼2 = 0
{−𝐼2 − 𝐼4 + 𝐼5 = 0
𝐼1 − 𝐼3 − 𝐼5 = 0
𝐼1 ∙ 𝑅1 + 𝐼5 ∙ 𝑅5 + 𝐼2 ∙ 𝑅2 = 𝐸2
{ Portanto, 5 equações 5 Incógnitas
𝐼3 ∙ 𝑅3 − 𝐼4 ∙ 𝑅4 − 𝐼5 ∙ 𝑅5 = 0
Teorema de Sobreposição
A corrente em qualquer ramo de uma rede eléctrica é a soma algébrica das correntes devidas a cada uma das fontes
consideradas separadamente, removidas todas as outras fontes, mas deixando no circuito as residências internas
respectivas.
Exemplo:
Resolução
Observação
O teorema de sobreposição não pode ser utilizado para determinar as potências desenvolvidas em resistências como
soma das potências devidas às correntes individuais, pois que a potência é uma função quadrática da corrente.
Neste método, assinala-se por um símbolo a corrente em cada uma das malhas da rede, consideradas independentes
umas das outras. As equações são escritas em função destes símbolos, e é a partir delas que após a resolução do sistema
de equações se encontram as correntes em todos os ramos.
Algoritmo de Cálculo
1. Determinar o número das equações necessárias (número das malhas independentes) ou o número das
correntes de malha.
2. Escolher as malhas independentes e marcar o sentido de correntes de malha.
Observação:
Ramo Independente – Ramo pelo qual passa apenas uma corrente de malha.
Ramo Comum – Ramo pelo qual passa mais de uma corrente de malha.
Num ramo comum a corrente calcula-se como soma algébrica das correntes de malha.
Exemplo 1:
E3=10 V R3=10 Ω
R1=4 Ω R4=5 Ω R2’=5 Ω R5=2 Ω
Resolução
𝑁𝑒𝑞 = (𝑟 − 𝑟𝑐 ) − (𝑁 − 1)
𝑁𝑒𝑞 = (5 − 0) − (3 − 1) = 5 − 2 → 𝑁𝑒𝑞 = 3
Vamos substituir três (3) equações
2) Escolher três (3) malhas independentes
3) Constituir as equações:
𝐼𝑎 (𝑅1 + 𝑅1′ ) + (𝐼𝑎 − 𝐼𝑏 )𝑅4 = −𝐸1
{−𝐼𝑎 𝑅4 + 𝐼𝑏 (𝑅3 + 𝑅4 + 𝑅5 )−𝐼𝑐 𝑅5 = 𝐸3
−𝐼𝑏 𝑅5 + 𝐼𝑐 (𝑅2 + 𝑅2′ + 𝑅5 ) = −𝐸2
4) Resolver o sistema de equações obtido.
𝐼𝑎 (4 + 5 + 5) − 5𝐼𝑏 = −10 14𝐼𝑎 − 5𝐼𝑏 = −10
{−5𝐼𝑎 + 𝐼𝑏 (10 + 5 + 2) − 2𝐼𝑐 = 10 ⇒{ −5𝐼𝑎 + 17𝐼𝑏 − 2𝐼𝑐 = 10
−2𝐼𝑏 + 𝐼𝑐 (1 + 2 + 2) = 8 −2𝐼𝑏 + 5𝐼𝑐 = 8
𝐼𝑎 = −0.635 𝐴
⇒ { 𝐼𝑏 = 0.225 𝐴
𝐼𝑐 = −1.52 𝐴
5) Correntes nos ramos
𝐼1 = 𝐼𝑎 ⇒ 𝐼1 = −0.635 𝐴 𝐼4 = 𝐼𝑎 − 𝐼𝑏 ⇒ 𝐼4 = −0.86 𝐴
𝐼2 = 𝐼𝑐 ⇒ 𝐼2 = −1.52 𝐴 𝐼5 = 𝐼𝑏 − 𝐼𝑐 ⇒ 𝐼5 = 1.745 𝐴
𝐼3 = 𝐼𝑏 ⇒ 𝐼3 = 0.225 𝐴
6) Verificação dos resultados obtidos
𝑃𝑓 = −𝐸1 𝐼1 − 𝐸2 𝐼2 + 𝐸3 𝐼3
𝑃𝑓 = −10 ∙ (−0.635) − 8 ∙ (−1.52) + 10 ∙ 0.225
𝑃𝑓 = 20.76 𝑊 ⇒ 𝑃𝑓 ≈ 20.8 𝑊
𝑃𝑑 = (𝑅1 + 𝑅1′ )𝐼12 + (𝑅2 + 𝑅2′ )𝐼22 + 𝑅3 𝐼32 + 𝑅4 𝐼42 + 𝑅5 𝐼52
𝑃𝑑 = 20.855 𝑊 ≈ 20.8 𝑊
𝑃𝑓 = 𝑃𝑑 → O que significa que os resultados obtidos estão correctos.
A corrente em qualquer ramo duma rede pode ser calculada como se se tratasse de um ramo isolado contendo uma
f.e.m. Basta para isso conhecer a ddp entre os seus extremos, ou, o que é o mesmo entre os nós que limitam o ramo
em questão.
1° Neste método as incógnitas são os potenciais. Temos que determinar os potenciais em cada nó.
2° Um dos nós marcamos ligando à terra, o que não vai alterar a distribuição das correntes. O nó que escolhemos para
ligar à terra, fica evidentemente ao potencial ZERO. Ver o parágrafo 1.15.
Seja 𝜑3 =0
Nó 1: 𝐽1 + 𝐼1 − 𝐼2 − 𝐼4 = 0 (1)
Nó 2: 𝐼2 − 𝐽2 − 𝐼3 + 𝐼4 = 0 (2)
Vamos escrever as equações das correntes nos ramos em função dos potenciais.
𝜑1 = 𝜑3 − 𝐼1 ∙ 𝑅1 + 𝐸1 ⇒ 𝐼1 ∙ 𝑅1 = 𝐸1 − 𝜑1 ⇒ 𝐼1 = (𝐸1 − 𝜑1 ) ∙ 𝑔1
𝜑2 = 𝜑3 + 𝐼3 ∙ 𝑅3 − 𝐸3 ⇒ 𝐼3 ∙ 𝑅3 = 𝜑2 + 𝐸3 ⇒ 𝐼3 = (𝐸3 + 𝜑2 ) ∙ 𝑔3
𝜑2 = 𝜑1 − 𝐼2 ∙ 𝑅2 + 𝐸2 ⇒ 𝐼2 ∙ 𝑅2 = 𝜑1 − 𝜑2 + 𝐸2 ⇒ 𝐼2 = (𝜑1 − 𝜑2 + 𝐸2 ) ∙ 𝑔2
𝜑2 = 𝜑1 − 𝐼4 ∙ 𝑅4 ⇒ 𝐼4 ∙ 𝑅4 = 𝜑1 − 𝜑2 ⇒ 𝐼4 = (𝜑1 − 𝜑2 ) ∙ 𝑔4
𝐽1 + 𝐸1 ∙ 𝑔1 − 𝜑1 ∙ 𝑔1 − 𝜑1 ∙ 𝑔2 + 𝜑2 ∙ 𝑔2 − 𝐸2 ∙ 𝑔2 − 𝜑1 ∙ 𝑔4 + 𝜑2 ∙ 𝑔4 = 0
𝜑1 ∙ 𝑔2 − 𝜑2 ∙ 𝑔2 + 𝐸2 ∙ 𝑔2 − 𝐽2 − 𝐸3 ∙ 𝑔3 − 𝜑2 ∙ 𝑔3 + 𝜑1 ∙ 𝑔4 − 𝜑2 ∙ 𝑔4 = 0
Algoritmo de Cálculo
- Para cada nó de potencial desconhecido escreve-se uma equação que consiste em:
Membro Esquerdo
Produto entre o potencial do nó em questão e a condutância própria com sinal mais (+) e a soma dos produtos entre
os potenciais dos nós vizinhos e as condutâncias mútuas respectivas com sinal menos (-).
Membro Direito
Soma algébrica dos produtos 𝐸𝑘 ∙ 𝑔𝑘 ligados com o nó em questão e a soma algébrica das fonte de corrente ligadas ao
mesmo nó.
6° Verificar os resultados obtidos através da equação de equilíbrio das potências fornecidas e consumidas no circuito.
Exemplo:
Dados
E1=72 V
E2=48 V
R1=3 Ω
R2=4 Ω
R3=12 Ω
Resolução
3° Constituir as equações:
𝜑𝑎 (𝑔1 + 𝑔2 + 𝑔3 ) = 𝐸1 ∙ 𝑔1 + 𝐸2 ∙ 𝑔2
1 1
𝐸1 ∙ 𝑔1 + 𝐸2 ∙ 𝑔2 72 ∙ 3 + 48 ∙ 4
⇒ 𝜑𝑎 = ⟺ 𝜑𝑎 =
𝑔1 + 𝑔2 + 𝑔3 1 1 1
+ +
3 4 12
𝜑𝑎 = 54𝑉
𝜑𝑎 = 54𝑉, 𝜑𝑏 = 0, 𝜑𝑎 − 𝜑𝑏 = 54 − 0 = 54𝑉
𝑈𝑎𝑏 = 54𝑉
𝐸1 − 𝑈𝑎𝑏 72 − 54
𝐼1 ∙ 𝑅1 + 𝑈𝑎𝑏 = 𝐸1 ⟺ 𝐼1 = ⇒ 𝐼1 =
𝑅1 3
𝐼1 = 6𝐴
𝐸2 − 𝑈𝑎𝑏 48 − 54
𝐼2 ∙ 𝑅2 + 𝑈𝑎𝑏 = 𝐸2 ⇒ 𝐼2 = ⇒ 𝐼2 =
𝑅2 4
𝐼2 = −1.5𝐴
𝑈𝑎𝑏 54
𝐼3 = ⇒ 𝐼3 = ⇒ 𝐼3 = 4.5𝐴
𝑅3 12
Potência fornecida:
𝑃𝑓 = 𝐸1 ∙ 𝐼1 + 𝐸2 ∙ 𝐼2 ⇒ 𝑃𝑓 = 72 ∙ 6 + 48 ∙ (−1.5)
𝑃𝑓 = 360𝑊
Potência Consumida:
Algumas redes só têm dois nós. Nestes casos as correntes podem ser calculadas facilmente pelo Método do Par de
Nós.
Número de equações:
𝜑𝑎 (𝑔1 + 𝑔2 + 𝑔3 + 𝑔5 ) = 𝐸1 ∙ 𝑔1 + 𝐸3 ∙ 𝑔3 − 𝐸5 ∙ 𝑔5 + 𝐽4 − 𝐽6
𝐸1 ∙ 𝑔1 + 𝐸3 ∙ 𝑔3 − 𝐸5 ∙ 𝑔5 + 𝐽4 − 𝐽6
𝜑𝑎 = 𝜑𝑎 − 𝜑𝑏 = 𝑈𝑎𝑏
𝑔1 + 𝑔2 + 𝑔3 + 𝑔5
𝑈𝑎𝑏 = 𝜑𝑎 − 𝜑𝑏 = 𝜑𝑎 − 0 ⟺ 𝑈𝑎𝑏 = 𝜑𝑎
𝐸1 ∙ 𝑔1 + 𝐸3 ∙ 𝑔3 − 𝐸5 ∙ 𝑔5 + 𝐽4 − 𝐽6
𝑈𝑎𝑏 =
𝑔1 + 𝑔2 + 𝑔3 + 𝑔5
No caso geral:
∑𝑛 𝑚
𝑘=1 𝐸𝑘 ∙𝑔𝑘 +∑𝑖=1 𝐽𝑖
𝑈𝑎𝑏 = ∑𝑛
𝑘=1 𝑔𝑘
𝑈𝑎𝑏
𝑈𝑎𝑏 + 𝐼2 ∙ 𝑅2 = 0 ⟺ 𝐼2 = −
𝑅2
Exemplo:
Eng.º Leonel Fanequiço
Eng.º Nivaldo Garcia 39
Aulas Teóricas de Electrotecnia Teórica I
Calcular o circuito representado na figura abaixo e fazer a prova através da equação de equilíbrio das potências.
Dados
Resolução
O circuito representado têm apenas dois nós, por isso vamos usar o método do par de nós.
𝐽 −𝐸 ∙𝑔 +𝐽
𝑈𝑎𝑏 = 𝑔 1+𝑔 3+𝑔3 +𝑔6
2 3 4 5
1
−45 ∙ 100 + 30 ∙ 10−3 + 20 ∙ 10−3
𝑈𝑎𝑏 = ⟺ 𝑈𝑎𝑏 = −5.56𝑉
1 1
10 ∙ 10−3 + + + 2 ∙ 10−3
100 20
𝐼3 = 394,4𝑚𝐴
𝑈𝑎𝑏 5.56
𝐼4 = − = ⟺ 𝐼4 = 278𝑚𝐴
𝑅4 20
𝑈𝑎𝑏
𝐼5 = − ⟺ 𝐼5 = 5.56 ∙ 2 ∙ 10−3 ⟺ 𝐼5 = 11.12𝑚𝐴
𝑅5
Pf ≈ 17,470 W
𝑃𝑐 = 100.55, 62 . 10−6 + 100.394, 42 . 10−6 + 20.2782 . 10−6 + 0,5. 103 . 11,122 . 10−6
Pc ≈ 17,471 W
Pf ≈ Pc → Resultados correctos.
Em qualquer rede eléctrica é possível tirar um ramo e simbolizar o restante da rede por uma caixa. Essa caixa constitui
uma rede de dois terminais ou bípolo.
Uma rede de dois terminais é aquela que tem dois terminais acessíveis para ligação de um ramo.
Uma rede de dois terminais contendo uma fonte de corrente ou fonte de tensão, ou ambas, chamam-se Activa,
assinalada pela letra A.
Se uma rede de dois terminais ou bípolo não contiver nenhuma fonte de tensão ou de corrente chama-se Passiva,
assinalada pela letra P.
Em relação a um ramo removido, a rede de dois terminais que ficou pode ser equiparada a um gerador cuja f.e.m é
igual a d.d.p. que aparece nos dois terminais quando o ramo está aberto, isto é, sem carga, e cuja resistência interna é
igual a resistência medida entre os dois terminais depois de substituídos os geradores pelas suas resistências internas.
Este é o chamado Teorema de Thevenin.
Naturalmente a corrente I não muda se duas f.e.m. iguais e opostas forem colocadas no ramo ab.
𝐸1 = −𝐸2 ⟺ 𝐸2 = −𝐸1
𝐼 = 𝐼 ′ + 𝐼 ′′
Onde 𝐼 ′ é devida a fonte 𝐸1 mais todas as fontes de energia da rede de dois terminais (a).
𝐼 ′ 𝑅 − 𝑈𝑎𝑏 = −𝐸1
𝐼 ′ 𝑅 − 𝑈𝑎𝑏 = −𝐸1
𝑈𝑎𝑏 − 𝐸1
𝐼′ =
𝑅
𝐼 ′ = 0 equivale a um ramo aberto entre os terminais a e b. A tensão entre os terminais a e b é então a tensão do
circuito aberto, ou seja, é a tensão da marcha em vazio 𝑈𝑎𝑏,𝑚𝑣
𝐸1 = 𝑈𝑎𝑏,𝑚𝑣
𝐼′ = 0 ; 𝐼 = 𝐼 ′ + 𝐼 ′′ ↔ 𝐼 = 𝐼 ′′
𝐸2 𝑈𝑎𝑏,𝑚𝑣
𝐼 ′′ = ⟺𝐼=
𝑅𝑒𝑞𝑎𝑏 + 𝑅 𝑅𝑒𝑞𝑎𝑏 + 𝑅
Onde:
𝑅𝑒𝑞 é a resistência da rede vista dos terminais ab (resistência de entrada da rede de dois terminais).
1°. Determinar a tensão que aparece entre os terminais a e b quando o respectivo ramo é removido 𝑈𝑎𝑏,𝑚𝑣 .
2°. Determinar a resistência que o bípolo apresenta quando visto desses dois terminais depois de substituir os geradores
pelas suas resistências internas. As fontes de tensão nas quais 𝑅𝑖 = 0 são curto-circuitadas e as fontes de corrente
cuja resistência interna é infinita devem ser abertas.
𝑈𝑎𝑏,𝑚𝑣
𝐼=
𝑅𝑒𝑞𝑎𝑏 + 𝑅
𝑈𝑎𝑏,𝑚𝑣 𝑈𝑎𝑏,𝑚𝑣
Para 𝑅 = 0 ⇒ 𝐼𝑐𝑐 = ⟺ 𝑅𝑒𝑞 =
𝑅𝑒𝑞𝑎𝑏 𝐼𝑐𝑐
Exemplo 1:
Resolução
1°. 𝑈𝑎𝑏,𝑚𝑣=?
1 20
1 𝐸 ∙ 𝑔 + 𝐽 𝐸3 ∙ 𝑅 + 𝐽6 + 10
′
𝑔2 = ; 𝜑1 =
3 3 6
= 3
⟺ 𝜑 = 4 = 40𝑉
1
𝑅2 + 𝑅4 𝑔3 + 𝑔2′ 1 1 1 1
𝑅3 + 𝑅2 + 𝑅4 4+6+2
𝑈13 40
𝐼2 = = = 5𝐴
𝑅2 + 𝑅4 6 + 2
𝜑𝑎 = 𝜑3 + 𝐼2 ∙ 𝑅4 = 5 ∙ 2 = 10𝑉
𝜑𝑏 = 𝜑1 + 𝐽6 ∙ 𝑅1 = 40 + 10 ∙ 10 = 140𝑉
𝑅 (𝑅 +𝑅 ) 6(4+2)
𝑅𝑒𝑞 =? 𝑅𝑒𝑞 = 𝑅1 + 𝑅2 +𝑅3 +𝑅4 ; 𝑅𝑒𝑞 = 10 + 6+4+2 = 13𝛺
2 3 4
𝑈𝑎𝑏,𝑚𝑣 130
𝐼5 = ⟺ 𝐼5 = − ⟺ 𝐼5 = −7.22𝐴
𝑅𝑒𝑞 + 𝑅5 13 + 5
Isto significa que a corrente 𝐼5 tem o sentido contrário ao definido inicialmente na figura.
