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Tecnologia da

Comunicação
e da Informação
A imbricada relação entre imigrantes e nativos digitais

Responsável pelo Conteúdo:


Profa. Dra. Regina Tavares

Revisão Textual:
Prof. Ms. Claudio Brites
A imbricada relação entre imigrantes e nativos digitais

Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos:


• Introdução
• Superando a escola instrucionista
• A educação a distância vista por dentro

Fonte: iStock / Getty Images


Os objetivos desta Unidade são:
·· Administrar a tensão existente entre docente e discente frente às TICs
·· Habilitar o docente a conceber com criatividade e coerência o emprego das TICs em
ocasiões de aprendizagem
·· Compreender os pormenores da EaD

Vamos tratar nesta Unidade de elementos primordiais existentes nos cursos de EaD, são eles:
os ambientes virtuais de aprendizagem, os objetos, recursos e softwares educacionais, etc.
Além disso, será possível refletir sobre o emprego das TICs em situações de aprendizagem
variadas com criatividade.

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Unidade: A imbricada relação entre imigrantes e nativos digitais

Contextualização
Pedro Demo é um dos estudiosos mais prestigiados em EaD e nas demais reflexões a
respeito da comunhão entre tecnologia, comunicação e ensino-aprendizagem. A seguir,
recuperamos um excerto de palestra recente do pensador sobre as aplicações futuras das TICs
em educação. De certa forma, boa parte dessa reflexão é levantada pela presente Unidade.

[...] Pedro Demo diz que o mais importante é manter-se sempre aprendendo. De tempos
em tempos, deve-se renovar o diploma, aprendendo novos conteúdos de forma dinâmica e
praticando o autoestudo. As universidades não apoiam o autoestudo por deterem o monopólio
acadêmico, mas a sociedade caminha no sentido de quebrar esse monopólio do conhecimento.
As formas de aprender estão cada vez mais dinâmicas, e as universidades parecem igrejas, fiéis a
rituais, nas quais não se muda nada com o passar dos tempos. Nós aprendemos reconstruindo
o conhecimento, mas nossas instituições são instrucionistas, baseadas na aula expositiva. O
conteudismo tem sido ineficiente para nossas crianças – que já não deveríamos chamar de alunos,
e sim de pesquisadores. As crianças dessa geração já crescem integradas aos computadores,
jogos e celulares e têm curiosidade natural para aprender investigando por conta própria o que
lhes interessa. Em relação à tecnologia, elas são as nativas; nós, os imigrantes – bem diferente do
que acontece na sala de aula.
Em alguns países, como o Japão, os professores já ensinam com material de autoria própria.
Infelizmente, aqui no Brasil todas as instituições educacionais ensinam com base na aula
instrucionista. Esse tipo de aula não tem nada a ver com o conhecimento; os países desenvolvidos
já se deram conta disso há algumas décadas. Entretanto, esse modelo conteudista, em que os
professores se apoiam no livro didático e no material de outros autores, ainda persiste nos países
em desenvolvimento.
A importância da tecnologia no mundo atual deve ser considerada pela escola, pois não
há nenhuma função importante na sociedade que não utilize computador. As crianças
aprendem muito virtualmente, embora também seja possível aprender bem sem tecnologia.
É incompreensível para as gerações atuais pensar em conhecimento sem a internet. A criança
não aprende mais como nós aprendíamos. O cérebro humano é tão plástico que é capaz de
prestar atenção em várias coisas ao mesmo tempo. Antigamente, pensávamos que não, mas
hoje sabemos que é possível manter atenção profunda em uma tarefa enquanto fazemos outras
mais superficiais.
Ainda estranhamos algumas coisas como o Twitter, por exemplo. O Twitter é um modelo da
concisão que reina na internet. Como estudar bem uma coisa tão diminuída? O internetês não
é aceito, os professores precisam se apoiar na linguagem acadêmica. É preciso, porém, deixar de
lado o medo e o preconceito do computador e adaptar-se a essas novas formas de ensinar, pois
ele é apenas um meio, um instrumento; quem aprende somos nós.
O videogame, por exemplo, é um dos melhores meios de aprendizagem. Interativo, desafiador,
colaborativo... O cenário muda, é possível discutir o jogo em fóruns... Demo citou o jogo SimCity,
no qual a criança se torna prefeito de uma cidade que começa do zero e precisa encontrar
soluções para os problemas que vão surgindo.
Sempre falamos muito no lado positivo da internet, mas ela é ambígua e pode ser usada para
o bem ou para o mal. É certo que rebeldes se organizam pelo Twitter ou pelo Facebook, mas
os ditadores também se utilizam da rede para governar. A internet alimenta as ditaduras com
informações. Sabemos que as crianças também estão expostas a riscos na rede, por isso é preciso
controlar seu uso.
Fonte: http://www.educacaopublica.rj.gov.br/biblioteca/tecnologia/0038.html

