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O HAITI E O PROJET O DE UMA “HISTÓRIA UNIVERSAL”

HOJE

BUCK-MORSS, Susan. Hegel, Haiti, and Universal History. Pittsburgh:


University of Pittsburgh Press, 2009. 164p.

Susan Buck-Morss é provavelmen- O pequeno volume tem origem


te mais conhecida do leitor brasileiro em um ensaio publicado em Critical
por seus trabalhos sobre a Escola de Inquiry em 2000, intitulado “Hegel e
Frankfurt e alguns dos seus mais des- o Haiti”, que vem reunir-se a um se-
tacados expoentes. Seu livro sobre gundo texto que discute as repercus-
Walter Benjamin, publicado em 1991, sões do primeiro. Buck-Morss, que
é considerado obra indispensável so- aqui se propõe a “escrever história
bre o filósofo alemão e ganhou tra- como filosofia política” (p. ix), nos
dução brasileira em 2002.1 Mas além apresenta uma extraordinária combi-
da crítica cultural e estética, Buck- nação de inspiração da teoria crítica
Morss tem também uma obra impor- com investigação politicamente apai-
tante e em pleno curso no campo da xonada (e apaixonante) sobre o sig-
teoria social e da filosofia política – nificado político do mundo contem-
matéria que ensina, atualmente, nas porâneo. Faz isso revisitando, em pri-
universidades americanas de Cornell meiro lugar, a obra de uma figura
e CUNY – como demonstra seu últi- chave da história da filosofia e da fi-
mo livro, que aqui se resenha.2 losofia da história no século XIX –
Georg Wilhelm Friedrich Hegel
1
Susan Buck-Morss, Dialética do olhar:
Walter Benjamin e o projeto passagens, (1770-1831).
Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2002. O filósofo alemão, como nos lem-
2
Entre seus livros anteriores incluem-se: bra a autora, construiu sua obra sob o
The Origin of Negative Dialectics:
Theodor W. Adorno, Walter Benjamin, and impacto da Era das Revoluções e foi
the Frankfurt Institute, Nova York: um dos grandes responsáveis pela for-
McMillan Free Press, 1977; Dreamworld
and Catastrophe: The Passing of Mass
mulação intelectual da concepção de
Utopia in East and West, Cambridge: The “universalidade”, cuja influência so-
MIT Press, 2000; e Thinking Past Terror: bre as matrizes filosóficas e políticas
Islamism and Critical Theory on the Left,
London: Verso, 2003. da “modernidade” ocidental é inegá-

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vel. Sua ideia de uma “História Uni- nhor é sujeito e o escravo coisa. Mas
versal”, compreendida como o devir a contradição se revolve de modo inu-
teleológico dos valores universalizan- sitado: “na medida em que a dialética
tes da “liberdade”, que se expressari- se desenvolve, o aparente domínio do
am de modo mais completo nas con- senhor é revertido com sua consciên-
quistas políticas, morais e intelectu- cia de que é, de fato, totalmente de-
ais da Europa, foi de fato uma pode- pendente do escravo” (p. 55). O es-
rosa justificativa ideológica do impe- cravo, através do seu trabalho e su-
rialismo. jeição, toma consciência de si e tor -
É na tentativa de repensar a gêne- na-se capaz de confrontar sua própria
se da formulação hegeliana da “his- negatividade, afirmando sua existên-
tória universal” em sua relação com cia livre. A chave para a transforma-
seu tempo que se lança inicialmente ção e a renovação estava contida nes-
Buck-Morss, ao propor uma interpre- sa imagem de contradição e supera-
tação radicalmente distinta daquelas ção, marca da lógica “dialética” da
avançadas pelos muitos especialistas própria história entendida como “pro-
na obra do filósofo. Para fazer isso, gresso” constante rumo à “liberdade”.
orienta sua interrogação a um mo- Essa passagem de Hegel foi siste-
mento criativo chave da obra de maticamente lida pelos especialistas
Hegel, nos anos que precederam a em sua obra como uma referência es-
publicação de Filosofia do Espírito, tritamente metafórica. Mesmo na tra-
em 1807. Neste livro, na tentativa de dição marxista (e, segundo Buck-
dar conta do conteúdo e do sentido Morss, especialmente nela), que trans-
do devir da realidade humana, Hegel figurou a tensão entre senhor e escra-
dedicava-se, entre outras coisas, a vo na lógica da compreensão dialética
formular seu conceito de “dialética”. da luta de classes, que teria como pro-
Em uma passagem célebre e comen- tagonista o proletariado “moderno”
tadíssima, Hegel propunha a ideia da (isto é, “livre” e assalariado). Em todo
“dialética” através do confronto en- caso, a oportunidade de uma “inter -
tre as consciências do escravo e do pretação social” mais adequada da
senhor. De um lado, o senhor, viven- dialética do senhor e do escravo de
do no mundo da “superabundância de Hegel foi perdida (p. 58). Essa é exa-
necessidades” que é produzido pelo tamente a tarefa a que se dedica Buck-
escravo, parece ser o pólo “indepen- Morss, que mostra ter sido o filósofo
dente” de uma relação que tem do alemão um homem profundamente
outro lado alguém inteiramente subor- conectado com o seu tempo. Leitor
dinado, em um estado de dependên- assíduo dos principais diários euro-
cia ligado à completa escassez. O se- peus, quase certamente articulado na

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juventude com vertentes radicais e início do XIX, bem como o seu pú-
anti-escravistas da maçonaria, Hegel blico, “estavam pensando sobre a
havia sido “um observador agudo da Revolução Haitiana precisamente
ruptura da vida social que nós cha- porque ela desafiava o racismo de
mamos modernidade” (p. 6). muitos dos seus preconceitos. Não era
O argumento de Hegel, Haiti, and preciso apoiar a revolução escrava
Universal History mostra que a “uni- para reconhecer seu significado cen-
versalidade” de que falava Hegel ha- tral para o discurso político. Mesmo
via brotado, decididamente, da ten- na Era das Revoluções, os contem-
tativa de refletir filosoficamente so- porâneos reconheceram a criação do
bre a ascensão do mercado mundial Haiti como uma coisa extraordinária.
desterritorializado, da expansão co- E mesmo seus oponentes considera-
lonial, do “monstruoso sistema de ram esses ‘eventos formidáveis’ como
dependência mútua” (p. 5) que o ca- ‘dignos da contemplação dos filóso-
pitalismo havia produzido e que ha- fos’” (p. 51).
via conectado de modo inexorável os Não se trata, claramente, de ten-
destinos de pessoas que viviam em tar ver em Hegel um improvável de-
todos os lugares do planeta. Desse fensor do protagonismo histórico dos
mundo conectado, a escravidão era africanos. Buck-Morss não se esque-
um elemento fundante e essencial. A ce nem por um momento de que
“escravidão” de que falava em seu Hegel foi, no mínimo, um “racista
livro poderia ser, como quiseram al- cultural”, responsável por definir o
guns, uma imagem tirada da filosofia continente africano como um espaço
clássica grega, mas, como lembra sem história e cuja filosofia “forne-
Buck-Morss, Hegel simplesmente ceu por duzentos anos uma justifica-
não poderia ignorar os eventos con- tiva para as formas mais complacen-
temporâneos em Saint-Domingue (fu- tes de eurocentrismo” (p. 75). Mas ela
turo Haiti), onde escravos nada me- argumenta, convincentemente, que o
tafóricos revoltavam-se com sucesso jovem Hegel, como muitos de sua
contra seus senhores de carne e osso. geração, acompanhou de perto os
Do mesmo modo, ele não pode- acontecimentos do Haiti e seus des-
ria deixar de compartilhar algo que dobramentos e foi profundamente
era certamente evidente ao público afetado por eles.
burguês letrado do qual fazia parte: a Que ninguém tenha apontado o
revolução haitiana havia sido “a pro- paralelismo evidente entre a imagem
va de fogo crucial para os ideais do utilizada pelo filósofo alemão e os
Iluminismo” (p. 42). Os intelectuais eventos extraordinários que aconte-
europeus do final do século XVIII e ciam no outro lado do Atlântico nos