Exemplo 2:
Calcular a corrente no ramo ab, utilizando o teorema de Thevenin, na ponte representada na figura.
Resolução
𝑈𝑎𝑏,𝑚𝑣=?
𝑅3 2
𝑈3 = 𝐸 ∙ = 10 ∙ = 6,67𝑉
𝑅3 + 𝑅4 2+1
𝑅1 1
𝑈1 = 𝐸 ∙ = 10 ∙ = 2𝑉
𝑅1 + 𝑅2 1+4
𝑈𝑎𝑏 = 4,67𝑉
𝑅𝑒𝑞 =?
𝑅1 ∙ 𝑅2 𝑅3 ∙ 𝑅4 1∙4 2∙1
𝑅𝑒𝑞 = + ⟺ 𝑅𝑒𝑞 = + ⟺ 𝑅𝑒𝑞 = 1.47𝛺
𝑅1 + 𝑅2 𝑅3 + 𝑅4 1+4 2+1
𝑈𝑎𝑏,𝑚𝑣 4.67
𝐼5 = 𝐼5 = ⟺ 𝐼5 = 1,35𝐴
𝑅𝑒𝑞 + 𝑅5 1.47 + 2
Se a carga R está ligada a uma rede activa de dois terminais é atravessada pela corrente:
Eng.º Leonel Fanequiço
Eng.º Nivaldo Garcia 45
Aulas Teóricas de Electrotecnia Teórica I
𝑈𝑎𝑏,𝑚𝑣
𝐼=
𝑅𝑒𝑞 + 𝑅
E a potência dissipada é:
2
2
𝑈𝑎𝑏,𝑚𝑣
𝑃 = 𝐼 ∙ 𝑅 ⇒ 𝑃(𝑅) = ( ) ∙𝑅
𝑅𝑒𝑞 + 𝑅
Qual deve ser a relação entre a carga R e a resistência de entrada 𝑅𝑒𝑞 da rede de dois terminais, de modo a que a
potência transferida desta para carga seja máxima e ainda qual é a máxima potência e o rendimento correspondente a
esta máxima potência.
′ ′
𝑑𝑃 𝑑𝑃 2
𝑅 𝑅
=0⇒ = 𝑈𝑎𝑏,𝑚𝑣 ∙[ 2 ] =0⇒[ 2] = 0
𝑑𝑅 𝑑𝑅 (𝑅𝑒𝑞 + 𝑅) (𝑅𝑒𝑞 + 𝑅)
𝑢 ′ 𝑢′ ∙ 𝑣 − 𝑢 ∙ 𝑣
( ) =
𝑣 𝑣2
2
(𝑅𝑒𝑞 + 𝑅) − 2𝑅(𝑅𝑒𝑞 + 𝑅) 2
4 =0 ⟺ 𝑅𝑒𝑞 + 2𝑅𝑒𝑞 ∙ 𝑅 + 𝑅 2 − 2𝑅 ∙ 𝑅𝑒𝑞 − 2𝑅 2 = 0
(𝑅𝑒𝑞 + 𝑅)
2
𝑅𝑒𝑞 − 𝑅 2 = 0 ⇒ 𝑅 = 𝑅𝑒𝑞 ∗
2 2
𝑑2𝑃 𝑑 𝑈𝑎𝑏,𝑚𝑣 ∙ (𝑅𝑒𝑞 − 𝑅2)
= [ 4 ]
𝑑𝑅 2 𝑑𝑅 (𝑅 + 𝑅) 𝑒𝑞
4 2 3
𝑑2 𝑃 2
−2𝑅(𝑅𝑒𝑞 + 𝑅) − 4(𝑅𝑒𝑞 + 𝑅) ∙ (𝑅𝑒𝑞 − 𝑅2)
⇒ = 𝑈𝑎𝑏,𝑚𝑣 ∙ 8
𝑑𝑅 2 (𝑅𝑒𝑞 + 𝑅)
2
Para 𝑅 = 𝑅𝑒𝑞 ⇒ 𝑑𝑑𝑅𝑃2 < 0 ⇒ 𝑅 = 𝑅𝑒𝑞 é 𝑢𝑚 𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑜.
𝑈𝑎𝑏,𝑚𝑣 𝑒 𝑅𝑒𝑞 são constantes, ou seja, dados da rede e não podem ser alterados.
2
𝑈𝑎𝑏,𝑚𝑣
𝑃(𝑅) = ( ) ∙𝑅
𝑅𝑒𝑞 + 𝑅
2 2
𝑈𝑎𝑏,𝑚𝑣 𝑈𝑎𝑏,𝑚𝑣
𝑃𝑚𝑎𝑥 = 2 ∙ 𝑅𝑒𝑞 ⇒ 𝑃𝑚𝑎𝑥 = 2 ∙ 𝑅𝑒𝑞
(𝑅𝑒𝑞 +𝑅𝑒𝑞 ) (2𝑅𝑒𝑞 )
2 2
𝑈𝑎𝑏,𝑚𝑣 𝑈𝑎𝑏,𝑚𝑣
𝑃𝑚𝑎𝑥 = 2
∙ 𝑅𝑒𝑞 ⇒ 𝑃𝑚𝑎𝑥 =
4𝑅𝑒𝑞 4𝑅𝑒𝑞
2
𝑈𝑎𝑏,𝑚𝑣 𝑈𝑎𝑏,𝑚𝑣 𝑃
𝑃𝑡𝑜𝑡 = 𝑈𝑎𝑏,𝑚𝑣 ∙ 𝐼 ; 𝐼= ; 𝑃𝑡𝑜𝑡 = ; 𝜂=
𝑅𝑒𝑞 + 𝑅 𝑅𝑒𝑞 + 𝑅 𝑃𝑡𝑜𝑡
Rendimento
2
𝑈𝑎𝑏,𝑚𝑣
𝑅∙ 2
𝑃 𝑅 ∙ 𝐼2 (𝑅 + 𝑅𝑒𝑞 )
𝜂= ⟺𝜂= ⟺𝜂= 2
𝑃𝑡𝑜𝑡 𝑃𝑡𝑜𝑡 𝑈𝑎𝑏,𝑚𝑣
𝑅𝑒𝑞 + 𝑅
2
𝑈𝑎𝑏,𝑚𝑣 𝑅𝑒𝑞 + 𝑅 𝑅
𝜂=𝑅∙ 2 ∙ 2 ⟺ 𝜂=
(𝑅𝑒𝑞 + 𝑅) 𝑈𝑎𝑏,𝑚𝑣 𝑅𝑒𝑞 + 𝑅
Rendimento Máximo
2
𝑈𝑎𝑏,𝑚𝑣 𝑅𝑒𝑞 + 𝑅𝑒𝑞 2𝑅𝑒𝑞 2 1
𝜂= ∙ 2 ⇒ 𝜂 = 𝜂= = = 0.5 = 50%
4𝑅𝑒𝑞 𝑈𝑎𝑏,𝑚𝑣 4𝑅𝑒𝑞 4 2
Dados:
E1=3V R1=4Ω
E2=6V R2=3Ω
E3=33V R3=2Ω
R4=8Ω R5=8Ω
a) Determine o equivalente de Thevenin do bipolo ab, usando como método auxiliar o método das malhas
independentes.
b) Qual é o valor da resistência R a colocar entre os pontos a e b para que a potência eléctrica nela dissipada
seja de 50W?
c) Qual seria o novo valor da R para que a potência eléctrica nela dissipada seja máxima? E qual seria o valor
dessa potência máxima?
Resolução
a) Resistência equivalente entre os terminais a e b:
𝑅1 ∙ 𝑅2 𝑅4 ∙ 𝑅5
𝑅𝑒𝑞 =? ; 𝑅12 = ; 𝑅45 = ;
𝑅1 + 𝑅2 𝑅4 + 𝑅5
𝑅 ∙𝑅 𝑅 ∙𝑅 4∙3 8∙8
(𝑅 1+ 𝑅2 + 𝑅 4+ 𝑅5 ) ∙ 𝑅3 (4 + 3 + 8 + 8) ∙ 2
𝑅𝑒𝑞 = 1 2 4 5
⇒ 𝑅𝑒𝑞 = ⇒ 𝑅𝑒𝑞 = 1,481𝛺
𝑅1 ∙ 𝑅2 𝑅4 ∙ 𝑅5 4∙3 8∙8
𝑅1 + 𝑅2 + 𝑅4 + 𝑅5 + 𝑅3 4+3+8+8+2
𝑁𝑒𝑞 = (𝑟 − 𝑟𝑐 ) − (𝑁 − 1) ⟺ 𝑁𝑒𝑞 = (5 − 0) − (3 − 1) = 3
𝑟 = 5; 𝑟𝑐 = 0; 𝑁 = 3
𝐼𝑎 (𝑅1 + 𝑅2 ) − 𝐼𝑏 ∙ 𝑅2 = 𝐸1 + 𝐸2
{−𝐼𝑎 ∙ 𝑅2 + 𝐼𝑏 (𝑅2 + 𝑅3 + 𝑅4 ) − 𝐼𝑐 ∙ 𝑅4 = −𝐸2 + 𝐸3
−𝐼𝑏 ∙ 𝑅4 + 𝐼𝑐 (𝑅4 + 𝑅5 ) = 0
𝐼𝑎 (4 + 3) − 𝐼𝑏 ∙ 3 = 3 + 6
⟺{−3𝐼𝑎 + 𝐼𝑏 (3 + 2 + 8) − 8𝐼𝑐 = −6 + 33
−8𝐼𝑏 + 𝐼𝑐 (8 + 8) = 0
9 + 3𝐼𝑏 𝐼𝑏
⟺ −3 ∙ + 13𝐼𝑏 − 8 ∙ = 27
7 2
−27 − 9𝐼𝑏
⟺ + 13𝐼𝑏 − 4𝐼𝑏 = 27 ⟺ −27 − 9𝐼𝑏 + 91𝐼𝑏 − 28𝐼𝑏 = 189
7
⟺ 54𝐼𝑏 = 216 ⟺ 𝐼𝑏 = 4𝐴 ; 𝐼3 = 𝐼𝑏 ⟺ 𝐼3 = 4𝐴
𝑈𝑎𝑏,𝑚𝑣
b) 𝑃 = 50𝑊; 𝐼 = 𝑅𝑒𝑞 +𝑅
2
𝑈𝑎𝑏,𝑚𝑣 2
𝑃 = 𝑅 ∙ 𝐼2 ⟺ 𝑃 = 𝑅 ∙ 2 ⟺ 𝑅 ∙ 𝑈𝑎𝑏,𝑚𝑣 2
= 𝑃 ∙ 𝑅𝑒𝑞 + 2 ∙ 𝑅𝑒𝑞 ∙ 𝑅 ∙ 𝑃 + 𝑃 ∙ 𝑅 2
(𝑅𝑒𝑞 + 𝑅)
2
𝑃𝑅 2 + 𝑅(2𝑅𝑒𝑞 ∙ 𝑃 − 𝑈𝑎𝑏,𝑚𝑣 2
) + 𝑃 ∙ 𝑅𝑒𝑞 =0
𝑅 ′ = 0,2358𝛺 𝑅 ′′ = 9,3022𝛺
2
𝑈𝑎𝑏,𝑚𝑣 252
𝑃𝑚𝑎𝑥 = ⟺ 𝑃𝑚𝑎𝑥 = 𝑃 = 105,50𝑊
4𝑅𝑒𝑞 4 ∙ 1,481 𝑚𝑎𝑥
2.1. Definições
É aquela que se desloca primeiro num sentido e em seguida no sentido oposto, ou seja, é alternadamente positiva e
negativa.
É aquela que varia sinusoidalmente com o tempo, de acordo com uma equação da forma:
i i(t)
Im
t
𝜳𝒊
𝑓… é a frequência da corrente ou número de ciclos efectuados num segundo em ciclos por segundo;
1 2𝜋
𝑓= ; 𝜔 = 2𝜋𝑓 ⟺ 𝜔 =
𝑇 𝑇
A quantidade (𝜔𝑡 + 𝛹𝑖) é o ângulo de fase da corrente alternada sinusoidal indicando um deslocamento da onda com
o tempo a partir da origem. O ângulo de fase para 𝑡 = 0, ou 𝛹𝑖, é chamado Fase Inicial.
Qualquer função sinusoidal, incluindo a tensão da corrente alternada pode ser representada pela mesma equação e
especificada em função das mesmas quantidades.
A frequência da rede eléctrica da Africa Austral incluindo Moçambique é de 50 ciclo/s ou 50 Hz; nos EUA a frequência
é de 60 Hz ou 60 ciclo/s.
Correntes sinusoidais e tensões de frequências relativamente baixas (até vários quilociclos) são geradas por geradores
síncronos.
O valor médio de uma quantidade sinusoidal ao longo de um ciclo ou um número inteiro de ciclos é obviamente zero.
Uma média significa será a média dos valores que prevalecem durante um meio ciclo (positivo ou negativo).
𝑇 𝑇
2 2
1 2𝐼𝑚
𝐼𝑚𝑒𝑑 = ∫ 𝐼𝑚 ∙ 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡)𝑑𝑡 = ∫ 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡)𝑑𝑡
𝑇 𝑇
20 0
𝑇
2
𝑇
2𝐼𝑚 2𝜋 2𝐼𝑚 𝑇 2𝜋
= ∫ 𝑠𝑒𝑛 ( . 𝑡) 𝑑𝑡 = − ∙ ∙ 𝑐𝑜𝑠 ( . 𝑡) /02
𝑇 𝑇 𝑇 2𝜋 𝑇
0
𝐼𝑚 2𝜋 𝑇 2𝜋 𝐼𝑚
=− ∙ [𝑐𝑜𝑠 ( ∙ ) − 𝑐𝑜𝑠 ( ∙ 0)] = − ∙ (−1 − 1)
𝜋 𝑇 2 𝑇 𝜋
2𝐼𝑚
𝐼𝑚𝑒𝑑 =
𝜋
2
O valor médio da corrente durante um meio-ciclo positivo (ou negativo) é = 0,638 vezes o valor máximo da
𝜋
corrente.
2 2
Analogamente, 𝐸𝑚𝑒𝑑 = 𝜋 𝐸𝑚 ; 𝑈𝑚𝑒𝑑 = 𝜋 𝑈𝑚 ;
Na prática o valor médio mais usado é a raiz quadrada da média das correntes elevadas ao quadrado (que são todos
positivos), denominado Valor Eficaz.
𝑖(𝑡) = 𝐼𝑚 ∙ 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡)
𝑇 𝑇
1 1
𝐼 = √ ∫ 𝑖 2 ∙ 𝑑𝑡 ⇒ 𝐼 = √ ∫(𝐼𝑚 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜔𝑡)2 𝑑𝑡
𝑇 𝑇
0 0
𝑇 𝑇
2
1 2
𝐼𝑚
∫ 𝐼𝑚 𝑠𝑒𝑛2 (𝜔𝑡)𝑑𝑡 = ∫ 𝑠𝑒𝑛2 (𝜔𝑡)𝑑𝑡 =
𝑇 𝑇
0 0
1−𝑐𝑜𝑠2𝛼
Da Matemática sabe-se que: 𝑠𝑒𝑛2 𝛼 = 2
Portanto,
𝑇 𝑇
2 2 2
𝐼𝑚 1 − 𝑐𝑜𝑠2𝛼 𝐼𝑚 𝐼𝑚
= ∫ 𝑑𝑡 = ∙ ∫[1 − 𝑐𝑜𝑠(2𝜔𝑡)]𝑑𝑡 = ∙ (2𝜔𝑡 − 𝑠𝑒𝑛2𝜔𝑡) /𝑇0
𝑇 2 2𝑇 4𝑇𝜔
0 0
2 2
𝐼𝑚 2𝜋 2𝜋 𝐼𝑚
= ∙ [2 ∙ ∙ 𝑡 − 𝑠𝑒𝑛 (2 ∙ ∙ 𝑡)] /𝑇0 = ∙ (4𝜋 − 𝑠𝑒𝑛4𝜋 − 0)
4𝑇𝜔 4𝑇𝜔 𝑇 2𝜋
4𝜋 ∙ 𝑇
2
𝐼𝑚 ∙ 4𝜋
=
4 ∙ 2𝜋
Eng.º Leonel Fanequiço
Eng.º Nivaldo Garcia 53
Aulas Teóricas de Electrotecnia Teórica I
𝑇
1 2
𝐼𝑚 𝐼𝑚
⇒ 𝐼 = √ ∫ 𝑖 2 𝑑𝑡 = √ =
𝑇 2 √2
0
𝐼𝑚
𝐼=
√2
𝐸𝑚 𝑈𝑚
Analogamente, 𝐸= 𝑈=
√2 √2
Pode se comparar a acção calorífica da corrente alternada com acção calorífica de uma corrente contínua que passa
pela mesma resistência durante o mesmo intervalo de tempo.
