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vergonha e ansiedade
O papel mediador da adversidade infantil em dançarinos
Paula Thomson, PsyD, e S. Victoria Jaque, PhD

Resumo podem melhorar sua auto-estima, bem-estar e modelos do eu e como o eu se relaciona

A combinação de vergonha, ansiedade e capacidade de perseguir e alcançar seus com os outros e com o mundo em geral
histórico de maus-tratos na infância pode objetivos de carreira. são moldados por essas interações da
ter efeitos devastadores na autoestima e primeira infância.6 Freqüentemente, o
na morbidade e mortalidade de um contexto para crenças internalizadas
indivíduo. A vergonha é uma emoção emoções autoconscientes (incluindo
baseadas na vergonha é abuso infantil
S hama é classificado como um dos
natural evocada em contextos avaliativos sociais. culpa, orgulho, constrangimento e (emocional, físico ou sexual), negligência
Sem algum grau de vergonha, a realização do assim por diante); é evocado com base
(emocional ou física) e disfunção familiar
objetivo é menos provável. No entanto, altos em uma avaliação da capacidade do eu
(separação ou divórcio dos pais, doença
níveis de vergonha podem aumentar a patologia de administrar metas e padrões.1 Quando mental, encarceramento, violência
e diminuir o desempenho. Neste estudo os indivíduos que são tendenciosos para
doméstica e abuso de substâncias), e
transversal, dançarinos pré-profissionais e autoavaliações baseadas na vergonha
profissionais foram divididos em dois grupos de essas crenças tendem a persistir na idade
determinam que falharam em atingir seus
vergonha: baixa (N = 193) e alta (N = 25). adulta.7-9 Por exemplo, a humilhação
objetivos, eles rapidamente assumem que
Análises qui-quadrado e multivariadas de verbal pode provocar sentimentos
este é um resultado direto de suas falhas
covariância (idade e sexo como covariáveis) baseados em vergonha10 ; da mesma
foram conduzidas para determinar as diferenças
pessoais.1 Esse viés processado
forma, a negligência emocional e física
de grupo para experiências adversas cumulativas
cognitivamente amplifica seus sentimentos
internalizados de vergonha.1 A vergonha promove a propensão à vergonha nas
na infância (ACEs), ansiedade, auto-estima e crianças.11 Essas crianças percebem que
fatores de vergonha. O grupo de alta vergonha também pode aumentar os sintomas de
ansiedade social. Isso pode ocorrer quando são indesejadas ou sem importância.11
teve uma distribuição maior de adversidades na
Experiências adversas na infância (ACEs)
infância (especialmente abuso emocional, físico os indivíduos avaliam sua posição social
são frequentemente interpretadas como
e sexual e negligência emocional). Eles também como baixa e inferior, adotando um
um ataque pessoal ao eu; um sentimento
tinham níveis clínicos de ansiedade e baixa auto- comportamento submisso que exacerba
estima. Nas análises de caminho, o modelo de ser profundamente defeituoso, todas
ainda mais a vergonha e a ansiedade
causal demonstrou que a adversidade na as cores subseqüentes desenvolvem
social.2 Para os dançarinos, uma pressão
infância teve um efeito direto na ansiedade e experiências mentais10 e contribuem para
sociocultural adicional é a necessidade de
na vergonha e um efeito indireto na autoestima. uma superintegração de memórias de
manter a magreza. Isso aumenta a
A vergonha e a ansiedade tiveram um efeito vergonha que influenciam narrativas de
direto na autoestima. Ajudar os dançarinos a se
vulnerabilidade à vergonha internalizada
baseada no corpo3 e o risco vida duradouras de que o eu é indigno.6,8
tornarem resistentes à vergonha pode diminuir Quando a vergonha persiste, há uma forte correlaç
a ansiedade e amortecer os efeitos de uma de generalizar que o eu é um fracasso
Esses sintomas estão diretamente
história de adversidades na infância. À medida social e moral.4 As experiências da primeira
relacionados a avaliações e respostas de
que a vergonha internalizada diminui, os dançarinos infância influenciam profundamente a formação do senso do eu5 ; trabalho interno
ameaças intensificadas.12 Em dançarinos,
assim como em outros indivíduos ansiosos
Paula Thomson, PsyD, California State University, Northridge, Califórnia e York University, e com base na vergonha, estratégias de
Toronto, Ontário, Canadá. S. Victoria Jaque, PhD, California State University, Northridge,
enfrentamento ruins são implementadas,
Califórnia, EUA.
em particular estratégias mal-adaptativas
Correspondência: Paula Thomson, PsyD, California State University, Northridge, 18111 focadas na emoção.13 Por exemplo,
Nordhoff Street, Northridge, Califórnia 91330-8287, EUA; paula. thomson@csun.edu. dançarinos com alta ansiedade temem
ser incapazes de controlar as situações de desemp

