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DIREITO ADMINISTRATIVO
REGIME JURÍDICO E PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS
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SUMÁRIO
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Regime Jurídico Administrativo é o conjunto de normas que norteiam a atuação da Administração Pública,
atribuindo princípios, prerrogativas e sujeições. A lista de princípios não está totalmente definida, mas todos
guardam com os demais uma relação lógica de coerência (sistema unidade).
Por essa razão, compõe-se como conjunto harmônico de princípios e regras.
Lembre-se:
1. Tutela dos direitos fundamentais;
2. Concretização dos interesses públicos.
Não existe um princípio que se sobreponha aos outros ou que seja absoluto. Assim, deve-se utilizar o
critério de ponderação dos interesses na situação concreta (não há nulidade nem exclusão na hipótese de
conflito). As regras são operadas no modo disjuntivo, pois uma exclui a outra quando da sua aplicação. O conflito
entre elas é resolvido no plano da validade, inclusive pela aplicação do princípio da proporcionalidade.
2. BASE ADMINISTRATIVA
São chamadas por Celso Antônio Bandeira de Melo de “Pedras Angulares” ou “Pedras de Toque” do direito
administrativo. São os alicerces, a base da disciplina administrativa como um todo. De acordo com autor, esses
superprincípio são a supremacia do interesse público e a indisponibilidade do interesse público.
Não está expresso na CF! É muito importante para o convívio social e pressuposto de existência de
qualquer sociedade, sendo um conceito determinável no caso concreto. É a sobreposição do interesse público
em face do particular, ou seja, visa satisfazer o interesse público propriamente dito, concedendo à Administração
Pública algumas prerrogativas. Entenda: “Supremacia” não quer dizer que haverá a sobreposição do interesse do
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As FUCS são constantemente atualizadas e aperfeiçoadas pela nossa equipe. Por isso, mantemos um canal aberto de diálogo
(setordematerialciclos@gmail.com) com os alunos da #famíliaciclos, onde críticas, sugestões e equívocos, porventura
identificados no material, são muito bem-vindos. Obs1. Solicitamos que o e-mail enviado contenha o título do material e o
número da página para melhor identificação do assunto tratado. Obs2. O canal não se destina a tirar dúvidas jurídicas acerca
do conteúdo abordado nos materiais, mas tão somente para que o aluno reporte à equipe quaisquer dos eventos
anteriormente citados.
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Por Priscila Sertek
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administrador, mas sim sobreposição do interesse público. Além disso, não é um princípio absoluto, pois deve
respeitar os direitos individuais e coletivos previstos na Constituição.
Esse princípio, apesar de ser considerado a base do direito administrativo, depende de interpretação do
conteúdo no caso concreto, não se aplicando de forma isolada, sem considerar os demais princípios e as demais
normas que se apliquem aos diversos interesses contrapostos. Ainda, atua de forma ampla e abrangente, na
medida em que também orienta o legislador na elaboração da lei, devendo ser observado no momento da
aplicação dos atos normativos.
Um dos maiores exemplos de prova é que o princípio da supremacia justifica a presença de cláusulas
exorbitantes nos contratos administrativos, então #LEMBREDISSO!
Exemplos de aplicação: A exigibilidade, significando a previsão legal de sanções ou providências indiretas
que induzem o administrado a acatá-los; atributos dos atos administrativos (presunção de legitimidade,
autoexecutoriedade e imperatividade); Poderes da Administração (poder de polícia), contratos administrativos
(cláusulas exorbitantes, art. 58 da Lei nº 8.666/93); a constituição de terceiros em obrigações mediante atos
unilaterais; intervenção na propriedade (requisição, art. 5º, XXV, CF, desapropriação, art. 5º, XXIV, CF).
De acordo com Alice González Borges, “é preciso não confundir a supremacia do interesse público –
alicerce das estruturas democráticas, pilar do regime jurídico-administrativo – com as suas manipulações e
desvirtuamentos em prol do autoritarismo retrógrado e reacionário de certas autoridades administrativas”.
TJ-RJ, 2012 – FCC. Essa assertiva foi considerada CORRETA. O princípio da supremacia do interesse público está
presente na elaboração da lei e no exercício da função administrativa, esta que sempre deve visar ao interesse
público.
TJ-RJ, 2012 – FCC. Essa assertiva foi considerada ERRADA. O princípio da supremacia do interesse público informa
toda a atuação da Administração Pública e se sobrepõe a todos os demais princípios e a todo e qualquer interesse
individual.
TJ-RR, 2012 – CESPE. Essa assertiva foi considerada CORRETA. Do princípio da supremacia do interesse público
decorre a posição jurídica de preponderância do interesse da administração pública.
É consequência da própria supremacia do interesse público. O interesse público não está à livre disposição
do administrador, não há liberalidade. Trata-se de um múnus público, ou seja, é um encargo ou uma obrigação. É
um contrapeso/limitação ao princípio da supremacia do interesse público. O administrador exerce função
pública, significando que a atividade é exercida em nome e no interesse do povo. Assim, o administrador é mero
representante e não tem titularidade sobre o interesse público, não podendo, por esse motivo, dispô-lo. O STF
já se pronunciou no sentido da impossibilidade de transação ou renúncia pela Administração que não esteja
configurada em lei.
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Exemplos de aplicação: é violação à indisponibilidade ao interesse público a fraude à licitação, a fraude
ao concurso público. O administrador não pode criar entraves, obstáculos ao sucessor.
A Administração Pública Direta e Indireta e de todos os Poderes e Estados (União, Estados, Municípios e
DF) devem obediência aos princípios aqui listados. Tal rol foi alterado pela EC nº 19/98.
a) Legalidade
É a base do Estado Democrático de Direito e garante que todos os conflitos serão solucionados pela lei.
No entanto, esse princípio possui dois enforques: Para o Direito Privado, o particular pode tudo, salvo o que está
vedado pela lei (critério de não contradição à lei). Já para o agente público, haverá a incidência da “subordinação
à lei”, ou seja, só poderá fazer o que a lei permite.
#GUARDAESSAINFORMAÇÃO - Enquanto na administração particular é lícito fazer tudo o que a lei não
proíbe, na administração pública só é permitido ao agente fazer o que a lei autoriza.
O controle de legalidade é a verificação de compatibilidade de um determinado ato com a lei, regras e
princípios constitucionais (controle em sentindo amplo). Obs.: o princípio da reserva legal não se confunde com
o princípio da legalidade, pois aquele determina que para certa matéria seja reservada (escolhida) a espécie
normativa.
O princípio da legalidade não exclui a possibilidade de atividade discricionária pela Administração Pública,
desde que observados os limites da lei, desde que esta deixe margem para a Administração agir conforme os
critérios de conveniência e oportunidade.
Art. 5º, II, CF/88 - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
Art. 37, caput, CF/88 - A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte;
Art. 150, CF/88 - Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados,
ao Distrito Federal e aos Municípios: I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça.
É de ressaltar, também, que o princípio da legalidade é uma presunção, ou seja, os atos administrativos
podem ter a sua legalidade seja questionada, embora o ato seja considerado válido até decisão em contrário. Por
isso, tal princípio relaciona-se ao controle judicial da administração pública. Assim, ato administrativo que afronta
esse princípio deverá ser ANULADO.
Exceções ao princípio da legalidade: 1) Medida Provisória (art.62, CF); 2) Estado de Defesa (art.136, CF);
3) Estado de Sítio (artigos 137 a 139, CF).
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MPE-MG, 2017 – Essa assertiva foi considerada CORRETA. O decreto regulamentar não cria, altera ou constitui
direitos, apenas viabiliza na perspectiva operacional a adequada interpretação e aplicação da lei, ao passo que o
decreto autônomo é espécie normativa primária, preexistente à lei.
b) Impessoalidade
PC-ES, 2011 – CESPE. Essa assertiva foi considerada CORRETA. O concurso público para ingresso em cargo ou
emprego público é um exemplo de aplicação do princípio da impessoalidade.
PC-GO, 2016 – CESPE. Essa assertiva foi considerada CORRETA. Sem ter sido aprovado em concurso público, um
indivíduo foi contratado para exercer cargo em uma delegacia de polícia de determinado município, por ter
contribuído na campanha política do agente contratante. Nessa situação hipotética, ocorreu, precipuamente,
violação do princípio da impessoalidade.
TCE-MG, 2018 – CESPE. Essa assertiva foi considerada CORRETA. O tribunal de contas de um estado, ao analisar
as contas de determinado prefeito, verificou que houve gasto de recursos públicos com a elaboração de cartilhas
escolares com nomes, símbolos e imagens que caracterizavam a promoção pessoal de autoridades públicas do
município. Nessa situação, a conduta do prefeito afrontou especialmente o princípio da impessoalidade.
TJ-ES, 2011 – CESPE. Essa assertiva foi considerada ERRADA. O princípio da impessoalidade trata da incapacidade
da administração pública em ofertar serviços públicos a todos os cidadãos.
2017 – FCC – TRT 24 – Analista Judiciário – Área Administrativa. Em importante julgamento proferido pelo
Supremo Tribunal Federal, foi considerada inconstitucional lei que destinava verbas públicas para o custeio de
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evento cultural tipicamente privado, sem amparo jurídico-administrativo. Assim, entendeu a Corte Suprema
tratar-se de favorecimento a seguimento social determinado, incompatível com o interesse público e com
princípios que norteiam a atuação administrativa, especificamente, o princípio da: impessoalidade.
2016 – FCC – TRT 23 – Analista Judiciário – Área Administrativa. Manoela foi irregularmente investida no cargo
público de Analista do Tribunal Regional do Trabalho da 23ª Região, tendo, nessa qualidade, praticado inúmeros
atos administrativos. O Tribunal, ao constatar o ocorrido, reconheceu a validade dos atos praticados, sob o
fundamento de que os atos pertencem ao órgão e não ao agente público. Trata-se de aplicação específica do
princípio da: impessoalidade.
#CUIDADO: Impessoalidade x Finalidade: Divergência cogitada por Helly Lopes Meirelles (doutrina tradicional)
que sustentava que os dois princípios eram sinônimos, afirmando que após 1988 o princípio da
finalidade/imparcialidade foi substituído pela impessoalidade. No entanto, a posição de Celso Antônio Bandeira
de Melo (doutrina moderna) orienta que esses princípios não se confundem, pois, a impessoalidade é a ausência
de subjetividade e a finalidade significa que o administrador deve buscar o espírito da lei. São princípios
autônomos (art. 2º, III e XIII, da Lei nº 9.784/99).
Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação,
razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público
e eficiência.
III - objetividade no atendimento do interesse público, vedada a promoção pessoal de agentes ou autoridades;
XIII - interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim público a que se
dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação.
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c) Moralidade
Traduz a ideia de honestidade, obediência a princípios éticos, boa-fé, lealdade, boa administração,
correção de atitudes. É diferente da moralidade comum (certo e errado do convívio social) por ser mais rígida,
exigindo a correção de atitudes e a boa administração. Costuma-se associar esse princípio à ideia de probidade e
boa-fé. Assim, o Agente público que se utiliza de publicidade governamental com a finalidade exclusiva de se
promover, por exemplo, viola o princípio da moralidade. Esse princípio está expressamente previsto na CF.
O princípio da moralidade administrativa tem existência autônoma no ordenamento jurídico nacional e
deve ser observado não somente pelo administrador público, como também pelo particular que se relaciona com
a administração pública.
É importante ressaltar que a probidade administrativa é um aspecto da moralidade administrativa que
recebeu da Constituição Federal brasileira um tratamento próprio.
ANATEL, 2009 – CESPE. Essa assertiva foi considerada CORRETA. Governadores de Estados também devem
obrigatoriamente observar o princípio da moralidade pública na prática de atos discricionários.
c.1. Nepotismo
Contraria o princípio da moralidade o servidor público que nomeie o seu sobrinho para um cargo em
comissão subordinado: Nepotismo.
Súmula Vinculante nº 13: A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou
por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica
investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança
ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola
a Constituição Federal.
*#DEOLHONAJURIS #DIZERODIREITO #STF: O STF tem afastado a aplicação da SV 13 a cargos públicos de natureza
política, como são os cargos de Secretário Estadual e Municipal. Mesmo em caso de cargos políticos, será possível
considerar a nomeação indevida nas hipóteses de: • nepotismo cruzado; • fraude à lei e • inequívoca falta de
razoabilidade da indicação, por manifesta ausência de qualificação técnica ou por inidoneidade moral do
nomeado. STF. 1ª Turma. Rcl 29033 AgR/RJ, rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 17/9/2019 (Info 952).