Corrente Contínua
Para a corrente contínua, a energia dissipada numa resistência R, no intervalo de tempo igual ao período T será:
2
𝑊 = 𝑅 ∙ 𝐼𝐶𝐶 ∙𝑇 Num Período
𝑖(𝑡) = 𝐼𝑚 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜔𝑡
Para a corrente alternada sinusoidal a energia dissipada na resistência R num período T será:
𝑇
𝑑𝑤
𝑝= ⇒ 𝑑𝑤 = 𝑝 ∙ 𝑑𝑡 ⇒ 𝑤 = ∫ 𝑝 ∙ 𝑑𝑡
𝑑𝑡
0
𝑇 𝑇
𝑤 = ∫ 𝑅 ∙ 𝑖 2 (𝑡) ∙ 𝑑𝑡 = 𝑅 ∙ ∫ 𝐼𝑚
2
∙ 𝑠𝑒𝑛2 (𝜔𝑡) ∙ 𝑑𝑡
0 0
𝑇 𝑇
2
2 2 (𝜔𝑡)
𝑅 ∙ 𝐼𝑚
𝑤 = 𝑅 ∙ 𝐼𝑚 ∙ ∫ 𝑠𝑒𝑛 ∙ 𝑑𝑡 = ∫(1 − 𝑐𝑜𝑠2𝜔𝑡)𝑑𝑡
2
0 0
2 2
𝑅 ∙ 𝐼𝑚 𝑇
𝑅 ∙ 𝐼𝑚 2𝜋
= ∙ (2𝜔𝑡 − 𝑠𝑒𝑛2𝜔𝑡)/0 = ∙ (2 ∙ ∙ 𝑇 − 𝑠𝑒𝑛4𝜋 ∙ 0)
4𝜔 2𝜋 𝑇
4∙ 𝑇
2 2
𝑅 ∙ 𝐼𝑚 𝐼𝑚
= ∙ 2 ∙ 2𝜋 = 𝑅 ∙ ∙ 𝑇
2𝜋 2
4∙ 𝑇
Comparando a energia dissipada numa resistência R para uma corrente contínua e para uma corrente alternada
sinusoidal no mesmo intervalo de tempo T. 𝑤𝑐𝑐 = 𝑤𝑐𝑎
2 2
𝐼𝑚 2
𝐼𝑚 2
𝐼𝑚
𝑅∙ ∙ 𝑇 = 𝑅 ∙ 𝐼𝑐𝑐 ∙𝑇 → = 𝐼𝑐𝑐 ⟺ 𝐼𝑐𝑐 =
2 2 √2
Conclusão
O valor eficaz de uma corrente alternada sinusoidal é tal intensidade de uma corrente continua que tem o mesmo
efeito calorífico numa dada resistência, que a corrente alternada em questão.
É difícil efectuar esta soma. Se tivéssemos mais correntes com diferentes amplitudes e fases iniciais seria mais
complicado ainda.
Um número complexo tem a parte real e a parte imaginária e pode ser representado por vectores num plano complexo.
A convenção é marcar o eixo das quantidades reais “+1” e o eixo das quantidades imaginárias com “+j”.
𝑗 = √−1 ou 𝑗 2 = −1
No plano complexo a função 𝑒 𝑗𝛼 é representado por um vector de comprimento unitário, fazendo um ângulo α. com
|𝑒 𝑗𝛼 | = √cos 2 𝛼 + sen2 𝛼 = 1
Num plano complexo esta função, como a função ejα, será representada por um vector fazendo um ângulo α com o
eixo +1, mas de um comprimento Im vezes maior.
O ângulo α na equação (2.3.1) pode ter qualquer grandeza. Seja 𝛼 = 𝜔𝑡 + 𝛹𝑖 ou seja 𝛼 varia linearmente
com o tempo.
Então:
Portanto, a corrente sinusoidal 𝑖(𝑡) pode ser representada por 𝐼𝑚 ∙ 𝑒 𝑗(𝜔𝑡+𝛹𝑖 ) , ou pela projecção do vector girante
𝐼𝑚 ∙ 𝑒 𝑗(𝜔𝑡+𝛹𝑖 ) no eixo “+j”.
Por uniformidade, os vectores das quantidades sinusoidais são representados no plano complexo para um tempo ωt
= 0.
Em que Im é uma quantidade complexa cuja grandeza é Im. O vector Im faz um ângulo com o eixo +1 no plano
𝐼 𝑚 = 𝐼𝑚 ∙ 𝑒 𝑗𝛹𝑖 = 𝐼𝑚 ∠𝛹𝑖
A quantidade Im é a amplitude complexa da corrente i(t) (ou a corrente máxima complexa). No plano complexo
representa a corrente i(t) no momento de referência ωt = 0.
𝐼 𝑚 = 𝐼𝑚 ∠𝛹𝑖
Em vez da corrente máxima complexa, é muitas vezes mais conveniente empregar o valor complexo eficaz da corrente
ou simplesmente a corrente complexa que é:
𝐼𝑚 𝐼𝑚 ∙𝑒 𝑗𝛹𝑖 𝐼𝑚
𝐼 = = = ∙ 𝑒 𝑗𝛹𝑖 = 𝐼∠𝛹𝑖
√2 √2 √2
2𝜋 𝑟𝑎𝑑
𝜔= = 2𝜋𝑓 [ ]
𝑇 𝑠
𝑖(𝑡) = 𝐼𝑚 ∙ 𝑠𝑒𝑛(𝜃)
Um diagrama vectorial é uma representação gráfica de vectores de quantidades sinusoidais num plano complexo. As
quantidades são tomadas todas na mesma frequência e com as respectivas diferenças de fase. Por uniformidade os
vectores das quantidades sinusoidais são representados no plano complexo para um tempo ωt = 0.
Consideremos duas correntes 𝑖1 𝑒 𝑖2 da mesma frequência. Combinadas produzem uma corrente i(t) da mesma
frequência.
A grandeza de 𝐼𝑚 é dada pelo comprimento do vector soma e a fase inicial pelo ângulo entre o vector soma e o eixo
+1.
Se os vectores 𝐼 𝑚1 , 𝐼 𝑚2 e 𝐼 𝑚 rodassem a uma velocidade angular ω, em torno da origem das coordenadas, a sua
posição relativa não mudaria.
Exemplo 1:
𝐼𝑚 = 20 𝛹 = 35° 𝐼 𝑚 = 𝐼𝑚 ∠𝛹 ⇒ 𝐼 𝑚 = 20∠35° 𝐴
Em vez de corrente máxima complexa, é muitas vezes mais conveniente empregar o valor complexo da corrente, ou
𝐼𝑚 𝐼𝑚
seja, a corrente complexa eficaz. 𝐼= = ∠𝛹
√2 √2
20
𝐼= ∠35° ⟹ 𝐼 = 14.142∠35° 𝐴
√2
Exemplo 2:
𝑖(𝑡) = 𝐼𝑚 ∙ 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡 + 𝛹)
𝐼𝑚 = 13𝐴 ; 𝛹 = −30°
2.4.1. Resistência
Oferece oposição à passagem da corrente. A unidade da resistência eléctrica no Sistema Internacional é o Ohm (Ω).
Uma resistência diz-se Linear quando a carecterística V/A é uma recta, ou seja, quando a corrente que a atravessa é
directamente proporcional à diferença de potencial entre os seus terminais.
Um elemento resistivo diz-se Não-Linear quando a característica V/A não é uma recta.
Todos os elementos resistivos têm uma potência nominal que é a potência máxima que pode ser dissipada sem que o
aumento da temperatura danifique o elemento resistivo.
Exemplo:
Assim numa resistência de 100Ω e 1W pode passar no máximo uma corrente de 100mA sem danificar o resistor.
𝑅 = 100Ω 𝑒 P = 1W
𝑃 1
𝑃 = 𝑅 ∙ 𝐼 2 ⟹ 𝐼 = √𝑅 = √100 ⟹ 𝐼 = 0,1𝐴 = 100 ∙ 10−3 𝐴 = 100𝑚𝐴
Uma Bobina é um fio condutor enrolado de forma a constituir um conjunto de N espiras (condutores aproximadamente
circulares, todos do mesmo raio, concentrados sobre o mesmo eixo e situados em planos paralelos).
Uma bobina é um dispositivo usado para, ao ser atravessado por uma corrente eléctrica, se obter um campo magnético
uniforme e intenso numa pequena região do espaço (no seu interior). Armazena energia sob a forma de um campo
magnético.
𝑑𝜙 𝑑𝑖
𝑒 = − 𝑑𝑡 = −𝐿 ∙ 𝑑𝑡 pois Φ = 𝐿 ∙ 𝑖
Num circuito eléctrico ou em parte de um circuito eléctrico, em que a variação da corrente é acompanhada por variação
do fluxo e consequentemente uma f.e.m. induzida é dito indutivo, ou estamos em presença de uma indutância L.
Um circuito tem uma indutância de 1 Henry (1H) se uma f.e.m. de 1 Volt é induzida quando a variação da corrente é
1 Ampere por segundo.
Um condensador é um dispositivo constituído por dois condutores (designados armaduras), separados por um
dieléctrico. É normalmente representado pelo símbolo:
Para carregar um condensador deve impor-se uma dada tensão U entre as suas armaduras, por intermédio de uma fonte
de energia eléctrica. Isto fará com que, através da fonte, uma quantidade de carga +Q (proporcional a U) seja retirada
a armadura ligada ao terminal negativo da fonte e acrescentada à armadura ligada ao terminal positivo da fonte. Diz-
se que a carga do condensador é Q (+ Q numa armadura e – Q na outra armadura). Este facto implica o aparecimento
de um campo eléctrico no dieléctrico entre as armaduras, ou seja, o aparecimento de energia eléctrica armazenada
nessa região, obtida à custa da fonte de energia eléctrica que carregou o condensador.
Em conclusão, um condensador é um dispositivo que armazena carga eléctrica (e, consequentemente, armazena
energia correspondente ao campo eléctrico que existe entre as armaduras). A sua capacidade de armazenamento é
definida pela razão constante que existe entre o módulo da carga existente em cada armadura Q e a tensão existente
𝑄
entre elas U: 𝐶= = 𝐶𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒
𝑈
1𝐶 𝐶
[𝐶] = = 1 = 1 𝐹𝑎𝑟𝑎𝑑 = 1𝐹
1𝑉 𝑉
Um condensador representa um circuito aberto em corrente contínua, por isso, não incluímos este dispositivo no estudo
de circuitos de corrente contínua:
𝑄 𝑑𝑞
𝐶 =𝑈 ⇒𝑄 =𝐶∙𝑈 𝑖= 𝑑𝑡
𝑑𝑢𝑐 1
⇒𝑖=𝐶∙ ⇒ 𝑢𝑐 = ∫ 𝑖(𝑡) ∙ 𝑑𝑡
𝑑𝑡 𝐶
2.5. As Leis dos Circuitos Eléctricos de Corrente Alternada Sinusoidal para Valores Instantâneos
𝑢𝑅 𝑢𝑅
𝑢𝑅 = 𝑖(𝑡) ∙ 𝑅 ⇒ 𝑖(𝑡) = ⇒𝑅=
𝑅 𝑖(𝑡)
Para aplicar as Leis de Kirchhoff é preciso saber os sentidos de i, e e u, por isso para circuitos de corrente alternada,
os sentidos de i, e e u marcam-se condicionalmente por meio de setas.
2.5.2.1. Primeira Lei de Kirchhoff: Lei das Correntes (ou Lei dos Nós)
1) A soma algébrica das correntes instantâneas que fluem em qualquer nó de uma rede eléctrica é igual a zero.
𝑖1 − 𝑖2 + 𝑖3 − 𝑖4 = 0
2) A soma das correntes instantâneas que chegam à derivação de um circuito eléctrico é igual a soma das correntes
instantâneas que deixam essa mesma derivação.
𝑖1 + 𝑖3 = 𝑖2 + 𝑖4
2.5.2.2. A Segunda Lei de Kirchhoff: Lei das Tensões (ou Lei das Malhas)
∑ 𝑢𝐾 = 0
𝐾=1
2) A soma algébrica dos valores instantâneos das quedas de tensão em qualquer contorno fechado é igual à soma
algébrica dos valores instantâneos das f.e.m. ao longo do mesmo contorno.
𝑛 𝑛
𝑑𝑖𝐾 1
∑(𝑖𝐾 ∙ 𝑅𝐾 + 𝐿𝐾 ∙ + ∫ 𝑖𝐾 ∙ 𝑑𝑡) = ∑ 𝑒𝑗
𝑑𝑡 𝐶𝐾
𝐾=1 𝑗=1
A potência instantânea p em um circuito é o produto da tensão instantânea através do circuito pela corrente instantânea
no mesmo circuito.
𝑖(𝑡) = 𝐼𝑚 ∙ sen 𝜔𝑡
𝑢𝑅 (𝑡) = 𝑅 ∙ 𝐼𝑚 ∙ sen 𝜔𝑡
𝑢𝑅 (𝑡) = 𝑈𝑚 ∙ sen 𝜔𝑡
𝑈𝑅𝑚 = 𝑅 ∙ 𝐼𝑚 𝐼𝑚 = 𝐼𝑚 ∠0°
𝐼𝑚 𝐼𝑚
𝐼= = ∠0° ⇒ 𝐼 = 𝐼∠0°
√2 √2
𝑈𝑅𝑚
𝑈𝑅𝑚 = 𝑈𝑅𝑚 ∠0° ⇒ 𝑈𝑅 = = 𝑈𝑅 ∠0°
√2
𝑈 𝑈𝑅𝑚
𝑅= = = 𝑅 A resistência representa-se por R na forma complexa.
𝐼 𝐼𝑚
𝑈 =𝑅∙𝐼
Numa resistência a corrente i(t) a tensão u(t) estão em fase (os seus valores máximos são simultâneos).
p(t)
i(t)
u(t)
A potência instantânea tem uma componente constante e uma componente variável (𝑈 ∙ 𝐼 ∙ 𝑐𝑜𝑠2𝜔𝑡) que varia com a
frequência dupla de frequência da corrente e da tensão.
Potência Média
1 𝑇 1 𝑇
𝑝𝑚𝑒𝑑 = ∫ 𝑝(𝑡) ∙ 𝑑𝑡 = ∫ [𝑈 ∙ 𝐼(1 − cos 2𝜔𝑡)] 𝑑𝑡
𝑇 0 𝑇 0
1 𝑇 1 𝑇
𝑝𝑚𝑒𝑑 = ∫ 𝑈 ∙ 𝐼 𝑑𝑡 − ∫ 𝑈 ∙ 𝐼 cos 2𝜔𝑡 𝑑𝑡
𝑇 0 𝑇 0
1 1 𝑈∙𝐼 2𝜋
𝑝𝑚𝑒𝑑 = ∙𝑈∙𝐼− ∙ 𝑠𝑒𝑛2 ∙ ∙𝑇
𝑇 𝑇 2𝜔 𝑇
𝑝𝑚𝑒𝑑 = 𝑈 ∙ 𝐼 − 0 ⇒
𝑝𝑚𝑒𝑑 = 𝑈 ∙ 𝐼
O valor médio da potência eléctrica recebida numa resistência é igual ao produto dos valores eficazes da tensão e da
corrente.
𝑖(𝑡) = 𝐼𝑚 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜔𝑡
𝑑𝑖 𝑑
𝑒𝐿 = −𝐿 ∙ 𝑑𝑡 ⇒ 𝑒𝐿 = −𝐿 ∙ 𝑑𝑡 (𝐼𝑚 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜔𝑡) = −𝜔 ∙ 𝐿 ∙ 𝐼𝑚 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜔𝑡
𝜋 𝜋
= −𝜔 ∙ 𝐿 ∙ 𝐼𝑚 sen( 𝜔𝑡 + ) = 𝜔 ∙ 𝐿 ∙ 𝐼𝑚 ∙ sen( 𝜔𝑡 − )
2 2
𝜋
𝑢𝐿 (𝑡) = −𝑒𝐿 ⇒ 𝑢(𝑡) = 𝜔 ∙ 𝐿 ∙ 𝐼𝑚 ∙ sen( 𝜔𝑡 + )
2
𝜋
𝑈𝑚 = 𝜔 ∙ 𝐿 ∙ 𝐼𝑚 ⇒ 𝑢(𝑡) = 𝑈𝑚 ∙ sen( 𝜔𝑡 + )
2
𝑋𝐿 = 𝜔 ∙ 𝐿 [𝑋𝐿 ] = 1𝑠 −1 ∙ Ω ∙ 𝑠 = 1Ω
Uma indutância oferece a uma corrente alternada uma oposição igual a 𝑋𝐿 = 𝜔𝐿 que é directamente proporcional à
frequência.
𝑈𝑚
𝐼 = 𝐼∠0° 𝑈= ∠90°
√2
0
𝑈𝐿 𝑈𝐿 ∙𝑒 𝑗90
= = 𝑗𝑋𝐿 Assim a reactância indutiva na forma complexa representa-se por jXL
𝐼 𝐼∙𝑒 𝑗0
Numa indutância a tensão está em avanço de 90º sobre a corrente, ou seja, a corrente complexa está em atraso 90º
em relação à tensão.
Potência
Vejamos como varia com o tempo a potência eléctrica recebida pela bobina:
𝜋
𝑝(𝑡) = 𝑢(𝑡) ∙ 𝑖(𝑡) = 𝑈𝑚 ∙ sen( 𝜔𝑡 + ) ∙ 𝐼𝑚 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜔𝑡
2
𝑈𝑚 ∙ 𝐼𝑚 𝑈𝑚 𝐼𝑚
𝑝(𝑡) = ∙ 𝑠𝑒𝑛2𝜔𝑡 = ∙ ∙ 𝑠𝑒𝑛2𝜔𝑡
2 √2 √2
𝑝(𝑡) = 𝑈 ∙ 𝐼 ∙ 𝑠𝑒𝑛2𝜔𝑡
i(t) u(t)
0 𝜋 𝜋 2𝜋 3𝜋 4𝜋 5𝜋 p(t)
2
A frequência da potência instantânea é o dobro da frequência da corrente ou da tensão e varia de forma alternada
sinusoidal.
A área definida entre a função p(t) e o eixo dos tempos é numericamente igual a energia transferida entre a fonte e a
bobina. Assim uma indutância recebe e dá alternadamente energia à fonte.
