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Centro de Formação Profissional BOM PASTOR

Disciplina: Semiologia e Semiotécnica


Professor: Enfº Thiago Almeida

TERMOS TÉCNICOS:

TERMO SIGNIFICADO TERMO SIGNIFICADO


Abdução Afastamento de um membro do eixo do Ablepsia Cegueira
corpo.
Abscesso Coleção de pus externa ou internamente Absorção Penetração de liquido pela pele ou
mucosa
Abrasão Esfoladura, arranhão Abstinência Contenção, ato de evitar
Acesso Repetição periódica de um fenômeno Acidose Distúrbio do equilíbrio ácido – básico,
patológico predominando a acidez
Acinésia Impossibilidade de movimentos Acinesia Lentidão dos movimentos ou
voluntários, paralisia paralisia parcial
Adenosa Tumor de uma glândula e que reproduz a Adiposo Gordura
estrutura dela.
Adução Mover para o centro ou para a linha Afagia Impossibilidade de deglutir
mediana.
Afasia Impossibilidade de falar ou entender a Afebril Sem febre, apirético
palavra falada
Afluxo Vinda para determinado lugar Afonia Perda mais ou menos acentuada da
voz.
Algesia Sensibilidade a dor Algia Dor em geral
Algidez Resfriamento das extremidades Algido Frio
Alopécia É a queda total ou parcial dos cabelos Alucinação Percepção de um objeto, que na
realidade não existe
Ambliopia Diminuição da acuidade visual Amenorréia Falta de menstruação
Analgesia Abolição da sensibilidade á dor Anasarca Edema generalizado
Anemia É a diminuição dos números de hemácias Anfiantrose Articulação que se movimenta muito
pouco, ex.falange
Anisocoria Desigualdade de diâmetro das pupilas Anoretal Região referente ao ânus e reto.

Anorexia Falta de apetite, inapetência Anóxia Redução do suprimento de oxigênio


nos tecidos
Anuperineal Região referente ao ânus e períneo Anúria Ausência da eliminação urinaria
Apnéia Parada dos movimentos respiratórios Aptialismo Deficiência ou ausência de saliva
Ascite Edema localizado na cavidade peritonial Asfixia Sufocação, dificuldade da passagem
com acúmulo de liquido do ar.
Ataxia Não coordena os músculos e a Atresia Ausência ou fechamento de um
locomoção. orifício natural.
Atrofia Diminuição do tamanho ou peso natural Auricular Referente à orelha
de um órgão ou tecido.
Ausculta Método de exame físico que consiste na Avulsão Extração ou retirada de uma parte de
aplicação direta ou indireta do ouvido a um órgão ou de todo ele
certas partes do corpo para verificar os
sons normais ou anormais que
interiormente se produzem
Autógeno Refere a si mesmo; enxerto de células ou Azia Sensação de ardor estomacal,
de tecido, ou de um transplante de órgão, eructação azeda e ácida
praticados no próprio doador.
Balanço Hídrico Resultado da mensuração da quantidade Bradipnéia Movimento respiratório abaixo do
de líquidos ingerida e eliminada pelo normal
paciente
Braquialgia Dor no braço. Bilioso Referente á bile, peculiar a
transtornos causados por excesso de
bile
Biópsia Extirpação de um fragmento de tecido Bócio Hiperplasia da glândula tireóide.
vivo com finalidade diagnóstico. A peça
extirpada dessa maneira

Fome excessiva e patológica é seguida


Bulimia por vômito forçado e uso de laxantes Bursite Inflamação da bolsa sinovial
excessivos
Cãibra Contração muscular, espasmódica e Caquexia Desnutrição adiantada,
dolorosa emagrecimento severo.
Síndrome que se manifesta com pele
Cefaléia Dor de cabeça Choque fria, queda de temperatura, cianose e
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morte.
Cianose Coloração azulada por falta de oxigênio Cirrose Fibrose com destruição do tecido.
sangue

Cistite Inflamação da bexiga Cicatrização Processo regenerativo de tecidos


lesados por traumatismos,
intervenções cirúrgicas e ferimentos
supurativos.
Abertura de comunicação da bexiga com Fraqueza momentânea de um
Cistostomia o exterior Claudicação
membro.

Clister Introdução de pequena quantidade de Cloasma Manchas escuras na pele,


água, medicamento ou alimento no principalmente na face da gestante
intestino.
Coagulação Espessamento de liquido formando Colecistectomia Remoção da vesícula biliar.
coágulo

Colecistite Inflamação da vesícula biliar. Cólica Dor espasmódica

Colúria Presença de bilirrubina ou bílis na urina Coma Estado de inconsciência

Congênito Doença herdada no nascimento Congestão Acúmulo anormal ou excessivo de


sangue numa parte do organismo.

Contratura Rigidez muscular Convalescença Caminha para o restabelecimento.

Colostomia Desvio das fezes através de uma abertura Constipação Retenção de fezes ou evacuações
no colo insuficientes.

Convulsão Contrações violentas involuntárias do Costal Relativo as costelas


músculo, agitação desordenada.

Cutâneo Referente a pele Debridamento Limpeza de um tecido do infectado


ou necrótico de um ferimento.
Deltóide Músculo do braço em forma de "D",onde Dermatite Inflamação da pele
se aplicam injeções intramuscular
Desidratação Perda exagerada de liquido no organismo. Desmaio lipotínea, ligeira perda dos sentidos.

Decúbito Posição deitada Dermatose Doenças da pele

Diaforese Sudorese excessiva Diarréia Evacuações freqüentes e liquidas.

Diplopia Visão dupla. Diplegia Paralisia bilateral

Disfagia Dificuldade de deglutir. Disfonia Distúrbio na voz.

Dismenorréia Menstruação dolorosa causada por fortes Dispnéia Falta de ar, dificuldade para respirar.
contrações uterinas

Distensão Estiramento de alguma fibra muscular, Disúria Micção difícil e dolorosa.


intumescimento ou expansão.

Dispnéico Com dispnéia Diurese Secreção urinaria.

Edema Retenção ou acúmulo de líquidos no Emese Ato de vomitar.


tecido celular

Entérico Relativo ao intestino. Enxaqueca Dor de cabeça unilateral.

Enema Clister, lavagem, introdução de líquidos no Epigastralgia Dor no epigástrio.


reto.

Episiotomia Incisão lateral do orifício vulvar para Epistaxe Hemorragia nasal.


facilitar o parto.

Equimose Extravasamento de sangue por baixo dos Eritema Vermelhidão na pele


tecidos "manchas escuras ou
avermelhadas".

Erupção Lesão, amarela ou enegrecida que se Escabiose. Moléstia cutânea contagiosa,


forma nas queimaduras ou feridas caracterizada por lesão multiforme,
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infectadas acompanhada por prurido intenso.

Escara de decúbito Úlcera perfurante em região de Esclerodermia Afecção cutânea com endurecimento
proeminências ósseas. da pele.

Esclerose Endurecimento dos vasos ou perda de Escoriações Abrasão, erosão, perda superficial
elasticidade. dos tecidos.

Escótomo cintilante Pontos luminosos no campo visual, na Esfíncter Músculo circular que constrói o
hipertensão arterial. orifício de um órgão.

Esfoliação Desprendimento de tecido necrosado sob Esofagismo Espasmo do esôfago.


a forma de lâminas.

Espasmo Contrações involuntárias, violenta e Espasmódico Rígido, com espasmo.


repentina de um músculo ou grupo de
músculo;pode acometer as vísceras ocas
como estômago e os intestinos.

Espermatite Inflamação do canal deferente. Espirômetro Aparelho que mede a capacidade


respiratória dos pulmões.

Esplenite Inflamação do baço. Esplenocele Hérnia do baço.

Esplenoctomia Extirpação do baço. Esplenomegalia Aumento do volume do baço.

Espirometria Medida da capacidade respiratório dos Estafilococemia Presença de estafilococos no


pulmões. sangue.

Esteatoma Lipoma, tumor de tecido gorduroso. Esteatose Degeneração gordurosa.

Estenose Estreitamento. Esterilização Operação pela qual, uma substância


ou um objeto passa a não conter
nenhum micróbio.

Estomatite Inflamação da boca. Estupor Inconsciência total ou parcial,


mutismo sem perda da percepção
sensorial.

Estutor Inconsciência total ou parcial. Embriagues habitual pela inalação


Eteromania
de éter

Eupnéia Respiração normal. Eutanásia Morte tranqüila, facilitando da morte


nos casos incuráveis. É proibida.pela
ética médica e pela lei.

Evisceração Remoção de vísceras. Exantema Erupção da pele.

Ato de deixar a doença evoluir limitando- Expectoração Expelir secreção pulmonar “escarro".
Expectação
se o médico a atenuar os sintomas.

Substância liquida eliminada Fadiga Cansaço, esgotamento.


Exsudato
patologicamente.

Faringite Inflamação da faringe. Ferida Lesão.

Estreitamento do orifício do prepúcio, este Fisiatria Fisioterapia, tratamento por meios


Fimose
não pode ser puxado para traz. físicos.

Fissura Ulceração de mucosa. Canal em forma de tubo e que


Fistula normalmente não existe no
organismo.

Flebite. Inflamação de uma veia. Flebotomia. Incisão de uma veia, venosecção.

Flogístico Inflamatório. Foliculite Inflamação de folículos.

Fomentação Aplicação quente e úmida. Gangrena Necrose maciça dos tecidos devido á
falta de irrigação sanguínea.
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Gastrite Inflamação do estômago Hematêmese Vômitos com sangue.

Hematoma Extravasamento de sangue fora da veia. Hematúria Presença de sangue na urina.

Hemianalgesia Analgesia de um lado ou de uma metade Fraqueza muscular em um lado do


Hemiparesia
do corpo. corpo.

Hemiplegia Paralisia de metade do corpo. Hemorragia Sangramento, escape do sangue dos


vasos sanguíneos.

Destruição dos glóbulos vermelhos do Hemoptise Hemorragia de origem


Hemólise
sangue. pulmonar,escarro com sangue.

Processo para conter a hemorragia, Hepatoesplenomegalia Aumento do volume do fígado e do


Hemostasia
coagulação do sangue. baço.

Aumento do volume do fígado. Hipercalcemia Quantidade excessiva de cálcio no


Hepatomegalia
sangue.

Hiperalgesia Excesso de sensibilidade á dor Hiperalgesia Sensibilidade exagerada á dor.

Hipertrofia Aumento anormal de um órgão ou tecido. Excesso de gás carbônico no


Hipercapnia
sangue.

Hipotonia Tonicidade muscular diminuída. Icterícia Coloração amarelada da pele e


mucosa.

Inapetência Falta de apetite, anorexia. Inguinal Relativo á virilha.

Isquemia Insuficiência local de sangue. Isquialgia Dor no quadril

Laparotomia Incisão do abdômen Lienteria Diarréia de fezes líquidas contendo


matéria não digerida.

Luxação Separação das superfícies óssea de uma Mácula Mancha rósea na pele, sem
articulação. - elevação. Com elevação é Pápula.

Mastalgia Dor no seio. Meato Abertura.

Hemorragia pelo ânus em forma de borra Metrorragia Sangramento fora do período


Melena de café, é o sangue que vem do menstrual.
estômago ou duodeno e sofreu
transformações químicas.

Miastemia Fraqueza muscular. Expulsão de urina da bexiga pela


Micção
uretra.

Mictúria Micção freqüente á noite. Desconforto gástrico com impulsão


Náuseas
para vomitar

Necrose Morte dos tecidos localizados, de uma Neurastemia Esgotamento nervoso, depressão,
região do corpo. cansaço facial.

Oligomenorréia Menstruação insuficiente. Oligúria Diminuição da quantidade de urina.

Ortopnéia Acentuada falta de ar em decúbito dorsal. Otalgia Dor de ouvido.

Paralisia Diminuição ou desaparecimento da Parestesia Alteração da sensibilidade,


sensibilidade e movimentos. desordem nervosa, com sensações
anormais.

Parenteral Por via que não é a bucal. Paresia Paralisia ligeira ou incompleta.

Petéquias Pequenas hemorragias puntiformes.

Azia, fermentação ácida com sensação de Piúria Presença de pus na urina


Pirose
calor no estômago

Polidipsia Sede excessiva. Prostração Exaustão, grande estafa.


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Prurido Coceira intensa Ptialismo Hipersecreção salivar.

Ptose Perda da posição original ou queda de um Vesícula cheia de pus.


Pústula
órgão interno.

Quadriplegia Paralisia das duas pernas e dos dois Quelóide Excesso de tecido conjuntivo na
braços. cicatriz, que fica exuberante.

Redução Colocação dos fragmentos ósseos na Volta de comia do estômago á boca.


Regurgitação
posição normal.

Secreção Produto de uma glândula. Sialorréia Salivação excessiva.

Ulceração Formação de úlceras. Vertigem Distúrbio neuro vegetativo, tontura.

UNIDADE DO PACIENTE E SEU PREPARO

1. Unidade do Paciente
a) Conceito
A Unidade do Paciente é o conjunto de espaço e móveis, dentro da unidade de enfermagem necessário a cada
paciente.
Quando uma pessoa é internada em um hospital, é designada a uma unidade. Essa unidade pode estar em um
quarto individual, sendo identificada pelo número do quarto, ou pode dividir o quarto com outras unidades (não
mais de três ou quatro), sendo designada, neste caso, pelo número do quarto seguido de uma letra ou de outro
número. Quando há várias unidades em um quarto, deve haver um sistema de biombos ou de cortinas que

permita manter a intimidade do paciente e isolar a sua unidade das outras.


É importante que as pessoas que trabalham em um hospital conheçam quais são os componentes da unidade
do paciente e os cuidados que é preciso ter com ele.
b) Objetivos
 Proporcionar ao paciente: ambiente agradável, seguro e confortável; estas são condições para a sua rápida
recuperação.
 Proporcionar à enfermagem condições para o bom desempenho de suas atividades.
c) Descrição de uma Unidade do Paciente
Há Unidades do Paciente mais ou menos sofisticada, mas basicamente constam de: 1 cama com colchão, 1
mesa de cabeceira, 1 cadeira, 1 mesa de refeições, ponto de 02, campainha, etc. .
Se precisar, a mesa de cabeceira deverá estar equipada com: cuba rim, papagaio e/ou comadre, bacia,
saboneteira.
Os móveis devem estar dispostos sem ajuntamentos, permitindo boa circulação ao redor. Há leis que determinam
a metragem dos quartos e enfermarias, levando em conta o número de leitos e o tipo de pacientes que irão ocupá-
los
Quando uma pessoa é internada em um hospital, permanecerá na cama durante a maior parte do tempo de
estada no hospital. Em certos casos, não poderá levantar-se da cama durante todo o dia e nela realizará todas as
atividades que o seu estado lhe permita. Por isso, dá-se muita importância a tudo que se relacione com a cama,
nos cuidados aos pacientes e ao ambiente. Pelo mesmo motivo, os leitos usados em hospitais têm uma forma
peculiar e isso é a primeira coisa que se estuda ao falar da unidade do paciente.
Existem vários tipos de camas hospitalares adaptadas aos diferentes problemas que os pacientes podem
apresentar. Há camas especiais, de acordo com problemas apresentados pelos pacientes (paralíticos, com grandes
queimaduras, etc.).
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A cama padrão de um hospital reúne as seguintes características:


− É mais alta e mais larga do que aquelas não utilizadas nos hospitais, para facilitar o trabalho das pessoas que
vão cuidar do paciente.
− A cabeceira é articulada. Isso permite que o paciente possa ficar sentado na cama com facilidade. Também
permite outros tipos de posições adequadas a certos pacientes. Os movimentos da cabeceira se realizam com
ajuda de manivelas, embora também existam camas com dispositivos elétricos.
− Tem rodas para facilitar o traslado do paciente dentro do hospital para alguns exames ou para o centro
cirúrgico. Dispõe de um dispositivo de freio para mantê-la imóvel.
− Podem ser acopladas algumas grades nela para evitar quedas em situações de pacientes com o equilíbrio alterado ou que
se movimentam de maneira descontrolada.
O colchão da cama é adaptado aos movimentos da cabeceira. Deve ser duro e estar protegido por uma capa
impermeável e de fácil limpeza. Para os pacientes com dificuldade de movimentação, podem ser colocados
colchões especiais (de água, de ar, etc.).
A técnica da arrumação de cama em um hospital e os diferentes tipos de colchões serão explicados
posteriormente.
Encontram-se também em uma unidade do paciente os elementos comuns de um quarto, isto é: há uma
mesinha de cabeceira, uma cadeira, uma lâmpada que pode ser acesa sem sair da cama, um cesto para papéis e
um armário para roupa. Nos quartos dos hospitais, existe ainda uma mesinha auxiliar para refeição e para ler na
cama. Muitas mesinhas de cabeceira podem converter-se em mesas auxiliares.
Além disso, cada unidade deve ter um sistema de comunicação com o controle da enfermagem. Costuma ser uma
campainha que soa no controle de enfermagem e acende um sinal luminoso na porta do quarto para indicar a
origem da chamada. Outras vezes pode ser um interfone que permite comunicar-se com o controle.
Na maioria dos hospitais, os quartos são dotados de uma válvula para oxigênio e de uma entrada de vácuo
para cada unidade. Muitos têm fixados na parede, no teto ou na própria ca ma suportes para o soro. Deve ter
ainda algum suporte ou mesinha que possa ser usado pelo pessoal de enfermagem para colocar os utensílios
necessários ao atendimento do paciente.
Alguns hospitais têm ar-condicionado em todas as suas instalações. Nas áreas de sala de cirurgia e de parto,
é imprescindível.
A porta é suficientemente larga para permitir a passagem de uma cama, empurrando-a. Pode ter um que
possibilite observar a cama do paciente sem entrar no quarto e a parte inferior é em geral forrada com
borracha para empurrar a porta com o pé quando as mãos estão ocupadas.
Muitos quartos individuais têm um sofá-cama para o acompanhante. Algumas instituições contam com a
ajuda de um familiar ou amigo para os doentes que não podem ficar sozinhos. Nesses casos, deve-se
proporcionar uma poltrona reclinável e cômoda para os acompanhantes.
Cada quarto terá um banheiro. A porta de entrada será suficientemente ampla para permitir a entrada de uma
cadeira de rodas. Costumeiramente, tem pia, vaso sanitário e bidê com algum sistema de apoio que facilite o
seu uso pelos pacientes com problemas de movimentação. Na maioria dos hospitais, existe banheira ou
ducha nos banheiros dos quartos. Em alguns, o banheiro é compart ilhado por dois quartos conjugados.

2. Unidade de Enfermagem
a) Conceito
Como a Medicina está muito especializada nos dias de hoje, nos hospitais, os pacientes são agrupados por
patologias semelhantes ou por idade. Quer dizer, os doentes com problemas respiratórios estarão na mesma
área, as crianças também estarão juntas, etc., formando unidades de enfermagem.
Uma Unidade de Enfermagem é formada por um número variável de unidades de pacientes (conforme o
tipo de doente) e os espaços comuns. Normalmente, o pessoal da saúde se encarrega do atendimento a
pacientes de uma só unidade de enfermagem.
Conforme o tamanho do hospital, cada unidade pode ocupar um andar ou parte dele. Nos hospitais grandes,
podem existir várias unidades dedicadas a uma mesma especialidade. Nos pequenos, pacientes de diferente
especialidade podem estar reunidos na mesma unidade. Entre o pessoal que trabalha em um hospital, é comum
referir-se a uma especialidade pelo número do andar que ocupa.
b) Objetivos
Proporcionar ao paciente: ambiente agradável, seguro e confortável; estas são condições para a sua rápida
recuperação A cama padrão de um hospital reúne as seguintes características:
− É mais alta e mais larga do que aquelas não utilizadas nos hospitais, para facilitar o trabalho das pessoas que vão
cuidar do paciente.
− A cabeceira é articulada. Isso permite que o paciente possa ficar sentado na cama com facilidade. Também
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permite outros tipos de posições adequadas a certos pacientes. Os movimentos da cabeceira se realizam com
ajuda de manivelas, embora também existam camas com dispositivos elétricos.
− Tem rodas para facilitar o traslado do paciente dentro do hospital para alguns exames ou para o centro
cirúrgico. Dispõe de um dispositivo de freio para mantê-la imóvel.
 Proporcionar à enfermagem condições para o bom desempenho de suas atividades.
c) Componentes das Unidades de Enfermagem
Os componentes são: posto de enfermagem, sala de serviço, sala de utilidades, copa, refeitório para
pacientes, enfermaria, quartos, rouparia, banheiro com chuveiro e sanitário para pacientes.
Próximo do acesso, está o posto de enfermagem. Outras vezes, ele está no centro da unidade.
Habitualmente, há um balcão elevado e outro inferior onde está o telefone, a documentação e em muitos
lugares um terminal de computador. Nesse local, encontram-se, costumeiramente, uma enfermeira e um
auxiliar de enfermagem.
Ao lado do controle, há um quarto de enfermagem onde são guardados termômetros, tensímetros, material
para curativos, soros, remédios e, em geral, tudo o que se usa na assistência ou na observação do paciente. Todo
esse material estará em armários e gavetas devidamente marcados. Nesse local, estará o carro de curativos e
algumas gavetas pequenas (ou outro sistema adequado para as pequenas dosagens). Deve ter duas pias e uma
bancada para preparar medicações ou tratamentos. Em alguns centros, o quarto de enfermagem é chamado de
quarto limpo.
Perto do posto de enfermagem, fica a sala de prescrição, onde se coordena o trabalho do pessoal de
enfermagem e centralizam-se todos os problemas administrativos da unidade ou seção; organizam-se as
internações e as altas dos pacientes; são recebidos os avisos dos quartos e as chamadas de outras
dependências do hospital; guardam-se as fichas dos pacientes; são feitas anotações de observação e tratamento;
cuida-se das dietas e são controladas e atendidas as visitas aos doentes.
Existe também a copa, onde são preparadas as comidas ou bebidas simples para os pacientes, como café
da manhã, lanche da tarde e ceia. Nela deve haver armários para guardar os utensílios de cozinha e aliment os
que devem ser conservados em temperatura ambiente. Em uma geladeira, estarão bebidas frescas, leite,
iogurtes e frutas. Deve ter uma bancada com uma pia e uma pequena cozinha, também batedeira e
espremedor ou liquidificador. Habitualmente, comunica-se com a cozinha do hospital por um pequeno
elevador de cargas e, se tem espaço nesse quarto, guarda-se o carrinho de distribuição das refeições.
Separado das demais dependências, existe um quarto onde são limpos e desinfetados os papagaios,
comadres, material de curativo, entre outros e guarda-se a roupa suja até que sejam levadas à lavanderia. É o
expurgo. Nele se guarda também o cesto de lixo. Nesse quarto, deve haver uma área separada com diversos
armários para guardar os papagaios e as comadres, material limpo, mas não esterilizado, e os utensílios de
limpeza. Esse quarto deve ficar sempre fechado.
Todos os andares têm uma sala de estoque para material de reserva, coisas que não são usadas
constantemente.
Além disso, existe uma sala para exames ou curativos com uma maca adequada e o material característico da
especialidade. Encontram-se nessa sala o aparelho para ECG e maca especial para paradas cardíacas ou
ressuscitação.
Numa extremidade da unidade, pode haver uma sala de estar para os doentes e família, com poltronas,
mesas e cadeiras. Tem televisão, revistas, jornais e alguns jogos de mesa.
Todas as seções devem ter salas de descanso para o pessoal e outras salas para as visitas, que terão
banheiros anexos. Também há uma sala de aula pequena para consultas clínicas ou de estudo e uma sala para os
médicos.

d) Tipos de Unidade
As Unidades de Enfermagem podem ser classificadas de acordo com o tipo de paciente que recebem ou de
acordo com os cuidados que esses pacientes requerem.
Exemplos: 1º tipo: unidades médicas, cirúrgicas, de pediatria, de isolamento, feminina e masculina.
2º tipo: unidades de tratamento intensivo, unidades de cuidados intermediários.

3 - Limpeza da Unidade do Paciente


Uma Unidade limpa, confortável e com aspecto agradável contribui para o melhor ajustamento do paciente ao
ambiente hospitalar.
Ao pessoal de enfermagem compete concorrer para que essas condições sejam oferecidas ao paciente.
A limpeza de Unidade consiste na limpeza geral de todo o mobiliário que compõe a unidade; é feita sempre que o
paciente deixar definitivamente o leito (alta, óbito, transferência) ou quando a permanência do paciente no hospital
torna-se prolongada (Uma vez por semana).
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a) Finalidades
 Manter a Unidade com aspecto limpo e agradável;
 Remover microrganismos, para evitar contaminação.
Para que a limpeza seja feita de maneira rápida e eficiente, alguns pontos devem ser observados.
Eles são: os movimentos utilizados devem ser amplos e sempre num só sentido; a seqüência da limpeza deve ser
observada para evitar sujar áreas que já foram limpas; a água utilizada deve ser trocada sempre que estiver
suja; após a limpeza, se possível, o leito deve permanecer exposto ao ar e à luz solar.
Só em caso de emergência o leito deve ser imediatamente arrumado.
b) Material necessário:
Bacia, panos de limpeza, vidro com a solução desinfetante, balde e sabão.
c) Cuidados:
 Remover o pó com pano úmido;
 Usar a solução na concentração certa;
 A limpeza da unidade inclui limpeza da mesinha, cama, cadeira e utensílios de uso individual;
d) Como proceder para a Limpeza
 Abrir portas e janelas, se possível, para arejar o ambiente;
 Desocupar a mesa de cabeceira e cadeira e levar o jarro de água, copo, comadre para desinfecção;
 Retirar a roupa de cama e colocá-la no hamper ou no local apropriado;
 Levar o material para a unidade, forrar a cadeira e colocar o material sobre a mesma;
 Iniciar a limpeza pela mesa de cabeceira, parte externa e interna;
 Limpar um lado do travesseiro colocá-lo sobre a mesa de cabeceira e proceder a limpeza do outro lado;
 Se houver impermeável, abri-lo sobre o colchão e limpar a parte exposta, dobrar e afastá-lo para uma metade do
colchão;
 Limpar a metade livre do colchão;
 Passar o impermeável para a parte limpa do colchão, unindo parte limpa com parte limpa e a seguir proceder à
limpeza da outra parte do impermeável; colocar o impermeável todo limpo sobre a mesa da cabeceira;
 Limpar a outra metade do colchão;
 Afastar o colchão para expor metade da cama e proceder a limpeza dessa parte, incluindo as molas;
 Unir parte limpa da cama com parte limpa do colchão para proceder a limpeza do restante da cama;
 Expor a parte do colchão ainda suja e proceder para a sua limpeza;
 Retirar o material da cadeira e limpá-lo;
 Limpar a parede próxima á unidade;
 Deixar a unidade do paciente em ordem e arrumar o leito quando for necessário;
 Levar o material utilizado para o local apropriado lavá-lo e guardá-lo.

4 - Arrumação da Unidade do Paciente


Durante sua permanência no hospital, o paciente passa a maior parte do tempo no leito. Existem vários modelos de
camas hospitalares, desde o mais tradicional, com manivelas nos pés da cama para elevar a cabeceira os joelhos,
os pés e a altura da cama, até os modelos mais modernos, elétricos, em que, simplesmente acionando um botão, o
enfermo ou enfermeira podem ajustar a cama em várias posições de modo ter mais conforto, segurança ou
facilidade para trabalhar. Todas elas possuem grades laterais, que não só garantem a segurança do doente,
evitando que ele caia do leito, como também o ajudam a se virar e a se movimentar.
Contudo, tanto na cama elétrica quanto manual, o conforto do paciente só pode ser garantido por um bom colchão e
por uma cama bem arrumada; isto é responsabilidade da equipe de enfermagem.
a) Precauções na arrumação da cama do paciente
 Deve ficar com aspecto agradável e acolhedor, para que o doente se acomode à vontade sobre ela;
 Não deve ter dobras, visto que estas são incômodas. Além disso, em pacientes com a pele alterada ou com
problemas de sensibilidade, as dobras dos lençóis podem produzir lesões ou úlceras de decúbito, como
estudaremos em capítulo posterior;
 Por outro lado, não esquecer nunca que a roupa de cama pode constituir -se em importante veículo de
transmissão de doenças de um doente para outro e para o pessoal do hospital. Lembrar que a temperatura do
corpo é excelente para favorecer o crescimento de germes e esta situação ocorre claramente quando o paciente
ocupa a cama por grande número de horas diárias.
b) Tipos de cama
 Cama fechada (desocupada);
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 Cama aberta (ocupada por um doente ambulante);


 Cama copada (ocupada por um paciente que não pode andar);
 Cama de Operado.
c) Arrumação de CAMA FECHADA (cama desocupada)
 Informação Teórica: A Cama Fechada é feita após alta do paciente, ou antes, de uma nova admissão, e
permanece fechada até que novo paciente seja admitido.
 Material necessário
− Lençóis de baixo, de cima e fronhas. São de algodão forte e branco, para resistir às lavagens freqüentes e às altas
temperaturas. Não se tem o hábito de usar lençóis de baixo ajustáveis, porque são mais difíceis de deixar totalmente
esticados e seria difícil fazer a cama ocupada com eles.
− Traçado. É um lençol pequeno que cobre desde a metade das costas até a coxa. Coloca-se em cima do impermeável
sobre o lençol de baixo, especialmente para os pacientes com problemas de incontinência ou que tenham de usar o
papagaio ou a comadre na cama. É muito mais fácil trocar quando suja do que o lençol de baixo. O traçado
também pode ser empregado para ajudar a mover o paciente.
− Cobertores. Nos hospitais, a temperatura costuma ser elevada e muitas vezes não é preciso utilizá-los, mas
especialmente os pacientes idosos e quando está frio necessitam de um ou dois cobertores. Os cobertores dos
hospitais são de algodão, pela mesma razão que os lençóis.
− Colchas. São igualmente de algodão e geralmente bordadas para enfeitar um pouco a cama.
Costuma-se levar a roupa de cama em um carrinho próprio que se deixa na porta do quarto. Nunca entrar com os
carrinhos nos quartos. A roupa suja não deve entrar em contato com a roupa limpa. Outras vezes, pode-se ir
buscar a roupa na rouparia, especialmente quando é preciso arrumar uma cama fora do horário de rotina.
 Técnica para fazer a Cama Fechada
Há diferentes modos de realizá-la e varia um pouco se a fazem em uma ou duas pessoas, ainda que, em geral, é
mais cômodo fazer dez camas entre duas pessoas do que cinco cada uma.
Os lençóis costumam estar dobrados em sentido longitudinal, para facilitar que ele fique centrado ao deixar a dobra
da metade no meio da cama, como veremos em seguida.
Se for possível regular a altura da cabeceira, é conveniente colocar a cama na posição mais elevada possível. Isso
facilita o trabalho.
Antes de preparar o material, devem-se vestir luvas limpas ou lavar as mãos.
− Prepara-se toda a roupa necessária e coloca-se sobre uma cadeira na ordem em que
será utilizada.
1. Lençol de baixo.
2. Impermeável.
3. Traçado.
4. Lençol de cima.
5. Cobertor.
6. Colcha.
7. Fronha.

– Colocar o lençol de baixo. Coloca-se a dobra central exatamente na metade da cama e abre-se deixando cair
meio lençol para cada lado. Se uma só pessoa o faz, ajusta-se primeiro a parte da cabeceira, colocando o
lençol por baixo do colchão, depois a parte dos pés do mesmo lado, esticando bem o lençol. Faz-se o mesmo
do outro lado. Se forem duas pessoas, farão ao mesmo tempo a parte da cabeceira e a dos pés, para evitar
que o lençol fique torcido. As dobras são feitas em forma de "V". É a característica maior das camas de
hospital. É uma forma cômoda e fácil para conseguir que as camas fiquem esticadas e com boa aparência.
Modo de fazer a dobra em “V” , característica das cama do hospital.

 Colocar o traçado e se necessário um impermeável embaixo; este é colocado aproximadamente a 40 cm


da cabeceira, sendo preciso considerar que deve proteger a região das nádegas até a metade da coxa.
Esse lençol deve ser um pouco maior do que o impermeável, porque se este entrar em contato com a pele,
pode causar irritação.
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Disciplina: Semiologia e Semiotécnica
Professor: Enfº Thiago Almeida

Modo de colocar o impermeável e o Forma de colocar o lençol de cima:


traçado: A. Coloca-se a dobra central
A. As bordas devem estar pendentes no exatamente na metade da cama e
mesmo nível, abre-se deixando cair meio lençol
B. Coloca-se o impermeável a uns 40 cm da para cada lado,
cabeceira do colchão. B. Coloca-se a pequena dobra enrolada
C. Pode-se colocar um lençol adicional. na cabeceira.
D. Coloca-se o traçado mais acima do C. Não colocar a pane inferior embaixo
impermeável do colchão.
Em alguns locais, costuma-se virar o lençol traçado sobre o impermeável para evitar que ele deslize e o
plástico atrite a pele do paciente produzindo irritação.
− Colocar o lençol de cima. Centraliza-se do mesmo modo que o de baixo e deixa-se a parte
de cima dobrada, próxima da cabeceira. A parte dos pés é melhor deixá-la pendurada até
pôr o cobertor e a colcha.
− Colocar o cobertor. Centraliza-se bem e deixa-se a parte da cabeceira a uns 10 cm da
borda do colchão

Forma de colocar o cobertor.


A. Centraliza-se bem.
B. Coloca-se com a borda superior a uns 10 cm da cabeceira do colchão.

− Colocar a colcha. Para começar, a colcha situa-se na mesma altura que o cobertor e, em alguns lugares,
dobra-se por baixo do cobertor alguns centímetros
Depois, dobra-se a parte da dobra do lençol de cima e por fim colocam -se por baixo do colchão o lençol
superior, o cobertor e a colcha ao mesmo tempo, fazendo uma dobra em "V", porém sem introduzir os lados
por baixo do colchão. Eles ficam pendurados.
Realizar uma dobra de conforto para deixar mais espaço para os pés do paciente.
Modo de colocar a colcha:
A. Centra-se na mesma altura que o cobertor.
B. Dobra-se a vira próxima da cabeceira.
C. Enfiam-se sob o colchão a parte inferior do
lençol, do cobertor e da colcha juntas.
D. As quinas fazem-se em forma de "V".
E. Deixam-se os lados pendurados
− Coloque os travesseiros na cabeceira da cama, tendo cuidado de não deixar a extremidade aberta da fronha
voltada para o lado da porta.
− Coloque a mesa de cabeceira paralela à cama; coloque a cadeira à altura dos pés da cama. Nessa altura, mas do
lado oposto, encaixe a mesa móvel. Deixe o fio da campainha ao alcance do paciente
Se a cama não vai ser ocupada ou há mais de um paciente no quarto, pode-se deixar a cama por fazer e
coberta com a colcha.
Ao terminar de arrumar a cama, recolher tudo e, se for um quarto indi vidual, fechá-lo até a chegada de novo
paciente. Em muitos lugares, costuma-se fechar as persianas para que o quarto fique em penumbra e não
aqueça demais ao ficar fechado.
Também deve-se comunicar ao setor de admissão que a unidade está pronta para receber um novo
paciente.
d) Arrumação de CAMA ABERTA (ocupada por um doente ambulante).
A cama aberta é um sinal de boas-vindas ao paciente; indica que sua chegada foi anunciada à enfermeira.
 Técnica
Cama Aberta
 Dobre a colcha para baixo até altura do cobertor, envolvendo a extremidade deste, de modo que a lã não entre em
contato com a pele do paciente.
 Dobre o lençol protetor do paciente fazendo uma vira sobre a colcha.
 Fique de frente para os pés da cama, segurando as cobertas pela vira do lençol com ambas nas mãos.
 Faça dobras em leque até ao meio ou até aos pés (fig. ao lado). As dobras devem ser da mesma largura da vira.
 O travesseiro fica encostado na grade da cabeceira.

e) Arrumação da CAMA OCUPADA (ocupada por um doente que não pode levantar-se)
Se o paciente não tiver ordem médica para levantar-se, a cama deve ser arrumada com o mesmo
deitado. No caso da pessoa gravemente ferida, a ajuda de uma colega na arrumação pode diminuir
bastante o desconforto que se pode causar ao paciente.
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Lembre-se de proteger a intimidade do paciente colocando um biombo.


 Técnica
 Coloque a roupa limpa de cama sobre uma cadeira aos pés da cama, na ordem em que será utilizada.
 Coloque um forro para banho sobre a roupa limpa.
 Solte as cobertas dos pés da cama; retire-o travesseiro (a menos que isso cause grande incômodo ao paciente) e
coloque-o sobre a cadeira ou sobre a mesa de cabeceira.
 Dobre a colcha ao meio, na direção dos pés da cama e em seguida dobre-a em quatro; retire-a da cama e
coloque-a sobre as costas da cadeira.
 Faça o mesmo com o cobertor.
 Cubra o paciente com o forro de banho e peça-lhe que segure a extremidade superior.
 Retire o lençol protetor por baixo do forro, dobrando-o da mesma maneira que a colcha e coloque-o sobre as
costas da cadeira. (Em geral é nesse momento que o paciente recebe o banho no leito e veste um roupão limpo).
Se ainda não retirou o travesseiro, faça-o agora.
 Vire o paciente de lado, de costas para você. Oriente-o para que ele segure nas grades da cama, de forma a se
sustentar (fig. abaixo).
 Solte o traçado, o forro de borracha e o lençol de forrar.
 Enrole o lençol de forrar até o centro da cama.
 Coloque o lençol limpo, dobrado, sobre a cama, com a bainha mais estreita nos pés da mesma.
 Desenrole o lençol limpo até o centro da cama, encontrando com o lençol usado.
 Prenda sob o colchão, na cabeceira da cama, a borda do lençol que está próxima a você, escondendo as pontas.
 Solte o forro de borracha. Se for necessário, seque-o com a toalha de banho usada.
 Coloque o traçado limpo sobre o forro de borracha, verificando se este cobre por completo o primeiro e desenrole-
o até o centro da cama (onde se encontra o traçado sujo).
 Prenda os dois lençóis sob o colchão, juntos ou separadamente.
 Vire o paciente de frente para você deitando-o sobre a roupa de cama limpa e vá para o outro lado da cama. Antes
de virar o doente levante a grade da cama do lado em que você se encontra.
 Solte a roupa de cama deste lado.
 Seque o forro de borracha e enrole-o em direção ao paciente.
 Retire o lençol de forrar e os traçados sujos, enrolando-os juntos, de tal maneira que as partículas e objetos
contaminados que se encontram sobre eles não caiam no chão. Coloque-os juntos com o restante da roupa suja
em um saco apropriado ou sobre uma cadeira. (Nunca jogue no chão a roupa de cama usada).
 Estique o lençol de forrar, prenda-o sob o colchão na cabeceira e nos pés da cama e esconda as pontas.
 Puxe o forro de borracha e o traçado, estique-os e prenda os juntos separadamente.
 Vire o paciente, colocando-o em decúbito dorsal.
 Mude a fronha do travesseiro e coloque-o sob a cabeça do paciente, sem deixar a extremidade voltada para a
porta.
 Estenda o lençol de cobrir limpo, com a bainha mais larga coincidindo com a cabeceira da cama, com o lado do
avesso para cima e desdobre-o primeiro até os pés da cama e, em seguida, até o lado oposto da cama. Faça uma
dobra no alto, de mais ou menos 12 cm.
 Retire o forro para banho que está por baixo do lençol limpo, dobre-o e guarde-o.
 Prenda o lençol de cobrir nos pés da cama.
 Coloque o cobertor sob o queixo do paciente e desdobre-o até os pés da cama e até o lado oposto.
 Prendo o cobertor nos pés da cama e esconda as pontas.
 Estenda a colcha sobre o cobertor desdobrando-a em direção ao lado oposto e aos pés da cama. Dobre a
extremidade superior da colcha para baixo do cobertor, para que este não fique em contato com o rosto do
paciente.
 Dobre o lençol de cobrir por sobre a colcha e o cobertor.
 Amarre o fio da campainha e os outros dispositivos na cama.
 Coloque toalhas limpas na mesa de cabeceira e deixe o paciente descansar.
 Apanhe a roupa de cama suja e também as toalhas e a esponja de banho e leve-as, sem encostá-las no corpo,
para o saco de roupa suja.

f) Arrumação de CAMA DE RECUPERAÇÃO (paciente recém-operado)


A tendência moderna é fazer voltar o paciente à sala de recuperação após a cirurgia ou que chega de
ambulância ou que vem da sala de emergência.
Assim sendo, em muitos hospitais esse tipo de cama é preparado somente na sala de
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recuperação. Os princípios são os mesmos; a cama é preparada depois que o paciente é levado para cirurgia. Ela
é arrumada de modo que o colchão fique protegido e a roupa de cama possa ser trocada com o mínimo de
desconforto para o paciente. Geralmente usa-se uma cama especial para esse fim.
O paciente é colocado nessa cama na sala de operação, então é transportado para a enfermaria.
A cama de recuperação possui características especiais, as quais facilitam o cuidado do paciente após a
operação:
 A cabeceira e os pés são desmontáveis;
 A cama é suficientemente estreita para permitir a sua passagem através das portas e dos corredores do hospital;
 Nesta cama pode ser montado equipamento especial para fraturas, lateralmente ou em nível mais alto;
 O suporte para o soro endovenoso pode ser usado em seis lugares diferentes e tem encaixe com trava.

 Material Extra
Cuba para vômito; caixa com papel absorvente; saco de papel, pedaços de esparadrapo, balão de oxigênio (se for
prescrito); material para administração de líquidos ou sangue pela veia; dois abaixadores de língua; travesseiro
forrado de plástico; aspirador e recipiente com água para testar a sucção; cateter nasal e vaselina;
esfignomanômetro; estetoscópio e o material exigido pela prescrição médica.

