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Oiá Borboleta
Oiá Borboleta
SILVIA- Contam os mais velhos, que numa aldeia muito distante, mais tão, tão
distante... pra lá de muito longe, depois dos noves céus. Vivia uma linda e travessa
menininha que se chamava Igabalé - " A pequena mata sagrada. " para o povo
Yorubá. Um dia, essa menina viveu no Aiê, com o nome de Lúcia Helena.
LUCAS- Ela adorava cantar e dançava rodopiando como um moinho de ventos. E o
seu canto tinha o poder de afastar os fantasmas e que assim, ela só tinha belos
sonhos...
SILVIA- Um dia, Heleninha, se perdeu na grande floresta de Laje do Banco, aonde
homem nenhum tinha coragem de entrar. Sozinha, com frio, chorou e, pela primeira
vez, teve medo. Quanto mais as horas passavam, mais medo sentia.
LUCAS- E noite foi chegando...
SILVIA- Mais medo!
LUCAS- Igabale se escondeu debaixo da Jequitibá, e começou ouvir muitos
barulhos, ruídos e grunidos e seu medo Cresceu, cresceu, cresceu... sem parar.
SILVIA- As horas passavam, e a noite tomou o dia. Com ela, seus vultos e visagens,
tomavam formas e dançavam, flutuavam, tremiam... Até falavam, mas o pior era
quando gritavam e apareciam.
OS DOIS- Mais medos, mais medos ...
LUCAS- Lúcia Helena se encolheu debaixo da JEQUITIBÁ e seu medo se transformou
em um Enorme Gigante...
SILVIA- Igabalé lembrou do dia que seu avô disse: Balé para espantar seus medos,
cante! Cante pra chamar por Lalu, o Exu de Oxalá. Ele logo apareceria e ela teria
direito a quatro perdidos para afugentar seus medos. E assim, Lúcia Helena fez.
Laluuuuuu, laluuuuuuuu: