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Universidade Federal de Minas Gerais

Departamento de Química

EXPERIÊNCIA 11

OBTENÇÃO, DOSAGEM E SOLUBILIDADE DO IODO

Jorge Eduardo Santos Araujo

Thiago Fernandes Souza

Prof: Heitor Avelino De Abreu

Belo Horizonte

Julho de 2023
1. INTRODUÇÃO

O iodo é um sólido altamente volátil à temperatura ambiente, com uma aparência


cinzenta próxima e um leve brilho metálico. No entanto, o gás resultante dessa
substância apresenta uma cor violeta com odor irritante e, devido à sua natureza
apolar, não se dissolve facilmente em água.

Na natureza, o iodo é encontrado principalmente na forma de vários compostos, em


pequenas proporções, na água salgada do mar, como o iodeto de sódio, além de
estar presente em compostos petrolíferos na forma de iodeto de potássio. Sua
obtenção industrial é geralmente realizada a partir de iodato de sódio. Em
laboratórios, é comum realizar a reação entre ácido sulfúrico, dióxido de manganês e
iodeto de potássio para produzir iodo:

2 KI(s) + MnO2(s) + 2 H2SO4(aq) Δ→ I2(g) + MnSO4(aq) + K2SO4(s) + 2 H2O(l)

Entre as várias aplicações do iodo, é importante destacar sua relevância para o


corpo humano. Ele desempenha um papel crucial no crescimento físico e
neurológico, no metabolismo basal e na regulação da temperatura corporal. Além
disso, o iodo está envolvido no controle do metabolismo da oxidação celular, dos
lipídios, dos carboidratos, das proteínas, da água e de alguns minerais. Também
desempenha um papel importante no funcionamento de órgãos como coração,
fígado, rins e ovários.

2. OBJETIVOS

Nesta experiência, o objetivo é fazer a obtenção, a dosagem e os testes de


solubilidade do iodo.

3. PROCEDIMENTOS

3.1. Obtenção do Iodo

Foi montado o sistema para obtenção do iodo (conforme ilustrado pela figura acima).
Após a montagem do sistema foram triturados e misturados, em um gral, 0,5 g de KI
e 0,35 g de MnO . O balão A foi afastado da manta para pré-aquecer a mesma, na
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temperatura máxima, por 3 minutos antes de iniciar o procedimento. Foram


colocados no balão A a mistura dos sólidos triturados (KI e MnO ) e, em seguida,
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adicionado 5 mL da solução de H SO de concentração 1:1, com o balão A ainda


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afastado da manta aquecedora. O balão A foi arrolhado e posteriormente colocado


na manta.
Decorridos os 3 minutos de pré-aquecimento, adaptou-se o balão A novamente à
manta aquecedora, certificando que o mesmo estivesse em contato com o fundo da
manta e conectado ao balão B (conforme mostra a figura acima). Um tubo com uma
pequena quantidade de água foi ligado para o resfriamento do balão B durante o
procedimento.
Terminado o desprendimento de vapores violáceos no balão a manta aquecedora foi
desligada, e os balões A e B desconectados.
3.2) Preparo da solução de iodo/iodeto
Foram adicionados 50 mL de água ao balão B e anotados os resultados obtidos.
Posteriormente, adicionou-se ao balão B 0,5 g de KI, foi agitado e anotados
novamente os resultados obtidos.
A solução do balão B foi colocada em um balão volumétrico de 250 mL e a água de
lavagem do balão B foi transferida, quantitativamente, para o balão volumétrico.
Posteriormente, o volume necessário para completar os 250 mL foi preenchido com
água destilada, e a solução foi agitada com o intuito de homogeneizar.
3.3) Ensaios de solubilidade
Foram transferidos, aproximadamente, 2 mL da solução de iodo para um tubo de
ensaio. Neste mesmo tubo, foi adicionado 2 mL de hexano. A solução foi agitada
intensamente, e os resultados foram anotados.
Em outro tubo, adicionou-se um pequeno cristal de iodo e 2 mL de hexano, foram
novamente agitados, e tomou-se nota dos resultados.
Em mais 2 tubos o procedimento com o cristal foi repetido: em um foi adicionado um
pequeno cristal de iodo com 2 mL de acetona e no outro tubo adicionado outro
pequeno cristal com 2 mL de etanol. Os resultados obtidos foram anotados.
3.4) Dosagem do Iodo
Foram transferidos para um erlenmeyer 20 mL da solução pipetada de iodo que foi
diluída com aproximadamente 30 mL de água destilada. Realizou-se a titulação com
a solução padronizada de Na S O a 0,0100 mol L (colocada em uma bureta,
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previamente ambientada, de 50 mL) da seguinte maneira: adicione ao erlenmeyer 2