1 𝑇 𝑈∙𝐼 𝑇
𝑝𝑚𝑒𝑑 = ∫ 𝑈 ∙ 𝐼 𝑠𝑒𝑛2𝜔𝑡𝑑𝑡 = ∫ 𝑠𝑒𝑛2𝜔𝑡 𝑑𝑡
𝑇 0 𝑇 0
𝑈∙𝐼 𝑇 𝑈∙𝐼 2𝜋
= ∙ (−𝑐𝑜𝑠2𝜔𝑡) | = = (−𝑐𝑜𝑠2 ∙ ∙ 𝑇 + 𝑐𝑜𝑠0)
2𝜔 ∙ 𝑇 0 2 ∙ 2𝜋 ∙ 𝑇 𝑇
𝑇
𝑈∙𝐼
∙ (−1 + 1) ⇒ 𝑝𝑚𝑒𝑑 = 0
4𝜋
Para avaliar a potência de troca entre elementos indutivos e as fontes de energia introduz-se uma grandeza que se
designa Potência Reactiva.
𝑄𝐿 = 𝑈𝐿 ∙ 𝐼 = 𝐼 2 ∙ 𝑋𝐿
𝑑𝑞 𝑞
𝑖= 𝐶 =𝑈 ⇒𝑞 =𝐶∙𝑈
𝑑𝑡
𝑑(𝐶 ∙ 𝑈) 𝑑𝑢
𝑖= ⇒𝑖=𝐶∙
𝑑𝑡 𝑑𝑡
𝜋
𝑖(𝑡) = 𝐼𝑚 ∙ 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡 + 2 )
𝑈𝑚
𝐼𝑚 = 𝜔 ∙ 𝐶 ∙ 𝑈𝑚 =
1
𝜔𝐶
1
O termo é chamado Reactância Capacitiva simboliza-se por XC:
𝜔𝐶
1 1
𝑋𝐶 = ⇒ 𝑋𝐶 =
𝜔𝐶 2𝜋 ∙ 𝑓 ∙ 𝐶
1 1 1 1𝑉
[𝑋𝐶 ] = = = = = 1Ω
𝑟𝑎𝑑 1 𝐶 1 𝐴∙𝑠 𝐴
∙ 𝐹 ∙ ∙
𝑠 𝑠 𝑉 𝑠 𝑉
𝑈𝑚 𝐼𝑚
𝑈= ∠0° = 𝑈∠0° 𝐼= ∠90° = 𝐼∠90°
√2 √2
A tensão sinusoidal nos bornes de um condensador tem um atraso de 90º em relação à corrente.
𝑈 𝑈 ∙ 𝑒 𝑗0 𝑈 −𝑗90° °
= 0 = 𝑒 = 𝑋𝐶 ∙ 𝑒 −𝑗90 = −𝑗 ∙ 𝑋𝐶
𝐼 𝐼∙𝑒 𝑗90 𝐼
𝑈
= −𝑗 ∙ 𝑋𝐶 ⇒ 𝑈 = −𝑗 ∙ 𝑋𝐶 ∙ 𝐼
𝐼
𝑈𝑚 ∙ 𝐼𝑚
𝑝(𝑡) = 𝑢(𝑡) ∙ 𝑖(𝑡) = 𝑈𝑚 ∙ 𝐼𝑚 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜔𝑡 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜔𝑡 = ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜔𝑡 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜔𝑡
2
𝑈𝑚 𝐼𝑚
𝑝(𝑡) = ∙ ∙ 𝑠𝑒𝑛2𝜔𝑡
√2 √2
𝑝(𝑡) = 𝑈 ∙ 𝐼 ∙ 𝑠𝑒𝑛2𝜔𝑡
p(t)
A potência instantânea num condensador tem as mesmas características que numa bobina: frequência dupla da tensão
ou da corrente e valor médio nulo.
A área definida entre a função p(t) e o eixo dos tempos é numericamente igual a energia transferida entre a fonte e o
condensador. A área é alternadamente positiva e negativa, ou seja, o capacitor fornece e recebe alternadamente energia
da fonte.
1 𝑇
𝑝𝑚𝑒𝑑 = ∫ 𝑝(𝑡)𝑑𝑡 = 0
𝑇 0
2.7. Análise dos Circuitos de Corrente Alternada pelo Método dos Números Complexos
A razão deste método consiste em que para uma corrente variando sinusoidalmente com o tempo, as equações nos
valores instantâneos, que são de facto equações diferenciais, podem ser substituídas por equações algébricas em
correntes e tensões complexas. Mas especificamente, em qualquer equação de Kirchhoff escrita para um regime
permanente, a corrente instantânea i é substituída pela corrente complexa eficaz 𝐼, a tensão instantânea aplicada a uma
resistência
𝑢𝑅 = 𝑅 ∙ 𝑖(𝑡)
𝑑𝑖
A tensão instantânea aplicada a uma indutância 𝑢𝐿 = 𝐿 ∙ 𝑑𝑡 substitui-se pela quantidade complexa
1
A tensão instantânea aplicada a um capacitor 𝑢𝐶 = 𝐶 ∫ 𝑖(𝑡)𝑑𝑡 substitui-se pela quantidade complexa
A tensão instantânea u ou f.e.m. instantânea e substitui-se pela tensão complexa 𝑈 ou f.e.m complexa 𝐸.
𝑑𝑖(𝑡) 1
𝑢(𝑡) = 𝑢𝑅 + 𝐿 ∙ + ∫ 𝑖(𝑡)𝑑𝑡
𝑑𝑡 𝐶
𝑈 = 𝑈𝑅 + 𝑈𝐿 + 𝑈𝐶
𝑈𝑅 = 𝐼 ∙ 𝑅 ; 𝑈𝐿 = 𝑗𝑋𝐿 ∙ 𝐼 ; 𝑈𝑅 = −𝑗𝑋𝐶 ∙ 𝐼
𝑈 = 𝑅 ∙ 𝐼 + 𝑗𝑋𝐿 ∙ 𝐼 + (−𝑗𝑋𝐶 ) ∙ 𝐼
Eng.º Leonel Fanequiço
Eng.º Nivaldo Garcia 70
Aulas Teóricas de Electrotecnia Teórica I
⇒ 𝑈 = 𝐼[𝑅 + 𝑗(𝑋𝐿 − 𝑋𝑐 )]
𝑍 = 𝑅 + 𝑗(𝑋𝐿 − 𝑋𝑐 )
A impedância tem como parte real a resistência do ramo e como parte imaginária a chamada reactância do ramo,
definida como a diferença entre a reactância indutiva e a reactância capacitiva.
1 1
𝑍 = 𝑅 + 𝑗(𝜔𝐿 − 𝜔𝐶) com 𝑋 = 𝜔𝐿 − 𝜔𝐶
𝑍 = 𝑅 + 𝑗𝑋
A expressão:
𝑈
𝑈 =𝑍∙𝐼 ⇒𝑍 = = 𝐶𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 (para um dado 𝜔 )
𝐼
−𝐼 ∙ 𝑗
𝑈 = 𝑅𝐼 + 𝑗𝜔𝐿 ∙ 𝐼 +
𝜔𝑐
Exemplo 1:
Um ramo de um circuito eléctrico é constituído por uma resistência de 30Ω e uma bobina com 50mH de coeficiente
de auto-indução. Calcular a tensão em cada elemento, a tensão total no ramo e a energia eléctrica dissipada em 10
minutos, quando a variação da corrente for:
Resolução
a)
𝑋𝐿 = 𝜔𝐿
𝑋𝐿 = 500 ∙ 50 ∙ 10−3
𝑋𝐿 = 25Ω
𝑅 = 30Ω
𝐼𝑚 2√2
𝑖(𝑡) = 2√2 ∙ 𝑠𝑒𝑛(500𝑡 + 30° ) ⇒ 𝐼 = ∠Ψ𝑖 ⇒ 𝐼 = ∠30° ⇒ 𝐼 = 2∠30° 𝐴
√2 √2
𝑈𝑅 = 𝑅 ∙ 𝐼 ⇒ 𝑈𝑅 = 30 ∙ 2∠30° ⇒ 𝑈𝑅 = 60∠30°
𝑈𝐿 = 𝐼 ∙ 𝑗𝑋𝐿 ⇒ 𝑈𝐿 = 2∠30° ∙ 𝑗25 = 2∠30° ∙ 25∠90°
𝑈𝐿 = 50∠120° 𝑉
𝑈 = 𝑈𝑅 + 𝑈𝐿 ⇒ 𝑈 = 60∠30° + 50∠120°
𝑈 = 27 + 𝑗73,3 = 78∠69,8° 𝑉
b)
𝐼𝑚
𝑖(𝑡) = 2√2 ∙ 𝑠𝑒𝑛(1000𝑡 + 30° ) 𝐴 𝐼= ∠Ψ𝑖
√2
2√2
𝐼= ∠30° ⇒ 𝐼 = 2∠30° 𝐴
√2
𝑈𝑅 = 𝑅 ∙ 𝐼 ⇒ 𝑈𝑅 = 30 ∙ 2∠30° ⇒ 𝑈𝑅 = 60∠30° 𝑉
Exercício 1:
Repita o exercício exemplo anterior, mas colocando em série com a resistência e a bobina, um condensador com 50𝜇𝐹
de capacidade.
Exercício 2:
Aplicando o conceito de impedância, determine a tensão total do ramo no exercício do exemplo anterior.
2.7.2. Impedância
A impedância de um ramo passivo é a razão entre a tensão complexa entre os seus terminais e a corrente que o
atravessa.
1
𝑍 = 𝑅 + 𝑗(𝜔𝐿 − 𝜔𝐶) ⇒ 𝑍 = 𝑅 + 𝑗𝑋
Onde,
1
𝑋 = 𝜔𝐿 −
𝜔𝐶
𝑍 = 𝑅 + 𝑗𝑋 ⇒ 𝑍 = 𝑍 ∙ 𝑒 𝑗𝜑
𝑍 = √𝑅 2 + (𝑋𝐿 − 𝑋𝐶 )2
1
𝑋 = 𝑋𝐿 − 𝑋𝐶 ; 𝑋𝐿 = 𝜔𝐿 ; 𝑋𝐶 = 𝜔𝐶
𝑍 = √𝑅 2 + 𝑋 2 ;
𝑋 𝑈 𝑈∙𝑒 𝑗Ψ𝑢 𝑈
𝜑 = 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 (𝑅 ) 𝑍= ⇒𝑍= = ∙ 𝑒 𝑗(Ψ𝑢−Ψ𝑖 ) , mas como 𝑍 = 𝑍 ∙ 𝑒 𝑗𝜑
𝐼 𝐼∙𝑒 𝑗Ψ𝑖 𝐼
𝑢(𝑡) = 𝑈𝑚 sen(𝜔𝑡 + 𝛹𝑢 )
𝑖(𝑡) = 𝐼𝑚 sen(𝜔𝑡 + 𝛹𝑖 )
O ângulo 𝜑 entre os vectores corrente e tensão mede-se a partir do vector corrente para o vector tensão.
1 𝐼
𝑌=𝑍 𝑌=𝑈
𝑍 = 𝑅 + 𝑗(𝑋𝐿 − 𝑋𝐶 ) = 𝑅 + 𝐽𝑋 = 𝑍 ∙ 𝑒 𝑗𝜑 = 𝑍∠𝜑
1 1 1 1
𝑌 = 𝑍 ⇒ 𝑌 = 𝑍∠𝜑 = 𝑍∙𝑒 𝑗𝜑 = 𝑍 ∙ 𝑒 −𝑗𝜑 = 𝑌 ∙ 𝑒 −𝑗𝜑
𝑌 = 𝑌∠ − 𝜑
1 1 1
A unidade da admitância é [Ω] ou [Ω -1]. [𝑌] = [ ] = [Ω] = [1 ∙ Ω−1 ]
1∙Ω
1 1 1 ∙ (𝑅 − 𝑗𝑋) 𝑅 − 𝑗𝑋
𝑌= = = = 2
𝑍 𝑅 + 𝑗𝑋 (𝑅 + 𝑗𝑋)(𝑅 − 𝑗𝑋) 𝑅 + 𝑋 2
𝑅 𝑋
𝑌= −𝑗 2
𝑅2 +𝑋 2 𝑅 + 𝑋2
A parte real da admitância designa-se por condutância (𝑔) e a sua parte imaginária por susceptância (b).
𝑅 𝑋
𝑔 = 𝑅2 +𝑋 2 ; 𝑏 = 𝑅2 +𝑋 2
𝑌 = 𝑔 − 𝑗𝑏
Observação:
A condutância e a susceptância de um ramo passivo não são o inverso da resistência e sua reactância respetivamente.
𝑏 = 𝑌 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑
𝑔 = 𝑌 ∙ cos 𝜑
O ângulo 𝜑 é negativo.
𝑈 = 𝐼 ∙ [𝑅 + 𝑗(𝑋𝐿 − 𝑋𝐶 )]
𝑋 = 𝑋𝐿 − 𝑋𝐶
𝑈 = 𝐼 ∙ (𝑅 + 𝑗𝑋) ⇒ 𝑈 = 𝐼 ∙ 𝑅 + 𝐼 ∙ 𝑗𝑋
𝑈 = 𝑈𝑎 + 𝑈𝑋
Eng.º Leonel Fanequiço
Eng.º Nivaldo Garcia 76
Aulas Teóricas de Electrotecnia Teórica I
𝑈𝑎 = 𝐼 ∙ 𝑅 ; 𝑈𝑎 → Tensão activa
𝑈𝑋 = 𝐼 ∙ 𝑗𝑋 ; 𝑈𝑥 → Tensão reactiva
𝑢(𝑡) = 𝑈𝑚 sen(𝜔𝑡 + 𝛹𝑢 )
𝑖(𝑡) = 𝐼𝑚 sen(𝜔𝑡 + 𝛹𝑖 )
𝑈𝑎 = 𝑈 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 𝑈𝑎 = 𝑈𝑎 ∠𝛹𝑢𝑎
𝑈𝑋 = 𝑈 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 𝑈𝑋 = 𝑈𝑋 ∠𝛹𝑢𝑋
𝑌 = 𝑔 − 𝑗𝑏 ⇒ 𝑈 ∙ 𝑌 = 𝑈 ∙ 𝑔 − 𝑗𝑏 ∙ 𝑈
𝐼 = 𝐼𝑎 − 𝐼𝑋 onde 𝐼𝑎 = 𝑈 ∙ 𝑔; 𝐼𝑋 = 𝑈 ∙ 𝑗𝑏
𝑈
𝑈 =𝐼∙𝑍 ⇒𝑍 = 𝐼
𝑈
𝑍=
𝐼
2.7.7.1. Primeira Lei de Kirchhoff: Lei das Correntes (ou Lei dos Nós)
𝑛 𝑛
∑ 𝐼𝐾 ∙ 𝑒 𝑗𝜔𝑡 = 0 ⇒ 𝑒 𝑗𝜔𝑡 ∙ ∑ 𝐼𝐾 = 0
𝐾=1 𝐾=1
𝑒 𝑗𝜔𝑡 ≠ 0 ⇒ ∑ 𝐼𝐾 = 0
𝐾=1
𝐼1 = 𝐼1 + 𝐼2 + 𝐼4 = 0
2.7.7.2. Segunda Lei de Kirchhoff: Lei das Tensões (ou Lei das Malhas)
1) Ao longo de qualquer malha, a soma (vectorial) das representações simbólicas das f.e.m. é igual à soma (vectorial)
das representações simbólicas das tensões nas impedâncias:
𝑛 𝑛
∑ 𝐸𝐾 = ∑ 𝑍𝑖 ∙ 𝐼𝑖
𝐾=1 𝐾=1
2) Ao longo de qualquer malha, a soma (vectorial) das representações simbólicas das tensões em todos elementos é
nula:
∑ 𝑈𝐾 = 0
𝐾=1
2.8. Aplicação dos Métodos de Cálculo dos Circuitos de Corrente Contínua em Circuitos de Corrente Alternada
Sinusoidal
Uma vez que as Leis de Kirchhoff das Correntes e das Tensões se mantêm para circuitos de corrente alternada
sinusoidal, podemos escrever todas as equações do capítulo dos circuitos lineares de corrente contínua na forma
complexa para circuitos de corrente alternada sinusoidal.
Para tal bastará substituir corrente I pelo complexo 𝐼, a condutância 𝑔 pela admitância 𝑌, a resistência R pela
impedância simbólica 𝑍 e a f.e.m. da corrente contínua E pela f.e.m. complexa 𝐸.
Todos os métodos de cálculo dos circuitos de corrente contínua são também válidos para os circuitos de corrente
alternada sinusoidal, bastando para tal utilizar o método dos números complexos.
- Divisor de tensão
- Divisor de corrente
- Teorema de Thevenin
- Etc.
𝑢(𝑡) = 𝑈𝑚 sen(𝜔𝑡)
𝑖(𝑡) = 𝐼𝑚 sen(𝜔𝑡 − 𝜑)
𝜔 = 2𝜋𝑓
𝑝(𝑡) = 𝑢(𝑡) ∙ 𝑖(𝑡) ⇒ 𝑝(𝑡) = 𝑈𝑚 sen(𝜔𝑡) ∙ 𝐼𝑚 sen(𝜔𝑡 − 𝜑)
𝑝(𝑡) = √2 ∙ 𝑈 sen(𝜔𝑡) ∙ √2 ∙ 𝐼 sen(𝜔𝑡 − 𝜑)
𝑝(𝑡) = 2 ∙ 𝑈 ∙ 𝐼 ∙ sen(𝜔𝑡) ∙ sen(𝜔𝑡 − 𝜑)
𝑝(𝑡) = 𝑈 ∙ 𝐼 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 − 𝑈 ∙ 𝐼 ∙ cos(2𝜔𝑡 − 𝜑)
P1 P2
A componente 𝑃1 oscila em torno do valor médio 𝑈 ∙ 𝐼 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑, com frequência angular 2𝜔 nunca mudando de
sinal.
A componente 𝑃2 oscila com idêntica frequência ou seja 2𝜔, possui um valor médio nulo e um valor máximo
𝑈 ∙ 𝐼 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑
É o valor médio da potência instantânea e corresponde por conseguinte à potência que é efectivamente transferida da
fonte para a carga.
