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ISOLANTES TERMICOS PARA USO INDUSTRIAL ISOLANTES TERMICOS PARA USO INDUSTRIAL Sumirio L. Intradugao 3 1.1. Consideragdes gerais 3 1.2. Campos de aplicagao 4 2. Fundamentos de transmisséo de calor 5 2.1 O que é e como se processa 5 2.2. Relevancia da transferéncia de calor 5 2.3. Mecanismos de transmissio de calor 6 2.4. Mecanismos combinados 8 2.5. Regimes de transferéncia de calor 9 3. Coeficiente de condutibilidade térmica 10 3.1, Definigaio 10 3.2. Medigao u 3.3, Fatores que afetam a condutividade térmica do material isolante 12 4, Materiais Isolantes Termicos 15 4.1. Consideragoes gerais 15 4.2. Caractetisticas de um bom isolante térmico 15 43. Classificagaio 16 4.4 Principais materia isolantes usados na industria Is 4.5. Materiais complementares 2 4.6, Ensaios de materiais isolantes térmicos 24 5. Especificagdo de revestimentos Isolantes Térmicos 28 5.1. Selecdo dos materiais e revestimentos 28 5.2 Projeto Termico 31 5.2.1, Condugao de calor uni nal em regime permanente 31 5.2.2, Convecgao 36 5.2.3. Radiagao 37 5.2.4. Mecanismos combinados 38 5.2.5. Casos onde o isolamento aumenta a perda de calor 39 5.3. Metodologia de solucao de problemas em transferéncia de calor 40 5.3.1, Caleulo de calor perdido ou ganho 41 5.3.2 Cileulo de temperatura de superficie 2 5.3.3. Caloulo da queda de temperatura de um fluido que eseoa B 5.3.4 Calculo de revestimentos em miltiplas camadas heterogéneas 4a 5.3.5. Protegao de tubulagdes de agua contra congelamento. 47 5.3.6, Protegdo contra condensagao, 48 5.3.7 Calculo de espessura econémica 50 5.3.8. Isolamento de instalagdes frigorificas 37 5.3.9. Caleulo de perdas de calor suplementares devido a acessorios. 57 5.3.10. Manutencao da fluidez do produto através da tubulacio. 38 5.3.11. Estabilizagao de fases de processos industriais 58 5.3.12. Protegao pessoal 5.3.13. Tubulagdes enterradas 5.4, Quando néo isolar 6 Montagem e fixagao de materiais isolanies 6.1. Introdugao 6.2. Juntas de dilatagao/contracao 6.3. Barreira contra intemperies 64. Isolamento de tubulagdes ¢ acessérios transportando fluidos qu:ntes 65 Isolamento de reservatorios ¢ equipamentos contendo fluidos q.enies 6.6. Isolamento de tubulagdes transportando fluidos frios 6.7. Isolamento de equipamentos contendo fluidos frios 68. Isolamento de tubulagdes ¢ equipamentos operando com fiuido: muito trios 7. Controle de qualidade 7.1 Consideragdes gerais 7.2. Controle de qualidade dos materiais 7.3. Controle de qualidade dos servigos 74. Avaliagao de imegridade 7.5, Corrosao em superficies isoladas 8. Normas Técnicas Aplicaveis 9 Bibliogratia 59 59 61 2 62 62 63 1s 87 90 95 ISOLAMENTO TERMICO, Capitulo 1 1.1. Introducao Isolar termicamente consiste em interpor entre dois meios que se encontram adjacentes a diferentes temperaturas, um material apropriado, de modo a reduzir a troca de calor entre eles. Por razdes puramente de sobrevivéncia, uma das primeiras invengdes do homem, ainda na idade da pedra, foi o uso de isolagao térmica (Ieia-se roupa) para cobrir 0 corpo e com isso retardar a perda de calor em climas fries. Os antigos romanos usavam a cortiga em calgados para manterem 05 pés aquecidos; gregos e romanos conheciam o amianto e sua resisténcia a0 fogo e ao calor. Na industria, as razdes que levaram inicialmente a se isolar um equipamento ou uma tubulagdo aquecida do meio ambiente em que se encontravam restringiam-se @ proteger os operdrios de queimaduras. Na medida em que 0 custo do combustivel para produzir energia aumentava e as pessoas passavam a se preocupar com isto, 0 valor da isolaglo térmica na cconservagdo de energia ¢ redugdo de seu custo passou a ter destaque. Hoje em dia as razdes so bastante diversas: a principal continua sendo de ordem econémica e ambiental, ou seja, desejamos reduzir a dissipagto de calor para o exterior ou 0 ganho de calor do exterior, o que em tiltima instancia equivale dizer que queremos economizar cenergia, Reduzindo-se a queima de combustivel, reduz-se como conseqiiéncia a emissio de CO; para a atmosfera, uma vez que as principais fontes energéticas mundiais provem de recursos fasseis (gés natural, 6leo combustivel e carvao) Os motivos podem ser também de natureza essencialmente técnica: determinadas substincias tais como combustiveis pesados, betumes, ete. no so Aluidos abaixo de uma certa temperatura, chegando mesmo a se solidificarem. Caso venham a ser bombeados, € necessario que se mantenham fluidos e a uma baixa viscosidade ao longo de toda o sistema de tubulagbes, ‘© que se obtem mediante um aquecimento extern com vapor Outra razio seria de natureza de seguranga: para protegdo do pessoal que trabalha na vizinhangas de tubulagdes e equipamentos quentes, onde a economia de calor nao é preponderante ou mesmo desnecessiria, usa-se isolar para evitar queimaduras ou propiciar maior conforto ambiental Outra razdo € de se evitar condensagio, seja externamente, proveniente da umidade no ar atmosférico em superficies que trabalham em baixas temperaturas e com isto reduzir problemas de corrosio, seja internamente (ex. linhas de vapor), evitando-se conhecido golpe de ariete (martelo hidraulico). Qs exemplos acime ndo se constituem nos unicos casos em que se emprega a isolagio térmica industrialmente: protecao contra fogo, controle de expansao térmica, estabilizagdo de fases de processo servem para exemplificar sua aplicagao ampla e variada AS leis basicas © as equagdes matemiticas que governam a petda de calor foram inicialmente publicadas por Poclet em 1853: as equagdes para determinagio de espessuras econdmicas, em 1926 por McMillan As paginas que se seguem sio dedicadas a isolagao térmica industrial, métodos de cileulo de perdas de calor, especificagao dos elementos de um projeto de isolagao industrial protegao de tubulagdes € equipamentos contendo produtos a baixas temperaturas, etc Mais adiante estudaremos como se isola e porque se executam tais operagdes. Difuundir 0 verdadeiro conceito da moderna isolagao térmica é a meta que procuramos atingit 1.2. Campos de aplicacio da isolacho térmica Os seguintes sezmentos so 05 principais usuarios da isolagao térmica Construgao eivil Indiistrias de processo Usinas termo-elétricas Industria aero-espacial Incistria naval Usinas de agitcar Destilarias de alcool Sistemas de aquecimento e ventilacao Camaras frigorificas Transporte refrigerado Criogenia No presente trabalho abordaremos apenas sua aplicagdo em induistrias de proceso (refino de petroleo, petroquimicas, quimicas, farmacéuticas, papel, alimentos, etc.) e usinas termo-cletricas FUNDAMENTOS DE TRANSMISSAO DE CALOR Capitulo 2 1 O que é € como se processa Pelo que ficou anteriormente exposto, podemos afirmar que o conhecimento das leis que regulam a transmissio ou transferSneia de calor bastante importante para os especialistas que atuam nesta area, razao pela qual passaremos a discorrer sobre as mesmas. Transferencia de calor & 2 energia em transito devido a uma diferenga de temperatura Sempre que existir uma diferenga de temperatura em um meio ou entre meios, ocorrera transferéncia de calor. Por exemplo, se dois corpos 2 diferentes temperaturas sao colocados em contato direto, ocorrerd uma transferéncia de calor do corpo de temperatura mais elevaca para © corpo de menor temperatura até que haja equivaléncia de temperaturas entre eles. Dizemos que o sistema tende a atingir 0 equilibrio térmico, Esta implicito na definigao acima que um corpo nunca contém calor, mas o calor & identificado como tal quando cruza a fronteira de um sistema. O calor € portanto um fendmeno transitorio, que cessa quando nao existe mais uma diferenga de temperatura Os diferentes processos de transferencia de calor sdo referidos como mecamismos de transferéncia de calor. (2.2. Relevancia da transmissio de calor A transferéncia de calor ¢ fundamental para todos os ramos da engenharia, Assim como © engenheiro mecanico enfrenta problemas de reftigeragéo de motores, de ventilagao, ar condicionado, isolagio industrial, etc., © engenheiro metalirgico nfo pode dispensar a transferéncia