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Apostila Fiscalização Ambiental - Maio - 2017
Apostila Fiscalização Ambiental - Maio - 2017
Governador
Autor
Mauricio Pain
Área de Proteção Ambiental – APA: é uma área em geral extensa, com certo
grau de ocupação humana, dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou
culturais, especialmente importantes para a qualidade de vida e o bem-estar
das populações humanas, e tem com objetivos básicos proteger a diversidade
biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do
uso dos recursos naturais (Lei nº 9.985/2000);
Unidade de Conservação - UC: instituída pelo poder público, nas suas três
esferas (municipal, estadual e federal), são reguladas pela Lei nº 9.985/00, que
institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação - SNUC. Estão
divididas em dois grupos: as de proteção integral e as de uso sustentável;
8
O capítulo 1 é a introdução, No capítulo 2, procura-se contextualizar o
aparecimento da questão ambiental na década de sessenta do século XX, as
iniciativas de movimentos sociais e de governos voltadas para o seu
enfrentamento, bem como suas repercussões no Brasil.
9
aspectos da política agrícola, funções ambientais dos órgãos de trânsito, das
autoridades marítimas, das instituições financeiras e do Departamento Nacional
de Produção Mineral (DNPM), a Política Energética Nacional, a atividade de
fiscalização da Agência Nacional do Petróleo Gás Natural e Biocombustíves
(ANP), a responsabilidade pela promoção da educação ambiental e alguns
dispositivos legais da legislação pertinente aos ao gerenciamento costeiro e à
política urbana.
10
Ao final daquela década, especialmente no ano emblemático de 1968 quando o
movimento estudantil se expandiu em Paris e em outras cidades européias,
nos Estados Unidos, México e Brasil, despontaram lutas sociais com
características distintas das experiências históricas anteriores. Nesse mesmo
ano, surgiu a idéia de uma Conferência das Nações Unidas sobre o Meio
Ambiente, originada do governo sueco, “respondendo às inquietações dos
cientistas daquele país com a chuva ácida, a contaminação do Báltico e a
acumulação de metais pesados e praguicidas nos peixes e nas aves” (STOTZ;
VALLA et al., 1992, p.3).
11
solicitação do Clube de Roma, defendia a tese de que o crescimento
exponencial da economia e da população constituiria a origem da crise
ambiental. A catástrofe para eles seria inevitável ao final do século XX, devido
ao esgotamento dos recursos naturais, à poluição e à carência de alimentos
(PELICIONI, 2005).
12
discussões das políticas públicas até a década de setenta do século XX
quando ocorreu a Conferência de Estocolmo sobre Meio Ambiente em junho de
1972. Este evento histórico tem sido reconhecido como um marco da
construção da agenda internacional no que tange à apresentação de diretrizes
políticas para o enfrentamento da questão ambiental.
No que concerne aos movimentos ecológicos, observa-se nesse período um
gradativo abandono da concepção inicial conservacionista pura para uma
busca de maior integração entre o homem e a natureza (socioambientalismo).
Todavia, o balanço dessas mobilizações até 1992 (Eco-Rio) não tem sido
considerado muito favorável:
Superada a fase inicial, marcada pelo temor com uma catástrofe global,
e abandonando qualquer idéia de redução do crescimento econômico
tal como proposta pelo Clube de Roma, as empresas multinacionais e
os governos dos países do Primeiro Mundo converteram-se em
destacados defensores do ‘desenvolvimento sustentável’. [...]. Porém,
apesar das promessas da reciclagem e da conversão industrial, da
automação e da microeletrônica, dos novos materiais, os vinte anos
subseqüentes à Conferência de Estocolmo foram marcados por um
aumento constante da poluição do ar e do mar, por crescente escassez
de água e perda de solo fértil, pela destruição da biota com redução de
espécies (STOTZ; VALLA et al., 1992, p.33).
13
2.1 Políticas ambientais no Brasil
14
econômica e do corte dos gastos públicos e foram limitadas quanto à
sustentabilidade ambiental. Também não conseguiram superar o tradicional
viés setorial. A área ambiental tem-se caracterizado pela “fragmentação e
incompetência gerencial, além de continuar isolada dos centros de decisão
econômica, onde se definem as políticas de desenvolvimento” (VIOLA, 2006,
p.13).
Segundo Arlindo Philippi Jr., Gilda Collet Bruna e Vicente Fernando Silveira
(2005, p.801) há quem considere que
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“tem mostrado grande eficiência no controle de poluição pontual
(predominantemente efluentes industriais), mas apresenta dificuldades para o
controle da poluição difusa” (PHILIPPI JR.; BRUNA; SILVEIRA, 2005, p.799).
A contaminação e poluição ambiental provocadas, por exemplo, pelo uso
indiscriminado de agrotóxicos, por esgotos domésticos oriundos de ligações
clandestinas, por veículos automotores e por resíduos sólidos urbanos (lixo
doméstico) exige outros tipos de intervenções do Poder Público pautadas em
ações educativas e incentivos econômicos.
Comentando os rumos que a Política Nacional do Meio Ambiente vem
tomando, Edis Milaré (2005, p. 432) salienta:
16
2. A constituição e a definição de problemas são altamente
dependentes da ciência, a qual se reveste de considerável insegurança.
A identificação de um problema ecológico, suas causas e
conseqüências freqüentemente devem ser definidas por análises
científicas. Essas muitas vezes são marcadas pela incerteza, como é o
caso, por exemplo, das previsões do tempo ou dos riscos de avaliação
das manipulações genéticas. Estamos tratando, portanto, de uma esfera
política que vem se tornando cada vez mais baseada na ciência, na
qual o acesso à informação, ao conhecimento e à competência
desempenha papel fundamental.
3. Os problemas ambientais estão estreitamente relacionados aos
problemas da distribuição da riqueza, isto é, as políticas ambientais não
se limitam à proteção da natureza, mas incluem a exploração, remoção
e utilização sustentável dos recursos naturais. Exemplo disso é a
destruição do clima global pelas metrópoles capitalistas. Um outro
exemplo são as lutas sobre os direitos de uso e exploração dos
recursos genéticos.
4. Além disso, a interdependência entre os níveis políticos – dos locais
aos internacionais – e a questão de representação e mediação dos
interesses relativos desempenham papel crucial nesse campo.
(HIRSCH, 2001, p.108).
17
ambientais, surgindo várias leis esparsas, a exemplo do Código Florestal
(1965), dos Códigos de Caça, de Pesca, de Mineração (todos de 1967), a Lei
de Responsabilidade por Danos Nucleares (1977), a Lei do Zoneamento
Industrial nas Áreas Críticas de Poluição (1980) e a Lei de Agrotóxicos (1989).
Finalmente na terceira, denominada “fase holística” passa o meio ambiente a
ser protegido integramente. A Lei da Política Nacional do Meio Ambiente (Lei
6.938/81) é o marco legislativo inicial dessa nova fase destacando-se ainda a
Lei dos Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/98) (BENJAMIN, 2003).
18
dimensão econômica que se devem harmonizar sob o conceito de
desenvolvimento sustentado.
19
Leis
Princípios
20
ambiente como um valor a ser necessariamente assegurado e protegido para o
uso de todos”. Tratando-se o bem ambiental de um interesse de toda a
coletividade, evidentemente, a sua proteção deve ser pública.
21
Princípio nº 15 - Com o fim de proteger o meio ambiente, o princípio da
precaução deverá ser amplamente observado pelos Estados, de acordo
com suas capacidades. Quando houver ameaça de danos graves ou
irreversíveis, a ausência de certeza absoluta não será utilizada como
razão para o adiamento de medidas economicamente visíveis para
prevenir a degradação ambiental (ANTUNES, 2004, p.36).
22
essenciais, de natureza global – como a água, ar e o solo – não podem
ser “apropriados” a bel talante (MILARÉ, 2005, P.170).
23
números 1.190/07, 5.487/09 e 6.204/09 que foram apensados ao primeiro
(BRASIL, 2010).
Sistematizando...
24
O meio ambiente, que as ordens constitucionais anteriores nem sequer
tratavam expressamente, com o advento da Carta Magna de 1988 passou a ter
destaque especial, não apenas pela criação de um capítulo especialmente
dedicado à matéria, mas também em virtude da questão permear todo o seu
texto, “correlacionada com os temas fundamentais da ordem constitucional”
(SILVA, 1998, p.26).
25
luz das suas coordenadas próprias. Mas essa universalização não
significa, só por si, que a efectividade das normas – sejam
programáticas ou preceptivas – se mostre muito forte ou idêntica por
toda a parte e muito poucos os Estados que poderão arrogar-se (como
bem se desejaria) a qualidade de Estados ambientais (MIRANDA,
2000).
O Capítulo VI, do Título VIII - Da Ordem social, foi reservado pelo constituinte
de 1988 para tratar especialmente do tema ambiental, e merece ser
integralmente transcrito:
26
II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do
País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de
material genético;
III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e
seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a
alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada
qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que
justifiquem sua proteção;
IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade
potencialmente causadora de significativa degradação do meio
ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará
publicidade;
V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas,
métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de
vida e o meio ambiente;
VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a
conscientização pública para a preservação do meio ambiente;
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que
coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de
espécies ou submetam os animais a crueldade.
§ 2º - Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o
meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo
órgão público competente, na forma da lei.
§ 3º - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente
sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e
administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos
causados.
§ 4º - A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar,
o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional,
e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que
assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso
dos recursos naturais.
§ 5º - São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos
Estados, por ações discriminatórias, necessárias à proteção dos
ecossistemas naturais.
27
§ 6º - As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua
localização definida em lei federal, sem o que não poderão ser
instaladas.
28
Em razão de seu caráter difuso, pertencente à categoria de direitos que se
enquadra como de terceira geração (BOBBIO, 1992) e de sua vital importância
para a própria sobrevivência do planeta, não poderia, de fato, a Constituição
disciplinar a matéria de forma diversa, isentando a coletividade da sua também
salutar obrigação de preservar e proteger o meio ambiente.
29
Convém frisar que o Município, conforme entendimento doutrinário e
jurisprudencial amplamente majoritários, pode também legislar sobre meio
ambiente, com fundamento no art. 30, incisos I e II, ou seja, “legislar sobre
assuntos de interesse local” e “suplementar a legislação federal e estadual no
que couber”.
É bem verdade que cada ente federativo, por sua vez, organiza e cria seus
próprios órgãos e entidades outorgando-lhes atribuições específicas para
atuarem nas questões ambientais, a exemplo do IBAMA, na Administração
Federal. Essa repartição de competências internas não parece, destarte,
afastar a indeclinável obrigação genérica que qualquer outro órgão ou entidade
que compõe a Administração Pública tem de cuidar do meio ambiente, ainda
que não haja previsão expressa na legislação ordinária nesse sentido.
30
ambiental a inserirem essa preocupação no planejamento, desenvolvimento e
execução de suas atividades.
31
Conforme Jurisprudência do Supremo Tribunal Federal:
32
A Agenda 21 preconiza que os instrumentos econômicos devem
incorporar os custos ambientais às decisões de produtores e
consumidores, diminuindo o viés distorcido da disponibilidade absoluta
dos recursos naturais. Os preços devem refletir o valor total (custos
sociais e ambientais) e sua escassez relativa, contribuindo para a
mitigação da degradação ambiental.
33
propriedade atenderá à sua função social”, o art. 170 e seus incisos II, III e VI,
que diz que a propriedade privada, a função social da propriedade e a defesa
do meio ambiente são princípios da ordem econômica, o art. 182, § 2º, que
trata da função social da propriedade urbana, o art. 184, referente à
desapropriação por interesse social de imóvel rural, o art. 186, que descreve os
requisitos para a conformação da função social, bem como e o próprio art. 225,
já analisado anteriormente.
O art. 186, que trata especificamente da propriedade rural, merece ser aqui
transcrito na íntegra por exigir de forma explícita para o efetivo cumprimento da
função social a utilização adequada dos recursos naturais e a preservação do
meio ambiente.
Convém lembrar que Novo Código Civil, instituído pela Lei nº 10.406/02,
procurando se amoldar a esses novos contornos estabelecidos pela
Constituição Federal de 1988, ao direito de propriedade, contemplando o fim
socioambiental a que ela se destina, diz expressamente em seu art. 1228, § 1°:
34
A função socioambiental da propriedade, sendo, portanto, matéria
constitucional e também disciplinada pela legislação ordinária, não pode jamais
deixar de ser observada pelo Estado. A busca de sua efetivação pelo Poder
Público se revela imprescindível para o desenvolvimento sustentável.
35
que possam ser nocivos à saúde e ao meio ambiente”); e art. 231, § 1º (define
as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios como aquelas “por eles
habitadas em caráter permanente, as utilizadas para suas atividades
produtivas, as imprescindíveis à preservação dos recursos ambientais
necessários a seu bem estar e às necessárias à sua reprodução física e
cultural, segundo seus usos, costumes e tradições”) (SILVA, 1998).
É o que se verifica, por exemplo, quando certos autores indicam o art. 21, XX
que trata da competência da União para “instituir diretrizes para o
desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e transportes
urbanos” como uma dessas inúmeras normas implícitas (ANTUNES, 2004;
SILVA, 1998).
Sistematizando...
1- Qual o significado da constituição de 1988 para a Política
Ambiental no Brasil?
2- Faça um quadro comparativo das competências concorrentes e
comuns aos entes federativos.
3- Comente a função socioambiental da propriedade.
36
5 REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS ADMINISTRATIVAS EM MATÉRIA
AMBIENTAL – LEI COMPLEMENTAR Nº 140/2011
37
237/97 do CONAMA estabeleceu critérios e parâmetros para a repartição de
competências entre os entes federativos para fins de licenciamento ambiental.
38
b) garantir o equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico com a
proteção do meio ambiente, observando a dignidade da pessoa
humana, a erradicação da pobreza e a redução das desigualdades
sociais e regionais;
c) harmonizar as políticas e ações administrativas para evitar a
sobreposição de atuação entre os entes federativos, de forma a evitar
conflitos de atribuições e garantir uma atuação administrativa eficiente;
d) garantir a uniformidade da política ambiental para todo o País,
respeitadas as peculiaridades regionais e locais. (LEI
COMPLEMENTAR Nº 140/11).
Estabelece, em seu art. 4º, que os entes federativos podem valer-se, entre
outros, dos seguintes instrumentos de cooperação institucional:
a) Consórcios públicos;
b) Convênios, acordos de cooperação técnica e outros Instrumentos
similares com órgãos e entidades do Poder Público;
c) Comissões Tripartites Nacional e Estaduais e Comissão Bipartite do
Distrito Federal, formadas, paritariamente, por representantes de todos
os entes federativos;
d) Fundos públicos e privados e outros instrumentos econômicos;
e) Delegação de atribuições e de ações administrativas de um ente
federativo a outro. (LEI COMPLEMENTAR, Nº 140/11).
39
A Resolução CONAMA Nº 237/07, ao descrever os requisitos para que o órgão
ambiental pudesse licenciar, se referia a “técnicos próprios ou contratados”.
Para fins específicos de delegação de ações administrativas, a Lei
Complementar nº 140/11 é, nesse sentido, bem mais restritiva, privilegiando e,
de certa forma, estimulando a criação de consórcios públicos.
40
ambiental e a autorização para supressão e aprovação de manejo vegetal,
cujas competências para o seu exercício serão a seguir analisadas.
De acordo com o art. 7º, XIV da referida lei complementar compete a União
promover o licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades:
41
No que se refere às alíneas “a”, “b”, “c”, “e” e “g” não houve qualquer alteração
de cunho material. As hipóteses ali previstas já eram assim disciplinadas pela
Resolução CONAMA nº 237/07.
Nota-se que foi suprimida a hipótese prevista no art. 4º, III da Resolução
CONAMA nº 237/97, qual seja, “cujos impactos ambientais diretos ultrapassem
os limites territoriais do País ou de um ou mais Estados”.
42
(CONAMA) e considerados os critérios de porte, potencial poluidor e
natureza da atividade ou empreendimento. (LEI COMPLEMENTAR, Nº
140/11).
43
É o caso, por exemplo, das atividades que envolvam Organismos
Geneticamente Modificados – OGM (Lei nº 8.974/95), da licença para uso da
configuração de veículos ou de motor (Lei nº 8.723/93) e do registro de
agrotóxico e seus componentes (Lei nº 7.802/89).
Destarte, ainda que inexistisse disposição expressa não seriam tais normas
revogadas por essa lei, mesmo que posterior. Prevaleceria, nesse caso, a
aplicação do princípio da especialidade. Têm as mesmas total amparo
constitucional por se inspirarem no princípio da predominância de interesses,
devendo a sua disciplina permanecer inalterada.
5.1.2 Estados
44
grandes alterações, em que pesem os esforços para o licenciamento no âmbito
local.
5.1.3 Municípios
Nos termos do art. 9º, XIV da referida lei complementar compete aos
Municípios o licenciamento de atividades ou empreendimentos:
45
em outubro de 2013, que versa sobre as atividades de impacto local, de
competência dos municípios, e fixa normas gerais de cooperação federativa
nas ações relativas à proteção das paisagens naturais, do meio ambiente e ao
combate da poluição, seguindo o que dispõe a Lei Complementar nº 140/2011,
que deverá ser publicada ainda este ano, revogando a Resolução CEPRAM n°
3.925/2009.
46
5.1.4 Distrito Federal
Sistematizando...
1- Faça um quadro comparativo das competências Federal,
Estadual municipal do Licenciamento.
47
5.2 AUTORIZAÇÃO DE SUPRESSÃO VEGETAL E APROVAÇÃO DE
MANEJO.
5.2.1 União
5.2.2 Estados
5.2.3 Municípios
48
b) a supressão e o manejo de vegetação, de florestas e formações
sucessoras em empreendimentos licenciados ou autorizados,
ambientalmente, pelo Município. (LEI COMPLEMENTAR, Nº 140/11)
Tendo em vista que grande parte dos estados e a maioria dos municípios não
estão devidamente estruturados para a atuação na área florestal, a exclusão da
competência do IBAMA pode, em muitos casos, representar graves riscos para
49
a conservação da biodiversidade, em especial, na floresta amazônica, caatinga
e cerrado.
Conforme o art. 11, “a lei poderá estabelecer regras próprias para atribuições
relativas à autorização de manejo e supressão de vegetação, considerada a
sua caracterização como vegetação primária ou secundária em diferentes
estágios de regeneração, assim como a existência de espécies da flora ou da
fauna ameaçadas de extinção”.
50
5.3 FISCALIZAÇÃO AMBIENTAL
51
proposta pela Lei Complementar nº 140/11 com relação ao licenciamento e
fiscalização ambiental.
Ressalte-se que mesmo antes dessa alteração deveria ser feita uma releitura
de alguns dos dispositivos ali constantes à luz da Constituição Federal de 1988
que estabeleceu a competência administrativa comum em matéria ambiental.
6 RESPONSABILIDADE AMBIENTAL
Antes de ser um fato jurídico é um “fato social” (Rosa, 1996), pois “aquele que
vive em sociedade e pratica um ato ou uma omissão que resulta em prejuízo,
deve suportar a consequência deste comportamento por imposição legal”
(Leite, 2003).
52
Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o
poluidor obrigado, independentemente da existência de culpa, a
indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros,
afetados por sua atividade. O Ministério Público da União e dos Estados
terá legitimidade para propor ação de responsabilidade civil e criminal,
por danos causados ao meio ambiente.
53
Trata-se de uma obrigação propter rem, ou seja, que acompanha a coisa e a
persegue, independe de quem seja o proprietário. É o caso, por exemplo, da
recuperação de áreas de Preservação Permanente.
