You are on page 1of 7

Tórax Aline Esteves

É a parte do tronco situada entre o pescoço e o abdome; formado pela cavidade torácica, seu conteúdo e a parede que o circunda.
Considerações Gerais
-O tamanho e o formato da cavidade e da parede abdominal são diferentes do peito (parte superior do tronco), porque este ultimo inclui alguns ossos e músculos da parte proximal
do membro superior, e nas mulheres adultas, as mamas.
-O tórax contem os principais órgãos do sistema respiratório e circulatório.
-A cavidade torácica é dividida em 3 compartimentos: o mediastino central (ocupado pelo coração e pelas estruturas que transportam ar, sangue e alimento) e as cavidades
pulmonares direita e esquerda (ocupadas pelos pulmões)
Esqueleto da Parede Torácica
-Forma a caixa torácica, que protege as vísceras torácicas e alguns órgãos abdominais.
-Consiste em: 12 pares de costelas e cartilagens associadas, 12 vértebras torácicas e os discos vertebrais, além do esterno.
COSTELAS, CARTILAGENS COSTAIS E ESPAÇOS INTERCOSTAIS
-Costelas ossos planos e curvos, formam a maior parte da caixa torácica, leves e resistentes, possuem medula óssea em seu interior (tecido hematopoiético), classificadas em 3 tipos:
1. Costelas verdadeiras: costelas I a VII, inserem-se diretamente no esterno por meio das cartilagens costais.
2. Costelas falsas: costelas VIII, IX e X, suas cartilagens se unem a cartilagem das costelas acima delas, conexão indireta com o esterno.
3. Costelas flutuantes: costelas XI e XII, as cartilagens rudimentares dessas costelas não têm conexão com o esterno, terminam na musculatura abdominal posterior.
-Costelas típicas (III a IX) tem os seguintes componentes:
o Cabeça da costela: cuneiforme e com duas faces articulares, separadas pela crista da cabeça da costela; uma face para articulação com a vértebra de mesmo número e outra
face para a vértebra superior a ela.
o Colo da costela: une a cabeça da costela ao corpo no nível do tubérculo.
o Tubérculo da costela: situado na junção do colo e do corpo; uma face articular lisa (articula-se com o processo transverso da vertebra correspondente) e uma face não articular
rugosa (inserção do ligamento costotransversário).
o Corpo da costela: fino, plano e curvo (principalmente no ângulo da costela – curva anterolateral). O ângulo da costela também marca o limite lateral de inserção dos músculos
profundos do dorso as costelas.
o A face interna côncava do corpo exibe um sulco da costela, paralelo à margem inferior da costela, que oferece alguma proteção para o nervo e os vasos intercostais.
-Costelas atípicas (I, II, X a XII):
o Costela I: mais larga, mais curta e mais curva. Tem uma única face articular em sua cabeça para articulação com a vértebra T1 e dois sulcos transversais na face superior para os
vasos subclávios. Os sulcos são separados pelo tubérculo do músculo escaleno anterior.
o Costela II: corpo mais fino, menos curvo e é bem mais longa que a costela I. A cabeça desta costela tem duas faces para articulação com os corpos das vértebras T1 e T2, sua
principal característica atípica é uma rugosidade na face superior (tuberosidade do músculo serrátil anterior).
o Costelas X a XII: tem apenas uma face articular em suas cabeças e se articulam com apenas uma vértebra. As costelas XI e XII são curtas e não tem colo e nem tubérculo.
-Cartilagens costais: prolongam as costelas anteriormente e contribuem para a elasticidade da parede torácica (inserção flexível). As cartilagens aumentam em comprimento da
costela I a VII e depois diminuem gradualmente. As sete primeiras se articulam diretamente com o esterno, as costelas VIII, IX e X se articulam com as cartilagens costais imediatamente
superiores a elas (formam uma margem costal cartilaginosa, articulada e contínua). As cartilagens XI e XII protegem as extremidades anteriores dessas costelas e não alcançam e
nem se inserem em outro osso ou cartilagem. As cartilagens costais das costelas I a X ficam a extremidade anterior da costela ao esterno, limitando seu movimento geral enquanto a
extremidade posterior gira ao redor do eixo transversal da costela.
-Espaços intercostais: separam as costelas e suas cartilagem costais umas das outras. Denominadas de acordo com a costela que forma a margem superior do espaço (o 4º espalho
intercostal se localiza entre as costelas IV e V). São 11 espaços intercostais e 11 nervos intercostais. Os espaços intercostais são ocupados por músculos e membranas intercostais e
dois conjuntos de vasos sanguíneos e nervos intercostais identificados pelo mesmo número atribuídos as espaço. O espaço abaixo da costela XII é denominado espaço subcostal e o
ramo anterior do nervo espinal T12 é denominado nervo subcostal. Os espaços intercostais são mais amplos anterolateralmente. Eles se ampliam ainda mais durante a inspiração e
a extensão contralateral e/ou flexão lateral da parte torácica da coluna vertebral.
VÉRTEBRAS TORÁCICAS
-A maioria das vértebras torácicas é típica visto que é independente, tem corpos, arcos vertebrais e sete processos para conexões musculares e articulares. Os aspectos característicos
das vértebras torácicas incluem:
o Fóveas costais bilaterais (hemifóveas) nos corpos vertebrais, geralmente em pares, uma inferior e outra superior, para articulação com as cabeças das costelas
o Fóveas costais dos processos transversos para articulação com os tubérculos das costelas, exceto nas duas ou três vértebras torácicas inferiores
o Processos espinhosos longos, com inclinação inferior.
-As fóveas costais superiores e inferiores, a maioria, na verdade, pequenas hemifóveas, são superfícies pares bilaterais e planas nas margens posterolaterais superior e inferior dos
corpos de vértebras torácicas típicas (T II a T IX). Sob o ponto de vista funcional, as fóveas são dispostas em pares nas vértebras adjacentes, ladeando um disco IV interposto: uma
(hemi)fóvea inferior na vértebra superior e uma (hemi)fóvea superior na vértebra inferior. Normalmente, duas hemifóveas assim emparelhadas e a margem posterolateral do disco
IV existente entre elas formam uma única cavidade para receber a cabeça da costela de mesmo número da vértebra inferior (p. ex., a cabeça da costela VI com a fóvea costal superior
da vértebra T VI). As vértebras torácicas atípicas têm fóveas costais inteiras em lugar das hemifóveas:
o As fóveas costais superiores da vértebra T I não são hemifóveas porque não há hemifóveas na vértebra C VII acima, e a costela I articula-se apenas com a vértebra T I. T I tem uma
(hemi)fóvea costal inferior típica
o T X tem apenas um par bilateral de fóveas costais (inteiras), localizadas em parte no corpo e em parte no pedículo
o T XI e T XII também têm apenas um par de fóveas costais (inteiras), localizadas em seus pedículos.
-Os processos espinhosos que se projetam dos arcos de vértebras torácicas típicas (p. ex., vértebras T VI ou T VII) são longos e inclinados inferiormente, em geral superpondo-se à
vértebra situada abaixo. Eles cobrem os intervalos entre as lâminas de vértebras adjacentes, impedindo, assim, a penetração de objetos cortantes, como uma faca, no canal vertebral
e a lesão da medula espinal. As faces articulares superiores convexas dos processos articulares superiores estão voltadas principalmente em sentido posterior e ligeiramente lateral,
enquanto as faces articulares inferiores côncavas dos processos articulares inferiores estão voltadas principalmente em sentido anterior e discretamente medial. Os planos articulares
bilaterais entre as respectivas faces articulares das vértebras torácicas adjacentes formam um arco, cujo centro está em um eixo de rotação no corpo vertebral. Assim, é possível fazer
pequenos movimentos rotatórios entre vértebras adjacentes, limitados pela caixa torácica.
ESTERNO
-O esterno é o osso plano e alongado que forma a região intermediária da parte anterior da caixa torácica. Sobrepõe-se diretamente às vísceras do mediastino em geral e as protege,
em especial grande parte do coração. O esterno tem três partes: manúbrio, corpo e processo xifoide. Em adolescentes e adultos jovens, as três partes são unidas por articulações
cartilagíneas (sincondroses) que se ossificam entre a meia-idade e a velhice.