Com a EC nº 45/2004 e a criação do CNJ e do CNMP foram publicadas resoluções que vedam o nepotismo
(resoluções nº 07/CNJ e 01/CNMP). A resolução Nº 07 foi questionada com a ADC nº 12 e o STF declarou a
constitucionalidade da norma e afirmou que representava a aplicação de vários princípios constitucionais, como
a moralidade, impessoalidade, eficiência e isonomia.
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Além disso, o STF determinou que o CNJ pode fazer o controle administrativo do cumprimento das suas
resoluções. A vedação do parentesco (cônjuge, companheiro e parente em linha reta ou colateral até o 3º grau)
fica para os cargos em que não são previstos a realização de concurso púbico – Vedações de parentesco na mesma
pessoa jurídica: entre a autoridade nomeante e o nomeado em cargo de comissão ou função gratificada/função
de confiança; entre servidor que ocupa cargo de direção, chefia ou assessoramento e o servidor que ocupa cargo
em comissão ou função gratificada; designações recíprocas (nepotismo cruzado).
Em regra, agentes políticos estão fora da aplicação da Súmula Vinculante nº 13 de acordo com o STF
(Reclamação 6650, 7834; AgRcl 66750). "1. A jurisprudência do STF preconiza que, ressalvada situação de fraude
à lei, a nomeação de parentes para cargos públicos de natureza política não desrespeita o conteúdo normativo
do enunciado da Súmula Vinculante 13." (RE 825682 AgR, Relator Ministro Teori Zavascki, Segunda Turma,
julgamento em 10.2.2015, DJe de 2.3.2015)
O STJ também já decidiu que a prática de nepotismo configura ato de improbidade administrativa (ofensa
aos princípios da Administração Pública) – Resp 1009926.
*#OUSEBABER: No entendimento do STF, caracteriza nepotismo a nomeação de pessoa que possui parente no
órgão, quando este não tem influência hierárquica sobre a nomeação?
Nesse caso, não caracteriza. Inicialmente, sobre o nepotismo, vale a pena destacar que não há
necessidade de lei formal para a vedação ao nepotismo, considerando que tal proibição decorre diretamente dos
princípios contidos no art. 37, caput, da CF/88.
Quando do julgamento da Rcl 18564/SP, o STF deixou claro que não se caracteriza como nepotismo a
nomeação de pessoa que possui parente no órgão, quando este não tem influência hierárquica sobre a nomeação.
No que pese o STF não ter esgotado todas as possibilidades de configuração de nepotismo na
Administração Pública, o citado tribunal elencou critérios objetivos de conformação, são eles:
a) Ajuste mediante designações recíprocas, quando inexistente a relação de parentesco entre a
autoridade nomeante e o ocupante do cargo de provimento em comissão ou função comissionada;
b) Relação de parentesco entre a pessoa nomeada e a autoridade nomeante;
c) Relação de parentesco entre a pessoa nomeada e o ocupante de cargo de direção, chefia ou
assessoramento a quem estiver subordinada; e
d) Relação de parentesco entre a pessoa nomeada e a autoridade que exerce ascendência hierárquica ou
funcional sobre a autoridade nomeante.
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(*) ATUALIZADO EM 14/01/2022: #NOVIDADELEGISLATIVA: A Lei n. 14.230/2021, que alterou a Lei 8.429/92,
passou a prever expressamente no inciso XI do artigo 11 o nepotismo como ato de improbidade administrativa
que atenta contra os princípios da Administração Pública, vejamos:
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública a
ação ou omissão dolosa que viole os deveres de honestidade, de imparcialidade e de legalidade, caracterizada
por uma das seguintes condutas: (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
(...)
XI - nomear cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau,
inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia
ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na
administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
- Cargo em comissão = era denominado antigamente de cargo de confiança. Serve para direção, chefia e
assessoramento e pode ser exercido por qualquer pessoa, atendidas as condições mínimas. Há limite mínimo
previsto em lei e depende do cumprimento de determinados requisitos (ex.: escolaridade), mas independe de
qualquer vínculo anterior entre a Administração Pública e o nomeado.
- Função de confiança = serve para direção, chefia e assessoramento. Somente pode ser atribuído a quem detém
cargo efetivo (acréscimo de responsabilidade). O servidor ganha um acréscimo remuneratório chamado de
gratificação por função de confiança.
Art. 37. (...) V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e
os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais
mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento;” (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
#OUSESABER: No Informativo 786 do STF, ADI 524, ficou decidido que o nepotismo não alcança os servidores de
provimento efetivo, pois isso poderia inibir o próprio provimento de cargos públicos e viola o livre acesso aos
cargos, empregos e funções públicas. Regra é constitucional para cargos em comissão, funções gratificadas, de
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direção e de assessoramento. Inexiste proteção ou apadrinhamento quando a pessoa é aprovada em concurso
público.
#OUSESABER: Para o STF, no julgamento do RE 678.574, a vedação ao nepotismo não se aplica às contratações
realizadas pelos serviços notariais – exercem atividade estatal, mas não ocupam cargo público. Podem, assim,
contratar parentes pela CLT.
