Professional Documents
Culture Documents
questões de limites
exposições de motivos
Ministério das Relações Exteriores
Instituto de Pesquisa de
Relações Internacionais
Diretor
Centro de História e
Documentação Diplomática
Questões de Limites
Exposições de Motivos
Brasília, 2012
Direitos de publicação reservados à
Fundação Alexandre de Gusmão
Ministério das Relações Exteriores
Esplanada dos Ministérios, Bloco H
Anexo II, Térreo
70170-900 Brasília – DF
Telefones: (61)2030-6033/6034
Fax: (61) 2030-9125
Site: www.funag.gov.br
E-mail: funag@itamaraty.gov.br
Editor:
Embaixador Manoel Antonio da Fonseca Couto Gomes Pereira
Equipe Técnica:
Eliane Miranda Paiva
Vanusa dos Santos Silva
André Luiz Ventura Ferreira
Pablinne Stival Marques Gallert
Revisão:
Mariana de Moura Coelho
ISBN 978-85-7631-356-4
CDU 341.71
Ficha catalográfica elaborada pela Bibliotecária Sonale Paiva
– CRB /1810
Membros:
Comitê Executivo:
Coordenador-Geral:
Embaixador Manoel Antonio da Fonseca Couto Gomes Pereira,
Coordenador-Geral de Pesquisas do Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais
Coordenador de Divulgação:
Embaixador Tovar da Silva Nunes, Chefe da Assessoria de Comunicação Social
do Ministério das Relações Exteriores
Este volume contém, na ordem cronológica, seis Exposições de Motivos
apresentadas ao presidente da República pelo Barão do Rio Branco,
quando ministro das Relações Exteriores, sobre tratados e convenções
de limites assinados pelo Brasil com a Bolívia, Equador, Colômbia,
Peru, Uruguai e Argentina. Vão acompanhados dos respectivos anexos,
inclusive mapas. Foram aproveitadas das diversas publicações oficiais
feitas na época pela Imprensa Nacional as notas que não existiam
nas Exposições de Motivos. Os textos, inclusive os da documentação
complementar, foram conferidos com os respectivos originais,
conservados no Arquivo Histórico do Itamaraty. O texto segue a
ortografia acolhida pelo Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa,
que se tornará obrigatório em 1o de janeiro de 2013.
Sumário
I
Brasil-Bolívia:
Exposição de motivos, 41
Texto do Tratado, 65
II
Brasil-Equador:
Exposição de motivos, 77
Texto do Tratado, 83
III
Brasil-Colômbia:
Exposição de motivos, 87
Texto do Tratado, 94
Texto do Acordo, 101
Texto do Protocolo Complementar, 104
IV
Brasil-Peru:
Exposição de motivos, 105
Texto do Tratado, 135
Documentos, 144
V
Brasil-Uruguai:
Exposição de motivos, 157
Texto do Tratado, 188
Documentos, 197
VI
Brasil-Argentina:
Exposição de Motivos, 231
Texto da Convenção, 235
Documentos, 238
Apêndice, 243
Este volume V das Obras do Barão do Rio Branco trata das seis
“exposições de motivos” que Rio Branco redigiu sobre questões de
limites. Durante sua longa gestão no Itamaraty – quase dez anos
–, foram quatro os presidentes intervenientes: Rodrigues Alves,
Afonso Pena, Nilo Peçanha e Hermes da Fonseca. Como fazia com
praticamente todos os papéis do seu período, era ele quem escrevia
pessoalmente tudo, e nada era mudado na presidência. Nestas
exposições, o barão fornece explicações históricas dos tratados de
limites acordados e transcreve o texto destes, além de apresentar
outros documentos e mapas. As questões com a Bolívia, o Peru e o
Uruguai são as mais importantes e sobre elas se concentrarão nossos
comentários. As sobre o Equador e a Colômbia serão consideradas em
conjunto, por envolverem a mesma região. A que concerne à Argentina
é um pequeno ajuste de um acordo anterior: simplesmente identifica
melhor alguns marcos, nas proximidades da ilha Brasileira, junto à
barra do rio Quaraí. Não há neste volume texto sobre o Suriname,
mas o barão também negociou um tratado de limites com essa então
colônia holandesa, em 1906.
O Brasil tem hoje dez países lindeiros, mas tem acordos de
fronteira com onze, pois a fronteira que o Equador pretendia, no
passado, acabou não sendo estabelecida com a vitória peruana em
13
SYNESIO SAMPAIO GOES FILHO
14
INTRODUÇÃO
15
SYNESIO SAMPAIO GOES FILHO
16
INTRODUÇÃO
17
SYNESIO SAMPAIO GOES FILHO
do Acre (cerca de 191 mil km2). A Bolívia, por sua parte, incorporaria
uma pequena área habitada por bolivianos (de 2.300 km2), receberia 2
milhões de libras esterlinas e se beneficiaria de três pequenos ajustes
de fronteiras, na região do rio Paraguai. Além disso, comprometia-se o
Brasil a construir a ferrovia Madeira – Mamoré, que criava uma saída
boliviana para o Atlântico. O Tratado de Petrópolis foi assinado em 17
de novembro de 1903.
A várias personalidades brasileiras, parecia que o país cedera
demais: entre outras, Rui Barbosa, o grande nome da política e da
cultura de então, que se retirara das negociações por não concordar com
as concessões feitas. A uns poucos, como a Teixeira Mendes, influente
líder dos positivistas – grupo que era ainda poderoso – parecia, ao
contrário, que o Brasil havia espoliado um vizinho mais fraco. O fato
a ser retido é que a unanimidade que existia em torno de Rio Branco
se desfez. Entretanto, esse tumulto de opiniões díspares durou poucos
meses, apenas até acalmarem-se as paixões que o assunto provocara.
Muito contribuiu para isso a notável exposição de motivos que arrola os
antecedentes históricos e geográficos da questão e justifica, plenamente,
para os deputados que votaram o assunto e para a posteridade, a
assinatura do acordo.
Nas negociações com a Bolívia há uma curiosidade que foi muito
discutida no passado. É o célebre caso do Mapa da Linha Verde, que teria
sido propositalmente ignorado por Rio Branco durante as negociações,
por ser favorável à Bolívia, já que admitia, desde o Tratado de 1867, a
possibilidade da linha Madeira-Javari ser uma oblíqua. Era um mapa
que previa quatro hipóteses de fronteira: a paralela, desenhada em
linha verde, e mais três linhas oblíquas, conforme a nascente ignorada
do Javari fosse colocada cada vez mais ao norte. Sua existência
inviabilizaria a nova interpretação que o barão deu, de fazer a divisa
correr pelo paralelo de 20°10’ até encontrar o meridiano da nascente
do Javari (seguiria pelos dois lados de um triangulo retângulo, em vez
de pela hipotenusa). E se disse mais ainda. O mapa apareceu só quando
a exposição de motivos sobre o Tratado de Petrópolis estava sendo
discutida no Congresso, quando as vozes oposicionistas predominantes
eram as que achavam que se havia dado demais; ora, nesse momento,
o mapa tornaria ainda mais meritórias as tratativas brasileiras que
desaguaram no acordo, favorecendo sua aprovação.
18
INTRODUÇÃO
19
SYNESIO SAMPAIO GOES FILHO
La pacificación no fué del agrado del Gobierno brasileño, el que alentó uma
segunda rebelión encabezada, esta vez, por Plácido de Castro, en agosto de 1902.
Entonces el Brasil actuó desembozadamente enviando 8.000 soldados al Acre,
rompió relaciones diplomáticas com Bolívia, clausuró el tránsito del rio Amazonas
y exigió la rescisión del contrato com ‘The Bolivian Syndicate’... Inútiles resultaron
las propuesta del Gobierno boliviano – el Ejército brasileño se apoderó de las
localidades bolivianas y de Puerto Alonso el 2 de abril de 1903. A fin de evitar
la agravación del conflicto armado, Bolívia se vió obligada a suscribir primero
um ‘Modus Vivendi’ y luego el Tratado de Petrópolis, de 17 de noviembre de
1903, por el qual resultó cediendo al Brasil todo aquel extenso y rico território,
4
GOICOCHÉIA, Castilhos. op. cit. p. 121.
5
CUSICANQUI, Jorge Escobari. Historia diplomatica de Bolivia. La Paz: Universidad
Boliviana, 1978, vol. II, p.306.
20
INTRODUÇÃO
6
Id. ib., p.310.
7
In História da Formação da Fronteira do Brasil. Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército,
1973, p.220.
21
SYNESIO SAMPAIO GOES FILHO
22
INTRODUÇÃO
Este ato internacional, sem a transcendência dos celebrados com a Bolívia e com
o Peru, tem um significado especial na história das lindes territoriais na América
do Sul: o de haver fixado uma linha de limites através de territórios disputados
por quatro nações diferentes: Venezuela, Colômbia, Equador e Peru9.
9
JORGE, A. G. de Araújo. Introdução às Obras do Barão do Rio Branco. Rio de Janeiro:
Imprensa Nacional, 1945, pp. 179-80.
23
SYNESIO SAMPAIO GOES FILHO
10
S., Francisco de Andrade. op. cit. p. 234.
24
INTRODUÇÃO
depois, este rio até a boca do Japurá; e, finalmente, o rio Japurá. O Tratado
de Limites de 1851 confirmava a divisa do rio Javari, mas introduzia a
geodésica Tabatinga-foz do Apapóris, transferindo, portanto, à soberania
brasileira o ângulo de terras limitado pelos rios Solimões e Japurá. Para
dar uma ideia da dimensão dessa área, digamos que equivale a 2/3 do
atual estado do Acre. Por que o Peru assinou um acordo aparentemente
desfavorável? Alguns autores lembram que interessava mais a este país
na época, não terras desconhecidas na Amazônia, e sim acesso pelos rios
brasileiros, o que foi conseguido. Euclides da Cunha dá outro argumento:
com o acordo, o Peru dava maior legitimidade a seus títulos, em uma área
disputada pela Colômbia e pelo Equador.
Continuando em nosso propósito de dar sempre uma opinião da
outra parte, vejamos o que diz sobre o acordo Victor Andrés Belaúnde,
conhecido historiador e diplomata peruano:
Claro está que de acuerdo con los limites teóricos de San Ildefonso... la convención
suscrita por Herrera em 51 fué um desastre diplomático; pero hay que tener em
cuenta que lo único que le interesaba al Peru en esa fecha no era la mayor o menor
extensión territorial en el Amazonas, sino la libre navegación que el Tratado de
San Ildefonso concedia exclusivamente al Brasil. De modo que para conseguir el
objeto y lhenar la necessidade essencial del Perú, en este tiempo, era necesario
dejar el tratado... y atender al uti possidetis de facto. A eso debió el reconocimiento
de las posesiones brasileñas em el ángulo Yapurá-Apaporis11.
25
SYNESIO SAMPAIO GOES FILHO
26
INTRODUÇÃO
13
RIO BRANCO, Obras do Barão do Rio Branco. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1947.
vol.V, p. 109.
27
SYNESIO SAMPAIO GOES FILHO
Este tratado tem uma dimensão física limitada. Ainda assim, como
é o ultimo da fronteira sul – a que concentrou sempre a maior parte
das preocupações e ações de nossos diplomatas –, mereceu de Rio
Branco um notável estudo de sua formação histórica, que retomaremos
aqui, procurando ser um pouco (é impossível ser muito) diferente.
Comecemos na Europa...
A paz entre Portugal e a Espanha, vigente desde 1777, foi reafirmada
pelo matrimônio do príncipe herdeiro dom João com dona Carlota
Joaquina, filha mais velha de Carlos IV. A Revolução Francesa e a posterior
14
Id. ib., p. 111
28
INTRODUÇÃO
29
SYNESIO SAMPAIO GOES FILHO
30
INTRODUÇÃO
16
SOUZA, José Soares. “O Brasil e o Prata até 1828”. In: HOLANDA, S. B. de. História da
civilização brasileira. São Paulo: DIFEL, 1976, t. II, vol. I, p. 311.
17
BANDEIRA, L.A. Moniz. O expansionismo brasileiro e o governo dos estados na bacia do
Prata. Brasília, UnB, 1995, p. 61.
31
SYNESIO SAMPAIO GOES FILHO
18
FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 1994, p. 151.
32
INTRODUÇÃO
33
SYNESIO SAMPAIO GOES FILHO
20
FAUSTO, Boris. op. cit. p. 170.
34
INTRODUÇÃO
35
SYNESIO SAMPAIO GOES FILHO
La accion de noble justicia que tuvo el valor de realizar Rio Branco... en 1909, en
momentos en que el Canciller argentino Zeballos proclama su tesis de “la costa
seca”, o en otras palabras, que la Argentina poseía soberanía sobre la totalidad del
Río de la Plata... Por iniciativa del Barón de Río Branco, el gobierno brasileño
cedió al Uruguay no sólo los derechos a navegar esas águas [ da lagoa Mirim e
do rio Jaguarão], sino la plena soberanía de una porción equitativa de las mismas,
Sampognaro apud LAPEYRE, Edson Gonzales. Los límites de la Republica Oriental del
21
36
INTRODUÇÃO
que fueron divididas a través del criterio de la línea media, o el del thalweg o por
una línea quebrada convencional, según los casos22.
Observações finais
37
SYNESIO SAMPAIO GOES FILHO
38
INTRODUÇÃO
los unos respecto de los otros, se han encontrado em presencia de una unidad de
plan, de miras, y de tendências, que oponia el Imperio del Brasil, que habilmente
há discutido com ellos sucessiva y separadamente estas questiones, pero com una
pertinácia verdaderamente notable23.
39
SYNESIO SAMPAIO GOES FILHO
27
RIO BRANCO. Obras do Barão do Rio Branco. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1948.
Vol. IX, pp.195-198 (Discurso pronunciado em 6 de maio de 1909 no IHGB).
40
exposição de motivos sobre o
tratado de 17 de novembro de 1903
entre o brasil e a bolívia
Rio de Janeiro, Ministério das Relações Exteriores, 27 de dezembro
de 1903.
43
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
44
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS
45
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
46
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS
47
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
48
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS
49
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
1
O mapa de 1873, ao contrário do que supunha Rio Branco, não era o mais antigo em que o
limite entre o Brasil e a Bolívia se representava por uma linha oblíqua, ao Equador, desde a
confluência do Beni até a cabeceira do Javari.
Já estava o Tratado de Petrópolis em estudos na Comissão de Diplomacia da Câmara dos
Deputados quando foi encontrado no arquivo do Ministério das Relações Exteriores um
mapa, datado de 1860 e assinado pelo conselheiro Duarte da Ponte Ribeiro e pelo major
Isaltino José de Mendonça de Carvalho, no qual figurava, em tinta verde, a referida oblíqua.
Rio Branco deu conhecimento deste fato ao doutor Gastão da Cunha, relator da Comissão
de Diplomacia da Câmara dos Deputados, na seguinte carta: “Excelentíssimo senhor doutor
Gastão da Cunha, deputado federal. Ao ler, publicada anteontem, a exposição que submeti ao
presidente da República sobre o Tratado de Petrópolis, o senhor José Antônio de Espinheiro,
diretor de seção e antigo funcionário nesta secretaria, veio dizer-me que o mapa de 1873, a
que me referi nessa exposição, não era, como eu supunha, o mais antigo apresentando como
limite entre o Brasil e a Bolívia uma linha oblíqua ao Equador, desde a confluência do Beni
até o Javari. O senhor Espinheiro entregou-me o mapa manuscrito de 1860, citado pelos meus
dois imediatos predecessores, que, ao chegar, eu pedira ao venerando diretor-geral desta
secretaria. Efetivamente, o mapa que, dias depois, me fora, por engano, mandado a Petrópolis,
era de 1873, aparecendo nela o principal autor com o nome de barão da Ponte Ribeiro, título
este que só nesse ano de 1873 recebera. O documento original que recebi das mãos do senhor
Espinheiro, que estava sob a sua guarda, tem o seguinte título e indicação: Mapa de uma
parte da fronteira do Brasil com a República da Bolívia organizado pelo conselheiro Duarte
da Ponte Ribeiro e Isaltino José Mendonça de Carvalho, Janeiro de 1860. Traz, logo depois,
duas assinaturas autógrafas: ‘Duarte da Ponte Ribeiro’ e ‘Isaltino José Mendonça de Carvalho,
major graduado do Estado Maior de 1a classe’. Há no mapa uma linha vermelha, correndo
pela latitude de 10º10’ desde a confluência do Beni até encontrar o suposto Javari, e três
outras linhas, essas oblíquas, desde a mesma confluência, em busca da então desconhecida
50
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS
nascente do Javari. Duas das linhas oblíquas, ambas paralelas, supõem a nascente do Javari,
uma na latitude austral de 8º45’, e outra na de 7º9’ sul. A terceira linha oblíqua é verde, e
supõe a nascente a 5º36’N. O exame deste mapa convence-me inteiramente de que, na mente
do governo do Brasil, desde 1860, a fronteira deveria ser formada por uma linha oblíqua, se a
nascente do Javari fosse achada ao norte do paralelo de 10º20’S. Isso, porém, em nada altera
o que se estipulou no tratado que pende do exame e de aprovação do Congresso, porquanto
os plenipotenciários dos dois países, durante a negociação, não se ocuparam de interpretar a
parte final do artigo 2º do Tratado de 1867, mas sim de estabelecer novas fronteiras mediante
compensações à Bolívia. Negociamos o tratado, dando como admitido que a fronteira fosse a
linha oblíqua do Beni à nascente do Javari. Peço a vossa excelência que comunique aos seus
colegas da Comissão de Diplomacia esta emenda à exposição que acompanha o tratado. O
mapa está aqui no Itamaraty à sua disposição. Com a mais alta estima, tenho a honra de ser
de vossa excelência amigo atento, muito obrigado. Rio Branco.”Sobre esse assunto foi depois
trocada a seguinte correspondência entre Rio Branco e o doutor Olinto de Magalhães, ministro
das Relações Exteriores na presidência Campos Sales: “Rio de Janeiro, 17 de junho de 1911.
Ilustríssimo e excelentíssimo senhor Barão do Rio Branco, ministro de Estado das Relações
Exteriores. Na visita que hoje tive a honra de fazer a vossa excelência, foi assunto principal
da nossa conversação o erro verificado em documentos oficiais sobre a existência do mapa de
1860 de Duarte da Ponte Ribeiro. Disse-me então vossa excelência que, na verdade, se acha
nessa secretaria de Estado, competentemente arquivado, tão importante documento, do qual
teve a bondade de me fornecer três cópias autênticas. Informou-me ainda vossa excelência
que o mencionado mapa só lhe foi apresentado pelo senhor José Antônio de Espinheiro,
diretor de seção nessa secretaria de Estado, depois de haver vossa excelência endereçado ao
Congresso Nacional a Exposição de motivos do Tratado de Petrópolis de 1903; mas que, em
tempo, dirigira à comissão parlamentar encarregada de dar parecer sobre aquele tratado uma
carta, em que restabelecia a verdade histórica. Vossa excelência bem pode compreender o vivo
interesse do país em que se divulgue essa retificação, que parece ignorada até de membros
do Congresso Nacional. Assim que, no v.2, à p.102, de sua obra O Direito do Amazonas ao
Acre Septentrional, que só agora me chegou ao conhecimento, declara o senhor Rui Barbosa o
seguinte: ‘Para colorir com a expressão de autenticidade oficial a inteligência, que substituiu
a linha quebrada, manifesta no artigo 2o do Tratado de 1867, tal qual se acha redigido, pela
oblíqua do Madeira à nascença do Javari, o trabalho de ajeitação, pertinazmente urdido no
decurso de 30 anos por sustentar o erro primitivo da nossa chancelaria, explorou com singular
confiança a história de linha verde, cuja derradeira edição lhe deu seu maior realce, ainda
em 1900, no relatório do ministro das Relações Exteriores. Alega-se que, nas instruções do
ministro de Estrangeiros Cansanção de Sinimbu, em 1860, ao nosso ministro residente em La
Paz, João da Costa Rego Monteiro, acompanhavam o projeto de tratado cartas explicativas, na
terceira das quais se tirara do Madeira ao Javari uma linha verde, a qual, dizia Ponte Ribeiro
‘é a que regulará por último se as nascentes do Javari não alcançarem até a linha encarnada
ou algumas das intermediárias’.
