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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL

DA COMARCA DE BRUSQUE/SC

PAULO, brasileiro, viúvo, militar da reserva, portador da carteira de identidade nº


XXXXX, expedida pelo XXX, inscrita no CPF/MF sob o nº XXXXX, com endereço
eletrônico XXXXXX, residente e domiciliado na Rua Bauru, n° 371, Brusque/SC, nesta
cidade, por sua advogada Alana Duarte Nunes, que essa subscreve, propor a presente

AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE DE NEGÓCIO JURÍDICO

Pelo procedimento comum em face de JUDITE, brasileira, solteira, advogada,


portadora da carteira de identidade nº XXXX, expedida pelo XXX, inscrita no CPF/MF
sob o nº XXXXX, com endereço eletrônico desconhecido, residente e domiciliado na
residente na Rua dos Diamantes, n° 123, Brusque/SC, JONATAS, espanhol, casado,
comerciante, portador da carteira de identidade nº XXXXX, expedida pelo XXX,
inscrita no CPF/MF sob o nº XXXXX, com endereço eletrônico desconhecido, residente
e domiciliado na Rua Jirau, n° 366, Florianópolis/SC, e JULIANA, brasileira, casada,
portadora da carteira de identidade nº XXXX, expedida pelo XXX, inscrita no CPF/MF
sob o nº XXXXX, com endereço eletrônico desconhecido, residente e domiciliado na
residente na Rua Jirau, n° 366, Florianópolis/SC, pelos fatos e fundamentos que passa a
expor.

DA PRIORIDADE DE TRAMITAÇÃO

Conforme documentos pessoais do Autor anexados aos autos, este conta hoje com 65
anos de idade, fazendo jus ao benefício da prioridade na tramitação de procedimentos
judiciais, nos termos do art. 1.048 do Código de Processo Civil e art. 71 do Estatuto do
Idoso.

DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO – MEDIAÇÃO

O autor manifesta interesse em realizar audiência de conciliação ou mediação conforme


os termos apresentados no art. 334 do NCPC.

DOS FATOS
De início, cabe dizer que o autor juntamente com a Ré JUDITE, era proprietário de um
imóvel situado na Rua Rubi, n.º 350 na cidade de Balneário Camboriú/SC, conforme
escritura pública de fls. XX.

Nessa vereda, com propósito de venderem o referido imóvel, o Autor outorgou a Ré


JUDITE, em novembro de 2011, procuração com poderes especiais e expressos para
realizar a alienação, como demonstra o documento de fls. XXX.

Todavia, tal procuração foi revogada pelo Autor no dia 16 (dezesseis) de novembro de
2016 junto ao Cartório do 1º Ofício de Notas, mesmo cartório onde a procuração foi
emitida e a Ré JUDITE foi devidamente notificada da revogação no dia 05 (cinco) de
dezembro de 2016, conforme documentos de fls. XXX e XXX.

Ocorre que, em 15 (quinze) de dezembro de 2016, a 1° Ré JUDITE, ciente da revogação


dos poderes conferidos pelo Autor, em flagrante má-fé, utilizou-se da procuração
outorgada pelo autor, seu irmão, alienou para o 2° réu JONATAS e 3° ré JULIANA, o
imóvel de veraneio situado na Rua Rubi, n° 350, Balneário Camboriú/SC, salientando
que este era do autor e da 1° Ré JUDITE, no valor de R$ 150.000,00 (cento e cinquenta
mil reais).

É de suma importância frisar que foi notificada da revogação da procuração 10 (dez)


dias antes da alienação do referido imóvel.

O Autor só teve ciência da referida alienação no dia 01 (primeiro) de fevereiro de 2017,


ocasião em que esteve no imóvel e o encontrou ocupado pelos 2° e 3° réus JONATAS e
JULIANA, que lhe informaram do negócio feito com a 1° Ré JUDITE.

Diante do exposto, não resta alternativa ao Autor, senão a propositura da presente ação,
requerendo à anulação do negócio jurídico celebrado pela 1° ré JUDITE, com o 2° réu
JONATAS e 3° ré JULIANA.