*#OUSESABER: O Plenário do STF, no RE 570392/RS, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 11/12/2014 (Info 771)
decidiu que as leis que proíbam o nepotismo na Administração Pública NÃO são de iniciativa exclusiva do Chefe
do Poder Executivo, podendo, portanto, ser propostas pelos parlamentares. Dessa forma, não há vício de
iniciativa! A vedação ao nepotismo tem por objetivo cumprir os princípios constitucionais da isonomia,
impessoalidade e moralidade na Administração Pública. Ademais, vale lembrar a advertência do @dizerodireito,
“conforme entendeu o STF na edição da Súmula Vinculante 13, a proibição do nepotismo não exige a edição de
lei formal, considerando que essa vedação decorre diretamente dos princípios contidos no art. 37, caput, da
CF/88. Portanto, se o STF já reconheceu que tal proibição sequer precisa de lei, não há vício de iniciativa em lei
editada com o objetivo de dar cumprimento aos princípios constitucionais”
*#PERGUNTA: O que se entende por transnepotismo? O Professor Marcelo Pilon, em seu artigo “Nepotismo,
Nepotismo Cruzado e Transnepotismo” afirma que: “(...) muitos estão tentando burlar a decisão do STF em
relação ao nepotismo; surgem novas formas de nepotismo. É recorrente nos meios de comunicação a utilização
de neologismos como: “nepotismo cruzado” e “transnepotismo”. Podemos considerar “Nepotismo-Cruzado” a
nomeação por parte dos membros do Judiciário, Executivo e Legislativo da União, Estados, Distrito Federal e
municípios, de parentes uns dos outros. É a migração de servidores não concursados “dentro de um poder”, por
exemplo, na Câmara de Vereadores, o vereador X contrata para atuar em seu gabinete o filho do vereador Y que
em contrapartida contrata a esposa do vereador X. A meu ver, o “Transnepotismo” seria uma troca de favores
“entre os poderes”, a migração de indivíduos não concursados de um Poder para outro, por exemplo: o prefeito
do município “J” contrata para atuar no município, em cargo comissionado, o filho do vereador “Z” que em
contrapartida contrata para o seu gabinete o cunhado do prefeito; há também casos onde o vereador declara sua
“lealdade” ao executivo após o mesmo ter contratado seu parente ou apadrinhado. O mais trágico, e de certo,
nada bom para a democracia e o equilíbrio entre os poderes, é a possibilidade do “transnepotismo” e troca de
favores entre o Executivo e o Judiciário, com ou sem troca de parentes para cargos comissionado. (@top_juris)
d) Publicidade
O administrador exerce função pública em nome do povo, motivo pelo qual deve dar ciência ao titular do
direito (o povo) do que está ocorrendo. Também representa condição de eficácia, que significa início de produção
de efeitos. Os atos só começam a produzir efeitos a partir de sua publicidade. Exemplo disso é o início da contagem
de prazo de um contrato, que seria a partir da data da publicação.
Outro ponto: assim como todos os demais princípios, o da publicidade não é absoluto – há atos que são
sigilosos, como nos casos de defesa da segurança pública.
O legislador, assim como o administrador público, procura concretizar os princípios da administração
pública ao editar e executar as normas. Nesse sentido, o direito às certidões expedidas por órgãos públicos
expressa uma das formas de concretização do princípio da publicidade.
O princípio da publicidade, no direito administrativo, relaciona-se à publicidade, diretamente ligada à
eficácia do ato, bem como à transparência, derivada, por sua vez, do princípio da indisponibilidade do interesse
público.
ATENÇÃO: ESTÁ ERRADA essa assertiva!! “Com base no princípio da publicidade, os atos internos da
administração pública devem ser publicados no diário oficial”. Essa é uma questão clássica de prova, que tenta te
confundir. Isso porque nem todos os atos demandam publicação no Diário Oficial, que podem ser veiculados por
outros meios de comunicação. A doutrina afirma, ainda, que apenas os atos externos necessitam de publicação
no D.O., os atos internos não.
- Publicidade também representa o início de contagem de prazo. Ex.: de notificação de multa de trânsito. O prazo
começa do dia em que a notificação é recebida e não da data de postagem ou expedição.
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- Publicidade também é mecanismo de controle e fiscalização, pois permite que o titular do poder tome ciência
do que está acontecendo no poder público, o que lhe dá oportunidade de se insurgir contra as ilegalidades dos
administradores. #JÁCAIUEMPROVA3
- Publicidade, no entanto, é diferente de publicação. Publicidade é muito mais amplo que publicação. Publicação
é uma das hipóteses de publicidade. A publicidade deve cumprir o formalismo previsto na lei (portas abertas,
edital x vezes).
#PEGADINHA: “A licitação na modalidade convite não tem publicidade” (Falso). No convite não há publicação de
edital, pois há a carta convite. Quando se encaminha a carta aos convidados está-se realizando a publicidade.
- Fundamentos da publicidade na CF: art. 37, caput./ art. 5º XXXIII (informação), XXXIV (certidão) e LXXII (habeas
data) / Lei 12.527/11. (lei de acesso à informação). Art. 37, §3º, II – direito de acesso à informação.
Art. 5º, XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de
interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas
cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de
interesse pessoal;
LXXII - conceder-se-á habeas data:
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou
bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público;
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo;
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência e, também, ao seguinte (...).
§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública direta e indireta, regulando
especialmente:
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2016 – FCC – TRT 20 – Analista Judiciário – Área Administrativa. Em importante julgamento proferido pelo Supremo
Tribunal Federal, considerou a Suprema Corte, em síntese, que no julgamento de impeachment do Presidente da República,
todas as votações devem ser abertas, de modo a permitir maior transparência, controle dos representantes e legitimação do
processo. Trata-se, especificamente, de observância ao princípio da: a) publicidade.
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I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral, asseguradas a manutenção de serviços de
atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade dos serviços;
II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre atos de governo, observado o disposto
no art. 5º, X e XXXIII;
* #OLHAOGANCHO: O IBGE está legalmente impedido de fornecer a quem quer que seja as informações
individualizadas que coleta, no desempenho de suas atribuições, para que sirvam de prova em quaisquer outros
procedimentos administrativos. STJ. 1ª Turma. REsp 1.353.602-RS, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado
em 30/11/2017 (Info 617).
e) Eficiência
Foi introduzido no caput do art. 37 da CF pela EC nº 19/98 (Reforma Administrativa) e traduz a ideia de
uma administração gerencial.
A emenda 20/98, apesar de ser do mesmo e ano e tratar de direito administrativo, trata de
aposentadoria. A eficiência ganhou roupagem de direito expresso, mas ela já era exigida como princípio implícito
e já existia de forma expressa no art. 6º da lei 8987/95, que trata de serviço público. Então, se a questão falar que
“o princípio da eficiência não está expresso no texto constitucional, mas é aplicável a toda atividade da
administração pública” está ERRADO.
Art. 6º - Toda concessão ou permissão pressupõe a prestação de serviço adequado ao pleno atendimento dos
usuários, conforme estabelecido nesta Lei, nas normas pertinentes e no respectivo contrato.
§1º Serviço adequado é o que satisfaz as condições de regularidade, continuidade, eficiência, segurança,
atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade das tarifas.
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Ao revés, se a questão falar, por exemplo, “que o princípio da moralidade e o da eficiência estão
expressamente previstos na CF/88, ao passo que o da proporcionalidade constitui princípio implícito, não
positivado no texto constitucional” ou “O princípio da eficiência está previsto no texto constitucional de forma
explícita” estarão corretas!