Diz ainda o senador Rui Barbosa: ‘Mas onde se acha esse mapa? Que sinais de autenticidade
nos certifica a existência desse documento? Na secretaria das Relações Exteriores, nas suas
repartições, no seu arquivo, entre os seus papéis não se encontra semelhante mapa. Ela
mesma é quem o no atesta, por órgão do seu chefe atual: ‘Tenho lido’ – diz o Barão do Rio
Branco – ‘que durante as negociações em La Paz, nos primeiros meses de 1867, o nosso
plenipotenciário Lopes Neto apresentava mapas desenhados sob a direção de Duarte Ribeiro,
51
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
nos quais já figurava a linha oblíqua; mas disso não achei vestígio algum na correspondência
oficial.’ Foi, como se vê o trecho anteriormente transcrito da Exposição de motivos do Tratado
de Petrópolis, por vossa excelência redigido, que levou o senador Rui Barbosa a proclamar:
‘Anos, lustros, décadas por aí vogou impune, ilesa, incontroversa, com fumos de certeza
histórica, de inexpugnabilidade oficial a lenda que acabamos de ver expirar. Não foi um raio:
foi uma ponta de alfinete, o bico da pena do primeiro ministro das Relações Exteriores que se
deliberou a catar a verdade e confessá-la. O Barão do Rio Branco pôs-se em busca do mapa e o
não encontrou; esgotou os meios disponíveis no encalço da linha verde e não a viu. Aqui está,
a secretaria das Relações Exteriores anuncia que não sabe da linha verde. Três anos antes, não
mais, no relatório anual da mesma secretaria de Estado, a linha verde aparecia ainda, como
o golpe mágico na questão do Acre, para empalmar ao texto do Tratado de 1867 o paralelo
de 10º20’S e o substituir pela oblíqua do Madeira ao Javari. Nesta grande controvérsia todos
aludiam à famigerada linha verde, sem que ninguém lhe houvesse posto os olhos, falavam todos
no mapa, onde ela imaginava-se estar, sem que alguém a exibisse. Não se comenta a gravidade
destas conclusões. Se esta fosse a verdade incontrastável, com ela não perigava somente a
lisura do ministro que se referiu tão desabusadamente, em documento público, a esse mapa
nunca visto. O ministro que assim procedesse merecia a mais severa reprovação, porque com
tal fraude comprometia a honra do país e se revelava sem consciência de sua dignidade, nem
sentimento das suas responsabilidades. Depois que deixei em 1903 a direção do Ministério
das Relações Exteriores, me tenho propositadamente abstido de debates públicos, mantendo o
maior silêncio em face de quantas discussões se têm levantado em torno da política exterior do
Brasil, pela convicção em que estou de que ao homem público cumpre aceitar o seu quinhão
de impopularidade com ânimo sereno, desde que se trata de altos interesses nacionais. Foi por
essa razão que, durante as negociações do Tratado de Petrópolis, ao ser conhecida a Exposição
de motivos de vossa excelência, deixei de contestar a declaração de ser o mapa de 1873 o
mais antigo em que se encontra a linha oblíqua, em vez do que acompanhou, em 1860, as
instruções e o projeto para o Tratado de Limites. Agora, porém, que está encerrado o debate
diplomático e que a história tem o dever de reivindicar a verdade, apelo para vossa excelência,
certo de que não se negará a dizer publicamente que a asseveração contida no relatório do
ministro do Exterior de 1900 era fundada, que o mencionado mapa existe e está ainda sob a
guarda dessa Secretaria de Estado. Ninguém poderá então assoalhar que, ‘a discussão acerca
da soberania de um território maior que o de algumas potências do mundo, se agitou dezenas
de anos em torno de um documento supositício e um supositício demarcativo, nem que era
numa fantasia que baseavam os estadistas do Império a interpretação do Tratado de 1867’.
Foi, ao contrário, com razão que o ‘mapa, onde se assegurava estar a decifração do tratado,
o seu comento autêntico, a expressão cromográfica do pensamento dos seus celebradores,
pairou 36 anos sobre o debate como argumento irresistível’. Peço a vossa excelência que
me releve a extensão destes comentários, a que me levou involuntariamente a importância
do assunto. Permita, porém, que conclua com a afirmação de que o relatório de 1900, por
mim subscrito, nas declarações que fez ‘ao país, à legislatura e ao estrangeiro’ não ‘mentiu
ao passado e ao presente’, não ‘mentiu aos fatos e ao Direito’. Aproveito com prazer este
ensejo para reiterar a vossa excelência os protestos de minha mui distinta estima e elevada
consideração. Olinto de Magalhães.”
“Gabinete do ministro das Relações Exteriores. Rio de Janeiro, 22 de julho de 1911.
Excelentíssimo senhor doutor Olinto de Magalhães. Verbalmente já apresentei desculpas
a vossa excelência pela minha demora em responder à sua carta de 17 de junho. Sabe que
52
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS
andei adoentado e com a atenção muito presa por assuntos urgentes, como lhe disse há dias.
Confirmo o que sobre o mapa manuscrito de 1860 vossa excelência diz na sua carta. Esse
mapa, com as assinaturas autografadas do conselheiro Duarte da Ponte Ribeiro e do major
Isaltino de Carvalho, existe neste Ministério. Pude verificar isso em janeiro de 1904, depois
de publicada a Exposição de motivos que acompanhou o Tratado de Petrópolis. A inclusa
cópia da carta que em 11 de janeiro de 1904 dirigi ao relator da Comissão de Diplomacia da
Câmara dos Deputados, senhor doutor Gastão da Cunha, mostrará a vossa excelência que
retifiquei imediatamente o que sobre o assunto eu dissera na Exposição de motivos de 27 de
dezembro de 1903. Não me pareceu conveniente, durante a agitação daqueles dias, tornar
imediatamente pública e de modo solene a minha retificação ou retratação, a qual em nada
invalidava o ajuste internacional pendente de decisão do Congresso; mas tratei logo de informar
à comissão competente, pelo intermédio do seu digno relator, e disse-me este que em um dos
seus discursos dera à Câmara notícia do exposto na minha carta. Nunca ocultei esse incidente
às pessoas que sobre ele me falaram. Nas discussões pela imprensa relativas ao pleito entre
a União e o Estado do Amazonas tem havido, e desde alguns anos, referências à retificação
que fiz em janeiro de 1904. Mandei logo reproduzir, em fac-símile, o mapa na Imprensa
Nacional. Só pela carta de vossa excelência fiquei conhecendo os trechos nela transcritos da
obra do senhor senador Rui Barbosa. Não a tinha lido. Não tenho acompanhado o pleito em
andamento e não me julguei na obrigação de intervir nele, salvo se me fossem requeridos
documentos ou informações.
Com a mais perfeita estima e distinta consideração, tenho a honra de ser de vossa excelência
muito atento amigo e criado. Rio Branco.”
53
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
54
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS
expor sucintamente.
O primeiro desses problemas provinha da supressão do livre-
trânsito comercial entre a Bolívia e o estrangeiro pelas nossas vias
fluviais. Contra isso reclamaram a França, a Alemanha, a Inglaterra, os
Estados Unidos da América e a Suíça.
Outra dificuldade podia resultar do fato de haver o Brasil
efetivamente impedido o desempenho das obrigações do Sindicato
anglo-americano, que eventualmente nos poderia responsabilizar por
perdas e danos.
O sentimento público entre nós era outro elemento que não podia
deixar de ser tomado em consideração. Desde a minha chegada da
Europa, observei que se manifestava unânime a simpatia nacional pelos
nossos compatriotas que se batiam no Acre. A previsão se impunha de
que aquele sentimento havia de avolumar-se tanto e tomar tal forma
que seria impossível a um governo de opinião como o nosso assistir
indiferente ao sacrifício que faziam esses brasileiros para conseguir um
dia viver à sombra da nossa bandeira. Como combinar o desempenho
do nosso dever para com esses compatriotas na aflição com o firme
desejo de não praticar atos de hostilidade contra o governo amigo que
os combatia?
55
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
56
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS
57
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
1º. 723 km2 sobre a margem direita do rio Paraguai, dentro dos
terrenos alagados conhecidos por Baía Negra.
2º. 116 km2 sobre a lagoa de Cáceres, compreendendo uma nesga
de terra firme (49,6 km2) que permite o estabelecimento de um
ancoradouro mais favorável ao comércio que o que fora cedido
à Bolívia em 1867.
3º. 20,3 km2, nas mesmas condições, sobre a lagoa Mandioré.
4º. 8,2 km2 sobre a margem meridional da lagoa Gaíba.
5º. A construção de uma estrada de ferro, em território brasileiro,
58
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS
59
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
60
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS
61
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
62
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS
63
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
Rio Branco
64
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS
65
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
Artigo 1o Artículo 1o
66
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS
atual, de sorte que esse ponto que ese punto deberá estar, mas ó
deverá estar mais ou menos em19º menos, en 19º 45’36”S y 14º 55’46”,
45’ 36”, 6S, e -14º 55’ 46”, 7W, do 7 de longitud oeste de Rio de Janeiro
Rio de Janeiro (58º 04’ 12”,7ºW (58º 04’ 12”, 7 W de Greenwich).
de Greenwich, ). Daí seguirá no De allí seguirá en el mismo rumbo
mesmo rumo determinado pela determinado por la Comisión Mixta
Comissão Mista de 1875 até de 1875 hasta 19º 2’S y, después
19º 02’ S e, depois, para leste, para el este, por ese paralelo hasta
por este paralelo até o arroio el arroyo Concepción, que bajará
Conceição, que descerá até a sua hasta su desembocadura en la
boca na margem meridional do margen meridional del desaguadero
desaguadouro da lagoa de Cáceres, de la laguna de Cáceres, también
também chamado rio Tamengos. llamado río Tamengos. Subirá por el
Subirá pelo desaguadouro até o desaguadero hasta el meridiano que
meridiano que corta a ponta do corta la punta del Tamarindeiro, y
Tamarindeiro e depois para o norte, después para el norte, por el citado
pelo meridiano de Tamarindeiro, meridiano del Tamarinero, hasta 18º
até 18º54’S, continuando por este 54’ S continuando por ese paralelo
paralelo para oeste até encontrar a para el oeste hasta encontrar la
fronteira atual. frontera actual.
§ 2o Do ponto de intersecção § 2o Del punto de intersección
do paralelo de 18º54’S com a del paralelo 18º 54’S con la línea
linha reta que forma a fronteira recta que forma la frontera actual
atual seguirá, no mesmo rumo seguirá, por el mismo rumbo que
que hoje, até 18º14’ S e por al presente, hasta 18º 14’S y por
este paralelo irá encontrar a ese paralelo irá a encontrar al
leste o desaguadouro da lagoa este el desaguadero de la laguna
Mandioré, pelo qual subirá, Mandioré, por el cual subirá
atravessando a lagoa em linha atravesando la laguna en línea
reta até o ponto, na linha antiga recta, hasta el punto de la línea de
de fronteira, equidistante dos la antigua frontera, equidistante de
dois marcos atuais, e depois, por los dos marcos actuales, y después
essa linha antiga, até o marco da por esa línea antigua, hasta el
margem setentrional. marco de la margen septentrional.
§ 3o Do marco setentrional § 3o Del marco septentrional
na lagoa Mandioré continuará de la laguna Mandioré continuará
em linha reta, no mesmo rumo en línea recta, en el mismo rumbo
67
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
68
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS
69
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
Artigo 2o Artículo 2o
70
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS
Artigo 3o Artículo 3o
Artigo 4o Artículo 4o
71
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
Artigo 5o Artículo 5o
72
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS
ser tão favoráveis quanto seja tan favorables cuanto sea posible
possível à navegação e ao comércio a la navegación y al comercio y
e guardar nos dois países a possível guardar en los dos países la posible
uniformidade. Fica, porém, uniformidad. Queda, sin embargo,
entendido e declarado que se não entendido y declarado que no se
compreende nessa navegação a de comprende en esa navegación la de
porto a porto do mesmo país, ou de puerto a puerto del mismo país, o
cabotagem fluvial, que continuará de cabotaje fluvial, que continuará
sujeita em cada um dos dois Estados sujeta en cada uno de los dos Estados
às respectivas leis. a sus respectivas leyes.
Artigo 6o Artículo 6o
Artigo 7o Artículo 7o
73
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
Artigo 8o Artículo 8o
Artigo 9o Artículo 9o
74
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS
75
exposição de motivos sobre o
tratado de 7 de maio de 1904
entre o brasil e o equador
Rio de Janeiro, Ministério das Relações Exteriores, 25 de agosto
de 1904.
Senhor presidente,
79
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
80
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS
Sendo necessário para a boa execução deste tratado fixar de uma maneira
explícita qual o território brasileiro e qual o equatoriano, as altas partes
contratantes reconhecem como princípio para a solução de quaisquer dúvidas,
que para o futuro se possam suscitar a este respeito, o uti possidetis, princípio
geralmente adotado pelos Estados da América do Sul, como base do respectivo
domínio territorial.
81
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
Rio Branco
82
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS
83
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
Artigo 1o Artículo 1o
Artigo 2o Artículo 2o
84
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS
Artigo 3o Artículo 3o
85
exposição de motivos sobre os
acordos de 24 de abril de 1907
entre o brasil e a colômbia
Rio de Janeiro, Ministério das Relações Exteriores, 30 de setembro
de 1907.
Senhor presidente,
89
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
90
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS
91
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
92
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS
Rio Branco
93
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
Artigo 1o Artículo 1o
94
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS
95
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
96
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS
Artigo 2o Artículo 2o
97
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
Artigo 3o Artículo 3o
98
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS
Artigo 4o Artículo 4o
99
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
Artigo 5o Artículo 5o
100
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS
Artigo 1o Artículo 1o
101
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
Artigo 2o Artículo 2o
Artigo 3o Artículo 3o
102
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS
Artigo 4o Artículo 4o
103
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
104
exposição de motivos sobre o
tratado de 8 de setembro de 1909
entre o brasil e o peru
Rio de Janeiro, Ministério das Relações Exteriores, 28 de dezembro
de 1909.
Senhor presidente,
Tenho a honra de pôr nas mãos de vossa excelência a inclusa cópia autêntica
do tratado que a 8 de setembro último, devidamente autorizado por vossa
excelência, assinei com o plenipotenciário da República do Peru, para completar
as nossas fronteiras com esse país desde a nascente do Javari até o rio Acre.
Conhecendo as altas partes contratantes o muito que lhes interessa proceder quanto
antes à demarcação dos limites fixos e precisos que hão de dividir o território do
107
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
108
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS
109
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
II
Por esta ocasião apareceu a pretensão, exibida por aquele comissário, de se fechar
a divisa entre os dois países por uma linha tirada na direção leste-oeste, a partir
da margem esquerda do rio Madeira, à direita do Javari.
Esta pretensão não podia deixar de surpreender o governo imperial, como
inadmissível e contraria às próprias estipulações da convenção.
O nosso litígio sobre fronteiras com o Peru surgiu, assim, em 1863. Não
foi, portanto, uma consequência do tratado que se chamou de Petrópolis,
concluído entre o Brasil e a Bolívia a 17 de novembro de 1903.
III
110
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS
(...) Sendo a intenção dos dois augustos soberanos que, ao fim de conseguir a
verdadeira paz e amizade a cuja perpetuidade e estreiteza aspiram para o sossego
recíproco e bem dos seus vassalos, somente se atenda, naquelas vastíssimas regiões
por onde há de estabelecer-se a linha divisória, à conservação do que cada um fica
possuindo, em virtude deste tratado e do definitivo de limites, e a segurar estes
de modo que em nenhum tempo se possam oferecer dúvidas, nem discórdias (...)
111
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
112
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS
IV
113
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
O Brasil, depois de ter fixado os seus limites com o Peru, ao ocidente, pelo Javari
(1851), tratou de fixá-los também ao sul. O soberano que aí encontrou exercendo
de fato a jurisdição, até onde esta se fazia sentir em contato com a sua, foi a
Bolívia. Com ela pactuou. Na ausência de direito convencional – pois o Tratado
de 1777 era meramente preliminar e feito para servir de base e preparo de um
tratado definitivo que se não celebrou –, deviam as partes contratantes recorrer ao
princípio geralmente aceito para a solução das questões de limites entre o Brasil
e as nações vizinhas: o uti possidetis. Este nos autorizava a reclamar muito mais
do que a Bolívia queria reconhecer como nosso. Por considerações diversas, entre
as quais merecem menção o apreço em que tínhamos a amizade da Bolívia e a
necessidade de fechar a porta a questões internacionais em um momento em que
a nossa contenda com o Paraguai tivera a infelicidade de provocar a animadversão
de outros povos sul-americanos, não nos quisemos mostrar intransigentes e
concordamos em que os nossos limites com a Bolívia fossem traçados pelo modo
estabelecido no Tratado de 1867.
114
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS
A conclusão forçada que desta consideração se tira é que nós não apresentamos
como cessionários ou sucessores da Bolívia. Temos direito nosso de que
havíamos aberto mão, porém, que depois reouvemos pelo Tratado de Petrópolis.
Este direito voltou a nós com todo rigor e extensão que tinha anteriormente.
Não sendo cessionários nem sucessores da Bolívia, a decisão arbitral que for
proferida na pendência entre ela e o Peru não pode nos prejudicar. É res inter
alios (questão entre terceiros).
Se a sentença for contrária à Bolívia, que terá ela decidido? Terá decidido que os
limites entre a Bolívia e o Peru não são os que geralmente se supõe, e sim outros
diferentes. É uma questão que não atinge ao nosso direito. A sentença mostrará apenas
que ao sul do Acre nós nos limitamos com o Peru e não com a Bolívia, mas nos
limitamos por onde o uti possidetis traçava antes do Tratado de 1867, e traça ainda
hoje, os nossos limites, uti possidetis que o Peru expressamente aceitou, no Tratado
de 1851, como princípio de solução das dúvidas sobre os limites entre ele e o Brasil.
Se o Peru não reconhecer esse nosso direito, bem se compreende que isso não
depende exclusivamente do seu arbítrio, e sim do valor dos títulos de cada um
dos dois países confinantes.
115
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
Os limites entre o Peru e o Brasil ainda não estão definidos... Nenhuma urgência
teve o governo do Peru em levar por diante esse deslinde, porém, o da Bolívia,
desde que julgou conveniente fazer o seu com o do Brasil, a respeito de territórios
que, pelo menos, devia considerar limítrofes do Peru, parece que devia ajustar com
este a devida negociação. Esse olvido causou a cessão que o governo da Bolívia
fez ao Brasil de territórios que podem ser da propriedade do Peru. Salvá-los é o
objeto que se propõe o abaixo assinado na presente nota.
Segundo esse pacto, ratificado pela Convenção de 1858, todo o curso do Javari
é limite comum para os Estados contratantes; e, ainda que os tratados não o
digam, os comissários de limites, senhores Carrasco e Azevedo, pactuaram que
se chegasse até a latitude de 9º30’S ou até a nascente do dito rio, no caso de se
encontrar ela em uma latitude inferior. A linha paralela ao Equador, traçada em
uma das referidas situações, assinala a divisão territorial entre o Peru e o Brasil
por esse lado, ficando pertencente ao Peru todo o terreno compreendido entre o
sul e a indicada paralela, que deve terminar no rio Madeira (...)
116
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS
Teve, além disso, em conta as estipulações de 1750 e 1777, ajustadas entre as coroas
da Espanha e de Portugal e, substituindo-as pelo artigo 2o do tratado em questão,
não perdeu de vista que aquelas ficaram sem execução e nunca estabeleceram uma
verdadeira posse para o governo espanhol.
Não restava, pois, outra base para fundar solidamente os direitos territoriais da
Bolívia e do Brasil senão o princípio do uti possidetis, isto é, a posse real e efetiva
de Espanha e Portugal, ainda quando fosse retenção ilegítima, não podendo tomar-
se por posse verdadeira a que qualquer das duas coroas pretendesse ter sem uma
ocupação positiva e atual.
117
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
Eis aí como o princípio do uti possidetis foi a base primordial e única que regulou
o tratado entre o Peru e o Brasil em 1851. Além do que, essa mesma fronteira
não se achava ainda claramente definida, como não está hoje mesmo; por isso,
se conveio conferir a uma Comissão Mista a faculdade de reconhecê-la e propor
a troca de territórios.
Por que, pois, pretende o Gabinete de Lima que o de Sucre houvesse recusado adotar
o mesmo princípio que a ele, de Lima, serviu para o ajuste de limites com o Brasil?
... Deixando ao Gabinete do Rio de Janeiro a tarefa de responder, em seu caso, no
tocante ao Império, limitar-me-ei somente a chamar a atenção de vossa excelência
para o próprio teor literal do artigo 7o (do Tratado de 1857), segundo o qual os
limites entre o Peru e o Brasil, ao sul de Tabatinga, estão definidos pelo rio Javari,
de maneira que os territórios adjacentes à sua margem esquerda são os únicos que
por essa parte possui o Peru, pertencendo ao Brasil os que se acham situados à
margem direita.2
E como por esse lado cabe também à Bolívia um direito inquestionável que nasce
dos mesmos princípios do uti possidetis que ao Peru serviu de ponto de partida
para os seus acordos territoriais com o Império, nada parece mais natural do que
o estipulado entre a Bolívia e o Brasil, que dispunham de coisa própria, isto é, de
território que possuíam e até onde a soberania e a jurisdição do Peru não podiam
chegar porque o impedia o rio Javari, seu limite reconhecido no Tratado de 23
de outubro de 1851...
VI
118
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS
por que, no regime passado como no atual, não nos foi possível aceder ao
expediente proposto constam das duas notas anexas (nos 1 e 2), que em 18
de julho de 1903 e 11 de abril de 1904 dirigi à Legação Peruana.
Na primeira dessas notas, confirmei o que havia declarado no meu
telegrama de 20 de janeiro de 1903 à legação do Brasil em Lima:
Queira informar reservadamente a esse governo que qualquer que seja a resolução
que sejamos obrigados a tomar, quando esgotados todos os meios suasórios, na
questão dos estrangeiros do Sindicato que o governo boliviano quer estabelecer
no território em litígio, o governo brasileiro terá na maior atenção as reclamações
do Peru, sobretudo, na parte que vai do Purus para oeste, e, animado do espírito
mais conciliador e amigável, estará pronto para se entender em tempo com esse
governo sobre o território em litígio, como deseja entender-se com o da Bolívia.
119
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
(...) A disposição constitucional a que o senhor ministro alude não nos obriga a
aceitar o arbitramento somente porque um governo estrangeiro diz que pertence
ao seu país um território que entendemos ser nosso. Durante a presidência do
doutor Prudente de Morais, e no caso da ocupação da ilha da Trindade, o Brasil
recusou, em 6 de janeiro de 1896, o arbitramento proposto pelo governo britânico.
Três vezes tem o Brasil recorrido ao juízo arbitral para resolver antigos desacordos
sobre limites: o que tínhamos com a República Argentina, relativo ao território
de Palmas, impropriamente chamado de Missões; com a França, sobre o do
Oiapoque ao Araguari e ao rio Branco; e com a Inglaterra, nas bacias do mesmo
rio Branco e do Essequibo. Em nenhum desses casos foi o Brasil a arbitramento
sem discussão prévia e troca de memórias justificativas, sem que as duas partes
ficassem conhecendo os fundamentos da opinião contrária e tentassem transigir
ou conciliar-se.