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mesmos anos em que ele escrevia seu no Haiti, bem como a escravidão e a
livro em Jena é por si só revelador do luta anti-escravista, e a construção da
esforço intelectual descomunal que se narrativa histórica contemporânea.
fez para remover a escravidão das Nesse contexto, o leitor atento à his-
origens da modernidade. Com a ex- tória social da escravidão e do aboli-
ceção de intelectuais negros como cionismo reencontrará duas referên-
Eric Williams e C.L.R. James – a cias fundamentais, com quem a auto-
quem o livro presta seu tributo – a ra dialoga de perto na segunda parte
busca por superar este equívoco mais do livro: os trabalhos de David Brion
ou menos deliberado não havia, até Davis (em especial The Problem of
recentemente, sido feita pela reflexão Slavery in the Age of Revolution,
histórica, mesmo aquela comprome- 1770-1823) e de Marcus Rediker e
tida com o pensamento crítico. O tra- Peter Linebaugh (A hidra de muitas
balho de Buck-Morss vem juntar -se cabeças). Buck-Morss retoma a po-
aos esforços em curso para superar lêmica ácida entre Davis e os autores
esse estado de coisas. de A hidra na ocasião da publicação
Se tivesse se contentado em re- deste último livro 3. Reivindicando a
velar este episódio fascinante de uma complementaridade dos trabalhos dos
história intelectual voltada a exorcisar autores envolvidos na polêmica, ela
a presença silenciada da escravidão extrai do debate (que é discutido com
na cultura do Iluminismo, o livro já atenção) um elemento importante
teria alcançado resultados relevantes. para o seu próprio ar gumento a res-
Entretanto, a originalidade do traba- peito da necessidade de recompor a
lho não se limita (o que não é pouco) narrativa fundacional do mundo con-
a reinterpretar a obra de Hegel, mos- temporâneo sobre bases completa-
trando que a formulação de sua ideia mente distintas daquela produzida
de “universalidade” foi um momento pela historiografia tradicional. Seria
original, em que “a filosofia rompe preciso, em suas palavras, resgatar “a
as fronteiras do mundo acadêmico e ideia de uma história humana univer-
se torna um comentário sobre a his- sal dos usos que a dominação branca
tória do mundo” (p. 60).A autora pre- lhe deu.” (p. 75).
tende mais, dedicando-se à tarefa de
arrebatar das mãos do filósofo alemão 3
Ela se refere aqui, sobretudo, à resenha de
a própria ideia de uma história “uni- David Brion Davis, “Slavery:White, Black,
versal”. Muslin, Christian”, New York Review of
Books, v., 48, n. 11 (5 de julho de 2001); e
Na busca desse objetivo, Buck- a réplica (seguida de tréplica) de Marcus
Morss passa a explorar o significado Rediker e Peter Linebaugh, “‘The Many-
da conexão entre os acontecimentos Headed Hydra’: An Exchange”, New York
Review of Books, v. 48, n. 14 (2001).

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Para Buck-Morss, o projeto de ção física dos “brancos” da ilha, as-
construir um relato alternativo e po- sim como o próprio assassinato de
liticamente orientado da gênese da Dessalines, e tudo o mais que se se-
modernidade, dando o lugar devido guiu na história conturbada dessa na-
à escravidão e à luta pela liberdade, ção que ainda se reflete nas tragédias
não deveria levar a uma “contranar - contemporâneas.
rativa” da anti-“modernidade” defi- Ainda assim (e por isso mesmo),
nida pela simples inversão de sinais a história do Haiti tal como se mostra
(atribuindo desta vez a negatividade no argumento de Buck-Morss é uma
à Europa e colocando seus “outros” peça chave para a compreensão da
no pólo positivo). Como ar gumenta gênese da nossa própria modernida-
a autora – apoiando-se nas fontes his- de. Assim, dessa “história que não é
toriográficas pertinentes – o relato da apenas sobre as virtudes do Haiti e
Revolução haitiana e seus desdobra- os pecados da Europa”, o que se pre-
mentos não pode ser lido na chave do tende extrair é também o “‘lado es-
melodrama histórico, isto é, do en- curo’ de ambas as experiências da
frentamento entre o “bem” e o “mal” modernidade” (p. 96), que precisam
no palco antilhano, já que não se aco- ser levados em consideração na com-
moda em um “conto de redenção his- preensão do seu legado ambíguo para
tórica” (p. 144).. a construção do mundo contemporâ-
O sentido da experiência do Haiti neo. Partindo do entendimento de
não se resume à radicalidade contida Walter Benjamin, para quem “a ale-
na sua primeira constituição, que de- goria é o modo de percepção peculi-
finia todos os habitantes como “cida- ar a um tempo de ruptura social [...],
dãos” e franceses, não importando sua quando o sofrimento humano e a ruí-
cor ou nacionalidade. Trata-se tam- na material são o estofo e a substân-
bém da história do que aconteceu cia da experiência histórica” (p. 127),
depois: do compromisso do Haiti in- na segunda parte do livro, Buck-
dependente com a continuidade do Morss também discute os significa-
trabalho forçado nas plantations; da dos do vodu haitiano, acrescentando
repressão aos praticantes do vodu e um elemento essencial ao seu ar gu-
dos agricultores independentes da mento sobre o caráter absolutamente
ilha; do abandono das pretensões uni- “moderno” da experiência da nação
versalizantes da República com a caribenha. Assim, dedica-se a uma
Constituição assinada por Dessalines, exploração das reinterpretações pos-
que aboliu por decreto as distinções síveis e contraditórias do evento fun-
de cor transformando todos os cida- dador da Revolução – a cerimônia de
dãos em “noirs”; seguida da elimina- vodu acontecida no Bois Caïman e