100 Copyright © 2018 J. Michael Ryan Publishing,

Inc. https://doi.org/10.12678/1089-313X.22.2.100
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atender aos requisitos de um desempenho
bem-sucedido. Consequentemente, eles
correm um risco maior de sentir mais
vergonha se o sucesso não for alcançado.14
Os efeitos deletérios da vergonha e da
ansiedade também foram associados ao
aumento dos sintomas de transtorno de
estresse pós-traumático (TEPT)7 e em
dançarinos o TEPT foi encontrado para ser
maior do que na população em geral.15
Além disso, em comparação com outros
atletas, os dançarinos têm vergonha
elevada, juntamente com aumento da
ansiedade e processamento psicológico
dissociativo (uma estrutura de defesa
psicológica adaptativa para lidar com a
vergonha e trauma passado).16,17 Outros
estudos que se concentraram em dançarinos
demonstram que a avaliação social aumenta
uma resposta biológica ao estresse.18,19
Quando os dançarinos percebem a
avaliação social como uma ameaça, seus níveis de exposição
Eles também têm congelamento corporal
mais frequente. Essas respostas biológicas
estão todas associadas a avaliações de
ameaças sociais baseadas
na vergonha.20 A vergonha internalizada
pode se manifestar em padrões muito
específicos; não é um estado emocional
unidimensional.21 Fatores como
inadequação, autocondenação, vazio,
inutilidade e vulnerabilidade são
componentes integrais da vergonha
internalizada.21 Outros fatores subjacentes
à vergonha internalizada são sentimentos
de inferioridade, fragilidade, exposição e
uma sensação de vazio e solidão.22 De
acordo com a Escala de Vergonha
Internalizada de Cook23 (derivada das
Categorias Cognitivas de Vergonha24 de
Nathanson), seis subescalas fornecem um
retrato mais refinado das múltiplas dimensões dahipótese
Por exemplo, a vergonha enraizada no
tamanho, força, habilidade e habilidades
pessoais leva a sentimentos de fraqueza,
incompetência e estupidez. A sensação
de ser menos útil é avaliada na subescala
de dependência e independência, enquanto
a crença de que o eu é um perdedor é
medida na escala de competição. Quando
a vergonha não está presente, os indivíduos
podem aceitar comparações e classificações
com precisão. Eles ganham crescimento
e independência aceitando apoio quando
necessário. Indivíduos propensos à
vergonha, por outro lado, muitas vezes se
sentem excluídos e solitários e, apesar de seu desejo
Journal of Dance Medicine & Science • Volume 22, Número 2, 2018
pois a proximidade se isolará como meio
de regular a vergonha intolerável.
Infelizmente, muitos indivíduos altamente
envergonhados concluem que seu senso
único de identidade reside na imperfeição;
seus atributos pessoais permanecem não
reconhecidos ou não integrados e sua auto-
estima está comprometida.23 Como
afirmado
anteriormente, altos níveis
multidimensionais de vergonha,
especialmente quando eles são derivados
de adversidades na primeira infância,
aumentam a ansiedade, estratégias de
enfrentamento dissociativas e orientadas
para a emoção, e sintomas de estresse pós-
traumático e, posteriormente, diminuir o
senso de auto-estima. O motivo pelo qual
os dançarinos como um grupo tendem a
experimentar esses estados negativos pode
estar relacionado às demandas profissionais
atividade de cortisoljuntamente
pública, e citocinascom
aumentam.
a
avaliação crítica de seus professores.16,17
A pressão por magreza em dançarinos está
fortemente associada ao aumento de
distúrbios alimentares, e esses distúrbios
também estão relacionados à ansiedade
e à vergonha.23-25 Finalmente, a
adversidade infantil está significativamente
associada à ansiedade e à vergonha5 ;
conseqüentemente, bailarinos com histórico de ACEs
Objetivos do
estudo O presente estudo contribui para a
literatura existente examinando a
adversidade infantil, bem como a ansiedade
e a vergonha, em uma amostra de
dançarinos. Ao incluir escalas de vergonha
multidimensionais, obtém-se uma
compreensão detalhada das lutas pessoais
dos dançarinos com a vergonha. A primeira
vergonha.
do estudo era que dançarinos com
muita vergonha relatariam maiores taxas
de adversidades na infância, em particular
relacionadas a abuso e negligência, e
experimentariam menos auto-estima e mais
ansiedade em comparação com dançarinos
de baixa vergonha. Esse objetivo principal
do estudo, abordado por meio de uma
análise de caminho,26 apóia o modelo
causal de que os ACEs têm efeitos diretos
na vergonha e na ansiedade e efeitos
indiretos na autoestima. Um objetivo
secundário do estudo foi examinar as seis
escalas multidimensionais de vergonha e
como elas se apresentam em dançarinos
com vergonha alta versus baixa. Os resultados do
101
educadores de dança sobre adversidades,
ansiedade, auto-estima e vergonha
internalizada na infância. Especificamente,
para os profissionais médicos que tratam
de dançarinos, espera-se que o tratamento
possa aumentar a conscientização sobre
os potenciais efeitos negativos dos ACEs
na ansiedade, vergonha e auto-estima,
especialmente em dançarinos com muita vergon
Os educadores de dança têm a oportunidade
de reduzir as experiências de vergonha
para os dançarinos que estão treinando.
Compreender os fatores multidimensionais
que influenciam a vergonha pode permitir
abordagens de ensino mais direcionadas
que melhorem a auto-estima dos dançarinos,
nutram uma competição saudável e
aumentem a vontade de serem vistos pelos
outros sem os efeitos debilitantes da
vergonha internalizada.
Métodos
Participantes e procedimentos
Este estudo retrospectivo transversal
aprovado pelo Conselho de Revisão
Institucional (IRB) incorpora uma subamostra
de 219 participantes que fizeram parte de
um estudo psicofisiológico maior que
investigou os efeitos psicológicos e
fisiológicos do estresse no desempenho.
podem apresentar
Os participantes, maiorvariando
com idades risco de de
vergonha
18 a 59 anos, eram oriundos de grupos
universitários e comunitários. Quarenta e
um homens (18,7%) e 178 mulheres
(81,3%) participaram do estudo. Os critérios
para colocação no grupo de dançarinos pré-
profissionais e profissionais incluíam 1.
cinco ou mais anos de treinamento e 2.
experiência em apresentações em salas de
concerto profissionais. As bailarinas tinham
vários graus de treinamento em balé, dança
contemporânea e dança de rua urbana.
Os critérios gerais para participação no
estudo incluíram 1. nenhuma lesão ou
doença ortopédica e 2. nenhuma doença
fisiológica ou psicológica que inibisse a
participação atual na dança.
Não houve restrições quanto a gênero, raça
ou etnia. Veja a Tabela 1 para detalhes
demográficos.
Todos os participantes preencheram um
formulário de consentimento informado,
uma breve tela biográfica e três instrumentos
de autorrelato para avaliar 1. ansiedade,
2. vergonha interna e 3. ACEs. Esses
formulários
foraminformar
estudo podem preenchidos no estúdio
os médicos e ou
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102 Volume 22, Número 2, 2018 • Journal of Dance Medicine & Science

Tabela 1 Estatística Descritiva: Variáveis Categóricas (números e e alta confiabilidade teste-reteste.31 Neste
porcentagens) e Variáveis Contínuas (Média e Padrão estudo, o alfa de Cronbach para o BAI-II foi
desvios) ÿ = 0,958.

Gênero machos
fêmeas
Etnia: africano
asiático
caucasiano
latino
Idade
Vergonha
Auto estima
Ansiedade
ACE Total
Grupos de vergonha determinados pelas pontuações da Escala de Vergonha Interiorizada: Grupo de Vergonha Baixa ÿ
49 e Grupo de Vergonha Alta ÿ 50.
laboratório 2 semanas antes de uma
apresentação pública. Essa decisão de
cronograma foi baseada no desejo de medir
as variáveis envolvidas sem o estresse
iminente de performances pendentes.
Alguns dos participantes se conheciam,
embora nenhum deles interagisse quando
os instrumentos de autorrelato foram
aplicados.
Medições
Experiências Adversas na Infância
(ACE)
O ACE5 é um instrumento dicotômico de 10
itens de autorrelato que avalia categorias
de abuso infantil, negligência e disfunção
doméstica.
Uma pontuação total de respostas “sim” é
derivada, independentemente da frequência
ou intensidade. A categoria de abuso
investiga o abuso emocional, físico e sexual;
a categoria negligência avalia negligência
emocional e física; e a categoria de disfunção
doméstica inclui se a mãe foi tratada com
violência, presença de abuso de substâncias,
separação dos pais ou divórcio, se um
membro da família foi preso e se um membro
da família sofria de doença mental. Como o
ACE é um instrumento dicotômico, uma
análise teste-reteste foi realizada para
determinar
Amostra completa Baixa vergonha grande vergonha Escala de vergonha internalizada (ISS)
(N = 219) (N = 193) (N =25)
O ISS23 é uma escala de autorrelato do tipo
41 (18,7%) 34 (82,9%) 7 (17,1%)
Likert com 30 itens e cinco pontos, variando
178 (81,3%) 159 (89,8%) 18 (10,2%) de 0 (nunca) a 4 (quase sempre). Existem
41 (19,1%) 35 (18,5%) 5 (20,0%) 24 itens que medem a vergonha
internalizada e seis itens que medem a auto-
43 (20%) 38 (20,1%) 5 (20,0%)
estima. A escala de autoestima positiva foi
96 (44,7%) 83,1 (43,9%) 13 (52,0%) derivada da Escala de Autoestima de
34 (16,3%) 33 (17,5%) 2 (18,0%) Rosenberg; uma pontuação de corte de 18
ou mais é considerada autoestima elevada.23
23,08 (6,25) 23,39 (6,54) 21,08 (2,84)
A escala de vergonha enfoca emoções
26,21 (18,40) 21,71 (13,81) 60,56 (11,83) negativas e estados cognitivos e incorpora
16,17 (5,11) 16,71 (5,01) 12,28 (4,09) palavras de alta intensidade que estão
associadas à vergonha internalizada,
10,16 (9,11) 9,03 (7,95) 19,44 (12,11)
conforme evidenciado no item 5: “Eu acho
1,80 (2,06) 1,65 (1,98) 3,08 (2,30) que as pessoas me desprezam.” Na escala
de vergonha, pontuações de 49 ou mais
sugerem baixa vergonha, pontuações entre
50 e 59 indicam experiências frequentes
de vergonha e pontuações de 60 ou mais
confiabilidade. O ACE foi administrado uma são consideradas vergonha alta (tóxica).
segunda vez 6 meses após o teste inicial Sexo e idade não foram considerados
para a maioria dos participantes. O cálculo fatores na interpretação dos escores do
da confiabilidade teste-reteste resultante foi ISS.23 O ISS é um instrumento
estável (r = 0,789, p < 0,01). altamente válido que pode discriminar
amostras clínicas de amostras não clínicas.
Ele demonstra um padrão de vergonha
Inventário de Ansiedade de Beck (BAI-II) elevada em amostras clínicas que sofrem
O BAI-II27 avalia a gravidade da ansiedade. de abuso sexual na infância, transtornos por
É um instrumento de autorrelato de 21 itens abuso de substâncias, transtornos
que mede o quanto o respondente se sentiu alimentares, disfunção familiar de origem e
incomodado pela ansiedade na última classificações de apego inseguro. Em
semana, variando de 0 (nada) a 3 (muito). estudos de validade convergente e
A pontuação somada é então classificada: divergente, o ISS teve fortes associações
0 a 7 indica nível mínimo de ansiedade, 8 com outras medidas de autoconceito,
a 15 indica ansiedade leve e duas faixas desejabilidade social e psicopatologia
clínicas incluem 16 a 25, considerada (incluindo depressão, ansiedade,
ansiedade moderada, e 26 a 63, considerada probabilidade de suicídio, ansiedade e
ansiedade grave. Cada item do BAI-II é raiva). Os fatores subjacentes ao ISS
descritivo de sintomas subjetivos, somáticos sugerem que a vergonha global não é um
ou relacionados ao pânico. Sua qualidade construto unidimensional.23,24 O ISS
mais forte é a capacidade de avaliar a provou ser
sintomatologia do pânico, como tremores, altamente confiável, internamente
dificuldade para respirar, dormência ou consistente e estável em amostras clínicas
formigamento, batimentos cardíacos e não clínicas. Neste estudo o ISS
acelerados, tontura ou atordoamento e medo apresentou excelente consistência interna:
de perder o controle, morrer ou “o pior” vergonha (ÿ = 0,958) e autoestima (ÿ =
acontecer.28 Os itens não são confundidos 0,851).
por sintomas de depressão, ao contrário do As seis subescalas multidimensionais
Inventário de Ansiedade Traço-Estado (STAI- tiveram excelente consistência interna: 1.
Y).29,30 O BAI-II tem excelente consistência Questões de Tamanho Pessoal, Força,
interna, confiabilidade, Habilidade e Habilidade (9 itens: ÿ = 0,925);
2. Dependência e Independência (4
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Journal of Dance Medicine & Science • Volume 22, Número 2, 2018 103

