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Artigo Financas Vasconcelos Gimo
Artigo Financas Vasconcelos Gimo
RESUMO
De entre vários topicos de interesse público, destacam – se as finanças publicas. Conceituada como a ciência que se
ocupa da busca por meios monetários para a prossecução das actividades financeiras do Estado. Isso quer dizer que a
Gestão de finanças publicas consiste no controlo do dinheiro disponivel no tesouro publico, ou seja, trata da forma
de adquirir receitas e planificar a sua aplicação em forma de despesas publicas. Neste artigo, pretende – se analisar o
modo de gestão das finanças publicas nas autarquias locais e nas entidades do sector publico empresarial, numa
perspectiva explanatória dos modelos constatados. A pesquisa foi desenvolvida seguindo a metodologia
bilbliografica, para o alcance dos resultados pretendidos. E conclui – se que as autarquias locais e as entidades do
sector publico empresarial, não dependem do Orçamento do Estado para obter financiamento das suas actividades
porque passam a ser detentores de autonomia administrativa e financeira. Outro facto é que as autarquias locais e as
entidades do SPE, são resultados de um processo de descentralização administrativa, logo apesar da independência
financeira, estas prestam contas a um orgão próprio da administração publica, ora, denominada tutela administrativa
do Estado.
Palavras Chave: Finanças Publicas; Autarquias Locais; Sector publico empresarial, Administração Publica
Directa e Indirecta
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2. Enquadramento Conceptual
Para Lemes et al. (2005), “administração financeira é a arte e a ciência de administrar recursos
financeiros, para maximizar a riqueza dos acionistas”.
Nesse sentido, “sendo a actividade financeira parte integrante da economia do Estado, sua
importância e dimensão são estabelecidas pela forma como se integram num sistema econômico
as decisões da autoridade e do mercado.” (PEREIRA, 2010, p.2).
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2.3. Autarquias Locais
As autarquias possuem suas definições explicitadas pelo artigo 5.o do Decreto-lei n. 200/1967:
“Para os fins desta lei, considera-se:
I – Autarquia – o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e
receita próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram,
para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada.”
O quadro legal das autarquias locais foi adotado através da Lei nº 2/97, que define a composição
dos órgãos do poder local e as suas responsabilidades.
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2.4. A actividade financeira do Estado
Conforme destaca Pereira (2010), as Finanças Públicas de um país estão orientadas para a gestão
das operações relacionadas com a receita, a despesa, o orçamento e o crédito público. Dentre as
suas preocupações principais estão a obtenção, distribuição, utilização e o controle dos recursos
financeiros do Estado. De acordo com o respectivo autor
a arrecadação dos tributos decorre de uma
manifestação do poder de império do Estado,
impondo obrigações pecuniárias à sociedade,
retirando-lhes parte da riqueza produzida, com vista
a realizar a atividade financeira.(PEREIRA, 2010,
p. 115).
Para Bastos (2002), citado por Pereira (2010, p.115), a atividade financeira normalmente é
realizada “a partir da obtenção de receitas, pela gestão dos produtos da arrecadação e pela
efetivação dos dispêndios e despesas estatais”.
Quando se analisa a gestão do orçamento público – atividade esta relacionada com a forma de
como os recursos públicos são utilizados pelo Estado (PEREIRA, 2010) –, é o Déficit Público,
ou seja, a relação entre gasto e arrecadação de receitas. Para Matias-Pereira,
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O déficit decorre de baixa capacidade de poupança do país, que o leva a
endividar-se, ao longo do tempo, para manter o nível de investimentos do
Estado no patamar definido como adequando (PEREIRA, 2010, p. 131).
Pereira (2010) observa que para o cumprimento da respectiva responsabilidade, três modalidades
de déficit público podem ser consideradas por essas autoridades públicas: (a) déficit primário; (b)
déficit operacional e o (c) déficit nominal.
Segundo Pereira (2010), no primeiro caso (déficit primário) são incluídas todas as receitas, mas
excluindo na parte das despesas, o pagamento de juros; no segundo (déficit operacional), o
cálculo do respectivo déficit leva em consideração a soma do resultado primário com as despesas
com juros reais, ou seja, exclui apenas a parte que excede a inflação dos juros pagos pelo
governo sobre a dívida pública; assim, registra-se os gastos primários (salários, investimentos,
aposentadorias e outras despesas) e o pagamento de juros reais (excluída a inflação). Conforme
destaca Matias-Pereira (2010, p.132) “a utilização desse conceito operacional é mais adequada
em economias com inflação elevada”. Por fim, o déficit nominal representa o déficit total do
setor público, em que são registradas todas as despesas e receitas. Para Pereira (2010, p. 132)
“esse é o conceito operacional mais utilizado em termos internacionais, visto que facilita realizar
comparações internacionais, em relação ao déficit público do país”. O quadro abaixo mostra
resumidamente dos tipos de déficit público.
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Lei das Autarquias Locais
Conforme a Lei n.° 13/2018 de 17 de Dezembro preve – se no artigos 9.º, 12.º e 13.º
respectivamente os seguintes aspectos legais:
Autonomia
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O regime financeiro, orçamental e patrimonial das autarquias locais e o Sistema Tributário
Autárquico
A Lei nº 1/2008 de 16 de Janeiro estabelece o regime financeiro, orçamental e patrimonial das
auatarquias locais e o Sistema Tributario Autarquico, e apartir desta ferramenta legal percebe –
se que a mesma determina as normas orientadoras da actividade financeira nas autarquias.
Receitas Proprias - 1. Constituem receitas próprias das autarquias locais:
a) o produto da cobrança dos impostos e taxas autárquicas a que se refere a presente Lei;
b) o produto de um percentual de impostos do Estado, que por lei lhe sejam atribuídos;
c) o produto da cobrança das contribuições especiais que por lei lhes sejam atribuídas;
d) o produto de cobrança de taxas por licenças concedidas pelos órgãos autárquicos;
e) o produto de cobrança de taxas ou tarifas resultantes da prestação de serviços;
f) o produto de multas que, por lei, regulamento ou postura, caibam à autarquia local;
g) o produto de legados, doações e outras liberalidades;
h) quaisquer outras receitas estabelecidas por lei a favor das autarquias locais.
2. São igualmente receitas próprias das autarquias locais, especialmente afectas ao financiamento
de despesas de
investimento, incluindo grandes reparações e reabilitações das infra-estruturas a seu cargo:
a) o rendimento de serviços pertencentes à autarquia local, por ela administrados, dados em
concessão ou
exploração;
b) o rendimento de bens e direitos próprios, móveis e imóveis,por ela administrados, dados em
concessão ou
exploração;
c) o produto da alienação de bens e direitos próprios;
3. As receitas referidas na alínea g) do n° 1 quando consignadas para os objectivos definidos pelo
doador, deixam de constituir receita própria da autarquia.
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Princípios sobre o regime de crédito
1. Em complemento das receitas próprias, os orçamentosautárquicos podem beneficiar da
contracção de empréstimos.
2. Salvaguardado o disposto nos artigos seguintes, o recurso a empréstimos tem sempre carácter
extraordinário e destina-se:
a) à aplicação em investimentos reprodutivos e em investimentos de carácter social ou cultural;
b) a atender a despesas extraordinárias necessárias à reparação de prejuízos ocorridos em
situação de calamidade pública;
c) a satisfazer necessidades de saneamento financeiro das autarquias locais, em resultado da
execução de contrato
de reequilíbrio financeiro previamente celebrado.
2. Sem prejuízo do disposto nos números anteriores os serviços autónomos e empresas
públicas autárquicas podem recorrer ao crédito nos termos de regulamentação especial a
estabelecer por Decreto do Conselho de Ministros.
Empréstimos de curto prazo
1. As autarquias locais podem contrair empréstimos a curto prazo junto de instituições de crédito
nacionais para acorrer adificuldades ocasionais de tesouraria, não podendo, todavia, o montante
ultrapassar, em qualquer circunstância ou caso, o equivalente a três duodécimos da verba que a
cada uma delas couber nas transferências do Fundo de Compensação.
2. Os empréstimos contraídos nos termos do número anterior devem obrigatoriamente amortizar-
se até ao termo do exercíciorespectivo.
