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Apostila de Semiologia Ter e Quin
Apostila de Semiologia Ter e Quin
TERMOS TÉCNICOS:
morte.
Cianose Coloração azulada por falta de oxigênio Cirrose Fibrose com destruição do tecido.
sangue
Colostomia Desvio das fezes através de uma abertura Constipação Retenção de fezes ou evacuações
no colo insuficientes.
Dismenorréia Menstruação dolorosa causada por fortes Dispnéia Falta de ar, dificuldade para respirar.
contrações uterinas
Escara de decúbito Úlcera perfurante em região de Esclerodermia Afecção cutânea com endurecimento
proeminências ósseas. da pele.
Esclerose Endurecimento dos vasos ou perda de Escoriações Abrasão, erosão, perda superficial
elasticidade. dos tecidos.
Escótomo cintilante Pontos luminosos no campo visual, na Esfíncter Músculo circular que constrói o
hipertensão arterial. orifício de um órgão.
Ato de deixar a doença evoluir limitando- Expectoração Expelir secreção pulmonar “escarro".
Expectação
se o médico a atenuar os sintomas.
Fomentação Aplicação quente e úmida. Gangrena Necrose maciça dos tecidos devido á
falta de irrigação sanguínea.
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Disciplina: Semiologia e Semiotécnica
Professor: Enfº Thiago Almeida
Luxação Separação das superfícies óssea de uma Mácula Mancha rósea na pele, sem
articulação. - elevação. Com elevação é Pápula.
Necrose Morte dos tecidos localizados, de uma Neurastemia Esgotamento nervoso, depressão,
região do corpo. cansaço facial.
Parenteral Por via que não é a bucal. Paresia Paralisia ligeira ou incompleta.
Quadriplegia Paralisia das duas pernas e dos dois Quelóide Excesso de tecido conjuntivo na
braços. cicatriz, que fica exuberante.
1. Unidade do Paciente
a) Conceito
A Unidade do Paciente é o conjunto de espaço e móveis, dentro da unidade de enfermagem necessário a cada
paciente.
Quando uma pessoa é internada em um hospital, é designada a uma unidade. Essa unidade pode estar em um
quarto individual, sendo identificada pelo número do quarto, ou pode dividir o quarto com outras unidades (não
mais de três ou quatro), sendo designada, neste caso, pelo número do quarto seguido de uma letra ou de outro
número. Quando há várias unidades em um quarto, deve haver um sistema de biombos ou de cortinas que
2. Unidade de Enfermagem
a) Conceito
Como a Medicina está muito especializada nos dias de hoje, nos hospitais, os pacientes são agrupados por
patologias semelhantes ou por idade. Quer dizer, os doentes com problemas respiratórios estarão na mesma
área, as crianças também estarão juntas, etc., formando unidades de enfermagem.
Uma Unidade de Enfermagem é formada por um número variável de unidades de pacientes (conforme o
tipo de doente) e os espaços comuns. Normalmente, o pessoal da saúde se encarrega do atendimento a
pacientes de uma só unidade de enfermagem.
Conforme o tamanho do hospital, cada unidade pode ocupar um andar ou parte dele. Nos hospitais grandes,
podem existir várias unidades dedicadas a uma mesma especialidade. Nos pequenos, pacientes de diferente
especialidade podem estar reunidos na mesma unidade. Entre o pessoal que trabalha em um hospital, é comum
referir-se a uma especialidade pelo número do andar que ocupa.
b) Objetivos
Proporcionar ao paciente: ambiente agradável, seguro e confortável; estas são condições para a sua rápida
recuperação A cama padrão de um hospital reúne as seguintes características:
− É mais alta e mais larga do que aquelas não utilizadas nos hospitais, para facilitar o trabalho das pessoas que vão
cuidar do paciente.
− A cabeceira é articulada. Isso permite que o paciente possa ficar sentado na cama com facilidade. Também
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permite outros tipos de posições adequadas a certos pacientes. Os movimentos da cabeceira se realizam com
ajuda de manivelas, embora também existam camas com dispositivos elétricos.
− Tem rodas para facilitar o traslado do paciente dentro do hospital para alguns exames ou para o centro
cirúrgico. Dispõe de um dispositivo de freio para mantê-la imóvel.
Proporcionar à enfermagem condições para o bom desempenho de suas atividades.
c) Componentes das Unidades de Enfermagem
Os componentes são: posto de enfermagem, sala de serviço, sala de utilidades, copa, refeitório para
pacientes, enfermaria, quartos, rouparia, banheiro com chuveiro e sanitário para pacientes.
Próximo do acesso, está o posto de enfermagem. Outras vezes, ele está no centro da unidade.
Habitualmente, há um balcão elevado e outro inferior onde está o telefone, a documentação e em muitos
lugares um terminal de computador. Nesse local, encontram-se, costumeiramente, uma enfermeira e um
auxiliar de enfermagem.
Ao lado do controle, há um quarto de enfermagem onde são guardados termômetros, tensímetros, material
para curativos, soros, remédios e, em geral, tudo o que se usa na assistência ou na observação do paciente. Todo
esse material estará em armários e gavetas devidamente marcados. Nesse local, estará o carro de curativos e
algumas gavetas pequenas (ou outro sistema adequado para as pequenas dosagens). Deve ter duas pias e uma
bancada para preparar medicações ou tratamentos. Em alguns centros, o quarto de enfermagem é chamado de
quarto limpo.
Perto do posto de enfermagem, fica a sala de prescrição, onde se coordena o trabalho do pessoal de
enfermagem e centralizam-se todos os problemas administrativos da unidade ou seção; organizam-se as
internações e as altas dos pacientes; são recebidos os avisos dos quartos e as chamadas de outras
dependências do hospital; guardam-se as fichas dos pacientes; são feitas anotações de observação e tratamento;
cuida-se das dietas e são controladas e atendidas as visitas aos doentes.
Existe também a copa, onde são preparadas as comidas ou bebidas simples para os pacientes, como café
da manhã, lanche da tarde e ceia. Nela deve haver armários para guardar os utensílios de cozinha e aliment os
que devem ser conservados em temperatura ambiente. Em uma geladeira, estarão bebidas frescas, leite,
iogurtes e frutas. Deve ter uma bancada com uma pia e uma pequena cozinha, também batedeira e
espremedor ou liquidificador. Habitualmente, comunica-se com a cozinha do hospital por um pequeno
elevador de cargas e, se tem espaço nesse quarto, guarda-se o carrinho de distribuição das refeições.
Separado das demais dependências, existe um quarto onde são limpos e desinfetados os papagaios,
comadres, material de curativo, entre outros e guarda-se a roupa suja até que sejam levadas à lavanderia. É o
expurgo. Nele se guarda também o cesto de lixo. Nesse quarto, deve haver uma área separada com diversos
armários para guardar os papagaios e as comadres, material limpo, mas não esterilizado, e os utensílios de
limpeza. Esse quarto deve ficar sempre fechado.
Todos os andares têm uma sala de estoque para material de reserva, coisas que não são usadas
constantemente.
Além disso, existe uma sala para exames ou curativos com uma maca adequada e o material característico da
especialidade. Encontram-se nessa sala o aparelho para ECG e maca especial para paradas cardíacas ou
ressuscitação.
Numa extremidade da unidade, pode haver uma sala de estar para os doentes e família, com poltronas,
mesas e cadeiras. Tem televisão, revistas, jornais e alguns jogos de mesa.
Todas as seções devem ter salas de descanso para o pessoal e outras salas para as visitas, que terão
banheiros anexos. Também há uma sala de aula pequena para consultas clínicas ou de estudo e uma sala para os
médicos.
d) Tipos de Unidade
As Unidades de Enfermagem podem ser classificadas de acordo com o tipo de paciente que recebem ou de
acordo com os cuidados que esses pacientes requerem.
Exemplos: 1º tipo: unidades médicas, cirúrgicas, de pediatria, de isolamento, feminina e masculina.
2º tipo: unidades de tratamento intensivo, unidades de cuidados intermediários.
a) Finalidades
Manter a Unidade com aspecto limpo e agradável;
Remover microrganismos, para evitar contaminação.
Para que a limpeza seja feita de maneira rápida e eficiente, alguns pontos devem ser observados.
Eles são: os movimentos utilizados devem ser amplos e sempre num só sentido; a seqüência da limpeza deve ser
observada para evitar sujar áreas que já foram limpas; a água utilizada deve ser trocada sempre que estiver
suja; após a limpeza, se possível, o leito deve permanecer exposto ao ar e à luz solar.
Só em caso de emergência o leito deve ser imediatamente arrumado.
b) Material necessário:
Bacia, panos de limpeza, vidro com a solução desinfetante, balde e sabão.
c) Cuidados:
Remover o pó com pano úmido;
Usar a solução na concentração certa;
A limpeza da unidade inclui limpeza da mesinha, cama, cadeira e utensílios de uso individual;
d) Como proceder para a Limpeza
Abrir portas e janelas, se possível, para arejar o ambiente;
Desocupar a mesa de cabeceira e cadeira e levar o jarro de água, copo, comadre para desinfecção;
Retirar a roupa de cama e colocá-la no hamper ou no local apropriado;
Levar o material para a unidade, forrar a cadeira e colocar o material sobre a mesma;
Iniciar a limpeza pela mesa de cabeceira, parte externa e interna;
Limpar um lado do travesseiro colocá-lo sobre a mesa de cabeceira e proceder a limpeza do outro lado;
Se houver impermeável, abri-lo sobre o colchão e limpar a parte exposta, dobrar e afastá-lo para uma metade do
colchão;
Limpar a metade livre do colchão;
Passar o impermeável para a parte limpa do colchão, unindo parte limpa com parte limpa e a seguir proceder à
limpeza da outra parte do impermeável; colocar o impermeável todo limpo sobre a mesa da cabeceira;
Limpar a outra metade do colchão;
Afastar o colchão para expor metade da cama e proceder a limpeza dessa parte, incluindo as molas;
Unir parte limpa da cama com parte limpa do colchão para proceder a limpeza do restante da cama;
Expor a parte do colchão ainda suja e proceder para a sua limpeza;
Retirar o material da cadeira e limpá-lo;
Limpar a parede próxima á unidade;
Deixar a unidade do paciente em ordem e arrumar o leito quando for necessário;
Levar o material utilizado para o local apropriado lavá-lo e guardá-lo.
– Colocar o lençol de baixo. Coloca-se a dobra central exatamente na metade da cama e abre-se deixando cair
meio lençol para cada lado. Se uma só pessoa o faz, ajusta-se primeiro a parte da cabeceira, colocando o
lençol por baixo do colchão, depois a parte dos pés do mesmo lado, esticando bem o lençol. Faz-se o mesmo
do outro lado. Se forem duas pessoas, farão ao mesmo tempo a parte da cabeceira e a dos pés, para evitar
que o lençol fique torcido. As dobras são feitas em forma de "V". É a característica maior das camas de
hospital. É uma forma cômoda e fácil para conseguir que as camas fiquem esticadas e com boa aparência.
Modo de fazer a dobra em “V” , característica das cama do hospital.
− Colocar a colcha. Para começar, a colcha situa-se na mesma altura que o cobertor e, em alguns lugares,
dobra-se por baixo do cobertor alguns centímetros
Depois, dobra-se a parte da dobra do lençol de cima e por fim colocam -se por baixo do colchão o lençol
superior, o cobertor e a colcha ao mesmo tempo, fazendo uma dobra em "V", porém sem introduzir os lados
por baixo do colchão. Eles ficam pendurados.
Realizar uma dobra de conforto para deixar mais espaço para os pés do paciente.
Modo de colocar a colcha:
A. Centra-se na mesma altura que o cobertor.
B. Dobra-se a vira próxima da cabeceira.
C. Enfiam-se sob o colchão a parte inferior do
lençol, do cobertor e da colcha juntas.
D. As quinas fazem-se em forma de "V".
E. Deixam-se os lados pendurados
− Coloque os travesseiros na cabeceira da cama, tendo cuidado de não deixar a extremidade aberta da fronha
voltada para o lado da porta.
− Coloque a mesa de cabeceira paralela à cama; coloque a cadeira à altura dos pés da cama. Nessa altura, mas do
lado oposto, encaixe a mesa móvel. Deixe o fio da campainha ao alcance do paciente
Se a cama não vai ser ocupada ou há mais de um paciente no quarto, pode-se deixar a cama por fazer e
coberta com a colcha.
Ao terminar de arrumar a cama, recolher tudo e, se for um quarto indi vidual, fechá-lo até a chegada de novo
paciente. Em muitos lugares, costuma-se fechar as persianas para que o quarto fique em penumbra e não
aqueça demais ao ficar fechado.
Também deve-se comunicar ao setor de admissão que a unidade está pronta para receber um novo
paciente.
d) Arrumação de CAMA ABERTA (ocupada por um doente ambulante).
A cama aberta é um sinal de boas-vindas ao paciente; indica que sua chegada foi anunciada à enfermeira.
Técnica
Cama Aberta
Dobre a colcha para baixo até altura do cobertor, envolvendo a extremidade deste, de modo que a lã não entre em
contato com a pele do paciente.
Dobre o lençol protetor do paciente fazendo uma vira sobre a colcha.
Fique de frente para os pés da cama, segurando as cobertas pela vira do lençol com ambas nas mãos.
Faça dobras em leque até ao meio ou até aos pés (fig. ao lado). As dobras devem ser da mesma largura da vira.
O travesseiro fica encostado na grade da cabeceira.
e) Arrumação da CAMA OCUPADA (ocupada por um doente que não pode levantar-se)
Se o paciente não tiver ordem médica para levantar-se, a cama deve ser arrumada com o mesmo
deitado. No caso da pessoa gravemente ferida, a ajuda de uma colega na arrumação pode diminuir
bastante o desconforto que se pode causar ao paciente.
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recuperação. Os princípios são os mesmos; a cama é preparada depois que o paciente é levado para cirurgia. Ela
é arrumada de modo que o colchão fique protegido e a roupa de cama possa ser trocada com o mínimo de
desconforto para o paciente. Geralmente usa-se uma cama especial para esse fim.
O paciente é colocado nessa cama na sala de operação, então é transportado para a enfermaria.
A cama de recuperação possui características especiais, as quais facilitam o cuidado do paciente após a
operação:
A cabeceira e os pés são desmontáveis;
A cama é suficientemente estreita para permitir a sua passagem através das portas e dos corredores do hospital;
Nesta cama pode ser montado equipamento especial para fraturas, lateralmente ou em nível mais alto;
O suporte para o soro endovenoso pode ser usado em seis lugares diferentes e tem encaixe com trava.
Material Extra
Cuba para vômito; caixa com papel absorvente; saco de papel, pedaços de esparadrapo, balão de oxigênio (se for
prescrito); material para administração de líquidos ou sangue pela veia; dois abaixadores de língua; travesseiro
forrado de plástico; aspirador e recipiente com água para testar a sucção; cateter nasal e vaselina;
esfignomanômetro; estetoscópio e o material exigido pela prescrição médica.
Técnica
Descubra a cama, vire o colchão e forre a cama de maneira habitual, usando roupa de cama limpa.
Estenda um forro de borracha na cabeceira e cubra-o com um traçado de algodão, ou, então, com um lençol
grande, dobrado ao meio, com a dobra voltada para os pés da cama. Prenda-os na cabeceira da cama e esconda
as pontas.
Estenda as cobertas da mesma forma como o fez na cama desocupada, sem entretanto prendê-las nos pés. Faça
as dobras como de hábito.
Traga todas as cobertas para os pés da cama, paralelas ao colchão, terminando por dobras. Esconda os cantos,
dobre e enrole.
Coloque um dos travesseiros de encontro às barras da cabeceira da cama e prenda as pontas nos cantos da -
armação da cama.
Com pedaços de esparadrapo prenda um saco de papel á mesa da cabeceira e não aos lençóis. Cole uma folha
de papel na cama para anotar as medidas de pulso respiração e pressão.
Arrume os seguintes artigos na mesa de cabeceira, de modo que fiquem ao alcance da enfermeira: papel e lápis,
dois abaixadores de língua, cuba para vômito e uma caixa de papel absorvente.
1- Higiene Oral
A boca é a principal porta de entrada para os germes causadores de doenças no organismo; é um excelente
meio de incubação para estes germes, porque fornece umidade, alimento, calor e proteção em condições ideais.
As infecções da boca são perigosas tanto para o trato digestivo quanto para o trato respiratório.
Uma boca mal tratada pode determinar o aparecimento de cáries dentárias ou halitose (mau hálito), pode diminuir
o apetite e causar desconforto ao paciente, enquanto que uma boca bem cuidada contribui para dar um aspecto
agradável ao rosto.
Deve-se fazer a higiene oral nos seguintes horários: pela manhã antes e após o desjejum após o almoço, após
cada refeição e antes de dormir.
Em casos especiais, como em pacientes graves inconscientes, tetânicos, com sonda no estômago (gavage), com
temperatura elevada, operados de estômago, deve-se fazer a higiene oral de duas em duas horas ou mais vezes,
de acordo com a situação.
a) Material
Uma bandeja contendo:
01 cuba rim - 01 vidro com solução dentifrícia ou pasta dentifrícia;
01 copo com água – 01 escova p/ dentes;
01 toalha de rosto - 01 pinça de pean - 01 recipiente com cotonetes ou palitos protegidos -
01 abaixador de língua - 01 vidro com bolas de algodão.
b) Anti-sépticos usados na Higiene Oral.
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Umedecer o palito ou algodão na solução dentifrícia e proceder à limpeza dos dentes com os mesmos
cuidados de antes.
Lavar a língua; usando o abaixador de língua.
Lavar os lábios e lubrificá-los se estiver ressequido.
Lavar e guardar o material usado.
Cuidados
Jogar o saco de papel com o material usado no lixo.
Ensinar o paciente a deixar escorrer a água pelo canto da boca e não cuspi-la.
Usar sempre soluções frescas e fracas para a limpeza da boca.
Observações: as mesmas dos procedimentos anteriores.
Nos pacientes febris e naqueles que se encontram em estado grave, os cuidados de higiene da boca devem ser
repetidos a cada 4 horas, especialmente antes e depois da ingestão de alimentos; o doente deve ingerir bastante
líquido, para manter a umidade da mucosa da boca.
Todas as precauções devem ser tomadas para que ele não aspire líquido durante a higiene oral, então o
equipamento de aspiração deve estar à mão, para manter a boca e garganta livre de excesso de secreção
mucosa ou liquido.
2 - Banho no Leito
a) Conceitos
Os banhos favorecem a eliminação de impurezas e estimulam a circulação na pele; constituem de certa forma um
exercício moderado, relaxa o paciente e é, ao mesmo tempo, uma boa oportunidade para observá-lo:
Em geral, todos os pacientes que não podem andar, recebem todos os dias um banho completo no leito.
A enfermeira chefe irá informá-lo sobre o tipo de banho que cada enfermo deverá receber: completo, parcial, de
banheira ou de chuveiro.
A higienização da pele é de grande valia para o organismo humano, devido ás funções que desempenham, tais
como: excreção; respiração proteção, sensibilidade, regulação térmica.
b) Finalidades do banho
Limpar a pele.
Promover o relaxamento muscular.
Estimular as glândulas sudoríparas.
Ativar a circulação.
Aliviar a sensação de fadiga e o desconforto da posição permanente e da umidade produzida pelo calor.
c) Material necessário
Bandeja contendo:
01 cuba rim com 03 compressas;
01 jarro com água na temperatura de 40°C.
01 jarro com água na temperatura natural;
01 bacia;
Luvas;
01 cuba rim com termômetro para água;
Escova de cabelos ou pente;
01 saboneteira com sabonete;
01 vidro de loção ou creme para fricção na pele após o banho;
Talco.
Material necessário fora da bandeja:
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01 Comadre ou papagaio;
Camisola ou pijama;
Roupa de cama completa, incluindo as toalhas.
Material acessório: 01 Hamper (para roupa usada); 01 balde; biombos.
d) Procedimentos
Antes de iniciar o banho:
Preparar o paciente psicologicamente, peça ao paciente que ajude na higiene durante o banho;
Preparar o material;
Preparar o ambiente: evitar corrente de ar, torná-lo privado por meio de biombos ou cortinas próprias;
Colocar a cadeira aos pés da cama e a comadre ou papagaio sobre a cadeira;
Colocar o material de banho sobre a mesinha de cabeceira e bem próximo do paciente;
Remover o cobertor e o lençol, protetor do paciente, dobrá-los e colocá-los na cadeira;
Cobrir o paciente, com o lençol de tratamento.
Ao iniciar o banho
Retirar a camisa ou camisola.
Comece o banho lavando primeiro a face, o pescoço e as orelhas, secando-os com a toalha de rosto. Não use
sabão para lavar-lhe o rosto, a menos que ele deseje. Muitos doentes preferem lavar o rosto sozinho.
Lave os braços, dispensando uma especial atenção às regiões axilares. Se for possível, lave-lhe as mãos
mantendo-as dentro da bacia com água; seque os dedos cuidadosamente; cubra-lhe em seguida os braços e as
mãos com um lençol.
Lave o tórax, seque-o e cubra-o com uma toalha de rosto.
Coloque o forro sob a região genital e cubra-a com uma toalha de banho; colocando a borda da toalha sob o
forro; lave em seguida o abdômen; prestando atenção especial ao umbigo e outras dobras, se estes locais
estiverem avermelhados, coloque uma fina camada de talco.
Troque a água se estiver fria.
Flexione o joelho do lado oposto e descubra a coxa; mergulhe o pé na bacia com água, para que fique de molho,
enquanto lava a perna e a coxa, colocando uma das mãos sob o joelho para dar maior apoio; por último lave o
pé.
Proceda da mesma forma para lavar a outra perna; seque cuidadosamente os espaços entre os dedos do pé;
este é o momento para tratar dos pés e das unhas.
Deite o paciente de lado. Coloque o forro na cama ao lado dele. Lave o dorso e os quadris e seque-os com a
toalha de banho, realizando movimentos longos;
Coloque uma toalha sob as nádegas; entregue-a esponja ou o pano e o sabão ao paciente e peça-lhe que lave a
região genital. Se o paciente for incapaz de lavar-se sozinho, você terá que terminar o banho evitando expor o
doente desnecessariamente. Se for possível peça a um funcionário masculino para fazer isso no homem doente.
Os órgãos genitais da região perianal devem ser muitos bem lavados e secos para evitar assaduras e irritações.
Se o paciente estiver cateterizado, lave muito bem a área em torno do cateter com água e sabão e seque
cuidadosamente, de forma a evitar o acumulo de secreções, evitando tracionar o cateter.
Vista o paciente com um roupão ou um pijama limpo.
Penteie-lhe os cabelos, protegendo o travesseiro com uma toalha de rosto.
Arrume a cama, segundo a técnica já descrita,
Recolha os materiais utilizados para o banho, lave-os e seque-os; leve a roupa de cama usada para a
lavanderia.
Deixe o quarto em perfeita ordem. Verifique se as manivelas da cama estão viradas para dentro e se as rodas
dos pés da cama estão devidamente presas.
Lave as mãos.
e) Cuidados
Não expor o paciente evitando as correntes de ar.
Usar creme ou loção oleosa para pele seca.
Fazer o controle da temperatura da água com o termômetro deixando-a entre 36 a 40ºC.
Trocar a água todas as vezes que for necessário.
Não molhar a cama.
Aparar e limpar as unhas assim:
Escove cuidadosamente cada mão com a escova de unhas; enxágüe e seque; afaste gentilmente a
cutícula com a toalha, enquanto secar os dedos;
Apare as unhas com lixa; massageie a pele com creme de mãos, se o paciente o desejar.
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volta.
a) Material: sabonete, 2 toalhas de banho, toalha de rosto, tapete de banho, termômetro de banho, sais de banho,
cadeira ou banquinho, camisola, pijama, pente e chinelos.
b) Procedimento:
Cumprimente o paciente e explique-lhe o procedimento.
Leve o material para o banheiro e prepare tudo para o paciente.
Encha a banheira pela metade com água á temperatura de 38° a 40°C, verificando com o termômetro de
banho.
Ajude o paciente a colocar os chinelos.
Ajude o paciente a despir-se.
Segure a toalha de banho ao redor do paciente enquanto ele entrar na banheira e dê-lhe toda a assistência
necessária, respeitando a sua intimidade.
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Ofereça-se para ajudar a lavar certas partes mais difíceis, como pés e as costas. Observe a pele; faça o
paciente descansar no caso que demonstre sinal de fraqueza, e esvazie a banheira.
Segure a toalha de banho ao redor do paciente enquanto ele sai da banheira; seque-o completamente, vista-lhe
uma camisola limpa, os chinelos; enquanto faça-o sentar-se na banqueta.
Acompanhe o paciente à unidade.
Limpe a banheira, recolha a roupa de cama usada e arrume o banheiro.
Anote a hora do banho e qualquer ocorrência.
c) Banho de Chuveiro
A técnica é a mesma, porém há necessidade de 2 tapetes de borrachas: um deve ser colocado no chão dentro do
boxe e o outro do lado de fora coberto com uma toalha, para que o paciente, ao sair do banho não pise no chão
frio.
d) Banho de Imersão
Este tipo de banho é prescrito pelo médico como terapia de algumas enfermidades e deve ser repetido 3 ou 4
vezes por dia. O paciente se senta na banheira ficando com as nádegas e a região genital imersas na água morna.
a) Finalidade: estimular a circulação do couro cabeludo; prevenção da pediculose; higiene e conforto do paciente.
b) Material:
Bandeja contendo:
01 vidro com sabão liquido, sabonete ou shampoo;
01 recipiente com bolas de algodão;
01 jarro com água na temperatura de 36º a 40ºC;
01 irrigador completo com chuveirinho na extremidade da borracha;
01 Bacia;
Luvas para procedimento;
01 vidro com a solução indicada, no caso de pediculose.
Fora da
bandeja:
01 toalha de banho; Pente
01 impermeável grande e um pequeno; 01 balde;
Material necessário:
Biombos – 01 suporte – jornais.
c) Procedimentos
Para lavar os cabelos precisa da autorização do médico, pois lavar a cabeça no leito é um
processo muito cansativo para o paciente e suas condições de saúde pode impedi-lo.
Avise o paciente sobre o procedimento para obter colaboração.
Reúna o material ao lado da cama; proteja o paciente com um biombo.
Coloque o balde na cadeira, protegendo-a com um forro de borracha.
Coloque o outro forro plástico na cabeceira da cama, sob os ombros do paciente. Faça com que ele fique
deitado bem próximo a você. Coloque-lhe uma toalha em torno dos ombros; a cabeça deve ficar dentro do
acolchoado ou então dentro da calha de borracha improvisada.
Para improvisar o acolchoado, enrole um pouco de jornal em um forro de borracha e junte as pontas formando
uma ferradura. Coloque as pontas dentro do balde de modo a formar uma calha por onde a água pode escorrer.
A cabeça do paciente deve ficar apoiada sobre a bacia formada pela curva da ferradura; as bordas da calha
devem ser suficientemente elevadas para evitar que a água extravase.
Enrole as cobertas até a cintura do paciente; coloque-lhe o forro de pano sobre o peito; proteja os olhos com
uma esponja ou pano e o ouvido com algodão.
Umedeça o cabelo com água morna e esfregue bem com shampoo, procurando colocar tampões de algodão nos
ouvidos do paciente, para evitar o acúmulo de água nos canais auditivos; ensaboe e enxágüe alternadamente
até que o cabelo e o couro cabeludo estejam limpos; se precisar use creme, retirando-o em seguida com água
limpa.
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Seque o cabelo do paciente com uma toalha ou com o secador; penteie ou escove o cabelo, deixando-o bem
ajeitado.
Retire a calha e o forro plástico, coloque o lençol e o travesseiro no lugar e faça com que o paciente fique
confortável.
Retirar o material e guardá-lo bem limpo no seu devido lugar.
Deixe a unidade em ordem; anote o tratamento realizado e o horário.
6 - Como fazer a Barba
Todo paciente de sexo masculino deve ser barbeado durante o banho matinal. Entretanto o enfermo poderá estar
incapacitado a ponto de não poder fazer a barba sozinho.
a) Material
Barbeador elétrico do paciente e loção ou aparelho de barbear com lâminas novas;
Água quente, loção de barbear, creme e pincel;
Toalhas; loção após-barba ou talco.
b) Procedimento
Reúna todo o material ao lado da cama.
Coloque uma toalha sobre o peito do paciente.
Se for usar o barbeador elétrico, aplique a loção apropriada, faça a barba e em seguida aplique a loção após
barba.
Se for usar o aparelho de barbear, proceda assim:
− Lave o rosto do paciente com água e sabão; passe em seguida sabão ou creme de barbear, fazendo bastante
espuma com o pincel; deixe ficar por alguns minutos;
− Comece a fazer a barba pelas têmporas e siga o contorno da face em direção ao queixo, mantendo a pele
esticada com uma mão e barbeando com a outra;
− Passe água na lâmina com freqüência para remover os fios de barba recortados
− No pescoço, faça movimentos de baixo para cima;
− No lábio superior, os movimentos devem ser de cima para baixo;
− Retire o excesso da espuma de sabão remanescente, bem como os fios de barba cortados;
− Em seguida seque a face com uma toalha de banho;
− Aplique loção após-barba ou talco;
− Arrume a cama do paciente.
− Limpe e guarde o material; anote o que foi feito.
Por isso é que após cada eliminação (fezes, urina, vômito) é preciso que se observem e se anotem as
características das mesmas, considerando os aspectos seguintes: freqüência, odor, quantidade, coloração e
consistência.
Os alimentos que ingerimos pelo organismo servem para diferentes funções, de acordo com os tipos de nutrientes
que contem. Os resíduos alimentares, não absorvidos através do intestino delgado, são impelidos ao intestino
grosso, transformando-se em matéria fecal, que é eliminada pelo organismo através do ânus, como também pelos
rins, sob a forma de urina; os produtos da eliminação são tóxicos e prejudiciais ao organismo.
Entre outras, existem duas razões muito importantes para oferecer a comadre (para as mulheres) e o compadre
ou papagaio (para os homens); são:
− Necessidade da expulsão dos produtos tóxicos do organismo;
− Necessidade de estimular o funcionamento do intestino.
b) Horários para oferecer comadre ou papagaio
Antes das refeições;
Antes do horário de visitas;
Na hora de dormir;
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Professor: Enfº Thiago Almeida
Se o paciente for capaz de movimentar-se, ponha o compadre coberto ao alcance dele; deixe a campainha ao
seu alcance, explique o procedimento e diga de chamar quando terminar.
Se o paciente precisar de assistência, evite situações embaraçosas e desnecessárias. Estique-lhe as pernas
para que ele possa sustentar o compadre. Segure o compadre com uma das mãos e introduza o pênis nele. Se
o paciente não poderá sustentar o compadre com as pernas, você deverá segurá-lo evitando respingos.
Cubra o compadre e leve-o para a sala de material; examine o contendo anote o volume, se necessário.
Esvazie o compadre no vaso sanitário lave-o com água fria e desinfetante.
Enche o compadre com solução desinfetante por uns 10 minutos.
Lave-o, seque-o e guarde-o no devido lugar.
Lave as mãos e faça com que o paciente lave as suas.
Anote no prontuário a cor, o volume da urina.
Observações: Muitos doentes têm dificuldade para urinar quando estão acamados. Se o paciente puder
levantar, ajude-o a ficar de pé ao lado da cama e coloque o compadre na posição correta e dê-lhe apoio até que
terminar.
estômago, expulsando sucos digestivos e água. Da mesma forma que na diarréia, não se pode ingerir líquidos,
porque irritariam mais o estômago e tornariam pior a situação. E comum a associação de vômitos e diarréia.
• Hemorragias. Nas feridas ou traumatismos graves com perda importante de sangue.
• Queimaduras. Quando em uma queimadura ocorre a destruição da camada externa da pele e se perde a
função protetora isolante desta. Todos já sofremos alguma vez uma pequena queimadura e observamos como
aparece rapidamente uma transpiração. Dessa forma, pode-se perder grande quantidade de líquido,
especialmente se a queimadura é extensa.
• Alterações do funcionamento do rim. Ocorrem quando há alteração do hormônio que regula a recupera-ção
de água pelo rim (hormônio antidiurético).
• Drenagens e secreções. As drenagens de uma ferida cirúrgica ou as secreções excessivas pela mucosa da via
respiratória podem representar outra forma de perda de líquido, podendo ser maior ou menor.
Qualquer uma dessas patologias pode produzir um estado de desidratação generalizada que deve ser controlada
pela equipe de saúde e, muitas vezes, assistida em um hospital para repor os líquidos perdidos
b) Retenção Hídrica
A dificuldade para eliminar líquidos é ocasionada por uma falha do sistema excretor, considerando que, se este
funciona bem desta forma, não há nenhum problema de entrada excessiva. Quer dizer, a pessoa que tem
costume de beber muita água não tem nenhum problema, visto que os rins a eliminam com facilidade.
As causas de retenção de líquido mais freqüentes são:
• Alteração do próprio rim (insuficiência renal) e outras vezes por falha dos hormônios reguladores da função
renal (hormônios das glândulas supra-renais).
• O mau funcionamento do coração (insuficiência cardíaca) também provoca retenção de líquidos.
• As alterações da circulação também podem produzir acúmulo excessivo de líquido no corpo. É comum
produzir edema nas pernas de pessoas com varizes e também nas pessoas que permanecem muito tempo de
pé sem movimentar as pernas. Esses edemas não são graves, na maioria dos casos, e podem
melhorar com o exercício para aumentar a circulação nas pernas e procurando mantê-las elevadas.
• Durante a gravidez é freqüente uma leve retenção de líquido, que em geral não acarreta nenhum problema.
c) Como Realizar o Controle Hídrico
Nos pacientes hospitalizados por algum dos problemas anteriores e em outros pacientes internados para
acompanhar a sua evolução é freqüente controlar sua ingestão e perda de líquido para poder avaliar e manter o
equilíbrio orgânico. É o que chamamos de fazer o balanço hídrico e estará indicado nas prescrições médicas.
Realizar o balanço hídrico de um paciente é função da equipe de enfermagem
Balanço Hídrico - Consiste em anotar a quantidade de líquido que um paciente recebe e suas perdas ou
eliminações pelas vias já conhecidas. Essas anotações são feitas por um período de vinte e quatro horas. Cada
hospital tem sua rotina quanto ao momento do início e término. E importante iniciar o controle hídrico pela manhã
(8:00) da manhã) e terminar no mesmo horário do dia seguinte, para encaminhar ao laboratório. As quantidades de
líquido são medidas em mililitros.
Líquidos ingeridos
• Bebidas: anota-se tudo o que o paciente bebe, isto é, água, sucos, leite ou chás. O paciente não deve ter água
sobre a mesinha de cabeceira, visto que pode ria beber sem se lembrar de avisar. Solicitamos que nos avise
quando tenha sede e nós lhe daremos a água ou a bebida, verificando a quantidade que ele bebeu,
anotando a hora e a quantidade no gráfico do paciente.
• Comidas: as sopas e os caldos são considerados líquidos. As frutas e ver duras são consideradas como tendo
grande conteúdo de água. Anotar o que o paciente comeu e a quantidade.
• Soro: quando o paciente recebe soro por uma veia ou de outra forma, deve ser anotada a quantidade de soro
que recebeu e o tempo que demorou para ser infundido.
• Sondas e clisteres: os líquidos que são introduzidos no organismo por meio de sonda ou clister (pelo reto)
também devem ser anotados.
Eliminados ou Perda Líquida
• Suor: a quantidade de líquido perdido desta maneira é muito variável e não pode ser medida com exatidão. Os
hospitais estabelecem alguns valores em relação à temperatura ambiente e especialmente em relação à febre. O
pessoal de enfermagem deve conhecer as rotinas do hospital.
• Respiração e evaporação através da pele: tanto quanto no caso anterior, devem ser conhecidos os valores
que o hospital assinala como normais.
• Fezes: se são consistentes, anotar que ocorreu eliminação intestinal e foram encontrados entre 100 e 200 ml de
perda de líquido.
• Diarréia e vômitos: é conveniente medir a quantidade de líquido perdida desta maneira. Pode ser desagra-
dável, porém é preciso controlar os líquidos. Em ambos os casos, além de medir o volume é importante observar
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MEDIDAS DE CONFORTO
1- Conforto
O Conforto do paciente não consiste apenas nas condições físicas que lhe oferecemos; entre as múltiplas
necessidades do paciente, convém lembrar a importância de eliminar ou amenizar as suas preocupações e
ansiedades.
Define-se Conforto como sendo o gozo de bem-estar físico e mental; proporcionar conforto é um aspecto constante
na assistência de enfermagem, tanto nos procedimentos técnicos como atitude do seu pessoal.
Fatores físicos psicossociais e espirituais contribuem para o estado de conforto; estes fatores são interligados e
interdependentes.
a) Fatores físicos
Repouso - Compreende-se como repouso como sendo a cessação de exercício ou movimentos, ou mudança de
atividade, ou ausência de fadiga consciente.
O repouso mental se traduz pela tranqüilidade e paz de espírito demonstrada pelo paciente.
O repouso físico é utilizado no tratamento de muitas doenças; esse repouso em alguns casos deve ser absoluto,
isto é, o paciente deve permanecer no leito às 24 horas.
Sono é uma condição na qual as atividades do sistema nervoso estão diminuídas e determinam a abolição total ou
parcial da consciência. O repouso muitas vezes, induz ao sono; o sono tranqüilo proporciona repouso.
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Boa Postura - É o bom relacionamento das partes do corpo durante as atividades corporais. A boa postura
proporciona repouso, relaxamento e contribui para o bom funcionamento dos órgãos. Para os pacientes internados
manter boa postura é importante para: obter relaxamento e repouso, auxiliar na boa expansão pulmonar, evitar
contraturas e deformidades.
b) Fatores Psicossociais e Espirituais
O paciente hospitalizado sente:
Necessidade do convívio familiar: quando internado, o paciente separa-se dos seus familiares; sente que está
só, num meio estranho, preocupado consigo mesmo e com os seus;
Necessidade de distrações: a solidão e a monotonia do hospital pesam sobre o paciente; as distrações
promovem o esquecimento de si mesmo e diminuem a solidão;
Necessidade de ser aceito com um ser único, distinto dos demais e assim tratado: o doente tende a se sentir
minimizado despersonalizado; transformado num número ou num caso a mais e se ressente disso;
Necessidades espirituais: a doença leva as pessoas a pensarem na morte, a fazer revisão de seus valores
espirituais; o medo da morte ou do desconhecido; o apego á vida geram o desespero, a inconformidade e ás
vezes a revolta; esses sentimentos, expressos ou não, perturbam a tranqüilidade de espírito.
c) Meios para proporcionar Conforto
Conforto Físico - O paciente obtém conforto físico quando lhe proporcionamos: ambiente agradável, limpo,
arejado, em ordem; escuridão ou penumbra silêncio, temperatura adequada, ar fresco induzem ao sono; leito
confortável e condições de boa postura, quando deitado, sentado ou andando; exercícios moderados
(deambulação ou mobilização passiva, de acordo com a sua condição).
Conforto Psico-Social e Espiritual - Pode ser conseguido em maior ou menor grau, através e recursos tais
como: proporcionar facilidades para visitas; orientar os familiares e amigos para manter uma atitude otimista
diante do paciente; incentivar pequenas atenções por parte de parentes e amigos, como flores, livros, cartas;
considerar cada paciente um ser distinto, com necessidades próprias; respeitar a sua individualidade;
incentivar o cuidado da sua aparência; proporcionar distrações, como: TV, rádio música, leitura, jogos,
trabalhos manuais, conversações em grupo; proporcionar oportunidade para que o paciente se liberte de suas
preocupações ou encontre ajuda espiritual sem imposição; facilitar as práticas religiosas e o contato com
ministros da sua religião.
d) Posição de SIMS
É uma posição semelhante ao decúbito lateral, só que o peso do paciente recai sobre a face
anterior da articulação do ombro e quadril; flexionar bem o membro inferior esquerdo, de modo que
o joelho fique o mais próximo possível do tórax. Esta posição é usada para permitir melhor
exposição e acesso à região anal nos exames patológicos e tratamentos, tal como na enteroclise.
Coloque uma das pernas o mais próximo possível da cama que está atrás de você; transporte o seu peso do pé
anterior para o posterior utilizando para isso os músculos da perna, á medida em que ergue o paciente para a
posição sentada.
Se o paciente não colabora, atue assim.
Vire o paciente de lado, voltado para a borda da cama em que você se encontra.
Vire-se de frente para cabeceira da cama, colocando a perna que está mais próximo a ela um passo á frente
da outra perna.
Passe um braço sob os ombros do paciente e o outro sob as coxas; flexione os joelhos, erga os ombros, e,
enquanto ele gira, traga suas pernas para a borda da cama.
c) Como movimentar o paciente em direção à cabeceira da cama.
Se o paciente pode cooperar, proceder deste jeito.
Retire os travesseiros e coloque um encostado à cabeceira da cama para evitar que o
paciente machuque a cabeça quando for movimentado; fique de pé junto á cama.
Coloque uma das mãos sob os ombros do enfermo e a outra sob o quadril ou então peça a ele que passe o
braço sob o seu, apoiando a mão em seu ombro (fig. ao lado).
Peça ao paciente que flexione os joelhos e que segure as barras da cabeceira da cama, fazendo pressão com
os pés sobre ela e tracionando as barras para ajudá-la a erguê-lo em direção á cabeceira.
Vire-se de frente para a cabeceira; afaste os pés, colocando um à frente do outro, sendo
que o pé, mais próximo da cama, fica para trás; flexione os joelhos e o quadril, fazendo
com que seus braços fiquem ao nível do colchão.
Com o auxilio do paciente, transfira o peso do pé que está atrás para o que está na
frente, elevando assim o doente na cama.
Quando o paciente não pode colaborar, são necessárias duas pessoas para realizar essa técnica, ficando
uma de cada lado da cama.
Retire o travesseiro.
Flexione os joelhos do paciente.
Coloque uma das mãos sob os ombros do enfermo e a outra sob o quadril; outra pessoa deve fazer o mesmo
do outro lado da cama.
Mantenha as costas retas, afaste os pés 30 cm cerca, para obter equilíbrio e flexione os joelhos e o quadril;
erga o paciente junto com a outra pessoa, transferindo o peso da perna que está atrás para a que está na
frente.
d) Como virar o paciente sobre o lado.
Coloque a cama em uma altura que lhe permita trabalhar confortavelmente.
Fique de pé no lado da cama para o qual o paciente vai ser virado.
Faça com que um dos braços do paciente fique atravessado sobre o tórax e estenda o outro para frente para
que ele não role sobre este braço.
Flexione ligeiramente os joelhos do doente e cruze a perna que está mais distante sobre a que está mais
próxima (fig. ao lado).
Dê um passo à frente, flexione os joelhos e o quadril e mantenha o dorso reto.
Segure com uma das mãos o ombro do paciente que está mais afastado e com a outra o
quadril do mesmo lado.
Vire o paciente em direção a si, transferindo o seu peso da perna da frente para a de trás.
Mantenha o paciente em postura correta.
Os três enfermeiros juntos devem levantar o paciente, segurando-o no peito; hão de caminhar para trás juntas
e voltar-se lentamente. O eixo do movimento de rotação é a enfermeira que está sustentando a cabeça e os
ombros do paciente. Devem caminhar para frente e colocar o paciente sobre a maca;
Cubra o paciente com o cobertor de banho e levante a cabeça com um travesseiro;
Anote na coluna observações da ficha do paciente.
Aplique uma tensão suave e não enfaixe muito apertado um membro edematoso.
Técnica
Apanhe a atadura do tamanho e do tipo prescritos.
Explique ao paciente o que vai ser feito. Lave as mãos.
Coloque-o em posição correta e confortável.
Segure a atadura enrolada em uma das mãos e a ponta na outra.
Comece pela extremidade distal (pé ou mão). Coloque a ponta da atadura na linha média e comece a enrolar
de dentro para fora; faça duas voltas no ponto inicial para manter a: atadura no lugar.
Não passe a atadura sobre uma ferida aberta, porque esta sofrerá com a pressão; coloque pedaços de gaze
sobre as proeminências ósseas e entre os dedos.
Enfaixe uniforme e firmemente, passando cada volta sobre aproximadamente 2/3 da volta anterior e empregue
sempre a mesma tensão em toda a extensão do membro, até que ele esteja todo coberto.
Dê um nó seguro no final ou coloque pedaços de fita crepe.
2º - Espiral
Própria para as partes do corpo que são de contorno uniforme. A atadura é enrolada em
espiral, sobrepondo-se 2/3 em cada.
3º - Espiral Invertida
Faça duas voltas com a atadura; com a ajuda do polegar invertida a espiral e traga-a para baixo,
cada volta cobrindo 2/3 da precedente. Traga a atadura de volta para o ponto onde foi feita a
inversão e respeita a mesma técnica.
4º - Atadura em 8
Dê duas voltas no começo para fazer com que a atadura fique bem firme. A primeira volta deve
descrever uma espiral para cima e a segunda uma espiral para baixo e assim por diante,
formando sempre o número 8. Esta é uma atadura para enfaixar o tornozelo e o cotovelo, locais onde a
movimentação é intensa.
5º - Recorrente
Usada para cobrir um coto de amputação ou a extremidade da mão. Firme a atadura com duas
voltas iniciais e em seguida enfaixe a extremidade movimentando a atadura para frente e para trás,
terminando com uma volta circular.
b) Conceito
Escaras são áreas de tecido necrótico, causadas por uma interferência na circulação de uma parte pressionada,
preferencialmente em pessoas que permanecem por muito tempo acamadas e não são mobilizadas.
A pressão pode ser exercida pelo próprio peso do corpo ou por pequenos fragmentos, ataduras ou roupa de
cama. Esta condição muitas vezes é agravada pelo calor, umidade e falta de higiene, que permitem que a
substância irritante em decomposição, como suor, urina, fezes e secreções vaginais permaneçam sobre a pele.
c) Fatores que contribuem para a formação de Escaras em tipos de pacientes.
Os que têm a circulação deficiente, devido à idade avançada ou à falta de exercício pela
doença prolongada.
Pessoas anêmicas, nas quais a qualidade do sangue e a nutrição dos tecidos são pobres ou
pessoas que sofrem de nefrite e apresentam edema.
Pacientes com patologia maligna como o câncer. O câncer destrói, enquanto cresce e as toxinas absorvidas
do tecido morto fazem com que os outros tecidos se degenerem rapidamente.
Doentes que devem permanecer com cintas e coletes e aqueles que sofrem de paralisia. Quando uma parte
do corpo constitui um peso morto, o suprimento nervoso a essa parte é deficiente e a falta de exercício diminui a
circulação e a nutrição locais.
Pacientes muito emagrecidos com ossos proeminentes.
Enfermos que sofrem de descontrole esfincteriano, eliminando constantemente urina e fezes.
Pessoas que têm pele fraca e sensível, facilmente irritável.
Indivíduos muito obesos.
Pacientes que sofrem de distúrbios metabólicos como diabetes.
d) Medidas preventivas
As escaras de decúbito são perigosas e devem ser evitadas. Além do grande desconforto que causam ao
paciente, as escaras infectam-se com muita facilidade e o doente pode vir a morrer por absorção de
substâncias tóxicas.
A prevenção das escaras é uma responsabilidade da equipe de enfermagem; de fato as escaras são resultado
de uma falta de cuidado ou de conhecimento e habilidade para lidar com o paciente. As escaras, mesmo as mais
leves, uma vez desenvolvidas, são difíceis de serem controladas; por isso precisa cuidar bem do paciente.
O primeiro passo para se evitar úlceras de decúbito é avaliar os fatores de risco do paciente. O profissional deve reduzir ao
máximo os fatores de risco que podem acelerar a formação da úlcera, como alta temperatura ambiente, umidade ou
roupas de cama mal alinhadas.
A posição de um paciente imobilizado deve ser mudada a cada duas horas. Quando o paciente é reposicionado, o
profissional averigua se todos os pontos de pressão estão protegidos. Ele os protege usando coxins maleáveis, rolo de
trocanter e travesseiros.
e) Sintomas de escaras
Os sintomas iniciais de uma escara de decúbito são: calor, vermelhidão, dor desconforto e sensação de
queimação no local; quando a pele se abre forma-se logo a escara.
f) Cuidados de Enfermagem
1º - Anule todas as pressões utilizando almofadas infláveis ou de espuma sob a extremidade inferior da coluna (local
muito susceptível de escara). Atualmente usa-se com freqüência anéis de algodão para os calcanhares, cotovelos
e nuca e também travesseiros, almofadas e colchões de água. Observe atentamente as regiões do cóccix, sacro,
escápula, cotovelos, joelhos, espinhas ilíacas, calcanhares, tornozelos e vértebras: essas regiões são cobertas
apenas por uma delgada camada de pele e não são muito bem vascularizadas.
Estas regiões podem ser aliviadas colocando-as em posição elevada, e sustentada com a técnica das
almofadas.
APLICAÇÕES QUENTES
Tem como indicação proporcionar conforto e bem estar, aliviando a dor e inflamação. O calor é aplicável através
de: bolsas de água quente, compressas quentes.
Material:
Bolsa de borracha, forro para cobrir a bolsa, de preferência flanela, água quente a + ou - 55ºC.
Técnica para aplicação de bolsa de água quente:
Certificar-se do local que deverá receber a aplicação;
Orientar o paciente sobre o procedimento;
Reunir o material;
Testar as condições da bolsa, para não ocorrer vazamento;
Colocar a água quente na bolsa, retirar todo o ar do interior da mesma e fechá-la.
Virar a bolsa com o gargalho para baixo, observar se está bem fechada e enxugá-la.
Cobrir a bolsa com o forro e observar se a temperatura através do pano está adequada.
Aplicar no local indicado e deixar no local no mínimo 20 minutos e no máximo 40 minutos;
Avaliar as condições da pele no local, 2 ou 3 minutos após a aplicação da bolsa para certificar-se de que
essa temperatura não vai causar queimaduras no paciente.;
Terminada a aplicação, retirar a bolsa e manter a região agasalhada para evitar corrente de ar.
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Disciplina: Semiologia e Semiotécnica
Professor: Enfº Thiago Almeida
POSICIONAMENTO DO PACIENTE
O Paciente pode assumir várias posições durante o exame físico, e sua escolha dependerá da área a ser
examinada. O exame físico deve ser planejado de forma que o paciente não permaneça em posições constrangedoras
ou desconfortáveis por longos períodos de tempo; favorecimento do exame de várias áreas do corpo, com o paciente em
uma mesma posição, respeitando-se a privacidade e avaliando o estado físico do paciente pelo seu grau de depência
durante o exame.
Posição Ginecológica
Indicações (exame vaginal, exame vulvo vaginal, lavagem vaginal, sondagem vesical, tricotomia).
Descrição da Posição:
Técnica
01 - Lavar as mãos;
02 - Identificar a paciente, avisando-a que será feito;
03 - Isolar a cama com biombo;
04 - Colocar a paciente em decúbito dorsal horizontal;
05 - Pedir a paciente para flexionar os membros inferiores, colocando os calcanhares na cama;
06 - Afastar bem os joelhos;
07 - Proteger a paciente com lençol em diagonal, de tal forma que uma ponta fique sobre o peito e a outra
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na região pélvica. As outras duas pontas deverão ser presas sob os calcanhares da paciente;
08 - Colocar a paciente em posição confortável apos o exame ou tratamento;
09 - Recompor a Unidade;
10 - Lavar as mãos;
11 - Anotar no prontuário da paciente.
Posição de SIMS
Finalidade (exames retais, lavagem intestinal, exames vaginais, clister).
Técnica
01 - Lavar as mãos;
02 - Identificar o paciente e avisá-lo sobre o que será feito;
03 - Isolar a cama com biombos;
04 - Colocar o paciente deitado do lado esquerdo;
05 - Aparar a cabeça do paciente sobre o travesseiro;
06 - Colocar o braço esquerdo para trás do corpo;
07 - Flexionar o braço direito e deixá-lo apoiado sobre o travesseiro;
08 - Colocar o membro inferior esquerdo ligeiramente flexionado;
09 - Colocar o membro inferior direito fletido ate quase encostar o joelho no abdômen;
10 - Deixar o paciente sempre protegido com lençol, expondo apenas a região necessária;
11 - Colocar o paciente em posição confortável apos o exame ou tratamento;
12 - Recompor a Unidade;
13 - Lavar as mãos;
14 - Anotar no prontuário do paciente.
Posição de Fowler
Finalidade: Pacientes com dificuldades respiratórias, para a alimentação do paciente, pós-operatório nasal, buço-
maxilo, cirurgia de tireóide.
Técnica
01 - Lavar as mãos;
02 - Identificar o paciente e avisá-lo sobre o que será feito;
03 - Isolar a cama com biombo;
04 - Manter o paciente em posição dorsal, semi-sentado, recostado, com os joelhos fletidos, apoiados em
travesseiros ou o estrado da cama modificado;
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Técnica
01 - Lavar as mãos;
02 - Identificar o paciente e avisá-lo sobre o que será feito;
03 - Isolar a cama com biombos;
04 - Posicionar o paciente na cama sobre um dos lados;
05 - Colocar a cabeça sobre o travesseiro, apoiando também o pescoço;
06 - Colocar outro travesseiro sob o braço que esta suportando o peso do corpo;
07 - Colocar um travesseiro entre as pernas para aliviar a pressão de uma perna sobre a outra;
08 - Manter o alinhamento corporal a fim de facilitar a respiração;
09 - Proteger o paciente com lençol, expondo apenas o local a ser examinado;
10 - Colocar o paciente em outra posição confortável apos o repouso de mudança de decúbito ou exame;
11 - Recompor a Unidade;
12 - Lavar as mãos;
13 - Anotar no prontuário do paciente.
Obs.: - Em alguns casos esta posição e contra indicada (pacientes portadores de incisões abdominais, ou com
dificuldade respiratória, idosos, obesos).
Posição Genu-peitoral
Finalidade: Exames do reto e vagina, sigmoidoscopia.
Técnica
01 - Lavar as mãos;
02 - Identificar o paciente e avisá-lo sobre o que será feito;
03 - Isolar a cama com biombo;
04 - Solicitar ao paciente para que fique em decúbito ventral;
05 - Apoiar o peito o peito do paciente de encontro com o colchão ou mesa de exame;
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Posição de Trendelemburg
Finalidades: Cirurgias da região pélvica, estado de choque, tromboflebites, casos em que deseja melhor
irrigação cerebral, drenagem de secreção pulmonar.
Técnica
01 - Lavar as mãos.
02 - Identificar o paciente e avisá-lo sobre o que será feito.
03 - Colocar o paciente na posição dorsal horizontal'
04 - Inclinar a cabeceira da cama em angulo adequado.
05 - Elevar os pés da cama em angulo adequado, de forma que a cabeça fique mais baixa em relação ao
corpo.
06 - Proteger o paciente com lençol, expondo apenas o necessário.
07 - Recompor a Unidade.
08 - Lavar as mãos.
09 - Anotar no prontuário do paciente.
Altura e Peso
1) Conceitos
A altura e o peso são rotineiramente medidos na maior parte dos pacientes durante a internação hospitalar.
Um registro preciso da altura e peso do paciente será essencial para cálculos de dosagens de medicamentos,
anestésicos e agentes de contraste; para avaliar o estado nutricional do paciente; e para determinar a razão
altura-peso. Devido ao peso corporal, fornece a melhor visão geral a respeito do estado dos líquidos corporais,
uma monitorização diária é importante no caso de pacientes recebendo medicamentos para a retenção de sódio
ou diuréticos. Um ganho rápido de peso pode significar uma retenção de líquidos; por outro lado, uma perda
rápida de peso pode indicar uma perda volumosa de líquidos.
2) Equipamentos
Balança e fita métrica, se necessário.
3) Preparação dos equipamentos
Verifique o nivelamento da balança.
4) Cuidados de enfermagem
Explique o procedimento ao paciente. Consulte uma tabela de faixas sugeridas de peso normais para determinar
normas para o peso e altura do paciente. (Veja o quadro: Pesos sugeridos para adultos.)
Pesos sugeridos para adultos
Esta tabela fornece urna orientação de base para pesos considerados normais. Os valores mais altos de peso em
cada categoria se aplicam tipicamente aos homens, que possuem em média, maior massa muscular e óssea; Os
valores menores são geralmente aplicáveis às mulheres, onde temos tipicamente massa muscular e óssea menores. A
altura é medida com a pessoa descalça; o peso deve ser medido sem roupas.
Usando uma balança de pedestal
− Coloque uma toalha de papel sobre a plataforma da balança.
− Peça ao paciente que remova o robe e os chinelos (ou sapatos), para assegurar uma medida precisa do peso e altura.
Se a balança for dotada de rodas, trave-as antes que o paciente suba à plataforma. Ajude o paciente a subir na
balança para prevenir quedas. Permaneça em local próximo ao paciente, para segurá-lo se for necessário.
− Se estiver em uso uma balança de equilíbrio vertical (por gravidade), desloque o contra-peso inferior até o entalhe
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que represente o maior incremento abaixo do peso estimado para o paciente. Os entalhes representam
incrementos de peso de 10 Kg cada. Em seguida, desloque o contra-peso superior até que o braço móvel da
balança fique equilibrado. Some os valores dos dois contra-pesos para determinar o peso final. (O contra-peso
superior é calibrado em Kg e frações de 0,1 Kg [100 g]).
− Se for utilizada uma balança com mostrador digital, verifique se o mostrador mostra o valor O antes da utilização.
Leia o valor apresentado no mostrador com o paciente sobre a balança e permanecendo tão quieto quanto
possível.
− Durante as medidas de altura, informe ao paciente para permanecer ereto sobre a plataforma da balança. Erga a
haste graduada ultrapassando o nível da cabeça do paciente, estenda a barra horizontal e abaixe a haste até que
a barra toque o topo da cabeça do paciente. Em seguida, leia a altura do paciente.
− Ajude o paciente a deixar a balança, devolvendo o robe e os chinelos (ou sapatos). Em seguida, retorne a haste
graduada à posição inicial.
ELIMINAÇÃO INTESTINAL
A eliminação intestinal de substâncias tóxicas formadas pelo processo metabólico é tão importante quanto á
ingestão e assimilação de alimentos adequados. Essa eliminação é efetuada seletivamente pelos órgãos de excreção:
Pulmão, rins, pele e intestinos.
Os alimentos que entram pela boca percorrem todo o trato digestivo, sofrendo ação de processos físicos e
químicos por todo o seu trajeto. Estes processos possibilitam a absorção de nutrientes necessários ao organismo; o
produto residual (bolo fecal) que chega a ampola retal é eliminado pelo mecanismo de defecção. A defecção é um ato
reflexo originado pela presença de fezes no reto. Os movimentos peristálticos do colon descendente, sigmóide e do reto,
mais o aumento da pressão intra-abdominal consequente da contração muscular da parede abdominal, do diafragma
(após inspiração) e do fechamento da glote possibilitam a defecação.
Frequência: A frequência normal das evacuações é variável, sendo que a maioria das pessoas evacua uma vez
por dia.
Procedimentos: Certos cuidados devem ser observados, principalmente com pacientes acamados:
Respeitar a privacidade durante a evacuação isolando a cama com biombo;
Manter o paciente em posição confortável e que facilite a evacuação;
Após a evacuação, manter o paciente em boas condições de higiene corporal;
Oferecer bacia com água para lavar as mãos.
Com relação às pacientes internados é muito tempo, é importante verificar, anotar e comunicar
qualquer anormalidade quanto a:
TERMINOLOGIA
CONTROLE DA DIURESE
Lavar as mãos;
Providenciar material necessário;
Rotular o frasco com o nome do paciente, número do quarto e leito;
Colocar uma placa no leito do paciente, discriminando controle de diurese;
Orientar o paciente para guardar toda a urina num frasco destinado para tal;
Calçar luvas e medir a urina após micção do paciente;
Desprezar a diurese, antes verificando se não há necessidade de encaminhar amostras ou todo o volume de urina
ao laboratório;
Retirar as luvas e lavar as mãos;
Anotar o volume no prontuário;
Comunicar a enfermeira ou ao médico, se houver anormalidades
Controle hídrico é o balanço resultante do volume de líquido ingerido e líquido eliminado. O total de água no
organismo adulto é de 65 a 70% do peso corporal, distribuída em compartimentos intracelulares (água das células) e
extracelulares (líquido intersticial e água do sangue e linfa). A água está em contínuo movimento, havendo trocas
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aquosas entre os espaços intra e extracelulares. Quase que a totalidade da água orgânica provem do meio externo,
através da água ingerida e dos alimentos, e uma pequena parte provem do meio interno como produto do metabolismo
dos lipídios, glicídios e proteínas (cerca de 300 ml). Por outro lado, a eliminação da água faz-se pela urina, fezes, água
vaporizada na respiração e pelo suor. O equilíbrio entre ganho e perda líquida pode sofrer alteração ocorrendo uma
depleção ou retenção de líquidos. A depleção pode ser desencadeada por vômitos, diarréia, diureses excessiva, estados
febris, hemorragias, queimaduras, levando a desidratação.
A retenção com formação de edema pode ser consequência de certos estados patológicos como: Distúrbios
renais, cardíacos. O paciente deve ser orientado quanto a esta conduta terapêutica para não provocar ansiedades e
obter a sua colaboração.
Procedimentos:
a) Líquido ingerido: Todo líquido que o paciente ingerir em 24 horas deve ser medido e registrado, assim como
soluções endovenosas e aplicadas por sonda nasogástrica;
b) Líquidos eliminados: Todo lquido eliminado pelo paciente deve ser medido e registrado -
principalmente a diurese, além de vômitos, diarréia, líquidos de drenagens. Se o paciente for
deambulante, orientá-lo para guardar a urina.
Os fluídos que por um ou outro motivo não puderem ser medidos, poderão ser descritos por valores e registrados
com um símbolo, como:
Quantidade pequena +
Quantidade regular ++
Quantidade grande +++
Obs: - Um controle hídrico mais rigoroso inclui não só o controle de líquidos ingeridos e eliminados, mas também as
infusões venosas. Um paciente com controle hídrico pode ainda estar submetido a restrição hídrica, para a qual o
médico estipula a quantidade de líquido que podem ser dados em 24 horas.
ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS
1 - Introdução
Regras Gerais:
1. Todo medicamento deve ser prescrito pelo médico;
2. A prescrição deve ser escrita e assinada. Somente em caso de emergência a enfermagem pode atender
prescrição verbal, que deverá ser transcrita pelo médico logo que possível;
3. Nunca administrar medicamento sem rótulo;
4. Verificar data de validade do medicamento;
5. Não administrar medicamentos preparados por outras pessoas;
6. Interar-se sobre as diversas drogas, para conhecer cuidados específicos e efeitos colaterais: melhor horário;
diluição formas, tempo de validade; ingestão com água, leite, sucos; antes, durante ou após as refeições ou em
jejum; incompatibilidade ou não de mistura de drogas;
7. Tendo dúvida sobre o medicamento, não administra-lo;
8. Manter controle rigoroso sobre medicamentos disponíveis;
9. Alguns medicamentos como antibióticos, vitaminas e sulfas, precisam ser guardados corretamente, pois se
alteram na presença da luz, do ar ou do calor.
apresentação. Todos os vidros e caixas permanecem tampados e são rotulados. Os rótulos precisam estar legíveis e
deles devem constar além do nome, a dosagem do medicamento. Ex.: Quemicetina 250 mg. A ordem e a limpeza do
armário devem estar sempre mantidas.
b) Distribuição.
Todo medicamento só será dado mediante prescrição médica. Em caso de emergência a ordem médica oral será
acatada e logo que possível deverá ser prescrita e assinada.
A prescrição médica consta dos seguintes itens:
Nome do paciente;
Data;
Nome do medicamento;
Dose a ser administrada;
Intervalo de tempo entre as doses;
Via de administração;
Assinatura do médico receitante.
A validade da prescrição médica é variável, podendo ser por 24 horas ou cessar logo após ter sido executada,
como ocorre nos casos de emergência ou de certos medicamentos que exigem controle rigoroso do paciente após
serem administrados.
Como rotina de alguns hospitais, a prescrição médica é transcrita em cartões apropriados e as recomendações em
livro especial, conhecido como livro de Ordens Especiais.
Ao transcrever ordens médicas nos cartões ou livro de ordens especiais, atender aos seguintes requisitos:
Escrever com caneta e com letra legível;
Fazer constar número da enfermaria ou quarto, número de leito e nome do paciente, por extenso;
Nome do medicamento, dose, horário, via de administração, data da prescrição, assinatura de quem está
copiando.
Muitas medicações, para que produzam o efeito satisfatório, têm horários que são mais convenientes a estes.
Ex.: Os salinos antes do café da manhã; os amargos, 10 a 30 minutos antes das refeições e o ácido clorídrico
durante as refeições.
Quando a droga é usada por muito tempo, geralmente a sua ação diminui, a menos que a dosagem seja acrescida
gradativamente.
c) Eliminação.
Em alguns a eliminação ocorre mais lentamente, enquanto em outros acontece com maior rapidez. Se houver
contínua administração de uma droga, cuja eliminação é demorada, haverá um acúmulo no organismo com
reações imprevisíveis: Efeito acumulativo.
d) Fatores que modificam os efeitos das drogas.
Medicamento com data vencida tem a sua composição química alterada e perde as suas propriedades. Às vezes,
uma associação de medicamentos produz uma combinação diferente, prejudicial aos efeitos desejados. Sendo
pouco diluído no veiculo para administração (meio aquoso e oleoso), o medicamento sofre alteração dos efeitos,
pela concentração.
A ingestão de bebidas alcoólicas prejudica o efeito dos medicamentos e não raro os anulam, sendo assim proibido
associar bebidas alcoólicas com medicações.
Além disso, há certos medicamentos que exigem conservação em baixas temperaturas (refrigerador), para não
perderem suas propriedades.
e) Princípios básicos de enfermagem no preparo e administração de medicamentos.
Regras Gerais
O efeito da droga no organismo, em regra geral, depende do método de administração; por ex.: quando a
medicação é administrada por via subcutânea, a ação da medicação é mais rápida do que quando é dada por via
oral.
Para que as drogas sejam administradas com segurança, é necessário que certas regras sejam observadas
rigorosamente pela pessoa que as prepara e as administra.
Leia a ordem cuidadosamente.
O medicamento é identificado pelo rótulo e não pelo aspecto.
Leia o rótulo 3 vezes, comparando-o à prescrição:
Antes de retirar o medicamento do armário;
Enquanto estiver preparando;
Antes de dar ao paciente.
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Ao preparar a medicação não conversar e ter sempre na frente o cartão de medicamento, a folha única ou
mapa.
Identifique o paciente com todo rigor: nome completo, número de registro, número de leito.
Se na preparação da medicação houver contaminação do material (seringas, agulhas, equipo), o mesmo deve
ser substituído imediatamente.
Nunca tocar a mão em comprimidos, cápsulas e etc. Em se tratando de medicação por VO, permanecer ao
lado do paciente até que ele tenha deglutido.
Antes de dar a medicação, observe a
Regra dos 05 certos:
- Paciente certo;
- Hora certa;
- Medicação certa;
- Dosagem certa;
- Método certo
Aplicada a medicação, anote imediatamente:
Hora
Medicamento
Quantidade e dosagem
Via de administração.
Lembre-se:
Surgindo qualquer dúvida acerca do medicamento, não adminis-trar até que a dúvida seja esclarecida.
Verificar os jejuns no caso de medicação oral;
Nunca administrar um medica-mento por via oral a um paciente com náusea ou vômito, com dificuldade de
deglutir ou em estado de semiconsciência ou em delírio.
Regras Gerais para Diluição.
Todas as drogas que provocam irritações e sem paladar, devem ser diluídas, caso não haja contra-indicação.
Os medicamentos amargos podem ser diluídos na água; caso não haja contra-indicação.
Os xaropes devem ser administrados puros.
Os medicamentos purgativos, salinos, devem ser usados bem diluídos na água.
Os salicilatos digital irritam a mucosa gástrica e podem produzir dor, náusea e vômito; devem ser servidos
diluídos com leite.
O ácido clorídrico pode ser diluído em uma grande quantidade de água;
Normalmente, não é aconselhavel misturar medicamentos líquidos. Poderá ocorrer uma reação química,
resultando em precipitado;
Água fresca deve ser usada para aumentar o paladar, se não houver contra-indicação;
Satisfazer o quanto possível os pedidos do paciente quanto ao gosto, que pode ser melhorado, dissolvendo-se
o medicamento em suco de frutas ou acrescentando açúcares, se não houver contra-indicação.
É de grande utilidade seguir o roteiro para a correta administração de medicamentos elaborada por Du Gas:
O cliente tem alguma alergia?
Quais medicamentos foram prescritos?
Que informações devem ser dadas pela enfermagem, em relação ao efeito desses medicamentos sobre o
cliente?
Existem cuidados de enfermagem específicos devido à ação das drogas contidas nestes medicamentos?
Que precauções devem ser tomadas na administração de tais medicamentos? Existem precauções especiais
que devem ser tomadas por causa da idade, condição física ou estado mental do paciente?
a) Material
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Prescrição do paciente • a medicação prescrita • abaixadores de língua esterilizados • luvas • compressas de gaze
esterilizadas de 10 cm x 10 cm • curativos semipermeáveis transparentes • fitas adesivas • Saco plástico para lixo.
b) Material
01 bandeja contendo:
– 01 cuba - 1 frasco com conta-gotas - 1 frasco com solução indicada para a limpeza - 1 cuba redonda
(esterilizada) - 1 pacote com bolas de algodão (esterilizado) - lenço de papel - medicação: colírio ou pomada.
c) Procedimentos
– Avisar o paciente e acomodá-lo na posição desejada;
– Trazer o material e colocá-lo sobre a mesinha;
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– Se precisar, embeber uma bola de algodão na solução indicada e remover as secreções externas, limpando os
cílios e as pálpebras; enxugar com o lenço de papel;
– Apanhar o frasco e conta-gotas e aspirar o medicamento prescrito;
– Afastar delicadamente com os dedos de uma mão a pálpebra inferior, expondo o saco conjuntivo;
– Instilar o número de gotas prescrito no centro do saco conjuntivo. Solicitar ao paciente que feche os olhos e
movimente o globo ocular para os lados;
– Enxugar externamente o excesso de medicamento com lenço de papel ou algodão;
– Retirar o material, levar para a sala de serviço, lavar, enxugar e guardar.
d) Cuidados
– Lavar as mãos antes e depois do tratamento.
– Não instilar o medicamento diretamente sobre a córnea, para evitar traumatismos.
– O restante do medicamento não deve ser recolocado no frasco.
– Evitar comprimir os olhos e que o conta-gotas encoste no globo ocular.
– Após a colocação fazer uma pequena fricção sobre o olho fechado, para espalhar bem a medicação, sobretudo
quando for pomada.
e) Observações
– Registrar a medicação no prontuário, especificando O.E. ou O.D. ou ambos, a quantidade e o horário.
– Registrar as alterações observadas.
III - Irrigação Ocular
A irrigação ocular serve para remover secreções do saco conjuntival e como cuidado pré-operatório.
a) Material
Bandeja contendo:
– 1 cuba redonda com solução (esterilizada);
– 1 cuba rim (esterilizada) com uma 1 seringa própria (esterilizada);
– 1 pacote com bolas de algodão (esterilizada);
– 1 cuba rim para receber a solução usada;
– 1 par de luvas;
– Lenço de papel absorvente; 1 impermeável forrado.
b) Procedimentos
– Avisar o paciente o que vai ser feito e solicitar a sua colaboração.
– Manter o paciente deitado, colocando sua cabeça sobre o travesseiro, ligeiramente inclinada para trás e virada
para o lado do olho afetado.
– Proteger o travesseiro com o impermeável.
– Colocar a cuba rim junto à face do paciente próximo ao olho, sob a pálpebra, pedindo-lhe que sustente e
mantenha a cuba em posição correta.
– Molhar uma bola de algodão na solução e limpar-lhe as pálpebras, partindo da comissura interna para externa.
– Expor o saco conjuntival inferior e pedir ao paciente que movimente o olho para cima.
– Aspirar da cuba redonda, por meio da seringa a solução prescrita.
– Fazer irrigação suave e vagarosamente na comissura interna, de modo que a solução se espalhe pelo saco
conjuntival.
– Pedir ao paciente para fechar o olho e enxugar o excesso de liquido com um lenço de papel.
– Retirar a cuba da mão do paciente e colocá-la na bandeja.
– Retirar o material, levar para a sala de serviços e dispensar os cuidados necessários.
c) Observações
– Lavar as mãos antes e depois do tratamento.
– Registrar os tratamentos feitos, especificando a solução e a hora.
– Registrar as alterações observadas.
IV - Instilação no Nariz
Instilação nasal é a administração de medicamento na mucosa nasal, para promover a drenagem de secreção,
facilitar a aeração e combater infecções.
As medicações nasais podem ser instiladas por meio de gotas, borrifadas (usando um atomizador) ou um
aerossol (usando um nebulizador). A maioria das medicações instiladas por estes métodos produzem efeitos locais
em vez de sistêmicos. As gotas podem ser direcionadas para uma área específica; borrifos e aerossóis difundem a
medicação por todas as passagens nasais.
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Para alcançar os seios etmoidais e esfenoidal, deite o Para alcançar os seio mandibular e frontais, deixe o
paciente em decúbito dorsal com a nuca hiperestendida paciente se deitar sobre as costas com a sua cabeça
e a cabeça inclinada para trás além do limite da cama. voltada para o lado afetado e levemente pendurada
Apóie a cabeça com sua mão para evitar distensão na além da beirada da cama. Peça-lhe que gire a cabeça
nuca. lateralmente após a hiperextensão e deixe a cabeça
apoiar em sua mão para impedir a distensão na nuca.
a) Material:
– Cuba rim contendo: Conta-gotas; Medicamentos prescritos; Gaze ou bolinhas de algodão.
b) Instilando gotas nasais
− Avisar o paciente o que vai ser feito.
− Lave as mãos. Coloque luvas se notar qualquer secreção da narina.
− Quando possível, posicione o paciente de forma que as gotas fluam para trás adentrando as narinas, em direção
à área afetada.
− Insira um pouco da medicação no conta-gotas.
− Empurre a ponta do nariz do paciente levemente. Posicione o conta-gotas bem acima da narina e direcione a
ponteira até a linha média do nariz de maneira que as gotas fluam em direção à região posterior da cavidade
nasal e não à garganta.
− Insira o conta-gotas aproximadamente 1 cm para dentro da narina. Certifique-se de que o conta-gotas não toque
os lados da narina porque isto poderia contaminar o conta-gotas ou fazer com que o paciente espirre.
− Instilar o número prescrito de gotas, observando o paciente cuidadosamente em busca de sinais de desconforto.
− Para prevenir que as gotas sejam expelidas das narinas, peça ao paciente para manter a cabeça inclinada para
trás durante pelo menos 5 minutos e para respirar pela boca. Isto também permite tempo suficiente para a
medicação constritor às mucosas.
− Mantenha uma bacia para vômitos à mão de maneira que o paciente possa expectorar qualquer medicação que
flua para a orofaringe e para a boca. Use um lenço de papel para limpar qualquer excesso de medicação das
narinas e da face do paciente.
− Após a realização do procedimento organize o ambiente.
c) Usando o borrifador nasal
− Deixe o paciente se sentar de forma ereta com a cabeça levemente inclinada para trás. Se esta posição não for
confortável, deixe o paciente em decúbito dorsal com os ombros elevados, a nuca hiperestendida e a cabeça
inclinada para trás além da beirada da cama.
− Deixe a cabeça se apoiar em sua mão para impedir a distensão na nuca.
− Remova a capa protetora do atomizador.
− Para impedir o ar de entrar na cavidade nasal e permitir que a medicação flua para dentro adequadamente,
oclua uma das narinas do paciente com seu dedo. Insira a ponteira do atomizador dentro da narina aberta.
− Instrua o paciente para inalar e, enquanto isso, pressione o atomizador uma vez, firme e rapidamente. Use
apenas a força necessária para cobrir o interior do nariz do paciente com a medicação. Então diga ao paciente
para exalar através da boca.
− Se ordenado, borrife a narina novamente. Então, repita o procedimento na outra narina.
− Instrua o paciente para manter a cabeça inclinada por vários minutos e para respirar vagarosamente pelo nariz
de maneira que a medicação tenha tempo para agir. Diga-lhe para não assoar o nariz por alguns minutos.
d) Cuidados e Observações
– Evitar que o conta-gotas toque o orifício interno da narina.
– Lavar as mãos antes e depois do tratamento.
– Registrar no prontuário: tratamento, a medicação e a hora e as alterações observadas.
VIII - Inserção de Medicações Vaginais
As medicações vaginais incluem supositórios, cremes, géis e pomadas. Estas medicações
podem ser inseridas como tratamento tópico para inflamação ou infecção
(particularmente Trichomonas vaginalis e monilíase vaginal), ou como contraceptivo. Os supositórios se derretem
quando entram em contato com a mucosa vaginal e a sua medicação se difunde topicamente, tão eficazmente
quanto os cremes, geléias e pomadas.
As medicações vaginais geralmente vêm com um aplicador descartável. A administração vaginal é mais eficiente
quando a paciente pode permanecer deitada em seguida para reter a medicação.
a) Equipamentos
Medicação prescrita e aplicador, se necessário • luvas • lubrificante hidrossolúvel • absorvente higiênico.
b) Implementação
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− Garanta que o paciente fique confortável. Encoraje-o a ficar sossegado e, se aplicável, reter o supositório pelo
período de tempo apropriado. Um supositório aplicado para aliviar a constipação deve ser retido o máximo
possível (pelo menos 20 minutos) para ser eficaz. Pressione o ânus com uma compressa de gaze se necessário
até que passe a vontade de evacuar.
Quando aplicar uma pomada, certifique-se de
− Descarte o equipamento utilizado. lubrificar o aplicador para minimizar a dor na
c) Aplicando uma pomada inserção. Direcione a ponteira do aplicador
− Para aplicar externamente, coloque luvas ou use uma compressa voltada para o umbigo do paciente.
de gaze para espalhar a medicação sobre a área anal.
− Para aplicar internamente, acople o aplicador ao tubo da pomada e cubra o aplicador com lubrificante
hidrossolúvel.