itens: ÿ = 0,797); 3. Competição (7 itens: ÿ =
0,894); 4. Sentido de Self (6 itens: ÿ = 0,894);
5. Questões de Ver e Ser Visto (5 itens: ÿ =
0,807); e 6. Desejos e Medos de Proximidade
(5 itens: ÿ = 0,889).
Projeto e análise O
software IBM SPSS Statistics versão 24 (IBM,
Armonk, Nova York) foi usado para todas as
análises estatísticas. Primeiro, foram realizadas
análises estatísticas descritivas para toda a
amostra (ver Tabela 1). Com base nas
recomendações da Internalized Shame Scale23,
a amostra foi dividida em dois grupos: vergonha
baixa (escores ÿ 49: N = 193) e vergonha
frequente e alta (escores ÿ 50: N = 25). Outras
análises descritivas exploraram os padrões de
distribuição para gênero e adversidade infantil
em grupos de alta e baixa vergonha (Tabelas
Para as diferenças, duas análises multivariadas
de variância (MANOVA) foram realizadas com
idade e gênero como covariáveis. A primeira
MANCOVA determinou se havia diferenças
significativas nos grupos de alta e baixa
vergonha para as variáveis ansiedade,
autoestima e ACEs cumulativos. A segunda
MANCOVA (com a idade como covariável) foi
usada para determinar quaisquer diferenças
de gênero. Para abordar o segundo objetivo
do estudo, um terceiro MANCOVA (com idade
e gênero como covariáveis) examinou as
diferenças nas seis subescalas de vergonha.
Embora os grupos de alta e baixa vergonha
tenham sido definidos por pontuações no ISS,
e apesar do fato de que redundância estatística
substancial associada à multicolinearidade
tenha sido evidente nesta análise,26 realizamos
este terceiro cálculo de MANCOVA para
observar as diferenças para cada fator de
modelo hipotético sugerindo que os ACEs têm
uma associação direta com a vergonha e a
ansiedade e uma associação indireta com a
autoestima. A análise PATH exigiu as seguintes
etapas26,32: 1. nas três primeiras análises de
regressão, para determinar a primeira etapa da
equação PATH, ACEs foi a variável preditora,
com vergonha, ansiedade e autoestima como
variáveis de critério, respectivamente; e 2. na
segunda sequência de análises de regressão,
para determinar o segundo passo da equação
PATH, ACEs, vergonha e, em seguida,
ansiedade foram as variáveis preditoras,
respectivamente, e autoestima foi a variável
critério.
Resultados
Estatísticas descritivas As

1 e 2). Cálculos qui-quadrado foram usados
para calcular a probabilidade de obter uma
distribuição de valores em uma tabela de
contingência 2x2. Esta análise foi calculada
para aumentar a compreensão descritiva dos
baixos e altos níveis de vergonha em dançarinos
e bailarinos que foram expostos à adversidade
na infância.
Para a próxima sequência de análises,
normalizamos os dados para seus valores de
raiz quadrada para os dados distorcidos na
nosso
escala de ansiedade. Para analisar diferenças de grupo
vergonha . Sexo e idade foram incluídos como
covariáveis nas MANCOVAs para contabilizar
quaisquer efeitos que tivessem sobre essas
variáveis. Queríamos explicar o fato de haver
mais mulheres na amostra. Na análise
multivariada, foram utilizadas correções alfa de
Bonferroni (0,05) para contabilizar as
comparações múltiplas.
A análise PATH foi conduzida para testar
os efeitos (diretos e indiretos) dos ACEs sobre
os outros fatores psicológicos; foi baseado no
estatísticas descritivas incluíram porcentagens
(gênero, etnia e distribuições de itens do ACE)
e pontuações médias (idade, total do ACE,
vergonha, auto-estima e ansiedade). Consulte
a Tabela 1 para obter detalhes. Havia muito
mais mulheres (81,3%) do que homens (18,7%).
A amostra foi dividida em grupos de vergonha
alta e baixa com base em uma pontuação de
corte de 50 ou mais para o grupo de vergonha
alta. É digno de nota que a pontuação média
(60,83) para o grupo de vergonha alta
classificou, de acordo com a escala de
vergonha internalizada de del Rosario e White,
como “níveis tóxicos” de vergonha; esta pontuação

Tabela 2 Estatísticas percentuais descritivas para itens de experiências adversas na infância e significância do qui-quadrado

Pouca vergonha grande vergonha Valor e significado

(N = 193) (N = 25) do qui quadrado
ACE #1 Abuso - Emocional 23,2% 66,7% 39,11†

ACE #2 Abuso - Físico 16,2% 45,8% 21,04†

ACE #3 Abuso - Sexual 11,4% 25,0% 6,64†

ACE #4 Negligência – Emocional 14,6% 50,0% 27,92†

ACE #5 Negligência - Física 4,3% 8,3% 1,42*

ACE #6 Disfunção Familiar – Separados ou Divorciados 40,5% 33,3% 1,06*

ACE #7 Disfunção Familiar - Violência Doméstica 10,3% 16,7% 2.1*

ACE #8 Disfunção Familiar - Vício 17,3% 20,8% 0,52*

ACE #9 Disfunção Familiar - Doença Mental 18,4% 25,0% 1,45*

ACE #10 Disfunção Familiar – Prisão 8,6% 16,7% 2,83*

Sem ACEs 38,4% 12,5% 18.03†
1 - 3 ACEs 45,9% 50,0% 0,32*
ÿ 4 ACEs 15,7% 37,5% 12.28†
ACE = Experiências Adversas na Infância. Resultados do qui-quadrado de Pearson: *p < 0,01, †p < 0,001.
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104 Volume 22, Número 2, 2018 • Journal of Dance Medicine & Science

Tabela 3 Estatísticas Descritivas e Desvios Padrão para Variáveis Psicológicas

Pouca vergonha grande vergonha Macho Fêmea

(N = 193) (N = 25) (N = 39) (N = 169)
ACE total 1,66 (1,98) 3,08 (2,30)* 2,72 (2,67) 1,62 (1,85)‡
Auto estima 16,62 (4,99) 12,04 (3,99)† 15,77 (5,38) 16,16 (5,03)
Ansiedade 9,01 (7,48) 19,04 (12,20)† 8,54 (6,57) 10,54 (9,14)
Vergonha 27,59 (18,77) 25,97 (18,52)
ACE = experiências adversas na infância. Comparação MANCOVA (covariáveis de idade e gênero) de pontuações médias mostrando diferenças
significativas entre grupos de vergonha baixa e vergonha alta. A vergonha foi excluída desta análise (Wilks ÿ = 0,812, F[3,202] = 15,276, p = 0,000, ÿ2
= 0,188). Covariáveis: idade (p = 0,361) e sexo (p = 0,002). Comparação MANCOVA (covariável de idade) de pontuações médias mostrando diferenças
significativas entre grupos de dançarinos masculinos e femininos (Wilks ÿ = 0,928, F[4,202] = 3,912, p = 0,004, ÿ2 = 0,072 ) . Covariável: idade (p =
0,296). *p < 0,01, †p < 0,001, ‡p < 0,01.

