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=a = A origem dos conflitos e os meios para vencé-los Pr. Emerson da Silva Pereira texto basico Tiago 4.1-10 texto devocional Génesis 13.1-12 “De onde procedem qguerras e contendas que ha entre vos? De onde, sendo dos prazeres que mi- litam na vossa carne?” O aluno entendera a origem e os efeitos dos conflitos interpessoais, bem como a necessidade da pratica dos principios biblicos em sua solu¢ao. ERM TEM Elite at) seg Mc 7.14-23 ter Gl 5.18-23 qua Cl 3.5-10 qui 1Jo 2.15-17 sex 1Jo 4.7-12 sab Ef 4.25-32 dom Fp 2.5-11 sta licao tratara de um dos pro- blemas mais comuns entre as pessoas, seja no Ambito familiar, con- jugal, profissional ou mesmo cristao: conflitos interpessoais. A epistola de Tiago é muito pratica e relevante ao abordar o assunto, através da origem dos conflitos e seus efeitos, e mostra a solucao para o problema. I. Origem dos conflitos (Tg 4.1) Quanto a origem dos conflitos interpessoais, Tiago inicia sua ar- gumentacao fazendo uma pergunta e respondendo-a por meio de uma outra pergunta: “De onde procedem guerras e contendas que ha entre vos? De onde, sendo dos prazeres que mi- litam na vossa carne?”. O autor reconhece a fraqueza humana e a tendéncia natural (carnal) para os conflitos de natureza interpessoal. A presenca de conflitos, contendas e confusao entre aqueles cristaos nao poderia encontrar justificativa em fatores externos como, por exem- plo, sua dispersdo. No capitulo trés da epistola, vemos claramente duas forcas aliadas aos conflitos inter- pessoais: a lingua descontrolada (Tg 3.1-12) e a sabedoria terrena (Tg 3.13-18). A primeira incendeia, des- tréi, contamina, envenena e amaldi- coa; a segunda é moradia da inveja, amargura, faccdes, vangloria, men- tira e confusdo. Estas duas forcas andam de maos dadas ao que Tiago chama de “guerras” e “contendas” ou batalhas de uma guerra. A origem das guerras e dos peque- nos conflitos interpessoais se encon- tra no interior humano, por isso a pergunta: “De onde, sendo dos praze- res que militam na vossa carne?”. Todo aquele que se envolve numa contenda é responsavel por ela. Ha um ditado popular que ilustra esta verdade: “Quando um nao quer, dois nao brigam”. A palavra de Deus é clara ao afirmar que a origem dos conflitos humanos vem do coracao humano (Mc 7.21-23) como resul- tado das obras da carne (G1 5.19-21). Por esta razao Paulo exortou os crentes de Efeso e de Colossos: “Longe de vos, toda amargura, e colera, e ira, e gritaria, e blasfémias, e bem assim toda a malicia” (Ef 4.31) e “Fazei, pois, morrer a vossa natureza terrena... de- sejo maligno e a avareza... despojai- vos, igualmente, de tudo isto: ira, in- dignacdo, maldade, maledicéncia, lin- guagem obscena do vosso falar. Nao mintais uns aos outros” (Cl 3.5,8-9). Il. Efeitos dos conflitos (Tg 4.2-6) Baseados na natureza pecami- nosa, os conflitos se desenvolvem, causando efeitos danosos ao ser hu- mano. Bem escreveu Tiago: “Entdo, a cobica, depois de haver concebido, da a luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte” (1.15). Como ja visto nas palavras de Jesus, © que contamina externamente o homem provém, primeiramente, de uma contaminag¢ao interna. Os con- flitos entre os leitores de Tiago gera- ram, pelo menos, quatro efeitos. 1.‘ Frustragao espiritual (Tg 4.2-3) No que resultam cobica, inveja, vi- oléncia (“matais”), contenda (“viveis a lutar e a fazer guerras”) e avareza (“pedis mal, para esbanjardes em vos- Sos prazeres”) senao em improdutivi- dade de vida? Tiago afirma que os conflitos nao levam a nada e a lugar algum: “nada tendes”, “nada podeis obter” e “ndo recebeis”. Paulo escre- veu: “Porque o que o homem semear, isso também colherd. Quem semeia para a sua carne, da carne colhera des- truicao” (Gl 6.7-8 NVI). No plano es- piritual, conflitos nada produzem! 2. — Infidelidade espiritual (Tg 4.4) Os conflitos expressam a influén- cia ativa da natureza pecaminosa, que mostra tanto o padrao como os principios e valores mundanos. Em outras palavras, os conflitos concor- dam com o mundo e se rebelam contra a santidade de Deus. Por esta razao, Tiago os chama de “in- fiéis” (v.4). O termo corresponde a uma pessoa adultera, aludindo 4a in- fidelidade a Deus, no Antigo Testa- mento, mediante a idolatria. 