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Introdução
Olá, que tal iniciarmos esta Unidade com os versos de vanguarda de um de nossos maiores
literatos nacionais? Sua veia poética no texto a seguir vai ao encontro de nossas expectativas
em relação à escola do futuro:

Para Sara, Raquel, Lia e para todas as crianças


Carlos Drummond de Andrade
Eu queria uma escola que cultivasse Oh! meu Deus!
a curiosidade de aprender Deus que livre vocês de uma escola
que é em vocês natural. em que tenham que copiar pontos.

Eu queria uma escola que educasse Deus que livre vocês de decorar
seu corpo e seus movimentos: sem entender, nomes, datas, fatos...
que possibilitasse seu crescimento
físico e sadio. Normal
Deus que livre vocês de aceitarem
Eu queria uma escola que lhes conhecimentos “prontos”,
ensinasse tudo sobre a natureza, mediocremente embalados
o ar, a matéria, as plantas, os animais, nos livros didáticos descartáveis.
seu próprio corpo. Deus.
Deus que livre vocês de ficarem
Mas que ensinasse primeiro pela passivos, ouvindo e repetindo,
observação, pela descoberta, repetindo, repetindo...
pela experimentação.
Eu também queria uma escola
E que dessas coisas lhes ensinasse que ensinasse a conviver, a
não só o conhecer, como também cooperar,
a aceitar, a amar e preservar.
a respeitar, a esperar, a saber viver
em comunidade, em união.
Eu queria uma escola que lhes
ensinasse tudo sobre a nossa história
e a nossa terra de uma maneira Que vocês aprendessem
viva e atraente. a transformar e criar.

Eu queria uma escola que lhes Que lhes desse múltiplos meios de
ensinasse a usarem bem a nossa língua, vocês expressarem cada
a pensarem e a se expressarem sentimento,
com clareza. cada drama, cada emoção.

Eu queria uma escola que lhes Ah! E antes que eu me esqueça:


ensinassem a pensar, a raciocinar,
a procurar soluções.
Deus que livre vocês
de um professor incompetente
Eu queria uma escola que desde cedo
Usasse materiais concretos para que vocês
pudessem ir formando corretamente os
conceitos matemáticos, os conceitos de números,
as operações... pedrinhas... só porcariinhas!...
fazendo vocês aprenderem brincando...

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Unidade: A imbricada relação entre imigrantes e nativos digitais

Superando a escola instrucionista


Para o pensador da educação, Pedro Demo (2004), a escola tradicional e seus imigrantes
digitais mais conservadores sugerem baixo aproveitamento das TICs no ambiente escolar. De
acordo com o estudioso e outros de pensamento correspondente, o ensino digital não ocupa
lugar representativo nos currículos acadêmicos dos mais diferentes níveis de ensino. Salvo
exceções, são raras as metodologias e práticas pedagógicas que avançaram para além da
construção de laboratórios de informática e acesso Wi-Fi.
Em parte, essa postura da escola tradicional se deve a dois fatores significativos: o primeiro
fator seria o temor ao desaparecimento ou enfraquecimento da figura do professor; o segundo,
seria a visão paradigmática da escola instrucionista, ou seja, aquela que acredita na construção
hierárquica do conhecimento a partir da concessão de informações, numa via de mão única
e unidirecional, entre professor e aluno (Figura 1). Paradoxalmente, a escola progressista e
contemporânea promove a construção do conhecimento a partir da comunicação multidirecional
e democrática entre estudantes e professores (Figura 2).