excede a classificação de vergonha
“experimentada com frequência” (50 a 59).22
Apesar das grandes diferenças de gênero na
amostra completa, ao comparar as diferenças
de gênero nos dois grupos de vergonha,
havia ligeiramente mais homens no grupo de
vergonha alta (17,1%) do que mulheres
(10,2%); no entanto, essa diferença proporcional
não foi significativa (p = 0,15) com base na
análise do qui-quadrado. A distribuição étnica
foi semelhante para os grupos de baixa
vergonha e alta vergonha, embora houvesse
um pouco (não significativamente) menos
participantes latinos no grupo de alta vergonha.
O grupo de vergonha alta tinha baixa
autoestima com base em sua pontuação média
(12,28), enquanto o grupo de vergonha baixa
tinha autoestima mais alta (média de 16,71, p
< 0,001). Notavelmente, ambos os grupos
tiveram pontuações médias abaixo da
pontuação de corte de 18 ou mais, uma
pontuação que indica boa autoestima.22 Este
resultado é preocupante porque sugere que
os dançarinos nesta amostra podem geralmente
sofrer de baixa autoestima .
Além disso, o grupo de vergonha alta
apresentou mais ansiedade do que o grupo de
vergonha baixa (p < 0,001); na verdade, o
escore médio de ansiedade (19,44) estava
substancialmente acima do critério de corte
secundária
clínico de 16 ou mais.30 Consulte a Tabela 1 para obter
detalhes.
Os cálculos do qui-quadrado de Pearson
revelaram diferenças significativas na
distribuição entre os grupos de alta e baixa
vergonha para abuso emocional (p < 0,001),
físico (p < 0,001) e sexual (p < 0,01) e
negligência emocional (p < 0,001). Também
houve diferenças significativas na distribuição
expostos a quatro ou mais ACEs (p < 0,001),
enquanto o grupo de baixa vergonha teve mais
indivíduos sem exposição à adversidade na
infância (p < 0,001). Embora não significativa,
a doença mental familiar (25,0%) também foi
elevada no grupo de alta vergonha. Consulte
a Tabela 2 para obter detalhes.
Para explorar a hipótese do estudo de que
dançarinos com vergonha alta experimentariam
menos auto-estima, maior ansiedade e mais
ACEs cumulativos do que dançarinos com
vergonha baixa, uma MANCOVA (com idade e
gênero como covariáveis) foi conduzida. Nesta
MANCOVA, as diferenças entre os grupos de
vergonha baixa e vergonha alta foram
calculadas.
A MANCOVA demonstrou efeitos principais
significativos (Wilks ÿ = 0,812, F[3,202] =
15,276, p = 0,000, ÿ2 = 0,188). Idade (p =
0,361) não foi uma covariável significativa,
mas sexo (p = 0,002) foi. Nas comparações
pareadas entre os grupos de vergonha baixa
e vergonha alta, houve diferenças significativas
em todas as variáveis, com o grupo de
vergonha alta pontuando menos em autoestima
(p < 0,001, ÿ2 = 0,079) e mais alto em
ansiedade (p < 0,001 , ÿ2 = 0,137) e ACEs
cumulativos (p = 0,002, ÿ2 = 0,045). Dado o
achado de que diferenças de gênero foram
identificadas (p = 0,002), uma MANCOVA
(com a idade como covariável) foi
calculada para substanciar as diferenças de
gênero. Esta MANCOVA secundária
demonstrou efeitos principais significativos
(Wilks ÿ = 0,928, F[4,202] = 3,912, p = 0,004,
ÿ2 = 0,072). A idade (p = 0,296) novamente
não foi uma covariável significativa. Nas
comparações pareadas entre os gêneros, os
adversidade (p = 0,002). Não houve diferenças
significativas entre os gêneros para vergonha,
ansiedade ou autoestima. Consulte a Tabela 3
para obter os resultados da MANCOVA e
pontuações médias do grupo.
A última MANCOVA (idade e gênero como
covariáveis) foi calculada para responder quais
fatores relacionados à vergonha (seis
subescalas) foram elevados no grupo de alta
vergonha. As diferenças entre os grupos de
vergonha baixa e vergonha alta foram
significativas para todas as variáveis (Wilks ÿ
= 0,549, F[6,209] = 28,655, p = 0,000, ÿ2 =
0,451). A comparação pareada demonstrou
que os indivíduos do grupo de alta vergonha
tiveram maiores dificuldades em comparação
com o grupo de baixa vergonha com tamanho
pessoal, força, habilidade e vergonha (p <
0,001), dependência e independência
(sentimento de desamparo: p < 0,001) ,
comparações competitivas e classificação (p
< 0,001), integração de um senso de
identidade (p < 0,001), ser visto e sentir-se
amado e aceito (p < 0,001) e dificuldade em
administrar a proximidade enquanto minimiza
emoções negativas (p < 0,001). Não houve
influência significativa da idade (p = 0,901) ou
sexo (p = 0,812) neste cálculo. Os resultados
demonstraram que o grupo de vergonha alta
exibiu pontuações médias mais altas em todas
as subescalas de vergonha. Com base nos
achados deste estudo, não é possível
identificar exatamente qual variável de
vergonha está associada a altos níveis de
vergonha internalizada em uma amostra de
dançarinos. Consulte a Tabela 4 para obter
detalhes.
Modelagem Causal de

de grupo para ACEs cumulativos; homens vivenciaram mais a infância Caminho Testamos nosso modelo causal por
especificamente, o grupo de alta vergonha meio de uma análise de caminho. Esta análise
teve mais participantes de intercorrelação revelou significativa
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Journal of Dance Medicine & Science • Volume 22, Número 2, 2018 105