A administração deve agir de modo célere, com o melhor desempenho possível de suas atribuições,
visando obter os melhores resultados. Uma das manifestações do princípio da eficiência, por exemplo, está nas
rotinas de controle de resultados a que se submete o poder executivo. A transparência dos atos administrativos
é um importante aspecto do princípio da eficiência, na medida em que coíbe a prática de atos que visam à
satisfação de interesses pessoais.
A partir do momento em que foram introduzidas no modelo regulatório brasileiro, as agências
reguladoras fizeram surgir o conceito de otimização funcional. Sua eficaz implementação baseia-se na autonomia
da agência reguladora e na definição de instrumentos que proporcionem a eficiência produtiva desta.
(2) Racionalização da máquina administrativa. Art. 169, CF. Não dá para gastar tudo que se arrecada com folha de
pagamento. Isso seria ineficiente. O limite com pessoal é disposto na lei de responsabilidade fiscal, que lá no art.
19 traz esse limite de 50% para a União, 60% para estados e municípios sobre a receita corrente líquida.
• E se estiver acima do limite? Começa-se reduzindo os cargos em comissão e funções e confiança em no
mínimo 20 %; na sequência, é possível a exoneração de servidores não estáveis e; por fim, os servidores
estáveis através de exoneração, por não haver caráter de punição.
• Nesse último caso o cargo é extinto e só pode ser recriado com funções idênticas ou assemelhadas quatro
anos depois, para que o administrador não utilize o instituto do 169 para tirar os inimigos políticos da
Administração. A sequência não pode ser desobedecida. Somente o servidor estável tem direito à
indenização.
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É preciso ter eficiência em duas esferas: meios (gastar o menos possível) e resultados (produzir os
melhores resultados). Obs.: eficiência – conduta das pessoas; eficácia – meios, instrumentos; efetividade –
resultado.
f) Isonomia
Significa tratar os desiguais de forma desigual, na medida de suas desigualdades. A restrição deve guardar
compatibilidade com a finalidade da norma.
#JÁFALEI #VOUREPETIR
O princípio da impessoalidade é corolário do princípio da isonomia.
• Ao conceder uma dilação do prazo de execução sem justificativa prevista em lei, a fiscalização contraria,
entre outros, o princípio da isonomia.
• A vedação absoluta ao direito de greve dos integrantes das carreiras da segurança pública é compatível
com o princípio da isonomia, segundo o STF.
ATENÇÃO: O princípio da isonomia é um dos fundamentos dos processos licitatórios e, consequentemente, estão
presentes nas questões de ambos os assuntos. Quase todas as questões que envolvem o princípio da isonomia
estão interligadas com o tema licitação. Vejam:
• Segundo esse princípio, são vedadas as restrições que venham a limitar de maneira abusiva, desnecessária
ou injustificada a participação de concorrentes em certame, pois o que se objetiva é, sobretudo, a
ampliação do universo de competidores.
• As normas que disciplinam as licitações públicas devem ser interpretadas em favor da disputa entre os
interessados, desde que não comprometam o princípio da isonomia.
• A Lei de Licitações destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia e a
selecionar a proposta mais vantajosa para a administração, que deve ser processada e julgada em estrita
conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade,
da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório e do julgamento
objetivo.
• As licitações destinam-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia e a selecionar
a proposta mais vantajosa para a administração.
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#SELIGANASÚMULA: limite de idade em concurso público. Súmula 683 STF: O limite de idade para a inscrição
em concurso público só se legitima em face do art. 7º, XXX, da CF, quando possa ser justificado pela natureza das
atribuições do cargo a ser preenchido.
• O preenchimento de cargos públicos mediante concurso público, por privilegiar a isonomia entre os
concorrentes, constitui expressão do princípio constitucional fundamental republicano.
• Para exigir limite de idade - art. 7º, XXX – o limite de idade tem que está previsto na lei da carreira. Esse
raciocínio serve para tudo, altura, peso, atividade jurídica. Para o requisito ir para o edital tem que está
previsto na lei da carreira e ser compatível com as atribuições do cargo. O limite de idade é hoje possível
e é acolhido pela Constituição, desde que obedecidos os requisitos.
• E se a previsão está em regulamentos, regimentos e não em lei? O STF discutiu tal questão em relação às
forças armadas, pois o limite de idade estava previsto em regulamento (RE 600885). O STF decidiu que
não foi recepcionada pela CF/88 a expressão “nos regulamentos das Forças Armadas” do art. 10 da Lei
6880/80, que remetia a definição dos requisitos aos regulamentos. O princípio da segurança jurídica
impõe, no entanto, a modulação dos efeitos da não recepção, para assegurar a constitucionalidade dos
concursos realizados até 31 de dezembro de 2012. A primeira decisão era ate 30.11.2012, mas houve
embargos e o prazo foi aumentado. Dessa forma, o STF reafirma a exigência de que os requisitos estejam
previstos em lei em sentido estrito.
g) Razoabilidade/proporcionalidade
A razoabilidade é a coerência, lógica, congruência, equilíbrio, tendo sempre por base o padrão do homem
médio. Ela proíbe os excessos, as condutas insensatas. O administrador tem que agir com bom senso.
O princípio da razoabilidade se evidencia nos limites do que pode, ou não, ser considerado aceitável, e
sua inobservância resulta em vício do ato administrativo. Para os administrativistas, o princípio da
proporcionalidade está embutido no princípio da razoabilidade.
Esse princípio impõe à administração pública a adequação entre meios e fins, não permitindo a imposição
de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do
interesse público.
A palavra chave da proporcionalidade é o equilíbrio: entre os atos e as medidas, entre os benefícios e
prejuízos causados. Eles estão implícitos na CF/88 e expressos na norma infraconstitucional. Assim, se a questão
falar “Os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade estão expressos no texto da CF”, estará ERRADA.
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Por outro lado, os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, embora não estejam mencionados
no texto constitucional, estão previstos, de forma expressa, na lei que rege o processo administrativo federal:
Art. 2º da lei 9784/99 A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade,
motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica,
interesse público e eficiência.
Eles são, ainda, limites à discricionariedade do legislador. Mesmo quando for discricionário o ato, quando
não obedecer a esses dois valores, o judiciário estará autorizado a interferir, pois são princípios constitucionais.
O poder judiciário faz aqui o controle de legalidade em sentido amplo, isto é, o controle do ato em relação a leis
infraconstitucionais e à própria CF. Por isso a doutrina trata desses princípios como limitadores da liberdade e
discricionariedade do administrador.
