You are on page 1of 11
Francisco Neto Pereira Pinto Luiza Helena Oliveira da Silva Marcio Aradjo de Melo. idgenes Buenos Aires de Carvalho: (organizadores) Conselho Editorial Fdtrcacao Nacional NSINO DA fo Dr. Ano Meds Calan — USP LITERATURA Saati NO CONTEXTO Profa.Oa. Eliabete Monto de Aguiar era ~ Unica CONTEMPORANEO Prot, Dr. Non Lui Nar = Unoose Prot Dr Joao dos Refs da ia Junior = UFSCar Pro Dr jos Camilo dos Samos Filho ~ Unicrnp Prof Dr. indore Bonet = PUC TPR Prot Dr. Lio Bianchet = UFSC Prof. Ora, Mca de Lourdes Pinto de Alneida- UnoescfUnkamp Prof Ora. Mara Eugenia Montes Castano ~ PLC Campinas Profa Dra, Mara Helena Salado Bagato = Unica Prof. Ora, Margarita Victoria Rodriguez -UFMS ofa ra Marlane Wolf Palm ~ UFFS Prof ra. Mra do Amparo Borges Ferro UP Prot Dr. Renato Dagnino ~ Unicamp PotD. Sidney Reinaldo da Sika ~ UTP FPR ! Prof. Dra, Vera ace ~ UFPA Consett Edo Edvcagto Inco rok De. Adin Ascoli -Univenidd Nacional do Roi Po De. Anonio Bonar Facil de lec EBuecntGranads ‘PD. Anono Cachapue~ Universidade de aio Fro Dr. Antonio Teodor Univeside Lustona de Humanidades Tecroogae Pot, ra Maia del Caen. Lopes Facultad de Cen de a EdusconiCrnad Pola. Fata Antunes Universidade do io Prof, Dra Marla Ross Misaca~ Universidad Nacional de Loja 7 Prof. ra Sin arp - Universidad Nacional de a Pista AERC Prof, Dra. Silvina Gvine ~ Universidad Nacional de La Pata a } ENSINO DA LITERATURA NA ESCOLA: ENTRE ATRADICAO EAS POSSIBILIDADES POSCOLONIAIS —O CAMINHO DA DESCOLONIZACAO Gilmsi Francisco Flee ensino ¢ a aprendizagem da literatura relacionam-se, dizetamente, com 0 envolvimento do sujeito com os sentidos que ‘omundo lhe proporciona, com a sociedade na qual esté inserido ena qual valores, hibitos e costumes sio compar:illados e com a linguagem que, uma vez apreendida, consegue coneretizar, em expresses compreensiveis, todas essas interagdes Assim, se considerarmos 0 sujeito no apenas como resultante de fendmenos biolégicos evolutivos, osdenados hicrérquicos, mas, também, olharmos para a dimensio histérica social do desenvolvimento do ser humano, torna-se inegivel 2 importincia e a imprescindibilidade da linguagem nessa sua constituigio integral, também, como sujeito sécio-histérico. A cultura que 0 envolve e forma, nesse sentido, é um construto humanoacumulativo e potencialidade de lidar coma linguagem € um des meios de acesso aos beneficios que ela oportuniza 40 erescimento do ser como um todo. Devemos, nesse sentido, considere que 219 Jad uma consequéneit Higion ky pis fio wera cruciate Wor Vigotski, (1997 p. 106), © da origem social das fangBex ais, & que a histéia do ser ‘human implica un nove nascinnento,o cular vex a 6 u-aascimento biokigicw aio di conta da emexpénc desis Fuagics defiaidorss do hyena May se existe wn nasciment cultural deve existe tum, como jt dito antes tum hinotrieo momento zero cucu A sardine Fungi cultura * on nai tm que se “ins poque clas anda aio estio I, 40 conten do que acorre com 8 Fungies biolipicar que estio Mi desde jc dh existénein [fino 2005, p47) ‘Todo sujeito sécio-histérico € um ser consciente. Este, por sua vez, esti, diametralmente, oposto 20 ser instintivo, iologicamente evoluido apenas. A consciéneia nio é um Intor decorente do desenvolvimento biolégico natural, Ela & resultante do processo de interagio do sujeito em formagio ‘com o meio social concretizado pelas possibilidades que este Ihe oferece para dialogar, trocar, negociar, dar ¢ pedis informagies, ou seja, a consciéncia resulta do desenvolvimento do uso da inguagem, Entre 0 sujeito © 0 meio esti, como condigio imprescindivel, o acesso A linguagem, por uma questio légica: no existe consciéncia sem linguagem. Quando nos referimos 4 consciéncia, estamos atrelados ao fato de que “a conseiéneia & a expressio ideal do psiquismo, desenvolvendo-se gracas, 4 complexificagio evolutiva do sistema nervoso central pela decisiva influéncia do trabalho ¢ da linguagem” (Martins 2013, p28). As distintas formas de linguagem, por sua vez, estio no centro mesmo da formacio da consciéncia do sujet. Quanto mais reduzidas © Timitadas elas forem, mais xestrita € condicionada seri a consciéncia do sujeito; a0 contritio, ‘quanto mais diversificadas, interconectadas ¢ expansivas forem 20 ys formas de linguagem com as quais o sujeto estabelece gua relagio com ot demais numa formagio intelectual © cia ampla, mais dinimicas ¢ vastas setio as suas de cons capacidades de percep. Fo s6cio-hist6rico que o ceream. Assim, “por tais mizSes € que podemos afrmar que a conscitnca 6 socal por naturza sto Pcialmente condicionada em scus determinantes ¢ contetidos (hartins 2007, p. 67). Inegivel, é, pois, a influéncia da escola aa cia dos individuos, pois é nesse fspaco social, por natureza e por determinagio onganizacional social, que se confiam as mais variadas instrugGes ¢ exercicios envolvendo 0 uso ¢a manipulagio da linguagem. Desse modo, “[.] a consciéneia do homem é a forma hhistética concreta do seu psiquismo, Ha adquire particularidades cas segundo as condicées sociais da vida dos homens |” Ceontiev 2004, p. 94). Muitas dessas “condigies sociais” fam limitadas ¢ restritas a0 espago escolir como ambiente formador e oportunizador de transformagSes € de ascensio social, especialmente em regimes politicos, hist6ricos © sociais formacio da consci div pos-coloniais, que geraram sisteinas hietiqaicos estratificados como os que vivem as comunidades na Amética Latina, Desenvolver a consciéneia por meio do acesso aprendizagem da -linguagem, cm suas miitiplas matizes, possibilita 0 estado mais elevado do set huunano: 0 pensamento, pois, “quando [..] a palaven ea linguaget se separam da atividade pritica imediata, as significagdes verbais sao abstraidas do objeto real e 6 podem, portanto, existie como fato de conscincia, isto &, como pensamento” (Leontiev 2004, p. 91) Quando falamos em proceso de ensino ¢ aprendizagem, € Sbvio que nos referimos aos procedimentos Gnicos de construgio de conhecimento, organizados, também, pela interagio social, Ao considerarmos os aspectos acima expostos, nnio nos resulta dificil imaginar que o conhecimento apenas s sinura, manifesta-se ¢ se constitui a partit de um pensamento 22 onpanizador, ou seja, 20 dar-se inicio 0 “proceso de reflexo, consciente da realidade, nas suas propriedades, ligacdes. ¢ relagdes objetivas, incluindo os mesmos objetos inacessiveis, 4 petcepgio sensivel imediata” (Leontiey 2004, p. 90), que se efetua nas interpelagies sociais Para isso, 0 ser humano precisa, necessariamente, valer se de instrumentos que Ihe possibilitem a realizagio das ages que conduzam & construgio do tequerido conhecimento para «a transformagio do meio natural em que vive, jé que necessita dessas melhorias, sejam elas materiais ou imateriais, para uma evisténcia mais plena Lisses recursos, de modo geral, podem set classificados em,

You might also like