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Conselho Espírita de São Bernardo do Campo

“Encontros de Atitudes de Amor”

Grupo Fraternidade Espírita João Ramalho


Reunião do dia 1 de junho de 2008
Tema Central: O Autoconhecimento

Textos que servirão de base para as reflexões a respeito do tema central:


O autoconhecimernto – Dr. Alirio de Cerqueira Filho Página 02
Texto (parte) do livro Psicoterapia à Luz do Evangelho de Jesus – Psicologia Transpessoal

Auto-Encontro – Dr. Alirio de Cerqueira Filho Página 04


Texto (parte) do livro Psicoterapia à Luz do Evangelho de Jesus – Psicologia Transpessoal

Parábola do Filho Pródigo - Lucas, 15:11 a 32. Página 07

Conhecimento de si mesmo - Ermance Dufaux - Página 08

Técnica P.A.R.D.A. para exercitar o amor – Dr. Alírio Cerqueira Filho Página 16
Texto (parte) do livro Psicoterapia à Luz do Evangelho de Jesus – Psicologia Transpessoal

Coordenação Eugenivaldo Silva Fort

São Bernardo do Campo, 1 de junho de 2008.

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O Autoconhecimento
A primeira parte desse módulo está fundamentada no excelente livro do Dr. Alírio de Cerqueira
Filho – Psicoterapia à Luz do Evangelho de Jesus.
Dr. Alirio é médico psicoterapeuta e homeopata; biólogo com ênfase em ecologia; pós-graduado
em psiquiatria, psicologia, psicoterapia transpessoal e medicina homeopática. Tem formação em
Terapia Regressiva e Vivências Passadas; Master practitioner na arte de programação
neurolíngüistica. Possui larga experiência no trabalho com o psiquismo humano, tanto como
psicoterapeuta quanto como educador transpessoal.
Seu livro é prefaciado pela nossa querida mentora Joanna de Angelis, e, nessa oportunidade, ela
se refere ao trabalho do Dr. Alirio da seguinte forma:
“Hoje, Jesus e o Evangelho reúnem todas as exigências do pensamento psicoterapêutico para
tornar a existência física abençoada pela saúde e o ser humano rico de realizações interiores.
Desse modo, leiamos com atenção e interesse o presente trabalho que o Dr. Alirio de Cerqueira
Filho coloca em nossas mãos para exame, estudo e aplicação dos seus postulados”
Salvador, 31 de março de 2004

Apresentação
(Atenção: Todos os grifos em negrito são nossos)
Dr. Alirio se refere, na apresentação do livro, aos seus vinte e cinco anos de estudo das obras da
Veneranda mentora Joanna de Angelis, citando a influência que a mentora exerceu em sua vida
pessoal e profissional.
Queremos ressaltar, de forma sintética, tendo em vista o objetivo do nosso treinamento, o que o
ilustre médico relata sobre a Psicologia Transpessoal.
“... Uma ciência que vem se desenvolvendo nestes últimos anos – e que cumpre muito bem esse
papel de ser um elo de ligação entre a Ciência e a Religião – é a Psicologia Transpessoal,
que, inclusive, através das suas pesquisas, vem trazendo evidências científicas da veracidade de
muitos dos postulados espíritas.”
“... Nos últimos cem anos houve um desenvolvimento acentuado da psicologia como ciência. No
final dos anos cinqüenta e início dos sessenta do século XX, desenvolveu-se uma nova força na
Psicologia denominada Psicologia Humanista, cujo objetivo principal era o de estudar a
experiência humana e tudo o que há de mais essencial à vida a ao bem-estar das pessoas. Essa
Terceira Força seguiu-se à Segunda Força, denominada Psicanálise, e, à Primeira Força, o
Behaviorismo”.
“... A partir da Psicologia Humanista desenvolveu-se no final dos anos sessenta uma nova
força, denominada Psicologia Transpessoal. Essa nova força foi lançada oficialmente em 1968,
pelo psicólogo norte-americano Abraham Maslow que, na introdução á segunda edição de seu
livro – Introdução à Psicologia do Ser, assim se expressa”:

2
“Devo também dizer que considero a Psicologia Humanista, ou a Terceira Força em psicologia,
apenas transitória, uma preparação para a Quarta Psicologia ainda “mais elevada“, transpessoal,
transumana, centrada mais no cosmos do que nas necessidades e interesses humanos, indo
além do humanismo, da identidade e da individuação. (...) de algo “maior do que somos”.
Introdução à Psicologia do Ser – Maslow-”.
Nossas conclusões a respeito da “evolução” da Ciência da Psicologia, a partir do que nos relata o
Dr. Alirio:
Primeira Força – O Behaviorismo
Segunda Força – A Psicanálise
Terceira Força – A Humanista
Quarta Força – A Transpessoal
“... A Psicologia Transpessoal está centrada no desenvolvimento da saúde do ser humano,
abordando-o dentro de uma visão ampla, holística e cósmica, em que o homem é apreciado em
seus aspectos biológicos, psíquicos, sociais e espirituais. O transpessoal é aquilo que busca
transcender o pessoal, isto é, dentro de uma abordagem psicológica ir além do Ego, ao encontro
da essência do ser humano...”;
“... Vários ramos da Ciência, como a Psicologia Transpessoal, têm caminhado em direção a
uma espiritualização, sempre tendo com enfoque as questões científicas e não religiosas, mas
que certamente contribuirão sobremaneira com o desenvolvimento das religiões que se baseiam
na lógica e no bom-senso. A este propósito, é importante diferenciar o espiritual do religioso, pois
há uma confusão entre as duas questões, especialmente quando a Ciência busca o caminho do
espiritual...”;
“... Para que possamos compreender melhor esta aparente incompatibilidade, façamos uma
diferenciação, baseada no paradigma transpessoal, entre espiritualidade, religiosidade e religião
e o papel da Ciência frente a estes conceitos...”.
“... Espiritualidade: segundo o paradigma transpessoal, nós somos seres espirituais e temos
transitoriamente um corpo físico. Somos, portanto, muito mais do que os nossos corpos físicos”;
“... As modernas pesquisas com as ciências naturais como a Física e a Biologia têm demonstrado
que o corpo físico é apenas um reflexo do Espírito. A espiritualidade, portanto, é algo inerente ao
ser humano...”;
“... Espiritualidade, portanto, significa a busca da própria essência interior, fato que se constitui
uma necessidade de todo ser humano. Por isso, o objetivo da Ciência deve ser o de proporcionar
este auto-encontro ao ser humano. Este é o grande papel da Psicologia Transpessoal...”;
“... Religiosidade: a palavra religiosidade se origina do latim religare, ato de ligar alguma coisa a
algo que já foi ligado...”;
“... A religiosidade é o ato que leva a criatura a se religar ao seu Criador. É uma conseqüência
da espiritualidade, pois na medida em que ocorre o encontro consigo mesmo em essência, com a
sua Essência Divina, o ser humano sente a necessidade de se religar a Deus, Fonte da vida. É

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também um sentimento inato de todo ser humano, pois existe em todas as culturas, em todos os
povos...”;
“... Proporcionar ao ser humano a religiosidade, fazendo com que ele se religue ao seu Criador,
resgatando-o do materialismo que o desligou Deste, é também um grande compromisso da
Psicologia Transpessoal...”;
“... Religião: a Religião é o ato de formalizar, através de um conjunto de práticas, a busca de
uma ligação com o algo transcendente...”;
“... O grande papel da Ciência é oferecer à Religião subsídios para que se estreite mais esse
ideal de espiritualidade e religiosidade, de modo que se dissipe essa grande fragmentação a que
se lançaram as centenas de religiões hoje no mundo...”;
“... Apesar de não ter nenhum vínculo com qualquer Religião, ao fortalecer os sentimentos de
espiritualidade e religiosidade, a Psicologia Transpessoal pode se tornar um grande auxiliar das
religiões sérias, como o espiritismo, que buscam esse ideal...”;
“... É neste aspecto que a Psicologia Transpessoal pode contribuir enormemente com o
Espiritismo, pois muitos dos princípios que a Doutrina Espírita aborda já há quase um século e
meio, têm sido confirmados por pesquisas realizadas por cientistas que trabalham com o
paradigma transpessoal, no mundo todo...”;
“... Estamos vivenciando, com isso, o tempo em que não mais desmentida pela Ciência, a
Religião adquirirá inabalável poder, porque estará de acordo com a razão, já se lhe não podendo
mais opor a irresistível lógica dos fatos”;
Fechando a apresentação do seu livro o Dr.Alírio declara:
“... Visando contribuir com o Movimento Espírita e com todos os estudiosos do Evangelho,
escrevemos este livro, A PSICOTERAPIA À LUZ DO EVENGELHO DE JESUS, que dedicamos
à querida veneranda mentora Joanna de Angelis como uma homenagem singela a expressar a
nossa gratidão pelas lições de amor que nos tem oferecido todos esses anos...”.
Cuiabá, verão de 2004.

Auto-Encontro
(Atenção: Todos os grifos em negrito são nossos)

“... A busca da espiritualidade e da religiosidade, conforme vimos na apresentação, é um dos


objetivos da Psicologia Transpessoal. Esta ciência visa, através dos seus pressupostos e
técnicas, permitir ao indivíduo o seu auto-encontro, isto é, encontrar a sua própria Essência
Divina (espiritualização) para religar com a Consciência Cósmica Criadora da Vida
(religiosidade)...”;
“... As diversas abordagens psicológicas, as transpessoais nos relatam a existência de duas
estruturas em nosso psiquismo: uma, denominada Ego e outra, denominada de variadas formas:
Self, Eu Profundo, Eu superior ou a que preferimos (fala do Dr. Alirio) , Ser essencial...”;

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“... O Ser Essencial é a Essência Divina amorosa que todo ser humano é, imagem e
semelhança do Criador, conforme narra poeticamente a gênese bíblica e o Ego é fruto da
imperfeição e ignorância que ainda existem em nós, formado por duas faces: uma evidente,
caracterizada pelo desamor, e uma mascarada, criada pelo pseudo-amor...”;
“... Vejamos o que nos diz a mentora Joanna de Angelis a esse respeito:” O Ser Essencial é
amor, no entanto, no processo de despertamento da sua potencialidade divina, adquire
expressões não legitimas que passam a atormentá-lo, já que fazem parte do processo de
maturação através de negatividades, que são o desamor e as máscaras do Ego, expressando-
se com pseudo-amor. – do Livro: Amor, Imbatível Amor – Joanna de Angelis – pág 189.
“... Vejamos estas duas estruturas de nosso psiquismo mais detalhadamente: Representamos,
didaticamente, a psique humana com sendo formada por três esferas concêntricas. A camada
mais interna representa o SER ESSENCIAL, permeada pela energia do Amor. A intermediária e
externa representam o Ego, sendo a primeira, as NEGATIVIDADES DO EGO, permeada pela
energia de desamor, e a segunda as MASCARAS DO EGO, permeada pela energia do pseudo-
amor”.