mL de dispersão de amido (verde) e, lentamente, adicione a solução de Na S O até
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ocorrer o descoramento na solução do erlenmeyer. Este processo de titulação foi


repetido por mais 3 vezes, e posteriormente foi escolhida as titulações que
apresentaram menor diferença (variação <= 0,1) foi calculado o que se pedia.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1) Obtenção do Iodo

Após o aquecimento da solução de iodo mudanças em suas propriedades


organolépticas foram observadas com mudanças em seu estado físico, como a cor

e o odor. Nesse contexto, a solução de KI, MnO 2 e H2SO4 de cor marrom, quando
aquecida, originou o gás de iodo cuja cor tende para o violeta, que, quando
resfriado, no vidro do balão volumétrico B formou iodo sólido passando a ter a
textura de um pó cinza semelhante ao grafite.

2 KI(s) + MnO2(s) + 2 H2SO4(s)↔ I2(g) + MnSO4(aq) + K2SO4(aq) + 2 H2O(l)

4.2) Preparo da solução de iodo/iodeto

Inicialmente, ao adicionar água destilada no balão "B" houve uma leve mudança na
tonalidade da solução formada, que passou de incolor para amarelo claro, apenas
na região próxima ao iodo, pois o I 2, por ser apolar, é pouco solúvel em H 2O.
Entretanto, após adição de KI, e agitação do balão "B", percebeu-se intensificação
na cor da solução para o marrom, indicando que a presença de KI aumentou a
solubilidade de I2 em água. Tal situação acontece porque o KI reage com o I 2,
formando I3, que é altamente solúvel em água.

KI(aq) + I2(s) K+(aq) + I-I+-I-(aq)

4.3) Ensaios de solubilidade

No primeiro tubo, na reação do I3- com o Hexano, ocorre a decomposição do I 3- em I2

e I-.

I3- → I2 + I-

O I2 é dissolvido em hexano, porém o I- não dissolve, formando no fundo do tubo de


ensaio uma solução heterogênea. Como I2 e Hexano são apolares a interação entre
eles se mostraram possível por meio de uma ligação do tipo dipolo induzido-dipolo
induzido, no entanto, como I- é um íon, este reage com a solução aquosa através da
interação íon-dipolo. Após agitar intensamente a solução de iodo com hexano,
obtivemos uma mistura heterogênea, na qual o iodo atingiu coloração amarela e o
hexano a cor rosa.

No segundo tubo, o cristal de Iodo é formado por I 2, e, como visto, I2 interage com
Hexano formando interação dipolo induzido-dipolo induzido, logo a solução formada
é homogênea e de coloração rosa.

No tubo 3, a acetona é um composto polar portanto a interação entre I 2 e acetona


forma uma interação dipolo permanente-dipolo induzido, e, assim, I 2 é dissolvido em
acetona, deixando a solução com coloração vermelha.
No tubo 4, o etanol também é um composto polar e a interação intermolecular é
dipolo permanente-dipolo induzido, no entanto, a solução atingiu uma coloração
amarela, indicador que a intensidade da reação foi menor que na acetona.

4.4) Dosagem do Iodo

A dosagem do iodo na solução foi obtida a partir da titulação e, por meio do


resultado das titulações foi possível calcular a concentração do iodo presente na
solução. Dessa forma, a adição da solução de Na 2S4O6 foi realizada até que uma
coloração amarela aparecesse na solução, de modo que o excesso de iodo fosse
consumido. Em seguida, foi adicionado 2mL de amido, indicador da presença de
iodo, fator que proporcionou como resultado uma solução de coloração esverdeada.
O processo continuou até a ocorrência de um descoramento da solução, o que
indicou o consumo de todo iodo presente.