Figura 1 - Comunicação Unidirecional - Via de mão única

Reprodução memorizada
Professor Conhecimento Aluno e incontestável do
conhecimento adquirido

Figura 2 - Comunicação Multidirecional

Conhecimento e
retroalimentação
do conhecimento

Professor Estudante

O temor ao desaparecimento ou enfraquecimento da figura do professor é perfeitamente


compreensível, tendo em vista que até bem pouco tempo era ele o protagonista de quaisquer
processos de ensino-aprendizagem. Contudo, a sensação de insegurança por parte do docente
desponta a partir da disseminação falaciosa de que a escola está defasada em relação ao
conhecimento facilmente adquirido, assimilado e compartilhado via internet.

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O professor deve ter em mente a inviabilidade de qualquer TIC aplicada à formação acadêmica
sem a sua indispensável e notória presença. É impensável não contar com o professor na articulação
interativa entre tecnologia e aprendizagem, pois toda e qualquer proposta de alfabetização de
crianças e de andragogia é mais duradoura e melhor sustentável se ocorrer no ambiente escolar e
sob a articulação docente. Somente softwares ou hardwares sofisticados não são suficientes para
promover a tão almejada inclusão digital e, por conseguinte, social.
Por meio das TICs, num processo de retroalimentação contínua do conhecimento, o
docente estimula a sua formação ad eternum, potencializando sua aprendizagem constante,
independente das imposições geográficas ou temporais – assim como ocorre com o seu
estudante, provavelmente, já um nativo digital. Sendo esse já habituado ao conhecimento
ilimitado e não-linear disposto em sites e seus hipertextos, a conduzir de texto em texto, uma
colcha de retalhos infinita de informações observada de forma aleatória e imprecisa ao sabor
de seus cliques.

Hipertexto é o termo que remete a um texto em formato digital, ao qual se agregam outros
conjuntos de informação na forma de blocos de textos, palavras, imagens ou sons, cujo
acesso se dá através de referências específicas denominadas hiperlinks, ou simplesmente
links. Trata-se de um novo modo de leitura e de organização da escrita.
O hipertexto permite – ou, de certo modo, em alguns casos, até
mesmo exige – a participação de diversos autores na sua construção,
a redefinição dos papéis de autor e leitor e a revisão dos modelos
tradicionais de leitura e de escrita. Por seu enorme potencial para
se estabelecerem conexões, ele facilita o desenvolvimento de
trabalhos coletivamente, o estabelecimento da comunicação e
a aquisição de informação de maneira cooperativa. Embora haja
quem identifique o hipertexto exclusivamente com os textos
eletrônicos, produzidos em determinado tipo de meio ou de
tecnologia, ele não deve ser limitado a isso, já que consiste numa
forma organizacional que tanto pode ser concebida para o papel
como para os ambientes digitais. É claro que o texto virtual permite
concretizar certos aspectos que, no papel, são praticamente
inviáveis: a conexão imediata, a comparação de trechos de textos
na mesma tela, o “mergulho” nos diversos aprofundamentos de
um tema, como se o texto tivesse camadas, dimensões ou planos
(RAMAL, 2002, p. 56).

Tal lógica também se observa nos ambientes e-learnings gratuitos ou privados que libertam
o usuário de uma ordem determinada do conhecimento, possibilitando selecionar o que se
pretende observar primeiro, depois e em última instância. Tal configuração por si só já se
revela como uma maneira mais flexível de aprendizagem, não mais submetida à transmissão
instrucionista de informações.
Em suma, cabe ao docente compreender as TICs como ferramentas capazes de aprimorar
formas de estudar, pesquisar, criar, ensinar, aprender, compartilhar, comunicar e, principalmente,
disseminar a cultura humana a partir da reinvenção da sala de aula.

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Unidade: A imbricada relação entre imigrantes e nativos digitais

A seguir, destacamos as demais contribuições das TICs:


1. Auxiliar à concepção de práticas de ensino-aprendizagem mais envolventes e
dinâmicas, de acordo com as premissas do século XXI. Como exemplo, podemos
destacar a “gamificação”. A partir dessa concepção, os estudantes adquirem habilidades
e competências diversas, tais como superação de desafios, criatividade, estratégia,
motivação, entre outras.