− Espere fazer uso de aproximadamente 2,5 cm de pomada. Para aferir qual quantidade de
pressão usar durante a aplicação, tente espremer uma pequena quantidade do tubo
antes de acoplar o aplicador.
− Levante a região glútea do paciente com a sua mão não dominante para expor o ânus.
− Instrua o paciente a respirar profundamente várias vezes pela boca para relaxar o músculo esfíncter externo
do ânus e reduzir a ansiedade ou o desconforto durante a inserção.
− Insira delicadamente o aplicador, direcionando-o para o umbigo.
− Esprema lentamente o tubo para ejetar a medicação.
− Remova o aplicador e coloque uma compressa de gaze de 10 cm x 10 cm dobrada entre a região glútea do
paciente para absorver o excesso de pomada.
− Desacople o aplicador do tubo. Tampe o tubo e limpe o aplicador meticulosamente com água aquecida e
sabão.
− Registre o horário da administração, a dose e a resposta do paciente.
d) Considerações especiais
O supositório deve ser inserido aproximadamente 30 minutos antes do horário da refeição para ajudar a
amolecer as fezes no reto e facilitar a defecação.
Certifique-se de informar ao paciente que o supositório pode descolorir a próxima defecação. Os supositórios
de anusol, por exemplo, podem dar às fezes um aspecto pastoso cinza-prateado.
Retirar o copinho e o cartão da bandeja e se aproximar do paciente; dar o medicamento e servir água; um gole
de água poderá ser tomado antes do comprimido para facilitar a deglutição.
Nunca deixar o medicamento sobre a mesinha do paciente.
Certificar-se que o paciente ingeriu o medicamento; retirar o Para entornar líquidos, segure o copi-
copinho usado e o cartão e colocá-los na bandeja. nho de medicação na altura dos olhos.
Ao terminar de dar os medicamentos a uma enfermaria, checar Use o seu polegar para marcar o nível
toda a medicação dada, antes de passar para outra. certo no copinho.
Segure o recipiente de maneira que o
Terminada a administração de medicamentos aos pacientes conteúdo flua pelo lado oposto ao do
levar a bandeja para a sala de serviço, lavar os copinhos com rótulo, para que, se ele fluir, escorra
água e sabão, enxugá-las e guardá-los. pela lateral e não manche o rótulo.
Guardar a bandeja, tendo o cuidado de limpá-la antes. Primeiro, remova as gotas do gargalo do
Registrar no relatório: hora, medicação, dosagem, reação e recipiente, usando uma toalha de papel
limpa e úmida.
qualquer outra anormalidade.
d) Observações
Não será demais repetir as seguintes observações:
1º Quanto à prescrição: ler a ordem médica, cartão e ordens especiais; certificar-se do nome do medicamento;
certificar-se da dosagem prescrita; certificar-se da via de administração.
2º Quanto às condições atuais do paciente: deglutição comprometida ou não; presença de sonda gástrica;
jejum; restrição de líquidos; náuseas, vômitos, fenômenos alérgicos, presença de limitações que dificultem a
comunicação, surdez inconsciência e outros.
3º Quanto ao medicamento: doses habitualmente utilizadas; sintomas de intoxicação; gosto desagradável,
possibilidade de melhorar ou disfarçar; cor e aspecto; concentração na apresentação da droga: g, %.
4º Quanto a identificação do paciente: Ler o nomes do paciente na papeleta e no cartão; chamar pelo nome.
5º Quanto ao funcionário: lavar as mãos ao lidar com os medicamentos; não tocar os medicamentos com as
mãos; levar o copo graduado á altura dos olhos ao preparar líquidos ou pós; verificar a seguir a orientação
pertinente; checar a medicação imediatamente após ser dada; observar e comunicar reações do paciente.
6º Quanto ao material: após o uso lavar e guardar bandejas; balcão de preparo, limpar e manter em ordem.
Escolher a agulha ideal ao tipo de paciente e da solução, evitando agulhas calibrosas demais.
Manter o paciente em posição confortável e apropriada.
Não aplicar com agulhas com pontas rombas ou rombudas.
Após a aplicação, fazer pressão leve e constante no local de penetração da agulha. Massagear a área, a não
ser que haja contra-indicação.
Existem medicamentos doloridos que vem acompanhados de diluentes com anestésico.
Dimensões de agulhas em relação ao grupo etário, condição física e tipo de solução (Injeção IM)
Adulto: magro 25 x 6 ou 7 25 x 8 ou 9
normal 30 x 6 ou 7 30 x 8 ou 9
obeso 40 x 6 ou 7 40 x 8 ou 9
20 x 6 ou 7
Criança: magra 25 x 6 ou 7 20 x 8
normal 25 x 8
obesa 30 x 8
30 x 6 ou 7
Angulação da agulha
Ao administrar injeções intramusculares é importante não injetar no 1 - 2: Deltóide; 3 - 4: Região glútea ventral;
mesmo músculo repetidamente ou o paciente pode sentir um sério 5 - 6: Região glútea dorsal; 7 – 8: Vasto Lateral
desconforto.
Geralmente essa via é escolhida por:
– Ser a substância muito irritante;
– Ser muito volumosa;
– Ser de difícil absorção (em geral óleos e metais pesados).
Características dos locais de injeção intramuscular
Ao escolher um local para injeção intramuscular, o profissional deve considerar o seguinte: A área não apresenta
infecção ou necrose? Apresenta escoriações ou abrasão? Qual é a localização dos ossos, nervos e grandes vasos
sanguíneos subjacentes? Qual o volume de medicação a ser ministrado? Cada local tem algumas vantagens e
desvantagens.
Músculo Vasto Lateral. Não apresenta grandes nervos e vasos sanguíneos calibrosos; absorção rápida.
Região Glútea Ventral. Um local profundo, distante de grandes nervos e vasos sanguíneos calibrosos; menor
chance de contaminação em pacientes incontinentes, desde que esteja distante do reto.
Região Glútea Dorsal. Corre-se o risco de atingir estenturas subjacentes como nervo ciático, o trocanter maior
ou grandes vasos sanguíneos; não é usado em crianças com menos de 3 anos. Nunca use este local quando o
paciente estiver em pé. O local deve ser limpo para evitar contaminação.
Músculo Deltóide. Local de fácil acesso, mas na maioria dos pacientes este
músculo não é bem desenvolvido. Use o local para aplicação de pequenas quantidades de medicamento. Nunca
use em lactentes e crianças. Local potencial para lesões dos nervos radial e ulnar ou da artéria braquial.
a) Indicações das regiões usadas de preferência.
– Região ventro-glútea: indicada em qualquer idade.
– Região deltoidiana: contra-indicada para adulto com pequeno desenvolvimento
muscular.
d) Cuidados
– Ao fazer qualquer aplica-ção no glúteo, é neces-sário observar bem o
local da introdução da agulha, por haver perigo de ser atingido o nervo ciático.
– Para evitar isso, basta dividir a nádega em 4 partes. Toma-se uma linha que vai da crista ilíaca à parte mais
volumosa da nádega e outra que vai das últimas vértebras sacras a parte superior da articulação coxo-femural. A
injeção deve ser feita no quadrante superior externo.
– Em geral; dá-se preferência à região glútea para as injeções dolorosas e de difícil absorção, devido encontrar-se
ai uma grande massa muscular (grande, médio e pequeno glúteo), portanto um grande
número de vasos, conseqüentemente, uma maior irrigação sanguínea, o que favorece a
absorção mais rápida da substância medicamentosa.
e) Observações
– Registrar no relatório: hora, medicação, dosagem e reação.
– Observar as regras gerais na administração de medicamentos.
Segure o antebraço. Insira a agulha sob uma an-gulação de 1 0 a 15 graus para que ela apenas pun-cione a superfície da
pele. Quando injetada, a medicação deve fazer surgir um pequeno vergão ou pápula.
d) Observações
– Registre no relatório: hora, medicação dosagem, local e reação.
– Observar as regras gerais na administração de medicamentos.
b) Características essenciais para que uma Substância possa ser injetada na Veia
− Não ser hemolítica (para não destruir os glóbulos vermelhos).
− Não ser cáustica.
− Não coagular as albuminas (para não produzir
embolia).
− Não produzir embolia ou
trombose.
− Ser apirogênica (que eleva a temperatura).
c) Locais de Aplicação
− De preferência na prega do cotovelo, nas veias basílica mediana basílica, cefálica ou mediana cefálica (Fig B).
− Nas veias longitudinais do antebraço: radial e cubital (Fig. B)
− Nas veias do dorso da mão (Fig. A).
− Nas veias dos membros inferiores: tibial ou pioneira.
− Nas veias do dorso do pé: veia safena e plexo dorsal (Fig. C).
− Nas veias jugulares e epicranianas, de preferência quando se tratar de crianças.
d) Material - Agulhas: 20x7, 20x8, 25x7, 25x8. O mesmo usado nas injeções parenterais, isto é:
− Seringa; Agulha; Bolas de algodão embebidas em álcool;
− Frasco ou ampola do medicamento;
− Diluente, se necessário;
− Mais: garrote; suporte forrado ou travesseiro para apoiar o braço;
− Oleado forrado, luvas.
e) Procedimentos
– Lavar as mãos.
– Preparar a injeção obedecendo á técnica descrita em via parenteral.
– Avisar ao paciente o que vai ser feito e pedir a sua ajuda.
– Acomodá-lo confortavelmente no leito.
– Trazer o material e colocá-lo sobre a mesinha.
– Expor a área de aplicação, verificando as condições da veia.
– Colocar o impermeável sobre a região que vai ser puncionada.
– Fixar o garrote um pouco acima do local escolhido.
– Pedir ao paciente para abrir e fechar a mão umas 03 vezes, em seguida mantê-la fechada e com o braço imóvel.
– Fazer anti-sepsia ampla no local, observando os movimentos de baixo para cima.
– Fixar a veia com o polegar da mão esquerda.
– Colocar o indicador da mão direita sobre agulha e com os demais dedos segurar a seringa conservando o bisel
voltado para cima.
– Se a veia for fixa, penetrar pela face anterior sob um ângulo de 30º e com o bisel virado para cima. O bisel da
agulha deve atingir 0,6 cm dentro da veia.
– Se for móvel, penetrar por uma das faces laterais, introduzindo a agulha até fixá-la.
– Aspirar, evidenciando a presença de sangue na seringa, retirar o garrote e pedir ao paciente de abrir a mão.
Injetar lentamente e observar a reação.
– Retirar a agulha, comprimir o local com algodão, colocar esparadrapo no local da injeção e pedir ao paciente
para manter o braço fletido.
– Lavar as mãos.
f) Cuidados
– Não administrar drogas que contenham precipitado ou flóculos em suspen-são.
– Nunca misturar drogas sem ordem médica; no caso de haver necessidade de administrar dois
medicamentos ao mesmo tempo, puncionar a veia uma vez, usando seringa para cada droga.
– Usar material adequado e em bom estado.
– Mudar constantemente de veia, quando a aplicação for diária.
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Professor: Enfº Thiago Almeida
– A presença de hematoma ou dor indica que a veia foi transfixada ou a agulha está fora dela, devemos retirar a
agulha e fletir o braço do paciente; fazer nova picada em outro local, porque a recolocação do garrote promove o
aumento do hematoma na área.
– Retirar o material e levá-lo para a sala de serviço dispensar os cuidados necessários.
– Deixar o paciente confortavelmente.
g) Acidentes que podem ocorrer
1º- Choque: Vasodilatação geral com congestionamento de face, seguida de palidez, vertigem, agitação, ansiedade,
tremores, hipertermia, cianose, podendo levar à morte.
O choque pode ser:
Pirogênico: atribuído à bactéria pirogênicas existentes na água bidestilada;
Anafilático: devido à susceptibilidade do individuo a solução empregada (anafilaxia: reação exagerada de
sensibilidade a um medicamento);
Periférico: com etiologia variada (emocional, traumático, superdosagem, aplicação rápida).
2º- Embolia: devido à injeção de ar, óleo ou coágulo sanguíneo.
3º- Acidentes locais: esclerose da veia por injeções sempre no mesmo local;
Hematomas: extravazamento de sangue da veia;
Abcessos: causados por substâncias irritantes injetadas fora da veia ou por falta de assepsia;
Flebites e tromboflebites: infecções locais.
h) Observações
– Seguir as observações já descritas em Regras Gerais na administração de medicamentos.
– Anotar no relatório: hora, medicação, dosagem e reação do paciente.
g) Tipos de soros
Isotônico: é aquele cuja pressão osmótica é igual á pressão osmótica do sangue.
Os mais usados são:
– Soro fisiológico: solução de cloreto de sódio a 0,7%, 0,9 ou a 7%.
– Soro glicosado isotônico: solução de glicose a 5%.
Hipertônico: é aquele cuja pressão osmótica é superior à do sangue, podendo ocasionar a destruição dos
glóbulos vermelhos devido á observação de grande quantidade de líquido.
O soro hipertônico só pode ser administrado intravenosamente; se for dado subcutâneo, destrói os tecidos e pode
formar escaras; a rapidez da absorção do soro depende da desidratação do doente.
h) Regra para Cálculo de Gotejamento:
Para calcular o ritmo do fluxo do soro a ser administrado num determinado período de tempo, deve-se considerar o
tipo de equipo, a quantidade e o número de horas desejado para a administração do soro. Existe no mercado equipo de
micro e macrogotas, que correspondem respectivamente a 60 gotas e a 20 gotas por ml. Para administrar um soro de
500 ml em 8 horas, utilizando equipo de macrogotas (equipo padrão), efetuaremos o seguinte cálculo:
1ml = 20 gotas
1º = 10.000 gotas
50 ml = x
1 hora = 60 minutos
2º = 480 minutos
8 horas = x
10.000 gotas = 20.8
3º = 21,0 gotas por minuto
480 minutos
Para calcular o número de gotas, multiplica-se o volume total de ml por 20; no caso: 500 x 20 = 10.000 gotas.
Para calcular o número de minutos, transforma-se o total de horas em minutos; no caso: 6 x 60 = 360 minutos.
Obtidos esses dados, aplica-se a fórmula acima.
Nº de gotas / min = n° de gotas = 10.000 = 27,7 isto é: 28 gotas
nº de minutos 360
Cálculo de medicamentos:
Os medicamentos são fornecidos ao consumo em doses padrão e como as dosagens indicadas de cada paciente
variam, é necessário recorrer ao fracionamento ou adições para preparo da dose correta. Outras vezes a indicação
é feita em unidades de medida diferente da apresentação da medicação; faz-se então o cálculo para obter dados
correspondentes.
Transcrevemos a seguir algumas prescrições para exemplificar algumas maneiras utilizadas para solucioná-las.
1º CARBENICILINA 250 mg E V de 8 em 8 horas (apresentação: frasco com 1 g em pó).
sangue e insira a ponteira da linha que estiver sendo utilizada para a administração de sangue ou de componente
celular na porta. Pendure o soro fisiológico e o sangue ou componente celular na extremidade I.V., abra o grampo
na linha da solução salina (soro fisiológico) e esprema a câmara
do gotejador até que esteja cheia pela metade de solução salina. A seguir remova a cobertura do adaptador na
tampa do dispositivo do sangue e abra o grampo de fluxo principal e perfile o equipo com soro fisiológico.
– Completada a transfusão, retirar o material e guardar cuidadosa-mente fazendo limpeza nele; retorne a bolsa de
sangue vazia ao banco de sangue e descarte o equipo e o filtro.
c) Observações
– Observar as Regras Gerais na administração de medicamentos.
– Registrar no relatório: hora, quantidade e reação do paciente.
– Durante a transfusão, manter o gotejamento de acordo com a prescrição médica.
– Observar que a agulha continue bem dentro da veia, evitando infiltrações nos tecidos.
– Controlar e anotar respiração, pressão arterial, pulso, aparência e queixas do paciente.
– Observar sintomas; sobrevindo qualquer anormalidade, avisar a enfermeira chefe e suspender ou diminuir o
gotejamento. As anormalidades podem ser: calafrios, febre, mal-estar, delírios, vômitos, hipertensão, dispnéia,
cefaléia, tosse, taquicardia, coceira, urticária, crise asmática, edema de pálpebras e glote, cianose, convulsão,
oligúria, icterícia etc.
– Quando a transfusão for feita sob pressão, vigiar constantemente e ao terminar, fechar pinça antes que o ar passe
do frasco para o equipo e dai para a circularão; a entrada de ar na circulação do sangue pode acarretar graves
conseqüências, até mesmo a morte.
– Se for feita uma transfusão de uma grande quantidade de sangue, controlar o aspecto e a quantidade de urina,
nas horas subseqüentes.
OXIGENOTERAPIA
1 - Indicações:
1. Hipoxemia de qualquer origem.
2. Reanimação cardiorespiratória.
2 - Oxigênio (O2).
Oxigênio é um gás incolor, inodoro, insípido e ligeiramente mais pesado do que o ar; é ligeiramente solúvel em
água; constitui 21% do ar atmosférico. A inalação de O2 é essencial para a vida humana; as células do corpo
requerem constantemente sua cota de O2, a qual é administrada pela circulação sanguínea e não pode contar com
depósitos de reserva no organismo.
A necessidade de O2 varia de acordo com o tipo de células; as do cérebro, por ex., após 4 minutos sem oxigênio,
apresentam mudanças irreversíveis, ao passo que outras podem ficar muito tempo sem ele.
3 - Medidas de Segurança
Sendo o oxigênio inflamável, é muito importante.
1. Não permitir fumar no local - colocar avisos de "Não fumar".
2. Cuidado com aparelhos elétricos que podem emitir faíscas.
3. Roupas que contém nylon, seda, podem gerar eletricidade estática e produzir faíscas.
4. Nunca usar graxa ou óleo nas válvulas e no manômetro de oxigênio.
5. Transportar o torpedo com cuidado, pois na queda pode provocar explosão (o ideal é que seja canalizado).
5 - Material Básico:
Oxigênio canalizado ou em torpedo.
Dois manômetros: um indica a quantidade de oxigênio no torpedo e o outro controla o fluxo de saída
(fluxômetro).
Umidificador
Aviso de "não fumar".
Esparadrapo
Gaze.
Soro fisiológico.
Intermediário de látex ou plástico, com 1 ou 2 metros de comprimento, para permitir que o paciente possa se
movimentar.
6 - Meios de Administração
O oxigênio pode ser administrado por intermédio de:
Cânula nasal (óculos para oxigênio).
Material:
Cânula nasal dupla estéril; umidificador de bolhas estéril; extensão de borracha; fluxômetro calibrado por
rede de oxigênio; 50 ml de AD esterilizada.
Procedimento:
Instalar o fluxômetro e testá-lo;
Colocar água no copo do umidificador, fechá-lo e conectá-lo ao fluxômetro;
Conectar a extensão ao umidificador;
Identificar o umidificador com etiqueta (data, horário e volume de água);
Instalar a cânula nasal do paciente e ajustá-la sem tracionar as narinas;
Conectar a cânula à extensão, abrir e regula o fluxômetro (conforme prescrição).
Trocar a cânula nasal diariamente.
Trocar o umidificador e extensão plástica a cada 48 horas.
Cateter nasal.
Este meio fornece uma quantidade moderada de oxigênio (20 a 28%) com um fluxo de 1 a 8 litros por minuto.
Vantagens:
É leve e bem tolerada; Não interfere com a fala e a alimentação.
Desvantagens:
Quantidade incerta de oxigênio fornecida; Resseca a mucosa nasal, pois fornece pequena umidade; Pode ser
irritante e incomodo com o uso prolongado; Fluxos rápidos podem provocar dor nos seios nasais.
Técnica de instalação do cateter nasal tipo óculos
Material:
01 Cateter nasal tipo óculos;
02 Umidificadores;
03 Extensões de borracha;
04 Fluxômetros; Água destilada.
Procedimento:
Lavar as mãos e reunir o material.