O poder de polícia, que decorre da discricionariedade que caracteriza a administração pública, é limitado
pelo princípio da razoabilidade/proporcionalidade. #JÁCAIUEMPROVA4
*(Atualizado em 14/11/2020) #SELIGANAJURIS A União é parte legítima para figurar no polo passivo das ações
em que Estado-membro impugna inscrição em cadastros federais desabonadores e/ou de restrição de crédito
Descabimento da inscrição do Estado-membro nos cadastros desabonadores em decorrência de pendências
administrativas relativas a débitos já submetidos a pagamento por precatório. Caso concreto O Estado do Amapá
possui débitos com o INCRA e com o IBAMA, duas autarquias federais. Em razão desses débitos, o Estado foi
inserido no SIAFI, no CADIN e no CAUC, cadastros de inadimplência mantidos pela União. Tanto o INCRA como o
IBAMA ajuizaram execução fiscal para cobrar os débitos e o Estado expediu precatórios, que, no entanto, ainda
estão pendentes de pagamento. O Estado do Amapá ajuizou ação cível originária contra a União pedindo a
exclusão do Estado dos cadastros restritivos. Legitimidade da União para figurar no polo passivo A União é parte
legítima para figurar no polo passivo das ações em que Estado-membro impugna inscrição em cadastros federais
desabonadores e/ou de restrição de crédito, mesmo que os débitos sejam decorrentes de dívidas com entidades
federais (e não com a administração direta). Isso porque os Sistemas SIAFI/CAUC/CADIN são organizados e
mantidos pela União, conforme suas leis de regência, do que decorre a legitimidade desta para figurar no polo
passivo. Manutenção nos cadastros viola o princípio da razoabilidade É indevida a inscrição do Estado-membro
nos cadastros desabonadores em decorrência de pendências administrativas relativas a débitos já submetidos a
pagamento por precatório. Isso porque a CF/88 já previu que, em caso de descumprimento do pagamento do
precatório, existe a possibilidade de intervenção federal no ente inadimplente. Logo, é incompatível com o
postulado da razoabilidade onerar duplamente o Estado-membro, tanto com a possibilidade de intervenção
4
2018 – CESPE – STJ – Analista Judiciário – Área Administrativa. Em relação aos princípios aplicáveis à administração pública,
julgue o próximo item. O princípio da proporcionalidade, que determina a adequação entre os meios e os fins, deve ser
obrigatoriamente observado no processo administrativo, sendo vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em
medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público (Certo).
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federal quanto com a sua inscrição em cadastros desabonadores. STF. Plenário. ACO 3083, Rel. Ricardo
Lewandowski, julgado em 24/08/2020 (Info 991 – clipping).
h) Contraditório/ampla defesa
Art. 5º, LV, CF. Vejamos: aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são
assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes.
Os processos administrativos e judiciais estão sujeitos ao contraditório e à ampla defesa. Na via judicial já
estão sedimentados. Na via administrativa só aparece com a CF/88. A maioria das nulidades em processo
administrativo ocorre por falta de contraditório e ampla defesa, pois ainda se vive um amadurecimento dessa
consolidação.
- A ampla defesa é a oportunidade da parte se defender. Quais são os elementos que devem ser cumpridos para
que a ampla defesa seja efetiva?
• A defesa tem que ser prévia, isto é, tem que anteceder o convencimento do julgador + conhecimento
do procedimento + conhecimento das possíveis sanções.
• Conhecer as informações do processo: provas, acusações, etc.
• Direito à produção de prova e sua consequente avaliação, para que ela interfira no julgamento. Tem que
ser citada, debatida.
• Defesa técnica – advogado? Durante muitos anos, paulatinamente, o STJ construiu uma jurisprudência
no sentido de que a presença do advogado contribui para a regularidade do procedimento. Com isso, o
STJ publicou a súmula 343, afirmando que o advogado deveria estar presente em todas as fases do PAD
(processo administrativo disciplinar). Gerou uma grande confusão, pois se o advogado não estivesse
presente o processo seria anulado. Muitos servidores demitidos teriam direito à reintegração com todas
as vantagens do período em que estava afastado. O STF então para resolver a polêmica econômica,
editando a súmula vinculante nº 5, que a falta de defesa técnica não viola a CF, revogando assim a súmula
343 do STJ.
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*(Atualizado em 04/11/2020) #DEOLHONAJURIS: A tomada de contas especial é a medida adequada para se
alcançar o reconhecimento definitivo das irregularidades detectadas. Só a partir daí é que se permite a inscrição
do ente nos cadastros de restrição ao crédito organizados e mantidos pela União. O processo de contas é essencial
para a apuração de responsabilidades. Não se pode impor sanção sem anterior identificação de responsáveis. STF.
Plenário. ACO 2910 AgR, Rel. Roberto Barroso, julgado em 29/06/2020 (Info 988 – clipping).
*#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #STF: A Súmula Vinculante 5 continua válida. O STF rejeitou proposta da OAB que
pretendia o cancelamento do verbete. Após a edição da SV 5, não houve mudança na legislação, na jurisprudência
ou na percepção da sociedade a justificar a revisão ou o cancelamento do enunciado. A súmula vinculante deve
ter certo grau de estabilidade, somente devendo ser cancelada ou revista em caso de superveniência de fatos
suficientemente relevantes. Assim, a falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar
não ofende a CF. STF. Plenário. PSV 58/DF, julgado em 30/11/2016 (Info 849).
*#LEMBRAR #OLHAOGANCHO: Para súmula vinculante ser modificada devem ocorrer 03 fatores: a) evidente
superação da jurisprudência do STF no tratamento da matéria; b) alteração legislativa quanto ao tema; ou c)
modificação substantiva de contexto político, econômico ou social.
• Direito de recurso. Para isso é necessário que haja uma decisão fundamentada. A Súmula Vinculante 21
trata da inconstitucionalidade no que tange a depósito prévio ou arrolamento e bens como
condicionante ao recurso administrativo. O recurso não poderia ficar vinculado à capacidade financeira
da parte. A SV 21 foi elaborada no âmbito da discussão do processo tributário, mas foi ampliada para
alcançar qualquer processo.
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#SELIGANASÚMULA: Súmula Vinculante nº3. Nos processos perante o tribunal de contas da união asseguram-se
o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo
que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria,
reforma e pensão.
