You are on page 1of 2

Videoaula: Resolução do estudo de caso

Meu vídeo não funciona

Vamos, juntos, articular os principais aspectos para a resolução do nosso estudo de caso. 

Em primeiro lugar, é necessário contextualizar que o caso se trata de um dos aspectos mais recorrentes e
sensíveis da nossa realidade: o desenvolvimento de atividades econômicas em respeito à proteção ao meio
ambiente. Trata-se de uma questão recorrente no universo profissional, mas com consequências para
todos, uma vez que os impactos ambientais têm efeitos sociais e econômicos. Para a resolução, é
importante identificar que o problema conjuga o conhecimento dos instrumentos regulatórios das
atividades econômicas previstos na Lei nº 6.938/1991, que instituiu a Política Nacional do Meio
Ambiente, em especial, o licenciamento ambiental, com a responsabilidade ambiental, ou seja, as
consequências pelo descumprimento das normas ambientais, com a ocorrência de dano ambiental. 

Nesse sentido, a partir do problema proposto, nota-se que a empresa cumpriu normalmente os
procedimentos do licenciamento ambiental. Por se tratar de atividade potencialmente causadora de
significativa degradação do meio ambiente, foi exigida a realização do estudo prévio de impacto
ambiental (Eia/Rima), inclusive com a realização de audiência pública, momento de informação e
participação da sociedade. Diante da regularidade das etapas procedimentais, foram concedidas as
licenças ambientais, com o funcionamento das operações.  

Contudo, podemos notar que, diante das dificuldades financeiras, especialmente decorrentes dos efeitos
da pandemia de Covid-19, a empresa optou por reduzir custos e direcionou esse intento nos
procedimentos e nas medidas de controle de suas externalidades, ou seja, daquelas que podem causar
poluição. E, aqui, temos o início do problema, porque, ao reduzir as medidas de tratamento de efluentes,
de uma atividade que é reconhecidamente poluidora, aumentaram os riscos de um dano ambiental, que
viria a ser confirmado.  

O lançamento de efluentes, com a contaminação do rio, ocasionou o dano ambiental. Esse teve
reciprocamente duas dimensões: (i) causou danos à natureza, com a mortandade de peixes; (ii)
impossibilitou o uso da água para o abastecimento público e insumo de atividades produtivas (MELO,
2017). Por isso, no caso em análise, a empresa será responsável por esses aspectos.  

Quanto às alegações da empresa, elas não coadunam com o sistema jurídico brasileiro, isso porque a
Constituição Federal, em seu art. 225, § 3º (BRASIL, 1988), determina a tríplice responsabilidade – civil,
penal e administrativa – para os causadores de dano ao meio ambiente. No caso, é possível discutir a
responsabilidade penal da pessoa jurídica, porque houve uma decisão do órgão colegiado, que beneficiou
a empresa, já que deixou de investir recursos financeiros com essa conduta que, ao final, ocasionou o
crime de poluição (BRASIL, 1998). Além disso, essa conduta pode ser analisada à luz da
responsabilidade administrativa ambiental (BRASIL, 2008). E, por fim, implicará a obrigação de reparar
os danos causados ao meio ambiente. 

O argumento de que a empresa é licenciada não afasta a obrigação de reparar os danos causados ao meio
ambiente. Ademais, usar a justificativa da empregabilidade e do possível fechamento como forma de se
esquivar da responsabilidade, além de não ter qualquer embasamento jurídico, representa uma lógica de
privatizar os lucros e socializar os prejuízos com a sociedade. Por evidente, isso não se coaduna com os
parâmetros de uma empresa que se apresenta seguindo o tripé da sustentabilidade. Esses são, em síntese,
os principais argumentos para o deslinde da sua atuação como consultor ambiental.
Avalie este conteúdo
Escolha de 1 a 5 estrelas

You might also like