de Calor nos problemas relacionados aos processos pirometaliruicos © hidrometalirrgicos, ou no projeto de foros, regeneradores, conversores, etc Em nivel idéntico, o engenheito quimico ou nuclear necessita da mesma ciéncia em estudos sobre evaporagio, condensagio ou em trabalhos em refinarias € reatores, enquanto 0 eletricista e 0 eletronico a utiliza no calculo de transformadores e geradores e dissipadores de lor em microeletrénica e o engenheiro naval aplica em profundidade a transferéncia de calor em caldeiras, méquinas térmicas, etc. Até mesmo 0 engenheiro civil e 0 arquiteto sentem a importancia de, em seus projetos, preverem o isolamento termico adequado que garanta o conforto dos ambientes, Como visto, a transferéncia de calor ¢ importante para a maioria de problemas industriais e ambientais. Como exemplo de aplicagio, consideremos a vital area de produgao ¢ conversao de energia + Na geragio de cletricidade (hidriulica, fusio nuclear, fossil, geotérmica, etc.) existem numerosos problemas que envolvem condugio, convecgio ¢ radiagéo ¢ estdo relacionados com o projeto de caldeiras, condensadores e turbinas. * Existe também a necessidade de maximizar a transferéncia de calor com vistas @ ‘economizarmos energia € manter a integridade dos materiais em altas temperaturas + E necessirio minimizer a descarga de calor no meio ambiente, evitando @ pol uigao termica através de torres de resfriamento e recirculagao. Os process's de transferéncia de calor afetam também a performance de sistemas de propulséo (motore: 1 combustao e fouuetes). Outros campos que necessitam de uma andlise de transferéncia de T2). As moleculas proxi=as a superficie mais quente so mais energéticas . ou seja, movimentam-se mais rapido que as de baixo. O plano x € constantemente atravessado por moléculas, havendo uma transferéncia liquida de energia de | para 2. Para liquidos, 0 processo ¢ basicamente 0 mesmo, embora as moléculas estejam menos espagadas ¢ as interagdes sejam mais fortes e mais freqientes Finalmente, para os materiais solidos, 0 processo € mais complexo solidos bons condutores transmitem a energia pelo movimento dos elétrons livres ¢ vibragdo da estrutura Cristalina, solidos maus condutores apenas pela vibragao da estrutura cristalina 2.4.2. Conveccio Quando a transferéncia de energia ocorrer entre uma superficie € um fluido em movimento em virtude da diferenga de temperatura entre eles, usamos o termo de transferencia de calor por canvecgdo. A convecgao pode ser definida como o processo pelo qual a energia € transferida das porgdes quentes para as porgdecs frias de um fluido através da agéo combinada de: condugao de calor, armazenamento de energia e movimento de mistura. Quando © movimento da mistura for induzido por um agente externo, dizemos que a convecydo ¢ forgada. Quando o movimento é devido somente 2 diferenga de densidades das particulas quentes e frias, dizemos que a convecgio ¢ naira © mecanismo da convecgao pode ser mais facilmente entendido considerando-se por exemplo um circuito impresso sendo resftiado por um ventilador = ventilado a ae A velocidade da camada de ar proxima a superficie & muito baixa em razao das forgas viscosas (atrito). Nesta regio, o calor ¢ transferido por condugao. Ocorre portanto um armazenamento de energia pelas particulas presentes nesta regito. Na medida em que estas particulas passam para a regio de alta velocidade elas sAo carregadas pelo fluxo de ar transferindo calor para as particulas mais frias Um exemplo bastante conhecido de convecedo natural ¢ 0 aquecimento de agua em ma panela doméstica, Para este caso, 0 movimento das moléculas de agua pode ser observado visualmente 2.4.3. Radiagho Quando na auséncia de um meio interveniente existe uma troca liquida de energia (emitida sob a forma de ondas eletromagnéticas) entre duas superficies a diferentes temperaturas usamos 0 termo radiagdo 0 exemplo mais evidente que podemos dar é do proprio calor que recebemos do sol Neste caso, mesmo havendo vacuo entre a superficie do sol e a superficie da Terra, esta energia chega até nds sob a forma de ondas eletromagnéticas, cuja velocidade ¢ a de propagacdo da luz (300.000 knvs) Todos 0s corpos cuja temperatura encontra-se acima do zero absoluto emitem continuamente radiagao térmica As intensidades das emissdes dependem somente da temperatura e da natureza da superficie emitente 2.5. Mecanismos combinados Na maioria das situagdes praticas ocorrem dois ou mais mecanismos de transferéncia de calor atuando ao mesmo tempo. Nos problemas de engenharia, quando um dos mecanismos KAN*(T)-T) ou k~ ONT Ty Onde k = coeficiente de condutibilidade térmica a ser determinado N = coeficiente yeométrico que depende da superficie da amostra estudada (plana cilindrica ou esférica) Para corpos de faces planas N Ae Para corpos eilindricos a formule fica: N= 2ab Infryry Para corpos esféricos N= tx! (rl) onde A= Area transversal ao fluxo = distincia entre as faces fria e quente L = comprimento do corpo cilindrico 11 = raio interno do corpo de prova 1) = raio externo do corpo de prova 3.3. Fatores que afetam 0 coeficiente de condutividade térmica do material isolante Em razio dos mecanismos combinados antcriormente vistos pelos quais 0 calor flui através do material, compreende-se que mesmo ¢ influenciado por inumeros fatores, dentre os quais destacamos: Porosidade do material solide © coeficiente de condutividade térmica de um corpo poroso situa-se entre o do ar contido nos seus poros € o das partes s6lidas do material isolante considerado, ‘Numa primeira aproximagio, pode-se dizer que 0 coeficiente depende do volume de poros ¢ por via de consequiéncia da massa especifica aparente do material: Mostramos abaixo uma tabela fornecida por um fabricante de mantas de li de rocha, ‘onde podemos observar esta influéncia Valores de condutividade em keath.m.°C DAgya) | 4 | oF | 80 | 9% Porosidade% | 975 | 969 | 964 | 961 oe 0.028 | 0027 | 0029 | o02x 100°C 0.038 | 0037 | 0,037 | 0034 200%C 0.030 | e049 | 0.046 | 0.042 300°C 0.062 | 0.061 | 0.057 | 0.051 sore ocx | 007 | oor | 0.062 500% o.100 | 0.087 | 0.074 Go0"e 0.107 | 0.089 00°C 0.105 Inftnéncia do tamanho dos pores A titulo de exemplo, mostramos abaixo uma tebela valida para isolantes minerais, fibrosos onde podemos ver a evoluga0 do coeficiente de condutibilidade com o didmetro dos poros Condutibilidadle térmica em kcal ham."C Didmetro dos poros | Condutividade (aun) séemica 05 0.022 10 0.008 5.0 0.038 10 0.060 20 0.10 30 0.26 100 033 200 107 No caso de isolantes fibrosos onde as fibras sdo orientadas, 0 valor do coeficiente de condutividade térmica depende da diregao do Mluxo de calor Se o mesmo ocorre na diregao da fibras, 0 poder isolante sera menor que no caso do fluxo dar-se perpendicularmente. Inflnencia da temperatura Em geral, para materiais isolantes o coeficiente de condutividade térmica cresce com a temperatura Isto deve-se principalmente em razio da forte influéncia da parcela de transmissio por radiagio que ¢ diretamente proporcional a quarta poténcia da temperatura absoluta da face oposta Iufluéncia da umidade A umidade exerce uma influéncia consideravel sobre 0 cocficiente de condutibilidade de materiais porosos. Quanto maior a quantidade de agua absorvida, maior a condutibilidade térmica do material isolante. Isto se deve em razao do coeficiente de condutividade da agua ser 25 vezes superior ao do ar. Além disso, 0 risco de ocorrer corroséo no substrato aumenta consideravelmente Para materiais fibrosos, quando 0 teor de umidade presente passa de 0 para 2%, 0 coeficiente de condutividade aumenta drasticamente, conforme curva abaixo. Com 0 decorrer do tempo, os materiais isolantes podem absorver umidade, aumentando deste modo 0 seu coeficiente de condutibilidade térmica, valor que aumenta em 7% por cada 1% de umidade absorvida. Testes conduzidos pela DuPont comprovam que 4% de umidade absorvida reduzem o valor isolante em até 70%. Influencia da natureza de gés aprisionado Uma vez que 0 valor do coeficiente de condutividade térmica de um corpo solido poroso situa-se entre o do gas