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Crima
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Ano de frequência: 1º
1.1.Objectivo Geral.......................................................................................................................... 3
O português é uma das línguas faladas pelos PALOP’s e CPLP, ocupado a quinta posição entre as
línguas existentes no mundo. Do ponto de vista da origem afirma-se que, o Português surgiu do
Latim, língua falada no Lácio na região da Itália, falado pelos latinos fundadores do Império
Romano, o português viria da junção do Latim vulgar, e com a língua substrato supostamente
Céltico, falado na Península Ibérica. A língua portuguesa, nem sempre se falou da mesma
maneira, ela varia de acordo com o tempo e o espaço onde se encontra cada falante. É neste
âmbito, que surge o presente trabalho intitulado: a Língua portuguesa em Moçambique - Caso do
Distrito de Vilankulo, que tem por objectivos:
1.1.Objectivo Geral:
Conhecer as variantes linguísticas do português e suas características.
1.2. Objectivos específicos:
Explicar as condições sócio históricas que comparticiparam na origem, evolução e
formação da língua Portuguesa;
Descrever os factores que influenciam na variação do português em Moçambique;
Identificar as características linguísticas do português falado no Distrito de Vilankulo
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2. REFERÊNCIAS TEÓRICAS
Esta etapa consiste na discussão dos conceitos - chave e ideias importantes que conduziram a
concretização deste trabalho. Trata-se de um suporte teórico para a análise e reflexão aquando
dos dados ou informações que foram constatados durante a elaboração deste trabalho. Contudo,
antes de trazer as ideias e informações a respeito da temática em abordagem, iremos fazer uma
análise a respeito das seguintes palavras-chave: Língua, Moçambique e português.
Segundo Borregana (2007, p.7) A língua é um sistema organizado de sons vocais de que nos
servimos para expressar ideias e comunicar com os falantes conhecedores do mesmo código.
A língua é um sistema de signos que exprimem ideias, e é comparável, por isso, à escrita, ao
alfabeto dos surdos-mudos, aos ritos simbólicos, às formas de polidez, aos sinais militares etc.,
ela é apenas o principal desses sistemas (Saussure, 1970, p.24).
Com base nas ideias apresentadas pelos autores acima citados, conclui-se que: língua pode ser
definida como um conjunto organizado de signos ou expressões sonoras com um significado
convencional partilhado por falantes conhecedores do mesmo código.
2.1.2. Moçambique
“Moçambique é país africano localizado a Sul do Equador, na costa oriental de África na região
da África Austral”, (IEDA, 2017, p.17).
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2.2. CONDIÇÕES SÓCIO HISTÓRICAS QUE COMPARTICIPARAM NA ORIGEM,
EVOLUÇÃO E FORMAÇÃO DA LÍNGUA PORTUGUESA
A língua portuguesa pertence ao grupo das línguas românicas que por sua vez pertence à família
das línguas chamadas de indo-europeias.
Pior volta do II milénio a.C., o grande movimento migratório de leste para oeste de alguns povos
provenientes talvez do norte dos mares Negros e Cáspio ou do norte da Índia, que falavam
línguas do grupo indo-europeu terminou, atingindo seu habitat quase definitivo (Tayssier, 1982).
Um desses grupos, os Celtas, estavam situados de início no centro da Europa, mas entre, II e o I
milénio a.C. foram ganhando várias outras regiões, até ocupar no século III a.C. mais da metade
do continente europeu, onde ficaram conhecidos por diferentes denominações segundo as zonas
que ocupavam sendo de destaque: celtiberos na Península Ibérica, gauleses na França, bretões na
Grã-Bretanha e gálatas no Centro da Turquia.
Período Românico
A partir de 218 a.C., com invasão romana da península, e até século IX, a língua falada na região
é o romance, uma variante do latim que constitui um estágio intermediário entre o latim vulgar e
as línguas latinas modernas como português, castelhano, ou francês.Durante o período de 409 a
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711 d.C. Alguns povos de origem germânica instalaram-se na Península Ibérica. O efeito dessas
migrações na língua falada pela população não era uniforme, tendo iniciado desta feita, um
processo de diferenciação regional.
Invasão Moura
A partir de 711, com a invasão moura da Península, o árabe é adoptado como língua oficial nas
regiões conquistadas, mas a população continua a falar romance. No período que vai do século IX
(surgimento dos primeiros documentos latino-portugueses) ao XI, considerado época de transição
onde alguns termos portugueses aparecem nos textos em latim.
No século XI, á medida que os antigos domínios foram sendo recuperados pelos cristãos, os
árabes são expulsos para o sul da península, onde surgem os dialectosmoçárabes, a partir do
contacto do árabe com o latim.
Todas as línguas tendem a mudar com o tempo desviando-se constantemente com a relação à
norma e, na óptica de Timbane (2018, p.19) “a norma não é apenas ou simplesmente um conjunto
de formas linguísticas pré-estabelecidas, mas, também, é um agregado de valores socioculturais
usados por uma comunidade linguística.”
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2.3. Variantes do português
2.3.1. Português brasileiro
Independente em 1822, o Brasil vai, naturalmente, valorizar tudo o que o distingue da antiga
metrópole, particularmente as suas raízes índias. Deixar-se-á influenciar pela cultura da França e
acolherá também imigrantes europeus de nacionalidade diversa da portuguesa. Alemães e
italianos chegam em grande número, principalmente italianos. Como o tráfico dos negros
africanos cessou por volta de 1850, e como os índios se diluíram na grande mestiçagem
brasileira, essas vindas maciças de imigrantes europeus (sobretudo durante o período de 1870-
1950) têm contribuído para branquear o Brasil contemporâneo. Em duas gerações, os novos
habitantes aculturam-se e fundem-se na sociedade brasileira. Ao mesmo tempo, o pólo de
desenvolvimento desloca-se para o Centro-Sul.
