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Novas Consideracoes Sobre A Ponderacao Entre Os Direitos Fundamentais Do Trabalhador... Roseli F Bialeski e Outro 18p
Novas Consideracoes Sobre A Ponderacao Entre Os Direitos Fundamentais Do Trabalhador... Roseli F Bialeski e Outro 18p
1. Introdução
Ante essa realidade, a discussão em torno dos limites do poder diretivo do empregador
deve se realizar a partir de um enfoque constitucional, a partir dos direitos fundamentais
do trabalhador, que devem ser assegurados em conformidade com o princípio da
dignidade humana.
Nesse contexto, não se quer coibir o empregador de seu direito de dirigir a relação
empregatícia, o que se objetiva com o presente estudo é estabelecer alguns critérios
para que ambos os direitos acima citados sejam respeitados. Tal questão será objeto do
presente estudo, que tem por objetivo demonstrar que a atividade econômica não deve
estar voltada apenas à geração de lucros, mas também deve promover os direitos
fundamentais dos trabalhadores, pois só assim se pode afirmar sobre dignidade humana,
em Estado Social e Democrático de Direito.
Conforme Eros Grau, as Constituições liberais também previam uma ordem jurídica para
regular a ordem econômica, mas bastava definir que prevaleciam na atividade
econômica a propriedade privada e a liberdade contratual, dispondo de poucas regras
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sobre o capitalismo concorrencial para predominar a ordem econômica liberal.
Segundo Antônio Carlos Wolkmer, o liberalismo representou uma "nova visão global do
mundo, constituída pelos valores, crenças e interesses de uma classe social (a
burguesia), contra o regime feudal, entre os séculos XVII e XVIII". O liberalismo significa
uma ética individualista, representando a ideia de liberdade total que está presente em
todos os aspectos da sociedade, seja no ambiente social, político, religioso, econômico
etc. Dessa forma, "o liberalismo constitui na bandeira revolucionária que a burguesia
capitalista (apoiada pelos camponeses e pelas camadas sociais exploradas) utiliza contra
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o antigo regime absolutista".
"Essa liberdade lhe era indispensável para manter o domínio do poder político e só por
generalização nominal, conforme já vimos, se estendia às demais classes. Disso não
advinha para a burguesia dano algum, senão muita vantagem demagógica, dada a
completa ausência de condições materiais que permitissem às massas transpor as
restrições do sufrágio e assim concorrer ostensivamente, por via democrática, à
formação da vontade estatal. Permitia, ademais, à burguesia, falar ilusoriamente em
nome de toda a sociedade, com os direitos que ela proclamara, os quais, em seu
conjunto, como já assinalamos, se apresentavam do ponto de vista teórico válidos para
toda a comunidade humana, embora, na realidade, tivesse bom número deles vigência
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tão somente parcial, e em proveito da classe que efetivamente os podia fruir".
Sob o paradigma do liberalismo, o Estado deve estar a serviço da sociedade, pois é visto
como um mal necessário que deve ser reduzido a um mínimo, garantindo pelo direito
positivo a liberdade dos indivíduos e "a certeza nas relações sociais, através da
compatibilização dos interesses privados de cada um com o interesse de todos, mas
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deixar a felicidade ou a busca da felicidade nas mãos de cada indivíduo".
A experiência histórica apontou que a concepção de liberdade do Estado Liberal não era
capaz de garantir uma vida digna à maioria dos indivíduos, pois a classe trabalhadora
"sem garantia de emprego, recebendo salário aviltante, viram-se abandonadas à própria
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sorte diante da 'neutra' indiferença do Estado".
Com efeito, segundo Antônio Carlos Wolkmer, pode-se afirmar que o liberalismo se
preocupou com a liberdade individual. Mas o liberalismo representou apenas a ideologia
da burguesia, alcançando apenas uma pequena parte da sociedade e só depois, com o
aparecimento da "sociedade de massa urbanizada e industrial", com o aumento da
cidadania e com a participação dos indivíduos, assim como o crescimento da própria
democracia da classe burguesa, passaram a existir condições para a democratização do
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Novas considerações sobre a ponderação entre os
direitos fundamentais do trabalhador e o poder diretivo
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próprio liberalismo.
No Estado Social a promoção do bem-estar geral é tarefa do Estado. Este tem o papel de
intervir nos assuntos relevantes da esfera social, política e econômica. O Estado passa a
intervir na economia e desenvolve políticas econômicas para promover as necessidades
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sociais. Do Estado abstencionista passa-se ao Estado positivo.