contido e o da parte solida, € de se prever que, dependendo da natureza do gas contido, seu valor deveré variar com isto. A tabela abaixo mostra-nos os coeficientes de condutividade térmica de alguns gases conhecidos: Onigénio 0,205 Hidrogénio 0,145 Hétio 0.121 Ar 1.020. Nitrogénio 0.020 ‘Amir 0.017 Freon 0.016 “Tetractoreto de carbon 0,006. Poliuretano expandido com gas freon aprisionado nos poros tem um coeficiente de condutividade térmica de 0,016 a 20°C; enquanto que com ar a condutividade nas mesmas condigdes passa para 0,028 keaV/n m°C ATERIAIS ISOLANTES TERMICOS UTILIZADOS NA INDUSTRIA Capitulo 4 4.1. Consideracdes gerais sobre materiais isolantes térmicos Materiais isolantes sio corpos de composigao normalmente heterogénea, de aparéncia porosa ou celular, de baixa densidade e que essencialmente oferecem uma boa resisténcia a passagem de calor ‘A verdadeira eficécia de um material isolante esté portento diretamente relacionada com seu coeficiente de condutibilidade térmica, de tal forma que, quanto mais baixo for, maior sera 0 poder isolante do referido material Estes materiais normalmente aprisionam ar em pequenas cavidades de modo a evitar sua movimentagdo por convecgio. Em raz4o do ar possuir uma baixissima condutibilidade térmica (0,0204 kcal/h m.*C), materiais porosos com poros pequenos contendo ar aprisionado e paredes finas de materiais de baixa condutividade térmica dao bons isolantes térmicos. 4.2, Caracteristicas de um bom isolante térmico A principal propriedade que se espera de um material isolante térmico é a sua baixa condutividade térmica Nao € suficiente que um determinado material isolante tenha um Coeficiente de condutibilidade térmica baixo, também € necessério que o conserve através do tempo e durante a sua colocagao definitiva Além da baixa condutibilidade térmica, exige-se de um bom material isolante outras qualidades complementares, quais sejam: Batea Massa Especifica ou densidade Indica o peso por unidade de volume Um bom material deve ser leve, isto 6, de pouca densidade, com 0 objetivo de nao sobrecarregar desnecessariamente o equipamento isolado Resistencia Mecanica compativel com 0 uso Corresponde a tensio necessiria para esmagar ou deformar excessivamente o material isolante De uma mancira geral, quanto maior a resisténcia mecanica do material isolante, maior sera sua aplicagao. Além do que, apresentard menor fragilidade o que € conveniente nos processos de transportes e no tocante a facilidade de montagem, E indispensavel também que o material seja resiliente ¢ resistente as vibragdes ou trepidagdes. Um produto sem estas qualidades logo ficaria destruido e por conseguinte 20 cabo pouco tempo sua eficacia térmica reduzir-se-ia a nada, FMabilidade Quimica Deve ainda ser rigorosamente neutro © no conter a menor quantidade de enxofre, fosforo ou outras impurezas susceptiveis de atacar as tubulagdes © depésitos com os quais pode estar em contato Baixo Poder higroscépice Indica a capacidade do material isolante absorver e reter agua no estado liquido. Esta propriedade é importante especialmente expostas a intempéries A Agua que penetra nos poros, substitui o ar, aumentando 0 valor da condutibilidade térmica Além disso, quando se tratar de isolamento de ambientes cuja temperatura seia inferior a 10° C, existe a possibilidade da agua absorvida passar para 0 estado solide com conseqdente aumento de volume, o que podera provocar @ ruptura do material isolante Isolantes com células abertas s8o bastante higroscépicos, alguns fabricantes ndo recomendam sua aplicagdo abaixo de 120°C. Baixa permeabilidade ao vapor d'dgua Indica a capacidade do material em permitir a passagem do vapor d’égua através dele Onde houver gradiente térmico, haveré diferenga de pressio de vapor entre as regides fria e quente Boa estabilidade dimensional Indica a habilidade do isolante em manter suas dimensdes © formato apos envelhecimento, corte ou ser submetido a variagdes de temperatura ou umidade. Esta propriedade € normalmente associada com espumas plasticas rigidas