-O manúbrio do esterno é um osso de formato aproximadamente trapezoide. O manúbrio é a parte mais larga e espessa do esterno. O centro côncavo, facilmente palpável, da
margem superior do manúbrio é a incisura jugular (“incisura supraesternal”). A incisura é aprofundada pelas extremidades esternais (mediais) das clavículas, que são muito maiores
do que as incisuras claviculares relativamente pequenas no manúbrio que as recebem, formando as articulações esternoclaviculares (EC). Inferolateralmente à incisura clavicular, a
cartilagem costal da costela I está firmemente inserida na margem lateral do manúbrio – a sincondrose da primeira costela. O manúbrio e o corpo do esterno situam-se em planos
um pouco diferentes nas partes superior e inferior à junção, a sínfise manubriesternal; assim, a junção forma um ângulo do esterno (de Louis) saliente.
-O corpo do esterno é mais longo, mais estreito e mais fino do que o manúbrio, e está localizado no nível das vértebras T V a T IX. Sua largura varia por causa dos entalhes em suas
margens laterais pelas incisuras costais. Em pessoas jovens, podem-se ver nitidamente quatro estérnebras (segmentos primordiais do esterno). Esses segmentos articulam-se entre
si por articulações cartilagíneas primárias (sincondroses esternais). Essas articulações começam a se fundir a partir da extremidade inferior entre a puberdade (maturidade sexual) e
os 25 anos. A face anterior quase plana do corpo do esterno é marcada em adultos por três cristas transversais variáveis, que representam as linhas de fusão (sinostose) das quatro
estérnebras originalmente separadas.
-O processo xifoide, a menor e mais variável parte do esterno, é fino e alongado. Sua extremidade inferior situa-se no nível da vértebra T X. Embora muitas vezes seja pontiagudo,
pode ser rombo, bífido, curvo ou defletido para um lado ou anteriormente. É cartilagíneo em pessoas jovens, porém mais ou menos ossificado em adultos acima de 40 anos. Nas
pessoas idosas, o processo xifoide pode fundir-se ao corpo do esterno.
-O processo xifoide é um ponto de referência importante no plano mediano porque: Sua junção com o corpo do esterno na articulação xifosternal indica o limite inferior da parte
central da cavidade torácica; essa articulação também é o local do ângulo infraesternal (“ângulo subcostal”) da abertura inferior do tórax; É um marcador na linha mediana do limite
superior do fígado, do centro tendíneo do diafragma e da margem inferior do coração.
Aberturas do Tórax
-Embora a parede periférica da caixa torácica seja completa, existem aberturas nas partes superior e inferior. A abertura superior, muito menor, permite a comunicação com o pescoço
e os membros superiores. A abertura inferior, maior, forma a origem, de formato anular, do diafragma que fecha toda a abertura. As excursões do diafragma controlam principalmente
o volume e a pressão interna da cavidade torácica, constituindo a base da respiração corrente (troca gasosa).
ABERTURA SUPERIOR DO TÓRAX
A abertura superior do tórax tem como limites:
o Posterior, a vértebra T I, cujo corpo salienta-se anteriormente na abertura
o Lateral, o 1o par de costelas e suas cartilagens costais
o Anterior, a margem superior do manúbrio do esterno.
-As estruturas que passam entre a cavidade torácica e o pescoço através da abertura superior do tórax oblíqua e reniforme incluem traqueia, esôfago, nervos e vasos que suprem e
drenam a cabeça, o pescoço e os membros superiores.
-No adulto, o diâmetro anteroposterior aproximado da abertura superior do tórax é de 6,5 cm, e o diâmetro transversal, 11 cm. Para ter uma ideia das dimensões dessa abertura,
note que é um pouco maior do que o necessário para permitir a passagem de uma ripa de madeira medindo 5 cm × 10 cm. Em virtude da obliquidade do 1o par de costelas, a
abertura superior do tórax tem inclinação anteroinferior.
ABERTURA INFERIOR DO TÓRAX
-A abertura inferior do tórax tem os seguintes limites:
o Posterior, a vértebra torácica XII, cujo corpo salienta-se anteriormente na abertura
o Posterolateral, o 11o e o 12o pares de costelas
o Anterolaterais, as cartilagens costais unidas das costelas VII a X, formando as margens costais
o Anterior, a articulação xifosternal.
-A abertura inferior do tórax é muito maior do que a abertura superior e tem contorno irregular. Também é oblíqua porque a parede torácica posterior é muito mais longa do que a
parede anterior. Ao fechar a abertura inferior do tórax, o diafragma separa quase por completo as cavidades torácica e abdominal. As estruturas que passam do tórax para o abdome
ou vice-versa atravessam aberturas no diafragma (p. ex., esôfago e veia cava inferior) ou passam posteriormente a ele (p. ex., aorta).
-Assim como as dimensões da cavidade torácica (ou de seu conteúdo) costumam ser superestimadas, é frequente a estimativa errada da extensão inferior (correspondente ao limite
entre as cavidades torácica e abdominal) devido à discrepância entre a abertura inferior do tórax e a localização do diafragma (assoalho da cavidade torácica) em pessoas vivas.
Embora o diafragma tenha origem nas estruturas que formam a abertura inferior do tórax, as cúpulas do diafragma sobem até o nível do 4o espaço intercostal, e as vísceras
abdominais, inclusive o fígado, o baço e o estômago, situam-se superiormente ao plano da abertura inferior do tórax, internamente à parede torácica.
Articulações da parede torácica
- Embora os movimentos das articulações da parede torácica sejam frequentes – por exemplo, associados à respiração normal – a amplitude de movimento de cada articulação
isoladamente é relativamente pequena. Todavia, qualquer distúrbio que diminua a mobilidade dessas articulações interfere na respiração. Durante a respiração profunda, a
movimentação da caixa torácica (anterior, superior ou lateral) é considerável. A extensão da coluna vertebral aumenta ainda mais o diâmetro anteroposterior (AP) do tórax.

ARTICULAÇÕES COSTOVERTEBRAIS
-A costela típica forma duas articulações posteriores com a coluna vertebral, as articulações das cabeças das costelas e as articulações costotransversárias.
-Articulações das cabeças das costelas. A cabeça da costela articula-se com a fóvea costal superior da vértebra correspondente (de mesmo número), a fóvea costal inferior da vértebra
superior a ela e o disco entre as duas vértebras. Por exemplo, a cabeça da costela VI articula-se com a fóvea costal superior do corpo da vértebra T VI, a fóvea costal inferior da
vértebra T V e o disco entre essas vértebras. A crista da cabeça da costela insere-se no disco intervertebral por um ligamento intra-articular da cabeça da costela na articulação,
dividindo o espaço intra-articular em duas cavidades sinoviais.
-A membrana fibrosa da cápsula articular é mais forte na parte anterior, onde forma
um ligamento radiado da cabeça da costela que se abre em leque da margem
anterior da cabeça da costela até as laterais dos corpos de duas vértebras e o disco
IV entre elas. A conexão das cabeças das costelas aos corpos vertebrais é tão
próxima que possibilita apenas discretos movimentos de deslizamento nas
(hemi)fóveas (girando ao redor do ligamento intra-articular da cabeça das costelas).
Entretanto, até mesmo um pequeno movimento das articulações das cabeças das
costelas pode resultar em movimento relativamente grande da extremidade distal
(esternal ou anterior) de uma costela.
-Articulações costotransversárias. Os abundantes ligamentos laterais às partes
posteriores (arcos vertebrais) das vértebras reforçam e limitam os movimentos
dessas articulações, que têm apenas cápsulas articulares finas. Um ligamento
costotransversário, que segue do colo da costela até o processo transverso, e um
ligamento costotransversário lateral, que segue do tubérculo da costela até a
extremidade do processo transverso, fortalecem as faces anterior e posterior da
articulação, respectivamente. Um ligamento costotransversário superior é uma faixa
larga que une a crista do colo da costela ao processo transverso superior a ela. A
abertura entre esse ligamento e a vértebra permite a passagem do nervo espinal e
do ramo posterior da artéria intercostal. O ligamento costotransversário superior
pode ser dividido em uma parte costotransversária anterior forte e uma parte
costotransversária posterior fraca.