𝑃 = 𝑈 ∙ 𝐼 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 𝑃 = 𝑈 ∙ 𝐼𝑎 = 𝑈𝑎 ∙ 𝐼
𝜋 𝜋 𝜋 𝜋
O ângulo do factor de potência φ varia entre − à 2. −2 ≤ 𝜑 ≤
2 2
É o valor máximo da componente da potência instantânea que oscila entre o gerador e a carga, cujo valor médio é
nulo, resultante da variação de energia magnética ou eléctrica armazenada nos elementos indutivos ou capacitivos
respectivamente da impedância da carga.
𝑄 = 𝑈 ∙ 𝐼 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑
Usando os conceitos Potência Activa e Potência Reactiva, podemos reescrever a equação (2.9.1)
P1(t) P2(t)
Onde,
𝑃 = 𝑈 ∙ 𝐼 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 𝑄 = 𝑈 ∙ 𝐼 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑
𝑄 = 𝑈 ∙ 𝐼𝑋 = 𝑈𝑋 ∙ 𝐼 𝑄 = 𝐼2 ∙ 𝑋 𝑄 = 𝑈2 ∙ 𝑏
p(t)
p1(t)
P
0 𝝎𝒕
Q
p2(t)
𝑆 = 𝑈 ∙ 𝐼∗
𝑢(𝑡) = 𝑈𝑚 sen(𝜔𝑡 + 𝛹𝑢 )
𝑖(𝑡) = 𝐼𝑚 sen(𝜔𝑡 + 𝛹𝑖 )
𝑆 = 𝑈 ∙ 𝐼 ∙ 𝑒 𝑗𝜑 ⇒ 𝑆 = 𝑈 ∙ 𝐼∠𝜑 = 𝑆∠𝜑
𝑆 = 𝑈 ∙ 𝐼 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 + 𝑗𝑈 ∙ 𝐼 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑
𝑆 = 𝑃 + 𝑗𝑄
𝑆 = 𝑆 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 + 𝑗𝑆 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 ⇔ 𝑆 = 𝑃 + 𝑗𝑄
A potência complexa 𝑆 é assim, uma grandeza cuja parte real é a potência activa P e cuja parte imaginária é a potência
reactiva Q.
𝑆 =𝑈∙𝐼
𝑆 = √𝑃2 + 𝑄 2
A potência aparente se mede em Volt-Ampere (VA), com o intuito de a distinguir das anteriores
potências.
𝑃 = 𝑆 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 𝑄 = 𝑆 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑
𝑄
𝜑 = 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 (𝑃 ) 𝑈 =𝐼∙𝑍 𝐼 =𝑈∙𝑌
∗
𝑆 = 𝑈 ∙ 𝐼 ∗ = 𝑈 ∙ (𝑈 ∙ 𝐼) = 𝑈 ∙ 𝑈 ∗ ∙ 𝑌 ∗ = 𝑈 2 ∙ 𝑌 ∗
𝑆 = 𝑈 ∙ 𝐼 ∗ = 𝐼 ∙ 𝑍 ∙ 𝐼 ∗ = 𝐼 2 ∙ 𝑍 = 𝐼 2 (𝑅 + 𝑗𝑋)
𝑆 = 𝑅 ∙ 𝐼 2 + 𝑗𝑋 ∙ 𝐼 2
𝑆 = 𝑅 ∙ 𝐼 2 + 𝑗(𝑋𝐿 − 𝑋𝐶 ) ∙ 𝐼 2
𝑃 = 𝑅 ∙ 𝐼2 𝑄 = 𝐼2 ∙ 𝑋 𝑄𝐿 = 𝑋𝐿 ∙ 𝐼 2 𝑄𝐶 = −𝑋𝐶 ∙ 𝐼 2
𝑄 = 𝑈 ∙ 𝐼 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑
𝜑 < 0 ⇒ 𝑄 = 𝑈 ∙ 𝐼 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑
𝑄<0 e 𝑃>0
𝜑<0
𝑄<0
𝑃>0
Na prática dos sistemas de energia eléctrica diz-se, convencionalmente, que uma carga indutiva absorve potência
reactiva, e uma carga capacitiva gera potência reactiva.
𝑃 = 𝑈 ∙ 𝐼 ∙ cos 0 = 𝑈 ∙ 𝐼
𝑄=0
Num circuito de corrente alternada sinusoidal a potência activa fornecida pelas fontes de energia é igual a potência
activa neste consumida e a potência reactiva fornecida pelas fontes de energia é igual a potência reactiva neste
consumida. 𝑆𝑓 = 𝑆𝑐𝑜𝑛𝑠
𝑛 𝑚
∑ 𝑃𝑓𝐾 = ∑ 𝑃𝑐𝑜𝑛𝑠𝑖
𝐾=1 𝑖=1
𝑛 𝑚
∑ 𝑄𝑓𝐾 = ∑ 𝑄𝑐𝑜𝑛𝑠𝑖
{𝐾=1 𝑖=1
∑𝑚 𝑚 2
𝑖=1 𝑃𝑐𝑜𝑛𝑠𝑖 = ∑𝑖=1 𝐼𝑖 ∙ 𝑅𝑖 e ∑𝑚 𝑚 2
𝑖=1 𝑄𝑐𝑜𝑛𝑠𝑖 = ∑𝑖=1 𝐼𝑖 ∙ 𝑋𝑖
𝑚 𝑚
𝑛 𝑛
∑ 𝑃𝑓𝐾 = 𝑅𝑒 ∙ 𝑆𝑓 𝑒 ∑ 𝑄𝑓𝑖 = 𝐼𝑚 ∙ 𝑆𝑓
𝐾=1 𝑖=1
Quando uma fonte de corrente alternada é ligada a um circuito eléctrico contendo uma ou várias indutâncias, e uma
várias capacidades e adicionar a uma ou várias resistências, surgem fenômenos em determinadas condições,
conhecidos como Ressonância.
Em condições de ressonância, tal rede torna-se puramente Ohmíca e a tensão e corrente na rede ficam em fase.
𝑍 = 𝑅 + 𝑗(𝑋𝐿 − 𝑋𝐶 )
𝑋𝐿 − 𝑋𝐶
𝜑 = 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 ( )
𝑅
𝑋
𝜑 = 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 (𝑅 ) Onde: 𝑋 = 𝑋𝐿 − 𝑋𝐶
Condição de ressonância: 𝑋 = 0 ⇒ 𝑋𝐿 = 𝑋𝐶 𝑋𝐿 − 𝑋𝐶 = 0 ⇒ 𝜑 = 0
Quaisquer que sejam os valores de L e de C haverá sempre uma frequência para a qual surge o fenómeno de
ressonância, designada por Frequência de Ressonância (𝑓0 ).
1 1
𝑋𝐿0 = 𝑋𝐶0 ⇒ 𝜔0 𝐿 = ⇒ 𝜔0 =
𝜔0 𝐶 √𝐿𝐶
1
𝑓0 = (2.12.1)
2𝜋√𝐿𝐶
1
𝜔0 𝐿 = 𝜔 = 𝜌 → Reactância Característica
0𝐶
1
𝜔0 ∙ 𝐿 𝜔0 𝐶 𝜌
= = = 𝑄 → 𝐹𝑎𝑐𝑡𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑄𝑢𝑎𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒
𝑅 𝑅 𝑅
Q é chamado Factor de Qualidade de um circuito ressonante. Mostra quantas vezes a tensão no componente reactivo
excede a tensão aplicada, em ressonância.
𝑍 = 𝑅 + 𝑗(𝑋𝐿 − 𝑋𝐶 )
No regime de ressonância 𝑋𝐿 = 𝑋𝐶 ⇒ 𝑋𝐿 − 𝑋𝐶 = 0
𝑍0 = 𝑅
𝑍0 = √𝑅 2 + (𝑋𝐿 − 𝑋𝐶 )2 = √𝑅 2 = 𝑍𝑚𝑖𝑛
2.ª A corrente no regime de ressonância é máxima e está em fase com a tensão aplicada no circuito.
𝑈 𝑈 1
𝐼0 = = ⇒ 𝐼0 = ∙ 𝑈
𝑍0 𝑅 𝑅
𝑈 𝑈
𝐼0 = = = 𝐼𝑚𝑎𝑥
𝑍𝑚𝑖𝑛 𝑍0
𝑃 = 𝐼02 ∙ 𝑅 2
como 𝐼0 = 𝐼𝑚𝑎𝑥 ⇒ 𝑃0 = 𝐼𝑚𝑎𝑥 ∙𝑅 𝑃0 = 𝑃𝑚𝑎𝑥
𝑌 = 𝑌1 + 𝑌2
1
𝑌1 =
𝑅1 + 𝑗𝑋𝐿
𝑅1 𝑋𝐿
𝑌1 = 2−𝑗 2 ⇒ 𝑌1 = 𝑔1 − 𝑗𝑏𝐿
𝑅12 + 𝑋𝐿 𝑅1 + 𝑋𝐿2
𝑅2 −𝑋𝐶 𝑅2 𝑋𝐶
𝑌2 = 2−𝑗 2 2 = 𝑌2 = 2 2+𝑗 2
𝑅22 + 𝑋𝐶 𝑅2 + 𝑋𝐶 𝑅2 + 𝑋𝐶 𝑅2 + 𝑋𝐶2
⇒ 𝑌2 = 𝑔2 + 𝑗𝑏𝐶
𝑌 = (𝑔1 + 𝑔2 ) − 𝑗(𝑏𝐿 − 𝑏𝐶 )
Por definição em Ressonância 𝐼 está em fase com 𝑈. Isto só pode acontecer se:
−(𝑏𝐿 − 𝑏𝐶 )
𝑏𝐿 − 𝑏𝐶 = 0 ⇒ 𝑏𝐿 = 𝑏𝐶 ⇒ 𝜑 = 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 [ ]=0
𝑔1 + 𝑔2
Em ressonância 𝜑=0
1
𝑋𝐿 𝑋𝐶 𝜔𝐿 𝜔𝐶
= ⇒ =
𝑅12 + 𝑋𝐿2 𝑅22 + 𝑋𝐶2 𝑅12 + 𝜔 2 𝐿2 𝑅 2 + 1
2 𝜔2𝐶 2
𝜔𝐿 1 1 1
⇒ = ∙ =
𝑅12 2
+𝜔 𝐿 2 𝜔𝐶 𝑅 2 + 1 1
2 2 2 𝜔𝐶𝑅22 + 𝜔 ∙ 𝐶
𝜔 𝐶
𝜔𝐿 1 𝜔𝐶
= 2 2 2 = 2 2 2
𝑅12 2
+𝜔 𝐿 2 𝜔 𝐶 𝑅2 + 1 𝜔 𝐶 𝑅2 + 1
𝜔∙𝐶
⇒ 𝐿 ∙ 𝜔2 ∙ 𝐶 2 ∙ 𝑅22 + 𝐿 = 𝐶 ∙ 𝑅12 + 𝜔2 ∙ 𝐿2 ∙ 𝐶
⇒ 𝐿 ∙ 𝜔2 ∙ 𝐶 2 ∙ 𝑅22 − 𝜔2 ∙ 𝐿2 ∙ 𝐶 = 𝐶 ∙ 𝑅12 − 𝐿
⇒ 𝜔2 (𝐿 ∙ 𝐶 2 ∙ 𝑅22 − 𝐿2 ∙ 𝐶) = 𝐶 ∙ 𝑅12 − 𝐿
𝐿 𝐿
𝐶(𝑅12 − 𝐶 ) 𝑅12 − 𝐶
⇒ 𝜔2 = ⇒ 𝜔2 =
𝐶(𝐿 ∙ 𝐶 ∙ 𝑅22 − 𝐿2 ) 𝐿
𝐿𝐶(𝑅22 − 𝐶 )
𝐿 𝐿
1 𝑅12 − 𝐶 1 − 𝑅12
𝜔0 = ∙√ 𝑜𝑢 𝜔0 = ∙√ 𝐶 (2.12.2)
√𝐿𝐶 𝐿 √𝐿𝐶 𝐿
𝑅22 − 𝐶 − 𝑅2
2
𝐶
𝑌 = (𝑔1 + 𝑔2 ) − 𝑗(𝑏𝐿 − 𝑏𝐶 )
Em ressonância ⇒ 𝑏𝐿 − 𝑏𝐶 = 0 ⇒ 𝑌 = (𝑔1 + 𝑔2 )
Se 𝑅1 = 𝑅2 = 0 ⇒ 𝑔1 = 𝑔2 = 0 ⇒ 𝑌 = 0 ⇒ 𝑍 = ∞
𝐿 1 0
2. = 𝑅12 = 𝑅22 ⇒ 𝜔 = √
𝐶 √𝐿𝐶 0
Isto é, a frequência da ressonância é indeterminada. Isto fisicamente significa que a ressonância é possível em qualquer
frequência e que um circuito nestas condições é puramente Ohmíco.
1
3. Com 𝑅1 = 𝑅2 ⇒ 𝜔𝑟𝑒𝑠𝑠 = 𝜔0 =
√𝐿𝐶
𝐿 1
4. 𝑅12 ≈ 𝑅22 ≪ 𝐶 ⇒ 𝜔0 ≈
√𝐿𝐶
𝑈 ∙ 𝑌0 = 𝑈 ∙ 𝑔1 + 𝑈 ∙ 𝑔2 = 𝐼𝑎1 + 𝐼𝑎2 = 𝐼0
No regime de ressonância, sob certas condições, as correntes nos ramos podem superar a corrente total 𝐼.
4.ª As potências reactivas dos elementos reactivos no regime de ressonância são iguais.
−(𝑏𝐿 − 𝑏𝐶 )
𝜑 = 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 ( )
𝑔1 + 𝑔2
2.13. Corrente Alternada Através de Uma Rede de Dois Terminais – Determinação da Impedância de Entrada
Consideremos a rede passiva de dois terminais ligada a uma fonte de alimentação. Vamos determinar a impedância
de entrada no bipolo.
Para a determinação analítica da impedância da rede, o conhecimento das suas ligações internas e os valores das
resistências e reactâncias em jogo é essencial.
Para determinação experimental da impedância de entrada da rede pode ser usado o Amperímetro para medir a
intensidade da corrente I, o Voltímetro para medir a tensão 𝑈𝑎𝑏 = 𝑈 e o Wattímetro para medir a potência activa
consumida pela rede.
O Wattímetro é um aparelho de medição que serve para medir a potência activa no circuito eléctrico.
𝑃
𝑃 = 𝑈 ∙ 𝐼 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 ⇒ 𝑐𝑜𝑠𝜑 = 𝑈∙𝐼 (2.13.1)
Os aparelhos de medida instalados no circuito permitem obter a potência activa P, a tensão U e a intensidade de
corrente I. Os aparelhos de medida (voltímetros e amperímetros) dão-nos valores eficazes.
𝑈
O módulo da impedância Z pode ser facilmente determinado, a partir da equação: 𝑍= =𝑍
𝐼
𝑅 = 𝑍 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑
𝑋 = 𝑍 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑
a) Impedância Indutiva
𝐼1 < 𝐼 ⇒ 𝜑 > 0
𝐼1 < 𝐼 ⇒ 𝜑 > 0
b) Impedância Capacitiva
𝐼1 > 𝐼 ⇒ 𝜑 < 0
𝜑 < 0 ⇒ Impedância Capacitiva
Com o fecho do interruptor k o amperímetro dá uma leitura crescente 𝐼1 > 𝐼 se a impedância for capacitiva.
Repare que a corrente através do condensador 𝐼𝐶 está avançada em 90° em relação à tensão complexa 𝑈.
Actualmente há aparelhos de medição muitíssimo sofisticados que mostram a forma de onda da tensão alternada
sinusoidal, forma de onda da corrente e conteúdo harmónico.
Seja uma carga de impedância complexa 𝑍 ligada a uma rede activa de dois terminais ab.
𝑈𝑎𝑏,𝑚𝑣
Pelo Teorema de Thevenin 𝐼= 𝑍𝑒𝑞 +𝑍
𝑈𝑎𝑏,𝑚𝑣
Portanto, 𝐼 = (𝑅
𝑒𝑞 +𝑅)+𝑗(𝑋𝑒𝑞 +𝑋)
Escolhemos X de modo que uma corrente máxima passa circular no circuito. Isto acontece quando.
𝑋𝑒𝑞 + 𝑋 = 0
Então esta rede está em ressonância com a carga Z e a corrente da carga está em fase com a tensão 𝑈𝑎𝑏,𝑚𝑣 .
𝑈𝑎𝑏,𝑚𝑣
𝐼= ⇒𝜑=0
𝑅𝑒𝑞 + 𝑅
Como vimos no capítulo dos circuitos de corrente contínua quando 𝑅𝑒𝑞 = 𝑅 A potência transferida para carga será
máxima e dada por:
2
𝑈𝑎𝑏,𝑚𝑣
𝑃=
4 ∙ 𝑅𝑒𝑞
𝑗𝑋 = −𝑗𝑋𝑒𝑞
{ ⇒ Quando 𝑋𝑒𝑞 é indutivo, temos que escolher X capacitivo ou vice-versa.
𝑅 = 𝑅𝑒𝑞
Portanto, para que a potência transferida do bipolo activo à carga seja máxima é necessário que:
∗
⇒ 𝑍 = 𝑍𝑒𝑞
Pode acontecer que a carga 𝑍 de uma rede de dois terminais já esteja fixada e não pode ser alterada.
Então a carga e a rede podem ser ligadas através de um transformador de adaptação e não directamente pelos terminais
a e b.
𝑈1 = 𝑈𝑎𝑏,𝑚𝑣
𝑈1 𝐼2
𝑆1 = 𝑆2 ⇒ 𝑈1 ∙ 𝐼1 = 𝑈2 ∙ 𝐼2 ⇒ = =𝑘
𝑈2 𝐼1
𝐼2
𝑈1 = 𝑘 ∙ 𝑈2 = 𝐼1
𝑘
𝑈1 𝑘 ∙ 𝑈2 𝑈2
𝑍𝑎𝑏 = = = 𝑘2 ∙ ⇒ 𝑍𝑎𝑏 = 𝑘 2 ∙ 𝑍
𝐼1 𝐼2 𝐼2
𝑘
∗
Para obter potência máxima transferida do bípolo à carga é necessário que: 𝑍𝑎𝑏 = 𝑍𝑒𝑞
2.15.1. Introdução
Se um circuito eléctrico contém uma indutância mútua (isto é, enrolamentos magneticamente acoplados), o fluxo
originado por um, abraça o outro, e há uma f.e.m. da indução mútua em cada enrolamento que deve ser levada em
conta.
Ao escrever as equações para um circuito com indução mútua, deve-se saber os sentidos relativos das f.e.m. de auto e
mútua indução.
M→ determina o valor do fluxo da indução da 2ª bobina criado pela corrente da 1ª bobina, isto é,
Ψ2𝑀 = 𝑀 ∙ 𝑖1
A unidade da Indução Mútua [M] no SI é a unidade da Indução [L] que é o Henry [H].
Vamos supor que temos uma fonte de alimentação ligada a 1ª bobina (i1 ≠ 0) e os terminais da 2ª bobina se encontram
Ψ1 = 𝐿1 ∙ 𝑖1
𝑑
𝑒𝑀2 = −𝑀 ∙ ∙ [𝐼1𝑚 ∙ 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡 + Ψ𝑖1 )]
𝑑𝑡
𝜋
𝑒𝑀2 = −𝜔 ∙ 𝑀 ∙ 𝐼1𝑚 ∙ 𝑠𝑒𝑛 (𝜔𝑡 + Ψ𝑖1 + 2 )
𝜋
𝑒𝑀2 = 𝜔 ∙ 𝑀 ∙ 𝐼1𝑚 ∙ 𝑠𝑒𝑛 (𝜔𝑡 + Ψ𝑖1 − 2 )
𝑋𝑀 = 𝜔 ∙ 𝑀 ⇒ 𝑋𝑀 = 2𝜋𝑓𝑀
𝜋
𝑒𝑀2 = 𝐸𝑀2𝑚 ∙ 𝑠𝑒𝑛 (𝜔𝑡 + Ψ𝑖1 − 2 )
𝜋
𝑒𝑀2 (𝑡) = 𝐸𝑀2𝑚 ∙ 𝑠𝑒𝑛 (𝜔𝑡 + Ψ𝑖1 − 2 )
𝜋
𝐸𝑀2 = 𝑋𝑀 ∙ 𝐼1 ⇒ 𝐸𝑀2 = 𝑋𝑀 ∙ 𝐼1 ∙ 𝑒 𝑗(𝜔𝑡+Ψ𝑖1 − 2 )
𝜋
𝐸𝑀2 = 𝑋𝑀 ∙ 𝐼1 ∙ 𝑒 𝑗Ψ𝑖1 ∙ 𝑒 −𝑗 2 ∙ 𝑒 𝑗𝜔𝑡
𝜋
𝐸𝑀2 = 𝑋𝑀 ∙ 𝐼1 ∙ 𝑒 − 2 → Quantidades sinusoidais são representadas no plano complexo para um tempo ωt = 0.
A conversão é assinalar terminais idênticos (início das bobinas) com um asterisco ou um ponto.
Na realidade a corrente pode passar em ambos as bobinas. Nestas condições podem existir dois casos:
Se o fluxo da indução mútua aumenta o fluxo da indução própria duma bobina tem-se a Ligação das Bobinas em
Conjunção. As correntes dirigem-se para (ou distanciam-se) dos terminais homólogos, marcados com asterisco.
1.ª Bobina
2.ª Bobina
Se o fluxo da indução mútua diminui o fluxo da indução própria de uma bobina tem-se a Ligação das Bobinas em
Oposição. Numa bobina a corrente corre para o terminal marcado com asterisco enquanto na outra bobina corre
distanciando-se do terminal com asterisco.
1.ª Bobina
2.ª Bobina
Os circuitos eléctricos possuindo induções mútuas são calculados pelo método dos números complexos.
Exemplo:
1.ª Lei:
𝑁𝑒𝑞 = 𝑁 − 1 ⇒ 𝑁𝑒𝑞 = 2 − 1 = 1
𝐼1 + 𝐼2 − 𝐼3 = 0
𝑈
𝑍𝑒𝑞 = ⇒ 𝑈 = 𝑍𝑒𝑞 ∙ 𝐼 → Lei de Ohm
𝐼
𝑈 = 𝐼1 ∙ 𝑍1 + 𝐼2 ∙ 𝑍𝑀
⇒{
𝑈 = 𝐼1 ∙ 𝑍𝑀 + 𝐼2 ∙ 𝑍2
𝑍1 𝑍𝑀 2
∆= | | = 𝑍1 ∙ 𝑍2 − 𝑍𝑀
𝑍𝑀 𝑍2
𝑈 𝑍𝑀
∆𝐼1 = | | = 𝑈 ∙ 𝑍2 − 𝑈 ∙ 𝑍𝑀 = 𝑈(𝑍2 − 𝑍𝑀 )
𝑈 𝑍2
𝑍1 𝑈
∆𝐼2 = | | = 𝑍1 ∙ 𝑈 − 𝑍𝑀 ∙ 𝑈 = 𝑈(𝑍1 − 𝑍𝑀 )
𝑍𝑀 𝑈
∆𝐼1 𝑈(𝑍2 − 𝑍𝑀 )
𝐼1 = = 2
∆ 𝑍1 ∙ 𝑍2 − 𝑍𝑀
Eng.º Leonel Fanequiço
Eng.º Nivaldo Garcia 104
Aulas Teóricas de Electrotecnia Teórica I
∆𝐼2 𝑈(𝑍1 − 𝑍𝑀 )
𝐼2 = = 2
∆ 𝑍1 ∙ 𝑍2 − 𝑍𝑀
𝑈
𝐼 = 𝐼1 + 𝐼2 ; 𝑍𝑒𝑞 = 𝐼
𝑈
𝑍𝑒𝑞 =
𝑈(𝑍2 − 𝑍𝑀 ) 𝑈(𝑍1 − 𝑍𝑀 )
2 + 2
𝑍1 ∙ 𝑍2 − 𝑍𝑀 𝑍1 ∙ 𝑍2 − 𝑍𝑀
2
𝑈 𝑈(𝑍1 ∙ 𝑍2 − 𝑍𝑀 )
𝑍𝑒𝑞 = =
𝑈(𝑍2 − 𝑍𝑀 + 𝑍1 − 𝑍𝑀 ) 𝑈(𝑍2 + 𝑍1 − 2𝑍𝑀 )
2
𝑍1 ∙ 𝑍2 − 𝑍𝑀
2
𝑍1 ∙ 𝑍2 − 𝑍𝑀
𝑍𝑒𝑞 =
𝑍2 + 𝑍1 − 2𝑍𝑀
𝐿1 ∙ 𝐿2 − 𝑀2
𝐿𝑒𝑞 =
𝐿1 + 𝐿2 − 2𝑀
2
𝑍1 ∙𝑍2 −𝑍𝑀
2.15.7.2. Ligação em Oposição 𝑍𝑒𝑞 =
𝑍2 +𝑍1 +2𝑍𝑀
1ª Experiência
𝑈1 𝑃1
𝑍𝑒𝑞1 = ; 𝜑1 = 𝑎𝑟𝑐𝑐𝑜𝑠 (𝑈 )
𝐼1 1 ∙𝐼1
𝑃1
𝑃1 = 𝑈1 ∙ 𝐼1 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑1 ⇒ 𝜑1 = 𝑎𝑟𝑐𝑐𝑜𝑠 ( )
𝑈1 ∙ 𝐼1
2ª Experiência
𝑈2 𝑃2
𝑍𝑒𝑞2 = 𝑃2 = 𝑈2 ∙ 𝐼2 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑2 ⇒ 𝜑2 = 𝑎𝑟𝑐𝑐𝑜𝑠 (𝑈 )
𝐼2 2 ∙𝐼2
Se 𝑋𝑒𝑞1 > 𝑋𝑒𝑞2 ⇒ Significa que na 1ª experiência as bobinas estão ligadas em Conjunção.
Se 𝑋𝑒𝑞2 > 𝑋𝑒𝑞1 ⇒ Significa que na 2ª experiência as bobinas estão ligadas em Conjunção.
𝑋𝑒𝑞𝐶𝑜𝑛𝑗 = 𝑋1 + 𝑋2 + 2𝑋𝑀
𝑋𝑒𝑞𝑂𝑝 = 𝑋1 + 𝑋2 − 2𝑋𝑀
𝑋𝑒𝑞𝐶𝑜𝑛𝑗 − 𝑋𝑒𝑞𝑂𝑝
𝑀=
4𝜔
𝑈2 𝑈2
𝑈2 = 𝑗𝑋𝑀 ∙ 𝐼1 ⇒ 𝑋𝑀 = ⇒𝑀=
𝐼1 𝜔 ∙ 𝐼1
Um transformador de 500 kVA funciona à plena carga (à potência aparente nominal) para alimentar uma única carga
com um factor de potência de 0,6 indutivo. A tensão na carga é de 5 kV, a frequência do regime é de 50 Hz e a
impedância da linha, assim como a impedância interna da fonte, são desprezáveis.
a) Qual a capacidade da bateria de condensadores a colocar em paralelo com a carga para corrigir o factor de
potência para 0,9 indutivo?
Qual é o valor da corrente na linha antes e depois da correcção do factor de potência?
Qual é a potência activa, reactiva e aparente antes e depois da correcção do fator de potência?
b) Qual a capacidade da bateria de condensadores colocar em paralelo com a carga para eliminar completamente
a potência reactiva.
Resolução
𝑆1 500 ∙ 103
𝑆1 = 𝑈1 ∙ 𝐼1 ⇒ 𝐼1 = ⇒ 𝐼1 = = 100 𝐴
𝑈1 5 ∙ 103
𝐼1 = 100∠ − 53,13° 𝐴
𝑈2 = 𝑈1 ⇒ 𝑈2 = 5 ∙ 103 𝑉
𝑃2 = 𝑃1 (A potência activa da carga /resistência não altera com a introdução de condensadores em paralelo, a
potência reactiva altera).
𝑃2 300∙103
𝑃2 = 300 𝑘𝑊 𝑃2 = 𝑈2 ∙ 𝐼2 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑2 ⇒ 𝐼2 = 𝑈 ⇒ 𝐼2 = 5∙103 ∙0,9
2 ∙𝑐𝑜𝑠𝜑2
𝑄2 = 145,3𝑘𝑉𝑎𝑟
Com a ligação da bateria de condensadores a corrente baixa de 100 A para 66,67A o que significa menos aquecimento
para o transformador e possibilidade de ligação de mais cargas.
Isto significa que há possibilidade de ligação de mais cargas pois o transformador já não está a funcionar em plena
carga.
A corrente que passa pelo condensador a colocar em paralelo com a carga em será:
Podemos ver que a corrente 𝐼𝐶 tem um avanço de 90° em relação à tensão aplicada.
𝑈2 5 ∙ 103 ∠0°
𝑈2 = 𝐼𝐶 ∙ (−𝑗𝑋𝐶 ) ⇒ −𝑗𝑋𝐶 = ⇒ −𝑗𝑋𝐶 =
𝐼𝐶 51∠90°
1 1 1
𝑋𝐶 = ⇒𝐶= ⇒𝐶=
𝜔∙𝐶 𝜔 ∙ 𝑋𝐶 2𝜋𝑓 ∙ 𝑋𝐶
1
𝐶= ⇒ 𝐶 = 3,25 ∙ 10−5 𝐹 ⇒ 𝐶 = 32,5 ∙ 10−6 𝐹
2𝜋 ∙ 50 ∙ 98,04
𝐶 = 32,5 𝜇𝐹
𝐼𝐶 = 51∠90° = 𝑗51 𝐴
𝑈2 = 𝑈1 ⇒ 𝑈2 = 5 ∙ 103 ∠0° 𝑉
𝑐𝑜𝑠𝜑2 = 1 ⇒ 𝜑2 = 𝑎𝑟𝑐𝑐𝑜𝑠1 ⇒ 𝜑2 = 0°
𝑃2 300 ∙ 103
𝑃2 = 𝑈2 ∙ 𝐼2 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑2 ⇒ 𝐼2 = ⇒ 𝐼2 = ⇒ 𝐼2 = 60 𝐴
𝑈2 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑2 5 ∙ 103 ∙ 1
𝐼2 = 60∠0°
𝑈 5 ∙ 103 ∠0°
𝑈 = 𝐼𝐶 ∙ (−𝑗𝑋𝐶 ) ⇒ −𝑗𝑋𝐶 = ⇒ −𝑗𝑋𝐶 =
𝐼 80∠90°
1 1
𝐶= ⇒𝐶= = 5,09 ∙ 10−5 𝐹
2𝜋𝑓 ∙ 𝑋𝐶 2𝜋 ∙ 50 ∙ 62,5
𝐶 = 50,9 𝜇𝐹
𝜑2 = 0
𝐼2 e 𝑈 em fase
𝑄𝐶
𝑄𝐶 = 𝑄1 − 𝑄2 ; 𝑄𝐶 = −𝐼𝐶2 ∙ 𝑋𝐶 ; 𝑄𝐶 = 𝑈 ∙ 𝐼𝐶 ⇒ 𝐼𝐶 = 𝑈
𝐼2
𝑄𝐶 = −𝐼𝐶2 ∙ 𝑋𝐶 ⇒ 𝐶 = − 2𝜋𝑓∙𝑄
𝐶
𝐶
1
𝑋𝐶 =
𝜔𝐶
Ângulo Inscrito
É aquele que tem vértice num círculo e os seus lados são cordas desse círculo. O ângulo inscrito num círculo é medido
pela metade do arco correspondente (limitado pelas cordas).
1 1
̂
∢𝐴𝐵𝐶 = 𝐴𝐷𝐶 ∢𝐴𝐷𝐶 = ̂
𝐴𝐵𝐶
2 2
1 1
∢𝐴𝐵𝐶 = Ψ ∢𝐴𝐷𝐶 = 𝛽 Ψ+β= ̂ + 𝐴𝐵𝐶
(𝐴𝐷𝐶 ̂ ) = ∙ 2𝜋 = 𝜋
2 2
Qualquer que seja a posição do ponto D, no intervalo de A à C, o ângulo entre o prolongamento da corda AD (isto é,
DE) e a corda DC permanece imutável e igual a Ψ.
Construção de uma circunferência, sendo dados uma corda e um ângulo inscrito Ψ − Algoritmo:
2º Desenhar uma linha fazendo um ângulo Ψ com o prolongamento da corda; a linha será tangente ao círculo
procurado;
5º Construir a circuferência.
No plano complexo, fixemos a corda AC na direção de eixo +1. Se o ângulo Ψ é positivo, deve ser desenvolvido a
partir do prolongamento da corda no sentido anti-horário, se for negativo, no sentido horário.
Dados: ̂
Corda 𝐴𝐶 Ângulo Ψ = 60°
𝐺⃗ + 𝐻
⃗⃗ = 𝐹⃗ ⇒ 𝐺 + 𝐻 = 𝐹
⃗⃗ |
|𝐻 𝐻
|𝐺⃗ |
= 𝐾 , ou seja, =𝐾
𝐺
⃗⃗ = 𝐾 ∙ 𝐺⃗ ∙ 𝑒 𝑗Ψ ⇒ 𝐻 = 𝐾 ∙ 𝐺 ∙ 𝑒 𝑗Ψ
𝐻
𝐺 + 𝐻 = 𝐹 ⇒ 𝐺 + 𝐾 ∙ 𝐺 ∙ 𝑒 𝑗Ψ = 𝐹
𝐹
𝐺(1 + 𝐾 ∙ 𝑒 𝑗Ψ ) = 𝐹 ⇒ 𝐺 = 1+𝐾∙𝑒 𝑗Ψ (2.18.1)
Quando K varia de zero (0) a infinito, os dois vectores 𝐺 e 𝐻 também variam, mas de modo que o ângulo Ψ entre
eles permanece constante, sendo a soma dos vectores igual ao vector 𝐹.
Quando K varia de zero a infinito, a extremidade do vector 𝐺⃗ traça um arco de círculo cuja a corda é o vector 𝐹⃗ .
Portanto, pode-se dizer que o arco ̂ é o lugar geométrico do vector 𝐺⃗ .
𝐴𝐷𝐶
Grandezas sinusoidais podem ser representadas por vectores num plano complexo. Se uma determinada grandeza (U
ou I) num circuito eléctrico pode ser representada por uma equação idêntica a equação (2.18.1), o lugar geométrico
do vector corrente ou tensão similar a 𝐺 na equação (2.18.1), será um arco de círculo. Pressupõe-se que a frequência
é constante.
𝑈
𝐼=
𝑍1 + 𝑍
𝑈
𝑍1 𝑈 𝐼𝐶𝐶
𝐼= Se 𝐼𝐶𝐶 = Então 𝐼= ⇒
𝑍 𝑍1 𝑍
1+ 1 + ( ) ∙ 𝑒 𝑗(𝜑−𝜑1)
𝑍1 𝑍1
𝐼𝐶𝐶
𝐼= (2.18.2)
𝑍
1 + 𝑍 ∠𝜑 − 𝜑1
1
Equação idêntica à equação (2.18.2) é semelhante à equação (2.18.1). Comparando estas duas equações:
𝑍
𝐼𝐶𝐶 → 𝐸 ; 𝐼→𝐺 ; 𝐾= ; Ψ = 𝜑 − 𝜑1
𝑍1
Portanto, quando 𝑍 varia, a extremidade do vector 𝐼 traça um arco de circunferência cuja corda é 𝐼𝐶𝐶 .
1º Traçar o vector do dado apresentado, tomando este como referência, neste caso 𝑈.
3º Desenhar uma linha (tangente à circunferência) fazendo um ângulo Ψ com prolongamento da corda (neste caso
𝐼𝐶𝐶 ). Ψ > 0 → sentido anti-horário Ψ < 0 sentido horário.
5º Levantar uma perpendicular à recta tangente no ponto de tangência. A intersepção entre a perpendicular à recta
tangente e a perpendicular bissectora é o centro da circunferência.
6º Desenhar a circunferência.
7º Traçar o segmento da impedância 𝑍1 , coincidente com 𝐼𝐶𝐶 , numa determinada escala para impedância. 𝑍1 e 𝐼𝐶𝐶
estão em fase.
8º Traçar a linha de variação da impedância 𝑍 a partir da extremidade de 𝑍1 . Para tal, da extremidade do segmento
da impedância 𝑍1 , marcar o ângulo – Ψ com o prolongamento do segmento da impedância 𝑍1.
Exemplo 1
𝑈 𝑈∠0° 𝑈
𝐼𝐶𝐶 = 𝑍 ⇒ 𝐼𝐶𝐶 = 𝑍 ⇒ 𝐼𝐶𝐶 = 𝑍 ∠−𝜑1 𝜑 − 𝜑1 < 0 ⇔ Ψ < 0
1 1 ∠𝜑1 1
1Ω 𝑈(𝑉) 𝐼(𝐴)
Escala: |1𝑐𝑚| ; | 1𝑐𝑚 | ; |1𝑐𝑚|
𝑈 𝑈
𝑈 𝑍1 𝑍1
𝐼= ⇒𝐼= =
𝑍1 + 𝑍 𝑍 𝑍
1+𝑍 1 + 𝑍 ∠𝜑 − 𝜑1
1 1
𝑈 𝑈
𝐼 ∙ 𝑍1 = ⇒ 𝑈1 =
𝑍 𝑍
1 + 𝑍 ∠𝜑 − 𝜑1 1 + 𝑍 ∠𝜑 − 𝜑1
1 1
𝑈
𝐸𝑒𝑞 = 𝑈𝑎𝑏,𝑚𝑣 𝐼 = 𝑍 𝑎𝑏,𝑚𝑣 𝑍𝐶 → variável mas 𝜑𝐶 constante
+𝑍
𝑒𝑞 𝐶
𝑈𝑎𝑏,𝑚𝑣
𝑍𝑒𝑞 𝐼𝐶𝐶
𝐼= 𝑍 = 𝑍
1+ 𝐶 1+ 𝐶 ∠(𝜑𝐶 −𝜑𝑒𝑞 )
𝑍𝑒𝑞 𝑍𝑒𝑞
𝐼𝐶𝐶 𝑈𝑎𝑏,𝑚𝑣
𝐼= ⇒ 𝐼𝐶𝐶 = Onde Ψ = 𝜑𝐶 − 𝜑𝑒𝑞
𝑍 𝑍𝑒𝑞
1 + 𝐶 ∠Ψ
𝑍𝑒𝑞
3.1.Definição
Correntes e Tensões Periódicas Não Sinusoidais são aquelas que variam com o tempo periodicamente, mas cuja
forma de onda é diferente da forma sinusoidal.
1º Uma fonte de tensão ou corrente gera uma f.e.m ou corrente não sinusoidal, enquanto os outros elementos do
circuito (resistências, indutâncias e capacitâncias) são lineares.
2º Uma fonte de tensão ou corrente gera uma f.e.m ou corrente sinusoidal num circuito com um ou vários elementos
não lineares.
3º Fontes geram uma fonte f.e.m ou corrente não sinusoidal e o circuito contém elementos não lineares.
4º Fontes geram uma corrente contínua ou f.e.m sinusoidal enquanto um ou vários elementos do circuito variam
periodicamente.
∞ ∞
Qualquer função 𝑓(𝑥) ou 𝑓(𝑡) que é periódica (com período 2𝜋) pode ser representada por uma série de parcelas
em cosseno e seno, chamada Série de Fourier ou Série Harmónica.
𝑘 = 1 → 1ª Harmónica sinusoidal
𝑘 = 1, 2, 3, 4, 5, 6, … , ∞
𝑇
1
𝐴0 = ∫ 𝑓(𝑡)𝑑𝑡
𝑇
0
Uma segunda forma da série de Fourier possuindo só parcelas em seno ou cosseno pode ser usada.
2𝜋
𝜔(1) = 2𝜋 ∙ 𝑓(1) =
𝑇
𝑇
1
𝐴0 = ∫ 𝑓(𝑡)𝑑𝑡
𝑇
0
2 (𝑘) 2
𝐴𝑚1 (𝑘) = √𝐵𝑚1 + 𝐶𝑚1 (𝑘)
𝐶𝑚1 (𝑘)
Ψ(𝑘) = 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 ( )
𝐵𝑚1 (𝑘)
𝑇
1
𝐵𝑚1 (𝑘) = ∫ 𝑓(𝑡) ∙ 𝑠𝑒𝑛𝑘𝜔1 ∙ 𝑡𝑑𝑡 = 𝐴𝑚1 (𝑘) ∙ 𝑐𝑜𝑠Ψ𝑘
𝑇
20
𝑇
1
𝐶𝑚1 (𝑘) = ∫ 𝑓(𝑡) ∙ 𝑐𝑜𝑠𝑘𝜔1 ∙ 𝑡𝑑𝑡 = 𝐴𝑚1 (𝑘) ∙ 𝑠𝑒𝑛Ψ𝑘
𝑇
20
1 𝑇 1 𝑇 2
𝐼 = √𝑇 ∫0 𝑖 2 (𝑡)𝑑𝑡 ⇒ 𝐼 = √𝑇 ∫0 [𝐼0 + ∑∞
𝑘=1 𝐼𝑚1 (𝑘) ∙ 𝑠𝑒𝑛(𝑘𝜔(1) ∙ 𝑡 + Ψ(𝑘) )] 𝑑𝑡
2
𝐼 = √𝐼02 + 𝐼(1)
2 2
+ 𝐼(2) + 𝐼(3) +⋯
𝐼 = √𝐼02 + ∑∞ 2
𝑘=1 𝐼(𝑘)
∞ ∞
𝐼= √𝐼02 + 2
∑ 𝐼(𝑘) Analogamente, 𝑈= √𝑈02 2
+ ∑ 𝑈(𝑘)
𝑘=1 𝑘=1
1 𝑇 1 𝑇
𝐼𝑚𝑒𝑑 = 𝑇 ∫0 𝑖(𝑡)𝑑𝑡 𝑈𝑚𝑒𝑑 = 𝑇 ∫0 𝑢(𝑡)𝑑𝑡
´ 1 𝑇 ´ 1 𝑇
𝐼𝑚𝑒𝑑 = 𝑇 ∫0 |𝑖(𝑡)|𝑑𝑡 𝑈𝑚𝑒𝑑 = 𝑇 ∫0 |𝑢(𝑡)|𝑑𝑡
3.7. Factores que Caracterizam o Desvio da Forma de Onda da Corrente Periódica Não Sinusoidal da Forma
Sinusoidal
𝑈
𝐾𝑓𝑜𝑟𝑚𝑎 =
𝑈𝑚𝑒𝑑
𝑈𝑚
√2
Para tensão puramente sinusoidal: 𝐾𝑓𝑜𝑟𝑚𝑎 = 2𝑈𝑚 = 1,11
𝜋
𝑈𝑚
𝐾𝑎𝑚𝑝𝑙𝑖𝑡𝑢𝑑𝑒 =
𝑈
𝑈𝑚 𝑈𝑚
Para tensão puramente sinusoidal: 𝐾𝑎𝑚𝑝𝑙𝑖𝑡𝑢𝑑𝑒 = = 𝑈𝑚 = √2
𝑈
√2
𝑈(1)
3º Factor de Distorção: 𝐾𝑑𝑖𝑠𝑡𝑜𝑟çã𝑜 =
𝑈
𝑈(1) 𝑈
Para tensão puramente sinusoidal: 𝐾𝑑𝑖𝑠𝑡𝑜𝑟çã𝑜 = =𝑈=1
𝑈
𝑇 𝑇
1 1
𝑃 = ∫ 𝑢(𝑡) ∙ 𝑖(𝑡)𝑑𝑡 = ∫ 𝑝(𝑡) ∙ 𝑑𝑡
𝑇 𝑇
0 0
𝑇 ∞ ∞
1
𝑃 = ∫ [𝑈0 + ∑ 𝑈𝑚1 (𝑘) ∙ 𝑠𝑒𝑛(𝑘𝜔(1) ∙ 𝑡 + Ψ𝑢(𝑘) )] [𝐼0 + ∑ 𝐼𝑚1 (𝑘) ∙ 𝑠𝑒𝑛(𝑘𝜔(1) ∙ 𝑡 + Ψ𝑖(𝑘) )] 𝑑𝑡
𝑇
0 𝑘=1 𝑘=1
𝑃 = 𝑃0 + ∑ 𝑃(𝑘)
𝑘=1
𝑄 = ∑ 𝑄(𝑘)
𝑘=1
A diferença entre a potência activa e potência reactiva é que a potência reactiva não tem a componente constante.
𝑆 =𝑈∙𝐼
Observação: 𝑆 ≠ √𝑃2 + 𝑄 2
3.9. Cálculo dos Circuitos Eléctricos Lineares Com Correntes e Tensões Periódicas Não Sinusoidais
Passos Principais
2º Substituir a fonte de tensão por agrupamento em série de fontes de tensão de acordo com a série de Fourier.
Substituir a fonte de corrente não sinusoidal por agrupamento em paralelo das fontes de corrente segundo série de
Fourier;
Exemplo:
Calcular o circuito.
L, R, R1, C2
Resolução
a) Presença Unicamente de 𝐸0
A queda de tensão através de uma indutância L devida a uma corrente contínua é zero (0). 𝑈𝐿(0) = 0
𝑈𝑐2(0) = 𝑈𝑅1(0)
𝐸(0)
𝐼(0) = 𝐼1(0) =
𝑅 + 𝑅1
𝐸(1) −𝑗𝑋𝐶(1)
𝐼(1) = ; 𝐼1(1) = 𝐼(1) ∙
𝑍𝑒𝑞(1) 𝑅1 − 𝑗𝑋𝐶(1)
𝐸2𝑚 1
𝐸(2) = ∠Ψ𝑒(2) 𝑋𝐿(2) = 2𝜔(1) ∙ 𝐿 𝑋𝐶(2) = 2𝜔
√2 (1) ∙𝐶2
𝐸(2) 𝑅1
𝐼(2) = ; 𝐼2(2) = 𝐼(2) ∙
𝑍𝑒𝑞(2) 𝑅1 − 𝑗𝑋𝐶(2)
No caso geral:
1 𝑋𝐶(1)
𝑋𝐶(𝑘) = =
𝑘𝜔(1) ∙ 𝐶 𝑘
3.10. Substituição de Configurações de Ondas Periódicas Não Sinusoidais por Ondas Sinusoidais
Pretende-se substituir a corrente e tensão periódicas não sinusoidais representadas abaixo, por corrente e tensão
periódicas puramente sinusoidais, mais ou menos equivalentes.
Passos Principais
1º Calcular ou medir os valores eficazes das tensões e correntes não sinusoidais, isto é, obter U e I eficazes;
𝑃
𝜑 = 𝑎𝑟𝑐𝑐𝑜𝑠 ( )
𝑈∙𝐼
2𝜋
𝜔 = 2𝜋𝑓 𝜔=
𝑇
𝑈𝑚 = √2 ∙ 𝑈 𝐼𝑚𝑎𝑥 = √2 ∙ 𝐼
Observação
Uma corrente (ou tensão) periódica não sinusoidal, na prática não pode ser substituída por uma corrente (ou tensão)
periódica sinusoidal equivalente, pois possui harmónicas. A substituição é possível para determinadas análises mais
simples de circuitos eléctricos.
3.11. Ressonância nos Circuitos com Correntes e Tensões Periódicas Não Sinusoidais
Em circuitos com tensões e correntes periódicas não sinusoidais, o regime de ressonância deve ser analisado para cada
harmónica separadamente.
Por Ressonância na Harmónica de Ordem k entende-se que a harmónica de ordem k de corrente à entrada do circuito
está em fase com a harmónica de ordem k da tensão aplicada (outras correntes harmónicas estando desfasadas das
respectivas tensões harmónicas).
4.1. Introdução
Os Circuitos Não Lineares são aqueles que contêm um ou mais elementos não lineares. Os elementos Não Lineares
podem ser resistivos (resistências não lineares), indutivos (indutâncias não lineares) ou capacitivos (capacidades não
lineares).
As Resistências Não-Lineares distinguem-se das Lineares por terem uma característica Volt-Ampere não linear.
𝑈
𝐼=
𝑅
Um elemento resistivo não linear tem uma resistência variável. O seu valor depende do chamado Ponto de
Funcionamento, ou seja, do ponto da sua curva característica que representa os valores de U e I existentes actualmente
no elemento.
Uma descrição completa de um elemento ou circuito resistivo não linear tanto pode ser dado pela forma da curva V/A
como pelas suas resistências estática e diferencial em função da corrente ou tensão.
Descreve o comportamento de um elemento resistivo não linear sob as condições de uma corrente em estado
estacionário. É a razão entre a tensão e a corrente, no seu ponto de funcionamento.
𝑈𝐴
𝑅𝑠𝑡 =
𝐼𝐴
𝑚𝑈
𝑅𝑠𝑡 = ∙ 𝑡𝑔𝛼 → Geometricamente
𝑚𝐼
Caminhando de um ponto para outro na curva V/A de um elemento resistivo não linear, a resistência estática varia.
É a razão (teoricamente infinitesimal) entre um pequeno aumento da tensão em um elemento resistivo não linear e o
aumento correspondente na corrente que percorre o elemento.
𝑑𝑢
𝑅𝑑 =
𝑑𝑖
Onde 𝑑𝑢 é o incremento da tensão e 𝑑𝑖 é o incremento da corrente.
∆𝑈 𝑚𝑈
𝑅𝑑𝐵 = ( ) = ∙ 𝑡𝑔𝛽
∆𝐼 𝑚𝐼
As partes lineares de uma rede não linear complexa e múltipla podem ser tratadas por qualquer dos métodos de cálculo
de circuitos complexos estudados.
A análise dos circuitos não lineares envolve o conhecimento das respectivas características V/A.
Neste método é traçada a curva característica 𝐼= 𝑓(𝑈) para todo circuito, partindo do princípio que a corrente que
atravessa os elementos ligadas em série é a mesma. A corrente que atravessa as resistências 𝑅𝑁𝑎 e 𝑅𝑁𝑏 é a mesma.
A corrente é a mesma para todos os elementos ligados em série, e a soma das respectivas tensões deverá ser igual a E.
𝐸 = 𝑈𝑎 + 𝑈𝑏
A curva característica do circuito é obtida, partindo do princípio que para cada valor de I, a tensão nos terminais da
associação série 𝑅𝑁𝑎 e 𝑅𝑁𝑏 é a soma da tensão nos terminais de 𝑅𝑁𝑎 com a tensão nos terminais de 𝑅𝑁𝑏 .
𝐸 = 𝑈𝑎 + 𝑈𝑏 = 𝑈𝑅𝑁𝑎𝑏
A corrente que percorre o circuito (𝐼0 ) terá o valor correspondente à 𝑈𝑅𝑁𝑎𝑏 = 𝐸, na curva característica do circuito.
Neste método a curva característica do circuito (curva da resistência equivalente) não é construída.
𝑈𝑏 = 𝐸 − 𝑈𝑎 ; 𝑈 = 𝑈𝑎
𝐼𝑏 = 𝑓2 (𝑈𝑏 ) ⇒ 𝐼𝑏 = 𝑓2 (𝐸 − 𝑈𝑎 ) = 𝑓2 (𝐸 − 𝑈)
𝑈 = 𝑈𝑎 ∧ 𝐼𝑎 = 𝐼𝑏 = 𝐼
𝐼𝑎 = 𝐼𝑏 = 𝐼 ⇒ 𝑓1 (𝑈) = 𝑓2 (𝐸 − 𝑈)
𝑰 = 𝒇𝟐 (−𝑼) I 𝑰 = 𝒇𝟐 (𝑬 − 𝑼) RNa
RNb
𝑰𝟎
Ua Ub U
E
4.3.1.2. Ligação de Dois Elementos Em Série, Um dos Quais Linear e o Outro Não-Linear
𝐸 = 𝐼 ∙ 𝑅 + 𝑈𝑅𝑁
É traçada a curva característica do circuito 𝐼 = 𝑓(𝑈) para todo o circuito, partindo de principio que a corrente que
atravessa 𝑅 e 𝑅𝑁 é a mesma.
Neste método o circuito pode ser encarado como dois bípolos representados na figura.
Bipolo CD
Bipolo AB
1 1
𝐼1 𝑅 + 𝑈 = 𝐸 ⇒ 𝐼1 = 𝑅 ∙ 𝐸 − 𝑅 ∙ 𝑈 → É a recta de carga do bípolo AB.
𝐼1 = 𝐼2 = 𝐼 ∧ 𝑈1 = 𝑈2 = 𝑈
1 1
𝐼= ∙𝐸− ∙𝑈
𝑅 𝑅
𝐸
𝑈 = 0 ⇒ 𝐼𝑐𝑐 = 𝑅 I=0⟹𝑈=𝐸
1 1
𝐼= ∙𝐸− ∙𝑈
𝑅 𝑅
𝑈𝑁𝑅𝑎 = 𝑈𝑁𝑅𝑏 = 𝑈 = E 𝑈𝑎 = 𝑈𝑏 = 𝑈 𝐼 = 𝐼𝑎 + 𝐼𝑏
𝐼 = 𝑓1 (𝑈) + 𝑓2 (𝑈)
O facto da Lei de Ohm não ser válida para todos os elementos do circuito faz com que a sua resolução seja mais
complicada, pois não pode ser feita de forma analítica, mas sim graficamente.