Gamificação é o uso de técnicas de design de jogos que utilizam mecânicas de jogos e


pensamentos orientados a jogos para enriquecer contextos diversos – normalmente não
relacionados a jogos.
»» http://pt.wikipedia.org/wiki/Gamificação
Confira reportagem com 10 dicas para gamificar a sua aula:
»» http://www.opusphere.com/10-ideias-especificas-para-gamificar-sala-de-aula/

2. Promover ações e conteúdos autônomos e autorais, tais como os conteúdos


contemplados em blogs. Além dos professores incentivarem o uso de tal instrumento
de comunicação em exercícios específicos, os estudantes podem se utilizar desse artifício
para expor suas ideias, manifestarem opiniões ou ainda aprofundarem conhecimentos
acadêmicos adquiridos em sala de aula. Tal atitude pode fundamentar ações cidadãs e
democráticas, por excelência.

Exemplo: A autora do blog Diário de Classe expunha suas inquietações na rede social
a fim de buscar melhorias reais para a escola pública na qual estudava.

Confira as conquistas da garota referida acima após um ano de publicações no referido


www blog. Trata-se de uma lição de cidadania.
Link: http://goo.gl/QU5XAa

3. Possibilitar novas oportunidades de pesquisa acadêmica, adversas do “imperi-


alismo” imposto pelas antigas enciclopédias. Graças à Internet, inúmeras fontes
de informação, em diversas línguas e características, podem suprir a pesquisa de um
estudante por um tema qualquer. Trata-se de uma excelente forma de lidar com
opiniões complementares e divergentes sobre um mesmo assunto. Entretanto, não
há como negar a existência de determinados riscos, tais como: a facilidade do plágio,
a disseminação de preconceitos, dualismos, fascismos ou a simples reprodução de
conteúdos sem credibilidade ou apuração. Nesse sentido, cabe à escola habilitar o
estudante a distinguir o “joio do trigo”, ou seja, a selecionar o que é ou não oportuno
a sua formação acadêmica.
Uma possibilidade relacionada à questão da pesquisa e muito discutida na atualidade
está no conceito Flipped classroom – numa possível tradução, Sala de aula invertida.
Nela, o estudante entra em contato com os conteúdos básicos antes da aula, tais como
vídeos, textos, games, etc. – geralmente, a partir de pesquisas acadêmicas realizadas

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on-line. Em sala de aula, o professor aprofunda o aprendizado com exercícios, estudos
de caso e conteúdos adicionais. A ideia não é importar a didática estrangeira a qualquer
custo, mas nada impede que, no Brasil, o método seja adaptado à nossa realidade e que
traga contribuições efetivas para o delineamento da escola ideal.

4. Contribuir para relações mais interativas entre professores, escola, estudantes e o


conhecimento, tendo em vista a promoção de autonomia e produção autoral.

5. Incluir digitalmente, na medida em que a incorporação das TICs em ambientes


acadêmicos podem promover o acesso ao conhecimento e a democratização da
educação e, por conseguinte, inspirar a inclusão social. Nesse sentido, a educação a
distância (EaD) é exemplo de inclusão digital e social.

Os infográficos abaixo (figuras 3 e 4) evidenciam o uso das TICs no ensino superior e no


ensino básico, respectivamente.
Figura 3

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Unidade: A imbricada relação entre imigrantes e nativos digitais

Figura 4

A seguir, nos familiarizaremos com personagens e objetos presentes no cenário da EaD.

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A educação a distância vista por dentro

Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVAs)


Um AVA é um software, geralmente baseado na Web, que auxilia na organização de cursos
ou disciplinas amparadas pelas TICs. AVAs possuem o seguinte conjunto de ferramentas:

• Gerenciamento de conteúdo;
• Possibilidade de inserção de materiais digitais (ou links para os mesmos) de diversos formatos;
• Comunicação síncrona e assíncrona: ferramentas de chat, fórum e transmissões ao vivo;
• Avaliação, mecanismos de autoavaliação e avaliação automatizada; e
• Gerenciamento de tarefas.