usadas em servigos a baixas temperaturas Outros Além das caracteristicas acima citadas poderiamos citar mais as seguintes: baixa retracdo linear, incombustibilidade, imputrescibilidade, resistencia a choques térmicos, resisténcia aos raios UV, resisténcia a solventes e produtos betuminosos, boa absorgao acustica, auséncia de odor e de risco de fixagao de odores exteriores, resisténcia ao ataque de roedores, insetos, aves, flingos e bactérias, facilidade de aplicagao e baixo custo 4.3. Classificaciio (Os materiais isolantes podem ser classificados segundo varios critérios, quais sejam: Quanto a namreza da matéria prima: Isolantes orgdnicos, de origem vegetal on animal: cortiga, balsa, fibras vegetais (linho, celulose, coco, etc.) palhas. la de cameiro, etc. Podem conter alum aglutinante inorganico Nao sio usados na industria Isolates de origem mineral: fibras de amianto, fibra de vidro, fibra de rocha, vidro expandido, silica diatomacea, vermiculita, ete Podem conter algum aglutinante ou material de reforgo organico : 6 Produtos de sinwese (materiais plasticos obtides por polimerizacao de produtos derivados do petr6leo). poliestirenos, poliuretanos, resinas de fenolformaldeido, etc Quanto a sua forma fisica: Gramilados ou pulvernientos. Compostos de pequenos gritos soltos que contém espacos intersticiais vazios, Sao aplicados no isolamento de superficies irregulares ou ainda no preenchimento de vaos de dificil acesso. Silica Fossil (diatomacea), vermiculita expandida (mica esfoliada), perlita expandida, aerogel de silica constituem-se em alguns exemplos Fibrosos: Compostos de fibras de pequeno didmetro que dividem finamente 0 espaco de ar. As fibras podem ser perpendiculares ou paralelas a superficie a ser isolada . Fibras animais ou vegetais nao mais sio utilizadas em aplicagdes industriais, restringindo-se este ‘grupo aos isolantes minerais, que sio obtidos industrialmente por fuso a partir dos seus constituintes basicos.. Apresentam-se normalmente nas formas de cordas, flocos, painéis ou mantas. Fibra de vidro, 1a de rocha, ld de esc6ria, amianto, fibras silico-aluminosas constituem- se em alguns exemplos desses materiais Aglomerados: Requerem 0 uso de um agiutinante (ligante organico ou inorganico) ¢ estruturado com fibras com a finalidade de dar coesio ao material base que ¢ cozido em formas com vistas a conferir 0 formato geométrico e a rigidez final. Apresentam-se nas formas de calhas, segmentos ou placas. Cortiga aglomerada, Silicato de calcio, vermiculita expandida, perlita, celulose ¢ silica diatomacea sio exemplos tipicos desses materiais isolantes. Espumas. Nestes materiais as células ficam inclusas em uma armagdo rigida, podendo ser de origem mineral ou um material sintético. Poliestireno expandido, espuma rigida de poliuretano, espuma fenolica, vidro expandido constituem-se em alguns exemplos, Reflexivos: pegas reflexivas de aluminio, cobre ou prata em vacuo. Usado em pequenos recipientes para armazenamento de gases liquefeitos. Quanto a temperatura de utilizagéo: Os materiais isolantes podem ainda serem classificados, em fungio das suas temperaturas de utilizag4o, em materiais para uso em altas ou baixas temperaturas, conforme segue: Isolantes refratdrios: resistem a temperaturas superiores a 140°C Semi refratérios: suportam temperaturas até 1400°C. Isolames convencionais: suportam temperaturas até 1 100°C No presente trabalho nos dedicaremos a estudar exclusivamente os isolantes convencionais, que por sua vez podem ser subdivididos em isolantes para altas temperaturas (emperaturas acima da ambiente) e para baixas temperaturas (temperaturas abaixo da ambiente), Quanto a forma de apresentacito ou técnica de instalaciio Pré moldados (calhas, placass, tubos, segmentos) Espumas injetadas (liquidos expansivets “foam-tn-place") Projetados (“spray-on fibers”) 0 Pxirudados 16 0u fibras soltay Cimentos isolantes Cordoes Pecas refleivas Quanto a rigides estratural Rigidos (aglomerados ¢ espumas) Semi rigidos (painéis, feltros de lamelas) Flexiveis (mantas, cordées, flocos) Quanto a estrutura interna Célutas fechadas (espuma de vidro ou plastica) Células abertas (Wi de vidro, Wi de rocha, 1a cerimica, silicato de calcio, vermiculita expandida, perlita, celulose, terra diatomacea) 4.4, Principais materiais isolantes térmicos utilizados na industria A seguir faremos uma breve descrigao de cada um dos materiais isolantes convencionais Cortiga: Proveniente da casca de uma arvore denominada sobreiro e originaria do sul da Franca, Portugal e Marrocos, a cortiga € um dos mais antigos isolantes conhecidos, sendo hoje pouco utilizada para fins industriais. Apresenta uma estrutura celular com ar encerrado entre intimeras células independentes, o que lhe assegura uma condutibilidade termica baixa A cortiga natural apresenta-se sob 2 forma de placas itregulares, 0 que nao se constitui num emprego comodo para isolamento, Para tanto, @ cortiga natural é granulada para posteriormente ser aglomerada com betume, aquecida © prensada om formatos comumente utilizados na industria. Suas caracteristicas principais sto: densidade de 115 a 200 ka/m’, coeficiente de condutibilidade térmica a 20°C de 0,036 a 0,050 kcal/h.m AT ER= AT) (I+ Lk the) No presente caso a temperatura do dleo combustivel estd sito proxima da temperatura da parede interna do tanque © a temperatura da superficie ev ma do isolamento ‘esté muito proxima da temperatura ambiente, © que nos permite desprezermos os flusos de calor por radiagzo, Condugio, convecgdo ¢ radiagao: Mecanismo combinado de transferéncia de calor condug0 + conveccie + radiagao Neste caso, 0 calor apés atravessar a parede, dissipa-se no ambiew-> por conveceao € por radiagdo em virtude da temperatura da superficie externa ser mai:r que a ambiente (T>>T:). Um bom exemplo desta situagao € 0 fluxo de calor gerado pei combusto dentro de um forno que atravessa a parede por condugao € se dissipa no ambier'= por conveccao € radiagio. Portanto a transferéncia de calor por condugdo ¢ igual a soma c:s duas parcelas de convecgao e radiagao. Qeemt = Grad > Yoome 5.2.5, Casos onde o isolamento aumenta a perda de calor (raio critico) © aumento da espessura isolante de-paredes cilindricas de peque-os diémetros nem sempre leva a uma redugao da perda de calor, podendo até mesmo v aumenté-la Nao faremos aqui a demonstragao matematica desse fendmeno. Observamos apenas que existe uma espessura critica que propicia um fluxo de calor maior inclusive do que scucle sem nenhum isolamento A representagao grafica a seguir mostra-nos a varia¢a0 do fluxo de :alor resultante em fiungao do aumento da espessura isolante Se 1: € fe Sio respectivamente os raios interno € externo do isolante k o coeficiente de condutibilidade térmica do material isolante e h o coeficiente de pelicuk entre @ superficie externa do isolante e © ambiente externo, 0 céleulo demonstra que Raiv critico kh fluxo de calor cresc: com a colocacdo de mais isolante flu» de calor decresce fluxo de calor Isto equivale dizer que se Ri ¢ inferior 10 raio critico Wh, as primeiras camadas de isolamento aumentaréo a perda de calor. Neste caso, uma tubulagao situada em ar parado, conde h seja da ordem de 10 keal/h.m”C, temos Uso de tabelas Uso de nomogramas Uso de graficos ou cartas Método analitico Uso de “softwares” E claro que, quando extensas superficies esto envolvidas ou lidamos com elevadas temperaturas, © processo computacional € © mais recomendado Para tanto existem inimeros programas disponiveis atraves dos fabricantes de isolantes ¢ associagdes diversas. Seauem abaixo os problemas mais comuns encontrados o dia a dia do técnico que lida com esta area 5.3.1. Caleulo de calor perdido ou ganho Método grafico © mais conhecido ¢ 0 abaco de Wrede, que fornece em fungao da diferenca de temperaturas entre a superficie externa © a ambiente € 0 didmetro da tubulagdo, a perda de calor. As condigdes atmosféricas (temperatura ambiente, velocidade do vento, etc.) € emissividade da superficie encontram-se fixadas. 2 3 3 z Tempiraice 20 4

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