Direito e Religião: Influência dos Dez Mandamentos no

Ordenamento Jurídico Brasileiro

Amelie Marassi de Almeida e Freitas
Sofia Confessor Maia Marques
Sofia Lopes de Oliveira

Resumo

O tema da pesquisa do artigo são as heranças que o Código Penal brasileiro

possui do Direito Hebraico. Podem ser encontradas algumas semelhanças entre o
atual Código Penal brasileiro com o decálogo, que foram normas enviadas por Deus
através de Moisés. Essas normas tinham como objetivo fazer com que o homem
fosse bom, justo e que seguisse o caminho de Deus.

Palavras-chave: “Dez Mandamentos”, “Cristianismo”, “Leis”, “Código Penal”,

“Direito brasileiro”, “Direito”, “Estado laico”, “Religião”, “Sociedade”, “Constituição”,
“Direito Hebreu”, “Normas de comportamento”, “Pentateuco” e “Direito Penal
Brasileiro”.

Metodologia

Este trabalho foi baseado em um levantamento bibliográfico através dos

bancos direcionados para pesquisas científicas publicadas especificamente em sites
universitários. Dessa forma, cinco artigos foram selecionados para a composição do
tal. As palavras chaves presentes nos artigos mencionados foram “Dez
Mandamentos”, “Cristianismo”, “leis”, “Código Penal”, “Direito brasileiro”, “Direito”,
“Estado laico”, “Religião”, “sociedade”, “Constituição”, “Direito Hebreu”, “Normas de
comportamento”, “Pentateuco” e “Direito Penal Brasileiro”. Para poder filtrar quais
artigos seriam incluídos como fontes para a pesquisa elaborada, foram utilizados
critérios referentes à busca especificamente pela abordagem da relevância dos dez
mandamentos no direito atual e como a religião traz um grande impacto e
transforma a esfera jurídica brasileira.

1. Introdução

Os dez mandamentos são um conjunto de normas de convivência que teriam

sido enviadas por Deus através de Moisés por volta de 1.250. a.c, isso está muito

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evidente no Direito dos povos hebraicos. Essas normas tinham como principal
objetivo tornar o homem bom, justo, que pregue o amor e coloque a Deus acima de
todas as coisas, prezando pelo respeito a esta divindade. O ordenamento jurídico
brasileiro, por mais que pertencente a um Estado laicizado, sofreu uma forte
influência cultural e religiosa e herdou diversas normas do decálogo. Este tema é de
forte relevância pois aborda como é possível, mesmo após tantos milênios, um
código de regência de comportamentos ainda seja tão atual.

Formatação geral

A história dos Dez Mandamentos está presente nos livros de Êxodo e

Deuteronômio da Bíblia. Iniciando a partir de Moisés, que seria o responsável por
receber de Deus o decálogo, que teve vida conturbada desde seu nascimento, pois
teria nascido durante uma ordem do Faraó Ramsés I que determinava que todo
bebê do sexo masculino nascido hebreu deveria ser jogado no rio. Devido a isso,
teria sido posto em um cesto e lançado ao rio, terminando por fim nas mãos da
princesa do Egito, filha do Faraó. Viveu sua vida no palácio, mas no mais tardar de
sua juventude começou a se interessar pelos hebreus, com intuito de descobrir
quem eram seus pais. Por ter desenvolvido uma simpatia forte com os hebreus,
acabou fugindo após matar o agressor de um dos escravos hebreus. Em sua fuga,
Moisés se casa, tem dois filhos e se torna um pastor de ovelhas, até ser convocado
por Deus para retornar ao Egito após a morte de Ramses I com o intuito de libertar o
povo hebraico da escravidão a qual eram submetidos e para que isso fosse
possível, foram enviadas sete pragas ao Egito, sendo a decisiva a que tirava a vida
de todo primogênito que não estivesse em uma casa com sangue de cordeiro em
suas portas. Ao fugir do Egito, Moisés e os hebreus fugiram em direção ao monte
Sinai, onde foram passadas por Deus as normas de convivência baseada na
religião, o decálogo.

Aos pés do monte Sinai, Moisés recebe de Deus leis escritas em duas
tábuas, sendo entregues ao pastor para que ele repassasse para o povo que havia
sido libertado. O decálogo, em que o próprio nome explicita, é um conjunto com 10
normas de caráter religioso e moral, enviadas a fim de que o povo de Canaã
seguisse corretamente os passos propostos pelo Senhor.

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 O Código Penal Brasileiro que está em vigor foi criado em 1940 pelo
presidente Getúlio Vargas. Tratando do objetivo dessa grande fonte da área do
direito penal, estabelece-se a importância de dispor os regramentos que instituem
os atos considerados criminosos diante a sociedade .Nesse viés, mesmo sofrendo
alterações durante os anos para se adaptar às necessidades da população
brasileira, é possível perceber a influência cultural dos Dez Mandamentos presentes
no decálogo nos artigos estabelecidos pelo Código.

De acordo com o artigo 121 do Código Penal Brasileiro, "Matar alguém: Pena
- reclusão, de seis a vinte anos". Dessa forma, torna-se válido analisar a relação
estabelecida com o quinto mandamento presente no decálogo, “Não matarás”. O
mandamento em questão demonstra que a lei Mosaica considerava a grande
importância da valorização da vida. No cenário brasileiro atual o direito à vida além
de ser protegido pelo Estado, também possui grande valor cultural e moral diante a
população, muitas vezes atribuindo-se a aspectos religiosos.

O oitavo mandamento da bíblia é "não furtarás", o furto é descrito como

"subtração, ou seja, diminuição do patrimônio de outra pessoa, sem que haja
violência." Trazendo para a realidade brasileira, o código penal de 1940 traz o artigo
155 que caracteriza o furto como "Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia
móvel: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa”; e também o artigo 157

“Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave

ameaça ou violência à pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio,
reduzido à impossibilidade de resistência: Pena - reclusão, de quatro a dez
anos, e multa”.(CP - Decreto Lei nº 2.848 de 07 de Dezembro de 1940)

Com isso, a influência dos dez mandamentos da bíblia contribuiu para a

tipificação do crime de furto e roubo, existindo também vertentes do furto como o
latrocínio que foi tipificado como roubo seguido de morte.

Resultados e Discussões

Foram abordados diversos aspectos do Ordenamento Jurídico do Brasil que

firmaram bases nos dez mandamentos, sendo o mais evidente o Código Penal, que
possui uma presença de grande parte dos mandamentos. Exemplos clarividentes
disso seriam o Art. 121 do Código Penal que aborda o crime de homicídio, o Art.
155 do Código Penal que aborda o crime de furto e o Art. 157 do Código Penal que

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aborda o crime de roubo. Todas essas normas, que aqueles que contrariarem são
sujeitos a sanções, estão expressas em mandamentos do decálogo. Ademais,
existem aspectos morais muito presentes em nossa sociedade que foram herdados
dos mandamentos de Deus, como o entendimento de não cometer adultério, que já
esteve inclusive presente no ordenamento jurídico, mas hoje sua reprovação só
incumbe a área moral, tendo como punição apenas a reprovação social.

É possível concluir que o direito como é conhecido hoje no mundo moderno,

foi por sua grande parte moldado pela religião e principalmente pelos dez
mandamentos que foram normas de convivência introduzidas pela bíblia e
garantiam direitos essenciais aos cidadãos da época que a humanidade julgou
como essencial para o mundo moderno. Assim, formaram-se as normas jurídicas
apresentadas no direito moderno, sendo responsável pela criação de vários
segmentos do direito em que há uma demonstração do quanto os dez
mandamentos foram essenciais para a formação do direito dos dias atuais.

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