3. Inimizade espiritual (Tg 4.4) “nado, compreendeis que a amizade do mundo é inimiga de Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus”. A inimi- zade com Deus é resultado da infide- lidade para com Deus. Joao também escreveu: “Se alguém amar o mundo, o amor do Pai nao esta nele” (1Jo 2.15). As guerras interpessoais revelam au- séncia do amor. Conflitos interpes- soais afetam a comunhAo pratica do crente com Deus, nao a sua posi- cao em Cristo. Viver conforme as re- gras do mundo corresponde a tornar- se inimigo de Deus. Quem esta em Cristo quer ser amigo de Deus! 4. __Insensibilidade espiritual (Tg 4.5-6) “Ou supondes que em vdo afirma a Escritura?” A desobediéncia a Deus revela insensibilidade 4 Sua voz. Tiago traz 4 mente de seus leitores que as Escrituras Sagradas apelam para o santo e zeloso citme de Deus, quando Seus filhos nao andam cor- retamente. Deus resiste aos soberbos, mas da graca a quem se humilha (Pv 3.34). Ill. Solugao para os confli- tos (Tg 4.7-10) Apos tratar da origem e dos efei- tos dos conflitos, Tiago passa a ofe- recer a solucao para tais problemas. Apresenta, entao, sete meios para o crente vencer seus conflitos medi- ante o uso de nove verbos que expres- sam ordem (imperativos). 1. Sujeigao a Deus (Tg 4.7) Primeira ordem: “sujeitai-vos”. A ordem do verbo exige uma acao pas- siva, a qual implica o alinhar-se sob a autoridade de alguém. O mesmo verbo aparece na atitude de Jesus para com Seus pais (Lc 2.51) e na submissao dos deménios a pessoa de Jesus (Lc 10.17). O crente submisso a Deus evita o cultivo de conflitos em sua vida. 2. Resisténcia a Satanas (Tg 4.7) Segunda ordem: “resisti”. O verbo implica uma acdo urgente, a qual esta ligada ao ato do crente sujeitar- sea Deus e condiciona a fuga de Sata- nas a acao de resistir através da forca do Senhor. O diabo também tem in- teresse em nossos conflitos: “ndo se ponha o sol sobre a vossa ira, nem deis lugar ao diabo” (Ef 4.26-27). Veja também 2Corintios 2.5-11. 3. Aproximagao de Deus (Tg 4.8) Terceira ordem: “chegai-vos”. O verbo exige uma acdo ativa dos cren- tes. Esta atitude resulta numa reci- procidade de Deus, “e ele se chegard a vds outros”. Como ja abordado no estudo dos efeitos gerados pelos con- flitos, a amizade com os padrdes do mundo atrapalha a comunhdao com Deus. 4. Purificagao pessoal (Tg 4.8) Quarta ordem: “purificai”. O verbo tanto pode significar purifica- cao quanto limpeza. Jesus usou este verbo para falar dos escribas e fa- riseus que somente se preocupavam com a limpeza de objetos, como sinal de religiosidade (Mt 23.25). A puri- ficacao espiritual ocorre no ato da salvacdo (At 15.9; Tt 2.14) e, por isso, exige de todo crente uma puri- ficagdo pessoal, pratica e constante: “purifiquemo-nos de toda impureza, tanto da carne como do espirito, aper- feicoando a nossa santidade no temor de Deus” (2Co 7.1). Esta purificacao exige o abandono de atitudes que geram conflitos. 5. Limpeza interior (Tg 4.8) Quinta ordem: “limpai”. O uso do verbo aqui tem mais a ver com uma limpeza interna do que ex- terna. Tiago esta falando de uma limpeza mental, de intencdes. Aque- les que sao de 4nimo dobre, ou seja, tém uma forma de pensar dividida (mentalidade dupla), precisam desta purificagdo, caso contrario cederao facilmente aos conflitos. Joao usou o mesmo verbo ao escrever: “E a si mesmo se purifica todo aquele que nele tem esta esperanca, assim como ele é puro” (1Jo 3.3). 6. Arrependimento verdadeiro (Tg 4.9) Sexta ordem: “afligi-vos”. O verbo significa sentir sua propria miséria. Sétima ordem: “lamentai’. O verbo significa lacrimejar, expor um choro contido. Oitava ordem: “chorai”. O verbo significa dar gritos de choro, um choro audivel. O arrependimento ge- nuino nasce no interior e se mani- festa externamente. Tiago tem em mente mudangas de atitude em rela- cao as guerras e contendas que havia entre eles. 7. _Humilhagao perante Deus (Tg 4.10) Nona ordem: “humilhai-vos”. A ordem deste verbo, tal como a do primeiro desta lista, exige comporta- mento passivo. O crente deve humi- Ihar-se na presenca de Deus, mesmo quando houver injustica por parte dos homens. Jesus dignificou a hu- mildade nos Seus ensinos e no Seu proprio exemplo (Mt 18.4; Fp 2.5-11). Tiago e Pedro afirmam que o re- sultado da humilhacao presente é a exaltacao futura: “Humilhai-vos, por- tanto, sob a poderosa mao de Deus, para que ele, em tempo oportuno, vos exalte” (1Pe 5.6). Conclusao A tendéncia humana é ver num conflito existente a culpa do outro. A Biblia nos leva para outra direcao: os conflitos se originam em nds, mos- tram seus efeitos externamente e so podem ser solucionados através de amor, obediéncia e santidade. A vité- ria ou a derrota em nossos conflitos depende de quem estamos melhor alimentando no coracéo.Qual natu- reza alimentamos melhor: a antiga, pecaminosa, ou a nova, em Cristo?

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