Agora está ele pronto para proceder do mesmo modo com o Peru e só depende do
governo de vossa excelência resolver se deve ou não seguir o exemplo dado, em questões
semelhantes com o Brasil, pela República Argentina, pela França e pela Inglaterra.
120
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS
Não podemos tolerar que, durante o litígio levantado, e cujos fundamentos nos
são desconhecidos, venham autoridades peruanas governar populações brasileiras
que viviam tranquilamente nessas paragens.
VII
121
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
122
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS
3
Chamava-se Carlos F. Vásquez Cuadra o comissário peruano. Chegou a San Lorenzo, vindo
de Iquitos, a 16 de outubro de 1902. Desceu parte do Amônea e, no dia 18, passou-se para a
margem direita do Juruá. O brasileiro Carlos Eugênio Chauvin, primeiro suplente da prefeitura,
organizou a resistência na boca do Amônea, margem esquerda do Juruá.
4
Jorge M. Barreto era o comissário peruano.
123
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
VIII
5
Expedição preparada pelo comissário peruano no Alto Purus, Pedro López Saavedra, e pelo
caucheiro Carlos Scharff. Compunha-se de 200 caucheiros armados, de que era chefe Francisco
Vargas Fernández, e de 30 soldados sob o comando do tenente Luís Ghiorzo.
6
A expedição de voluntários brasileiros (160 homens) subia de Liberdade até o Santa Rosa,
embarcada, sob o comando do tenente-coronel José Ferreira de Araújo. O citado Ghiorzo
dirigia a força que combateu no Santa Rosa.
7
Carlos Scharff, morto no rio de las Piedras ou Tacuatimanu pelos seus trabalhadores índios,
em 1902.
124
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS
1o A discussão diplomática para um acordo direto sobre a fixação dos limites entre
o Brasil e o Peru desde a nascente do Javari até a linha de 11o S começará no dia
1o de agosto e deverá ficar encerrada no dia 31 de dezembro deste ano de 1904.
2o Os dois governos, desejosos de manter e estreitar cada vez mais as suas relações
de boa vizinhança, declaram desde já o seu sincero propósito de recorrer a algum
dos outros meios de resolver amigavelmente litígios internacionais, isto é, aos
bons ofícios ou à mediação de algum governo amigo, ou à decisão de um arbítrio,
se dentro do indicado prazo, ou no das prorrogações em que possam convir, não
conseguirem um acordo direto satisfatório.
125
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
126
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS
territórios em litígio:
a). o da bacia do Alto Juruá desde as cabeceiras desse rio e dos
seus afluentes superiores até a boca e a margem esquerda do rio
Breu e, daí para oeste, pelo paralelo da confluência do mesmo
Breu, até o limite ocidental da bacia do Juruá;
b). o da bacia do Alto Purus até o lugar denominado Cataí, inclu-
sive.
Assim, ficavam sob a jurisdição do governo brasileiro:
127
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
IX
128
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS
Sobral, erguido em 1898, a 9º 15’ 07”S demarca hoje a mais avançada atalaia dessa
enorme campanha com o deserto. Quem o alcança, partindo da foz do Purus e
percorrendo uma distância itinerária de 1.417 milhas ou 400 léguas, tem a prova
tangível de que quatro quintos do majestoso rio estão completamente povoados de
brasileiros, sem um hiato, sem a menor falha de uma área em abandono, ligadas
às extremas de todos os seringais, estirando-se unida por toda aquela lonjura, que
lhe define geometricamente a grandeza, uma sociedade rude porventura ainda,
mas vigorosa e triunfante.
129
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
(...)
130
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS
XI
131
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
132
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS
133
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
Rio Branco
134
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS
135
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
Artigo 1o Artículo 1o
136
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS
137
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
138
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS
Artigo 2o Artículo 2o
Artigo 3o Artículo 3o
Artigo 4o Artículo 4o
139
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
Artigo 5o Artículo 5o
140
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS
Artigo 6o Artículo 6o
141
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
Artigo 7o Artículo 7o
Artigo 8o Artículo 8o
Artigo 9o Artículo 9o
142
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS
143
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
No 1
10
Publicado, com outros documentos, no Diário Oficial de terça-feira 7 de junho de 1904.
144
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS
Queira informar reservadamente a esse governo que qualquer que seja a resolução que
sejamos obrigados a tomar, quando esgotados todos os meios suasórios, na questão dos
estrangeiros do sindicato que o governo boliviano quer estabelecer no território em litígio,
o governo brasileiro terá na maior atenção as reclamações do Peru, sobretudo, na parte
que vai do Purus para oeste, e, animado do espírito mais conciliador e amigável, estará
pronto para se entender em tempo com esse governo sobre o território em litígio, como
deseja entender-se com o da Bolívia.
145
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
No 2.
Senhor ministro,
11
Publicada, com outros documentos, no Diário Oficial de terça-feira 7 de junho de 1904.
146
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS
147
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
governo imperial, o que se não havia realizado por estar esse diplomata
ausente do Rio de Janeiro. Julgava, pois, chegada a oportunidade de
pedir oficialmente ao ministro do Brasil, conselheiro Pereira Leal, que
o informasse do pensamento que sobre o assunto abrigava então o
governo brasileiro.
Outro documento oficial, este publicado na Coleção de Tratados de
Peru, pelo senhor Ricardo Aranda, tomo II, p.583, mostra a persistente
confiança do governo do Peru na eficácia de uma ação comum entre os
países interessados para o deslindamento simultâneo de questões dessa
natureza. É a nota que, em 9 de julho de 1874, o ministro das Relações
Exteriores, senhor J. de la Riva Agüero, endereçou ao representante do
Brasil em Lima e na qual se lê o seguinte:
148
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS
149
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
150
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS
151
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
152
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS
Rio Branco
No 3
153
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
154
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS
155
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
156
exposição de motivos sobre o
tratado de 30 de outubro de 1909
entre o brasil e o uruguai
Rio de Janeiro, Ministério das Relações Exteriores, 19 de dezembro
de 1909.
Senhor presidente,
159
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
160
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS
(...) Pela margem ocidental da dita lagoa Mini ou Mirim até a confluência do
Jaguarão Grande, inclusa a distância de dois tiros de canhão por toda a margem da
dita lagoa Mini; pela margem direita do Jaguarão Chico, desde a sua confluência
no Jaguarão Grande até a margem do galho principal que fica ao sul (...)
Os limites dele [do Estado Cisplatino] serão os mesmos que tinha e lhe eram
reconhecidos no princípio da revolução, e são: a leste, o oceano; ao sul, o rio da
Prata; a oeste, o Uruguai; ao norte, o rio Quaraí até a coxilha de Santana, que divide
o rio de Santa Maria, e por essa parte o arroio Taquarembó Grande; seguindo às
pontas do Jaguarão, entra na lagoa Mirim e passa pelo pontal de São Miguel a
tomar o Chuí, que entra no oceano; sem prejuízo da declaração que o soberano
161
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
Congresso dos nossos deputados dê sobre o direito que possa competir a este
Estado aos campos compreendidos na última demarcação praticada no tempo do
governo espanhol.
II
162
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS
O governo da República Oriental do Uruguai não quer mais, nem pode deixar de
manter sua independência, que lhe deu a convenção [de 1828], a que se obrigou sua
majestade imperial. Por donde deva correr a linha divisória que separa a província
das demais do Brasil, por ali se conforma em que se proceda à demarcação material
e se estabeleçam os limites que lhe estão reservados, começando no Chuí, na costa
do mar, costeando a margem ocidental da lagoa Mirim e à direita do Jaguarão,
até terminar na foz do Quaraí, sobre o Uruguai, porque tampouco o governo da
República tem faculdade para traspassar essa extensão que foi assinada como
princípio fundamental da existência da República.
Houve, pois, pacto expresso sobre os limites com que a Província Oriental passava
a ser Província Cisplatina, pertencente ao Brasil; com esses limites a conservou
este em sua associação e com eles a deixou erigir-se em Estado independente.
A guerra entre as províncias argentinas e o Império sobre a posse do território
oriental terminou pela Convenção Preliminar de 27 de agosto de 1828, cujos
163
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
Provar essa última proposição foi o objeto dessas notas: fica completamente
provada. À habilidade e ao zelo do plenipotenciário toca agora fazer reconhecer
a verdade para conseguir que se sancione o fato existente e que se dê uma justa
compensação pecuniária pelo direito que o do Estado às antigas demarcações e
que cederá, mediante a compensação, em favor do Império.
164
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS
165
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
Por essa elevação poderia continuar a fronteira a buscar a coxilha de Santana até
as nascentes do arroio de São Luiz, e, depois, por este, até a sua confluência com
o Piraí, continuando dali por uma reta aos cerros de Aceguá a buscar a coxilha
Grande, e desta a encontrar as nascentes do Jaguarão Chico, e, em seguida, pelo
Jaguarão até a lagoa Mirim.
Ainda que deva pertencer ao Brasil toda a lagoa Mirim, contudo, à vista das
possessões que hoje têm nas suas margens os Orientais, será já impossível excluí-
los da navegação daquela lagoa, da foz do Jaguarão para o sul. Parece, pois,
que a divisória deverá continuar desde a foz do Jaguarão pelo meio da lagoa até
defronte das nascentes do Chuí, seguindo as águas deste até o oceano.
Se o Brasil pudesse ir buscar todas as vertentes que correm para a lagoa Mirim
a fim de que só nós tivéssemos a sua navegação, conviria insistir em que a raia
começasse na Angustura de Castilhos Grandes; mas, estando o governo de
Montevidéu em possessão dos rios Cebollatí, Parado, Taquari e outros, que têm
origem na coxilha Grande, e com povoações como São Servando, Cerro Largo e
outras, não é de esperar que renuncie (e já declarou que não) a essa navegação,
que tanto valeria reconhecer a Convenção de 1819.
166
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS
III
(...)
5a Como esse Ato de Incorporação foi aceito pelo governo imperial, e pelo mesmo citado
como um título do Império à Província Cisplatina, tanto na correspondência entre o
comissário argentino Valentin Gomez e o ministro dos Negócios Estrangeiros do Brasil,
167
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
Parece às seções que o Tratado de 1777 deixou de ter vigor desde 1801 e que as divisas
entre o Império e a República Oriental são as marcadas no Ato de Incorporação. E
se em algum tempo o governo de Montevidéu se retratar destas divisas, que tem
autenticamente reconhecido, aproveitará o Império no uti possidetis de 1810 que
não oferece a questão dos campos medidos, ou melhor ainda, a Convenção de 1819.
IV
168
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS
“Segundo a organização da Confederação Argentina, era cada uma das províncias soberana e
independente; e suposto tivessem feito entre si diversos tratados, não se tinha fixado neles de um modo
uniforme a autoridade que devia ser encarregada das relações exteriores, único laço de união que entre
elas existia. Esta autoridade tinha sido delegada na pessoa do general dom João Manoel de Rosas.