Classificação económica das despesas
As despesas das autarquias locais dividem-se em correntes e de capital.
2. São despesas correntes as que se destinam ao custeio da actividade corrente dos órgãos
autárquicos, nomeadamente:
a) fundo de salários;
b) bens e serviços.
3. Entende-se por despesas de capital as que implicam alteração do património autárquico,
incluindo os respectivos activos e passivos financeiros.
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Princípio da legalidade das despesas
1. Só é permitida a efectivação de quaisquer despesas ou assumpção de encargos desde que
tenham cobertura legal e para as quais exista adequada previsão e cabimento orçamental.
2. Incorre em responsabilidade disciplinar, civil e criminal aquele que efectuar ou autorizar
despesas contrariando o disposto no número anterior.
Quando as empresas não têm recursos próprios suficientes 1 e necessitam de dinheiro para
investir, normalmente buscam esses recursos no mercado financeiro. Tais recursos podem ser
provenientes de empréstimos, emissão de títulos de longo prazo (debêntures), títulos de curto
prazo (commercial paper, notas promissórias etc.). Perguntas a serem feitas pelo administrador
financeiro sobre decisões a respeito do financiamento de empresas podem ser do tipo:
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alternativas de investimento para o dinheiro excedente: poupança, títulos, ações de outras
empresas, recompra de ações da própria companhia etc.
A equipe que compõe a área financeira de uma empresa deve buscar e obter fundos de modo a
maximizar a riqueza dos acionistas. Brigham et al. (1999, p. 7) cita algumas atividades
específicas que isso envolve:
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As “Entidades Públicas Empresariais
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Constituição de empresas
2. A autorização referida no número anterior é concedida mediante parecer da entidade que gere
e coordena o SEE, fundamentado em estudo de viabilidade técnica, económica e financeira.
3. O Ministro que superintende a área de economia fixa, por Diploma Ministerial, os parâmetros
a utilizar para efeitos de determinação da viabilidade económica e financeira da empresa a
constituir, com base em indicadores objectivos e quantificáveis, tendo em conta a actividade
específica a desenvolver.
Para Macore (2018), o Sector Empresarial do Estado exerce uma função importante na economia
moçambicana. O Estado, por ausência de vocação empresarial, decidiu criar e atribuir a
entidades com personalidade jurídica própria, o exercício de diversas actividades.
Muitas dessas actividades só podem ser exercidas por entes que tenham o apoio do Estado,
dispondo de poderes e meios que as empresas privadas normalmente não têm. Hoje em dia,
tendo em vista acelerar o desenvolvimento do país, as empresas públicas tem um papel muito
importante não só através do exercício das suas actividades tradicionais, mas, também, das
parcerias que venham a estabelecer com empresas privadas, nacionais ou estrangeiras.
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3.Conclusão
A gestão das finanças publicas nos serviços com autonomia financeira e administrativa é um
grande desafio para as autarquias locais, visto que a principal fonte das receitas autarquicas são
provenientes de taxas e impostos, que na maioria das vezes são parcelas pecuniarias que não
compensam as necessidades do municipio. As autarquias locais, produzem receitas nas
autarquias que administram, não sendo permitido buscar fonts de receita em regiões que não
sejam da sua jurisdição, e isso vem a ser um limitante a gestão das finanças das autarquias.
Neste sentido o governo devia criar mecanismos de descentralizar mais serviços publicos para as
autarquias de modo a extender a sua área de actuação e possibilitar maior arrecadação de receitas
publicas da autarquia.
Portanto após a pesquisa, conclui que a gestão das finanças nos serviços com autonomia
administrativa e financeira merece um aprimoramento na medida que muitas autarquias não tem
atingido as metas anuais de receitas e consequentemente não satisfazem as necessidades basicas
da autarquia.
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Referencias Bibliograficas
GITMAN, Lawrence J. Princípios de administração financeira. 10. ed. São Paulo: Addison
Wesley, 2004. LEME JÚNIOR, Antônio B.; RIGO, Cláudio M.; CHEROBIM, Ana Paula M. S.
Administração financeira: princípios, fundamentos e práticas brasileiras. 2. ed. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2005.
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