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que teria sido o estopim da revolta política explícita por um “novo huma-
escrava. Contrastando e comparando nismo” que sai em busca de raízes his-
a maçonaria e a religião haitiana – tóricas com as quais alimentar , nas
reinventadas no Novo Mundo –, com suas palavras, a “consciência de uma
sua estrutura “sincrética”, “aberta e comum humanidade”(p. 133).
aditiva”, cheias daquele “resíduo hu- Lendo o seu livro e pensando no
mano” que a síntese hegeliana pre- quadro presente das discussões políti-
tendia superar, Buck-Morss identifi- cas e intelectuais, é impossível não se
ca no caráter ¨alegórico” das imagens, perguntar sobre a pertinência de um
representações e emblemas mobiliza- programa do gênero, ou mesmo sobre
dos nas cerimônias do vodu o embrião a sua capacidade de engajar corações
de uma filosofia moderna da histó- e mentes dos historiadores e críticos
ria. As crenças e instituições africa- da contemporaneidade. Valeria real-
nas reinventadas na América sob o mente o esforço de ressuscitar a “his-
impacto da escravidão teriam cons- tória universal” e sua “filosofia da his-
truído a interpretação da experiência tória” para o nosso tempo?
histórica como “catástrofe” (p. 127). Buck-Morss certamente acha que
Mas não é apenas o caráter “ale- sim: trata-se de subtrair as armas in-
górico” que alimenta a reflexão so- telectuais das mãos do inimigo e, de
bre a modernidade original da certo modo, voltá-las contra ele.
experiênca haitiana avançada por Hoje, tal como na Era das Revolu-
Buck-Morss, que não perde de vista ções, a ideia de pensar a história a
que a posição de “vanguarda” que o partir de uma perspectiva “universal”
Haiti ocupa na história da moderni- é, em sua opinião, uma necessidade
dade também está ligada a “sua ex- que brota da experiência comum, de
periência precoce de dependência compartilhar os mesmos dramas de
empobrecida sob a economia global, um destino “globalizado”, muitas ve-
[...] sua luta precoce contra as políti- zes imposto de forma brutal. Mas essa
cas ocidentais de genocídio e sua ar- “universalidade” é profundamente
ticulação hierárquica e pós-colonial problemática e contraditória: não
das elites sociais” (pp. 137-8). pode mais se fundamentar em uma
O argumento provocativo do livro teleologia que se impõe desde “fora
de Buck-Morss, de retomada do pro- do tempo” à nossa experiência mun-
jeto de uma “Filosofia da História” – dana. Ao contrário, será preciso cons-
isto é, do esforço intelectual de extrair trui-la a partir do nosso próprio tem-
sentido do desenvolvimento temporal po e da “espessura da ação humana”
da vida humana coletiva em um con- (p. 109), isto é, da sua complexidade
texto global – articula-se com a busca e ambiguidade. Um projeto que não

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poderá se alimentar de uma narrativa tem na recusa a qualquer pretensão
histórica “moralmente pura” sobre o universalizante, na defesa do multi-
passado (“Apenas uma história culturalismo e das “modernidades al-
distorcida é moralmente pura”, nos diz ternativas”.
Buck-Morss na p. 138), mas que tam- Breve, mas original e extensamen-
bém não é uma história cínica, passí- te argumentado, o livro de Buck-Morss
vel de se escrever fora de qualquer é uma provocação política e intelec-
horizonte de compromisso político. tual que não permite ao leitor a indife-
Por todas essas coisas, o livro de rença. Certamente controverso nas
Buck-Morss é também, e muito cla- suas pretensões e nos seus resultados,
ramente, uma declaração e uma to- será por isso mesmo leitura indispen-
mada de posição dentro de um deba- sável para aqueles comprometidos em
te sobre o significado político do pensar a relação entre a reflexão his-
mundo desigual, violento e tórica e o engajamento político com o
globalizado em que vivemos, assim presente. Especialmente útil àqueles
como uma reflexão formidável sobre insatisfeitos, como este resenhista,
como pensar historicamente pode nos com os caminhos que parte da histori-
ajudar a compreendê-lo. Ao fazer ografia e do pensamento crítico tomam
isso, do modo como o faz, bate de ao emaranhar-se na política das iden-
frente com os defensores de uma nar- tidades e muitas vezes sucumbirem à
rativa histórica instruída pelos ideais tentação de uma leitura moralizante do
que brotam da idealização da experi- passado, perdendo assim a oportuni-
ência européia, bem como com sua dade de incorporar ao debate político
agenda conservadora do “choque das para o qual pretendem contribuir , a
civilizações”. Mas também está fada- complexidade e a ambiguidade neces-
da a desagradar profundamente os sárias para compreender nosso próprio
críticos da “modernidade” que inves- presente.
Henrique Espada Lima
Universidade Federal de Santa Catarina

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