Em virtude das faculdades ordinárias e extraordinárias de que tinha sido investido pela Honrada Sala
de Representantes da Província, o governador e capitão-general da província de Entre Rios declarou no
dia 1o de maio de 1851: ‘Que era a vontade do povo entrerriano reassumir o exercício das faculdades
inerentes à sua soberania delegadas na pessoa do excelentíssimo governador e capitão-general da
província de Buenos Aires, para cultivar as relações exteriores e para a direção dos negócios da paz
e guerra da Confederação Argentina, em virtude do Tratado Quadrilateral das Províncias Litorais
de 4 de janeiro de 1831; que manifestada assim a vontade livre de Entre Rios, ficava esta apta para
entender-se diretamente com os demais governos do mundo, até que, congregada a assembleia
nacional das mais províncias irmãs, fosse definitivamente constituída a República.’
A província de Corrientes aderiu depois a essa declaração.
Tendo essas províncias reassumido assim o exercício completo da sua soberania, e admitido
a renúncia que todos os anos fazia e acabava de fazer o general Rosas do seu poder, celebrou
com elas o governo imperial o Convênio de 29 de maio de 1851 (...)”
169
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
170
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS
16
O Tratado de Limites e os outros tratados de 12 de outubro de 1851 foram ratificados pelo
presidente provisório da República Oriental Joaquín Suarez, e as ratificações trocadas em
Montevidéu a 11 de novembro de 1851; mas depois da eleição da Assembleia-Geral Legislativa
do Uruguai, em que venceu o partido contrário, sendo eleito presidente da República Juan
171
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
Francisco Giró, o novo governo oriental levantou dúvidas sobre a validade dos mesmos
tratados. Com o de 15 de maio de 1852, modificando o de limites de 1851, ficou reconhecida
a validade de todos esses pactos.
172
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS
Pelo que toca ao direito exclusivo de navegar as águas da lagoa Mirim, de que
o Brasil estava de posse, e que o tratado reconheceu, o abaixo assinado limitar-
se-á a declarar que ele não tolhe que o Brasil, por concessões especiais, admita,
debaixo de certas condições e certos regulamentos policiais e fiscais, embarcações
orientais a fazerem o comércio nos portos daquela lagoa.
173
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
174
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS
175
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
Por outro lado, a livre-navegação da lagoa Mirim e rio Jaguarão e a sua possível
ligação com o Atlântico, desvanecendo preconceitos políticos, habilitaria a
República Oriental do Uruguai a desempenhar a sua função internacional na
América do Sul, adquirindo, por ato da sua plena soberania, absoluta tranquilidade
externa para desenvolver seus elementos de prosperidade, estando como está,
admiravelmente colocada no estuário do Prata para servir de traço de união e
amizade entre o Brasil e a República Argentina.
VI
176
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS
Acerca dos rios que servem de extrema dos Estados (rios contíguos) e das ilhas e
aluviões que neles se formam, vigoram os princípios seguintes:
a) se o rio não é navegável, o território de cada Estado confinante estende-se até a linha
longitudinal que se supõe tirada pelo centro a igual distância de uma e outra margem.
Se for navegável, toma-se como limite o perfil longitudinal em que a corrente é mais
profunda (talvegue, filum aquæ).
Pode acontecer que o leito do rio encerre diversos canais mais ou menos profundos. Em
tal caso serve de linha divisória o canal mais apropriado à navegação, não só no percurso
do leito, como ainda através da baía ou estuário por onde as águas se encaminham
para o mar, suposto dessa linha resultem para uma e outra parte porções desiguais.
b) a parte que a corrente do rio deixa descoberta em uma das margens, bem como
o aumento por aluvião, pertencem ao território do lado em que se consumam tais
fenômenos.
As ilhas que nascem no leito do rio, se ocupam o centro, dividem-se entre os Estados
confinantes pela linha que serve de limite; se se formam fora dessa linha, acrescem
ao território do Estado em cujas águas surgem;
c) o direito de navegar pelas águas dos rios que servem de extrema pertence
exclusivamente às nações confinantes, salvo concessão por estipulações a terceiros
Estados;
d) o rio que serve de extrema, todavia, pode pertencer em toda a sua largura a um
só dos Estados confinantes por virtude ou de tratado, ou de ocupação prévia, ou de
qualquer título legítimo.
177
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
Nem sempre é fácil estabelecer praticamente a linha divisória. Nesse caso a navegação
compete em comum a todos os Estados ribeirinhos.
Quando os lagos e mares interiores contíguos comunicam com o mar por desaguadeiros,
canais ou estreitos, são aplicáveis os mesmos princípios de direito que regulam
hipóteses idênticas com relação a lagos e mares simplesmente interiores apenas com a
seguinte advertência que é determinada pela circunstância de pertencer o mar interior
contíguo a mais de um Estado.
Dada a hipótese de comunicar o mar contíguo com o alto por estreito subordinado
em toda a sua largura à jurisdição territorial, o Estado circunvizinho que é senhor da
embocadura do estreito e o Estado ou Estados que ocupam o território ou territórios
que o mesmo estreito atravessa no seu seguimento não podem recusar o direito de livre
trânsito aos Estados a quem pertence o contíguo. No caso figurado o estreito constitui
uma como servidão comum.
VII
178
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS
a). Na Europa
b). Na África
179
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
18
Estão agora em andamento negociações para a modificação da fronteira e estabelecimento
do condomínio neste lago.
180
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS
1o Lagos internacionais
181
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
182
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS
VIII
Não deixa de ser oportuno e conveniente transcrever aqui os seguintes trechos da Consulta
23
183
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
Desde 1801, como é sabido, ficamos senhores da navegação privativa do rio Jaguarão
e da lagoa Mirim e mantivemos ininterruptamente essa posse. Tratados solenes que
celebramos com a República Oriental do Uruguai, em 1851 e posteriormente, baseados
no uti possidetis, estabeleceram como limites entre os dois países a margem direita
do Jaguarão e a ocidental da lagoa Mirim, da confluência do Jaguarão para o sul.
metrópole e sim dos seus próprios e grandes interesses e dos princípios correspondentes que
ele mesmo invoca.
(...)
Bastam estas poucas considerações para demonstrar que não temos mais os fundamentos de
outrora para dar à posse exclusiva dessas águas a importância que outrora se dava, e menos
a essas pequenas porções de território. O grande interesse do Brasil é de enriquecer a sua
população e com ela a ação do seu governo pela expansão de todas as suas forças industriais.
Em tais termos, a seção não hesita em aconselhar o governo de vossa majestade imperial a
que trate com a Bolívia no sentido que ela propõe, quanto a essas lagoas: que corra a linha
divisória nesses lugares de modo que metade das lagoas Mandioré, Gaíba e Uberaba fique
pertencendo a ela como os terrenos adjacentes. Ficarão do lado oriental, para o Brasil, as
terras altas das Pedras de Amolar e de Insua, e consolidado o nosso direito sobre a margem
direita do Paraguai, desde ali até Coimbra e Baía Negra, o que é de sumo interesse.
A Bolívia ficará habilitada a ter navegação e comércio pelo Paraguai, mas isso, em vez de
ser causa dos antigos ciúmes, será uma nova fonte de prosperidade para o comércio de Mato
Grosso.
Essa concessão em nada prejudicará nem mesmo os nossos meios de defesa.
(...)
Uma política franca e generosa será sem dúvida útil a essa República; será, porém, ainda
mais útil para o Brasil uma igual política, pois que na balança pesarão as grandes vantagens
da sua relativa posição geográfica, da sua civilização mais adulta e do predomínio da sua
indústria e capitais (...)”
O governo imperial adotou esse parecer, e, pelo Tratado de 27 de março de 1867, cedemos à
Bolívia não só a metade das lagoas Uberaba, Gaíba e Mandioré, mas também parte da lagoa
de Cáceres e da chamada Baía Negra.
O Parecer era assinado pelos conselheiros visconde de Uruguai (Paulino de Sousa), Pimenta
Bueno (depois marquês de SãoVicente) e visconde de Jequitinhonha (F. G. Acaiaba de
Montezuma).
O visconde de Uruguai, que como ministro dos Negócios Estrangeiros dirigira as negociações
de 1851 a 1853 com a República Oriental, mostrava em 1865 que, no próprio interesse do
Brasil, convinha ceder à Bolívia parte das nossas lagoas de Mato Grosso. É, portanto, natural
que procurasse promover a modificação de fronteiras agora proposta, na lagoa Mirim e rio
Jaguarão, se encontrasse oportunidade para isso e se houvesse vivido mais alguns anos. Esse
ilustre estadista, dos maiores que temos tido, faleceu em 1866. E cumpre acrescentar que o
deputado doutor Paulino de Sousa, digno herdeiro do seu nome, foi no Congresso Nacional,
em abril de 1910, um dos que defenderam e sufragaram o novo tratado.
184
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS
Autorizei, portanto, a abertura de negociações para um tratado em que tais regras sejam
atendidas, convencido de que esse ato merecerá a vossa aprovação e o consenso e geral
aplauso de toda a nação brasileira.
185
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
IX
Superfície das lagoas na fronteira entre o Brasil e a Bolívia: Mandioré 125 km2, pertencendo
24
ao Brasil 63 km2, à Bolívia 62 km2; Gaíba, 72 km2,, ao Brasil, 30 km2, à Bolívia 42 km2;
Uberaba, 100 km2, ao Brasil 62 km2, à Bolívia 38 km2. Lagoa de Cáceres: não tem limites
bem definidos. Segundo a planta em grande escala levantada em 1871, a superfície mínima
da lagoa é de 48 km2. A Bolívia, por concessão do Brasil, ficou com a posse de toda essa
parte, pertencendo ao Brasil somente os terrenos alagados que comunicam a mesma lagoa
com o rio Paraguai e que sobre ela se estende por ocasião das grandes águas.
Superfície de vários lagos de extrema: Superior (América) 85.630 km2; Niansa Vitória (África)
83.300 km2; Huron (América) 61.900 km2; Tanganica (África) 39.000 km2; Niassa ou Malaui
(África) 26.500 km2; Erie (América) 24.000 km2; Ontario (América) 18.760 km2; Chade
(África) 16.300 km2; Titicaca (América) 8.300 km2; Genebra (Europa) 580 km2; Constança
(Europa) 540 km2; Garda (Europa) 300 km2; Maggiore (Europa) 210 km2; Lugano (Europa)
55 km2.
186
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS
Rio Branco
25
Ilha da Barra, das Ovelhas, da Areia, do Bráulio, de Santa Rita, do Virgolino, do Chico Pedro
e um ilhote.
