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Era uma vez uma menininha virava Borboleta 🦋

SILVIA- Contam os mais velhos, que numa aldeia muito distante, mais tão, tão
distante... pra lá de muito longe, depois dos noves céus. Vivia uma linda e travessa
menininha que se chamava Igabalé - " A pequena mata sagrada. " para o povo
Yorubá. Um dia, essa menina viveu no Aiê, com o nome de Lúcia Helena.
LUCAS- Ela adorava cantar e dançava rodopiando como um moinho de ventos. E o
seu canto tinha o poder de afastar os fantasmas e que assim, ela só tinha belos
sonhos...
SILVIA- Um dia, Heleninha, se perdeu na grande floresta de Laje do Banco, aonde
homem nenhum tinha coragem de entrar. Sozinha, com frio, chorou e, pela primeira
vez, teve medo. Quanto mais as horas passavam, mais medo sentia.
LUCAS- E noite foi chegando...
SILVIA- Mais medo!
LUCAS- Igabale se escondeu debaixo da Jequitibá, e começou ouvir muitos
barulhos, ruídos e grunidos e seu medo Cresceu, cresceu, cresceu... sem parar.
SILVIA- As horas passavam, e a noite tomou o dia. Com ela, seus vultos e visagens,
tomavam formas e dançavam, flutuavam, tremiam... Até falavam, mas o pior era
quando gritavam e apareciam.
OS DOIS- Mais medos, mais medos ...
LUCAS- Lúcia Helena se encolheu debaixo da JEQUITIBÁ e seu medo se transformou
em um Enorme Gigante...
SILVIA- Igabalé lembrou do dia que seu avô disse: Balé para espantar seus medos,
cante! Cante pra chamar por Lalu, o Exu de Oxalá. Ele logo apareceria e ela teria
direito a quatro perdidos para afugentar seus medos. E assim, Lúcia Helena fez.
Laluuuuuu, laluuuuuuuu:

🎶🎶 Lalu, Lalu, oh Laluuuuu🎶🎶...


LUCAS- Do nada, de repente, naquela mata escura, de dentro de uma cabaça
branca, envolto de fumaça, Exu Lalu surgiu. Sorridente e brincalhão, fez uma
reverência, e se dobrou até o chão. Falou:
SILVIA-Parou.... para... o texto diz... “fez uma reverencia e se dobrou até o chão” T
LUCAS- Pois não princesa dos ventos, o que desejas?
SILVIA- Lalu, eu quero voltar para aldeia, estou com medo, muito... muitoooo medo!
LUCAS- Pois não princesa Da voz de ouro, faça seus quatro pedidos:
SILVIA- Ah! Eu quero ser vento.
LUCAS- Vento tu não podes ser !
SILVIA: - Por que não Lalu?
LUCAS- Ah! Como vento, ao ficares agitada, tu te transformarás num enorme
vendaval e poderás arrasar o mundo. Vento, vento não pode.
SILVIA- Ah, Já sei! Quero ser o Raio.
LUCAS- Raio, raio tu não podes ser!
SILVIA- Como assim, não poooode?!!!!! Que Exu é você?!
LUCAS- Como raio, quando ficares zangada , dispararás suas tempestade elétricas. E
elas arrasariam todas as aldeias. Raio não pode.
SILVIA- (Se sacudindo toda, mãos requebrando a cintura, Igabalé falou
impaciente)Tá, tá, tá. Pensou em silêncio (o que Vovô Alaboji foi me arranjar!). Eu
quero ser o Fogo... Eu sempre quis ser o Fogo! Isso, Obá! Serei o Fogo. O que me
dizes?!
LUCAS - Fogo, fogo... Fogo! Éhhh, fogo! Fogo não pode.
SILVIA- Por que não pode? Sempre quis ser fogo!
LUCAS- Como fogo, quando te irritares, tuas línguas incandescentes destruiriam o
mundo. Fogo não pode.
SILVIA- Se não posso ser vendaval, nem raio e nem fogo. Diga logo o que Eu posso
ser!
LUCAS- Serás Borboleta.
SILVIA: Borboleta! (Decepcionada).
LUCAS- serás Oyá, a mais bela borboleta. Serás linda, colorida, inofensiva e
brilhante... Portanto, toda vez que tiveres medo, bastaras proferir essas palavras
mágicas e estalar os dedos. Se trandormarás numa bela, colorida e perfumada
borboleta. Assim poderás voar com suas asas ao sabor do vento e a todo aquele que
roçares levemente a face, a este lhe concederás a boa sorte. Assim, nunca mais
teras medo, afinal de contas, quem em seu juízo perfeito assustaria uma bela
borboleta?"
SILVIA- Igabalé deu um grito de felicidade. Serei uma Borboleta! Sim, sim, serei uma
bela, colorida, perfumada e brilhante borboleta.
LUCAS- Contam os mais velhos, que Igabalé, agora Oyá, regressou para a sua aldeia
e, com suas asas brilhantes, correu o mundo.
SILVIA- Nunca mais sentiu medo.E, em época alguma, em tempo algum... Nenhum
ser humano pode prender Oyá... A mais bela borboleta.
OS DOIS- Toda mulher que der asas aos seus sonhos, poderá ser o que quiser.

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