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Departamento de Física

Professor Benedito Lobato

Disciplina: Laboratório de Física IV

Turma: Licenciatura em Física 2019 Data: 24/04/2022

Alunos: Ana Ribeiro, Júlio Aood, Marcos André e Matheus Castelo.

RELATÓRIO DE ATIVIDADES EXPERIMENTAIS - II

1. Título: Óptica das cores

2. Objetivos

Por meio deste experimento procura-se entender o que possibilita a observação dos
objetos que emitem luz e dos que refletem a luz, e também o porquê de observarmos os
objetos nas cores que observamos; e mais, compreender o que são cores primárias e como
essas primárias formam as cores secundárias.

3. Referencial teórico

3.1- Interação da luz e matéria

A luz que contém uma quantidade aproximadamente igual de todas as frequências na


região visível do espectro é percebida como branca. Uma ampla fonte de luz branca (seja
natural ou artificial) é aquela para a qual cada ponto em sua superfície pode ser imaginado
como enviando um fluxo de luz de todas as frequências visíveis. Quando o aspecto de
emissão de uma fonte se assemelha ao sol, essa fonte é vista como branca . Da mesma
forma, uma superfície refletora que realiza essencialmente a mesma coisa também aparecerá
branca: um objeto altamente refletor, independente da frequência e sendo espalhado
difusamente será percebido como branco sob iluminação de luz branca.
Embora a água seja evidentemente transparente, o vapor de água parece branco,
assim como o vidro fosco. A razão é bastante simples - se o tamanho do corpo for pequeno,
mas maior que os comprimentos de onda envolvidos, a luz que entrará em cada partícula
transparente, será refletida, refratada e emergirá. Não haverá distinção entre nenhum dos
componentes de frequência, de modo que a luz refletida que chega ao observador será
branca. Este é o mecanismo responsável pela brancura de coisas como açúcar e o sal.

Levando a lógica na direção inversa, se reduzirmos o índice relativo 𝑛𝑟 , nos limites do


corpo, as partículas de material refletirão menos, diminuindo assim a brancura geral do objeto.
Consequentemente, um lenço branco úmido terá uma aparência acinzentada e mais
transparente. O pó de talco úmido perde sua brancura cintilante, tornando-se um cinza opaco,
assim como o pano branco úmido. Da mesma forma, um pedaço de tecido tingido embebido
em um líquido claro (por exemplo, água ou benzeno) perderá sua névoa esbranquiçada e
ficará muito mais escuro.

Uma superfície refletora difusa que absorve parte da luz – uniformemente em todo o
espectro – refletirá um pouco menos do que uma superfície branca e, portanto, parecerá cinza
fosco. Quanto menos uma superfície reflete, mais escuro fica o cinza, até que absorva quase
toda a luz e pareça preto. Os metais possuem um brilho acinzentado diferente porque
possuem grande número de elétrons livres que espalham a luz de forma muito eficaz,
independentemente da frequência: eles não estão ligados aos átomos e não têm
ressonâncias associadas. Além disso, as amplitudes das vibrações são uma ordem de
magnitude maior do que eram para os elétrons ligados. A luz incidente não pode penetrar no
metal mais do que uma fração de um comprimento de onda antes de ser completamente
cancelada. Há pouca ou nenhuma luz refratada; a maior parte da energia é refletida e apenas
a pequena parcela restante é absorvida.

3.2- Colorações

Quando a distribuição de energia em um feixe de luz não é efetivamente uniforme em


todo o espectro, a luz aparece com uma determinada coloração.

A Figura 1 mostra distribuições de frequência típicas para o que seria percebido como
luz vermelha (R), verde (G) e azul (B). Essas curvas mostram as regiões de frequência
predominantes, mas pode haver muita variação nas distribuições, e elas ainda provocarão as
respostas de vermelho, verde e azul. No início de 1800, Thomas Young mostrou que uma
ampla gama de cores poderia ser gerada pela mistura de três feixes de luz, desde que suas
frequências fossem amplamente separadas. Quando três desses feixes se combinam para
produzir luz branca, eles são chamados de cores primárias.

FIGURA 1: DISTRIBUIÇÃO DE FREQUÊNCIAS


Fonte: Elaborada pelos autores do artigo utilizando o aplicativo de edição CamScanner.

A luz vermelha mais a luz azul são vistas como magenta (M), um roxo avermelhado;
luz azul mais luz verde é vista como ciano (C), um verde azulado ou turquesa; e talvez o mais
surpreendente, a luz vermelha mais a luz verde é vista como amarela (Y). A soma de todas as
três cores primárias é branca:

R+B+G=W

M+G=W, desde que R+B=M

C+R=W, desde que B+G=C


Y+B=W, desde que R+G=Y

A Figura 2 resume os resultados quando os feixes dessas três cores primárias são
sobrepostos em várias combinações diferentes:

FIGURA 2: SOBREPOSIÇÃO DE CORES

Fonte: Elaborada pelos autores do artigo utilizando o aplicativo de edição CamScanner.

Pessoas têm pouca experiência em misturar feixes de luz, geralmente é uma surpresa
que os feixes vermelho e verde sejam vistos como amarelos, e isso é verdade para muitos
vermelhos e verdes diferentes. Os cones de detecção de cores na retina humana, calculam
essencialmente a média das frequências de fótons, e o cérebro “vê” o amarelo, mesmo que
não haja nenhuma luz amarela presente. Por exemplo, uma quantidade de verde em 540 nm
mais cerca de três vezes mais vermelho em 640 nm é vista como idêntica ao amarelo em 580
nm, e não podemos dizer a diferença entre o material puro e a mistura.

Suponha que sobreponhamos feixes de luz magenta e amarela:

M+Y=(R+B)+(R+G)=W+R

O resultado é uma combinação de vermelho e branco, ou rosa. Isso levanta outro


ponto: dizemos que uma cor é saturada, que é profunda e intensa, quando não contém
nenhuma luz branca. Como mostra a figura 3, rosa é uma espécie de vermelho insaturado -
vermelho sobreposto a um fundo branco

FIGURA 3: COMPORTAMENTO ESPECTRAL DO ROSA


Fonte: Elaborada pelos autores do artigo utilizando o aplicativo de edição CamScanner.

3.3- Coloração Subtrativa

As cores características da maioria das substâncias têm sua origem no fenômeno de


absorção seletiva ou preferencial. Por exemplo, a água tem uma tonalidade verde-azulada
muito fraca devido à sua absorção de luz vermelha. Ou seja, as moléculas de H 2O têm uma
ampla ressonância no infravermelho, que se estende um pouco até o visível. A absorção não
é muito forte, então não há reflexo acentuado da luz vermelha na superfície. Em vez disso, é
transmitido e gradualmente absorvido até uma profundidade de cerca de 30 m de água do
mar, o vermelho é quase completamente removido da luz solar. De fato, a grande maioria dos
objetos na natureza parece ter cores características como resultado da absorção preferencial
pelas moléculas de pigmento. Em contraste com a maioria dos átomos e moléculas, que têm
ressonâncias no ultravioleta e no infravermelho, as moléculas de pigmento devem obviamente
ter ressonâncias no visível. No entanto, os fótons visíveis têm energias de aproximadamente
1,6 eV a 3,2 eV, que, como você pode esperar, estão no lado baixo para excitação de elétrons
comum e no lado alto para excitação via vibração molecular. Apesar disso, existem átomos
onde os elétrons ligados formam camadas incompletas (ouro, por exemplo) e variações na
configuração dessas camadas fornecem um modo de excitação de baixa energia. Além disso,
há o grande grupo de moléculas de corantes orgânicos, que evidentemente também possuem
ressonâncias no visível.

Os níveis de energia de um átomo individual são definidos com precisão; isto é, as


ressonâncias são muito nítidas. Com sólidos e líquidos, no entanto, a proximidade dos átomos
resulta em um alargamento dos níveis de energia em bandas largas. As ressonâncias se
espalham por uma ampla faixa de frequências.
Imagine vitral com uma ressonância no azul onde absorve fortemente. Se você olhar
através dele para uma fonte de luz branca composta de vermelho, verde e azul, o vidro
absorverá azul, passando vermelho e verde, que é amarelo (Figura 4). O vidro parece
amarelo: pano amarelo, papel, corante, tinta , e todas as tintas absorvem seletivamente o
azul. Se você observar algo que é um azul puro através de um filtro amarelo, um que passa
amarelo e absorve o azul, o objeto parecerá preto. Aqui o filtro colore o amarelo claro
removendo o azul, e falamos do processo como coloração subtrativa, em oposição à
coloração aditiva, que resulta da sobreposição de feixes de luz.

FIGURA 4: LUZ BRANCA INCIDINDO SOBRE UM VITRAL AMARELO

Fonte: Elaborada pelos autores do artigo utilizando o aplicativo de edição CamScanner.

Da mesma forma, as fibras de uma amostra de tecido ou papel branco são


essencialmente transparentes, mas quando tingidas cada fibra se comporta como se fosse
uma lasca de vidro colorido. A luz incidente penetra no papel, emergindo em sua maior parte
como um feixe refletido somente após sofrer inúmeras reflexões e refrações dentro das fibras
tingidas. A luz que sai será colorida na medida em que não tiver o componente de frequência
absorvido pelo corante. É exatamente por isso que uma folha parece verde ou uma banana
amarela.

Um frasco de tinta azul comum parece azul na luz refletida ou transmitida. Mas se a
tinta é pintada em uma lâmina de vidro e o solvente evapora, algo bastante interessante
acontece. O pigmento concentrado absorve de forma tão eficaz que reflete preferencialmente
na frequência ressonante, e voltamos à ideia de que um absorvedor forte é um refletor forte.
Assim, a tinta azul-esverdeada concentrada reflete o vermelho, enquanto a tinta azul-
vermelha reflete o verde.

Se a faixa de frequências absorvidas se espalhar pelo visível, o objeto aparecerá em


preto. Isso não quer dizer que não há reflexão alguma - você obviamente pode ver uma
imagem refletida em um pedaço de couro preto, e uma superfície preta áspera também
reflete, apenas difusamente. Se você ainda tiver essas tintas vermelha e azul, misture-as,
adicione um pouco de verde e você terá preto.

4. Material utilizado:

- Folha de papel A4

- 1 Lâmpada azul, verde, vermelha e amarela.

- 1 potes de tinta azul, verde, vermelha e amarela.

- 1 folha de papel

5. Procedimentos:
A princípio, colocamos um pouco de cada uma das 4 cores na folha de papel para distinguir
qual é qual. Em seguida, realizamos as seguintes misturas: (1) azul e amarelo, (2) vermelho e
amarelo, (3) vermelho e verde e (4) azul e vermelho.

Realizar as respectivas misturas nos forneceu o seguinte resultado:


FIGURA 5 – CORES BASE AO LADO DAS MISTURAS

Fonte: Marcos Albuquerque (2022)

Feito isso, o próximo passo foi expor nossa amostra de cores a luz emitida pelas lâmpadas de
cada uma das cores e, posteriormente, analisar o resultado qualitativamente:
FIGURA 6 – AMOSTRA NA EXPOSIÇÃO A LUZ VERMELHA

Fonte: Marcos Albuquerque (2022)

FIGURA 7 – AMOSTRA NA EXPOSIÇÃO A LUZ VERDE

Fonte: Marcos Albuquerque (2022)

FIGURA 8 – AMOSTRA NA EXPOSIÇÃO A LUZ VERDE

Fonte: Marcos Albuquerque (2022)

6. Resultados e discussão
Como já visto no referencial teórico, as cores são comprimentos de ondas específicos
da luz. A luz visível, ou seja, a luz que nós humanos somos capazes de enxergar, vai de 400
a 700 nm, sendo que a luz branca é capaz de contemplar todos os comprimentos de onda das
cores visíveis.

FIGURA 9 – COMPRIMENTO DE ONDA DAS CORES

Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/fisica/espectro-eletromagnetico.htm

O experimento consiste justamente na mistura de tinta com cores diferentes para


criação de novas cores. É importante salientar que, definitivamente, existem somente três
cores estritamente diferentes, sendo elas chamadas de cores primárias, elas são: amarelo,
vermelho e azul. A mistura de cores primárias resultam em cores secundárias, e a mistura de
cores secundárias entre si e primárias com secundárias resultam nas cores terciárias. Desse
modo, a maioria das cores são apenas tonalidades diferentes da mistura de cores
provenientemente primárias. Como no experimento misturamos primeiramente cores
primárias, a seguinte imagem irá elucidar os resultados obtidos:

FIGURA 10 – COMPRIMENTO DE ONDA DAS CORES


Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/fisica/espectro-eletromagnetico.htm

É importante salientar que só enxergamos um objeto graças a sua reflexão de luz em


certos comprimentos de onda. O que acontece é que, a luz natural - proveniente do sol- incide
em um objeto, e esse objeto irá refletir a luz num certo comprimento de onda, e essa luz
refletida em certo comprimento é o que irá determinar a cor do objeto. Além disso, caso o
objeto tenha a cor preta, então ele absorve todos os raios de luz, e não reflete nada; já caso o
objeto seja branco, significa que ele refletiu todos os raios de luz. Lembrando que, se
enxergamos um objeto porque ele reflete luz, então ele é uma fonte de luz secundária; já caso
um corpo emita luz própria, como o sol ou uma chama, então ele é uma fonte de luz primária.

