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Texto 1 - Conceito de Integral
Texto 1 - Conceito de Integral
diga como se obtém essa área. Arquimedes, cientista grego que viveu
entre 287–212 A.C. se preocupou bastante com estes problemas, tendo 2
Exemplo: Calcular a área da região limitada pela parábola y = x2 e o eixo Ox , no intervalo [0,1].
A idéia do método de exaustão está basicamente mostrada nas figuras abaixo: Divide-se o intervalo
[0,1] em algumas partes, e tomam-se retângulos de alturas f(x1), f(x2), f(x3), f(xn) “contidos” na
região que queremos calcular a área. As bases desses retângulos são ∆x1 , ∆x 2 , ∆x3 , ∆x n .
n
Conseqüentemente a soma das áreas desses pequenos retângulos é An = ∑ f ( xi )∆xi , e nos dá uma
i =1
aproximação cada vez melhor da área procurada.
Prosseguindo dessa forma, teremos que a área do chamado “triângulo parabólico” é
n
A = lim ∑ f ( xi )∆xi , ou seja, é uma “soma de infinitas parcelas” f(xi) ∆xi
i =1
x →∞
y y y
1 1 1
x x x
1 1 1
n
O símbolo hoje utilizado para o limite lim ∑ f ( xi )∆xi acima é
b
n →∞
i =1
∫
a
f ( x)dx , e denominado a integral
definida da função f.
1
Texto elaborado em setembro de 2006, com contribuições de notas de aula da Profa. Ilka R. Freire.
Quando o gráfico de f(x) está acima do eixo Ox, este símbolo representa a área limitada pela curva
y=f(x), o eixo Ox, e a ≤ x ≤ b . Como veremos logo abaixo, a integral definida nem sempre
representa a área entre a curva e o eixo Ox.
b
Resumindo o que fizemos acima, a integral ∫a f (x)dx é calculada através de um “limite de somas”,
chamadas de “somas de Riemann da função f no intervalo [a ,b]. y
b n
Mais precisamente, ∫ f (x) dx = lim
n →∞ i =1
∑ f (xi ) ∆xi f(x)
dx dx x
1.2 Observações
1) Em alguns casos este limite não existe, ou seja, a função não é integrável. Isso é devido ao grande
número de pontos de descontinuidades da função f. Não abordaremos estes exemplos aqui neste
texto.
2) A Integral definida de uma função y = f(x) é um número real, e nem sempre representa a área
limitada por esta curva e o eixo Ox. Por exemplo, se f(x) = sen(x), 0 ≤ x ≤ 2π temos que entre 0 e π
os valores de f(x) são positivos, enquanto entre π e 2π os valores são respectivamente os mesmos, só
2π
que negativos. É fácil visualizar então que ∫ sen(x)dx = 0
0
y
f(x)>0
dx 2π
∫0
x
dx π/2 π 3π/2 f(x)<0 2π
sen(x) dx=0
−1
b
3) A integral ∫a f (x)dx é o “saldo da função f”, ou seja, é o resultado das contribuições positivas e
negativas ao longo do intervalo [a, b] . Por exemplo, tome f: [0, 3] → IR , f(x) = x-1
3 y
Neste caso, tem-se ∫0 (x − 1)dx = 1,5 mas a área limitada pela curva e o 2
eixo Ox é A = 2,5. 1
3 1
∫0 (x − 1)dx = − 2 + 2 = 1,5 , resultado
x
O que podemos concluir daí é que 1 2 3
função f.
4) O conceito de integral definida é razoavelmente fácil de compreender, pelo menos para funções
contínuas em intervalos. Mesmo nestes casos, o cálculo dessas integrais não é simples, pois envolve
n
a divisão do intervalo [a, b] em n partes, o cálculo das somas A n = ∑ f (x i )∆x i , e posteriormente o
i =1
limite dessas somas. Tendo em vista estas dificuldades, daremos a seguir um mecanismo de cálculo
dessas integrais, mais conhecido como o Teorema Fundamental do Cálculo
2. A Integral Indefinida de uma Função
Definição: Uma função F é chamada de uma antiderivada ou uma primitiva de uma função f em um
dado intervalo [a, b] se F´(x) = f(x) para todo x neste intervalo.
Exemplos:
1) F(x) = x3 é uma primitiva de f(x) = 3x2. G(x) = x3 + 1 também é uma primitiva dessa função
2) F(x) = ex é uma primitiva de f(x) = ex . G(x) = ex + 2 também é uma primitiva dessa função
3) Dada f(x) = cos x temos que F(x) = sen x + C é primitiva de f, para toda constante C.
4) A função F(x) = tg x + C é a primitiva geral de f(x) = sec2 x
Definição: Dizemos que ∫ f (x)dx = F(x) + C se F(x) é uma primitiva de f(x). Em outras palavras,
d
∫ f (x)dx = F(x) + C ⇔ ( F(x) ) = f (x) . Chamamos ∫ f (x)dx de integral indefinida de f.
dx
Como se vê acima, a integração indefinida é a operação inversa da derivação. Existe uma sutil
diferença entre os dois conceitos, pois quando derivamos uma função F(x) temos apenas uma função
f(x), mas quando integramos a função f(x) temos uma família de funções F(x) + C. Isto é
exemplificado no quadro abaixo:
P1: A integral da soma de duas ou mais funções é igual à soma de suas integrais, ou seja,
As demonstrações desses resultados são feitas a partir da definição de integral indefinida. Por
exemplo:
b b
Se ∫a f (x)dx = F(x) e ∫a g(x)dx = G(x) temos F´(x) = f(x) e G´(x) = g(x) . Logo,
[F(x)+ G(x)]´(x) = F´(x) + G´(x) = f(x) + g(x), ou seja, (F+G) é primitiva da função f + g . Em outras
palavras, temos ∫ ( f + g ) (x) dx = F(x) + G(x) = ∫ f (x)dx + ∫ g(x)dx
Analogamente, como [kF(x)]´(x) = k F´(x) = k f(x), temos ∫ (kf )(x) dx = k ∫ f (x)dx
Exemplos:
1) ∫ [2x + cos x] dx = ∫ 2x dx + ∫ cos x dx = x 2 + sen x + C
x2 − cos(2x)
2) ∫ [4x − 6sen(2x)] dx = 4∫ x dx + 6∫ sen(2x)dx = 4 − 6( ) + C = 2x 2 + 3cos(2x) + C
2 2
Observação: Note que existem fórmulas para a derivada do produto e para a derivada do quociente, a
u u´v − uv´
saber: (uv)´ = u´v + u v´ e ´= . Estas fórmulas já indicam que a integral de um
v v2
produto de funções NÃO É o produto das integrais, o mesmo acontecendo para a integral de um
quociente. Para quem quiser “ver para crer”, observe o exemplo abaixo:
2
?? x2 x2 x4
3) ∫ x dx = ∫ x ⋅ x dx = ∫ x dx ⋅ ∫ x dx = ⋅ = , o que não é verdadeiro !!
2 2 4