Segundo Eros Roberto Grau, quando a Constituição estabelece em seu art. 170 que "a
ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre-iniciativa, tem
por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social,
observados os princípios", a leitura que se faz, em um primeiro momento, é a de que a
Constituição está determinando o modo econômico da sociedade, está se referindo a um
modo de ser da economia, não se trata, portanto, de um conceito normativo, e sim de
um conceito de fato, de como o sistema econômico deve se organizar, de que modo as
relações econômicas devem se articular, para se atingir os objetivos da ordem
econômica. No entanto, se for analisada no sentido de que a Constituição impõe um
dever a ser seguido pelas relações econômicas, percebe-se que o enunciado do art. 170
é normativo, pois estabelece que a atividade econômica deve ser fundada na valorização
do trabalho humano e na livre-iniciativa, para assegurar a dignidade humana e a justiça
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social.
Desse modo, verifica-se que a ordem jurídica do Estado Social, diferente do Estado
Liberal, possui valores para contemplar a vida econômica e social. A norma jurídica
possui carga axiológica para melhor atender aos interesses sociais. E os valores da
ordem econômica devem ser respeitados tanto no âmbito social como no econômico.
Conforme Márcia Carla Pereira Ribeiro, "(...) os valores a conduzir a ordem econômica,
estampados no texto constitucional, são os valores do mercado, da livre concorrência, da
propriedade privada e da soberania nacional, mas também da função social da
propriedade. Assim, estas seriam as finalidades perseguidas: a existência digna, a
defesa do consumidor, do meio ambiente, a redução das desigualdades sociais e a busca
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direitos fundamentais do trabalhador e o poder diretivo
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do pleno emprego".
Nesse sentido, vale destacar a lição de Egon Bockmann Moreira: "A liberdade de
empresa (e de iniciativa e de concorrência) envolve uma concepção acerca do exercício
de um direito que traz consigo determinados ônus e deveres, numa conjunção que
envolve o conceito de 'função' - o qual, no contexto abordado, destina-se a celebrar a
própria dignidade do ser humano. O texto constitucional é claro nesse sentido, ao dispor
que a Ordem Econômica ' tem por fim assegurar a todos uma existência digna, conforme
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os ditames da justiça social' (art. 170, caput)".
O modo de produção capitalista tem por característica a propriedade privada dos meios
produtivos e como principal objetivo a acumulação de capital, ocorrendo uma separação
entre donos dos meios de produção e trabalhadores. Disso resulta que "o excedente
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direitos fundamentais do trabalhador e o poder diretivo
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social reverterá para os detentores dos meios de produção", pois a produção gerada
pelos trabalhadores é apropriada pelos não produtores, revertendo em lucro, em renda
para estes. Este sistema funciona pela economia de mercado, que garante aos donos da
produção vendê-la no mercado para obter lucros, rendas e juros como o excedente da
produção, ou seja, o dono do capital tem o controle do processo de produção, controla o
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que é produzido e a forma de dispor dos produtos no mercado de consumo.
Segundo Amauri Mascaro Nascimento, o poder diretivo pode ser definido como "a
faculdade atribuída ao empregador de determinar o modo como a atividade do
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empregado, em decorrência do contrato de trabalho, deve ser exercida".
Marco Antônio Villatore e Alexandre Euclides Rocha entendem que o poder diretivo do
empregador pode ser dividido em:
Marco Antônio Villatore e Alexandre Euclides Rocha afirmam que: "(...) a situação atual,
não somente no Brasil, mas também de forma global, na maioria dos países mais
importantes, caracterizado pela escassez de trabalho e pelo excesso de oferta de mão de
obra, somando à grande volatilidade dos capitais, traz como consequência um
desrespeito aos direitos fundamentais ao empregado e, da mesma forma, uma
disseminação do assédio moral, pois a política e o mercado estão marcados por atitudes
desumanas e nada éticas, predominando a arrogância, o interesse individual e a
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exploração descompromissada da mão de obra humana".
"(...) ante a própria estrutura contratualista, não se pode aceitar o poder sancionador de
aplicação de punições. O contrato não pode servir apenas de meio legitimador do poder
sancionador. Servindo apenas para proteger a atividade empresarial, preservando o
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direito de propriedade".
Com efeito, diferente dos demais negócios jurídicos que têm um objeto delimitado pelos
sujeitos, o contrato de trabalho mantém uma indeterminação, quando a forma, o local e
o tempo em que o trabalho será prestado. E o empregador, por força do contrato de
trabalho, tem o direito de dirigir o trabalho de seus empregados, de fiscalizar e de punir,
impor algumas medidas disciplinares ao empregado e este, por sua vez, deve
subordinar-se ao empregador, devendo cumprir as ordens deste na execução do
contrato de trabalho.