Compreendido isso, podemos analisar o experimento. Com a mistura de tintas,


obtemos as seguintes cores: vermelho, verde, amarelo, azul, preto, marrom e laranja. É
importante salientar que nem todas as cores eram “100%” definitivas. A cor marrom que
obtemos da tinta, por mais que tenhamos dominados marrom, podemos dizer que ela tinha
características “amarromzadas”, e não exatamente marrom. Até porque, como vimos na figura
10, a cor marrom não vem da mistura de cores primárias ou secundárias. Entretanto
conseguimos obtê-la misturando o azul com vermelho. Isso não é convencional, visto que a
mistura de azul com vermelho deveria dar roxo. A obtenção da cor marrom deve ter sido por
fatores além da óptica, deve ser algo envolvido com as características do produto/química da
tinta, tal como a validade.

A ideia do experimento é justamente identificarmos a emissão/reflexão de luz das


tintas. Para isso, direcionamos luzes com cores específicas, para isso usamos lâmpadas de
cores branca, azul, verde e vermelho.

Quando usamos a lâmpada branca, própria do laboratório, conseguíamos observar


todas as cores naturalmente, já que a luz branca comtempla todos os comprimentos de onda.
Por causa disso, não temos muito o que falar sobre ela, só que as tintas absorviam a maior
parte do espectro eletromagnético da luz branca, e a parte que ela refletia diz respeito a sua
cor que enxergamos.

Já quando usamos lâmpada de cores diferentes, o experimento ficava mais


interessante, isso por que no caso das lâmpadas coloridas, só enxergávamos as tintas que
tinham a cor da lâmpada em sua composição. Com base nisso, observamos no experimento
que:

Quando usamos a lâmpada vermelha no escuro, conseguíamos enxergar apenas 3


tintas vermelhas. O que aconteceu foi que, continuamos enxergando a tinta vermelha, mas as
tintas que eram laranja e marrom ficaram com tonalidade vermelha perante a luz da lâmpada
vermelha. Isso acontece porque o laranja é composto da cor vermelha, já em relação a cor
marrom adquirida, não podemos definir nada em relação a ela. Sabemos que ela refletiu uma
tonalidade vermelha porque obtivemos ela da mistura vermelho+azul, entretanto não era para
obtermos a cor marrom, mas sim roxa. Sendo assim, conseguimos enxergar essas cores
quando elas estão sendo iluminadas pela lâmpada vermelha.

Quando usamos a lâmpada verde no escuro, conseguíamos enxergar somente a tinta


verde, amarelo e azul. Isso porque o verde é composto da cor amarela e azul. Sendo assim,
perante a luz da lâmpada verde- que apresenta em seu espectro a cor amarela e azul-, a tinta
amarela refletia apenas o espectro de sua cor e a tinta azul também.

Quando usamos a lâmpada azul, conseguíamos enxergar apenas 3 tintas azuis.


Acontece que, a tinta azul continuava sendo azul, entretanto a tinta verde e roxo ficou
predominantemente azul. Isso acontece porque a tinta verde e roxa são compostas da cor
azul, sendo assim elas vão apresentar a mesma característica.
Em relação a tinta preta que obtemos, quando iluminadas por qualquer uma das
lâmpadas, ela continuava sendo preta, visto que essa cor não reflete grande parte dos raios
de luz, logo continuávamos enxergando a tinta como preta.

Outro fator que devemos destacar é que as lâmpadas coloridas não estavam
definitivamente emitindo sua cor específicas, elas também emitiam um pouco de luz branca,
por causa disso conseguíamos enxergar um pouco outros objetos e cores de tintas.

7. Conclusão

Com base no relatório, é possível concluir que o experimento é ótimo para ser feito em
todos os níveis de aprendizado. Apesar dele ter sido executado numa aula de ensino superior,
também é possível aplica-lo numa sala de nível primário e conseguir explicar conceitos físicas
de maneira simples para que se obtenha o aprendizado acerca da luz e das cores.

Quanto a aprendizagem do conteúdo, concluímos que corpos que refletem luz são
fontes secundárias e que a luz refletida, por esse corpo, em certo comprimento de onda é o
que determina sua cor. Além disso, as cores primárias são amarelo, azul e vermelho, e todas
as cores são provenientes dela. Já corpos que emitem luz própria, como o sol, são fontes
primárias. E graças ao sol, que emite luz branca, conseguimos enxergar a cor dos demais
corpos.

8. Referências
JENKINS, T. L. ; WHITE H. E. Fundamentals of optics. McGraw Hill, s/d.

ALONSO, M.; FINN, E. J. Física: um curso universitário vol. II campos e ondas. Coordenador
da tradução: Giorgio Moscati. São Paulo: Edgard Blucher Ltda, 1972.

NUSSENZVEIG, H. MOYSÉS, Curso de Física Básica 4 ótica, relatividade e física quântica,


Ed. Edgard Blücher LTDA São Paulo, 1997.

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