Máscaras do Ego

Negatividade do Ego

Ser essencial
(AMOR)

(DESAMOR)

(PSEUDO-AMOR)

(Figura – esquema representativo da psique humana em uma abordagem transpessoal)

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Esquema representativo da psique humana em uma abordagem transpessoal

Ser Essencial Negatividade do Ego Máscaras do Ego

É o Centro da Consciência, onde O Ego é a camada de ignorância Máscaras do Ego


estão fixadas todas as que envolve o Ser Essencial, onde
características positivas e os ficam registradas todas as É a parte disfarçada, mascarada,
valores reais do indivíduo. É o experiências equivocadas, nas onde o Ego lança mão dos seus
nosso Eu Superior, Profundo, o quais não colocamos em prática o instrumentos de defesa e fuga.
“Sef”. O Ser Essencial é o nosso amor essencial. é o nosso Eu As máscaras originam-se na
lado luz, o nosso lado amoroso, menor, inferior. E composto de energia de pseudo-amor, onde o
bom e belo, é a essência Divina duas partes: indivíduo, consciente ou
que somos. Somos nós em estado inconscientemente, mascara as
de luz natural, no qual encontramos Negatividade do Ego negatividades do Ergo com
todas as potencialidades de forma
latente que vão emergir e se É a parte do Ego onde ficam sentimentos aparentemente
desenvolver, aos poucos, a partir registrados todos o sentimento que positivos.
do momento em que o indivíduo se representam a ausência do valor Exemplos: euforia, autopiedade,
essencial correspondente. perfeccionismo, pseudoperdão,
identificar consigo mesmo, cujo martírio, puritanismo, etc.
ponto culminante é o estado de Esses sentimentos se originam na
iluminação. energia de desamor (ausência de Observando-se superficialmente os
amor) que compõem o Ego. sentimentos mascarados, tem-se a
Originam-se no Ser Essencial todos impressão de que eles são reais,
os sentimentos nobres que nos Exemplos: mas se os analisarmos
caracterizam: Ódio, egoísmo, orgulho, revolta, profundamente perceberemos que
Bondade, raiva, mágoa, ressentimento, eles são falsos, parecem reais, mas
Fraternidade, angústia, depressão, ansiedade, não são, pois continuam sendo um
Solidariedade, desespero, medo, pânico, violência, não–valor que origina na energia do
Ética, cólera, ciúme, etc. pseudo-amor para encobrir
Compaixão, sentimentos oriundos na ausência
Justiça, Todos estes sentimentos negativos do amor. As máscaras podem,
Sinceridade, apenas representam o movimento quando vitalizadas, impedir o
Tolerância, egóico de não-valor e por isso são contato mais profundo com o Ser
Amizade, transitórios. Existem enquanto não Essencial, pois, ao parecer que
Auto-estima, etc, nos dispomos a cultivar os cultiva os valores essenciais, o
sentimentos reais, que são individuo cristaliza estes
Enfim, todos os valores que são essenciais.
derivados da energia de Amor que sentimentos falsos.
o compõe.
Ser Essencial é um campo de
energia eletromagnética que pode
estar expandido ou inibido,
dependendo das camadas
exteriores que compõem o Ego.

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Parábola do Filho Pródigo
Lucas, 15:11 a 32.
(O destaque em negrito é nosso)
“Um homem tinha dois filhos. O mais jovem disse ao pai: „Pai, dá-me a parte da herança que me
cabe. E o pai dividiu os bens entre eles.
Poucos dias depois, ajuntando todos os seus haveres, o filho mais jovem partiu para uma região
longínqua a ali dissipou sua herança numa vida devassa. E gastou tudo.
Sobreveio àquela região uma grande fome, e ele começou a passar privações. Foi, então,
empregar-se com um dos homens daquela região, que o mandou para seus campos cuidar dos
porcos.
Ele queria matar a fome com as bolotas (cascas) que os porcos comiam, mas ninguém lhas
dava. E caindo em si, disse: Quantos servos de meu pai têm pão com fartura, e eu aqui,
morrendo de fome!
Vou-me embora, procurar o meu pai e dizer-lhe: Pai, pequei contra o céu e contra ti; já não sou
mais digno de ser chamado teu filho. Trata-me como um dos teus empregados.
Partiu, então, e foi ao encontro de seu pai. Ele estava ainda longe, quando o seu pai o viu,
encheu-se de compaixão, correu e lançou-se-lhe ao pescoço, cobrindo-o de beijos.
O filho, então. Disse-lhe: Pai, pequei contra o céu e contra ti; já não sou digno de ser chamado
teu filho.
Mas o pai disse aos seus servos: Ide depressa, trazei a melhor túnica e revesti-o com ela, ponde-
lhe um anel no dedo e sandálias nos pés.
Trazei o novilho cevado e matai-o; comamos e festejamos, pois este meu filho estava morto e
tornou a viver; estava perdido e foi reencontrado!‟ E começaram a festa.
Seu filho mais velho estava no campo. Quando voltava, já perto da casa ouviu músicas e danças.
Chamando um servo, perguntou-lhe o que estava acontecendo. Este lhe disse: É teu irmão que
voltou e teu pai matou o novilho cevado, porque o recuperou com saúde.
Então ele ficou com muita raiva e não queria entrar. Seu pai saiu para suplicar-lhe. Ele, porém,
respondeu a seu pai: Há tantos anos eu te sirvo, e jamais transgredi um só dos teus
mandamentos, e nunca me deste um cabrito para festejar com meus amigos.
Contudo, veio esse teu filho, que devorou teus bens com prostitutas, e para ele matas o novilho
cevado!‟
Mas o pai lhe disse: Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu. Mas era preciso
que festejássemos e nos alegrássemos, pois este teu irmão estava morto e tornou a viver, ele
estava perdido e foi reencontrado.
JESUS, em Lucas, 15:11 a 32.