Segundo Flávia Piovesan, "O valor da dignidade humana impõe-se como núcleo básico e
informador do ordenamento jurídico brasileiro, como critério e parâmetro de valorização
a orientar a interpretação e compreensão do sistema constitucional instaurado em 1988.
A dignidade humana e os direitos fundamentais vêm constituir os princípios
constitucionais que incorporam as exigências de justiça e dos valores éticos, conferindo
suporte axiológico a todo sistema jurídico brasileiro. Na ordem de 1988 esses valores
passam a ser dotados de uma especial força expansiva, projetando-se por todo o
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universo jurídico nacional".
Conforme Barroso, a nova interpretação constitucional deve ser adotada não apenas no
ambiente acadêmico, mas também deve repercutir seus efeitos na atuação dos
advogados, dos juízes e dos promotores. Nas palavras do referido autor:
Nesse sentido, Robert Alexy entende que, pelo fato de os direitos fundamentais
vincularem também a atividade legislativa, surge "uma relação de tensão entre direitos
fundamentais e jurisdição constitucional, de um lado, e democracia e parlamentarismo,
do outro", pois o tribunal constitucional como garantidor dos direitos fundamentais deve
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ser colocado acima do processo democrático.
Desse modo, na interpretação dos direitos fundamentais o intérprete deve sempre levar
em consideração o critério hermenêutico que melhor atenda aos valores
consubstanciados nos direitos fundamentais.
Aos poucos, com a crise do Estado liberal, acolhe-se um modelo social de Estado, no
qual os direitos fundamentais deixam de se apresentar como meros direitos subjetivos
do indivíduo perante o Estado, e passam a figurar como valores objetivos, que não só o
Estado deve respeitar, mas também os particulares. Verifica-se, então, a possibilidade
de aplicação dos direitos fundamentais nas relações entre particulares (relações
privadas).
Entende Ingo Sarlet que a evolução do Estado liberal clássico para o Estado Social e
Democrático de Direito implicou uma mudança de perspectiva em relação à
compreensão dos direitos fundamentais. Se no Estado liberal os direitos fundamentais se
destacavam como direitos subjetivos de resistência do indivíduo perante a intervenção
estatal, com o avanço para o Estado Social e Democrático os direitos fundamentais se
destacam pelo seu aspecto objetivo, uma vez que a sociedade participa cada vez mais
das decisões de poder. Dessa forma, reconhece-se que a liberdade dos indivíduos não
precisa de tutela apenas em relação às intervenções estatais, mas também contra as
intervenções dos mais fortes no âmbito social, ou seja, de intervenções de grupos
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econômicos detentores de poder político.
Na doutrina pátria, a maioria dos juristas entende como aplicação direta e imediata os
direitos fundamentais nas relações entre particulares. Afirmam, ainda, que o fundamento
para tal entendimento consiste no fato de que a Constituição brasileira, além de se
aproximar de um modelo social, com um rol considerável de direitos fundamentais
sociais, coloca como o primeiro de seus objetivos a construção de uma sociedade livre,
justa e solidária (art. 3.º, I, CF/1988 (LGL\1988\3)), dando a entender que o modelo
constitucional brasileiro se aparta cada vez mais do liberal clássico, aquele em que o
Estado é o único que viola direitos fundamentais.
Para Flavia Moreira Guimarães Pessoa, os direitos da personalidade são relevantes para
a área trabalhista, pois estão relacionados com os atributos da pessoa humana. Trata-se
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de proteção que envolve a vida privada, a imagem, a honra e a intimidade.
Afirma José Affonso Dallegrave Neto que: "Na órbita dos contratos de trabalho, o
empresário deve dar efetividade ao cumprimento da legislação trabalhista, não podendo
praticar atos atentatórios à dignidade do trabalhador, tais como mobbing, o assédio
moral, as dispensas discriminatórias ou mesmo os abusos decorrentes de poder de
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Novas considerações sobre a ponderação entre os
direitos fundamentais do trabalhador e o poder diretivo
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direção ( jus variandi)" (grifo no original).
Nesse sentido, também assevera Dinaura Godinho Pimentel Gomes que: "Diante dos
princípios e regras fundamentais da Constituição Federal (LGL\1988\3) brasileira, que
resguardam a dignidade humana e os valores sociais do trabalho, o trabalhador não
pode ser colocado apenas a serviço dos interesses econômicos de empresas e pessoas
físicas, que, sem escrúpulos, preocupam-se tão só com o aumento de lucros e a redução
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de gastos".