Deve-se ressaltar que as ferramentas disponíveis variam de ambiente para ambiente. Os


AVAs também podem ser denominados AVEA (Ambiente Virtual de Ensino e Aprendizagem),
LMS (Learning Management System) e LCMS (Learning Content Management System).
Exemplo de AVA, o BlackBoard é amplamente empregado no Grupo Cruzeiro do Sul
Educacional. Vide Figura 5 a seguir:
Figura 5

Outro exemplo de AVA muito utilizado no Brasil é o http://moodle.org/. O Moodle (Modular


Object-Oriented Dynamic Learning Environment) é um AVA disponibilizado como um software
livre, criado em 2001 por Martin Dougiamas. Refere-se a um ambiente gratuito, seu uso está
bastante difundido no Brasil e no mundo.
Visite o site Moodle.org

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Unidade: A imbricada relação entre imigrantes e nativos digitais

O que são Objetos de Aprendizagem (OAs)?


A definição mais aceita para OAs engloba qualquer, item digital ou não digital, que possa
ser utilizado, reutilizado ou referenciado durante o aprendizado suportado por tecnologias.
Para que um objeto de aprendizagem possa ser reutilizado, é preciso que esse objeto seja
devidamente indexado e armazenado em um repositório. Há vários repositórios mantidos por
governos, universidades ou organizações públicas e privadas.
Conheça alguns:
»» Portal do Professor, mantido pelo MEC (acesse o site “Recursos Educacionais”):
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/;
»» Portal MERLOT (em inglês – clique nos itens abaixo de ‘Browse Collection’):
http://www.merlot.org/;
»» Portal do governo chileno (em espanhol): http://www.educarchile.cl/;
»» Projeto Labvirt - Faculdade de Educação da USP (OAs de Física e Química):
http://www.labvirt.fe.usp.br/;
»» Portal de OA do Instituto de Física da USP: http://efisica.if.usp.br/;
»» Núcleo de OA em Física – Univ. Federal da Paraíba Núcleo de AO em Física Recursos
Educacionais sobre Química, Biologia, Física, Matemática e Ciência da Computação:
http://www.ilumina-dlib.org/;
»» Recursos multimídia em várias áreas – tais como matemática, física, biologia, química,
história, geografia: http://rived.mec.gov.br/;
»» Recursos educacionais de várias áreas da UFRGS: http://www.lume.ufrgs.br

Softwares educativos
Tratam de softwares cujo principal propósito é o ensino ou a autoaprendizagem. O objetivo
principal é que o aprendiz faça uso do software, tenha prazer em lidar com ele e que possa
praticar ações nele de maneira clara e objetiva. Há vários desses softwares gratuitos à disposição
na Internet, uma relação deles, que estão disponíveis para download e favoráveis ao ensino de
física, encontra-se em: http://www.saintmarys.edu/~rtarara/DOWNLOADS.html.

Atores do processo de ensino-aprendizagem em EaD


O docente pode atuar de inúmeras formas em EaD, seja de maneira presencial, semipresencial
ou a distância plenamente. O docente pode ser:
»» Conteudistas – especialistas em uma determinada área do conhecimento responsáveis
pela produção do material didático, a ser disponibilizado em AVAs;