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CONHECIMENTO DE SI MESMO:
Pergunta 919 – Livro dos Espíritos
Qual o meio prático mais eficaz que tem o homem de se melhorar nesta vida e de resistir à
atração do mal?
"Um sábio da antigüidade vo-lo disse: Conhece-te a ti mesmo." Socrate.
Allan Kardec:
Muitas faltas que cometemos nos passam despercebidas.
Se, efetivamente, seguindo o conselho de Santo Agostinho, interrogássemos mais amiúde a
nossa consciência, veríamos quantas vezes falimos sem que o suspeitemos, unicamente por
não perscrutarmos a natureza e o móvel dos nossos atos.
A forma interrogativa tem alguma coisa de mais preciso do que qualquer máxima, que muitas
vezes deixamos de aplicar a nós mesmos.
Aquela exige respostas categóricas, por um sim ou não, que não abrem lugar para qualquer
alternativa e que são outros tantos argumentos pessoais.
E, pela soma que derem as respostas, poderemos computar a soma de bem ou de mal que
existe em nós.

CONHECIMENTO DE SI MESMO:
Mateus 22:39
1. Os fariseus, tendo sabido que ele tapara a boca dos saduceus, reuniram-se; e um deles, que
era doutor da lei, para o tentar, propôs-lhe esta questão: - "Mestre, qual o mandamento maior da
lei?" - Jesus respondeu: "Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e
de todo o teu espírito; este o maior e o primeiro mandamento. E aqui tendes o segundo,
semelhante a esse: Amarás o teu próximo, como a ti mesmo. - Toda a lei e os profetas se
acham contidos nesses dois mandamentos." (S. MATEUS, cap. XXII, vv. 34 a 40.)
CONHECIMENTO DE SI MESMO
919. Qual o meio prático mais eficaz que tem o homem de se melhorar nesta vida e de resistir à
atração do mal?
"Um sábio da antigüidade vo-lo disse: Conhece-te a ti mesmo." Socrate.
a) - Conhecemos toda a sabedoria desta máxima, porém a dificuldade está precisamente em
cada um conhecer-se a si mesmo. Qual o meio de consegui-lo?

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"Fazei o que eu fazia, quando vivi na Terra: ao fim do dia, interrogava a minha consciência,
passava revista ao que fizera e perguntava a mim mesmo se não faltara a algum dever, se
ninguém tivera motivo para de mim se queixar.
Foi assim que cheguei a me conhecer e a ver o que em mim precisava de reforma.
Aquele que, todas as noites, evocasse todas as ações que praticara durante o dia e
inquirisse de si mesmo o bem ou o mal que houvera feito, rogando a Deus e ao seu anjo
de guarda que o esclarecessem, grande força adquiriria para se aperfeiçoar, porque,
crede-me, Deus o assistiria.
Dirigi, pois, a vós mesmos perguntas, interrogai-vos sobre o que tendes feito e com que
objetivo (intenção) procedestes em tal ou tal circunstância, sobre se fizestes alguma coisa
que, feita por outrem, censuraríeis, sobre se obrastes alguma ação que não ousaríeis
confessar.
Perguntai ainda mais:
"Se aprouvesse a Deus chamar-me neste momento, teria que temer o olhar de alguém, ao
entrar de novo no mundo dos Espíritos, onde nada pode ser ocultado?"
"Examinai o que pudestes ter obrado contra Deus,
Depois contra o vosso próximo e, finalmente,
Contra vós mesmos.
As respostas vos darão, ou o descanso para a vossa consciência, ou a indicação de um mal que
precise ser curado.
"O conhecimento de si mesmo é, portanto, a chave do progresso individual.
Mas, direis, como há de alguém julgar-se a si mesmo?
Não está aí a ilusão do amor-próprio para atenuar as faltas e torná-las desculpáveis?
O avarento se considera apenas econômico e previdente;
O orgulhoso julga que em si só há dignidade.
Isto é muito real, mas tendes um meio de verificação que não pode iludir-vos.

Quando estiverdes indecisos sobre o valor de uma de vossas ações,


inquiri como a qualificaríeis, se praticada por outra pessoa.
Se a censurais noutrem, não na poderia ter por legítima quando fordes o
seu autor,

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Pois que Deus não usa de duas medidas na aplicação de Sua justiça.

Procurai também saber o que dela pensam os vossos semelhantes e não


desprezeis a opinião dos vossos inimigos,

Porquanto esses nenhum interesse têm em mascarar a verdade e Deus muitas


vezes os coloca ao vosso lado como um espelho, a fim de que sejais advertidos com
mais franqueza do que o faria um amigo.

Perscrute, conseguintemente, a sua consciência aquele que se sinta possuído


do desejo sério de melhorar-se, a fim de extirpar de si os maus pendores,

Como do seu jardim arranca as ervas daninhas;

Dê balanço no seu dia moral para, a exemplo do comerciante, avaliar suas


perdas e seus lucros e eu vos asseguro que a conta destes será mais avultada
que a daquelas.

Se puder dizer que foi bom o seu dia, poderá dormir em paz e aguardar sem receio o
despertar na outra vida.

"Formulai, pois, de vós para convosco, questões nítidas e precisas e não


temais multiplicá-las.

Justo é que se gastem alguns minutos para conquistar uma felicidade eterna.

Não trabalhais todos os dias com o fito de juntar haveres que vos garantam
repouso na velhice? Não constitui esse repouso o objeto de todos os vossos
desejos, o fim que vos faz suportar fadigas e privações temporárias?

Pois bem! Que é esse descanso de alguns dias, turbado sempre pelas enfermidades do corpo,
em comparação com o que espera o homem de bem? Não valerá este outro a pena de alguns
esforços? Sei haver muitos que dizem ser positivo o presente e incerto o futuro.

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Ora, esta exatamente a Allan Kardec:
idéia que estamos Muitas faltas que cometemos nos passam despercebidas.
encarregados de Se, efetivamente, seguindo o conselho de Santo Agostinho,
eliminar do vosso interrogássemos mais amiúde a nossa consciência, veríamos
íntimo, visto desejarmos quantas vezes falimos sem que o suspeitemos, unicamente por
fazer que compreendais não perscrutarmos a natureza e o móvel dos nossos atos.
esse futuro, de modo a
não restar nenhuma A forma interrogativa tem alguma coisa de mais preciso do que
dúvida em vossa alma. qualquer máxima, que muitas vezes deixamos de aplicar a nós
Por
mesmos.isso foi que primeiro
chamamos a vossa
Aquela
atenção exige
porrespostas
meio decategóricas, por um sim ou não, que não abrem lugar para qualquer
alternativa
fenômenos e que são outros
capazes de tantos argumentos pessoais.
E,ferir-vos
pela soma os que
sentidos
dereme as respostas, poderemos computar a soma de bem ou de mal que
que em
existe agora
nós.vos damos
instruções, que cada um
de vós seque acha
Imaginemos um ESSA COMPARAÇÃO POR SER TRAZIDA PARA A VIDA
encarregado
excelente engenheiro de ÍNTIMA.
espalhar.
fora convidado Compor uma
este
objetivo QUE REFORMAS PODEREMOS EFETIVAR EM NÓS, SEM O
empresa épara quefazer
ditamos
uma DEVIDO CONHECIMENTO DO QUE PRECISA SER
O Livro na
reforma dosparte
Espíritos."
interna
SANTO AGOSTINHO.
de suas dependências.
1ª INICIATIVA: CONHECER-SE
Seria viável chamá-lo à
Estabelecendo um acordo de paz interior.
porta de semelhante
edificação ACORDO:
e solicitar-lhe
É a via de acesso para chegarmos ao estágio íntimo do bom relacionamento
TRANS
imediatamentecom a sombra,um a tal ponto de nos munirmos de condições para uma autêntica mudança.
FORMA
planejamento da tarefa
DO?
sem que ele conheça os
mínimos detalhes que a
Continuando
compõem? com a analogia do engenheiro: O QUE SERIA A SOMBRA DA REFORMA?
Quando o engenheiro começa a dar sua consultoria...:
Nos deparamos com a realidade das leis (municipais, estaduais e federais); das “leis” da
engenharia (matemática, geometria, cálculos estruturais, etc).
Além disso, ele avalia a extensão do mau uso das nossas instalações... a falta de manutenção...
o que está fora do prazo de validação... o que o cupim e a ferrugem comprometeu... etc
AÍ É QUE AVALIAMOS O QUANTO VAI NOS CUSTAR... O QUANTO TEREMOS QUE FAZER
O QUANTO É A REALIDADE DA OBRA QUE TEREMOS QUE FAZER...
Ai o engenheiro como bom profissional nos orienta:
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 Vamos fazer uma coisa de cada vez...
 Vamos fazer o que é possível no momento... Em função da nossa prioridade...
 Vamos começar pelas coisas fundamentais...
 Vamos estabelecer um cronograma exeqüível ... realista... dentro das nossas reais
possibilidades.

CONHECER-SE

CONHECER-SE É UMA VIAGEM AO MUNDO ÍNTIMO


(Essa viagem exige preparo e exercício)
ROTEIRO DA VIAGEM (SEGURO E EFICAZ) (Oferecido por Santo Agostinho)
Balanço diário com assistência de Deus e o Anjo da Guarda.
(Formula simples mais essencial) que é BASICAMENTE É MEDITAR:
(Quanto material oferece-nos a vida interpessoal para esse mister ( para esse fim)

O QUE É CONHECER-SE?
Libertar-se da ignorância. (Refletindo sobre suas atitudes estudando-se, auto-avaliando-
se, autocriticando-se, AUTOCONHECENDO-SE)
PENSAMENTO – SENTIMENTO – COMPORTAMENTO
Adquirir domínio e poder perante si mesmo.
(Desejo sincero de mudar: Vontade, determinação, disciplina, continuidade.)