Explicar o procedimento ao paciente.
Instalar o Fluxômetro na rede de oxigênio e testá-lo.
Colocar água destilada no umidificador e fechar bem e conectá-lo ao Fluxômetro.
Conectar o látex ao umidificador.
Identificar o umidificador.
Instalar o cateter nasal no paciente e ajustá-lo bem.
Conectar o cateter nasal ao látex, abrir e regular o Fluxômetro, conforme prescrição médica.
Recolher o material e registrar na folha de anotações da enfermagem.
Trocar o cateter nasal diariamente.
Trocar o umidificador e extensão a cada 48 horas.
Máscara facial.
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Dispositivo aberto, de plástico, adaptado à frente do rosto e apoiado no queixo. Fornece grande quantidade de
umidade, porém pequena de oxigênio.
Vantagens:
É de fácil utilização, é bem tolerada e é útil para administrar oxigênio com alta umidade.
Desvantagens:
Intolerância por parte de alguns pacientes; Pode exercer pressão sobre partes ósseas; Deixa a face
frequentemente úmida.
Intubação endotraqueal.
Indicações:
Manutenção de oxigenação adequada; Proteção das vias respiratórias; Acesso para aspiração de secreções
pulmonares; Insuficiência respiratória; Conexão a um ventilador mecânico.
Material para a intubação endotraqueal:
Material para paramentação; Laringoscópio completo; Tubo endotraqueal; Lubrificante hidrossolúvel; Guia de
intubação ou pinça Magil; Seringa de 10 ou 20 ml; Cadarço de fixação; Cânula de Guedel; Luva estéril; Ambú;
Estetoscópio.
CPAP - Pressão Positiva Contínua
Lavar as mãos;
Montar o circuito e conectar o ventilador ou respirador de forma asséptica;
Instalar umidificador aquecido (32 a 36 ° C);
Aspirar vias aéreas superiores;
Checar com freqüência a posição da cânula;
Manter o RN com sonda orogástrica aberta.
HOOD (capacetes Oxi - Hood).
Lavar as mãos;
Realizar a escolha do capacete;
Manter a mistura de oxigênio umidificada e aquecida (32 a 36°C);
Posicionar a cabeça do RN dentro do capacete;
Evitar retirar o RN do capacete, se necessário, providenciar fonte de oxigênio perto da narina;
Trocar a água do nebulizador a cada 24 Hs, e o circuito a cada 48 Hs.
e) Cuidados e Observações
– Fornecer a escarradeira ao paciente para receber o muco expectorado.
– Permanecer ao lado do paciente durante a inalação, no caso de paciente acamado.
– Pedir que feche os olhos durante a inalação.
– Muita atenção para que a água não derrame no paciente e o queime.
– Registrar no prontuário o inicio e termino do tratamento, medicação, dose e reação do paciente.
– Os compostos particulados nebulizados podem irritar a mucosa em alguns pacientes e provocar broncospasmo e
dispnéia. Outras complicações incluem queimaduras nas vias aéreas (quando elementos aquecedores são
utilizados), infecção por equipamento contaminado (embora rara) e reações adversas às medicações
ALIMENTAÇÃO DO PACIENTE
a) Introdução
A alimentação auxilia a recuperação dos pacientes, por que os alimentos fornecem energia, reconstroem os
tecidos e ajudam os processos vitais. Devido a freqüente alteração do apetite e a dificuldade de aceitação da dieta
durante a doença, torna-se responsabilidade da equipe de enfermagem ajudar o paciente a se alimentar, servindo-
o nos horários das refeições, observando o seu apetite e estimulando-o a comer.
b) Fatores que favorecem o apetite
Ambientes calmos, limpos, livres de odores desagradáveis; bem estar físico e psíquico; alimentação de aparência
limpa com apresentação atraente e na temperatura adequada, evitando interrupções durante a refeição, são fatores
importantes que favorecem o apetite.
c) Fatores que alteram o apetite e a digestão
O paciente hospitalizado sofre alterações do apetite e digestão pela própria mudança de ambiente, atividades e
hábitos.
Assim temos os seguintes fatores de alteração do apetite:
A febre diminui o apetite;
Os odores causam náuseas;
As toxinas inibem as secreções gástricas;
A própria doença impõe a proibição de certos alimentos e condimentos na dieta.
d) Preparo do paciente
Aos doentes acamados precisa oferecer a comadre uma meia hora antes das refeições para evitar odores
desagradáveis na hora da alimentação.
Ofereça-lhes água e sabão para que lave o rosto e as mãos.
Arrume a cama de maneira confortável, elevando a cabeceira do paciente.
Coloque a bandeja de alimentos sobre a mesinha de cabeceira.
Refresque o ar do quarto.
Encoraje os doentes que podem andar a tomar suas refeições sentadas.
A apresentação da bandeja é muito importante; uma bandeja mal preparada ou com comida derramada inibe o
apetite do paciente.
e) Alimentação do paciente
Quando o paciente pode alimentar-se sozinho verifique se a dieta está correta. Se o paciente se recusa a comer,
encoraje-o através de uma conversa amigável e convincente da necessidade de comer. Terminada a refeição,
retire a bandeja, recoloque no seu lugar, ofereça água e material para higiene da boca e das mãos e deixe a
unidade em ordem.
Quando o paciente é incapaz de alimentar-se sozinho, proceder assim.
Coloque o guardanapo ou toalha sob o queixo do paciente; se o paciente não pode enxergar, explica-lhe o que
está em sua bandeja.
Para darem líquidos, certifique-se que eles estejam na temperatura correta; coloque a mão sob o travesseiro e
erga a cabeça levemente. Segure o corpo ou xícara com a outra mão deixe o paciente guiá-la. Se a cabeça do
paciente não pode ser elevada, dê o líquido através de um canudo flexível. Se estiver delirante ou
semiconsciente, os líquidos poderão se administrados com um conta-gotas, tendo cuidado para evitar aspiração
e ministrando os líquidos lentamente.
Para servir sólido, pergunte ao paciente o que ele quer comer. Leve pequenas quantidades de comida na ponta da
colher ou garfo à boca dele. Faça que ele segure o pão, se puder. Enxugue-lhe a boca conforme necessário. Se o
paciente estiver delirante ou semiconsciente, use uma colher com quantidades pequenas e coloque-as bem no
fundo sobre a língua do paciente.
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Passe tanto tempo quanto for necessário junto a cada paciente; sente-se para alimentá-lo; evite assumir uma
atitude de pressa; certifique-se que o paciente engoliu toda a comida antes de dar mais.
Registre no relatório de enfermagem: a hora, o tipo de dieta, a quantidade ingerida e anormalidades.
f) Dietas mais freqüentes nos Hospitais
Dieta normal. Deve ser uma dieta equilibrada, levando-se em consideração que o paciente faz pouco exercício e que
a pouca mobilidade pode acarretar a tendência à obstipação intestinal. Em geral, nessa dieta, embora possa
conter todo tipo de alimentos, esses estão pouco condimentados para tornar mais fácil a digestão. Para certas
pessoas, acostumadas a comidas mais fortes, podem parecer um pouco insípidas.
Dieta leve. E constituída de alimentos macios e fáceis de serem mastiga dos. Costuma-se prescrever aos pacientes
idosos ou com dificuldade para mastigar e para as pessoas com complicações digestivas. Às vezes, neste tipo de
dieta, fala-se de dieta moderada mecânica, que é a dieta natural triturada.
Dieta líquida. O paciente recebe apenas alimentos líquidos: água, leite, suco e caldo. Em algumas ocasiões, as
dietas são menos estritas e podem conter sopas, pudim de caramelo e cremes. Recomenda-se para pacientes
que ficaram sem alimentação por via oral, como início da dieta. Também nos primeiros momentos do pós-
operatório, sempre que a cirurgia não esteja relacionada ao aparelho digestivo.
Dieta terapêutica. As mais conhecidas são as dietas hipocalóricas, administradas aos pacientes que devem
reduzir seu peso. Devem ser controladas para se evitar que falte algum nutriente essencial, e que a perda de
peso se faça de uma forma escalonada. Constituem dietas com poucas gorduras e poucos hidratos de carbono.
Na extremidade contrária, estão as dietas hipercalóricas, apropriadas para os pacientes desnutridos que
conservam bem a função digestiva.
A dieta hiposódica, quer dizer, com pouco sal, emprega-se nos pacientes hipertensos ou com problemas
cardíacos.
Os pacientes com má função hepática adotam a dieta hipogordurosa e os pacientes diabéticos têm restrição
quanto a alimentos com elevado conteúdo de açúcares e com excesso de gorduras.
Existem também dietas apropriadas para pacientes com problemas renais, ou de outros órgãos, nas quais devem
ser evitadas substâncias difíceis de serem eliminadas pelo órgão atingido. Com certeza, estes tipos de dietas
podem ser combinados entre si. Uma pessoa pode ser hipertensa e ter necessidade de perder peso. Precisará,
então, de uma dieta hiposódica e hipocalórica
QUADRO DE DIETAS
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b) Técnica
Lavar as mãos;
Explicar ao paciente o que vai ser realizado;
Calçar as luvas;
Adaptar a seringa na sonda, já com alimento
Administrar o alimento vagarosamente (de 200 a 350 ml em 10 a 15 min), até completar a quantidade prescrita
regulando a velocidade do fluxo elevando ou baixando a seringa; não deixar entrar ar pela sonda, não permitindo
que a seringa esvazie completamente
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Na alimentação por Gastrostomia é feita uma abertura cirúrgica; para o estômago através da parede abdominal;
por essa abertura é passado um tubo de borracha e é ministrada alimentação líquida.
O tubo é deixado na abertura até que sua permeabilidade se estabeleça. A área ao redor do tubo é protegida com
tiras de gaze esterilizadas.
Após a cicatrização completa da ferida o tubo geralmente é removido entre as refeições e é aplicado um curativo
protetor.
a) Material necessário
Bandeja contendo:
1 seringa de 20 ou 50 ml; luva de procedimento;
1 sonda de alimentação, se não estiver inserida; Equipo graduado com capacidade para 300 ou 500ml para
acondicionamento da dieta;
Frasco graduado acondicionando o alimento (37, 7°C);
1 cuba redonda com água filtrada ou esterilizada, 4 gazes 7,5 X 7,5
b) Técnica
Se o paciente estiver consciente, avisá-lo, a fim de obter a sua colaboração.
Desocupar a mesa da cabeceira.
Trazer todo o material para junto do paciente.
Colocar o paciente em ligeira posição de Fowler.
Lavar as mãos;
Calçar as luvas;
Adaptar o corpo da seringa á extremidade livre da sonda;
Introduzir o alimento através da seringa;
Abrir a pinça e deixar o alimento correr vagarosamente.
Terminada a introdução do alimento, injetar um pouco de água esterilizada pela sonda, para lavá-la.
Prendê-la novamente com a pinça.
Conservar o paciente confortavelmente.
Deixar a unidade em ordem.
Lavar as mãos;
Registrar no prontuário: hora da alimentação, tipo de dieta, quantidade e reação do paciente.
c) Cuidados
Não demonstre pressa durante a refeição do paciente.
Se o paciente estiver com dieta, verifique se está de acordo com a prescrição médica.
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a) Introdução
A evacuação irregular ou difícil do material fecal é chamada constipação. A constipação pode ser causada por
uma condição debilitada, falta de exercício ou deficiência do tônus muscular, dieta deficiente com baixa ingestão de
líquidos e poucas frutas.
CLISTER é o termo usado pela introdução de uma certa quantidade de liquido no cólon através do reto
para provocar a evacuação ou ministrar medicamentos ou nutrição ao paciente.
Tipos de Clisteres
– Clister purgativo: limpa o intestino grosso;
– Clister carminativo: alivia os gases ou flatulência;
– Clister de retenção: supre o corpo com nutrientes quando pela boca não pode ser tomada uma
quantidade suficiente.
– Clister medicamentoso: proporciona sedação e estimulação.
– Clisteres de óleo e de retenção: aliviam e protegem a mucosa retal irritada.
– Clister antisséptico: destrói ou diminui a atividade dos germes e bactérias.
– Clister anti-helmíntico: mata ou expulsa os vermes.
– Clister opaco: para contraste antes do RX do intestino.
– Clister emoliente: para amolecer as fezes.
b) Clister de Retenção: uma pequena quantidade de líquido é instilada no reto com a intenção de retenção e
absorção pelo trato intestinal.
c) Material - Bandeja contendo:
– 1 cuba rim com sonda retal;
– 1 seringa de 50 ml;
– 1 cálice graduado (500 ou 250 ml);
– Lubrificante; impermeável forrado; Luvas de procedimentos;
– Papel higiênico ou compressas de gaze.
d) Procedimentos
– Preparar psicologicamente o paciente.
– Trazer o material e colocá-lo sobre a mesinha.
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– Lavar as mãos;
– Colocar o paciente na posição de Sims.
– Dobrar a ponta do lençol em diagonal sobre o paciente e proteger a cama com o impermeável forrado.
– Lubrificar a sonda e adaptá-la ao bico da seringa;
– Encher a seringa com a solução indicada, para o tipo de clister.
– Expelir o ar do interior da sonda.
– Levantar a região glútea direita do paciente para expor o ânus.
– Introduzir a sonda no ânus, avançando a sonda de 5 a 10 cm no reto;
– Deixar correr a solução tendo cuidado de não esvaziar a seringa.
– Terminada a solução, retirar a sonda, desadaptar a seringa, colocando a sonda e a seringa na cuba rim;
– Retirar o impermeável.
– Retirar o material e levá-lo para a sala de serviço, dispensando os cuidados necessários.
– Lavar as mãos.
e) Cuidados
– Nunca administrar mais que 250 ml de uma só vez porque excita o peristaltismo.
– Toda vez que o clister for para ser retido, fazer primeiro o esvaziamento do reto com 1 hora de antecedência.
– Material industrializado para clister pode ser encontrado já com solução pronta (enema).
f) Observações
– Registrar no prontuário: tratamento, solução, quantidade usada, inicio.
– Registrar as alterações observadas.
Consiste em retirar a secreção traqueobrônquica e orofaringea através de uma sonda ligada a um aparelho de
sucção. A sonda é introduzida na boca, narinas, ou traquéia e brônquios se o paciente estiver entubado ou
traqueostomizado.
Finalidade: Pacientes impossibilitados de eliminar as secreções; Pacientes intubados e traqueostomizados.
Material:
Luva estéril,
Sondas de aspiração,
Frasco de soro fisiológico,
Frasco de água destilada estéril,
Seringa de 10 ml,
Ambú,
Gazes estéreis,
Saco plástico pequeno (tipo bolsa de colostomia),
Aspirador eletrico,
Extensão de borracha (latex) estéril,
Máscara,
Óculos de proteção (se necessário).
Técnica:
1. Lavar as mãos;
2. Explicar o procedimento e finalidade ao paciente;
3. Reunir o material;
4. Colocar máscara e/ou óculos, se necessário;
5. Verificar tipo e característica da respiração e condições dos batimentos cardíacos. Observar se o paciente
encontra-se em ventilação mecânica (assistida ou controlada), espontânea. Conforme o padrão respiratório do
paciente, estar muito atento ao tempo de aspiração, o qual terá que ser inferior ao padronizado (15 segundos);
6. Utilizar a sonda de aspiração compatível com o número da sonda endotraqueal do paciente;
7. Abrir a embalagem da sonda de aspiração esterilizada e conecta-la a extremidade do latex;
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8. Ventilar o paciente 3 vezes consecutivas utilizando o próprio respirador mecânico, caso trate-se de respirador a
volume, com uma fase inspiratoria FIO2 de 100% ou com ambú e oxigênio a 100%, a 3 litros por minuto caso
trate-se de respirador a pressão;
9. Calçar luvas;
10. Garantir que o cuff da sonda endotraqueal esteja rigorosamente insuflado;
11. Desconectar o respirador com a mão esquerda ou solicitar que um segundo elemento o faça e que este segundo
elemento também use luva;
12. Tomar cuidado para não contaminar as conexões, a cânula endotraqueal e a extremidade do respirador ao
desconectá-lo;
13. Apanhar a sonda de aspiração e ligar o aspirador;
14. Introduzir a sonda de aspiração na sonda endotraqueal, mantendo o latex pressionado, com a outra mão
(esquerda). A sonda de aspiração deve ser introduzida em toda a sua extensão;
15. Despressionar o latex para criação de sucção e, simultaneamente, com a mão direita, fazer movimentos
circulares lentos (semi-rotação) na sonda de aspiração, trazendo-a para fora da cânula endotraqueal,
pressionando novamente o latex quando estiver na porção final da cânula;
16. Cuidar para não ultrapassar 15 (quinze) segundos no total do tempo de sucção:
17. Suspender a aspiração e ventilar o paciente quando ocorrer arritmias cardíacas, cianose, sangramento ou outras
anormalidades;
18. Ventilar o paciente novamente, conforme descrição do item 08, para corrigir a hipoxia provocada pela sucção;
19. Repetir as operações dos itens 15 e 16, quantas vezes forem necessárias e de acordo com as condições
clínicas do paciente, lembrando sempre que a cada 15 segundos de aspiração, o paciente deverá ser ventilado,
para depois reiniciar a aspiração;
20. Religar o respirador artificial ou o nebulizador no paciente, certificando-se de que o respirador ou nebulizador
esteja com os parâmetros anteriores sob controle;
21. Desprezar a sonda, lavar a extensão do latex, aspirando pelo frasco de soro fisiológico ou água destilada;
22. Realizar aspiração orofaríngea, com uma nova sonda, procedendo da seguinte forma:
a) Introduzir a sonda alternadamente em cada narina, até a faringe, mantendo o latex sob sucção e,
simultaneamente, com a mão enluvada, fazer movimentos circulares com a sonda de aspiração;
b) Aspirar a boca do paciente até a faringe, se necessário, repetindo a operação, não se esquecendo de aspirar
o orifício da cânula de Guedel, introduzindo completamente a sonda de aspiração;
23. Desprezar a sonda de aspiração. Lavar a extensão do latex após a aspiração da cânula de Guedel e/ou boca;
24. Desligar o aspirador, retirar a luva e lavar as mãos;
25. Auscultar os pulmões do paciente após a aspiração para avaliar a eficácia da aspiração e se houve melhora da
ventilaçãao pulmonar;
26. Deixar o paciente numa posição confortável;
27. Desprezar a secreção do vidro de aspiração no vaso sanitário;
28. Encaminhar o frasco de aspiração até o expurgo e lava-lo com água e sabão. Em seguida adapta-lo novamente
a rede de aspiração;
29. Deixar a unidade em ordem;
30. Anotar no prontuário do paciente: aspecto e quantidade da secreção aspirada, reações e
intercorrências com o paciente como: sangramento, cianose, apnéia, etc.
FERIDAS / CURATIVO
1 - Ferida
É qualquer lesão da integridade da pele e tecidos adjacentes (tecido subcutâneo, muscular, etc).
Classificação das Feridas:
a) Quanto às causas:
Feridas Cirúrgicas: são provocadas intencionalmente e se dividem em:
Incisa: onde não há perda de tecido e as bordas são geralmente fechadas por sutura;
Por excisão: onde há remoção de uma área de pele, ex: área doadora de enxerto.
Por Cirurgia e procedimentos terapêutico-diagnósticos (cateterismo cardíaco, punção de subclávia, biópsia,
etc.).
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ferida. E quanto estas transformações ocorrem, reduz-se a quantidade de exsudato. A forma como se
apresenta é agora de tecidos vermelho com um bom fluxo sanguíneo.
Fase de Reparação - Epitelização - fase de cobertura da ferida pelas células epiteliais. A diferença entre os
tecidos torna-se cada vez mais evidente. As bordas da ferida deslocam-se para o centro e a ferida fica
gradualmente coberta de tecido epitelial. À medida que a ferida se contrai o tecido vai se formando, o
processo de cicatrização fica concluído.
Maturação - leva um ano nas feridas fechadas e mais nas feridas abertas. Nessa fase diminui a
vascularização, o colágeno se reorganiza, o tecido de cicatrização se remodela e fica igual ao normal. A
cicatriz assume a forma de uma linha fina e branca. Aumenta a força de distensão local.
Fatores que Afetam a Cicatrização:
Idade: nos extremos de idade o funcionamento do sistema imunológico está alterado, ora por imaturidade,
ora por declínio de função;
Uso de substâncias impróprias para limpeza da ferida: algumas soluções são irritantes ecitotóxicas;
Uso de substâncias impróprias para anti-sepsia: algumas substâncias são lesivas aos fibroblastos;
Compressão exagerada na oclusão ou na limpeza mecânica da lesão: pode promover necrose dos
tecidos;
Constituição/ peso em relação à altura: na obesidade temos o aumento da espessura do tecido
subcutâneo (adiposo), o qual é pobremente vascularizado;
Estado de nutrição (alimentação e hidratação): para reconstrução tecidual é necessário aporte de
nutrientes, especialmente as proteínas;
Diabete: além da diminuição da resposta imunológica, os novos capilares podem ser lesados devido a
hiperglicemia;
Uso de drogas: esteróides, imunossupressores, citotóxicos;
Tabagismo: a nicotina altera o funcionamento do sistema imunológico, as substâncias liberadas pelo cigarro
(ou similar) são citotóxicas, além disso, causam vaso constricção, favorecem aterosclerose e hipóxia
tecidual, haja vista a diminuição da capacidade de perfusão alveolar;
Infecção: a presença de mcrorganismos prolonga a fase inflamatória e a lesão tecidual.
Fatores de risco para infecção:
Gerais: idade, nutrição mobilidade, estado mental, incontinência, saúde geral, higiene geral;
Locais: edema, isquemia, lesões de pele, corpos estranhos;
Drogas: citotóxicos, esteróides, antibióticos;
Procedimentos invasivos: cateterização, cirurgia, intubação;
Doenças: carcinoma (leucemia, anemia aplásica), anemia grave, diabete, doença hepática, doença renal,
AIDS;
Duração da internação pré-operatória: sabe-se que em 48 horas de exposição ambiental ocorre a
colonização do paciente pela flora nosocomial, que é especialmente patogênica e antibiótico resistente;
Ocupação de leitos: quanto maior a taxa de ocupação das enfermarias, maior será o volume de
microrganismos circulantes, os quais provém das pessoas que estão no ambiente.
Tricotomia: a raspagem mecânica dos pelos cria micro-áreas de lesão que servem de porta de entrada para
microorganismos. Recomenda-se que em alguns casos os pelos sejam apenas aparados (parto normal) ou,
ao realizá-la, que se execute o procedimento o mais próximo possível do ato cirúrgico;
Não lavagem das mãos por parte da equipe de saúde antes e após manipular cada paciente.
Princípios básicos para avaliação da ferida
A avaliação das feridas direciona o planejamento dos cuidados de enfermagem, implementa a terapia tópica
além de proporcionar dados para monitorar a trajetória da cicatrização das feridas. Devemos observar:
Localização anatômica
Tamanho: cm2 / diâmetro;
Profundidade: cm;
Tipo / quantidade de tecido: granulação, epitelização, desvitalizado e necrose;
Bordas: aderida, perfundida, macerada, descolada, fibrótica, hiperqueratose;
Pele peri-ulceral: edema, coloração, temperatura, endurecimento, flutuação, creptação, descamação;
Exsudato: quantidade, aspecto, odor.
Tamanho: use a régua para medir, em centímetro, o maior comprimento e a maior largura da superfície da
ferida, multipliquem comprimento x largura, para obter a área em cm2;
Profundidade: escolha a profundidade e a espessura mais apropriada para a ferida usando essas
descrições adicionais:
Dano tecidual sem solução de continuidade na superfície da ferida;
Superficial, abrasão, bolha ou cratera rasa. Plana/nivelada com a superfície da pele, e / ou elevado acima da
mesma (ex. hiperplasia);
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Disciplina: Semiologia e Semiotécnica
Professor: Enfº Thiago Almeida
Categorias:
Curativos primários: colocados diretamente sobre a ferida
Curativos secundários: colocados sobre o curativo primário.
2 - Tipos de Curativos:
O Tipo de curativo a ser realizado varia de acordo com a natureza, a localização e o tamanho da ferida. Em alguns
casos é necessária uma compressão, em outra lavagem exaustiva com solução fisiológica e outros exigem imobilização
com ataduras. Nos curativos em orifícios de drenagem de fístulas entéricas a proteção da pele sã em torno da lesão é o
objetivo principal.
Curativo semi-oclusivo: Este tipo de curativo é absorvente, e comumente utilizado em feridas cirúrgicas,
drenos, feridas exsudativas, absorvendo o exsudato e isolando-o da pele adjacente saudável.
Curativo oclusivo: não permite a entrada de ar ou fluídos, atua como barreira mecânica, impede a perda de
fluídos, promove isolamento térmico, veda a ferida, a fim de impedir efízema,e formação de crosta.
Curativo compressivo: Utilizado para reduzir o fluxo sangüíneo, promover a estase e ajudar na aproximação
das extremidades da lesão.
Curativos abertos: São realizados em ferimentos que não há necessidade de serem ocluídos. Feridas
cirúrgicas limpas após 24 horas, cortes pequenos, suturas, escoriações, são exemplos deste tipo de curativo.
Classificação do Curativo de acordo com o Tamanho da Ferida:
Curativo pequeno: curativo realizado em ferida pequena: aproximadamente cm 2. (ex: cateteres venosos e
arteriais, cicatrização de coto umbilical, fístulas anais, flebotomias e/ou subclávia/jugular, hemorroidectomia,
pequenas incisões, traqueotomia. Cateter de diálise e intermitente).
Curativo Médio: curativo realizado em ferida média, variando de 16,5 a 36 cm2. (ex: Cesáreas infectadas,
incisões de dreno, lesões cutâneas, abscessos drenados, escaras infectadas, outros especificar).
Curativo grande: curativo realizado em ferida grande, variando de 36,5 a 80 cm2. (ex: Incisões contaminadas,
grandes cirurgias - incisões extensas (cirurgia torácica, cardíaca), queimaduras (área e grau), toracotomia com
drenagem, úlceras infectadas).
Curativo Extra Grande: curativo realizado em ferida grande, com mais de 80 cm2 (ex: Todas as ocorrências de
curativos extragrandes deverão obrigatoriamente constar de justificativa médica).
Técnica de Curativo:
Normas Gerais:
Lavar as mãos antes e após cada curativo, mesmo que seja em um mesmo paciente;
Verificar data de esterilização nos pacotes utilizados para o curativo (validade usual sete dias);
Expor a ferida e o material o mínimo de tempo possível;
Utilizar sempre material esterilizado;
Se as gazes estiverem aderidas na ferida, umedecê-las antes de retirá-las;
Não falar e não tossir sobre a ferida e ao manusear material estéril;
Considerar contaminado qualquer material que toque sobre locais não esterilizados;
Usar luvas de procedimentos em todos os curativos, fazendo-os com pinças (técnica asséptica);
Utilizar luvas estéreis em curativos de cavidades ou quando houver necessidade de contato direto com a ferida
ou com o material que irá entrar em contato com a ferida;
Se houver mais de uma ferida, iniciar pela menos contaminada; Nunca abrir e trocar curativo de ferida limpa ao
mesmo tempo em que troca de ferida contaminada;
Quando uma mesma pessoa for trocar vários curativos no mesmo paciente, deve iniciar pelos de incisão limpa e
fechada, seguindo-se de ferida aberta não infectada, drenos e por último as colostomias e fístulas em geral;
Ao embeber a gaze com soluções manter a ponta da pinça voltada para baixo;
Ao aplicar ataduras, fazê-lo no sentido da circulação venosa, com o membro apoiado, tendo o cuidado de não
apertar em demasia.
Os curativos devem ser realizados no leito com toda técnica asséptica;
Nunca colocar o material sobre a cama do paciente e sim sobre a mesa auxiliar, ou carrinho de curativo. O
mesmo deve sofrer desinfecção após cada uso;
Cuidados importantes:
Não comprimir demasiadamente com ataduras e esparadrapos o local da ferida a fim de garantir boa circulação;
Trocar os curativos úmidos quantas vezes forem necessárias, o mesmo procedimento deve ser adotado para a
roupa de cama, com secreção do curativo;
Quando o curativo da ferida for removido, a ferida deve ser inspecionada quanto a sinais flogísticos. Se houver
presença de sinais de infecção (calor, rubor, hiperemia, secreção) comunicar o S.C.I.H. e / ou a supervisora e
anotar no prontuário, colher material para cultura conforme técnica;
O curativo deve ser feito após o banho do paciente, fora do horário das refeições;
O curativo não deve ser realizado em horário de limpeza do ambiente, o ideal é após a limpeza;
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Em feridas em fase de granulação realizar a limpeza do interior da ferida com soro fisiológico em jatos, não
esfregar o leito da ferida para não lesar o tecido em formação.
Antes de Iniciar o Curativo, deve-se Realizar:
Avaliação do estado do paciente, principalmente os fatores que interferem na cicatrização, fatores causais, risco
de infecção;
Avaliação do curativo a ser realizado, considerando-os em função do tipo de ferida;
Orientação do paciente sobre o procedimento;
Preparo do ambiente (colocar biombos quando necessário, deixar espaço na mesa de cabeceira para colocar o
material a ser utilizado, fechar janelas muito próximas, disponibilizar lençol ou toalha para proteger o leito e as
vestes do paciente quando houver possibilidade de que as soluções escorram para áreas adjacentes);
Preparar o material e lavar as mãos;
Observação: Após estes preparativos, podemos iniciar o curativo propriamente dito (remoção, limpeza, tratamento,
proteção).
Principais Erros Cometidos ao se fazer um curativo:
Usar curativo em feridas totalmente cicatrizadas;
Cobrir o curativo com excesso de esparadrapo;
Trocar o curativo em excesso em feridas secas;
Demorar a trocar o curativo de feridas secretantes;
Esquecer de fazer as anotações ou não faze-las corretamente;
Não lavar as mãos entre um curativo e outro;
Conversar durante o procedimento;
Misturar material de um curativo e outro, em um mesmo paciente;
Não fazer desinfecção do carrinho de um curativo para outro.
Classificação do Curativo de Acordo com as Características da Ferida.
a) Curativos de Feridas Cirúrgicas:
Ferida limpa e fechada: o curativo deve ser realizado com soro fisiológico e mantido fechado nas primeiras 24
horas após a cirurgia, passado este período a incisão deve ser exposta e lavada com água e sabão. Se houver
secreção (sangue ou seroma) manter curativo semi-oclusivo na seguinte técnica;
Materiais: bandeja contendo 01 pacote de curativo estéril (com 02 pinças e gases); gases estéreis,
esparadrapo (micropore) soro fisiológico 0,9% e luva de procedimento.
Procedimento:
1. Lavar as mãos com água e sabão;
2. Reunir o material e leva-lo próximo ao paciente;
3. Explicar ao paciente o que será feito;
4. Fechar a porta para privacidade do paciente;
5. Colocar o paciente em posição adequada, expondo apenas a área a ser tratada;
6. Abrir o pacote de curativo com técnica asséptica;
7. Colocar gaze em quantidade suficiente sobre campo estéril;
8. Calçar as luvas;
9. Remover o curativo anterior com uma das pinças usando soro fisiológico 0,9 %;
10. Desprezar esta pinça;
11. Com outra pinça, pegar uma gaze e umedece-la com soro fisiológico;
12. Limpar a incisão principal, utilizando as duas faces da gaze, sem voltar ao inicio da incisão;
13. Limpar as regiões laterais da incisão cirúrgica após ter feito a limpeza da incisão principal;
14. Ainda com a mesma pinça, secar a incisão cirúrgica após ter feito a limpeza da incisão principal;
15. Ocluir a incisão com gaze e fixar com esparadrapo ou ataduras se necessário;
16. Manter o curativo ocluído enquanto houver exsudação;
17. Colocar o setor em ordem;
18. Lavar as mãos;
19. Fazer a evolução da ferida e anotações de materiais na papeleta do paciente.
Observação: em feridas cirúrgicas após 24 horas não ocorrendo exsudato realizar apenas higienização com água e
sabão e manter a ferida aberta.
b) Curativos de Sistemas de Drenos Abertos:
Feridas com drenos abertos: O curativo do dreno deve ser realizado separado da incisão, e o primeiro a ser
realizado será sempre o do local menos contaminado. O curativo deve ser mantido limpo e seco, isto significa
que o número de trocas deve estar diretamente relacionado com quantidade de drenagem.
Feridas com drenagem superior a 50ml quando possível deve-se aplicar uma bolsa para coletar o excesso de
drenagem. Colocar bolsas em torno de feridas permite medir com exatidão a quantidade de drenagem,
restringe a disseminação de contaminação e aumenta o conforto do paciente.
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Alfinetes não são indicados como meio de evitar mobilização dos drenos de pen rose, pois enferrujam
facilmente e proporcionam a colonização do local.
Materiais: bandeja contendo pacote de curativos estéril (com 02 pinças), gases estéreis, esparadrapo (ou
micropore) soro fisiológico 0,9%, luva de procedimento e bolsa para colostomia estéril se necessário.
Procedimentos:
1. Lavar as mãos com água e sabão;
2. Reunir o material e levá-lo próximo ao paciente;
3. Explicar ao paciente o que será feito;
4. Fechar a porta para privacidade do paciente;
5. Colocar o paciente em posição adequada expondo apenas a área a ser tratada;
6. Abrir o pacote de curativo com técnica asséptica;
7. Colocar gaze em quantidade suficiente sobre o campo estéril;
8. Calçar luvas;
9. Remover o curativo anterior com uma das pinças usando soro fisiológico;
10. Desprezar esta pinça;
11. Com a outra pinça pegar uma gaze e umedecê-la com soro fisiológico;
12. Limpar a incisão do dreno e depois o dreno;
13. Limpar as regiões laterais da incisão do dreno;
14. Ainda com a mesma pinça secar a incisão e as laterais;
15. Mobilizar dreno a critério médico;
16. Ocluir o dreno mantendo uma camada de gaze entre o dreno e a pele ou quando ocorrer hipersecreção
colocar bolsa simples para colostomia;
17. Colocar o setor em ordem;
18. Fazer evolução na papeleta;
19. Fazer evolução da ferida e anotação de materiais na papeleta do paciente.
c) Curativos de Sistemas de Drenos Fechados
Feridas com sistema de drenos fechados (Toráxico, Hemovácuo), cateter venoso central (Intracath, duplo
lúmem): Antes de iniciar o curativo, inspecionar o local de inserção do dreno por meio de palpação. Realizar
troca de curativo a cada 24 horas ou sempre que o mesmo se tornar úmido, solto ou sujo.
Observação: os curativos em cateter venoso central (intracath) e cateter de duplo lúmen deverão se realizados pelo
enfermeiro do setor.
Materiais: bandeja contendo pacote de curativo estéril (02 pinças e gaze), gazes estéreis, esparadrapo, soro
fisiológico, álcool a 70% e luva de procedimento.
Procedimento:
1. Lavar as mãos com água e sabão;
2. Reunir o material e levá-lo próximo ao paciente;
3. Explicar ao paciente o que será feito;
4. Colocar o paciente em posição adequada, expondo apenas a área a ser tratada;
5. Abrir o pacote com técnica asséptica;
6. Colocar gaze em quantidade suficiente sobre o campo estéril;
7. Colocar luvas;
8. Remover o curativo anterior com uma das pinças usando Soro fisiológico 0,9%;
9. Desprezar esta pinça;
10. Com outra pinça, pegar uma gaze e umedecê-la com soro fisiológico;
11. Limpar o local de inserção do dreno ou cateter, utilizando as duas faces da gaze;
12. Usando a mesma pinça secar o local de inserção do dreno ou cateter aplicar álcool a 70%;
13. Ocluir o local de inserção com gaze;
14. Colocar o setor em ordem;
15. Lavar as mãos;
16. Fazer evolução da ferida e anotações de materiais na papeleta do paciente.
d) Curativos de Feridas Abertas sem Infecção:
Feridas Abertas sem infecção: Podem apresentar perda ou não de substâncias, por estarem abertas estas
lesões são altamente susceptíveis as contaminações exógenas. O curativo deve ser oclusivo e mantido limpo. O
número de trocas está diretamente relacionado a quantidade de drenagem, no entanto o excesso de trocas deve
ser evitado afim de não interferir no processo de cicatrização.
Materiais: bandeja, pacote de curativo (contendo 02 pinças e gaze) SF 0,9%, ácidos graxos essenciais, gaze,
coxim compressa de acordo com o tamanho da ferida.
Procedimentos:
1. Lavar as mãos com água e sabão;
2. Reunir o material e leva-lo próximo ao paciente;
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3.
Explicar ao paciente o que será feito;
4.
Fechar a porta para privacidade do paciente;
5.
Colocar o paciente em posição adequada e expor apenas a área a ser tratada;
6.
Abrir o pacote de curativos com técnica asséptica;
7.
Colocar gaze, coxim, compressa de acordo com o tamanho da ferida sobre o campo estéril;
8.
Calçar luvas;
9.
Remover o curativo anterior com uma das pinças usando soro fisiológico;
10.
Desprezar esta pinça;
11.
Com outra pinça pegar uma gaze e umedece-la com soro fisiológico;
12.
Limpar toda a extensão da ferida com soro fisiológico em jatos;
13.
Limpar as laterais da ferida;
14.
Ainda com a mesma pinça, secar toda a extensão da ferida evitando movimentos bruscos afim de não
destruir o tecido em granulação.
15. Aplicar gaze embebida com ácidos graxos essenciais;
16. Proteger a ferida com coxim ou compressa; usar atadura quando necessário.
17. Colocar o setor em ordem;
18. Lavar as mãos;
19. Fazer evolução de ferida e anotações de materiais na papeleta do paciente;
e) Curativos de Feridas Abertas Contaminadas:
Feridas Abertas Contaminadas: Apresenta secreção purulento, tecido necrosado ou desvitalizado. O curativo
deve ser mantido limpo e oclusivo, o número de trocas está diretamente relacionado a quantidade de drenagem,
devendo ser trocado sempre que houver excesso de exsudato para evitar colonização e maceração das bordas.
É necessária uma limpeza meticulosa, pois o processo de cicatrização só será iniciado quando o agente
agressor for eliminado, e o exsudato e tecido desvitalizado retirado.
Materiais: Bandeja contendo: 01 pacote de curativos estéril (com 02 pinças e gazes); gazes estéreis,
esparadrapo (ou micropore), soro fisiológico 0,9%, coxim, compressa (se necessário), luva estéril, colagenase se
houver tecido desvitalizado ou necrosado, lâmina de bisturi, se necessário desbridamento.