Tabela 4 Estatísticas Descritivas e Desvios Padrão para a Subescala de Vergonha estudos que demonstraram que os
Variáveis dançarinos sentem mais vergonha e
ansiedade do que outros atletas.16,17
Pouca vergonha grande vergonha
Como as exigências profissionais
(N = 193) (N = 25)
impostas aos dançarinos são extremas,
Pessoal 0,99 (0,66) 2,64 (0,57)* é importante reconhecer o potencial
Dependência 0,72 (0,83) 1,99 (0,76)* subjacente à patologia da vergonha
1,10 (0,70) 2,85 (0,55)* nesses artistas altamente treinados e
Concorrência
talentosos. Por exemplo, resultados de
Senso próprio 1,04 (0,70) 2,63 (0,65)* estudos anteriores demonstraram que a
Vendo/Ser visto 1,00 (0,65) 2,51 (0,66)* vergonha é um mediador direto para o
Proximidade 0,81 (0,74) 2,57 (0,92)*
aumento da vitimização adulta e
revitimização34,35, bem como para
Pessoal = questões de tamanho pessoal, força, habilidade e habilidade; Dependência =
dependência ou independência; Ver/Ser Visto = questões de ver e ser visto; Proximidade = comportamentos viciantes, como abuso
desejos e medos sobre proximidade. Comparação MANCOVA (covariáveis de idade e gênero) de de substâncias.36 Vergonha também foi
pontuações médias mostrando diferenças significativas entre os grupos de vergonha baixa e
encontrada para mediar negativamente
vergonha alta. Wilks ÿ = 0,549, F(6,209) = 28,655, p = 0,000, ÿ2 = 0,451). Não houve influência
significativa da idade (p = 0,901) ou sexo (p = 0,812) neste cálculo. *p < 0,001.
o perfeccionismo e o autoconceito em
dançarinos,37 perfeccionismo e
depressão na população em
Tabela 5 Intercorrelações para Variáveis Psicológicas geral38 e perfeccionismo e medo do
fracasso em atletas.39 Neste estudo, a
Variável 1 2 3 4
comparação entre grupos de dançarinos
1. ÁS 1
com alta e baixa vergonha internalizada revel
2. Autoestima -0,11 1 Com base nas análises do qui-quadrado
(exame dos padrões de distribuição),
3. Vergonha 0,319* -0,410* 1
os dançarinos de alta vergonha foram
4. Ansiedade 0,277* -0,178* 0,520* 1
expostos a experiências de adversidade
*p < 0,01. na infância (ACEs) significativamente
mais cumulativas, incluindo abuso na
correlações entre ACEs, vergonha e (p = 0,009) teve um efeito negativo direto infância (emocional, físico e sexual) e
ansiedade. Não houve associação na autoestima. A análise indicou que a negligência emocional. Os dançarinos
significativa entre ACEs e auto-estima; variância geral da autoestima prevista de vergonha alta também experimentaram
no entanto, a vergonha e a ansiedade por esse modelo foi F(1.499) = 74,866, mais ACEs em comparação com as
correlacionaram-se significativamente p < 0,001, com um R2 ajustado = 0,129 dançarinas de vergonha alta. Esses
em sentido negativo com a autoestima (Fig. 1). achados levantam preocupações, dada
(Tabela 5). Na análise de caminho, a relação entre ACEs e consequências
incluímos ACEs cumulativos como a Discussão negativas de saúde a longo prazo.36,40
variável exógena porque tem uma forte O objetivo deste estudo foi obter mais Além disso, indivíduos com alta exposição
associação com ansiedade33 e compreensão das relações entre a ACEs tendem a manifestar avaliações
vergonha.10 A análise de caminho vergonha, adversidade na infância e cognitivas excessivamente negativas,
demonstrou que ACEs tiveram um efeito ansiedade em dançarinos. A decisão de como avaliar a adversidade como
direto na vergonha (p <0,001) e investigar esses fatores em um grupo de excessivamente desafiadora e déficits
ansiedade (p <0,001) e um efeito indireto bailarinos pré-profissionais e profissionais pessoais são percebidos como causa e
na autoestima (p = 0,107). Vergonha (p < 0,000) e ansiedade
baseou-se em resultado dessas ACEs.41 Tais avaliações po

Figura 1 Modelagem causal de caminho.

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106 Volume 22, Número 2, 2018 • Journal of Dance Medicine & Science
crenças baseadas na vergonha de que o eu é
defeituoso.1 A adversidade na infância e o
aumento da vergonha também estão fortemente
associados a sintomas de depressão, ansiedade,
dissociação e TEPT.8
As dançarinas classificadas como de alta
vergonha pontuaram dentro da faixa clínica para
um transtorno de ansiedade. Isso é preocupante,
dada a descoberta de um estudo anterior de
que dançarinos com alto traço de ansiedade
exibiam mais metas de evitação de desempenho
e pior estado de saúde.42 A ansiedade cognitiva
e somática também está associada ao aumento
do risco de lesões,43 que pode ser exacerbado
pelo comportamento alimentar desordenado .
Infelizmente, os dançarinos com vergonha e
ansiedade elevadas são propensos a sentir mais
vergonha do corpo junto com alimentação
desordenada.44,45 A combinação de
perfeccionismo e trabalho em ambientes
altamente competitivos também está associada
a distúrbios alimentares e vergonha em
dançarinos.25,46, 47 Outro achado preocupante
deste estudo está relacionado
à autoestima. Baixos níveis de auto-estima
foram encontrados em ambos os grupos de
estudo. Não surpreendentemente, o grupo de
alta vergonha relatou baixa auto-estima; no
entanto, o grupo de baixa vergonha também
teve pontuações médias abaixo da pontuação
de corte de boa autoestima de 18 ou mais. Isso
sugere que os dançarinos dessa amostra
geralmente operavam com autoestima abaixo
do normal. Um estudo anterior indicou que a
auto-estima diminuída e a imagem corporal ruim
dos dançarinos estavam associadas ao traje
de dança e à exposição física.48 A auto-estima
relativamente mais baixa no presente estudo
também pode estar associada à amostra
específica.
Os dançarinos faziam parte de uma comunidade
de dança local dominada pela dança comercial
e seus valores.
Pequenas companhias de dança operam à
margem dessa indústria comercial muito maior.
Esses dançarinos autônomos podem ter se
sentido marginalizados e inseguros sobre suas
carreiras nesse ambiente altamente competitivo.
Estudos futuros devem comparar a auto-estima
em bailarinos freelance de outros tipos de
comunidades, bem como dançarinos de
companhia que têm carreiras mais estáveis.
Examinando a auto-estima em outros artistas
e atletas
pode ajudar a determinar se esse padrão de
baixa auto-estima era exclusivo deste estudo
específico ou de dançarinos em geral. É
importante observar que, quando a autoestima
é baixa, os sentimentos centrais de autoeficácia
e competência percebida podem diminuir.49
Sem uma autoestima adequada, a capacidade
de se recuperar da adversidade pode ser
desafiada.
O modelo causal proposto foi apoiado por
uma análise de caminho.50 Por esse critério,
EAs cumulativos maiores tiveram um efeito
direto na vergonha e na ansiedade e um efeito
indireto na autoestima, enquanto a vergonha e
a ansiedade tiveram um efeito negativo direto
na autoestima. Neste estudo, ACEs cumulativos
foram associados a maior vergonha e ansiedade
internalizadas. Essa descoberta, junto com as
análises de comparação de grupo, sugere uma
recomendação de que as avaliações clínicas
incluam ajudar os dançarinos a separar as
memórias de adversidades da infância de sua
auto-identidade. Em particular, dançarinos com
altos níveis de vergonha internalizada podem
precisar de apoio para corrigir sua narrativa
autobiográfica ou acreditar que seu senso de
identidade é defeituoso.8 Ajudá-los a lidar com
ACEs e vergonha pode diminuir sintomas de
estresse, como ansiedade. Seu senso de auto-
estima pode aumentar quando atenção
cuidadosa é direcionada para desafiar essas
construções cognitivas mal adaptativas baseadas
na vergonha.50,51 Como a vergonha pode
provocar comportamentos de evitação e
motivação,52 é importante que os médicos
ajudem os dançarinos a se envolverem mais
comportamentos de abordagem adaptativa,
incluindo uma mudança em sua crença de um
eu defeituoso. Além disso, dançarinos que
trabalham em posições de baixo escalão podem
ser vulneráveis a assumir comportamentos
submissos, e essa postura de inferioridade pode
aumentar sua vergonha e ansiedade.2 Abordar
positivamente o comportamento submisso
associado a baixo escalão social pode diminuir
substancialmente a vergonha e a ansiedade.2
De observe que, ao diminuir os sintomas de
vergonha internalizada, os sintomas de
ansiedade podem diminuir simultaneamente.12
Maneiras eficazes de diminuir os efeitos
negativos da vergonha incluem: cultivar a
resiliência por meio do aprendizado da
reconstrução de um senso de identidade
identidade, aceitando experiências passadas de
maus-tratos baseadas na vergonha, cultivando
a consciência de que as experiências futuras
podem mudar, conectando-se com outras
pessoas que fornecem experiências positivas,
nutrindo a independência ativa e resistindo às
estratégias de enfrentamento desadaptativas de
evitação e avaliações emocionais de ser
fundamentalmente imperfeito.53-55 Os
educadores de dança, embora não abordem
diretamente a adversidade, a vergonha e a
ansiedade da infância, podem estabelecer
ambientes de aprendizagem que promovam a
auto-estima e, indiretamente, diminuam as
experiências baseadas na vergonha.56 Eles
estão idealmente situados para se tornarem
mentores positivos, especialmente para jovens
dançarinos que foram mais exposto às
adversidades da infância.
As limitações deste estudo incluem os vieses
inerentes contidos nos instrumentos de
autorrelato, embora seus resultados repliquem
os achados de um estudo que utilizou dados de
entrevistas clínicas coletados de uma amostra
da população geral.53 A generalização para
outras populações é limitada pelo foco em uma
pré- amostra de dança profissional e profissional
em uma cidade dominada pela dança de
entretenimento muito comercializada. Estudos
futuros devem utilizar dançarinos de diferentes
ambientes. Como este estudo foi transversal,
declarações preditivas não são possíveis.
Estudos longitudinais poderiam servir a esse
propósito. O tamanho da amostra também é
uma limitação, especialmente o número
relativamente pequeno de participantes
classificados com alta vergonha internalizada.
Desequilíbrio de gênero, embora típico em um
estudo de dança, pode limitar ainda mais a
generalização. Estudos futuros sobre diferenças
de gênero em dançarinos devem ser conduzidos
para explorar as descobertas deste estudo que
indicaram uma tendência de os homens serem
expostos a mais adversidades na infância e
sentirem maior vergonha.
Ajudar os dançarinos a se tornarem mais
resistentes à vergonha pode diminuir a ansiedade
e amortecer os efeitos de uma história de
adversidades na infância. À medida que a
vergonha internalizada diminui, os dançarinos
podem aumentar sua sensação de bem-estar e
capacidade de perseguir e alcançar seus objetivos de car
A vergonha é uma emoção natural evocada em
contextos avaliativos sociais. Seu regulamento
Machine Translated by Google
ção pode promover a realização de metas e
sucesso.55,57
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