DOS FUNDAMENTOS

O direito do Autor vem primordialmente amparado na Lei nº 10.406 de


10 de janeiro de 2002, em especial em seu Art. 661, §1, que assim dispõe:

Art. 661. O mandato em termos gerais só confere poderes de administração.

§ 1 o Para alienar, hipotecar, transigir, ou praticar outros quaisquer atos que


exorbitem da administração ordinária, depende a procuração de poderes especiais e
expressos.
Bem como no art. 662:

Art. 662. Os atos praticados por quem não tenha mandato, ou o tenha sem poderes
suficientes, são ineficazes em relação àquele em cujo nome foram praticados, salvo se
este os ratificar.

Parágrafo único. A ratificação há de ser expressa, ou resultar de ato inequívoco, e


retroagirá à data do ato.

Fica claro o vício de consentimento e dolo por parte da 1° ré JUDITE no


presente no caso, uma vez que o autor não queria a realização do negócio jurídico.

Art. 145. São os negócios jurídicos anuláveis por dolo, quando este for a
sua causa.

Corroborando com o art. 171, ll, do CC:

Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o


negócio jurídico:

I - ....

II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou


fraude contra credores.

DA DOUTRINA

Por oportuno, vale ressaltar os dizeres de Kioitsi Chicuta (1998, p. 69):

“A importância da segurança material ou formal não deve fazer olvidar que há uma
segurança anterior, em grande medida conseguida através de cautelas, sem as quais a
segurança documental seria vã.(...) Redigindo de forma clara a sistemática, sem
contradições, ambiguidades nem lacunas, apto para satisfazer as finalidades práticas,
asseguram a confiabilidade do sistema”.

DA JURISPRUDÊNCIA

DAS PROVAS QUE PRETENDE PRODUZIR

Para demonstrar o direito arguido no presente pedido, o autor pretende instruir


seus argumentos com todas as provas em direito admitidas, na amplitude dos artigos
369 do CPC em especial, prova documental, prova pericial, testemunhal e depoimento
pessoal do Réu.

Importante esclarecer sobre a indispensabilidade da prova


documental/testemunhal, pois se trata de meio mínimo necessário a comprovar o direito
pleiteado, sob pena de grave cerceamento de defesa:

CERCEAMENTO DE DEFESA. INDEFERIMENTO DA


PRODUÇÃO DE PROVA ORAL E COMPLEMENTAÇÃO
DE PERÍCIA. Constitui-se cerceamento de defesa o
indeferimento da produção de prova oral e prova técnica visando
comprovar tese da parte autora, considerando o julgamento de
improcedência do pedido relacionado a produção da prova
pretendida. (TRT-4 - RO: 00213657920165040401, Data de
Julgamento: 23/04/2018, 5ª Turma) #undefined

Tratam-se de provas necessárias ao contraditório e à ampla defesa,


conforme dispõe o Art. 369 do Novo CPC, "As partes têm o direito de empregar todos
os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não especificados neste
Código, para provar a verdade dos fatos em que se funda o pedido ou a defesa e
influir eficazmente na convicção do juiz."
Trata-se da positivação ao efetivo exercício do contraditório e da ampla
defesa disposto no Art. 5º da Constituição Federal:

"Art. 5º (...) LV - aos litigantes, em processo judicial ou


administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o
contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela
inerentes;(...)"

Para tanto, o autor pretende instruir o presente com as provas acima


indicadas, sob pena de nulidade do processo.

DOS PEDIDOS

Por todo o exposto, REQUER:

 A designação da audiência de conciliação;

 A prioridade na tramitação;

 Citação dos Réus para INTEGRAR O POLO PASSIVO NA RELAÇÃO


PROCESSUAL e querendo conteste o feito sob pena de revelia e confissão.

 Cartório do REGISTRO GERAL DE IMÓVEIS DE BALNEÁRIO


CAMBORIU/SC sobre a ação em andamento;

 Seja julgado procedente o pedido para anular o negócio jurídico celebrado;

 Seja julgado procedente o pedido para a condenação do Réu ao ônus de


sucumbência.

• DO VALOR DA CAUSA

Dá-se á causa o valor de R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais) amparado


no art. 292, II do NCPC.
Nestes termos, pede deferimento.

XXXXXX, 10 de fevereiro de 2017

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