54
Os responsáveis pela degradação ambiental ficam obrigados a recuperar as
áreas afetadas, sem prejuízo de outras responsabilidades administrativas
legalmente estabelecidas, através da adoção de medidas que visem à
recuperação do solo, da vegetação ou das águas e a redução dos riscos
ambientais para que se possa dar nova destinação à área.
55
As prerrogativas ou privilégios da Administração Pública são a ela conferidos
com vistas à satisfação dos interesses da coletividade. Os Poderes da
Administração Pública decorrem, fundamentam-se e somente se justificam em
razão de seu dever de perseguir o interesse público.
Por outro lado, a Administração Pública está sujeita a uma série de obrigações,
princípios, regras e procedimentos não incidentes nas relações entre
particulares.
7.1 Princípios
Com base nesse princípio o servidor público só pode fazer o que está previsto
em lei. Ou seja, não há autonomia de vontade. No mundo privado, pode-se
fazer tudo que a lei não proíbe (CF, art. 5°, II).
Somente a Lei pode criar direitos e obrigações. Somente a Lei pode inovar no
mundo jurídico. Para Celso Antônio Bandeira de Melo esse princípio "implica
subordinação completa do administrador à lei. Todos os agentes públicos,
56
desde o que lhe ocupe a cúspide até os mais modestos deles, devem ser
instrumentos de fiel e dócil realização das finalidades normativas".
Esse princípio abrange dois aspectos: 1) A Administração não pode atuar com
vistas a prejudicar ou beneficiar pessoas determinadas; 2) Os atos e
provimentos administrativos são imputáveis não ao funcionário que o pratica,
mas ao órgão ou entidade da Administração Pública.
Ofende, por exemplo, esse princípio, o técnico ambiental que interdita uma
determinada indústria não pelos prejuízos ambientais por ela causados, mas
verdadeiramente por ser inimigo de seu proprietário ou, em situação inversa,
que não aplica a sanção adequada pela relação de amizade que mantém com
o seu proprietário.
57
Emenda Constitucional nº 19/98, não resta dúvida de que, ainda que no
primeiro instante pareça “um simples adorno agregado ao art. 37 ou o
extravasamento de uma aspiração dos que burilam no texto“(MELLO, 2004,
p.112), a sua previsão expressa como princípio da administração alcança
relevância fundamental.
58
necessários para a melhor utilização possível dos recursos públicos, de
maneira a evitarem-se desperdícios e garantir-se maior rentabilidade
social (MORAES, 1999, p.298).
E conclui:
Observando esses dois aspectos (interno e externo) da eficiência na
Administração Pública, então, poder-se-ia enunciar o conteúdo jurídico
do princípio da eficiência nos seguintes termos: a Administração Pública
deve atender o cidadão na exata medida da necessidade deste com
59
agilidade, mediante adequada organização interna e ótimo
aproveitamento dos recursos disponíveis. (COSTODIO apud
VETTORATO, 2003).
60
7.1.6 Princípio da presunção de legitimidade ou de veracidade
Diz respeito ao aceitável, ao bom senso. Deve haver congruência lógica entre
as situações e as decisões administrativas.
61
7.1.11 Princípio da Proporcionalidade
62
7.2 Poder de polícia
63
Judiciário. A imposição de interdição, por exemplo, está embasada nesse
poder. A coercibilidade relaciona-se ao poder da Administração de utilizar a
força necessária para o cumprimento de suas decisões. O Poder de Polícia tem
como limites a competência, a forma, os fins, o motivo e o objeto.
LEGALIDADE
IMPESSOALIDADE
MORALIDADE
PUBLICIDADE
EFICIÊNCIA
Atos praticados com abuso de poder são nulos, devendo ser assim declarados
pela Administração Pública (autotutela administrativa) ou pelo Judiciário.
64
Pode-se citar como exemplos de abusos cometidos pela autoridade ambiental
a aplicação de multa com valor desproporcional a infração cometida, a
interdição de empreendimento quando a multa seria sanção suficiente para
atingir a finalidade pública, o estabelecimento de prazos inexequíveis para o
cumprimento de determinações, etc.
Sistematizando...
1- Conceitue os princípios da administração.
De acordo com art. 2º, caput o seu objetivo geral é “a preservação, melhoria e
recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no
País, condições ao desenvolvimento sócio-econômico, aos interesses da
segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana”
65
O homem tem o direito fundamental à liberdade, à igualdade e ao
desfrute de condições de vida adequadas, em um meio ambiente de
qualidade tal que lhe permita levar uma vida digna, gozar de bem-estar,
e é portador solene de obrigação de melhorar o meio ambiente, para as
presentes e futuras gerações [...]
66
enumerados, ficam totalmente prejudicados a ponto de inviabilizar o êxito da
própria política.
67
como os da Administração Pública, que é a estrutura organizacional e
operacional daquele poder.
68
O Sistema Nacional do Meio Ambiente é composto pelo conjunto de órgãos e
entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
responsáveis pela proteção ambiental.
69
integram o conselho, na qualidade de conselheiros convidados sem direito a
voto um representante do Ministério Público Federal, dos Ministérios Públicos
Estaduais e da Comissão de Defesa do Consumidor, Meio ambiente e Minorias
da Câmara dos Deputados (art. 5º do Decreto nº 99.274/90).
70
A composição plural do CONAMA e a mera previsão legal de que os órgãos
setoriais são integrantes do SISNAMA não se revelam suficientes para que
valores ambientais possam imiscuir-se nas políticas públicas realizadas pelos
diversos setores.
Para os fins específicos deste estudo será dada ênfase aos aspectos
normativos mais atinentes ao exercício da fiscalização ambiental.
Por expressa previsão legal, aplicam-se aos resíduos sólidos, além do disposto
na referida lei, nas Leis nos 11.445, de 5 de janeiro de 2007, 9.974, de 6 de
71
junho de 2000, e 9.966, de 28 de abril de 2000, as normas estabelecidas pelos
órgãos do Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama), do Sistema Nacional
de Vigilância Sanitária (SNVS), do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade
Agropecuária (Suasa) e do Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e
Qualidade Industrial (Sinmetro). Já os rejeitos radioativos são regulados por
legislação específica.
72
8. resíduos da construção civil: os gerados nas construções, reformas,
reparos e demolições de obras de construção civil, incluídos os
resultantes da preparação e escavação de terrenos para obras civis;
9. resíduos agrossilvopastoris: os gerados nas atividades agropecuárias e
silviculturais, incluídos os relacionados a insumos utilizados nessas
atividades;
10. resíduos de serviços de transportes: os originários de portos,
aeroportos, terminais alfandegários, rodoviários e ferroviários e
passagens de fronteira;
11. resíduos de mineração: os gerados na atividade de pesquisa,
extração ou beneficiamento de minérios;
73
b) gerem resíduos que, mesmo caracterizados como não perigosos, por
sua natureza, composição ou volume, não sejam equiparados aos
resíduos domiciliares pelo poder público municipal;
3. as empresas de construção civil, nos termos do regulamento ou de
normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama;
4. os responsáveis por portos, aeroportos, terminais alfandegários,
rodoviários e ferroviários e passagens de fronteira e, nos termos do
regulamento ou de normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama e, se
couber, do SNVS, as empresas de transporte;
5. os responsáveis por atividades agrossilvopastoris, se exigido pelo órgão
competente do Sisnama, do SNVS ou do Sistema Unificado de Atenção
à Sanidade Agropecuária (Suasa).
74
responsabilidade por danos que vierem a ser provocados pelo gerenciamento
inadequado dos respectivos resíduos ou rejeitos.
75
regulamento, em normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama, do
Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS) e do Sistema Unificado
de Atenção à Sanidade Agropecuária (Suasa), ou em normas técnicas;
b) pilhas e baterias;
c) pneus;
d) óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens;
e) lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista;
f) produtos eletroeletrônicos e seus componentes.
76
Devem também informar anualmente ao órgão competente do Sisnama e, se
couber, do SNVS, sobre a quantidade, a natureza e a destinação temporária ou
final dos resíduos sob sua responsabilidade.
77
Com o fim de garantir a devida proteção à saúde e ao meio ambiente a lei
estabelece uma série de condutas proibidas.
78
É também expressamente proibida a importação de resíduos sólidos perigosos
e rejeitos, bem como de resíduos sólidos cujas características causem dano ao
meio ambiente, à saúde pública e animal e à sanidade vegetal, ainda que para
tratamento, reforma, reúso, reutilização ou recuperação.
79
caso de dolo, a pena de detenção, de um a três anos, e multa. Se o crime for
culposo, a pena é de três meses a um ano, sem prejuízo da multa.
Art. 62.
IX - lançar resíduos sólidos ou rejeitos em praias, no mar ou quaisquer
recursos hídricos;
X - lançar resíduos sólidos ou rejeitos in natura a céu aberto,
excetuados os resíduos de mineração;
XI - queimar resíduos sólidos ou rejeitos a céu aberto ou em recipientes,
instalações e equipamentos não licenciados para a atividade;
XII - descumprir obrigação prevista no sistema de logística reversa
implantado nos termos da Lei no 12.305, de 2010, consoante as
responsabilidades específicas estabelecidas para o referido sistema;
XIII - deixar de segregar resíduos sólidos na forma estabelecida para a
coleta seletiva, quando a referida coleta for instituída pelo titular do
serviço público de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos;
XIV - destinar resíduos sólidos urbanos à recuperação energética em
desconformidade com o § 1o do art. 9o da Lei no 12.305, de 2010, e
respectivo regulamento;
XV - deixar de manter atualizadas e disponíveis ao órgão municipal
competente e a outras autoridades informações completas sobre a
realização das ações do sistema de logística reversa sobre sua
responsabilidade;
XVI - não manter atualizadas e disponíveis ao órgão municipal
competente, ao órgão licenciador do SISNAMA e a outras autoridades,
80
informações completas sobre a implementação e a operacionalização
do plano de gerenciamento de resíduos sólidos sob sua
responsabilidade; e
XVII - deixar de atender às regras sobre registro, gerenciamento e
informação previstos no § 2o do art. 39 da Lei no 12.305, de 2010.
§ 1o As multas de que tratam os incisos I a XI deste artigo serão
aplicadas após laudo de constatação.
§ 2o Os consumidores que descumprirem as respectivas obrigações
previstas nos sistemas de logística reversa e de coleta seletiva estarão
sujeitos à penalidade de advertência.
§ 3o No caso de reincidência no cometimento da infração prevista no
§ 2o, poderá ser aplicada a penalidade de multa, no valor de R$ 50,00
(cinquenta reais) a R$ 500,00 (quinhentos reais).
§ 4o A multa simples a que se refere o § 3o pode ser convertida em
serviços de preservação, melhoria e recuperação da qualidade do meio
ambiente.
É tão íntima a relação entre saúde e meio ambiente que Maria Luiza Machado
Granziera e Sueli Dallari (2005, p.607) chegam a sustentar serem temas
indissociáveis. De fato, a saúde da população está nitidamente relacionada ao
equilíbrio ambiental.
81
superpopulação de animais nos centros urbanos tais como ratos e pombos
provoca também sérios riscos à saúde humana; que a devastação das florestas
contribui para a proliferação de doenças, tais como malária, febre amarela,
doença de Chagas e leishmaniose; e que o uso indiscriminado de agrotóxicos
também representa grande risco para a saúde.
82
Embora não sejam “os limites externos de seus círculos de configuração”, a
rigor, coincidentes, o direito à saúde e o direito ao meio ambiente
ecologicamente equilibrado dividem uma área de convergência e, em alguns
casos, até de sobreposição (BENJAMIN, 2003, p.20). Ensina o autor:
83
ambiental resultante de atividades que direta ou indiretamente”, dentre outros,
prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população.
A Lei dos Crimes Ambientais (Lei 9.605/98), em seu art. 54, tipifica a conduta
de quem “causar poluição de qualquer natureza em tais níveis que resultem ou
possam resultar em danos à saúde humana [...]”.
A Lei nº 8.080/90, que trata do Sistema Único de Saúde (SUS), em seu art. 3º,
diz:
84
inspeção de alimentos, água e bebidas para consumo humano; na participação
no controle e na fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de
substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos.
85
À direção estadual do Sistema Único de Saúde compete também participar,
junto com os órgãos afins, do controle dos agravos do meio ambiente que
tenham repercussão na saúde humana, da formulação da política e da
execução de ações de saneamento básico, bem como das ações de controle e
avaliação das condições e dos ambientes de trabalho (art.17).
À direção municipal do Sistema de Saúde (SUS), por sua vez, foi conferida a
competência para também colaborar na fiscalização das agressões ao meio
ambiente que tenham repercussão sobre a saúde humana e para atuar, junto
aos órgãos municipais, estaduais e federais competentes, para controlá-las
(art.18).
86
Além de estar em consonância com as modernas técnicas de gestão
governamental pautadas na intersetorialidade, a referida previsão legal, ao que
parece, representa também uma tentativa do legislador de prevenir o
surgimento de conflitos de competência entre órgãos do SISNAMA e do SUS.
Em algumas situações fáticas, é realmente difícil saber os limites de atuação
dos órgãos ambientais e sanitários. No campo da saúde ambiental, esses laços
se estreitam demasiadamente. Basta citar alguns exemplos de assuntos de
interesse desse setor da saúde: contaminação do solo e da água de consumo
humano; contaminantes ambientais; disposição de dejetos humanos e animais;
poluição do ar; lixo hospitalar (SANTOS, 2006, p.21).
A Lei n.º 7.802/89, referente a agrotóxicos, e a Lei n.º 11.105/2005, que dispõe
sobre Organismos Geneticamente Modificados (OGMs) e seus derivados,
devido às suas especificidades serão objeto de estudo à parte.
87
de agrotóxicos, seus componentes e afins”, reconhecendo ser um tema que
interessa aos Ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Saúde e do
Meio Ambiente, conferiu competência ora conjuntamente a todos ou a dois
deles (arts. 2º, 3º e 4º), ora separadamente à cada um deles (arts. 5º, 6º e 7º)
para tratar de assuntos pertinentes à matéria.
88
assunto, protestos da sociedade civil organizada eram recorrentes e os ânimos
acirrados entre setores da saúde e meio ambiente e desenvolvimentistas.
89
estabelecimento de normas técnicas de segurança e de pareceres técnicos
referentes à autorização para atividades que envolvam pesquisa e uso
comercial de OGM e seus derivados, com base na avaliação de seu risco
zoofitossanitário, à saúde humana e ao meio ambiente, foi reestruturada a
Comissão Técnica Nacional de Biossegurança – CTNBio, integrante do
Ministério da Ciência e Tecnologia, instância colegiada multidisciplinar de
caráter consultivo e deliberativo.
Mais do que a integração, a referida lei criou uma comissão técnica composta
por representantes dos diversos setores interessados. Se por um lado esse
90
modelo permite a participação dos diversos setores na tomada de decisões o
que é, sem dúvida, positivo; por outro se observa, no âmbito de competência
dessa comissão, uma grande concentração de poderes que pode se revelar
bastante prejudicial.
91
O Capítulo IV trata dos órgãos e entidades de registro e fiscalização. Devido à
sua importância para os propósitos desse estudo vale a pena transcrever parte
do mesmo. Conforme a seguir:
Art. 16. Caberá aos órgãos e entidades de registro e fiscalização do
Ministério da Saúde, do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento e do Ministério do Meio Ambiente, e da Secretaria
Especial de Aqüicultura e Pesca da Presidência da República entre
outras atribuições, no campo de suas competências, observadas a
decisão técnica da CTNBio, as deliberações do CNBS e os mecanismos
estabelecidos nesta Lei e na sua regulamentação:
I – fiscalizar as atividades de pesquisa de OGM e seus derivados;
II – registrar e fiscalizar a liberação comercial de OGM e seus
derivados;
III – emitir autorização para a importação de OGM e seus derivados
para uso comercial;
IV – manter atualizado no SIB o cadastro das instituições e
responsáveis técnicos que realizam atividades e projetos relacionados a
OGM e seus derivados;
V – tornar públicos, inclusive no SIB, os registros e autorizações
concedidas;
VI – aplicar as penalidades de que trata esta Lei;
VII – subsidiar a CTNBio na definição de quesitos de avaliação de
biossegurança de OGM e seus derivados.
§ 1o Após manifestação favorável da CTNBio, ou do CNBS, em caso de
avocação ou recurso, caberá, em decorrência de análise específica e
decisão pertinente:
I – ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento emitir as
autorizações e registros e fiscalizar produtos e atividades que utilizem
OGM e seus derivados destinados a uso animal, na agricultura,
pecuária, agroindústria e áreas afins, de acordo com a legislação em
vigor e segundo o regulamento desta Lei;
II – ao órgão competente do Ministério da Saúde emitir as autorizações
e registros e fiscalizar produtos e atividades com OGM e seus derivados
destinados a uso humano, farmacológico, domissanitário e áreas afins,
92
de acordo com a legislação em vigor e segundo o regulamento desta
Lei;
III – ao órgão competente do Ministério do Meio Ambiente emitir as
autorizações e registros e fiscalizar produtos e atividades que envolvam
OGM e seus derivados a serem liberados nos ecossistemas naturais, de
acordo com a legislação em vigor e segundo o regulamento desta Lei,
bem como o licenciamento, nos casos em que a CTNBio deliberar, na
forma desta Lei, que o OGM é potencialmente causador de significativa
degradação do meio ambiente;
IV – à Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca da Presidência da
República emitir as autorizações e registros de produtos e atividades
com OGM e seus derivados destinados ao uso na pesca e aqüicultura,
de acordo com a legislação em vigor e segundo esta Lei e seu
regulamento [...]
93
No seu art. 19, a lei atribui ao Poder Público os deveres de integrar, ao nível de
Governo Federal, os Estados, o Distrito Federal, os Territórios, os Municípios e
as comunidades na preservação do meio ambiente e conservação dos
94
O Poder Público deverá também implementar programas de estímulo às
atividades de interesse econômico apícolas e criatórios de peixes e outros
produtos de vida fluvial, lacustre e marinha, visando o incremento da oferta de
alimentos e a preservação das espécies animais e vegetais.
Determina ainda a lei, a elaboração pelos órgãos mantidos ou não pelo Poder
Público, sob a coordenação da União e das Unidades da Federação, de
programas plurianuais e planos operativos anuais relativos à proteção do meio
ambiente e dos recursos naturais.
Cite-se ainda a Lei nº 10.831/03 que dispõe sobre a agricultura orgânica e a Lei
nº 11.326/06, que estabelece as diretrizes para a formulação da Política
Nacional da Agricultura Familiar e Empreendimentos Familiares Rurais. Diz a
última, em seu art. 4o, II, que a referida política observará, dentre outros, o
princípio da sustentabilidade ambiental. Mais uma vez restou demonstrada a
obrigação legal dos órgãos responsáveis pela execução da política agrícola de
atentarem para as questões ambientais.
95
ou pela sua carga, e dar apoio, quando solicitado, às ações específicas dos
órgãos ambientais (arts. 10, VI; 20,XI e 21, XIII; 24, XX).
96
9.7 O papel das instituições financeiras
A Lei da PNMA - Lei nº 6.938/81, em seu art. 12, determina que as entidades e
órgãos de financiamento e incentivos governamentais condicionarão a
aprovação de projetos habilitados a esses benefícios ao licenciamento
ambiental e ao cumprimento das normas, dos critérios e dos padrões
expedidos pelo CONAMA, devendo exigir das instituições financeiras que
conste dos projetos a realização de obras e aquisição de equipamentos
destinados ao controle de degradação ambiental e à melhoria da qualidade do
meio ambiente.
97
9.8 O DNPM e os seus deveres ambientais
Verifica-se que não só atribuiu a lei competência à referida entidade para atuar
na área ambiental, mas disse também, expressamente, que a atividade de
fiscalização por ela exercida deve ser realizada de forma articulada com os
órgãos ambientais e outros órgãos interessados.
98
mediante convênios com órgãos dos Estados e do Distrito Federal, as
atividades integrantes da indústria do petróleo, do gás natural e dos
biocombustíveis, bem como aplicar as sanções administrativas e pecuniárias
previstas em lei, regulamento ou contrato (art. 8º, inciso VII); fazer cumprir as
boas práticas de conservação e uso racional do petróleo, gás natural, seus
derivados e biocombustíveis e de preservação do meio ambiente (art. 8º, inciso
IV).
99
De acordo com o art. 1º do Decreto nº 4.281/02, que regulamenta a referida lei,
“a Política Nacional de Educação Ambiental será executada pelos órgãos e
entidades integrantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente - SISNAMA,
pelas instituições educacionais públicas e privadas dos sistemas de ensino,
pelos órgãos públicos da União, Estados, Distrito Federal e Municípios,
envolvendo entidades não governamentais, entidades de classe, meios de
comunicação e demais segmentos da sociedade”.
100
das águas e limitações à utilização de imóveis, as disposições de natureza
mais restritiva. A Bahia instituiu o seu Plano Estadual de Gerenciamento
Costeiro, sendo o assunto regulado nos art. 19 a 22C da Lei Estadual nº
10431/06.
A referida lei, de acordo com o art. 1º, estabelece normas de ordem pública e
interesse social que regulam o uso da propriedade urbana em prol do bem
coletivo, da segurança e do bem-estar dos cidadãos, bem como do equilíbrio
ambiental.
101
I – garantia do direito a cidades sustentáveis, entendido como o direito à
terra urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, à infra-estrutura
urbana, ao transporte e aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer,
para as presentes e futuras gerações;
[...] IV – planejamento do desenvolvimento das cidades, da distribuição
espacial da população e das atividades econômicas do Município e do
território sob sua área de influência, de modo a evitar e corrigir as
distorções do crescimento urbano e seus efeitos negativos sobre o meio
ambiente;
V – ordenação e controle do uso do solo, de forma a evitar:
[...] g) a poluição e a degradação ambiental;
[...] VII– adoção de padrões de produção e consumo de bens e serviços
e de expansão urbana compatíveis com os limites da sustentabilidade
ambiental, social e econômica do Município e do território sob sua área
de influência;
[...] XII– proteção, preservação e recuperação do meio ambiente natural
e construído, do patrimônio cultural, histórico, artístico, paisagístico e
arqueológico;
XIII – audiência do Poder Público municipal e da população interessada
nos processos de implantação de empreendimentos ou atividades com
efeitos potencialmente negativos sobre o meio ambiente natural ou
construído, o conforto ou a segurança da população.
102
Figura 07. Diagrama do INEMA enfatizando os órgãos responsáveis pela fiscalização
ambiental.
Fiscalização de atendimento às
203 255 409 297 206 76 95 735 1460 1137 835 875 408
denúncias
Fiscalização de atendimento às
* * * 42 29 7 1 14 49 15 52 52 16
condicionantes
Fiscalização para renovação de
39 43 78 80 63 38 44 72 58 65 44 41 3
licenças
Fiscalização de atendimento
49 87 118 101 55 99 88 109 59 79 61 95 45
emergencial
Operações planejadas de
22 21 22 20 27 37 98 96 133 185 254 174 49
fiscalização
Fiscalização de atendimento de
181 196 228 203 346 136 262 277 551 389 509 432 28
demanda judicial
Fiscalização para avaliar termo de
10 17 14 11 8 10 148 5 1 50 2 11 1
compromisso.
TOTAL 504 619 869 754 734 403 736 1308 2311 1920 1757 1680 550
103
À COADE compete o atendimento às denúncias e emergências ambientais,
bem como às solicitações do Ministério Público e do Poder Judiciário.
As denúncias podem ser feitas gratuitamente pela sociedade por meio do disk
denúncia (0800), por carta, e-mail, fax ou qualquer outro meio hábil. Qualquer
pessoa legalmente identificada, ao constatar infração ambiental decorrente de
empreendimento ou atividade utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou
potencialmente poluidores, pode dirigir representação ao INEMA ou a qualquer
outro órgão ambiental integrante do Sistema Estadual de Meio Ambiente -
SISEMA e do Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos -
SEGREH, para adoção das providências cabíveis.
DISK DENÚNCIA:
104
Os Ministérios Público Federal e Estadual, com freqüência, requisitam aos
órgãos ambientais, documentos, informações acerca de licenças ambientais,
cumprimento de condicionantes, desmatamento, extração ilegal de minérios,
dentre outras supostas irregularidades, estabelecendo prazo para
cumprimento.
105
A COFIS realiza operações planejadas de fiscalização, fiscaliza e cumprimento
de condicionantes e de termos de compromisso firmados com o INEMA, e
atualmente é também responsável pelos processos de renovação de licença
ambiental.
6000
5095
5000
4000
3000
2000 1807
1000
248
0
2012 2013 2014
Até o momento 7.150 propriedades rurais foram cadastradas no CEFIR, gerando a regularização de aproximadamente
4,5 milhões de hectares no Estado da Bahia.
Os dados de 2014, referem-se ao período de Janeiro a Maio do mesmo ano.
Fonte: SEMA/INEMA
Sistemas: SEIA/CEFIR
106
Os atendimentos emergenciais, em geral, dizem respeito a vazamento de
substâncias químicas, que atingem a atmosfera, o solo e/ou corpos hídricos. É
comum o atendimento a situações que envolvem o tombamento de caminhões
e o vazamento de óleo na praia e no mar.
107
poderão ser implementadas pelo responsável
envolvido na ocorrência, devendo ser o fato
Poderes dos agentes de
comunicado imediatamente ao órgão fiscalização
Nos termos do art. 239 do
ambiental.
referido Regulamento da Lei
Estadual nº 10.431/06, no
exercício de suas atividades, os
O responsável pelo material derramado,
agentes poderão:
vazado, lançado ou disposto acidentalmente
a) colher amostras necessárias
deverá fornecer ao órgão ambiental
para análises técnicas de
competente, no prazo máximo de 48 controle;
b) efetuar inspeções e visitas
(quarenta e oito) horas, relatório preliminar
de rotina, avaliação, análise e
com estimativa qualiquantitativa do material, am ostragem técnicas e
elaborar os respectivos autos,
bem como as providências tomadas para
relatórios e laudos;
apuração, solução e minimização do impacto c) elaborar o relatório de
inspeção para cada vistoria
causado. Admitir-se-á a prorrogação do
realizada;
prazo, desde que devidamente justificado ao d) proceder à apuração de
irregularidades e infrações;
órgão ambiental e condicionado à sua
e) verificar a observância das
aprovação. normas e padrões ambientais
vigentes;
f) notificar, lavrar autos de
Nos 15 (quinze) dias seguintes à infração e impor as sanções
administrativas legalm ente
comunicação, o responsável deverá
previstas;
apresentar ao órgão ambiental competente g) praticar todos os atos
necessários ao bom
relatório conclusivo da ocorrência,
desempenho da vigilância
relacionando causas, quantidades, extensão ambiental no Estado;
h) fixar prazo para: correção
do dano e providências adotadas.
das irregularidades
Excepcionalmente o prazo poderá ser constatadas, bem como a
tomada de m edidas objetivando
dilatado desde que também devidamente
a redução ou cessação de risco
justificado ao órgão ambiental e condicionado potencial à saúde humana e à
integridade
à sua aprovação.
ambiental;cumprimento de
condições, restrições e
108
As operações de limpeza e restauração de áreas e bens atingidos, de
desintoxicação, quando necessária, e de destino final dos resíduos gerados
deverão atender aos requisitos do órgão ambiental competente.
10.2 Notificação
109
de que as mesmas se enquadrem nas condições e limites estipulados na
licença ambiental concedida.
110
10.4 Infrações ambientais em espécie
111
de controle ambiental, de medidas mitigadoras, de monitoramento, ou
equivalentes;
VII - impedir, dificultar ou causar embaraço à fiscalização dos órgãos
executores do SISEMA;
VIII - inobservar preceitos estabelecidos pela legislação de controle
ambiental;
IX - prestar informação falsa, adulterar dados técnicos solicitados pelos
órgãos executores do SISEMA ou deixar de apresentá-los quando
devidos ou solicitados, bem como apresentá-los fora do prazo
estabelecido;
X - a falta de inscrição ou irregularidade nas inscrições nos Cadastros
disciplinados pela legislação ambiental;
XI - falta de registro para a devida inscrição nos cadastros que
compõem o SEIA, quando legalmente exigidos.
112
VI - infringir normas estabelecidas nesta Lei e em suas disposições
regulamentares, abrangendo instruções e procedimentos fixados pelos
órgãos ou entidades competentes;
VII - lançar em corpos hídricos esgotos, despejos e demais resíduos
sólidos, líquidos ou gasosos, tratados ou não, sem a respectiva outorga
de direito de uso.
113
10.5 Penalidades administrativas
I - advertência;
II - multa de R$50,00 (cinquenta reais) a R$50.000.000,00 (cinquenta
milhões de reais);
III - multa diária de R$50,00 (cinquenta reais) a R$500.000,00 (quinhentos
mil reais);
IV - interdição temporária ou definitiva;
V - embargo temporário ou definitivo;
VI - demolição;
VII - apreensão dos animais produtos e subprodutos da fauna e flora,
instrumentos,petrechos, equipamentos ou veículos de qualquer natureza
utilizados na infração;
VIII - suspensão parcial ou total de atividades;
IX - suspensão de venda e fabricação do produto;
X - destruição ou inutilização de produto;
XI - destruição de fornos para produção de carvão vegetal;
XII - perda ou restrição de direitos consistentes em:
a) suspensão de registro, licença ou autorização;
b) cancelamento de registro, licença e autorização;
c) perda ou restrição de benefícios e incentivos fiscais;
d) perda ou suspensão da participação em linhas financiamento em
estabelecimentos públicos de crédito;
e) proibição de licitar e contratar com a Administração Pública pelo período
de até 03 (três) anos.