Ninguém pode ser atingido por uma decisão/ato sem ter participado. Se a empresa x vai ser atingida, tem
que ser chamada a participar. Nos casos de aposentadoria, reforma e pensão não haverá contraditório e ampla
defesa no TCU. Isso porque o contraditório/ampla defesa, existiu em momento anterior (“fora do TCU”). Ato inicial
de concessão de aposentadoria, reforma e pensão é ato administrativo complexo, isto é, para se tornar perfeito
e acabado depende de duas manifestações de vontade, que se realizam em órgãos diferentes (Administração +
Tribunal de Contas). O aperfeiçoamento do ato se dá no TCU. Nesse ato complexo, o contraditório e ampla defesa
ocorrem na Administração em que há vinculação.
Na primeira parte da súmula o TC vai retirar algo que o sujeito já tem. Na segunda, o sujeito ainda não
tem aposentadoria. O STF fez um temperamento (“temperando a vinculante nº3”), pois o servidor ia até a Adm.
e requeria a aposentadoria. O servidor ficava em casa provisoriamente até decisão do TCU. Depois de 10 anos o
TCU resolvia que ele não tinha direito. O STF então entendeu que se o TC demorar mais de cinco anos para
confirmar o ato de aposentadoria ele terá que realizar o contraditório e ampla defesa.
*#DEOLHONAJURIS #DIZERODIREITO #STF O Tribunal de Contas tem o prazo de 5 anos para julgar a
legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma ou pensão, prazo esse contado da chegada do
processo à Corte de Contas. Em atenção aos princípios da segurança jurídica e da confiança legítima, os Tribunais
de Contas estão sujeitos ao prazo de cinco anos para o julgamento da legalidade do ato de concessão inicial de
aposentadoria, reforma ou pensão, a contar da chegada do processo à respectiva Corte de Contas. STF. Plenário.
RE 636553/RS, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 19/2/2020 (repercussão geral – Tema 445) (Info 967).
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Assim, a concessão de aposentadoria ou pensão constitui ato administrativo complexo, que somente se
aperfeiçoa após o julgamento de sua legalidade pela Corte de Contas.
Obs: a doutrina critica bastante esse enquadramento, mas foi como decidiram os Tribunais Superiores.
O TCU possui um prazo para o julgamento da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria,
reforma ou pensão? SIM. Por motivos de segurança jurídica e necessidade da estabilização das relações, é
necessário fixar-se um prazo para que a Corte de Contas exerça seu dever constitucional previsto no art. 71, III,
da CF/88:
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas
da União, ao qual compete: (...) III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal,
a qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder
Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como a das concessões de
aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal
do ato concessório;
Art. 1º As dívidas passivas da União, dos Estados e dos Municípios, bem assim todo e qualquer direito ou ação
contra a Fazenda Federal, Estadual ou Municipal, seja qual for a sua natureza, prescrevem em cinco anos contados
da data do ato ou fato do qual se originarem.
Vale ressaltar que esse Decreto 20.910/1932 foi recepcionado pela CF/88 com status de lei ordinária. Alguns
de vocês podem estar pensando: mas esse art. 1º do Decreto 20.910/1932 trata do prazo prescricional de
pretensões propostas por particulares contra o Poder Público... Por que ele se aplica nesse caso do Tribunal de
Contas?
Na verdade, não existe realmente uma lei que preveja um prazo específico para essa hipótese. Não há uma
lei disciplinando o prazo para que o Tribunal de Contas analise a concessão inicial de aposentadoria, reforma ou
pensão.
Diante da inexistência de norma que incida diretamente sobre a hipótese, aplica-se ao caso o disposto no
art. 4º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB):
24
Art. 4º Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios
gerais de direito.
Assim, o STF, invocando o princípio da isonomia, entendeu que o mais correto seria aplicar, por analogia, o
prazo do art. 1º do Decreto 20.910/1932.
O raciocínio do STF foi o seguinte: ora, se o administrado tem o prazo de 5 anos para pleitear seus direitos
contra a Fazenda Pública, deve-se considerar que o Poder Público, no exercício do controle externo (Tribunal de
Contas), também possui o mesmo prazo para rever eventual ato administrativo favorável ao administrado. Isso é
isonomia.
Desse modo, a fixação do prazo de 5 anos se afigura razoável para que o Tribunal de Contas proceda ao
registro dos atos de concessão inicial de aposentadoria, reforma ou pensão, após o qual se considerarão
definitivamente registrados.
A partir de quando é contado esse prazo de 5 anos? Esse prazo de 5 anos começa a ser contado no dia em
que o processo chega ao Tribunal de Contas. Assim, se o processo de concessão inicial da aposentadoria chega
ao Tribunal de Contas no dia 02/02/2015, a Corte de Contas terá até o dia 02/02/2020 para julgar a legalidade
deste ato. Se passar o prazo, o Tribunal de Contas não poderá mais rever esse ato. Esgotado o prazo, considera-
se que a aposentadoria, reforma ou pensão está definitivamente registrada, mesmo sem ter havido a análise pelo
Tribunal de Contas. Esse prazo de 5 anos vale também para o âmbito estadual (TCEs) ou só para o TCU? O
entendimento vale tanto para o Tribunal de Contas da União como para os Tribunais de Contas estaduais.
Em suma: Em atenção aos princípios da segurança jurídica e da confiança legítima, os Tribunais de Contas
estão sujeitos ao prazo de cinco anos para o julgamento da legalidade do ato de concessão inicial de
aposentadoria, reforma ou pensão, a contar da chegada do processo à respectiva Corte de Contas. STF. Plenário.
RE 636553/RS, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 19/2/2020 (repercussão geral – Tema 445 (Info 967).
Quando o Tribunal de Contas faz o controle de legalidade do ato de “concessão inicial” da aposentadoria,
reforma ou pensão, é necessário que ele assegure contraditório e ampla defesa ao interessado? NÃO. Isso porque
quando o Tribunal de Contas aprecia, para fins de registro, a legalidade das concessões de aposentadorias,
reformas e pensões, não há litígio ou acusação, mas tão somente a realização de um ato administrativo. Logo,
não havendo litígio, não é necessário contraditório ou ampla defesa. Para que não houvesse dúvidas quanto a
isso, o STF editou, em 30/05/2007, uma súmula: Súmula Vinculante 3-STF: Nos processos perante o Tribunal de
Contas da União asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou
revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de
concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.