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»» Tutores – professores responsáveis pelo acompanhamento dos alunos em cursos ou
disciplinas a distância. São esses importantes agentes que respondem mensagens em
fóruns, participam em chats, acompanham os mecanismos de avaliação, entre outras
funções. Após a conclusão do material didático pelo conteudista, entra em ação o tutor
cujo papel é o de prover a interação e o relacionamento de todos os participantes dos
AVAs. Ao tutor, é necessário ter uma série de habilidades e competências, conforme
explicita Maia (2002, p.13):
»» Competência tecnológica – domínio técnico suficiente para atuar com naturalidade,
agilidade e aptidão no ambiente que está utilizando. É preciso ser um usuário dos
recursos de rede, conhecer sites de busca e pesquisa, usar e-mails, conhecer a netiqueta,
participar de listas e fóruns de discussão, ter sido mediador em algum grupo (e-group).
O tutor deve ter um bom equipamento e recursos tecnológicos atualizados, inclusive
com plug-ins de áudio e vídeo instalados, além de uma boa conexão com a Web. O
tutor deve ter participado de pelo menos um curso de capacitação para tutoria ou
de um curso online; preferencialmente, utilizando o mesmo ambiente em que estará
desenvolvendo sua tutoria.
»» Competências sociais e profissionais - deve ter capacidade de gerenciar equipes e administrar
talentos, habilidade de criar e manter o interesse do grupo pelo tema, ser motivador e
empenhado. É provável que o grupo seja bastante heterogêneo, formado por pessoas
de regiões distintas, com vivências bastante diferenciadas, com culturas e interesses
diversos, o que exigirá do tutor uma habilidade gerencial de pessoas extremamente
eficiente. Deve ter domínio sobre o conteúdo do texto e do assunto, a fim de ser capaz
de esclarecer possíveis dúvidas referentes ao tema abordado pelo autor, conhecer os sites
internos e externos, a bibliografia recomendada, as atividades e eventos relacionados ao
assunto. A tutoria deve agregar valor ao curso.

Outros profissionais, com formação docente ou não, podem atuar em outras funções na
EaD, são elas:
»» Designers instrucionais –profissionais especialistas no uso das TICs e que auxiliam os
conteudistas na preparação do material e na organização geral do curso;
»» Profissionais de comunicação audiovisual – indivíduos responsáveis pelo manuseio de
equipamentos eletrônicos de radiodifusão necessários à gravação e difusão de videoaulas
gravadas e transmitidas ao vivo;
»» Profissionais de Tecnologia da Informação – responsáveis pelo controle e a gestão dos
dados envolvidos nos AVAs.
Bom, nossa unidade chegou ao fim e esperamos que você tenha apreciado as discussões
aqui levantadas. Acompanhe nosso material didático na íntegra e consulte o seu tutor, caso
haja necessidade.
Saudações virtuais!

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Unidade: A imbricada relação entre imigrantes e nativos digitais

Material Complementar
Vídeos:
Mundo S/A: Educação a distância se torna uma tendência no Brasil
Assista a uma reportagem especial sobre os avanços da EaD no Brasil e no mundo,
elaborada pela Globo News em:
http://goo.gl/2UzVhK

Sites:
TelEduc
Confira um ambiente e-learning gratuito para criação e compartilhamento de conteúdo a
distância. Basta fazer o download em:
http://www.teleduc.org.br/
Coursera
Você conhece a Coursera? Trata-se de uma empresa de tecnologia educacional dos Estados
Unidos, com sede em Mountain View, fundada pelos professores de ciência da computação
Andrew Ng e Daphne Koller da Universidade Stanford. Ela oferece cursos gratuitos de
renomadas instituições de ensino do mundo. Selecione o seu curso por meio do link:
https://pt.coursera.org/.

Leituras:
O que é educação a distância
Neste texto, o autor José Moran sintetiza o conceito de EaD. Leia o artigo em:
http://www2.eca.usp.br/moran/wp-content/uploads/2013/12/dist.pdf

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Referências

CASTELLS, M. A sociedade em rede, v. 1. São Paulo: Paz e Terra, 2006.

DEMO, P. Aprendizagem no Brasil: ainda muito por fazer. Porto Alegre: Mediação, 2004.

JENKINS, H. Cultura da Convergência. 2. ed. São Paulo: Aleph, 2011.

LEMOS A. Anjos interativos e retribalização do mundo: sobre interatividade e interfaces


digitais. Disponível em: http://www.facom.ufba.br/ciberpesquisa/lemos/interac.html.
Acesso em: 10/04/2008.

LÉVY, P. Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 1999.

MAIA, C. Guia Brasileiro de Educação a Distância. São Paulo: Esfera, 2002.

MANOVICH, L. El linguaje de los nuevos medios de comunicación – La imagen em


la era digital. Buenos Aires: Paidós, 2006. CASTELLS, M. A galáxia da Internet. Rio de
Janeiro: Jorge Zahar, 2003.

RAMAL, A. C. Educação na cibercultura: hipertextualidade, leitura, escrita e aprendizagem.


Porto Alegre: Artmed, 2002.

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Anotações
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