114
Todas as despesas decorrentes da aplicação das penalidades correrão por
conta do infrator, sem prejuízo da indenização relativa aos danos a que der
causa.
Interdição temporária e
Advertência Multa
definitiva
A penalidade de advertência A multa poderá ser simples A penalidade de interdição
será aplicada, a critério da ou diária. O valor da multa temporária será imposta a
autoridade fiscalizadora, simples será fixado de acordo atividades, nos casos de:
quando se tratar de infração com a classificação da I - perigo ou dano à saúde
de natureza leve ou grave infração administrativa pública ou ao meio ambiente;
fixando-se, quando for o previstas no Anexo VI do II - a critério do órgão
caso,prazo para que sejam Decreto nº 14.024/12 e será ambiental, nos casos de
sanadas as irregularidades corrigido periodicamente pelo infração formal;
apontadas. Poder Executivo, com base III - a critério do órgão
em índices oficiais, sendo o ambiental, a partir de
mínimo de R$500,00 reincidência.**
(quinhentos reais) e o
máximo de R$50.000.000,00
(cinquenta milhões de reais).*
Embargo temporário e
Demolição Apreensão
definitivo
A penalidade de embargo A penalidade de demolição A penalidade de apreensão
temporário será imposta no será imposta a critério da será aplicada nos casos de
caso de obras e construções autoridade julgadora e infração às normas e
em andamento sem a devida executada exigências ambientais ou
regularidade ambiental administrativamente quando danos diretos ao meio
mediante licença, anuência, a obra, construção ou ambiente e aos recursos
autorização ou em desacordo instalação: naturais e dar-se-á em
com os mesmos, se I - estiver produzindo grave relação aos instrumentos,
concedidos. Já a penalidade dano ambiental; apetrechos, equipamentos,
de embargo definitivo será II - estiver contrariando as animais e veículos utilizados
imposta quando a obra ou disposições legais previstas bem como, produtos e
construção não tiver condição em normas ambientais de subprodutos dela resultantes,
de ser regularizada, conforme âmbito federal ou estadual. mediante lavratura do
os dispositivos previstos na respectivo auto.
legislação ambiental.***
Tabela 01. Quadro comparativo das penalidades em espécie.
115
*Nos casos de infração continuada, a critério do agente autuante, poderá
será aplicada multa diária de R$500,00 (quinhentos reais) até
R$500.000,00 (quinhentos mil reais).
116
III - os instrumentos, os equipamentos, os apetrechos, os veículos e as
embarcações apreendidos na prática da infração, poderão:
- Destruição de fornos
A penalidade de destruição de fornos será imposta pelo agente autuante
e executada administrativamente quando os mesmos estiverem sendo
utilizados sem as devidas licenças e autorizações.Os fornos poderão ser
destruídos in loco, na ocasião da constatação do evento
117
Anteriormente era necessária uma previa autorização do CEPRAM para a
destruição dos fornos durante operação de fiscalização.
118
No caso de infração que envolva fontes móveis, o auto de infração deverá
ainda conter a placa de identificação da fonte móvel, a marca, o modelo, a cor
e demais características.
- Circunstâncias atenuantes
(art. 250 do Regulamento da Lei Estadual nº 10.431/06, aprovado pelo Decreto
Estadual nº 14.024/12, com a alterações introduzidas pelo Decreto Estadual nº
14.032/12).
São consideradas circunstâncias atenuantes:
I - espontânea contenção, redução ou reparação da degradação
ambiental pelo infrator;
119
II - decorrer, a infração, da prática de ato costumeiro de população
tradicional à qual pertença o infrator;
III - não ter cometido nenhuma infração anteriormente;
IV - baixo grau de escolaridade do infrator;
V - colaboração com os técnicos encarregados da fiscalização e do
controle ambiental;
VI - comunicação imediata do infrator às autoridades competentes.
120
LAC, ou em qualquer outro procedimento administrativo, estudo, laudo ou
relatório ambiental total ou parcialmente falso ou enganoso, inclusive por
omissão.
- Reincidência
O cometimento de nova infração ambiental pelo mesmo infrator, no período de
três anos, contados da lavratura de auto de infração anterior devidamente
confirmado no julgamento, implica:
I - aplicação da multa em triplo, no caso de cometimento da mesma
infração; ou
II - aplicação da multa em dobro, no caso de cometimento de infração
distinta.
121
utilizado para os serviços de preservação, melhoria e recuperação da
qualidade do meio ambiente.
A Lei Estadual nº 10.431/06, da mesma forma, assevera em seu art. 71, que
compete ao Poder Público instituir, implantar e administrar, na forma da
legislação pertinente, espaços territoriais e seus componentes representativos
de todos os ecossistemas originais a serem protegidos, com vistas à
manutenção e utilização racional do patrimônio biofísico e cultural de seu
território, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos
atributos que justifiquem sua proteção.
122
Áreas geográficas públicas ou privadas [...] dotadas de atributos
ambientais que requeiram sua sujeição, pela lei, a um regime jurídico de
interesse público que implique sua relativa imodificabilidade e sua
utilização sustentada, tendo em vista a preservação e proteção de
amostras de toda a diversidade de ecossistemas, a proteção ao
processo evolutivo das espécies, a preservação e proteção dos
recursos naturais” (SILVA, 2007).
Em um conceito amplo espaços territoriais especialmente protegidos são um
gênero do qual são espécies a reserva legal, as Áreas de preservação
permanente – APPs e as Unidade de Conservação – UC.
Todo imóvel rural deve manter área com cobertura de vegetação nativa, a título
de Reserva Legal, sem prejuízo da aplicação das normas sobre as Áreas de
Preservação Permanente, observados os seguintes percentuais mínimos em
relação à área do imóvel:
123
II - localizado nas demais regiões do País, como no caso da Bahia: 20%
(vinte por cento).
124
até 50% (cinquenta por cento) da propriedade, excluídas as áreas prioritárias
para conservação da biodiversidade e dos recursos hídricos;
II - ampliar as áreas de Reserva Legal em até 50% (cinquenta por cento) dos
percentuais previstos nesta Lei, para cumprimento de metas nacionais de
proteção à biodiversidade ou de redução de emissão de gases de efeito estufa.
125
Será admitido o cômputo das Áreas de Preservação Permanente no cálculo do
percentual da Reserva Legal do imóvel, desde que:
I - o benefício previsto neste artigo não implique a conversão de novas
áreas para o uso alternativo do solo;
II - a área a ser computada esteja conservada ou em processo de
recuperação, conforme comprovação do proprietário ao órgão estadual
integrante do Sisnama; e
III - o proprietário ou possuidor tenha requerido inclusão do imóvel no
Cadastro Ambiental Rural - CAR, nos termos desta Lei.
A Reserva Legal deve ser conservada com cobertura de vegetação nativa pelo
proprietário do imóvel rural, possuidor ou ocupante a qualquer título, pessoa
física ou jurídica, de direito público ou privado.
Sem prejuízo das sanções administrativas, cíveis e penais cabíveis, deverá ser
iniciado o processo de recomposição da Reserva Legal em até dois anos
contados a partir da data da publicação da nova lei florestal.
126
solo para fins urbanos aprovado segundo a legislação específica e consoante
as diretrizes do plano diretor.
É livre a coleta de produtos florestais não madeireiros, tais como frutos, cipós,
folhas e sementes, devendo-se observar:
127
De acordo com art. 3º, II da Lei 12.651/12Área de Preservação Permanente é
a “Área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função
ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade
geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger
o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas”.
128
2 – Zonas urbanas:
30 (trinta) metros
- No caso reservatório destinado a geração de energia ou abastecimento
público:
Zona rural - faixa mínima de 30 (trinta) metros e máxima de 100 (cem);
Zona urbana - faixa mínima de 15 (quinze) metros e máxima de 30 (trinta)
metros.
129
No topo de morros, montes, montanhas e serras, com altura mínima de
100 (cem) metros e inclinação média maior que 25º. As áreas
delimitadas a partir da curva de nível correspondente a 2/3 (dois
terços)da altura mínima da elevação sempre em relação a base, sendo
esta definida pelo plano horizontal determinado por planície ou espelho
d’àgua adjacente ou, nos relevos ondulados, pela cota do ponto de sela
mais próximo da elevação (art. 4º, IX);
As áreas em altitude superior a 1.800 (mil e oitocentos) metros,
qualquer que seja a (art. 4º, X);
Em veredas, a faixa marginal, em projeção horizontal, com largura
mínima de 50 (cinqüenta) metros, a partir do limite do espaço brejoso e
encharcado (art. 4º, XI).
I - os manguezais;
II - as áreas estuarinas, em faixa tecnicamente determinada através de
estudos específicos, respeitados a linha de preamar máxima e os limites
do manguezal;
III - os recifes de corais, neles sendo permitidas as atividades científicas,
esportivas ou contemplativas;
130
IV - as dunas e restingas, sendo que a sua ocupação parcial depende de
estudos específicos a serem aprovados por órgão competente;
V - os lagos, lagoas e nascentes existentes em centros urbanos,
mencionados no Plano Diretor do respectivo município;
VI - as áreas de proteção das nascentes e margens dos rios
compreendendo o espaço necessário à sua preservação;
VII - as matas ciliares;
VIII - as áreas que abriguem exemplares de espécies raras da fauna e da
flora, ameaçados de extinção e endêmicos, bem como aquelas que
sirvam como local de pouso ou reprodução de espécies migratórias
devidamente identificadas e previamente declaradas por ato do Poder
Público;
IX - as reservas da flora apícola, compreendendo suas espécies vegetais
e enxames silvestres, quando estabelecidas pelo Poder Público, nelas
vedados o uso de agrotóxicos, a supressão da vegetação e a prática da
queimada;
X - as áreas consideradas de valor paisagístico, assim definidas e
declaradas por ato do Poder Público;
XI - as áreas que abriguem comunidades indígenas na extensão
necessária à sua subsistência e manutenção de sua cultura;
XII - as cavidades naturais subterrâneas e cavernas, onde são permitidas
visitação turística, contemplativa e atividades científicas, além daquelas
previstas em zoneamento específico;
XIII - as encostas sujeitas à erosão e deslizamento, sendo que, em áreas
urbanas, poderá ser permitida a sua utilização após a adoção de medidas
técnicas que assegurem a qualidade ambiental e a segurança da
população.