Procedimentos:
1. Lavar as mãos com água e sabão;
2. Reunir o material e leva-lo próximo ao paciente;
3. Explicar ao paciente o que será feito;
4. Fechar a porta para privacidade do paciente;
5. Colocar o paciente em posição adequada, expondo apenas a área a ser tratada;
6. Abrir o pacote de curativo com técnica asséptica;
7. Colocar gaze em quantidade suficiente sobre o campo estéril, abrir todo o material a ser utilizado no
curativo;
8. Colocar gazes, compressas ou lençol próximos à ferida para reter a solução drenada;
9. Calçar luvas;
10. Remover o curativo anterior com uma das pinças usando soro fisiológico 0,9%;
11. Com a mesma pinça, pegar uma gaze e umedecê-la com soro fisiológico;
12. Começar a limpar a ferida da parte menos contaminada para a mais contaminada, ou seja, neste momento
limpar ao redor da ferida;
13. Limpar a ferida com gaze embebida com soro fisiológico;
14. Se necessário, remover os resíduos da fibrina ou tecidos desvitalizados (necrosados) utilizando
debridamento com instrumento de corte, remoção mecânica com gaze embebecida em SF 0,9%, com o
cuidado de executar o procedimento com movimentos leves e lentos para não prejudicar o processo
cicatricial ver técnica de debridamento; também poderá ser utilizado o debridamento enzimático;
15. Embeber a gaze com pomada desbridante atingindo toda a área com tecido desvitalizado;
16. Ocluir a ferida com gaze estéril e coxim, se ferida muito exsudativa utilizar compressa;
17. Colocar o setor em ordem;
18. Lavar as mãos;
19. Fazer evolução da ferida e anotações de materiais na papeleta do paciente.
Lembre-se: Para curativos contaminados com muita secreção, especialmente tratando-se de membros inferiores ou
superiores, colocar uma bacia sob a área a ser tratada, lavando-a com SF 0,9%.
f) Curativos de Feridas com Fistula ou Deiscência de Paredes:
Feridas com Fistula ou Deiscência de Paredes: Quando ocorre uma fistula ou deiscência de parede ou túnel
torna-se difícil a realização de limpeza no interior da ferida proporcionando um ambiente ideal para a colonização
de patógenos. O ideal é realizar a limpeza da ferida em todo o seu interior com jatos de solução fisiológica.
Material: Pacote de curativo com 02 pinças e gaze, cuba pequena estéril, cuba rim, sonda uretral nº 8 e 12,
seringa de 20ml, SF 0,9%, ácido graxo essencial se a ferida não estiver contaminada: luva estéril.
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Procedimentos:
1. Lavar as mãos;
2. Reunir o material, e levá-lo próximo ao paciente;
3. Explicar ao paciente o que será feito;
4. Fechar a porta para privacidade do paciente;
5. Colocar o, paciente em posição adequado expondo apenas a área a ser tratada;
6. Abrir todo o material com técnica asséptica sobre o campo estéril;
7. Colocar SF% na cuba;
8. Colocar luva estéril;
9. Conectar sonda a seringa, aspirar o SF% e introduzir no orifício da ferida;
10. Aspirar novamente e desprezar na cuba rim;
11. Repetir o procedimento até que a secreção aspirada saia limpa;
12. Secar as bordas da ferida;
13. Se não estiver contaminado aplicar ácidos graxos essenciais;
14. Ocluir a ferida com coxim ou compressa quando necessário;
15. Colocar o setor em ordem;
16. Lavar as mãos;
17. Fazer evolução da ferida e anotações de materiais na papeleta do paciente;
Swab:
Material: Todo material para curativo mais um Swab com meio de cultura.
Procedimentos:
1. Limpar minuciosamente a ferida com soro fisiológico;
2. Gire suavemente o Swab no interior da ferida e depois bordas da ferida.
3. Coloque o Swab em meio de cultura, identifique-o e encaminhe ao Laboratório.
4. Uso de Antimicrobianos para o Tratamento das Feridas:
O tratamento das Úlceras infectadas deve ser primeiramente local com utilização adequada dos curativos e
acompanhamento dos casos. O uso de antimicrobianos sistêmicos deve ser reservado para os casos em
que houver comprometimento local além das bordas, com hiperemia e calor local evidente (celulite) ou
repercussão sistêmica (p.ex.febre) sem outro foco evidente. O uso indiscriminado de antimicrobianos pode
causar seleção de patógenos resistentes sem benefício para o paciente.
Melhorar o estado nutricional, além de prolongar a vida do paciente, também é importante para proporcionar o
bem-estar; caquexia e desnutrição predispõem o paciente à escara ou úlcera de decúbito.
Também é importante oferecer urna quantidade suficiente de líquidos, ainda que de forma fracionada, para evitar
o acúmulo de secreção. Nem sempre o paciente é capaz de deglutir, já que nos momentos finais existe uma
diminuição do tônus muscular, que provoca a incapacidade de deglutir (disfagia). Quando não for possível ingerir
líquidos, é aconselhável umedecer uma gaze com água e molhar a boca do paciente com freqüência.
Habitualmente, quando há acúmulo de secreção, é preciso realizar a aspiração com uma sonda, para poder
manter livres as vias respiratórias. A secreção acumulada é o que provoca o ruído característico da pessoa
agonizante, denominado estertor da morte, que não é mais do que o ruído que o ar produz ao respirar.
b) Necessidades de higiene
Em decorrência da diminuição ou ausência do tônus muscular, o paciente terminal com freqüência apresenta
incontinência fecal e urinária. Quando isto ocorre, devemos trocar o paciente sempre que necessário e colocar
fraldas quando for preciso, para não sujar a cama e facilitar a troca. Quando o paciente está consciente, ele pode
não compreender o que se passa consigo e sentir-se confuso e envergonhado diante desse fato; devemos,
portanto, agir com extremo tato e consideração.
As dermatites de contato ou irritações decorrentes da incontinência devem ser cuidadas com uma boa higiene,
massagens e creme hidratante, se necessário, para evitar as úlceras de decúbito.
Os lençóis deverão ser trocados diariamente, mas é importante incomodá-lo o menos possível. O quarto deve ser
limpo cuidadosamente para estar livre de odores desagradáveis, deve ser ventilado e às vezes é útil o uso de
algum produto especial.
Em outros casos, o paciente apresenta sintomas de retenção urinária e/ou fecal. A retenção urinária pode ser
aliviada se passarmos uma sonda no paciente. Quanto à retenção de fezes, os cuidados serão realizados
dependendo do incômodo que esse sintoma cause ao paciente.
c) Necessidades de conforto
A posição na cama deve ser a mais cômoda possível. Quando o paciente tem problemas respiratórios, a posição
mais adequada é a de semi-sentado na cama, pois ela facilita o processo respiratório.
A posição mais comum é deitado de lado (decúbito lateral), usando os travesseiros necessários para apoio. As
posições laterais costumam ser mais cômodas do que a de decúbito dorsal, já que permitem a drenagem da saliva
que não pode ser deglutida pela boca. Devemos realizar a mudança de decúbito, seguindo as normas para os
pacientes com problemas de mobilidade. Isso evita lesões incômodas e dolorosas na pele devido à imobilidade.
O paciente terminal não deve nunca ser amarrado; porém, se necessário, o técnico ou auxiliar de enfermagem
permanecerá no quarto para acompanhá-lo. Nenhum de nós gostaria de morrer amarrado e sozinho.
Nos últimos momentos, ocorre a queda da temperatura em virtude da diminuição da circulação e as extremidades
podem ficar frias e cianóticas. Devemos observar se a pessoa sente frio e cobri-la adequadamente com uma
colcha ou cobertor; não obstante, às vezes o paciente não sentirá frio, embora apresente os pés e as mãos
geladas.
d) Necessidade de privacidade
Quando o doente está agonizando, será menos doloroso viver seu processo em um quarto onde ele e sua família
possam estar a sós e preservar a sua intimidade. Apesar disso, nem todos os hospitais dispõem de quartos
individuais para facilitar que isso ocorra. Quando não é possível, isolar o paciente de seus companheiros de quarto
com um biombo.
Quando temos de isolar o paciente, essas medidas devem ser comentadas com os companheiros de quarto,
especialmente se a convivência foi prolongada.
Há pessoas que preferem estar acompanhadas até o final e reagem com angústia à separação de seus
companheiros, ainda que seja somente por biombos (uma vez que os associa à morte e à dor). Como sempre,
devemos adaptar-nos às necessidades de cada pessoa e respeitar, na medida do possível, seus desejos. Nesse
caso, só utilizaremos o biombo para aplicar a comadre ou para prestar algum cuidado que exija intimidade.
O quarto, ao contrário do que se observa, deve estar iluminado, visto que a visão do paciente se torna mais
embaçada e a obscuridade cria, freqüentemente, sentimentos de confusão e temor.
e) Necessidades relacionadas com as mudanças sensoriais
Estudos recentes demonstram repetidamente que, nas pessoas, o sentido da audição permanece intacto até o
último momento de sua vida. Evitaremos, portanto, fazer comentários desagradáveis na frente do paciente (mesmo
no caso de estar inconsciente) e, quando formos prestar algum cuidado, devemos explicar o que será realizado,
considerando que o paciente ouve, ainda que não responda. Devemos falar com voz clara e tom normal, visto que
falar em sussurros pode confundi-lo.
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Com freqüência tendem a acumular-se secreções nos olhos. Essas devem ser eliminadas com uma gaze
impregnada em soro fisiológico. Quando os olhos estiverem secos e formarem crostas,
devemos utilizar uma pomada adequada para lubrificá-los.
A sensibilidade também permanece estável até o final; dessa forma, devemos realizar todas as
manobras e cuidados com atenção e respeitando sua intimidade, especialmente nos cuidados higiênicos. Às
vezes, estamos sozinhos com o paciente sem saber o que dizer ou fazer. Em geral, é suficiente segurar sua mão
com respeito e compreensão ou demonstrar qualquer outro gesto de carinho, evitando transmitir angústia.
f) Necessidades emocionais
Uma das pessoas que tem estudado o processo terminal dos pacientes é a Dra. Kubler Ross; ela realizou um
estudo baseado em mais de duzentas entrevistas com pacientes próximos da morte. Nesse estudo, relata uma
série de etapas pelas quais passam esses pacientes ao longo de seu processo, desde o diagnóstico de uma
doença terminal até a morte.
É importante que o pessoal de enfermagem conheça essas etapas; isso ajudará a entender tanto o paciente
como sua família, ao mesmo tempo em que trará informações para agir de forma positiva durante esse processo.
Cada pessoa vive sua experiência de maneira diferente, dependendo da idade, de sua capacidade para enfrentar
as situações críticas de sua vida, do apoio que tenha e do tempo de duração do processo. Considerando que
esses fatores são diferentes, a passagem pelas distintas etapas também difere de um paciente para outro. Alguns
pacientes seguem o seu processo passando por todas elas; em outros, superpõe-se uma etapa à outra, e alguns
ficam ancorados em uma delas.
Com essas premissas, conhecer essas possíveis etapas do processo de morrer pode facilitar o relacionamento e a
compreensão dos pacientes que se encontram nessa situação.
g) Etapas do processo de morrer
1) Etapa da Negação:
Essa primeira fase é determinada por uma série de comportamentos e atitudes do paciente que tendem a negar
ou a minimizar sua situação.
A pessoa reage utilizando um mecanismo de defesa para reduzir sua angústia: não acredita que possa ser ele
o indivíduo que está passando por aquela situação, não acredita na realidade e foge dela, negando-a.
Acredita que o diagnóstico está errado e não percebe a possibilidade de que seu problema possa ser sério e até
insolúvel. Esse tipo de negação se caracteriza por observações como: "não pode ser que isto esteja
acontecendo comigo", "o médico equivocou-se quanto ao meu diagnóstico" ou qualquer outra expressão que
reflita a dificuldade para aceitar uma realidade.
Geralmente, a negação é uma defesa provisória que, diante da existência da doença, será substituída por uma
aceitação parcial da realidade.
2) Etapa da Raiva:
Quando não se pode continuar mantendo a primeira atitude, que é a negação, passa-se à expressão de
sentimentos de ira, raiva, inveja ou ressentimento.
A reação violenta é observada no ambiente mais próximo do sujeito: sua família e os que cuidam dele.
Geralmente descarrega a sua rebeldia, a sua cólera nas pessoas que mais ama. Utiliza-os como veículo para
expressar os sentimentos provocados por sua situação desesperada, percebendo-a como uma forma injusta do
destino.
Nessa fase é importante que as pessoas que cuidam dele percebam que a agressividade ou a crítica nada tem a
ver com eles, mas é a expressão das dificuldades vividas pelo paciente. Deve-se evitar, portanto, qualquer
atitude de julgamento, já que isso poderia gerar sentimentos de culpa por parte do paciente.
Às vezes, encontramos pacientes que expressam essa raiva de forma indireta, negando-se a tomar
medicamentos, não aceitando as visitas e os cuidados etc.
3) Etapa da Barganha:
Durante essa fase, o paciente pode fazer determinadas promessas ou contrapartidas caso os seus desejos
sejam satisfeitos; essas promessas estão relacionadas às crenças da pessoa e a seus sentimentos de culpa.
Pode pactuar com Deus ou com qualquer outra pessoa superior na qual creia. É assim que começam as
promessas, as súplicas, as chantagens etc., com a finalidade de alongar o seu tempo de vida.
Diferentemente da anterior, é uma etapa silenciosa, que às vezes não é percebida pelas pessoas que o
rodeiam.
Segundo a autora Kluber Ross, "o verdadeiro significado desta negociação é que o paciente adquire consciência
do que está se passando e pede um tempo maior de vida com a finalidade de pôr em ordem os seus assuntos
pendentes e poder despedir-se dos objetos e das pessoas".
4) Etapa da Depressão:
Centro de Formação Profissional BOM PASTOR
Disciplina: Semiologia e Semiotécnica
Professor: Enfº Thiago Almeida
Essa etapa coincide com o momento no qual o paciente se dá conta do avanço da sua doença e das
dificuldades que acarreta o seu estado físico. Surge assim uma intensa sensação de perda e torna-se patente
uma intensa reação de depressão, diante da consciência de que vai perder tudo e todos.
O silêncio, as lágrimas, o semblante triste, o olhar perdido e as expressões de autocomiseração são
manifestações que permitem identificar facilmente que o paciente está passando por uma fase depressiva
generalizada.
As pessoas que prestam cuidados devem respeitar os sentimentos de perda vivenciados pelo paciente; nada
mais negativo do que tentar animá-lo; porém, é importante, sim, acompanhá-lo nesta etapa, conversando ou
simplesmente ouvindo.
5) Etapa da Aceitação:
Nessa última fase o paciente aceita seu destino de maneira consciente e serena, preparando-se para a morte.
Deixa de lutar, e o interesse pelas pessoas que o cercam diminui consideravelmente; habitualmente, o paciente
deseja estar sozinho e não mostra nem o desespero nem a raiva das etapas anteriores, sinal de que parece
estar em paz, aguardando o momento da morte. Em nenhum momento podemos afirmar que o paciente está
feliz; antes, observamos nele a falta de expressão de sentimentos, como se estes já não existissem. Nesse
momento, a família do paciente necessita de mais compreensão e ajuda do que o próprio paciente, para poder
despedir-se dele e passar por seu próprio processo de luto.
Compreender as etapas pelas quais passa um paciente terminal é importante para poder respeitá-lo, ajudá-lo
eficazmente e para poder acompanhá-lo no processo de morrer.
h) Necessidades Espirituais
Muitos dos pacientes agonizantes encontram grande ajuda e consolo em suas crenças
religiosas. É importante conhecer as necessidades espirituais de um paciente que enfrenta a morte e
esforçar-se para que seja assistido conforme sua crença.
Com freqüência, o técnico ou auxiliar de enfermagem deve falar com o enfermeiro sobre a questão abordada pelo
paciente de solicitar um sacerdote, um ministro ou rabino. Esse assunto deve ser tratado com tato e bom senso.
No caso de o sacerdote querer ministrar o sacra-mento da extrema unção, deverá estar preparada a água, a
colher, o copo e o algodão, e tudo o mais que venha a pedir o clérigo.
a) Sistema circulatório: hipotensão, extremidades frias, pulso irregular, pele fria e tímida, hipotermia, cianose e,
às vezes, sudorese abundante.
b) Sistema respiratório: dificuldade de respirar pela boca; a respiração torna-se ruidosa (estertor da morte),
causada pelo acúmulo de secreção, o maxilar inferior se movimenta a cada respiração.
c) Sistema digestivo: diminuição das atividades fisiológicas e do reflexo da deglutição; muita atenção para o
perigo da regurgitação e aspiração; incontinência fecal ou constipação. O último dos reflexos a desaparecer é a
sucção.
d) Sistema locomotor: ausência total da coordenação dos movimentos, relaxamento muscular.
e) Sistema urinário: retenção ou incontinência urinária.
f) Sistema neural: diminuição dos reflexos até o desaparecimento total, sendo que a audição é o último a
desaparecer; portanto, evite comentários próximo do paciente agonizante.
g) Faces: face hipocrática: cor pálida ou acinzentada, olhos fundos e olhar fixo, nariz afilado, presença de lágrima,
o que significa a perda do tônus muscular.
vagina, uretra, fechar os olhos do paciente com algodão embebido com água ou éter, fazendo uma ligeira
compressão.
Colocar uma atadura sob o maxilar inferior (mandíbula), para que o falecido conserve a boca fechada.
Vestir o corpo, com a sua roupa ou do hospital.
Juntar as mãos e os pés devido ao relaxamento provocado pela morte, usar atadura ou esparadrapo.
Colocar o corpo em posição natural antes que sobrevenha a rigidez.
a) Material necessário
– Ataduras de gazes e crepom.
– Pacotes de curativos (se necessários).
– Esparadrapo.
– Vidros com: algodão, água oxigenada, éter ou benzina, álcool, lysiform a 5%.
– Alfinetes de segurança.
– Pinça.
– Bacia com solução alcoolizada a 5%.
– Luva de procedimento.
– Cuba rim.
– Pente.
– Lençol grande.
– Roupa do paciente.
– Mais 02 lençóis: 1 para envolver o corpo o outro para cubrir o corpo.
b) Procedimento
– Limpeza do corpo, quando necessária, retirando a camisola ou pijama.
– Retirar drenos, sondas, cânula, mantendo, porém pequenos curativos que se fizerem necessários.
– Tamponamento de cavidades (ouvidos, narinas, ânus, vagina) com algodão e auxilio da pinça, quando necessário.
– Manter os olhos fechados: colocar algodão (pequena quantidade) sobre as pálpebras, ou logo após da morte
descer as pálpebras e conservá-las fechadas com leve pressão dos dedos.
– Deixar a boca fechada, sustentando a mandíbula com atadura.
– Manter unidos os pés e as mãos, usando atadura de gaze.
– Identificar o corpo prendendo ao pulso a etiqueta de identificação.
– Envolver o corpo com lençol colocado em diagonal sobre a cama depois de ter virado o corpo em decúbito lateral.
– A etiqueta com o nome completo do falecido, hora do óbito, clínica, data pode ser colocada à altura da região
epigástrica (segundo rotina do hospital).
– Colocar uma segunda etiqueta presa no lençol, à altura do peito.
– Forrar a maca com outro lençol.
– Passar o corpo da cama para a maca, de acordo com a técnica já estudada. Cobrir o corpo com o 3º lençol.
– Transportar o corpo para o necrotério.
c) Cuidados
Antes da morte:
– Fazer higiene oral sempre que necessário;
– Lubrificar os lábios ressecados;
– Avisar à portaria quanto ao estado grave do paciente;
– Procurar dar assistência moral e religiosa;
– Tranqüilizar o paciente e satisfazer os seus desejos;
– Transmitir recados aos familiares;
– Avisar a enfermeira para providenciar um sacerdote se ele ou os familiares o desejarem;
– Evitar que os familiares demonstrem muita aflição perto do paciente.
Após a morte:
– Avisar a família se não foi feito antes;
– Avisar o setor de informações ou portaria e internações;
– Avisar o serviço social;
– Anotar no prontuário do paciente, na folha de relatório de enfermagem, com todos os detalhes;
– Anotar no relatório geral da Clínica;
– Providenciar o atestado de óbito para ser preenchido pelo médico;
– Enviar o prontuário ao setor responsável (rotina do hospital);
– Fazer a limpeza geral da Unidade.
d) Observações
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Disciplina: Semiologia e Semiotécnica
Professor: Enfº Thiago Almeida