2 Na2S2O3(aq) + I2(aq) Na2S4O6(aq) + 2 NaI(aq)

C Na2S2O3 = 0,0100 mol L-1

V1 = 14,1

V2 = 14,2

Vmédia = 14,1+14,2/2 = 14,15

0,0100 mol -> 1000 mL de Na2S2O3 x = 1,415 * 10-4

x -> 14,15 mL de Na2S2O3

1 mol de I2 -> 2 mol de Na2S2O3 y = 7,075 10-5

y -> 1,415 * 10-4 mol de I2

7,075 10-5 mol de I2 -> 20 ml w = 3,5375 * 10-3 mol L-1

w -> 1000 mL

Massa total de I2

3,5375 10-3 mol I2 -> 1000 mL z = 8,84 * 10-4 mol de I2

z -> 250 mL em 250 mL

M(I2) = 253,8 g mol-1


253,8 g -> 1 mol de I2 a = 0,224 g de I2

a -> 8,84 10-4 mol de I2

Rendimento da reação

2 mol de KI -> 1 mol I2

332 g -> 253,8 g b = 0,38 g de I2

0,5 g -> b

0,38 g -> 100% c = 59%

0,224 g -> c

5. CONCLUSÃO

Perante aos resultados obtidos acima foi possível concluir que a obtenção do iodo
em laboratório depende de várias etapas para sua finalização. Para isso, é
necessária uma mistura entre KI, MnO 2, H2SO4 e a aplicação de um sistema de
destilação, pois, com aquecimento do balão, acontece a sublimação do iodo
facilitando a obtenção de I2(s).

Através do método utilizado percebemos a aplicação do processo de obtenção do


iodo em escala industrial e as aplicações deste processo. Também foi verificado,
através dos testes de solubilidade, a interação intermolecular que a molécula de iodo
faz com vários tipos de solvente. O iodo é uma substância apolar, que tende,
portanto, a se dissolver em solventes apolares, como o hexano. Além disso, através
da titulação foi possível quantificar o iodo obtido. Porém, devemos considerar que a
eficiência dos experimentos não foi de 100%, essa alteração pode ser justificada
pelo fato de não ter ocorrido uma completa sublimação da solução, por não ter a
quantidade exata de KI no balão ‘B’ e por certos desvios presentes nos aparelhos
utilizados. Após a análise dos resultados obtidos nos experimentos, observamos que
estes estiveram dentro do esperado, visto que a coloração do vapor resultante da
sublimação do Iodo foi visivelmente roxa, e a coloração do Iodo sólido se tornou
cinza escuro. Em contato com a água, sem o acréscimo do KI, o iodo não
solubilizou, e os outros testes de solubilidade realizados também tiveram os
resultados previstos, comprovando o que foi visto na teoria. A obtenção, dosagem e
teste do iodo permitiu descobrir características desse elemento, demonstrando sua
importância e estenda aplicabilidade.
6. QUESTIONÁRIO

1) O reagente colocado em excesso foi MnO2.

2) O rendimento para ser melhorado deve contar com uma maior precisão das
massas dos reagentes, equipamentos e vidrarias com desvios de medidas menores
e diminuição da massa do reagente em excesso.

3) O I2 é pouco solúvel em água porque é uma molécula Apolar.

4) Sublimação é um processo físico da passagem do estado líquido direto para o


estado gasoso.

5) A sublimação pode ser utilizada para purificar um composto porque após o


aquecimento e a deposição em um local com temperatura menor faz com que
a substância se solidifique, e no caso do iodo na forma de um composto
sólido I2.

7a) A proporção da reação indica que a quantidade necessária de B2Y era


9,8g A quantidade final de BX tinha a concentração 7,3 g/mol e pode-se concluir
com a proporção entre os coeficientes estequiométricos de que a quantidade de BX
obtida foi de 14,6g.

b) A quantidade de AY foi de 6,3g.

8a) Marrom.

b) Marrom.

c) Coloração roxa.

d) Marrom.

e) Marrom.

f) Coloração roxa.

g) Coloração roxa.

h) Coloração roxa.

9) A partir das cores descritas, pode-se concluir que as interações intermoleculares


influenciam na solubilidade das substâncias e que quando o solvente tem a mesma
polaridade do soluto há a formação de solução .

10) O ensaio do funil de separação proporcionou a percepção da utilidade de


desagregar substâncias imiscíveis de diferentes densidades.
7. REFÊRENCIAS
Apostila Química Geral 1º Semestre de 2023

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