As áreas e bens naturais que não se incluam entre aqueles definidos como
Área de Preservação Permanente pela legislação federal, terão seu uso,
hipóteses de supressão de vegetação e demais restrições definidos pela
legislação estadual.
131
São também consideradas de preservação permanente as áreas cobertas ou
não por vegetação natural situadas nas veredas do Oeste do Estado e brejos
litorâneos, cujos limites serão definidos em regulamento, de modo a garantir e
proteger os mananciais.
132
Hipóteses dos §§ 5º e 6º do art. 4º
É admitido, para a pequena propriedade ou posse rural familiar, o plantio de
culturas temporárias e sazonais de vazante de ciclo curto na faixa de terra que
fica exposta no período de vazante dos rios ou lagos, desde que não implique
supressão de novas áreas de vegetação nativa, seja conservada a qualidade
da água e do solo e seja protegida a fauna silvestre.
Nos imóveis rurais com até 15 (quinze) módulos fiscais, é admitida, nas áreas
de que tratam os incisos I e II do caput deste artigo, a prática da aquicultura e a
infraestrutura física diretamente a ela associada, desde que:
133
social ou de baixo impacto ambiental. A supressão de vegetação nativa
protetora de nascentes, dunas e restingas somente poderá ser autorizada em
caso de utilidade pública.
134
INTERESSE SOCIAL (art. 3º, inciso IX)
a) as atividades imprescindíveis à proteção da integridade da vegetação
nativa, tais como prevenção, combate e controle do fogo, controle da
erosão, erradicação de espécies invasoras e proteção de plantios com
espécies nativas;
b) a exploração agroflorestal sustentável praticada na pequena
propriedade ou posse rural familiar ou por povos e comunidades
tradicionais, desde que não descaracterize a cobertura vegetal existente e
não prejudique a função ambiental da área;
c) a implantação de infraestrutura pública destinada a esportes, lazer e
atividades educacionais e culturais ao ar livre em áreas urbanas e rurais
consolidadas, observadas as condições estabelecidas nesta Lei;
d) a regularização fundiária de assentamentos humanos ocupados
predominantemente por população de baixa renda em áreas urbanas
consolidadas, observadas as condições estabelecidas na Lei no 11.977,
de 7 de julho de 2009;
e) implantação de instalações necessárias à captação e condução de
água e de efluentes tratados para projetos cujos recursos hídricos são
partes integrantes e essenciais da atividade;
f) as atividades de pesquisa e extração de areia, argila, saibro e
cascalho, outorgadas pela autoridade competente;
g) outras atividades similares devidamente caracterizadas e motivadas
em procedimento administrativo próprio, quando inexistir alternativa
técnica e locacional à atividade proposta, definidas em ato do Chefe do
Poder Executivo federal.
135
ATIVIDADES EVENTUAIS OU DE BAIXO
IMPACTO AMBIENTAL (art. 3º, inciso X)
ÁREAS DE USO
a) abertura de pequenas vias de acesso RESTRITO
interno e suas pontes e pontilhões, Nos pantanais e planícies
pantaneiras é permitida a
quando necessárias à travessia de um
exploração ecologicamente
curso d’água, ao acesso de pessoas e sustentável, devendo-se
animais para a obtenção de água ou à considerar as
recomendações técnicas
retirada de produtos oriundos das
dos órgãos oficiais de
atividades de manejo agroflorestal pesquisa, ficando novas
sustentável; supressões de vegetação
nativa para uso alternativo
b) implantação de instalações
do solo condicionadas à
necessárias à captação e condução de autorização do órgão
água e efluentes tratados, desde que estadual do meio ambiente,
com base nas
comprovada a outorga do direito de uso
recomendações
da água, quando couber; mencionadas neste artigo.
c) implantação de trilhas para o Em áreas de inclinação
entre 25° e 45°, serão
desenvolvimento do ecoturismo;
permitidos o manejo
d) construção de rampa de lançamento florestal sustentável e o
de barcos e pequeno ancoradouro; exercício de atividades
agrossilvipastoris, bem
e) construção de moradia de
como a manutenção da
agricultores familiares, remanescentes infraestrutura física
de comunidades quilombolas e outras associada ao
desenvolvimento das
populações extrativistas e tradicionais
atividades, observadas
em áreas rurais, onde o abastecimento boas práticas agronômicas,
de água se dê pelo esforço próprio dos sendo vedada a conversão
de novas áreas, excetuadas
moradores;
as hipóteses de utilidade
f) construção e manutenção de cercas pública e interesse social.
na propriedade;
g) pesquisa científica relativa a recursos
ambientais, respeitados outros requisitos previstos na legislação aplicável;
136
h) coleta de produtos não madeireiros para fins de subsistência e
produção de mudas, como sementes, castanhas e frutos, respeitada a
legislação específica de acesso a recursos genéticos;
i) plantio de espécies nativas produtoras de frutos, sementes, castanhas e
outros produtos vegetais, desde que não implique supressão da
vegetação existente nem prejudique a função ambiental da área;
j) exploração agroflorestal e manejo florestal sustentável, comunitário e
familiar, incluindo a extração de produtos florestais não madeireiros,
desde que não descaracterizem a cobertura vegetal nativa existente nem
prejudiquem a função ambiental da área;
k) outras ações ou atividades similares, reconhecidas como eventuais e
de baixo impacto ambiental em ato do Conselho Nacional do Meio
Ambiente - CONAMA ou dos Conselhos Estaduais de Meio Ambiente.
137
âmbito nacional, obrigatório para todos os imóveis rurais, com a finalidade de
integrar as informações ambientais das propriedades e posses rurais,
compondo base de dados para controle, monitoramento, planejamento
ambiental e econômico e combate ao desmatamento.
138
Para registro no CAR da reserva legal de pequena propriedade ou posse rural
familiar, o interessado fornecerá os dados e os órgãos ambientais ou instituição
por eles habilitada fará a coleta das coordenadas geográficas, sendo gratuito e
devendo o Estado prestar apoio técnico e jurídico.
139
ÁREAS RURAIS CONSOLIDADAS EM ÁREAS DE PRESERVAÇÃO
PERMANENTE
Nas APPs, é autorizada, exclusivamente, a continuidade das atividades
agrossilvipastoris, de ecoturismo e de turismo rural em áreas rurais
consolidadas até 22 de julho de 2008.
Área rural consolidada: “área de imóvel rural com ocupação antrópica
preexistente a 22 de julho de 2008, com edificações, benfeitorias ou atividades
agrossilvipastoris, admitida, neste último caso, a adoção do regime de pousio”.
Para fins de recomposição será considerada a área detida pelo imóvel rural em
22 de julho de 2008.
A existência de áreas rurais consolidadas deverá ser informada no CAR para
fins de monitoramento, sendo exigida, nesses casos, a adoção de técnicas de
conservação do solo e da água que visem à mitigação dos eventuais impactos.
140
A realização das atividades agrossilvipastoris,
de ecoturismo e de turismo rural observará
MÉTODOS DE
critérios técnicos de conservação do solo e da RECOMPOSIÇÃO
ADMITIDOS:
água indicados no PRA, sendo vedada a
I - condução de regeneração
conversão de novas áreas para uso natural de espécies nativas;
II - plantio de espécies nativas;
alternativo do solo nesses locais. III - plantio de espécies nativas
conjugado com a condução da
regeneração natural de
espécies nativas;
Será admitida a manutenção de residências e IV - plantio intercalado de
espécies lenhosas, perenes ou
da infraestrutura associada as atividades de ciclo longo, exóticas com
nativas de ocorrência regional,
agrossilvipastoris, de ecoturismo e de turismo em até 50% (cinquenta por
cento) da área total a ser
rural, inclusive o acesso as mesmas, recomposta, no caso das
pequenas propriedades ou
independentemente da recomposição mínima posse rural familiar.
141
Em bacias hidrográficas consideradas críticas, conforme previsto em legislação
específica, o Chefe do Poder Executivo poderá, em ato próprio, estabelecer
metas e diretrizes de recuperação ou conservação da vegetação nativa
superiores, como projeto prioritário, ouvidos o Comitê de Bacia Hidrográfica e o
Conselho Estadual de Meio Ambiente.
I - 10% (dez por cento) da área total do imóvel, para imóveis rurais com
área de até 2 (dois) módulos fiscais;
II - 20% (vinte por cento) da área total do imóvel, para imóveis rurais com
área superior a 2 (dois) e de até 4 (quatro) módulos fiscais.
142
conversão de novas áreas para uso alternativo do solo nas áreas rurais
consolidadas em:
143
ÁREAS CONSOLIDADAS EM ÁREAS DE RESERVA LEGAL
O proprietário ou possuidor de imóvel rural que detinha, em 22.07.2008, área
de RL em extensão inferior a atualmente estabelecida, poderá regularizar sua
situação, independentemente da adesão ao PRA, adotando as seguintes
alternativas, isolada ou conjuntamente:
I - recompor a Reserva Legal;
II - permitir a regeneração natural da vegetação na área de Reserva
Legal;
III - compensar a Reserva Legal.
A Recomposição da RL:
- Deverá atender os critérios estipulados pelo órgão competente do Sisnama e
ser concluída em até 20 (vinte) anos, abrangendo, a cada 2 (dois) anos, no
mínimo 1/10 (um décimo) da área total necessária à sua complementação.
- Poderá ser realizada mediante o plantio intercalado de espécies nativas com
exóticas ou frutíferas, em sistema agroflorestal, observados os seguintes
parâmetros:
a) o plantio de espécies exóticas deverá ser combinado com as espécies
nativas de ocorrência regional;
b) a área recomposta com espécies exóticas não poderá exceder a 50%
(cinquenta por cento) da área total a ser recuperada.
- Nesse caso, os proprietários ou possuidores do imóvel terão direito à sua
exploração econômica.