187
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
188
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS
Artigo 1o Artículo 1o
Artigo 2o Artículo 2o
189
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
Artigo 3o Artículo 3o
190
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS
191
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
Artigo 4o Artículo 4o
Artigo 5o Artículo 5o
192
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS
Artigo 6o Artículo 6o
193
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
Artigo 7o Artículo 7o
Artigo 8o Artículo 8o
Artigo 9o Artículo 9o
194
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS
Artigo 11 Artículo 11
195
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
fala deverão ser tão favoráveis deberán ser tan favorables, cuanto
quanto seja possível à navegação sea posible, á la navegación y al
e ao comércio e guardar nos dois comercio, y guardar en los dos
países a praticável uniformidade. países la practicable uniformidad.
Artigo 12 Artículo 12
196
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS
No 1
197
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
No 2
Artigo 1o
Artigo 2o
198
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS
Artigo 3o
Artigo 4o
199
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
Artigo 5o
No 3
200
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS
201
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
Artigo 1o Artículo 1o
202
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS
Artigo 2o Artículo 2o
Artigo 3o Artículo 3o
203
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
27
Esta primeira parte da fronteira foi modificada pelo artigo 1o do Tratado de 15 de maio de
1852, explicado pela nota de 24 de fevereiro de 1853, da legação do Brasil em Montevidéu,
e pelo Acordo de 22 de abril do mesmo ano de 1853. Pelo Tratado de 15 de maio de 1852,
o Brasil fez ao Uruguai implícita retrocessão do território entre os arroios de São Miguel,
Palmar e San Luis. Ver a nota ao artigo 1o do Tratado de 1852.
204
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS
Artigo 4o Artículo 4o
205
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
Artigo 5o Artículo 5o
206
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS
Artigo 6o Artículo 6o
207
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
No 4
208
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS
209
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
210
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS
No 5.
30
Publicado no Relatório de 1852, p.20 do anexo F.
211
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
212
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS
No 6.
31
Publicado no Relatório de 1853, anexo A, no 1, p.1-3.
213
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
214
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS
215
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
216
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS
32
Posteriormente visconde de Mauá.
217
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
mas que convinha em que não fosse incluída no novo tratado, sob a garantia
da promessa que lhe fez o plenipotenciário oriental de que o seu governo
atenderia ao direito desse súdito brasileiro conforme a justiça e equidade,
dando-se as providências necessárias para o seu pronto pagamento.
O plenipotenciário oriental ponderou, outrossim, que, além das
modificações feitas no Tratado de Limites, continham os Tratados
de Comércio, de Aliança e a Convenção de Subsídios alguns artigos
com estipulações de que o Império pode prescindir sem prejuízo seu,
e que, entretanto, ou porque já desaparecesse, ou porque pode vir a
desaparecer no futuro a conveniência para o Estado Oriental, sob cuja
influência foram feitas, era de desejar que fossem modificadas.
O plenipotenciário brasileiro respondeu que não se considerava
autorizado para fazer outras modificações além daquelas a que havia
acedido, e que se havia concordado fazer no Tratado de Limites. Entendia,
porém, que, desde que se houvesse restabelecido, como esperava que o
fosse, uma inteira confiança entre o seu governo e o governo oriental, pela
observância dos tratados e pela recíproca cordialidade e benevolência em
suas relações, o seu governo não teria dúvida em entrar em novos ajustes
com o governo oriental e em considerar aqueles artigos dos tratados cujas
disposições, sendo estipuladas especialmente em favor do dito Estado,
a mudança de circunstâncias ou outras justas razões demonstrassem a
vantagem para o mesmo Estado em suprimir ou em substituir por outras.
Finalmente, conveio-se em fazer-se extrair uma cópia legalizada
no tratado ajustado para ser entregue ao plenipotenciário argentino, a
fim de enviá-la ao seu governo para a expedição dos atos de garantia,
e que se tirassem duas cópias legalizadas deste protocolo, uma para o
plenipotenciário brasileiro e outra para o plenipotenciário uruguaio.
Lido o presente protocolo e achado conforme ao que se passou e foi
ajustado, deu-se a conferência por terminada.
E eu, oficial-maior do Ministério das Relações Exteriores, o
escrevi, por ordem de sua excelência o senhor ministro, na mesma data
anteriormente mencionada.
Florentino Castellanos
H. H. Carneiro Leão
Luis José de la Peña
218
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS
No 7.
33
Ratificado pelo imperador dom Pedro II a 10 de junho e pelo presidente da República Oriental
do Uruguai, Juan Francisco Giró, a 5 de julho de 1852. As ratificações foram trocadas na
corte do Rio de Janeiro a 12 de julho do mesmo ano. Publicado no Relatório de 1853, anexo
A, no 2, p.4-6.
219
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
Artigo 1o
34
A modificação contida neste artigo, e explicada no Acordo de 22 de abril de 1853, importou
em ceder o Brasil à República Oriental o território, que esta reconhecera como brasileiro no
tratado anterior, entre os arroios de São Miguel, Palmar e São Luís. As ruínas do antigo forte
português de São Miguel, que pelo Tratado de 1851 estariam em território brasileiro, ficaram
por este Tratado de 1852, e pela demarcação subsequente, pertencendo à República Oriental.
220
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS
Artigo 2o
Artigo 3o
Artigo 4o
221
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
222
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS
No 7 A.
223
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
Artigo 1o
Artigo 2o
Artigo 3o
224
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS
Artigo 4o
225
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
Juan F. Giró
Venâncio Flores
No 7B.
36
Publicado no Relatório da Repartição dos Negócios Estrangeiros de 1853, anexo A, no 3, p.7 e 8.
226
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS
227
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
No 8.
37
Publicado integralmente no Relatório de 1853, anexo A, no 9, p.17-20.
228
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS
229
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
230
exposição de motivos sobre a
convenção de 4 de outubro de 1910
complementar do tratado de 6 de
outubro de 1898 entre o
brasil e a argentina
Rio de Janeiro, 20 de outubro de 1911.
Senhor presidente,
233
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
Rio Branco
234
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS
Artigo 1o Artículo 1o
Desde a linha que une o marco Desde la línea que une el hito
brasileiro da barra do Quaraí e brasileño de la desembocadura
o marco argentino que lhe fica del Quarahim y el hito argentino
quase defronte, na margem direita que queda casi enfrente en la
do Uruguai, marcos inaugurados margen derecha del Uruguay, hitos
ambos a 4 de abril de 1901, inaugurados ambos el 4 de abril
a fronteira entre o Brasil e a de 1901, la frontera entre el Brasil
República Argentina desce o dito y la República Argentina, baja el
rio Uruguai, passando entre a sua mencionado río Uruguay, pasando
margem direita e a ilha brasileira, entre su margen derecha y la isla
do Quaraí, também chamada brasileña, del Quarahim, también
ilha Brasileira, e assim vai até llamada isla Brasileña y así va
235
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
Artigo 2o Artículo 2o
Artigo 3o Artículo 3o
236
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS
Artigo 4o Artículo 4o
237
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
(...) Segue (a fronteira) por esta coxilha e ganha a de Haedo até o ponto em que
começa o galho do Quaraí denominado arroio da Invernada pela carta do visconde
de São Leopoldo, e sem nome na carta do coronel Reyes, e desce pelo dito galho
até entrar no Uruguai; pertencendo ao Brasil a ilha ou ilhas que se acham na
embocadura do dito rio Quaraí no Uruguai.
238
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS
Todos os demais artigos do referido Tratado de Limites¸ bem como todos os demais
dos de Aliança, de Comércio e Navegação, e de Extradição, e da Convenção de
Subsídios, ficam em seu pleno e inteiro vigor. E ambas as partes contratantes
convêm em aceitar a garantia que espontaneamente ofereceu o ministro
plenipotenciário da Confederação Argentina, por parte do governo encarregado das
Relações Exteriores da dita confederação, consistindo essa garantia em que, por
parte de sua majestade o imperador, serão aprovadas e ratificadas as modificações
estipuladas no presente tratado, e por parte do governo oriental serão também
ratificadas as ditas modificações de conformidade com sua respectiva Constituição,
e os Tratados e Convenção de Subsídios de 12 de outubro do ano passado serão
exatamente cumpridos e observados pelas duas altas partes contratantes, com as
referidas modificações ou outras que para o futuro possam ser feitas por mútuo
acordo das mesmas altas partes contratantes.
239
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
240
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS
241
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
242
apêndice
Relação dos mapas reproduzidos neste volume
Brasil-Bolívia:
Mapa mostrando a nova fronteira norte entre o Brasil e a Bolívia. 0,235 x 0,415
Mapa da fronteira do Brasil com a Bolívia em Mato Grosso. 0,167 x 0,197
Mapa mostrando os territórios transferidos ao Brasil e à Bolívia e a pretensão
peruana. 0,256 x 0,285
Brasil-Colômbia:
Carta mostrando a linha do Tratado de Limites entre o Brasil e a Colômbia.
Assinado em Bogotá em 24 de abril de 1907. 0,460 x 0,550
Brasil-Peru:
Esboço da região litigiosa peru-boliviana, por Euclides da Cunha. Rio, julho
de 1909. 0,387 x 0,482
Carta Geográfica do território do Acre, por Plácido de Castro, 1907.