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VIDA INTERPESSOAL
ONDE NÓS PODEMOS AFERIR A QUALIDADE DOS NOSSOS
PENSAMENTOS – SENTIMENTOS - COMPORTAMENTOS
Lembrar de Santo Agostinho e seus questionamentos (contextualizados)
Para pessoas encharcadas de materialismo e preconceitos, o outro só tem valor na
justa medida de seus interesses pessoais;
As relações nesse caso são superficiais e instáveis
AS DEFICIÊNCIAS SÃO ATRIBUÍDAS EXCLUSIVAMENTE AO PRÓXIMO, SEM A
SUFICIENTE DISPOSIÇÃO PARA UMA INCURSÃO REFLEXIVA NAS PRÓPRIAS
ATITUDES.
São corações que vivem sob o império do narcisismo
Escravos de crenças e modelos mentais de comportamento
Educados para encontrar for a de si as causas para tudo que lhes acontece
Anulando quase que por completo a possibilidade do auto-encontro sempre aptos a
analisar a conduta alheia.
O ESTUDO DE SI MESMO EXIGE DUAS POSTURAS QUE ASSEGURAM MELHORES
RESULTADOS:
ATENÇÃO PLENA
INTERIORIZAÇÃO

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ATENÇÃO PLENA:
(Obserservar-se incansavelmente e observar-se sempre.)
(É um hábito que deve ser desenvolvido em nossa rotina para facilitar o balanço noturno –
(Santo Agostinho) – com elementos ricos para auto-análise)
ISSO SÓ SERÁ POSSIVEL SE HOUVER DA NOSSA PARTE, UMA SINCERA
DISPOSIÇÃO DE MELHORA E PERMANENTE SENTIMENTOS DE RENOVAÇÃO DE SI
PRÓPRIO.
DISPOSIÇÃO DE MELHORA (É a base de dinamização)
É disposição acolhe o seguinte:
Ausência de punições
A dissolvência da culpa
A ternura consigo
Julgamento flexíveis e versáteis

SEM ESSE ACOLHIMENTO ESSE AUTO-ENCONTRO PODE TORNAR-SE UM


CAMINHO PARA DECEPÇÃO E PARA A INSATISFAÇÃO PESSOAL

DISPOR-SE A MELHORAR NÃO BASTA PARA O AUTOCONHECIMENTO


O PRÓXIMO PASSO É A INTERIORIZAÇÃO:

Esse
INTERIORIZAÇÃO:
é um trabalho
muitas vezes
O ato de enfrentar
doloroso
seu e que
mundo interior
poucos desejam
Admitir para si a
realizar, vivendo
natureza de seusem
sentimentos
constante fuga de
si mesmo.
Estudar as
reações perante a vida
Aprender a
escutar os ditames
divinos
Arte de ouvir a
consciência
(a consciência é o 14
nosso elo de ligação
com a verdade;
Na medita que
vamos descobrindo Se aquele engenheiro que citamos tiver o ensejo de
esquadrinhar com precisão a edificação na qual irá trabalhar,
o desconhecido seu planejamento de ação será mais produtivo, garantido e
mundo de nós seguro para todos.
mesmos
ganhamos: Da mesma forma, esse balanço interior, quando bem
concretizado, será fonte de excelentes resultados no auto-
Autonomia aperfeiçoamento.
Paz
TORNANDO-NOS Técnica P.A.R.D.A. para exercitar o amor –Dr. Alírio
Felicidade
POLOS Cerqueira Filho
Porque
VIGOROSOS passamos DEa
encetar
SIMPATIA E BEMa TER NOÇÕES DE SI ENSEJA-NOS:
caminhada
ESTAR, UMA CONVIVÊNCIA QUEMAIS HARMONIOSA
consciente FORTES da ATENÇÃO PLENA É VIGILIA
SERÃO PRODIGAS DE HABILIDADES PARA:
evolução,
ATRATIVOS
- A CONCÓRDIA
senhores
PELA
INTERIORIZAÇÃO É INVESTIGAÇÃO PERMANENTE DE SI PRÓPRIO
do
-FORÇA eu capacitando-
A LEALDADE DO
nos
-EXEMPLO, para
O DESAPEGO PARA a
-liberdade
QUEO PERDÃO
OS OUTROS
responsável
-SEA CORDIALIDADE
ESFORCEM em
-todas
O AFETO
PARA as direções
IMITAR-NOS
Usandodo existir
um recurso sugerido pelo próprio Cristo, registrado em Mateus Capitulo 26, v.41: “Vigiai e orai, para que
O PROCEDIMENTO.
não entreis em tentação”. A vigilância é uma condição imprescindível, para que não caiamos nas tentações de
nosso próprio Ego.
Vejamos o que nos diz a mentora Joanna de Angelis sobre a questão:
“Jesus, na sua condição de excepcional Psicoterapeuta, recomendava a vigilância antes da oração, como forma
de auto-encontro, para depois ensejar-se a entrega a Deus sem preocupação outra alguma” - O Ser Consciente –
Joanna de Angelis – pág 82

Técnica P.A.R.D.A. para exercitar o amor


“... Trata-se de uma técnica para ser utilizada em inúmeras situações de nossa vida, nas quais há
uma necessidade de conscientização de processos automáticos, que dificultam a prática do amor
em nós mesmos...”
“... Elaboramos uma técnica para que possamos desenvolver, de forma prática, essa máxima de
Jesus, proporcionando a quem a utilizá-la o auto-encontro. Denominamos esta técnica de
P.A.R.D.A. na qual retiramos as iniciais das palavras a serem utilizadas na ação de mudança,
para dar-lhes um nome e facilitar a sua memorização...”

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“... Trata-se de uma técnica para ser utilizada em inúmeras situações de nossa vida, nas quais há
uma necessidade de conscientização de processos automáticos, que dificultam a prática do
amor em nós mesmos...”
“... Normalmente vivemos inconscientes de nossas ações. Daí a necessidade de vigilância,
proposta por Jesus. É preciso tomar consciência de nossas ações, para que possamos nos
libertar das tentações existentes em nosso próprio Ego...”
Só podemos mudar aquilo que reconhecemos em nós mesmos. Se algo em nós é motivo de
tentação, isto é, se há alguma coisa que nos leva a agir com desamor ou pseudo-amor, é
necessário tomar consciência disso (vigilância) para podermos nos libertar, com o auxílio de
Deus (oração)...”.
Técnica P.A.R.D.A. para exercitar o amor
“... P - PERCEPÇÃO: é o primeiro passo no processo da vigilância, pois não podemos mudar
algo que não percebemos. Para cultivar pensamentos e sentimentos amorosos, é preciso
perceber, de forma plena e consciente, a nós mesmos...”
“... neste item é importante estarmos atentos às seguintes questões”:
“... A percepção deve ser isenta de julgamentos de certo e errado...”
“... A percepção deve ser fruto de uma observarão amorosa de nós mesmos. Para que
possamos fazer isso, é necessário nos vermos como Seres Essenciais...”
“... Essa atitude de vermos a nós mesmos, em essência, vai nos ajudar a perceber que temos um
Ego, mas que somos mais do que ele...”
“... A observação amorosa de nós mesmos nos levará, apenas, a classificar os nossos
movimentos em egóicos – portanto negativos, necessitando de transmutação, de reparação e
não de julgamento –, ou em essenciais, cujas qualidades estaremos transmutando o movimento
egóico”.
“... Portanto, o sentimento amoroso da compaixão, em substituição ao julgamento, vai auxiliar
a nos aceitarmos como somos e os outros com eles são compreendendo as atitudes egóicas que
temos e que os outros têm”.
“... Essa atitude é o que nos proporciona levar a vida com mais leveza, em consonância ao que
estudamos anteriormente, a cerca do julgo suave e do fardo leve. É também o principio que vai
nos conduzir ao alo-amor, pois nos leva a sermos condescendentes com os erros dos
outros....”
“... Outro ponto importante é analisar o movimento que temos, em relação à idealização e
realização. É necessário perceber a diferença existente entre o eu idealizado e o eu real.
Perceber que não somos pessoas perfeitas, nem pessoas execráveis...”
Por isso a compaixão é tão importante, pois nos leva, apesar de nossas imperfeições, a
buscarmos o melhor para nós mesmos, dentro da realidade possível. Para nós a realidade ainda
não é possível ser perfeita, ideal, mais é passível de ser aperfeiçoada a cada instante, já que
se busca sempre um ideal a ser realizado.
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“... O real vai estar cada vez mais próximo do ideal, quanto maior for o nosso esforço. É
necessário todo um exercício da vontade, com persistência e perseverança, para tornarmos,
cada vez mais, o real ideal e o ideal passível de ser realizado...”
“... A – ACEITAÇÃO: a partir da percepção é necessário aceitar plena, amorosa e in
condicionalmente, os movimentos egóicos, geradores das tentações e que nos impedem de
sermos equilibrados”.
“... Aqui nos deparamos com um sentimento egóico muito comum, que é o orgulho manifesto
ou disfarçado. Esse movimento egóico nos impede de aceitarmos e, muitas vezes, até de
percebermos as nossas limitações”.
“... Criamos, através do orgulho, o eu ideal fantasioso, maior obstáculo à prática do amor, porque,
com esse movimento, não eceitamos que existam em nós, sentimentos negativos a serem
transmutados...”
“A aceitação é uma virtude proativa que requer uma atitude de humildade para reconhecermos
a s nossa limitação. É preciso aceitar que ainda somos pessoas imperfeitas...”
“... Todos temos, em algum grau, imperfeições a serem trabalhadas. Por isso, são necessárias
a humildade e a compaixão para aceitarmos as próprias limitações...”
“... Importante, porém, é não confundir aceitação com acomodação, que é uma atitude
passiva, na qual a pessoa se acomoda com as suas imperfeições em, contudo, fazer nada para
transformá-las...”
“... Devido à sua proatividade, a partir da aceitação de suas limitações como uma necessidade a
ser atendida, é essencial se questionar: “o que eu posso fazer para mudar esse sentimento
que me impede a prática do amor?”.
“... R – REFLEXÃO: nesta fase do processo, estaremos respondendo à questão anterior...”
“... É necessário refletir, plena e conscientemente, sobre todas as questões que foram percebidas
na fase da percepção, sobre os autojulgamentos que fazemos as idealizações fantasiosas,
o orgulho que mantemos etc...”
“... a reflexão irá proporcionar a identificação das distorções, de modo que possamos saber o que
mudar e como ressignificar o movimento egóico caracterizado pelo desamor e pseudo-amor,
tornando-o essencial amoroso. Somente a partir de uma auto-análise, consciente e
responsável, é que estaremos em condições de transmutar gradativamente os
sentimentos egóico que nos geram as tentações...”
“... D – DECISÃO: após a reflexão é preciso tomar a decisão, plena e consciente, do que fazer
para iniciar o trabalho de ressignificação dos nossos movimentos egóicos. Sabemos que mudar
hábitos limitadores, adquiridos ao longo de nossa trajetória de vida, não é tarefa fácil, pois o
movimento egóico, torna-se um vício retroalimentado, que, por mais que seja desagradável,
nos acostumamos a eles...”
“... Os hábitos nascem primeiro nos pensamentos (idealizado) geradores dos sentimentos
que vão se tornando, aos poucos, ações concretas no plano material (realizado)...”
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“... É muito comum as pessoas refletirem sobre o que precisa ser modificado nelas e, quando
chegam a uma conclusão, dizem para si mesmas:” um dia eu começo a me modificar “,” uma
hora dessas eu começo “numa indefinição injustificável, fato que apenas adiará, ainda mais o
processo de evolução, que se tornará cada dia mais difícil, pois, se nos afastarmos
deliberadamente do amor, a dor surge em seu lugar”.
“... Portanto, a ressignificação dos movimentos egóicos exige uma decisão firme, no sentido de
se realizar todo o esforço que for necessário para poder substituir gradativamente esse
movimento, pelo movimento essencial amoroso...”
“... Devido à esta dificuldade – de realizar a mudança de hábito -, tornar-se necessária uma
vontade firme e decidida no sentido da mudança...”
“... A – AÇÃO: uma vez tomada a decisão de mudança, torna-se essencial a ação plena e
consciente para a substituição, gradativa e suave, do movimento egóico dificultador da prática do
amor, pelo movimento essencial proativo...”
“... É importante, nesta fase, estabelecer um plano de ação, começando a se trabalhar com os
movimentos egóicos mais simples e fáceis de transmutar e, à medida que vamos obtendo
sucesso, buscamos outros hábitos egóicos, mais enraizados em nós para, aos poucos, irmos
transmutando...”
“... Essa prática faz aumentar a confiança em nós mesmos, em nossa capacidade de
transmutação, pois, ao nos libertarmos dos sentimentos egóicos menos arraigados, vamos
ganhando experiência e aumentando o grau de confiança...”
“... Com isso, os hábitos agóicos vão, gradativamente e suavemente, sendo substituídos
pelos essenciais proativos...”.
“... Importante, porém, atentar que, para o processo de mudança ser realmente afetivo, deverá
ser um processo suave e leve, conforme a reflexão feita anteriormente acerca do ” julgo suave
“e do” fardo leve “proposto por Jesus...”
“... Se a mudança estiver sendo pesada alguma coisa deve estar errada na sua
realização...”
“... Portanto, para se conseguir essa leveza, a ação de mudança deve passar por quatro fases”:
“1ª fase da mudança: as reflexões sobre um movimento egóico que se está trabalhando,
surgem após a sua manifestação. Devemos aceitar o movimento e meditar proativamente,
sobre com agir para superá-lo. Esta fase é de aprendizado, na qual a pessoa reflete sobre os
seus erros e aprende com eles...”
“2ª fase da mudança: as reflexões começam a surgir durante a manifestação do movimento
egóico, possibilitando que o individuo possa analisá-lo melhor com o intuito de poder superá-
lo...”