-As partes costotransversárias fortes que unem essas articulações limitam seus
movimentos a um pequeno deslizamento. Entretanto, as faces articulares nos
tubérculos das 6 costelas superiores são convexas e se encaixam nas concavidades
dos processos transversos. Consequentemente, a rotação se dá ao redor de um eixo
basicamente transversal que atravessa o ligamento intra-articular e a cabeça e o colo
da costela. Isso resulta em movimentos de elevação e depressão das extremidades
esternais das costelas e do esterno no plano sagital (movimento em alavanca de
bomba). As faces articulares planas dos tubérculos e processos transversos das
costelas VII a X permitem deslizamento, resultando em elevação e depressão das
partes mais laterais dessas costelas no plano transverso (movimento em alça de
balde).

ARTICULAÇÕES ESTERNOCOSTAIS
-O 1o par de cartilagens costais articula-se com o manúbrio do esterno por meio de uma camada fina e densa de fibrocartilagem muito aderente, interposta entre a cartilagem e o
manúbrio, a sincondrose da primeira costela. Os 2o a 7o pares de cartilagens costais articulam-se com o esterno nas articulações sinoviais, com faces articulares fibrocartilagíneas
nas faces condral e esternal, que permitem o movimento durante a respiração. As cápsulas articulares fracas dessas articulações apresentam espessamento nas partes anterior e
posterior para formar ligamentos esternocostais radiados. Estes continuam como faixas membranáceas largas e finas desde as cartilagens costais até as faces anterior e posterior do
esterno, formando um revestimento semelhante a feltro para esse osso.
Músculos do tórax

-Os músculos toracoapendiculares do membro superior e também alguns músculos do pescoço, dorso e abdome estão superpostos no tórax.
-A maioria desses músculos afeta a respiração profunda quando o cíngulo dos membros superiores está fixado e é responsável por muitas características de superfície na região
torácica. Entretanto, os músculos verdadeiramente torácicos têm poucas, ou nenhuma, características superficiais.
-Os músculos serráteis posteriores são finos e têm ventres pequenos, podendo ser órgãos proprioceptivos.
-Os músculos intercostais movem as costelas durante a respiração forçada. A função primária dos músculos intercostais é sustentar (proporcionar tônus a) os espaços intercostais,
resistindo às pressões intratorácicas negativas e positivas.
-O diafragma é o principal músculo da respiração, responsável pela maior parte da inspiração (normalmente a expiração é um processo passivo).
-A fáscia muscular (profunda) recobre e reveste os músculos da parede torácica, assim como em outros lugares.
-Nos locais sem as partes carnosas dos músculos intercostais, sua fáscia continua na forma de membranas intercostais para completar a parede.
-A fáscia endotorácica é uma camada fibroareolar fina situada entre a face interna da caixa torácica e o revestimento das cavidades pulmonares, que pode ser aberta cirurgicamente
para dar acesso às estruturas torácicas.
Abdome Aline Esteves

O abdome é a parte do tronco situada entre o tórax e a pelve. É um receptáculo dinâmico e flexível que abriga a maioria dos órgãos do sistema
digestório e parte dos sistemas genital e urinário. A contenção anterolateral dos órgãos abdominais e de seu conteúdo é feita pelas paredes
musculoaponeuróticas, a contenção superior é feita pelo diafragma e a contenção inferior é feita pelos músculos da pelve. As paredes
musculoaponeuróticas anterolaterais estão suspensas entre e sustentadas por dois anéis ósseos (a margem inferior do esqueleto torácico
superiormente e o cíngulo do membro inferior inferiormente) unidos pela coluna vertebral lombar semirrígida na parede posterior do abdome.
Essa interposição entre o tórax e a pelve, mais rígidos, permite que o abdome envolva e proteja seu conteúdo, ao mesmo tempo que propicia
a flexibilidade necessária para respiração, postura e locomoção. Por meio da contração voluntária ou reflexa, os músculos do teto, das paredes
anterolaterais e do assoalho conseguem aumentar a pressão interna (intra-abdominal) para facilitar a expulsão de ar da cavidade torácica
(pulmões e brônquios) ou de líquido (p. ex., urina ou vômito), flatos, fezes ou fetos da cavidade abdominopélvica.

Considerações Gerais
As paredes do abdome, musculoaponeuróticas, dinâmicas e formadas por diversas camadas não apenas se contraem para aumentar a pressão intra-abdominal como também se
distendem de modo considerável, acomodando expansões causadas pela ingestão de alimentos, gravidez, deposição de gordura ou doenças. A parede anterolateral do abdome e
diversos órgãos situados adjacentes à parede posterior são recobertos em suas faces internas por uma túnica serosa ou peritônio (serosa), que se reflete (dobra-se bruscamente e
continua) sobre as vísceras abdominais, como estômago, intestino, fígado e baço. Assim, forma-se uma bolsa ou espaço virtual revestido (cavidade peritoneal) entre as paredes e as
vísceras, que normalmente contém apenas líquido extracelular (parietal) suficiente para lubrificar a membrana que reveste a maior parte das superfícies das estruturas que formam
ou ocupam a cavidade abdominal. O movimento visceral associado à digestão ocorre livremente, e as reflexões de peritônio duplas entre as paredes e as vísceras dão passagem aos
vasos sanguíneos, aos vasos linfáticos e aos nervos. Também pode haver quantidades variáveis de gordura entre as paredes e as vísceras e o peritônio que as reveste. A cavidade
abdominal:
-Forma a parte superior e principal da cavidade abdominopélvica, a cavidade contínua que se estende entre o diafragma e o diafragma da pelve
-Não tem assoalho próprio porque é contínua com a cavidade pélvica. O plano da abertura superior da pelve é uma divisão arbitrária, mas não física, das cavidades abdominal e pélvica
-Estende-se superiormente até o 4o espaço intercostal da caixa torácica osteocartilagínea. Consequentemente, os órgãos abdominais mais altos (baço, fígado, parte dos rins e estômago) são protegidos
pela caixa torácica. A pelve maior (parte expandida da pelve acima da abertura superior) sustenta e protege parcialmente as vísceras abdominais inferiores (parte do íleo, ceco, apêndice vermiforme
e colo sigmoide)
-É a localização da maioria dos órgãos do sistema digestório, de partes do sistema urinário (rins e a maior parte dos ureteres) e do baço.
Nove regiões da cavidade abdominal são usadas para descrever a localização dos órgãos, dores ou doenças. As regiões são delimitadas por quatro planos: dois sagitais (verticais) e
dois transversos (horizontais). Os dois planos sagitais geralmente são os planos medioclaviculares, que seguem do ponto médio das clavículas (a cerca de 9 cm da linha mediana
anterior) até os pontos medioinguinais, pontos médios das linhas que unem a espinha ilíaca anterossuperior (EIAS) aos tubérculos púbicos de cada lado. Os planos transversos são,
mais frequentemente, o plano subcostal, que atravessa a margem inferior da 10a cartilagem costal de cada lado, e o plano intertubercular, que atravessa os tubérculos ilíacos (cerca
de 5 cm posteriores à EIAS de cada lado) e o corpo da vértebra L V. Esses dois planos têm a vantagem de cruzar estruturas palpáveis. Alguns profissionais de saúde empregam os
planos transpilórico e interespinal para delimitar as nove regiões. O plano transpilórico, extrapolado no ponto médio entre as margens superiores do manúbrio do esterno e da sínfise
púbica (normalmente no nível da vértebra L I), costuma cruzar o piloro (a parte distal, mais tubular do estômago) quando o paciente está em decúbito dorsal ou ventral. Como as
vísceras pendem com a força da gravidade, o piloro geralmente situa-se em um nível mais baixo na posição ortostática. O plano transpilórico é um ponto de referência útil porque
também cruza muitas outras estruturas importantes: o fundo da vesícula biliar, o colo do pâncreas, as origens da artéria mesentérica superior (AMS) e da veia porta, a raiz do mesocolo
transverso, a junção duodenojejunal e os hilos renais. O plano interespinal atravessa as EIAS, que são facilmente palpadas de cada lado. Nas descrições clínicas mais gerais, quatro
quadrantes da cavidade abdominal (quadrantes superior e inferior, direito e esquerdo) são delimitados por dois planos facilmente demarcados: (1) o plano transumbilical, que
atravessa o umbigo (e o disco intervertebral [IV] entre as vértebras L III e L IV), divide as metades superior e inferior, e (2) o plano mediano vertical, que atravessa o corpo
longitudinalmente, define as metades direita e esquerda. É importante saber quais são os órgãos encontrados em cada região abdominal ou quadrante, para que se saiba onde
devem ser feitas a ausculta, a percussão e a palpação e para registrar a localização dos achados ao exame físico.

You might also like