0,285 x 0,518
Brasil-Uruguai:
Carta da Lagoa Mirim e regiões circunvizinhas, organizada na Secretaria das
Relações Exteriores, de acordo com os levantamentos feitos por E. Mouchez,
245
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
barão de Caçapava etc., e alguns dados recentes, por Euclides da Cunha. Rio, 4
de setembro de 1908. 0,660 x 0,620
Brasil-Argentina:
Planta de um trecho do rio Uruguai, mostrando a posição da ilha Quaraí
(reduzido de uma planta da Comissão Mista brasileiro-argentina). Publicada no
Diário Oficial de 15 de outubro de 1910. 0,076 x 0,160
246
Índice onomástico e toponímico
247
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
248
ÍNDICE ONOMÁSTICO E TOPONÍMICO
249
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
250
ÍNDICE ONOMÁSTICO E TOPONÍMICO
251
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
252
ÍNDICE ONOMÁSTICO E TOPONÍMICO
253
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
254
ÍNDICE ONOMÁSTICO E TOPONÍMICO
255
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
GAIBA ou GAHIBA (lagoa) 58, 59, 68, 181, 183 (nota 23),
186(nota 24)
GAMA, Domício da, 233. 235. 237
GARDA (lago) 181, 186 (nota 24)
GENEBRA (lago) 181 (nota 186)
GERAL (coxilha) 167
GHIORZO, Luís (tenente) 124 (nota 5)
GIRÓ, Juan Francisco, 172 (nota 16), 219 (nota 33)
GOICOCHÉIA, Castilhos, 19 e nota 2, 20 (nota 4)
GOLPLO (lago) 181 (nota 19)
GOMES, Cunha, 16
GONÇALVES, Bento, 33
GOUVEA, Hilário de, 19
GOVERNO ARGENTINO 114, 126, 239, 240, 242
GOVERNO BOLIVIANO 44, 53, 116, 119, 122, 145, 149
256
ÍNDICE ONOMÁSTICO E TOPONÍMICO
GOVERNO BRASILEIRO 17, 27, 35, 53, 61, 62, 70, 80, 81, 119,
122, 127, 132, 144, 145, 146, 148, 149, 174, 176, 178, 188, 242
GOVERNO BRITÂNICO 120, 153
GOVERNO COLOMBIANO 50, 91
GOVERNO DA REPÚBLICA 33, 59, 163, 209, 220, 223, 224
GOVERNO DO EQUADOR 81
GOVERNO FEDERAL 144, 145, 146, 155
GOVERNO ESPANHOL 115, 117, 162
GOVERNO IMPERIAL 45, 59, 108, 110, 116, 147, 148, 149,
163, 164, 167, 168, 169, 170 e nota 14, 173, 174, 175, 183
(nota 23), 184 (nota23), 197, 198, 200, 206, 212, 214, 216,
217, 221, 224, 229, 239
GOVERNO ORIENTAL 163, 166, 168, 172 (nota 16), 174, 175,
186, 188, 213, 214, 215, 217, 218, 220, 221, 223, 225, 239
GOVERNO PERUANO 109, 113, 116, 118, 121, 124, 125, 132,
145, 147, 149, 150
GOVERNO PORTUGUÊS 183 (nota 23)
GRÃ-BRETANHA,ver Inglaterra
GRANDE (coxilha) 166, 171
– (ilha) 186
GREENWICH (meridiano) 66, 67, 69, 97, 113, 130, 180
GREGÓRIO (rio) 113
GUABIJU (arroio) 172, 192
GUACHALLA, Fernando E., 44, 65, 75
GUAINÍA (rio) 95, 96
GUAJARÁ-MIRIM 45, 46, 74
GUAPORÉ (rio) 28, 46, 49, 134, 182
GUIANA 14, 111
GUIANA BRITÂNICA ou Inglesa, 182
GUIANA FRANCESA 14, 182
GUILLOBEL (contra-almirante) 48, 57
257
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
258
ÍNDICE ONOMÁSTICO E TOPONÍMICO
259
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
260
ÍNDICE ONOMÁSTICO E TOPONÍMICO
120, 126, 128, 143, 145, 146, 147, 148, 149, 151, 152, 182, 183
LIMA E SILVA, José Joaquim de, 168
LIMPO DE ABREU, Antônio Paulino (visconde de Abaeté) 170,
201, 202, 207
LINS, Álvaro, 19, 28
LISBOA 29 (nota 15), 160
LISBOA, Eduardo, 44
LISBOA, Miguel Maria (barão de Japurá) 80, 91, 93
LLERAS, Lourenço Maria, 91
LOAYZA 147
LONDRES 17, 48, 72, 139
LOPEZ, Vicente F., 228
LOPES GAMA, Caetano Maria (visconde de Maranguape) 168, 174
LOPES NETO 50, 51 (nota 1)
LOPEZ SAAVEDRA, Pedro, 124 (nota 5)
LORETO (Departamento) 121, 123, 128
LUGANO (lago) 181, 186 (nota 24)
LUNAREJO (coxilha) 197
261
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
MAMORÉ (rio) 21, 28, 45, 46, 47, 48, 49, 53, 58, 59, 68, 73, 74,
134, 182
MANAUS 15, 73, 102, 128, 141, 155
MANDIORÉ (lagoa) 58, 59, 67, 181, 183 (nota 23), 184 (nota
23), 186 (nota 24)
MANICHE (caserio) 129
MANUEL URBANO (rio) 48, 122
MAPA DE 1873 51 (nota 1)
MAPA MANUSCRITO DE 1860 53 (nota 1)
MARANGUAPE (visconde de) vide Lopes Gama, Caetano Maria,
MARAÑON (rio) 142
MARCO DO FUNDO DA BAHIA NEGRA 46, 66
MARTIN GARCÍA (ilha) 209, 212, 239
MARTINS, Eneas, 22, 89, 93, 94, 100, 101, 103, 104
MATO GROSSO (Estado) 46, 47, 59, 60, 74, 166, 183 (nota 23),
184 (nota 23)
MAU (rio) 182
MAUÁ (visconde de) – vide Souza, Irinêo Evangelista de
MÉDIO JURUÁ 132
MÉDIO PURUS 132
MEMÁCHI (rio) 90, 91, 96
MEMPHREMAGOG (lago) 181
MENDES DE ALMEIDA, Cândido, 51
MENDES, Teixeira, 18
MENDEZ, Gualberto, 175
MENDONÇA, Belarmino (general) 128, 129
MENDONÇA DE CARVALHO, Isaltino José de, 50 (nota 21)
MEZONES 147
MINA (arroio) 172, 192
MINAS GERAIS (barracão) 123
MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES 22, 43, 50 (nota
1), 52 (nota 1), 79, 89, 101, 104, 107, 113, 128, 144, 146,
159, 218, 229
MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES DA
COLÔMBIA 22, 101, 104
MINISTÉRIO DOS NEGÓCIOS ESTRANGEIROS 110, 165, 211
262
ÍNDICE ONOMÁSTICO E TOPONÍMICO
MIRIM ou MERIM (lagoa) 28, 32, 35, 36, 37, 159, 160, 161, 163,
164, 165, 166, 167, 171, 172, 173, 174, 175, 176, 178, 180,
184, 185, 186, 188, 189, 190, 191, 192, 193, 194, 195, 197,
198, 199, 203, 204, 205, 206, 209, 210, 211, 212, 213, 214,
215, 220, 224, 229
MIRIÑAY (rio) 234, 241
MISSÕES (território) 29, 30, 31, 120, 153
MOA (rio) 48
MOERO (lago) 182
MONIZ BANDEIRA, Luis Alberto, 31
MONROE 49, 113
MONTE ALEGRE (visconde e marquês de) 168
MONTE CASEROS (batalha) 35, 171 (nota 15)
MONTENEGRO 181
MONTEVIDÉU 188, 196, 198
MONTEZUMA, F. A. Acaiaba de, 184 (nota 23)
MORGES (rio) 179
MORÓN (batalha) 171 (nota 15)
MUNIZ (ponta) 191
MURIATEGUI 110
263
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
264
ÍNDICE ONOMÁSTICO E TOPONÍMICO
PARIS 179
PAROBÉ (ponta) 191
PASVIK ou PASREK (rio) 181 (nota 21)
PASSO DO ROSÁRIO 32
PATOS (lagoa) 166, 193
PAZ SOLDAN 25, 110
PEÇANHA, Nilo, 13, 107, 135, 159
PEDRA DE CUCUÍ 89, 91, 94, 95, 97, 104
PEDRAS DE AMOLAR 184 (nota 23)
PEDRO I (dom) 32
PEDRO II (imperador) 39 e nota 26, 200 (nota 26.), 219 (nota 33)
PEDRO SEGUNDO (canal) 68
PEGUA (rio) 96
PEQUIM 181
PENA, Afonso, 13, 185
PEPIRI-GUASSU ou PEPIRI-GUAÇU (rio) 167, 182, 234, 237, 238, 240
PEREIRA, Lafaiete (conselheiro) 111, 176
PEREIRA DE VASCONCELOS, Bernardo, 168
PEREIRA LEAL (conselheiro) 148
PEREIRA PINTO, A., 59
PERNAMBUCO (Estado) 56, 132
PÉRSIA 181
PERU 13, 21, 22, 23, 24, 25 e nota 11, 26, 27, 28, 54, 61, 69, 70,
74, 79, 80, 81, 82, 84, 85, 90, 91, 92, 97, 105, 107, 108, 109,
110, 111, 112, 113, 114, 115, 116, 117, 118, 119, 120, 121,
123, 125, 126 e nota 8, 127, 130, 131, 132, 133, 134, 135,
136, 137, 138, 141, 142, 144, 145, 146, 147, 148, 149, 150,
151, 152, 153, 154, 155, 156, 181, 182, 183
PETRÓPOLIS 20, 43, 44, 46, 75, 110
PETTEIQUAGGAMAK (lago) 181
PETTEIQUAGGAMAS (lago) 181
PHILLIMORE 49, 112, 113
PIEDRAS (rio) 124 (nota 7)
PIMENTA BUENO (marquês de São Vicente) 59, 184
PINCKNEY 113
PINILLA, Cláudio, 44, 65, 75
265
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
QUARAÍ (rio) 13, 29, 160, 161, 162, 163, 164, 166, 167, 168,
183, 197, 198, 199, 203, 205, 209, 212, 234, 235, 236, 237,
238, 239, 240, 241
266
ÍNDICE ONOMÁSTICO E TOPONÍMICO
267
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
RIO DA PRATA 30, 31, 111, 161, 162, 164, 168, 198, 203
– (estuário) 176
RIO DE JANEIRO 15 e nota 1, 21 (nota 7), 22, 23 (nota 9), 26
(nota 12), 27 e nota 13, 31, 33, 34, 35, 36, 40 e nota 27, 43,
45, 51 (nota 1), 52 (nota 1), 59, 66, 67, 70, 75, 79, 81, 85,
89, 90, 95, 96, 100, 107, 108, 118, 125, 142, 143, 144, 146,
147, 148, 149, 159, 170, 173, 174, 182, 188, 196, 200, 201,
207, 208, 211, 219 (nota 33), 221, 222, 223 e nota 35, 225,
233, 234, 237, 238, 242
– (Estado) 56, 132
RIO GRANDE (lagoa) 166
RIO GRANDE DE SÃO PEDRO (barra) 31, 160, 165 (nota 13), 193
RIO GRANDE DO NORTE (Estado) 56, 132
RIO GRANDE DO SUL (Estado) 29, 32, 33, 34, 35, 160, 161,
162, 185, 186, 215, 216
RIO NEGRO (rio) 21, 24, 89, 91, 95, 161, 197, 199, 205
RIO PARDO 29
RIVERA (vila) 174
RIVERA, Fructuoso (general) 33, 34, 35, 162, 174
RODRIGUES ALVES (presidente) 13, 15, 113, 120, 121, 176
RODRIGUEZ LARRETA, Carlos, 233, 235, 237
ROMA 182
ROMÊNIA 179
ROSAS (general) 34, 35, 165, 169 e nota 14, 170 (nota 14), 171
(nota 15)
ROYAL GEOGRAPHICAL SOCIETY, de Londres, 48, 72
RÚSSIA 179, 181 e nota 21
268
ÍNDICE ONOMÁSTICO E TOPONÍMICO
269
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
270
ÍNDICE ONOMÁSTICO E TOPONÍMICO
271
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
272
ÍNDICE ONOMÁSTICO E TOPONÍMICO
273
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO
274
ÍNDICE ONOMÁSTICO E TOPONÍMICO
275
Formato 15,5 x 22,5 cm
Mancha gráfica 12 x 18,3cm
Papel pólen soft 80g (miolo), cartão supremo 250g (capa)
Fontes Times New Roman 17/20,4 (títulos),
12/14 (textos)
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS - mapa 1
Nº 01
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS - mapa 2
Nº 02
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS - mapa 3
Nº 03
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS - mapa 4
Nº 04
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS - mapa 5
Nº 05
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS - mapa 6
Nº 06
EXPOSIÇÕES DE MOTIVOS - mapa 7
Nº 07