Os conflitos entre direitos fundamentais não se resolvem por meio dos critérios
tradicionais de solução de conflitos entre regras jurídicas, sendo, portanto, aplicado o
critério da ponderação.
De fato, a Constituição estabelece em seu art. 5.º, XXII, que "é garantido o direito de
propriedade", mas também assegura os direitos da personalidade, dispondo que: "são
invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o
direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação". Isso já
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Novas considerações sobre a ponderação entre os
direitos fundamentais do trabalhador e o poder diretivo
do empregador à luz da ordem econômica constitucional
Luís Roberto Barroso afirma que "o fim primário do princípio da unidade é procurar
determinar o ponto de equilíbrio diante das discrepâncias que possam surgir na aplicação
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das normas constitucionais". Dessa forma, por força de tal princípio não existe
hierarquia entre normas constitucionais. Quando há tensões entre duas normas
constitucionais deve-se recorrer à técnica da ponderação, realizando uma harmonização
entre tais normas, a fim de que seja resguardada a unidade da Constituição.
Dinaura Godinho Pimentel Gomes sustenta que "(...) diante da necessidade de se limitar
um direito fundamental do trabalhador, em face de outro bem constitucional com o qual
colide, urge observar, por primeiro, o princípio da unidade da Constituição. A partir daí,
não se pode ignorar que o direito, ao apresentar conteúdo material fundamental -
mesmo elencado fora do catalogo da Constituição Federal (LGL\1988\3) -, não pode ser
sacrificado, por inteiro, seja por ato unilateral do empregador, por ato da administração
Pública, ou por força decisão judicial (injusta), razão por que é indispensável o recurso
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ao 'princípio dos princípios', o princípio da proporcionalidade" (grifo no original).
O TST tem aplicado os direitos fundamentais nas relações trabalhistas, limitando o poder
de fiscalização do empregador, conforme se constata da decisão abaixo descrita.
"I - Recurso de revista do reclamante. 1. Dano moral. Revista íntima. Configuração. 1.1
A CLT (LGL\1943\5) consagra o poder diretivo do empregador (art. 2.º), que se
manifesta por meio do controle, vigilância e fiscalização dos seus empregados. Tal poder
encontra limites também legalmente traçados. Ninguém pode tudo. Os poderes de
qualquer indivíduo, de qualquer instituição, para além do que trace o ordenamento,
estão limitados não só pelo que podem os outros indivíduos e instituições, mas, ainda,
pelo que, legitimamente, podem exigir na defesa de seus patrimônios jurídicos. 1.2 A
Constituição da República (LGL\1988\3) (arts. 1.º, III, e 5.º, caput e III e X) tutela a
privacidade e a honra, coibindo práticas que ofendam a dignidade da pessoa humana e
constituam tratamento degradante. O art. 373-A, VI, da CLT (LGL\1943\5), por seu
turno, traz vedação expressa à revista íntima - embora dirigido às mulheres
empregadas, é passível de aplicação aos empregados em geral, em face do princípio da
igualdade também assegurado pelo Texto Maior. 1.3 Ao assumir os riscos de seu
empreendimento ( CLT (LGL\1943\5), art. 2.º), o empregador toma a si a obrigação de
adotar providências que garantam a segurança de seu patrimônio, iniciativa que
encontrará larga resposta por parte da tecnologia moderna. 1.4 Não há nada e nenhuma
norma que autorize o empregador ou seus prepostos a obrigar empregados ao
desnudamento para revistas. 1.5 Não há revista íntima razoável. O ato em si constitui
abuso de direito e, diante do regramento constitucional, é ilícito. O direito de
propriedade não se estende a ponto de permitir ao empregador dispor da intimidade de
seus empregados, submetendo-os, cruelmente, a humilhações, às quais se curvam pela
necessidade de conservação do emprego. Não é razoável tolerar-se a recusa a valor tão
básico, cuja reiteração, por certo, redunda em rigorosa modificação do espírito e em
irrecusável sofrimento para o trabalhador. 1.6 Pergunta-se como reagiriam empregador,
seus prepostos e, ainda, aqueles que sustentam tal comportamento, acaso submetidos a
diárias revistas íntimas. Não se crê que, então, sustentassem-nas com tal vigor. 1.7 São
inapreensíveis por outrem os direitos pessoais à preservação da dignidade, intimidade,
privacidade e honra. 1.8 Infligindo dano moral, obriga-se o empregador à indenização
correspondente ( CF (LGL\1988\3), art. 5.º, V). Recurso de revista conhecido e provido"
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(grifos no original).
Pela decisão acima, verifica-se que o TST tem limitado o poder de fiscalização do
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do empregador à luz da ordem econômica constitucional
5. Conclusão
Desse modo, a atividade econômica não é ilimitada, absoluta, uma vez que encontra
como limites os direitos e garantias fundamentais, não podendo a livre-iniciativa servir
de escudo a práticas de atividades ilícitas, por exemplo, o abuso do poder diretivo, sob
pena de estar violando outros direitos fundamentais dos trabalhadores.
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3. Bonavides, Paulo. Do Estado Liberal ao Estado Social. 5. ed. Belo Horizonte: Del Rey,
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4. Idem, p. 31-32.
5. Moncada, Luís S. Cabral de. Direito económico. 4. ed. Coimbra: Ed. Coimbra, 2003. p.
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8. Azevedo, Plauto Faraco de. Direito, justiça social e neoliberalismo. São Paulo: Ed. RT,
1999. p. 82.
9. Idem, ibidem.
17. Ribeiro, Marcia Carla Pereira. Sociedade de economia mista & empresa privada:
estrutura e função. Curitiba: Juruá, 2000. p. 180.
19. Cuéllar, Leila; Moreira, Egon Bockmann. Estudos de direito econômico. Belo
Horizonte: Forum, 2004. p. 67.
21. Moreira, Vital. A ordem jurídica do capitalismo. 3. ed. Coimbra: Centelho, 2003. p.
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25. Rocha, Alexandre Euclides; Villatore, Marco Antônio César. A atividade econômica do
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Villatore, Marco Antônio; Hasson, Roland (coord.). Estado & atividade econômica - o
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26. Nascimento, Amauri Mascaro. Iniciação ao direito do trabalho. 27. ed. rev. e atual.
São Paulo: Ed. LTr, 2001. p. 203.
27. Giannetti, Eduardo. Mercado das crenças: filosofia econômica e mudança social.
Trad. Laura Teixeira Motta. São Paulo: Companhia da Letras, 2003. p. 95.
29. Rocha, Alexandre Euclides; Villatore, Marco Antônio César. Op. cit., p. 151-178.
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Novas considerações sobre a ponderação entre os
direitos fundamentais do trabalhador e o poder diretivo
do empregador à luz da ordem econômica constitucional
30. Coutinho, Aldacy Rachid. Poder punitivo trabalhista. São Paulo: Ed. LTr, 1999. p.
199.
32. Barroso, Luís Roberto. Temas de direito constitucional. Rio de Janeiro: Renovar,
2005. t. III, p. 13.
33. Piovesan, Flávia. Proteção dos direitos econômicos, sociais e culturais e do direito à
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Danielle (coord.). Direitos humanos: os 60 anos da Declaração Universal da ONU.
Curitiba: Juruá, 2008. p. 132-158.
36. Alexy, Robert. Constitucionalismo discursivo. Trad. Luís Afonso Heck. 2. ed. Porto
Alegre: Livraria do Advogado, 2008. p. 11.
37. Sarlet, Ingo Wolfgang. A eficácia dos direitos fundamentais. 5. ed. Porto Alegre:
Livraria do Advogado, 2005. p. 374.
38. Mendes, Gilmar Ferreira; Coelho, Inocêncio Mártires; Branco, Paulo Gustavo Gonet.
Curso de direito constitucional. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2008. p. 233.
40. Silva, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 28. ed. São Paulo:
Malheiros, 2007. p. 181.
41. Pessoa, Flavia Moreira Guimarães. Curso de direito constitucional do trabalho. Uma
abordagem à luz dos direitos fundamentais. Salvador: Juspodivm, 2009. p. 74.
42. Dallegrave Neto, José Affonso. Função social da empresa como princípio
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Antônio; Hasson, Roland (coord.); Almeida, Ronald Silka de (org.). Direito constitucional
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Novas considerações sobre a ponderação entre os
direitos fundamentais do trabalhador e o poder diretivo
do empregador à luz da ordem econômica constitucional
53. Linhares, Paulo Afonso. Direitos fundamentais e qualidade de vida. São Paulo: Iglu,
2002. p. 183.
54. Sarmento, Daniel. A vinculação dos particulares aos direitos fundamentais no direito
comparado e no Brasil. In : Barroso, Luís Roberto (org.). A nova interpretação
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57. Brasil. TST, 3.ª T., Recurso de Revista RR 96000-50.2005.5.03.0011, rel. Min.
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