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Sepse
Sepse
A sepse corresponde a uma infecção suspeitada ou diagnosticada, secundária a uma reação inflamatória desregulada, que se associa com disfunção orgânica ameaçadora à vida.
Fisiopatologia
-Quando o corpo é invadido por algum microrganismo o sistema imunológico entra em ação, porém em alguns casos a resposta imune se dá de uma forma exacerbada e acaba sendo
mais prejudicial que a infecção em si. O paciente adquire uma infecção — normalmente no trato respiratório, mas também é comum que seja no urinário ou no digestório — e, a
partir daí, inicia uma produção exacerbada de mediadores pró-inflamatórios. Dentre esses, os mais expressivos são as citocinas TNF-α e a IL-1, que estão muito associadas ao
desenvolvimento de sepse. Mas além disso também há produção de prostaciclinas, tromboxanos, leucotrienos, óxido nítrico, fator de ativação plaquetária (PAF), entre outros. Tudo
isso, em grande quantidade, acaba caindo na circulação sanguínea e se disseminando por todo o corpo do paciente. Ou seja, em linhas gerais, a sepse consiste em um processo
infeccioso que, mesmo que localizado, provoca uma reação inflamatória generalizada. Esse processo de inflamação generalizado que acaba levando à disfunção de vários órgãos —
o que também é característico da sepse. A própria atividade inflamatória acaba levando à morte celular. Nisso, vários sistemas podem ser acometidos, mas os mais comumente
afetados são 2: o cardiovascular e o respiratório.
Sistema Respiratório Sistema Cardiovascular
O pulmão é um dos órgãos mais acometidos durante Com a inflamação generalizada, o paciente acaba apresentando uma importante vasodilatação periférica. Dessa forma, em uma
um quadro de sepse e isso se deve ao fato de a primeira fase da doença, conhecida como “fase quente”, o coração tenta compensar o quadro aumentando seu débito cardíaco
reação inflamatória nos capilares alveolares (DC), mas na maioria das vezes isso é insuficiente. Com toda essa sobrecarga, a doença costuma evoluir para a “fase fria”, na
levarem a uma lesão endotelial e consequente qual o corpo não consegue mais manter o DC aumentado e nem uma saturação periférica adequada (choque). É justamente
acúmulo de líquido nos espaços alveolares, o que para evitar essa evolução deletéria da sepse que é necessário diagnosticar precocemente os pacientes acometidos. Para tal, é
gera edema e atrapalha o processo de trocas importante ter em mente que existem dois consensos sobre sepse que podem ser empregados: o Sepsis-2 e o Sepsis-3.
gasosas.
Mapa mental
Conceitos na fisiopatologia
- Inotropismo: É a contração em si, ou seja, a força de contração – ou contratilidade - do ventrículo esquerdo (VE).
- Pré-Carga: Refere-se ao que ocorre imediatamente antes da contração. A pré-carga é a tensão na parede do VE no momento imediatamente anterior à contração. Ela depende do
volume sanguíneo circulante (volemia) e da complacência ventricular (capacidade do VE de acomodar volume).
- Pós-Carga: Refere-se ao que ocorre imediatamente após a contração. A pós-carga é a pressão que o VE tem que vencer parar ejetar o sangue no sistema arterial. Ela é determinada,
portanto, pela pressão na raiz da artéria aorta, que por sua vez é determinada pela pressão arterial sistêmica.
- SIRS: Síndrome da resposta inflamatória sistêmica. Definida por 2 ou mais dos 4 critérios abaixo:
- Sepse é uma disfunção orgânica com risco de vida, causada por uma resposta desregulada do hospedeiro à infecção. SIRS e infecção documentada ou presumida. Primária x
Secundária.
- Sepse grave: Disfunção orgânica induzida pela própria sepse.
Indicações de UTI
São listadas como precedências para admissão, segundo o CFM:
1. Pacientes que necessitam de intervenções de suporte à vida, com alta probabilidade de recuperação e sem nenhuma limitação de suporte terapêutico. 2. Pacientes que necessitam
de monitorização intensiva, pelo alto risco de precisarem de intervenção imediata, e sem nenhuma limitação de suporte terapêutico. 3. Pacientes que necessitam de intervenções
de suporte à vida, com baixa probabilidade de recuperação ou com limitação de intervenção terapêutica. 4. Pacientes que necessitam de monitorização intensiva, pelo alto risco de
precisarem de intervenção imediata, mas com limitação de intervenção terapêutica. 5. Pacientes com doença em fase de terminalidade, ou moribundos, sem possibilidade de
recuperação. Em geral, esses pacientes não são apropriados para admissão na UTI (exceto se forem potenciais doadores de órgãos). No entanto, seu ingresso pode ser justificado em
caráter excepcional, considerando as peculiaridades do caso e condicionado ao critério do médico intensivista.
Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SARA)
- É definida como uma lesão inflamatória aguda e difusa pulmonar que provoca aumento da permeabilidade vascular do pulmão, determinando aumento do seu peso e diminuição
de tecido aerado.
- FISIOPATOLOGIA: É necessário um insulto agudo. Este insulto inflamatório atrai os macrófagos e aumenta a permeabilidade vascular, o que culmina em uma inundação alveolar.
Este edema gera destruição alveolar e quebra do surfactante, que é o responsável pela redução da tensão superficial da água dentro do alvéolo e, assim, impede o colapso do mesmo.
Dessa forma, os alvéolos colabam levando à hipoxemia.
- Etiologia: Pneumonia (40%), Sepse (32%), Aspiração (9%), Trauma/outros (19%)
- Diagnóstico: