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1.

CULTURA DA MANGA

1.2 MANCHA ANGULAR DA MANGUEIRA

Nome comum da cultura: Manga (Mangifera indica L.)

Nome da doença: Mancha angular da mangueira.

Nome científico do agente causal: Xanthomonas campestris pv. mangiferaeindicae

Classificação taxonômica do patógeno:

- Domínio: Bacteria

- Reino: Monera

- Classe: Gammaproteobacteria

- Família: Xanthomonadaceae

- Gênero: Xanthomonas

- Espécie: campestris

Introdução
Causada por uma estirpe de bactéria descriminalizada como Xanthomonas campestris
pv. mangiferaeindicae, a primeira ocorrência registrada foi em 1915, na África do Sul,
por Doidge, onde a bacteriose foi classificada várias vezes. Desde então, os seus
sintomas apareceram posteriormente na Austrália, Emirados Árabes Unidos, Filipinas,
Estados Unidos, Ilhas Comores, Ilhas Maurício, Ilhas Reunião, Índia, Japão,
Malásia, Nova Caledônia, Paquistão, Quênia, Tailândia, Taiwan, Gana. Em 1955, o
Brasil teve o seu primeiro caso registrado.No Nordeste, a primeira ocorrência da
mancha angular foi realizada por Robbs, Ponte e Sales (1978) em mangueiras no
estado do Ceará. A bacteriose causa danos caracterizados como lesões circulares de
coloração branca ou amarelada-esverdeada. Nas áreas irrigadas do Semi-Árido
brasileiro, os sintomas da mancha angular podem ser confundidos com os da
mosquinha da panícula Erosomya mangiferae. No Vale do São Francisco, a doença
acontece principalmente em folhas de brotações jovens e raramente em frutos, no
primeiro semestre do ano, quando se tem um aumento da umidade relativa do ar, num
período curto de fevereiro a abril. Contudo, pode, em condições atípicas, ocorrer fora
deste.

Etiologia e Morfologia do patógeno

O agente causal é Xanthomonas campestris pv. mangiferaeindicae. No cenário nacional


duas estirpes são descriminalizadas: uma formando colônias de coloração branca, mais
patogênica, que ocorre com maior frequência no Estado de São Paulo, e a outra
amarela, comum na região do Vale do São Francisco. A estirpe branca, em cultura
pura, forma uma colónia circular, lisa, convexa, mucosa e brilhante, com 3mm de
diâmetro em 48 horas. As condições ideais ao ataque da fitobactéria são alta umidade e
alta temperatura, danos mecânicos na superfície da planta que favorecem a penetração
do patógeno e a severidade da doença. Os agentes de disseminação são o vento,
chuva, insetos e mudas doentes.
Epidemiologia

O ataque do agente causal na mangueira é favorecido com a combinação de elevados


índices de umidade e alta temperatura (entre 25 a 30°C). Danos mecânicos favorece a
penetração do patógeno e a severidade dos sintomas. Os agentes disseminadores da
bactéria dentro da plantação são insetos, ventos e precipitações. Todavia, esse
patógeno sobrevive durante o período seco em material vegetal contaminado e frutos
caídos. O patógeno diminui a taxa fotossintética e dificulta o desenvolvimento da
planta.

Sintomas
Os sintomas iniciais são visíveis nas folhas e frutos, como lesões circulares e
encharcadas de cor amarela-esverdeada ou branca, com o avanço da contaminação
as lesões dão lugar a crateras, em forma de estrelas, onde ocorre uma goma
infecciosa que atrai outros patógenos, as folhas secam e caem progressivamente. Em
casos mais agravantes são irradiados aos galhos e ramos. Com isso, a qualidade dos
frutos é reduzida, visto que muitos caem antes do período de colheita.

Manejo

Deve-se evitar locais sob influência de grandes massas de água, erros de irrigação,
pois criam um ambiente favorável ao desenvolvimento da bactéria. A segunda medida
é o uso de mudas sadias dentro do pomar, dando prioridade para variedades
resistentes (Ribeiro, 1997). O arejamento, a proteção contra danos mecânicos,
instalação de quebra-ventos é imprescindível para evitar a contaminação. Entretanto,
quando a doença já se encontra dentro da área de cultivo, o correto é realizar a poda
das plantas contaminadas aliado ao controle químico ou orgânico e, posteriormente
realizar o descarte dos resíduos de maneira segura e responsável. Atentando-se a
desinfestação das tesouras (poda e colheita) entre cada planta e toda ferramenta
utilizada dentro do pomar. (Nascimento e Mariano, 2004).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

KIMATI, Hiroshi et al. Manual de fitopatologia: doenças das plantas cultivadas. 1997.

Balmer, E. Doenças da Mangueira Mangifera indica L. In: Galli, F. Manual de


fitopatologia:doenças das plantas cultivadas. São Paulo, Ceres,1980. v. 2. p.346-
370

2. CULTURA DE CITROS

1.2 FUMAGINA DOS CITROS

Nome comum da cultura: Citrus (Citrus spp)


Nome da doença: Fumagina dos citros.

Nome científico do agente causal: Capnodium Citri BERK E DESM.

Classificação taxonômica do patógeno:

- Domínio: Eukarya

- Reino: Fungi

- Classe: Dothideomycetes

- Família: Capnodiaceae

- Gênero: Capnodium

- Espécie: Citri

Introdução

A fumagina apresenta no fruto, folhas e ramas revestimentos fúngicos superficiais


que comprometem principalmente a casca do fruto e consequentemente diminui o
valor estético. O agente causal tem estirpe é conhecida como Capnodium Citri BERK
E DESM, que ocorrem em plantas que estão infestadas por insetos que excretam
secreções açucaradas como cochonilhas, pulgões, entre outros.

Etiologia e Morfologia do patógeno

Doença causada pelo fungo Capnodium citri Berk & Desm.


Epidemiologia

O desenvolvimento do fungo é favorecido por altas temperaturas


e umidade e pode ser disseminado pelo vento (longa distância) e respingos de
água (curta distância) e, sobrevive nos tecidos infectados, em ferramentas e também
veículos de transporte, a estrutura disseminada nos ciclos secundários são os
ascocarpos.

Sintomas

A fumagina cobre a folha, ramos e frutos impossibilitando a realização dos ciclos


regulares para manter o bom funcionamento da cultura, acarretando em um
desenvolvimento atrasado e acarretando em um atraso na cor dos frutos. Os
revestimentos de fumagina são de fácil remoção.

Manejo

Recomenda-se a pulverização das plantas com óleo para diminuir as mantas fúngicas
sobre os órgãos revestidos, facilitando a sua posterior remoção com vento e
precipitações. O uso do óleo contribui para o controle dos insetos que facilitam a
propagação do agente fúngico. O Manejo dos pomares, preventivamente, ocorre com
a aplicação de fungicidas à base de cobre. Em outros países, o hipoclorito de sódio é
usado na lavagem de frutos, flores, ramas e folhas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

KIMATI, Hiroshi et al. Manual de fitopatologia: doenças das plantas cultivadas. 1997.

Carvalho, M.L.V.; Beretta, M.J.G.; Chagas, C.M.; Harakawa, R.; Palazzo , D.A.;
Rossetti, V. Clorose variegada dos citros: etiologia e manejo boletim Técnico do
Instituto Biologico 3:5 - 13,1996.

Rossetti, V. Doenças dos citros. In: rodrigues, O. & Viegas , F., ed. Citricultura
Brasileira. Campinas: Fundação Cargill, 1980, v 2, p. 517-563.

3. CULTURA DO EUCALIPTO

1.2 FERRUGEM DO EUCALIPTO

Nome comum da cultura: EUCALIPTO (Eucalyptus spp.)

Nome da doença: Ferrugem do eucalipto.

Nome científico do agente causal: Puccinia psidii WINTER.


Classificação taxonômica do patógeno:

- Domínio: Eukarya

- Reino: Fungi

- Classe: Pucciniomycetes

- Família: Pucciniaceae

- Gênero: Puccinia

- Espécie: Psidii

Introdução

A estirpe Puccinia psidii WINTER é nativa do Brasil e pode ser encontrada facilmente
em toda a amplitude geográfica nacional. Tendo como hospedeira espécies da família
Myrtaceae como E. citriodora, E.cloeziana, E. grandis, E. oblíqua, E. pilularis e E.
saligna. Os danos causados pelo patógeno geram prejuízos em muitos viveiros.