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++ (Juiz Federal TRF4 2014): Excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de
aposentadoria, reforma e pensão, nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o
contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo
que beneficie o interessado. (CERTO) A análise da aposentadoria ou pensão representa o exercício de uma
competência constitucional do Tribunal de Contas (art. 71, III), motivo pelo qual ocorre sem a participação dos
interessados e, portanto, sem a observância do contraditório e da ampla defesa:
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da
União, ao qual compete: (...) III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a
qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder
Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como a das concessões de
aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal
do ato concessório;
A SV possuía uma exceção A jurisprudência do STF, antes do RE 636553/RS (Tema 445), havia construído uma
exceção à SV 3: se o Tribunal de Contas tivesse demorado mais do que 5 anos para analisar a concessão inicial da
aposentadoria, ele teria que permitir contraditório e ampla defesa ao interessado. Essa exceção deixou de existir
com o julgamento do RE 636553/RS. O STF passou a dizer que, se o Tribunal de Contas demorar mais que 5 anos
para julgar a aposentadoria, reforma ou pensão, o ato é considerado definitivamente registrado.
i) Autotutela
De acordo com o princípio da autotutela, a administração pública pode exercer o controle sobre seus próprios
atos, com a possibilidade de anular os ilegais e revogar os inconvenientes ou inoportunos. O controle
administrativo, bem como o controle interno, decorre do poder-dever de autotutela que a administração dispõe
sobre os seus próprios atos e agentes. #JÁCAIUEMPROVA5
#SELIGANASÚMULA: Súmula 346 STF A administração pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos -
e Súmula 473 STF - A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam
ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade,
respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA: A Administração Pública pode anular seus próprios atos quando estes forem
ilegais. No entanto, se a invalidação do ato administrativo repercute no campo de interesses individuais, faz-se
necessária a instauração de procedimento administrativo que assegure o devido processo legal e a ampla defesa.
Assim, a prerrogativa de a Administração Pública controlar seus próprios atos não dispensa a observância do
contraditório e ampla defesa prévios em âmbito administrativo. STF. 2ª Turma. RMS 31661/DF, rel. Min. Gilmar
Mendes, julgado em 10/12/2013 (Info 732). STF. Plenário. MS 25399/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em
15/10/2014 (Info 763).
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2017 – CESPE – TRF 1 – Analista Judiciário – Área Judiciária.
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Limita a prática de atos pela Administração, tais como: vedação à aplicação retroativa de nova
interpretação e sujeição do poder de autotutela a prazo razoável. #JÁCAIUEMPROVA6
O princípio da segurança jurídica pode ser estudado sob dois primas:
1) OBJETIVO - refere-se à irretroatividade das normas e à proteção dos atos perfeitamente realizados,
em relação a modificações legislativas posteriores.
2) SUBJETIVO - trata justamente da preservação das expectativas legítimas da sociedade com a produção
de harmonia das relações jurídicas (princípio da proteção da confiança). #JÁCAIUEMPROVA7
6
2018 – CESPE – STJ – Analista Judiciário – Área Administrativa. Em relação aos princípios aplicáveis à administração pública,
julgue o próximo item. Em decorrência do princípio da segurança jurídica, é proibido que nova interpretação de norma
administrativa tenha efeitos retroativos, exceto quando isso se der para atender o interesse público. (Errado)
Obs: O art. 2º, parágrafo único, XIII, da Lei nº 9.784/99 prevê a vedação à interpretação retroativa de nova interpretação de
norma administrativa, da qual não cabe exceção, nem mesmo para atender o interesse público.
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2018 – CESPE – STJ – Analista Judiciário – Área Judiciária. Considerando a doutrina e a jurisprudência dos tribunais
superiores no tocante aos princípios administrativos e a licitação, julgue o item que se segue: Embora sem previsão expressa
no ordenamento jurídico brasileiro, o princípio da confiança relaciona-se à crença do administrado de que os atos
administrativos serão lícitos e, portanto, seus efeitos serão mantidos e respeitados pela própria administração pública.
(Certo)
8
2017 – CESPE – TRF 1 – Analista Judiciário – Área Administrativa. Sérgio foi reprovado em concurso público, mas, por força
de decisão liminar obteve sua nomeação e tomou posse no cargo pretendido. Seis anos depois, a medida foi revogada por
decisão judicial definitiva e Sérgio foi exonerado pela administração. Nessa situação, ao exonerar Sérgio a administração
violou o princípio da proteção da confiança legítima. (Errado)
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ATENÇÃO!! A jurisprudência dos Tribunais Superiores não admite a aplicação deste princípio no caso de
situações flagrantemente inconstitucionais.
Reserva de administração em sentido estrito está associada à ideia de separação de poderes, baseia-se na
proibição de ingerência de um Poder nas funções típicas de outro. Objetivamente, a reserva em sentido estrito se
revela na proibição voltada ao Legislativo e ao Judiciário para que esses Poderes não adentrem no campo da
função administrativa, especificamente no mérito administrativo.
O STF já reconheceu a reserva de administração em várias hipóteses, como no RE 427.574-ED, Rel. Min. Celso de
Mello, julgamento em 13-12-2011, Segunda Turma; ADI 3.343, Rel. Min. Luiz Fux, julgamento em 1-9-2011.
*Tal reserva pode ser dividida em 2 categorias: a) GERAL, que se fundamenta no princípio da separação dos
poderes e significa que a atuação de cada órgão estatal não pode invadir ou cercear o núcleo essencial da
competência dos outros órgãos; b) ESPECÍFICA, que surge quando a CF destaca determinadas matérias,
submetendo-as à competência exclusiva do Executivo.
*(Atualizado em 28/12/2020) Município pode obter certidão positiva com efeitos de negativa quando os débitos
são da Câmara Municipal (e não do Poder Executivo). É possível ao Município obter certidão positiva de débitos
com efeito de negativa quando a Câmara Municipal do mesmo ente possui débitos com a Fazenda Nacional, tendo
em conta o princípio da intranscendência subjetiva das sanções financeiras. STF. Plenário. RE 770149, Rel. Min.
Marco Aurélio, Relator p/ Acórdão Min. Edson Fachin, julgado em 05/08/2020 (Repercussão Geral – tema 743)
(Info 993).
DIPLOMA DISPOSITIVO
CF Art. 37
Lei nº 9.784/99 Art. 2º
Súmula do STF 346 e 473
BIBLIOGRAFIA UTILIZADA
FILHO, José dos Santos Carvalho. Manual de Direito Administrativo. São Paulo: Atlas, 2015.
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. São Paulo: Malheiros, 2014.