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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS

Centro de Desenvolvimento Tecnológico


Curso Bacharelado em Engenharia Hídrica
Sistema de Abastecimento e Tratamento de Água

Projeto de Adutoras

Ingridy Duarte
Marília de Oliveira Felten

Pelotas, 2022
Ingridy Duarte
Marília de Oliveira Felten

Projeto de Adutoras

Projeto da disciplina de Sistema de


Abastecimento e Tratamento de Água,
do curso de graduação em Engenharia
Hídrica da Universidade Federal de
Pelotas.

Profa Drª. Danielle de Almeida Bressiani

Pelotas, 2022
Lista de Figuras

Figura 1: Escolha do Ponto de partida...............................................................7


Figura 2: Traçado da adutora.............................................................................8
Figura 3: Perfil de elevação do terreno.............................................................10
Figura 4: Alocação dos acessórios no perfil de elevação...................................15
Lista de Tabelas

Tabela 1: Trechos e seus respectivos comprimentos...........................................9


Tabela 2: Perda de carga distribuída por trecho................................................11
Tabela 3: Cota de eixo do tubo por trecho.........................................................13
Tabela 4: Cota piezométrica em cada ponto (estaca)........................................14
Tabela 5: Pressão de serviço por trecho e pressão estática do sistema............14
Tabela 6: Quantidade de acessórios utilizados..................................................16
Sumário

1. Introdução .................................................................................................. 6
2. Traçado da Adutora ................................................................................... 7
2.1. Comprimento da Adutora ...................................................................... 8
2.2. Perfil do Terreno ..................................................................................... 9
3. Estação Elevatória ................................................................................... 10
3.1. Perda de Carga ..................................................................................... 10
3.2. Alturas manométricas e altura geométrica ........................................ 12
3.3. Potência da bomba ............................................................................... 12
4. Cota do eixo do tubo e cotas piezométricas ......................................... 13
5. Pressão de serviço e pressão estática .................................................. 14
6. Acessórios ............................................................................................... 15
6.1. Descrição dos Acessórios ................................................................... 16
Referências Bibliográficas ............................................................................ 17
1. Introdução

A existência de sistemas de abastecimento de água para as populações,


que assegurem o fornecimento de água com qualidade e quantidade adequadas,
é de suma importância para que suas necessidades, tais como saúde e o
desenvolvimento industrial sejam atendidas (TSUTYIA, 2006). No entanto, a
garantia, mesmo que mínima no fornecimento desse recurso às populações em
geral é um dos desafios globais, tendo em vista que, conforme divulgado pela
UNESCO, três entre dez pessoas não possuí acesso a água potável com
qualidade (WWAP, 2019).
Dessa forma, o aprimoramento e difusão dos Sistemas de Abastecimento
de Água (SSA), faz-se necessário a fim de, realizar o tratamento adequado dos
corpos d’água, atendendo padrões de potabilidade mínimos exigidos para o
consumo, e ampliar distribuição desse insumo às pessoas. Os sistemas de
Abastecimento de Água são compostos geralmente por captação, tratamento,
estação elevatória, adução, reservatórios, rede de distribuição e ligação prediais
(GOMES, 2009). O correto dimensionamento destas unidades supracitadas
deve considerar o máximo possível das variáveis compreendidas ao longo do
processo, como vazão demandada e número de pessoas a serem atendidas. A
realização de um superdimensionamento do SSA pode exigir equipamentos
mais poderosos para suportar a vazão elevada, elevando os custos da sua
implantação, e o seu subdimensionamento pode ocasionar em vazões inferiores,
limitando o número de pessoas abastecidas (JÚNIOR, 2020).
Nesse contexto, apresenta-se o seguinte trabalho que tem por objetivo
realizar o dimensionamento de uma adutora da cidade de São Carlos – SP, onde
pretende-se construir uma nova rede de captação. Para a realização dessa
atividade consideramos que a ETA Vila Pureza será ampliada para atender a
nova demanda do município.
2. Traçado da Adutora

A figura 1, mostra o perfil de relevo da cidade de São Carlos com vários


pontos distribuídos pelo relevo da cidade. Para a escolha do traçado, os alunos
da disciplina se dividiram em duplas e cada dupla escolheu um ponto, o ponto
escolhido pelas autoras deste trabalho foi o ponto C3.

Figura 1: Escolha do ponto de partida.

A partir do ponto escolhido foi necessário o uso do software AutoCAD,


para realizar o traçado da adutora e com o auxílio da função linha e desenhos
foi possível indicar a variação de cota através dos valores E0, E1, E2, E3, até o
E18, sendo o E0 o ponto referente a cota de captação e o E18 o ponto referente
a cota da Estação de Tratamento de Água.
Para traçar o caminho de uma adutora de acordo com TSUTIYA (2006),
deve-se levar em consideração as características topográficas do terreno, a
influência do plano de carga e da linha piezométrica, a localização e o perfil da
adutora, além das faixas de servidão ou desapropriação que possam existir.
Levando esses fatores em consideração foi realizado o traçado da figura 2.
Figura 2: Traçado da adutora.

A linha em vermelho na figura 2, mostra o caminho do traçado que sai do


ponto C3, até a Estação de Tratamento do município de São Carlos – SP. Pelo
percurso é possível observar na cor verde letras pequenas como E1, E2 que se
referem a mudança de cota, também na mesma figura pode-se ver estacas
pretas que quando aproximadas mostram que são na verdade legendas de
blocos de ancoragem, porém com a resolução da figura 2, não é possível
enxergar.

2.1. Comprimento da Adutora

Quando se pretende traçar o percurso da adutora, alguns fatores como o


mínimo possível de travessias de rio, preferência por estradas e avenidas, além
de se possível utilizar o menor percurso com residências a fim de diminuir o custo
da construção. Levando estes fatores em consideração foras escolhidos os
caminhos: Estrada Municipal Manoel Nunes, Rua Doutor G. Garcia Ferreira, Rua
Coronel Marino de Azevedo, Rua Major João Manoel de Campos, Rua
Desembargador Julho de Faria, Rua Henrique Gregori, Avenida José Pereira
Lopes, Rua General Osório e por fim Avenida Doutor Carlos Botelha com Rua
Major Júlio Sales.

Tabela 1: Trechos e seus respectivos comprimentos.


Trecho Distância trecho (m) Distância acumulada (m)
E0-E1 234,89 234,89
E1-E2 278,58 513,47
E2-E3 293,43 806,9
E3-E4 547,74 1354,64
E4-E5 463,48 1818,12
E5-E6 241,06 2059,18
E6-E7 278,7 2337,88
E7-E8 167,86 2505,74
E8-E9 241,96 2747,7
E9-E10 568,35 3316,05
E10-E11 714,79 4030,84
E11-E12 499,99 4530,83
E12-E13 1961,99 6492,82
E13-E14 956,94 7449,76
E14-E15 355,99 7805,75
E15-E16 406,74 8212,49
E16-E17 188,04 8400,53
E17-E18 529,75 8930,28

Na tabela 1, é possível ver os comprimentos dos trechos percorridos e as


distancias por trecho e acumuladas, para isso foi necessário o uso do software
AutoCAD o qual através de uma extensão permite contabilizar as distancias
percorridas com as linhas, resultando, portanto, em um comprimento total de
8.930,28 metros de adução.

2.2. Perfil do Terreno

Na figura abaixo é possível ver o traçado da adutora com relação entre as


cotas do relevo e o comprimento percorrido em cada trecho. A partir do gráfico
abaixo é possível delimitar os melhores locais para inserir acessórios.
Figura 3: Perfil de elevação do terreno.

3. Estação Elevatória

Conforme Tsutiya (2006), as adutoras variam conforme natureza da água


conduzida, se água bruta ou água tratada, e quanto a energia utilizada para a
movimentação desta água. Essa segunda classificação varia entre adutoras por
gravidade, adutoras por recalque e adutoras mistas. As adutoras por recalque,
caso deste projeto em questão, são utilizadas quando é necessário transportar
a água de um local a outro com cota mais elevada, ou seja, quando a água
transportada necessitar vencer uma diferença de cotas. Para realizar esse
transporte, utiliza-se estações elevatórias.
Para realizar o dimensionamento do recalque da água bruta, do ponto de
captação sob a cota 700 m, à estação de tratamento, localizada em uma cota
mais elevada, 840 m, utilizou-se a vazão equivalente a 690,5 L/s, e a planilha
com os cálculos e demais dados utilizados ao longo deste projeto encontra-se
no link a seguir:
https://1drv.ms/x/s!AtBLZ8oNY2UskQYi7Z2oVrMuMU_n?e=yt4R2I.

3.1. Perda de Carga

Para o cálculo da perda de carga nos trechos da adutora, utilizou-se a


Fórmula Universal (Equação 1) da perda de carga, juntamente com a Equação
de Swamee-Jain (Equação 2) para determinação do coeficiente de atrito.
𝐿 𝑉2
∆ℎ = 𝑓 ⋅ (𝐷) ⋅ (2⋅𝑔) Equação 1
0.25
𝑓= 𝜀 5.74
2 Equação 2
[log( + )]
3.7⋅𝐷 𝑅𝑒𝑦0,9
Onde:
Δh: perda de carga (m);
f: coeficiente de atrito (adm);
L: comprimento do trecho (m);
D: diâmetro da tubulação (m);
V: velocidade do escoamento (m/s);
g: aceleração da gravidade (m/s²)
ε: rugosidade absotula equivalente (m);
Rey: número de Reynolds (adm).
Para o valor de ε, adotou-se a tubulação como sendo de ferro fundido
novo, uma vez que o projeto é destinado a uma nova linha de adução, sendo
este valor igual a 0,0004 m (PORTO, 2006).
Os valores obtidos para a perda de carga distribuída para cada trecho
estão apresentados na tabela 2, abaixo.

Tabela 2: Perda de carga distribuída por trecho.


Δhd (m)
0,4716
0,5594
0,5892
1,0998
0,9306
0,4840
0,5596
0,3370
0,4858
1,1412
1,4352
1,0039
3,9394
1,9214
0,7148
0,8167
0,3776
1,0637
O valor usado para o diâmetro foi obtido através da Fórmula De Bresse
(Equação 3), fixando-se um valor para a velocidade igual a 1,5 m/s resultando
em um coeficiente De Bresse (k) no valor de 0,92, conforme Equação 4 abaixo.
Com o coeficiente De Bresse definido, substituiu-se ele na Equação 3 obtendo
um diâmetro igual a 0,76 m.
4
𝑘 = √𝜋⋅𝑉 Equação 3

𝐷 = 𝑘 ⋅ √𝑄 Equação 4

Onde, V é a velocidade de escoamento em m/s, e Q a vazão em m³/s.


Para a continuidade dos cálculos, adotou-se diâmetro nominal equivalente
a 0,8 m, resultando, conforme equação da continuidade, uma velocidade de 1,37
m/s. Salienta-se que, conforme NBR 12215, a velocidade deve estar
compreendida entre 0,6 m/s (mínima) e menor ou igual a 3 m/s (máxima),
estando a velocidade obtida dentro dos parâmetros estabelecidos em norma.

3.2. Alturas manométricas e altura geométrica

A altura manométrica total (Hm total) é resultado da soma das alturas


geométricas (sucção e recalque/0, mais as perdas de carga localizada e contínua
e a carga cinética do fluído. Ressalta-se que para esta atividade desprezou-se a
perda de carga localizada. O valor obtido para a altura manométrica total foi de
157,97 metros.
Para a altura geométrica (hg) realizou-se a diferença entre a cota do ponto
de captação (700 m) e a cota da Estação de Tratamento de Água (840),
resultando em um hg=140m.

3.3. Potência da bomba

Para o cálculo da potência necessária para realizar o bombeamento, foi


utilizada a Equação 5 abaixo, conforme descrita por Porto (2006).

103 ⋅𝑄⋅𝐻𝑚 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙
𝑃= Equação 5
75⋅𝑛
Onde: P é a potência da bomba (cv); Q é a vazão (m³/s), Hm total é a
altura manométrica total, calculada anteriormente (m); e n é o rendimento do
conjunto motor-bomba, dado no exercício como igual a 85%.
Com isso foi obtida foi igual a 1711,03 cv.

4. Cota do eixo do tubo e cotas piezométricas

Foi considerado um rebaixo da tubulação em relação a superfície de 1,20


m, resultando em novas cotas para cada trecho, conforme tabela 3 abaixo.

Tabela 3: Cota de eixo do tubo por trecho.


Cota Eixo Tubo (m)
233,69
277,38
292,23
546,54
462,28
239,86
277,5
166,66
240,76
567,15
713,59
498,79
1960,79
955,74
354,79
405,54
186,84
528,55

Para a determinação da cota piezométrica inicial, CI, realizou-se a soma


da cota de captação e a altura manométrica total, Hm total, resultando em 857,97
m. A cota piezométrica em um ponto qualquer, CP, foi calculada realizando-se é
a subtração da CI com a perda de carga de cada trecho, Δhd, resultando na
tabela 4 a seguir.
Tabela 4: Cota piezométrica em cada ponto (estaca).
Estaca Cota Piezométrica Ponto CP (m)
E0 857,9694
E1 857,4978
E2 857,4101
E3 857,3803
E4 856,8696
E5 857,0388
E6 857,4854
E7 857,4098
E8 857,6324
E9 857,4836
E10 856,8283
E11 856,5342
E12 856,9655
E13 854,0300
E14 856,0480
E15 857,2547
E16 857,1528
E17 857,5919
E18 856,9058

5. Pressão de serviço e pressão estática

O cálculo da pressão de serviço em um ponto qualquer, PS, foi feito


através da subtração da CP (cota piezométrica em cada ponto) pela cota desse
respectivo ponto. A pressão estática, PE, é determinada pelo nível máximo de
água no reservatório na Estação de Tratamento de Água (ETA), nesse caso,
equivalente a cota da ETA. Os valores obtidos encontram-se na tabela 5 abaixo.

Tabela 5: Pressão de serviço por trecho e pressão estática do sistema.


Pressão de serviço (m) Pressão estática (m)
157,9694 840
137,4978
117,4101
117,3803
136,8696
137,0388
117,4854
117,4098
77,6324
57,4836
36,8283
16,5342
16,9655
14,0300
16,0480
37,2547
37,1528
17,5919
16,9058

6. Acessórios

Há três categorias operacionais e subadutoras em um sistema de


abastecimento, são elas: condição normal: quando se precisa de equipamentos
para o funcionamento na adutora no dia a dia; condição emergencial: quando
ocorre uma falha operacional ou em um dispositivo e condição catastrófica:
quando ocorre um evento excepcional (TSUTYA, 2006).

Figura 4: Alocação dos acessórios no perfil de elevação.

Na Figura 4, é possível ver a inserção dos acessórios na adutora em


função das cotas e estacas instaladas pelo relevo. A tabela 6, mostra a
quantidade de acessórios utilizados.
Tabela 6: Quantidade de acessórios utilizados.
Acessório Quantidade
Bloco de Ancoragem 8
Bomba 1
Válvula Antigolpe de Aríete 1
Válvula de Descarga 3
Válvula de Parada 2
Válvula de Retenção 1
Ventosa Dupla 2
Ventosa Simples 6
TOTAL 24

6.1. Descrição dos Acessórios

 Ventosa Simples: expulsa pequenas quantidades de ar, que não foram


arrastados pelo escoamento nos pontos elevados da tubulação.
 Ventosa Dupla: também tem como função expulsar o ar, além disso
insere ar durante o esvaziamento da linha e expulsa as pequenas
quantidades de ar desprendidas da água não arrastada pelo fluxo.
 Válvula Parada: deve interromper totalmente o fluxo da canalização,
trabalhando apenas em duas posições: aberto e fechado.
 Válvula de Descarga: as mais utilizadas são válvulas do tipo gaveta ou
borboleta. Sua função é o enchimento e esvaziamento da adutora.
 Válvula de Retenção: geralmente são instaladas na saída das bombas
afim de impedir o retorno do liquido através das bombas.
 Válvula Antigolpe de Ariede: protege o sistema da tubulação contra
picos de pressão.
 Blocos de Ancoragem: as tubulações podem gerar esforços tanto
internos quanto externos, logo a função do bloco de ancoragem é
absorver e transferir essa força para o solo.
 Bomba: sua função é fornecer energia para a água afim de recalca-la, ou
seja, eleva-la a uma cota mais alta, com pressão e quantidade
adequadas.
Referências Bibliográficas

PORTO, R.M. Hidráulica Básica. 4ª edição. São Carlos: EESC-USP, Projeto


REENGE, 519 p. 2006.
TSUTIYA, Milton Tomoyuki. Abastecimento de Água. 3. ed. São Paulo:
Departamento de Engenharia Hidráulica da Escola Politécnica da Universidade
de São Paulo, 2006.

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