Etiologia e Morfologia do patógeno

Durante a fase reprodutiva o agente fúngico produz eciósporos uredinoides,


urediniosporos, teliósporos, basidiósporos e uredosporos que apresenta forma variável,
globosos, elípticos, piriformes e angulosos. São equinulados e apresentam episporio
hialinos. A ferrugem tem como fonte primária do inóculo mudas e plantios jovens de
eucalipto ou mirtáceas nativas hospedeiras do patógeno. A ocorrência é favorável em
períodos de temperatura moderada e elevados índices de umidade relativa do ar. Os
ataques mais severos ocorrem em mudas e plantios jovens com 3-12 meses de idade.
Sintomas

Os danos do agente causal é notado nos tecidos jovens da folha e caule ainda em
desenvolvimento. Inicia-se por pontuações cloróticas, e respectivamente novas
formações como pústulas ou soros onde, com o rompimento da epiderme, os
urediniósporos e massas pulverulentas, de cor amarelada são expostas. Em
consequência, os tecidos afetados morrem e secam, adquirindo coloração negra como
se aquele tecido tivesse sido queimado. Dependendo das condições físico-químicas do
solo, a planta pode emitir novas brotações como reação, com o desenvolvimento dos
novos brotos novos sintomas surgem de forma a lesões salientes, rugosas, marrom.
Nas folhas, os sintomas são dispersos sobre toda a estrutura foliar, principalmente
sobre a nervura medular, delimitadas por um halo escuro arroxeado. Nos ramos, a
característica verrugosa das lesões, torna-se bastante aparente. Os indivíduos
suscetíveis a ser hospedeiras do agente fúngico tem o desenvolvimento corrompido,
sofrendo um enfezamento quando atacadas.

Manejo

No caso de ataques intensivos no viveiro, o controle químico com fungicidas apresenta


eficácia. O desenvolvimento de projetos de melhoramento genético através da seleção
é uma alternativa recomendável para ter espécies mais resistentes contra a ferrugem
no campo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

KIMATI, Hiroshi et al. Manual de fitopatologia: doenças das plantas cultivadas. 1997.

Alfenas, A. C. Controle integrado da ferrugem causada Puccinia psidii em Eucalyptus


cloeziana, no sudeste da Bahia. Fitopatologia Brasileira 16:6, 1991.

Ferreira, F.A. Manejo das principais doenças do eucalipto em plantações de áreas


tropicais no Brasil. Fitopatologia Brasileira 20:275, 1995.

4. CULTURA DA VIDEIRA

1.2 FERRUGEM DA VIDEIRA

Nome comum da cultura: VIDEIRA (Vitis spp.)

Nome da doença: Ferrugem da videira.

Nome científico do agente causal: Phakopsora euvitis Y. Ono.

Classificação taxonômica do patógeno:

- Domínio: Eukarya

- Reino: Fungi

- Classe: Basidiomicetos

- Família: Phakopsoraceae

- Gênero: Phakosporsora

- Espécie: Euvitis

Introdução

A história da ferrugem no Brasil começa em 2001 nos parreirais onde eram cultivadas
uvas italianas no município de Jandaia, PR. Em 2003, o fungo tinha aumentando a sua
área de cobertura para os estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul. No mundo,
países como Sri Lanka, Índia, Japão, Coreia,Estados Unidos, Colômbia, Venezuela e
Austrália tem a presença do patógeno nos parreirais de produção. No Brasil, sob
influências climáticas específicas o agente causal não consegue completar o seu ciclo e
somente a fase uredienal e telial foram visualizadas no campo, com a formação de
esporos, respectivamente denominadas urediniósporos e teliosporos. As pústulas são
observadas principalmente das folhas maduras em temperatura ideal de 16 a 30 C.

Etiologia e Morfologia do patógeno


O agente causal da ferrugem da videira é o Phakopsora euvitis Ono, que tem como
padrão o hábito parasita obrigatório, ou seja, ele só coloniza tecidos vivos.

Epidemiologia

Por conta do material verde presente durante todo o ano, o agente fúngico fica presente
durante toda a safra para se alimentar dos tecidos verdes. Há relato de Psyllobora
rufosignata alimentando-se de esporos de P. euvitis (CULIK et al., 2011), o que pode
contribuir para a redução da sobrevivência do fungo no campo.
Sintomas

Os sintomas são pústulas, saliências ou pequenas elevações, de coloração amarelada


no dorso da folha, na superfície áreas necrosadas são visualizadas. Após os sintomas
amarelos, as folhas secam e caem, a desfolha precoce altera as formas de obtenção de
energia da planta e reduz o porta-enxertos interferindo na produção de frutos.

Manejo

Dispõe de uso de cultivares resistentes, visto que, os cultivares mais populares no


mercado são de fácil suscetibilidade a serem hospedeiras do agente patogênico e ao
uso de fungicidas. O manejo integrado de técnicas evita a entrada e estabelecimento
do fungo no parreiral, cuidados como, a irrigação sobre a copa, uma vez que este
favorece a infecções, instalações de quebra-ventos, adquirir mudas com certificado
fitossanitário de origem (CFO), realizar inspeções periódicas, eliminação por meio da
queima de todo material vegetativo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

KIMATI, Hiroshi et al. Manual de fitopatologia: doenças das plantas cultivadas. 1997.

Gallotti, G.J.M. & grigoletti Jr., A. Doenças Fúngicas da Videira e Seu Controle no
Estado de Santa Catarina. Florianópolis, Empresa Catarinense de Pesquisa
Agropecuária. 1990. 46p.

5. CULTURA DO ABACATEIRO

1.2 ANTRACNOSE NO ABACATE

Nome comum da cultura: ABACATE (Persea americana spp..)

Nome da doença: Antracnose no abacate.

Nome científico do agente causal: Colletotrichum gloeosporioides.

Classificação taxonômica do patógeno:

- Domínio: Eukarya

- Reino: Fungi

- Classe: Sordariomycetes

- Família: Glomerellaceae
- Gênero: Colletotrichum

- Espécie: Gloeosporioides

Introdução

Prefere plantas frutíferas tropicais seus danos são manchas necróticas nas folhas,
ramos, frutos, vagens e sementes. Nos frutos, as lesões usualmente atingem a polpa,
depreciando o produto. A estirpe Colletotrichum são fungos ascomicetos, cujos
conídios são formados no interior de acérvulos e recobertos por mucilagem
hidrossolúvel. Essa mucilagem protege os esporos e condicionam sua dispersão por
respingos de água ocasionado por irrigação ou precipitação.

Etiologia e Morfologia do patógeno

O agente causal se assemelha, na forma teleomórfica, a Glomerella Cingulata O fungo


necessita de água livre para que ocorra a germinação e infecção, sendo a faixa ideal de
temperatura para crescimento de 22- 27 C. Permanece oculto em frutos verdes,
causando sintomas apenas quando amadurece.

precipitação. A ocorrência da doença nas lavouras pode estar ligada à presença do


inóculo em restos culturais ou sementes.
Sintomas

Afeta principalmente frutos, sendo possível encontrar o patógeno nas folhas, ramos,
galhos e flores sem ocasionar danos à cultura. Os sintomas nas folhas são
caracterizados por manchas necróticas de coloração escuras, com bordos definidos e
formato irregular. Um sintoma raro é a presençEpidemiologia

O agente causal é o Colletotrichum gloeosporioides, ocorre com maior intensidade em


regiões de clima úmido, ou seja, clima quente com períodos frequentes de a de sinais
de necrose em galhos. As flores são suscetíveis ao ataque do patógeno, ocorrendo
seca ou abscisão da inflorescência. Ao serem infectadas através do botão floral o
desenvolvimento do fruto é afetado acarretando na podridão ou queda precoce. Nos
frutos, os sintomas dão início por pequenas pontuações com coloração marrom a preta,
com formato circular e tamanho aproximado de 6-13 mm de diâmetro, as lesões tendem
a evoluir atingindo por todo o fruto, necrosando-a completamente. A necrose ultrapassa
a casca do fruto e atinge a polpa do fruto. Uma vez dentro do fruto, o fungo causa
escurecimento da polpa de coloração marrom ou bege. Ocorre com frequência a
podridão do fruto no pedúnculo, a qual tem início da infecção nos botões florais ou pós-
colheitas na cicatriz, caso ocorra a queda do pedúnculo. A doença só adquire
importância em pomares mal tratados ou debilitados nutricionalmente.

Manejo

A adubação, podas de limpeza, queima de material vegetal são medidas preventivas


que podem ser aplicadas anualmente. Danos mecânicos devem ser evitados durante as
operações de colheita e pós-colheita pois contribui para evitar a infecção que
posteriormente ocasiona a podridão dos frutos Os frutos devem ser conservados em
câmaras frias sob concentrações adequadas de CO2. No mercado não existem
fungicidas eficientes que controlem os sintomas dessa doença.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

KIMATI, Hiroshi et al. Manual de fitopatologia: doenças das plantas cultivadas. 1997.

Balmer, E. Doenças do abacateiro. In: Galli, F. Manual de fitopatologia - Doenças das


plantas cultivadas, São Paulo, Editora Agronômica Ceres , vol. 2, p. 9-18, 1980.

Campos, J. S Cultura Racional do abacateiro. Editora Icone Ltda., São Paulo. p. 99-
197,1998.

Souza, S. M. C. Doenças em Frutiferas - Abacate. Informe Agropecuário 11: 3-5,


1985.

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