O português instalou-se no Brasil em meados do século XVI, ou seja, numa data em que as
primeiras evoluções já se haviam realizado: eliminação de numerosos encontros vocálico;
unificação do singular das palavras do tipo mão, cão, leão; manutenção da distinção entre /b/ e
/v/; simplificação dos sistemas das sibilantes. Em todos esses pontos a koiné brasileira
generalizou a norma portuguesa do Centro-Sul, tendo eliminado as particularidades marcadas do
Norte.
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2.3.2.1. Português na Ásia
No início do século XX, a presença política de Portugal na Ásia limitava-se aos territórios de
Goa, Diu e Damão, na Índia, a uma parte da ilha de Timor, na Indonésia, e à pequena zona de
Macau, nas costas da China. Mas os portugueses tinham controlado outrora regiões bem mais
extensas, particularmente em Ceilão (hoje Sri Lanka) e em Malaca. Além disso, dos séculos XVI
ao XVIII, o português serviu de língua franca nos portos da Índia e nos do Sudeste da Ásia.
A Índia portuguesa foi recuperada pela União Indiana em 1961, e Ti-mor anexado pela Indonésia
em 1974, essas sobrevivências linguísticas observaram dois tipo a saber:
O português oficial: o único ponto onde o português, na sua forma oficial, poderia esperar
conhecer uma certa sobrevivência como língua veicular, ou como língua estrangeira estudada em
estabelecimentos de ensino, seria o território de Goa, hoje incorporado à União Indiana. Mas o
português vem sendo aí progressivamente suplantado pelo inglês, (TEYSSIER, 1982, p.76).
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Ainda sobre o português africano, segundo Teyssier (1982, p.78) Qualquer que seja o seu futuro
remoto, a África lusófona constituirá ainda durante longo tempo para a língua portuguesa uma
importante área de expansão. Oficialmente, esse português da África segue a norma europeia.
Mas, no uso oral, dela se distancia cada vez mais. E não deixa de ser curioso que por certas
particularidades ele se aproxime do português brasileiro.
Em Moçambique, não é excepção. Todas as línguas faladas tendem a mudar com o tempo
desviando-se constantemente com relação à norma. A cerca mais especificamente do contexto
moçambicano, observa-se que a escola apoia-se no português de Portugal (norma-padrão
europeia) para ensinar e avaliar competências em português dos alunos, o que faz com que os
alunos não progridam academicamente.
Moçambique é um país multilíngue onde convivem cerca de vinte línguas bantu, o português, o
gujarati, o híndi e o árabe. O português é a língua oficial e é de uso obrigatório na educação e nas
instituições públicas. O português cria impasse porque os cidadãos não dominam a norma-padrão
europeia. Nenhuma língua viva está isenta de variação. O Português de Moçambique é uma
variedade que resulta de contextos sociolinguísticos e da diversidade cultural.
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Tal como se disse anteriormente acerca do português moçambicano, no Distrito de Vilankulo
também, devido às variáveis sociais, o português falado apresenta algumas peculiaridades do
português europeu ou da norma portuguesa, tomando algumas particularidades ao nível fonético,
morfológico, lexical e semântico devido as entradas de termos vindos das diversas línguas Banto
justificando-se pelo facto de que contextos socioculturais moçambicanos interferem na
comunicação e forçam a marcação da identidade.
Num estudo feito no distrito, constataram-se algumas particularidades linguísticas usadas pelos
falantes nativos da cidade, onde abaixo apresenta-se alguns exemplos nas componentes variantes:
Temos casos que apresentam a inserção da nasal em algumas palavras, tal se pode ver nos
seguintes exemplos:
Ex.7: “esquecer”, pronuncia-se como se tivesse um “n” entre a vogal “e” e consoante “c”
(esquencer);
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2.5.1.2. Componente morfológica
Ex.4: “Os alunos propuseram fazerem o trabalho em dois dias.” No padrão seria (fazer).
Também é frequente ocorrer a neutralização de formas próprias para o tratamento por tu/você.
Ex-6: “Jovem universitário, procure o teu lugar.” (procure.../...seu).
Ex-7:“Você não tinha nada que falar, porque ele não é teu irmão.” (seu).
Para o caso do Distrito de Vilankulo, pode ver-se alguns casos na especificidade semântica nos
exemplos a baixo:
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Ex1: Até nos dias de hoje, os falantes da língua citshwa em Vilankulo ainda
Dizem: “kudaya nyokana”(matar o bicho!) para se referir à primeira refeição do dia que
ocorre antes das 12h. E assim, houve transporte desse contexto para a variedade do Português
Moçambicano: ‘matabicho’ que significa “café da manhã” (no português do Brasil) ou pequeno-
almoço (no Português Europeu ou padrão).
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3. Considerações Finais
Por último, constatou-se que devido às variáveis sociais, o português falado no Distrito de
Vilankulo apresenta algumas peculiaridades do português europeu ou da norma portuguesa,
tomando algumas particularidades ao nível fonético, morfológico, lexical e semântico devido as
entradas de termos vindos das diversas línguas Bantu justificando-se pelo facto de que contextos
socioculturais moçambicanos interferem na comunicação e forçam a marcação da identidade.
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4. Referência Bibliográfica
Borregana, A.A. (2007). Gramática de Língua Portuguesa (1ª. Ed). Texto Editores, LDA.
Moçambique.
IEDA. (2017). Módulo 5 de Geografia. Maputo, Moçambique.
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