Compensação da RL:
Deverá ser precedida de inscrição do imóvel rural no CAR.
- Poderá ser realizada mediante:
I - aquisição de Cota de Reserva Ambiental - CRA;
II - arrendamento de área sob regime de servidão ambiental ou Reserva
Legal;
III - doação ao poder público de área localizada no interior de UC de
domínio público pendente de regularização fundiária;
144
IV - cadastramento de outra área equivalente e excedente à Reserva
Legal, em imóvel de mesma titularidade ou adquirida em imóvel de
terceiro, com vegetação nativa estabelecida, em regeneração ou
recomposição, desde que localizada no mesmo bioma.
145
Os proprietários ou possuidores de imóveis rurais que realizaram supressão de
vegetação nativa respeitando os percentuais de Reserva Legal previstos pela
legislação em vigor à época em que ocorreu a supressão são dispensados de
promover a recomposição, compensação ou regeneração para os percentuais
exigidos na nova Lei Florestal.
MOTOSERRAS
São obrigados a registro no órgão federal competente do Sisnama os
estabelecimentos comerciais responsáveis pela comercialização de
motoserras, bem como aqueles que as adquirirem. A licença para o porte e uso
será renovada a cada 2 (dois) anos, sendo os fabricantes obrigados a imprimir,
em local visível do equipamento, numeração cuja sequência será encaminhada
ao órgão federal competente do Sisnama e constará nas correspondentes
notas fiscais.
UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
No âmbito federal o assunto é regulado basicamente pela Lei nº 9.985/00
(Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza) e pelo Decreto
nº 4.340/02; e na esfera estadual pela Lei nº 10.431/06 e seu regulamento.
As unidades de Conservação são “espaço territorial e seus recursos
ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais
relevantes, legalmente instituído pelo Poder Público, com objetivos de
conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual
se aplicam garantias adequadas de proteção” (Art. 2º; I da Lei nº 9.985/00).
146
UNIDADES DE PROTEÇÃO INTEGRAL
UNIDADES DE PROTEÇÃO INTEGRAL
Estação Monumento Refúgio de Vida
Características Reserva Biológica Parque Nacional
Ecológica Natural Silvestre
A preservação integral
da biota e demais A preservação de
atributos naturais ecossistemas naturais
Proteger
existentes em seus de grande relevância
ambientes
limites, sem interferência ecológica e beleza
naturais onde se
humana direta ou cênica, possibilitando
asseguram
Preservação da modificações ambientais, a realização de Preservar sítios
condições para a
natureza e a excetuando-se as pesquisas científicas naturais raros,
existência ou
Objetivos realização de medidas de recuperação e o desenvolvimento singulares ou
reprodução de
pesquisas de seus ecossistemas de atividades de de grande
espécies ou
científicas. alterados e as ações de educação e beleza cênica
comunidades da
manejo necessárias para interpretação
flora local e da
recuperar e preservar o ambiental, de
fauna residente
equilíbrio natural, a recreação em contato
ou migratória
diversidade biológica e com a natureza e de
os processos ecológicos turismo ecológico
naturais
Proibida, salvo
Visitação Proibida, salvo para fins
para fins permitida permitida permitida
Pública educacionais
educacionais
147
UNIDADES DE USO SUSTENTÁVEL
148
RESERVAS DA BIOSFERA
Programa Intergovernamental Man and Biosphere (“O homem e a
biofera”) – MAB, da Unesco.
“A Reserva da Biosfera é um modelo, adotado internacionalmente, de
gestão integrada, participativa e sustentável dos recursos naturais, com
os objetivos básicos de preservação da diversidade biológica, o
desenvolvimento de atividades de pesquisa, o monitoramento ambiental,
a educação ambiental, o desenvolvimento sustentável e a melhoria da
qualidade de vida das populações” (art. 41).
ZONA DE AMORTECIMENTO
É “o entorno de uma unidade de conservação, onde as atividades humanas
estão sujeitas a normas e restrições específicas, com o propósito de minimizar
os impactos negativos sobre a unidade” (art. 2º, XVIII). Todas as UCs devem
possuir, exceto APAs e RPPNse.
CORREDORES ECOLÓGICOS
“São porções de ecossistemas naturais ou seminaturais, ligando unidades de
conservação, que possibilitam entre elas o fluxo de genes e o movimento da
biota, facilitando a dispersão de espécies e a recolonização de áreas
degradadas, bem como a manutenção de populações que demandam, para
sua sobrevivência, áreas com extensão maior do que aquela das unidades
individuais.” (art. 2º, XIX).
149
PLANO DE MANEJO
Documento técnico mediante o qual, com fundamento nos objetivos gerais de
uma unidade de conservação, se estabelece o seu zoneamento e as normas
que devem presidir o uso da área e o manejo dos recursos naturais, inclusive a
implantação das estruturas físicas necessárias à gestão da unidade” (art.
2º,XVII).
COMPENSAÇÃO AMBIENTAL
Nos casos de licenciamento ambiental de empreendimentos de significativo
impacto ambiental, assim considerado pelo órgão ambiental competente, com
fundamento em estudo de impacto ambiental e respectivo relatório - EIA/RIMA,
o empreendedor é obrigado a apoiar a implantação e manutenção de unidade
de conservação do Grupo de Proteção Integral, de acordo com o disposto
neste artigo e no regulamento desta Lei” (art. 36).
150
empreendimentos e atividades que afetem unidades de conservação ou
suas respectivas zonas de amortecimento, tendo em vista o respectivo
plano de manejo ou, em caso de inexistência do mesmo, as fragilidades
ecológicas da área em questão.
§ 2º - Nos processos de licenciamento ambiental de empreendimentos
não sujeitos ao EIA/RIMA, o órgão ambiental licenciador deverá dar
ciência ao órgão responsável pela administração da UC, quando o
empreendimento:
I - puder causar impacto direto em UC;
II - estiver localizado na sua ZA;
III - estiver localizado no limite de até 2.000 (dois mil) metros da UC,
cuja ZA não venha a ser estabelecida até 31 de dezembro de 2015.
§ 3º - O disposto no parágrafo segundo deste artigo não se aplica às
áreas urbanas consolidadas, às APAs e às RPPNs.
12 - RECURSOS HÍDRICOS
151
I - a gestão sistemática dos recursos hídricos, sem dissociação dos
aspectos de quantidade e qualidade;
II - a adequação da gestão de recursos hídricos às diversidades físicas,
bióticas, demográficas, econômicas, sociais e culturais das diversas
regiões do País;
III - a integração da gestão de recursos hídricos com a gestão
ambiental;
IV - a articulação do planejamento de recursos hídricos com o dos
setores usuários e com os planejamentos regional, estadual e nacional;
V - a articulação da gestão de recursos hídricos com a do uso do solo;
VI - a integração da gestão das bacias hidrográficas com a dos sistemas
estuarinos e zonas costeiras.
152
deferimento das outorgas solicitadas por usuários específicos não torne
inviável a qualidade ambiental de um corpo de água (MACHADO, 2006, P.459).
Aos Poderes Executivos do Distrito Federal e dos municípios foi, por sua vez,
conferida a competência para a integração das políticas locais de saneamento
básico, de uso, ocupação e conservação do solo e de meio ambiente com as
políticas federal e estaduais de recursos hídricos. Por fim, ressalte-se que a lei
também criou o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos,
que dentre outros, tem como objetivo planejar, regular e controlar o uso, a
preservação e a recuperação dos recursos hídricos.
REGULAÇÃO AMBIENTAL
6000
5095
5000
4000
3208
3000 2813
2282 2355 2376
1844
1766 1648 1928 1739 1807
2000 1521 1599
1333 1288 1362 1276
1074 1186 719 796
1000 702
518 519 415 383
224 363 340248
0 0 29 0 162 0 161 0 48 0 20 95 0 34 76 0 78 0 155 0 0
0
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
*Em 19.11.2012 foi Implementado o Cadastro Estadual Florestal de Imóveis Rurais (CEFIR).
Os dados de 2014, referem-se ao período de Janeiro a Maio do mesmo ano.
Fonte: SEMA/INEMA
153
III - o enquadramento dos corpos de água em classes, segundo seus
usos preponderantes;
IV - a outorga de direito de uso de recursos hídricos;
V - a cobrança pela utilização de recursos hídricos;
VI - o Sistema Estadual de Informações Ambientais e de Recursos
Hídricos - SEIA; (Alterado pela lei n° 12.377/2011).
VII - a qualidade e o monitoramento dos recursos hídricos; (Alterado pela
lei 12377/2011)
VIII - a fiscalização do uso de recursos hídricos;
IX - o Fundo Estadual de Recursos Hídricos da Bahia – FERHBA.
154
I - as atividades ou empreendimentos que captem ou derivem águas
superficiais ou
II - as atividades, ações ou intervenções que possam alterar a quantidade,
a qualidade ou o regime das águas superficiais ou subterrâneas, ou que
alterem canais, álveos, correntes de águas, nascentes, açudes, aquíferos,
lençóis freáticos, lagos e barragens; (Alterado pela lei n° 12.035/2010)
III - as interferências nos leitos dos rios e demais corpos hídricos para a
extração mineral ou de outros materiais, conforme legislação específica;
IV - o lançamento de esgotos e demais efluentes sólidos, líquidos ou
gasosos, tratados ou não, em corpos d’água, com finalidade de diluição,
transporte ou disposição final;
V - a perfuração de poços tubulares.
155
Modalidades de Outorga e Prazos - Instrução Normativa SRH nº. 01/07
São modalidades de outorga de direito de uso de recursos hídricos no Estado
da Bahia:
I - a concessão, nos casos de utilidade pública;
II - a autorização, nos outros casos.
Os prazos máximos a serem estabelecidos para a vigência da outorga serão
de:
I - 30 (trinta) anos contados da data de publicação do respectivo ato
administrativo, nas hipóteses de concessão;
II - 4 (quatro) anos contados da data de publicação do respectivo ato
administrativo, nas hipóteses de autorização.
156
REFERÊNCIAS