Vamos analisar os circuitos não lineares complexos pelo Método do Par de Nós e pelo Teorema de Thevenin, que
quando aplicados a estes circuitos tornam a sua resolução mais simples:
𝑈𝑎𝑏 + 𝑈1 = 𝐸1 ⟹ 𝑈1 = 𝐸1 − 𝑈𝑎𝑏
𝑈2 = 𝐸2 − 𝑈𝑎𝑏 𝑈3 = 𝐸3 − 𝑈𝑎𝑏
Para o nó a: 𝐼1 + 𝐼2 + 𝐼3 = 0
A resolução gráfica da equação (4.4.1) permite obter o valor 𝑈𝑎𝑏 e a partir deste, as correntes no ramos.
As funções 𝑓1 (𝐸1 − 𝑈𝑎𝑏 ), 𝑓2 (𝐸2 − 𝑈𝑎𝑏 ) e 𝑓3 (𝐸3 − 𝑈𝑎𝑏 ) são, num sistema em que o eixo das abcissas é 𝑈𝑎𝑏 , os
simétricos às funções 𝑓1 (𝑈1 ), 𝑓2 (𝑈2 ) 𝑒 𝑓3 (𝑈3 ), respectivamente, em relação a recta 𝑈 = 0 e arrastadas
horizontalmente para 𝑈 = 𝐸1 , 𝑈 = 𝐸2 e 𝑈 = 𝐸3 respectivamente.
Em seguida, calcula-se a soma destas curvas (para a mesma tensão somam-se as correntes):
A intersecção da curva 𝐼 = 𝑓4 (𝑈𝑎𝑏 ) com o eixo das abcissas (𝐼 = 0) dá-nos o valor de 𝑈𝑎𝑏 que é a solução da
equação.
Pelo ponto 𝐼1 + 𝐼2 + 𝐼3 = 0, ou seja, 𝑓4 (𝑈𝑎𝑏 ) = 0, levanta-se uma perpendicular ao eixo das abcissas. As ordenadas
das intersecções desta perpendicular com as curvas (1, 2 e 3) dão os valores das correntes 𝐼1 , 𝐼2 e 𝐼3 e ainda o seu
sentido.
Este método aplica-se muitas vezes no caso de presença numa rede eléctrica de apenas um elemento não linear.
1 1
𝐼 ∙ 𝑅𝑒𝑞 + 𝑈𝑎𝑏,𝑚𝑣 = 𝐸𝑒𝑞 ⟹ 𝐼 = 𝑅 ∙ 𝐸𝑒𝑞 − 𝑅 ∙ 𝑈𝑎𝑏,𝑚𝑣
𝑒𝑞 𝑒𝑞
1 1
𝐼 ∙ 𝑅𝑒𝑞 + 𝑈 = 𝐸𝑒𝑞 ⟹ 𝐼 = ∙ 𝐸𝑒𝑞 − ∙𝑈
𝑅𝑒𝑞 𝑅𝑒𝑞
𝐸𝑒𝑞
Para 𝑈 = 0 (curto − circuito) ⟹ 𝐼𝐶𝐶 =
𝑅𝑒𝑞
Uma vez conhecidas a corrente e a tensão no elemento não linear, já podemos calcular todas correntes nos outros
ramos do circuito, pelo método que acharmos mais conveniente. Qualquer que seja o método escolhido, temos uma
incógnita à menos.
5. CIRCUITOS MAGNÉTICOS
Pelas suas propriedades magnéticas todas as substâncias podem dividir-se em Diamagnéticas, Paramagnéticas e
Ferromagnéticas.
Substâncias Diamagnéticas são aquelas cuja permeabilidade relativa (μ) é ligeiramente inferior à unidade.
Substâncias Paramagnéticas são aquelas cuja permeabilidade relativa (μ) é ligeiramente superior à unidade.
Substâncias Ferromagnéticas são aquelas cuja permeabilidade relativa (μ) é muitas vezes superior à unidade.
1º Substâncias Ferromagnéticas são aquelas cuja permeabilidade relativa (μ) é muitas vezes superior à unidade.
2º Substâncias Não-Ferromagnéticas são aquelas cuja permeabilidade relativa (μ) é aproximadamente igual a
unidade.
Substâncias Diamagnéticas
Substâncias Paramagnéticas
}⇒ Não-Ferromagnéticas (𝜇 ≈ 1)
⃗⃗⃗⃗
5.2.1. Intensidade do Campo Magnético 𝑯
A Intensidade Magnética ou Grandeza do Campo Magnético num ponto é definida pela força que produz, ou com a
qual está associada a indução magnética nesse ponto.
𝐴
⃗⃗ ]
A unidade da Intensidade do Campo Magnético é o Ampere-Espira/Metro. [𝐻 = [𝑚]
A unidade da Indução Magnética no SI é o Tesla que é igual a um Weber por metro quadrado.
5.2.3. Magnetização 𝑱⃗
A magnetização 𝑗⃗ em qualquer ponto de um campo magnético é definida como o momento magnético por unidade de
volume.
𝑉∙𝑆 𝑊𝑒𝑏𝑒𝑟
𝑗⃗ = [1 ∙ ] = [1 ∙ ]
𝑚2 𝑚2
⃗⃗ = 𝜇0 (𝐻
𝐵 ⃗⃗ + 𝐽⃗ )
𝐻
𝜇0 é a Permeabilidade Magnética do Vácuo. 𝜇0 = 4𝜋 ∙ 10−7 𝑚
⃗⃗ nesse
A magnetização 𝑗⃗ em qualquer ponto de um campo magnético é um vector que tem a mesma direcção de 𝐻
ponto e é directamente proporcional a intensidade magnética (no interior da substância).
Assim, ⃗⃗
𝑗⃗ = 𝜒 ∙ 𝐻
⃗⃗ = 𝜇0 (𝐻
𝐵 ⃗⃗ + 𝑗⃗) ⟹ 𝐵
⃗⃗ = 𝜇0 (𝐻
⃗⃗ + 𝜒 ∙ 𝐻
⃗⃗ )
⃗⃗ = 𝜇0 ∙ 𝐻
⟹𝐵 ⃗⃗ (1 + 𝜒)
⃗⃗ = 𝜇0 ∙ 𝜇 ∙ 𝐻
𝐵 ⃗⃗
𝜇 = 1+𝜒 𝜇𝑎 = 𝜇0 ∙ 𝜇
O Fluxo Magnético através de uma área S é o integral da componente normal do vector Indução Magnética ao longo
da área, em que 𝑑𝑆⃗ é um elemento da área S.
⃗⃗ ∙ 𝑑𝑆⃗
Φ = ∫𝐵
⃗⃗ e 𝑆⃗ constantes:
Para 𝐵 ɸ=B.S
[Φ] = [1 𝑉 ∙ 𝑆] = [1 𝑊𝑒𝑏𝑒𝑟]
Como fonte do campo magnético é a carga eléctrica em movimento, ou seja, a corrente eléctrica. A carga pode ser
positiva ou negativa.
A capacidade de uma bobina excitar e desexcitar um campo magnético caracteriza-se pela Força Magnetomotriz
(FMM).
A força magnetomotriz (f.m.m), F, de uma bobina percorrida por uma corrente eléctrica é dada pelo produto do número
de espiras, N, da bobina, pela corrente I que circula nas espiras da bobina. Portanto, a unidade de f.m.m é o Ampere-
Espira.
𝐹𝑀𝑀 = 𝐹 = 𝐼 ∙ 𝓌
[𝐹] = [1 𝐴]
A força magnetomotriz F dá origem a um fluxo magnético num circuito magnético, do mesmo modo que uma f.e.m
dá origem a uma corrente eléctrica num circuito eléctrico.
𝑛
⃗⃗ ∙ 𝑑𝑙⃗ = ∑ 𝐼𝑘
∮𝐻
𝑘=1
⃗⃗ ∙ 𝑑𝑙⃗ = 𝐼1 + 𝐼2 − 𝐼3
∮𝐻
O sentido positivo de integração 𝑑𝑙⃗ e o sentido positivo da corrente I estão relacionados pela regra do saca-rolhas.
A diferença de potencial magnético (d.p.m.) entre dois pontos a e b de um campo magnético é o integral escalar da
intensidade magnética entre esses pontos.
⃗⃗ ∙ 𝑑𝑙⃗
𝑈𝑀𝑎𝑏 = ∫ 𝐻
𝑎
𝑏
⃗⃗ ∙ 𝑑𝑙⃗ = 𝐻 ∙ 𝑙𝑎𝑏
𝑈𝑀𝑎𝑏 = ∫ 𝐻
𝑎
𝐴
[𝑈𝑀 ] = [1 ∙ ∙ 1𝑚] = [1𝐴]
𝑚
⃗⃗ = 𝜇 ∙ 𝜇0 ∙ 𝐻
𝐵 ⃗⃗ Em módulo 𝐵 = 𝜇 ∙ 𝜇0 ∙ 𝐻
𝑈𝑀
Φ=B∙S 𝑈𝑀 = 𝐻 ∙ 𝑙 ⇒ 𝐻 = 𝑙
𝑈𝑀
𝐵 = 𝜇 ∙ 𝜇0 ∙ 𝐻 ⇒ 𝐵 = 𝜇 ∙ 𝜇0 ∙ (5.5.1)
𝑙
𝑈𝑀 𝑈𝑀 𝑈𝑀
⇒ B ∙ S = 𝜇 ∙ 𝜇0 ∙ 𝑆 ∙ ⟹ B∙S= ⇒ Φ= (5.5.2)
𝑙 𝑙 𝑙
𝜇 ∙ 𝜇0 ∙ 𝑆 𝜇 ∙ 𝜇0 ∙ 𝑆
A quantidade no denominador da equação (5.5.2) denomina-se Resistência Magnética (RM) de preferência Relutância.
𝑙
𝑅𝑀 =
𝜇 ∙ 𝜇0 ∙ 𝑆
𝑈𝑀
Φ= (5.5.3)
𝑅𝑀
Como as características fluxo-d.p.m. dos circuitos magnéticos são, no caso geral, não-lineares, a relutância é uma
função do fluxo magnético.
𝑈𝑀 𝑀 𝑈
[𝑅𝑀 ] =? 𝑅𝑀 = = 𝐵∙𝑆
Φ
𝐴 1 1 1
[𝑅𝑀 ] = [ ]=[ ]=[ ]=[ ]
𝑉∙𝑠 𝑉 Ω∙𝑠 𝐻
∙ 𝑚2
𝑚2 𝐴∙𝑠
Comparando a Lei de Ohm para circuitos magnéticos e a Lei de Ohm para circuitos eléctricos, pode se concluir que:
Como para as redes eléctricas, também os circuitos magnéticos podem ser facilmente calculados aplicando as Leis de
Kirchhoff.
A soma algébrica dos fluxos magnéticos em qualquer nodo de um circuito magnético é zero.
∑ Φ𝑘 = 0
𝑘=1
Φ1 + Φ2 − Φ3 = 0
Φ1 + Φ2 = Φ3
A soma algébrica das quedas de tensão magnética ao longo de qualquer percurso fechado é igual a soma algébrica das
forças magnetomotrizes ao longo do mesmo percurso.
𝑛 𝑚 𝑚
∑ 𝑈𝑀𝑘 = ∑ 𝐹𝑗 = ∑ 𝑁𝑗 ∙ 𝐼𝑗
𝑘=1 𝑗=1 𝑗=1
Antes de se escreverem as equações para um circuito magnético aplicando as leis de Kirchhoff, deve-se escolher
arbitrariamente o sentido positivo dos fluxos nos vários ramos e o sentido positivo de circulação ao longo de um
contorno fechado ou malha.
𝑆𝑘 = ∆ ∙ 𝑏𝑘
Vamos escrever as duas equações que traduzem a 2ª Lei de Kirchhoff para as duas malhas marcadas no circuito
magnético acima.
1ª Equação
2ª Equação
2º As dimensões
a) Problema Directo
Os fluxos Φ ou indução magnética B do circuito são dados. Neste caso determina-se a FMM ou I.
b) Problema Inverso
As FMM do circuito são dadas, determina-se o fluxo magnético no circuito ou B.
Suposições Gerais
1ª Os fluxos magnéticos fora do núcleo são iguais a zero, isto é, todas as linhas magnéticas fecham-se através do
núcleo ferromagnético.
Passos Principais
1º No circuito magnético dado, dividir em partes de secção constantes e determinar o comprimento de cada uma das
partes.
2º Determinar a indução magnética de cada parte do núcleo sabendo que Φ é constante e comum.
Φ Φ Φ Φ Φ Φ Φ Φ
𝐵1 = = 𝐵2 = = 𝐵3 = = 𝐵𝛿 = =
𝑆1 𝑏1 ∙ ∆ 𝑆2 𝑏2 ∙ ∆ 𝑆3 𝑏3 ∙ ∆ 𝑆3 𝑏3 ∙ ∆
𝐵𝛿 𝐵𝛿 𝐵𝛿
𝐻𝛿 = 𝜇𝑎𝑟 = 1 𝐻𝛿 = ≈ 0,8 ∙ 106 𝐵𝛿 𝐻𝛿 = −7
≈ 0,8 ∙ 106 𝐵𝛿
𝜇𝑎𝑟 ∙ 𝜇0 𝜇0 4𝜋 ∙ 10
4º Escrever as equações pela 2ª Lei de Kirchhoff. Para tal marcamos arbitrariamente o sentido positivo do contorno e
o sentido do fluxo magnético.
Passos Principais
1º Atribui-se arbitrariamente alguns valores do fluxo magnético (5 à 8), em algumas partes do circuito magnético.
Para tal determina-se o fluxo máximo Φ𝑚𝑎𝑥 .
𝑈𝑀 𝐹𝑀𝑀
Φ𝑚𝑎𝑥 = ⇒ Φ𝑚𝑎𝑥 =
𝑅𝑀 𝑙
𝜇 ∙ 𝜇0 ∙ 𝑆
2º Para cada valor do fluxo magnético Φ𝑖 , onde i varia de 5 à 8, resolve-se o problema directo, ou seja, para cada Φ𝑖 ,
determina-se a 𝐹𝑀𝑀𝑖 = 𝐹𝑖 = 𝑤 ∙ 𝐼
Passos Principais
5.7.1. Particularidades
1ª A indutância da bobina com o núcleo ferromagnético não é constante e tem caracter não linear.
Ψ
Ψ=𝐿∙𝑖 ⟹𝐿 = porque 𝛹 =𝑤∙Φ Ψ≅B i≅H
𝑖
Ψ B
𝐿= 𝐿=
𝑖 𝐻
𝑑Ψ 𝑚Ψ
𝐿𝑑,𝐴 = ( ) = 𝑡𝑔𝛽
𝑑𝑖 𝐴 𝑚 ∙ 𝑖
Ψ 𝑚Ψ
𝐿𝑒𝑠𝑡,𝐴 = ( ) = 𝑡𝑔𝛼
𝑖 𝐴 𝑚∙𝑖
𝑑Ψ 𝑑Φ
𝑒=− = −𝑤 ∙
𝑑𝑡 𝑑𝑡
1º Utilização de núcleos ferromagnéticos laminados com lâminas finas electricamente isoladas entre si.
2º Misturar o silício ao aço fundido. Como regra o aço electrotécnico tem 0,4 à 5 % de silício.
Ao misturar silício ao aço fundido aumenta-se a resistência eléctrica, reduzindo deste modo as Correntes Foucault.
Δ = 0,01 à 2 𝑚𝑚
5.7.2. O Fluxo Magnético no Núcleo Duma Bobina Alimentada Pela Tensão Alternada Sinusoidal
𝑢(𝑡) = 𝑈𝑚 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜔𝑡
𝑑Ψ 𝑑Φ𝑖𝑛𝑠𝑡 𝑑Φ𝑖𝑛𝑠𝑡 𝑢
𝑢 = −𝑒𝐿 = =𝑤 ⟹ 𝑢=𝑤 ⟹ Φ𝑖𝑛𝑠𝑡 = ∫ 𝑑𝑡 + 𝐶
𝑑𝑡 𝑑𝑡 𝑑𝑡 𝑤
𝑈𝑚
Φ𝑖𝑛𝑠𝑡 = ∫ 𝑠𝑒𝑛𝜔𝑡 ∙ 𝑑𝑡 + 𝐶
𝑤
Observação: A experiência mostra que não surge fluxo magnético constante durante a alimentação da bobina, por
isso C = 0.
𝑈𝑚 𝑐𝑜𝑠𝜔𝑡 𝑈𝑚 𝜋 𝑈𝑚 𝜋
Φ𝑖𝑛𝑠𝑡 = (− ) ⟹ Φ𝑖𝑛𝑠𝑡 = [−𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡 + )] ⟹ Φ𝑖𝑛𝑠𝑡 = ∙ 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡 − )
𝑤 𝜔 𝑤∙𝜔 2 𝑤∙𝜔 2
𝜋
Φ𝑖𝑛𝑠𝑡 = Φ𝑚 ∙ 𝑠𝑒𝑛 (𝜔𝑡 − )
2
Em que
𝑚 𝑈 𝑚 𝑈
Φ𝑚 = 𝜔∙𝑤 ⟹ Φ𝑚 = 2𝜋𝑓∙𝑤
Conclusões
𝜋
2ª O fluxo magnético no núcleo tem atraso em relação à tensão em radianos.
2
√2 ∙ 𝑈 2𝜋
Φ𝑚 = ⟹𝑈= ∙𝑓∙𝑤
2𝜋𝑓 ∙ 𝑤 √2
𝑈 = 4,44 ∙ Φ𝑚 ∙ 𝑓