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“3ª fase da mudança: as reflexões começam a surgir antes da manifestação do movimento
egóico, possibilitando ao indivíduo escolher entre praticá-lo, ou não. Para esta fase do processo
de mudança, elaboramos uma técnica vivencial que denominamos vigilância interior, tendo como
base o versículo:” vigiai e orai, para que não entreis em tentação “...
“... trata-se de uma vivência para fazer o trabalho de auto-aceitação do movimento egóico,
transmutação dele e identificação com o Ser Essencial”...
“4ª fase da mudança: o indivíduo começa a perceber que as manifestações do movimento
egóico – ao qual ele está trabalhando, vão se tornando cada vez mais raras, até a completa
efetivação da mudança, na qual as suas manifestações já não ocorrem mais, porque se efetivou
a transmutação do sentimento egóico em um valor essencial. Para a maioria das nossas
limitações egóicas, dificilmente chegaremos nesta fase, na atual existência. É necessário aquilo
que é possível para nós no momento de forma amorosa, pois temos todo tempo que for
necessário – a eternidade, para realizar as mudanças que necessitamos.”
“Esta técnica, com todas essas fases, é uma forma didática para se definir a ação consciente,
diferenciando-a da ação impulsiva egóica.”
“As diferentes fases são dinâmicas. Muitas vezes não se sabe onde começa uma e termina a
outra, e vice-versa. Muitas vezes a pessoa, num determinado momento, se percebe numa fase,
em outro momento, noutra.”
“O importante é saber que, para vivermos conscientes de nossas ações, é necessário um método
e um esforço nesse sentido. O contrário disso é uma vida automatizada, na qual agimos de forma
impulsiva e robotizada, com graves conseqüências para a nossa saúde psíquica e emocional.”

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