 Técnica
 Descubra a cama, vire o colchão e forre a cama de maneira habitual, usando roupa de cama limpa.
 Estenda um forro de borracha na cabeceira e cubra-o com um traçado de algodão, ou, então, com um lençol
grande, dobrado ao meio, com a dobra voltada para os pés da cama. Prenda-os na cabeceira da cama e esconda
as pontas.
 Estenda as cobertas da mesma forma como o fez na cama desocupada, sem entretanto prendê-las nos pés. Faça
as dobras como de hábito.
 Traga todas as cobertas para os pés da cama, paralelas ao colchão, terminando por dobras. Esconda os cantos,
dobre e enrole.
 Coloque um dos travesseiros de encontro às barras da cabeceira da cama e prenda as pontas nos cantos da -
armação da cama.
 Com pedaços de esparadrapo prenda um saco de papel á mesa da cabeceira e não aos lençóis. Cole uma folha
de papel na cama para anotar as medidas de pulso respiração e pressão.
 Arrume os seguintes artigos na mesa de cabeceira, de modo que fiquem ao alcance da enfermeira: papel e lápis,
dois abaixadores de língua, cuba para vômito e uma caixa de papel absorvente.

CUIDADOS COM O PACIENTE

1- Higiene Oral
A boca é a principal porta de entrada para os germes causadores de doenças no organismo; é um excelente
meio de incubação para estes germes, porque fornece umidade, alimento, calor e proteção em condições ideais.
As infecções da boca são perigosas tanto para o trato digestivo quanto para o trato respiratório.
Uma boca mal tratada pode determinar o aparecimento de cáries dentárias ou halitose (mau hálito), pode diminuir
o apetite e causar desconforto ao paciente, enquanto que uma boca bem cuidada contribui para dar um aspecto
agradável ao rosto.
Deve-se fazer a higiene oral nos seguintes horários: pela manhã antes e após o desjejum após o almoço, após
cada refeição e antes de dormir.
Em casos especiais, como em pacientes graves inconscientes, tetânicos, com sonda no estômago (gavage), com
temperatura elevada, operados de estômago, deve-se fazer a higiene oral de duas em duas horas ou mais vezes,
de acordo com a situação.
a) Material
Uma bandeja contendo:
 01 cuba rim - 01 vidro com solução dentifrícia ou pasta dentifrícia;
 01 copo com água – 01 escova p/ dentes;
 01 toalha de rosto - 01 pinça de pean - 01 recipiente com cotonetes ou palitos protegidos -
01 abaixador de língua - 01 vidro com bolas de algodão.
b) Anti-sépticos usados na Higiene Oral.
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 Água bicarbonatada a 2%;


 Água mais água oxigenada, em partes iguais;
 Solução dentifrícia

c) Supervisionando o cuidado bucal.


 Colocar o material sobre a mesinha de cabeceira, próximo do leito e comunicar ao paciente.
 Levantar o Fowler da cama.
 Colocar a toalha sobre o tórax do paciente.
 Entregar-lhe a escova com dentifrício e um copo d'água; ensinar como o paciente deve usar o fio dental.
 Colocar a cuba rim sob o queixo do paciente, para receber a água usada.
 Se necessário, ensiná-lo a escovar os dentes.
 Após a higiene, recolher o material usado, lavar e pôr em ordem, na gaveta da mesinha.
 Cuidados
 Não guardar a escova molhada; colocar para secar.
 Colocar a cama em posição normal.
 Usar água em abundância evitando que o paciente fique asfixiado.
 Observações
 Observar se houve sangramento das gengivas no ato da escovação.
 Registrar no prontuário os cuidados prestados e as alterações observadas.
d) Quando o paciente não pode cuidar de si.
 Material: idêntico ao anterior, acrescentando: canudo de plástico ou de borracha e um saco de papel.
 Procedimentos:
 Suspender levemente o Fowler.
 Proteger a roupa do leito e a camisola, com toalha de rosto.
 Adaptar a cuba rim ao queixo do paciente.
 Umedecer a escova com a solução dentifrícia.
 Fazer uso do abaixador de língua, se necessário.
 Escovar os dentes do paciente na seguinte ordem:
 Incisivos e caninos superiores, colocando a escova na altura da gengiva e
movê-la para baixo;
 Incisivos e caninos inferiores, movendo a escova para cima;
 Molares superiores e inferiores com os mesmos movimentos.

 Dar água para bochechar, usando tubo plástico.


 Dar a cuba para cuspir, logo a seguir.
 Escovar um pouco a língua, para remover a saburra.
 Enxugar-lhe a boca com a toalha
 Após a higiene, recolher o material usado, lavar e guardar.
 Cuidados
 Colocar a cama na posição normal.
 Evitar que o paciente fique asfixiado.
 Não guardar a escova molhada, colocá-la para secar.
 Observações: as mesmas do procedimento anterior.
e) Quando o paciente está em estado grave ou inconsciente.
 Material:
 Idêntico ao anterior, acrescentando: abaixador de língua, palitos protegidos ou cotonetes; bolas e algodão; pinça
de Pean no caso, de usar bolas de algodão; sacos de papel.
 Procedimentos
 Caso seja possível, levantar a cama em forma de Fowler.
 Proteger a roupa do leito e do paciente com toalha de rosto.
 Adaptar a cuba rim ao lado do queixo do paciente .
 Usar palitos protegidos ou a pinça com algodão.
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 Umedecer o palito ou algodão na solução dentifrícia e proceder à limpeza dos dentes com os mesmos
cuidados de antes.
 Lavar a língua; usando o abaixador de língua.
 Lavar os lábios e lubrificá-los se estiver ressequido.
 Lavar e guardar o material usado.
 Cuidados
 Jogar o saco de papel com o material usado no lixo.
 Ensinar o paciente a deixar escorrer a água pelo canto da boca e não cuspi-la.
 Usar sempre soluções frescas e fracas para a limpeza da boca.
 Observações: as mesmas dos procedimentos anteriores.
Nos pacientes febris e naqueles que se encontram em estado grave, os cuidados de higiene da boca devem ser
repetidos a cada 4 horas, especialmente antes e depois da ingestão de alimentos; o doente deve ingerir bastante
líquido, para manter a umidade da mucosa da boca.
Todas as precauções devem ser tomadas para que ele não aspire líquido durante a higiene oral, então o
equipamento de aspiração deve estar à mão, para manter a boca e garganta livre de excesso de secreção
mucosa ou liquido.

f) Cuidados com a Dentadura Móvel


É de responsabilidade da equipe de enfermagem guardar em lugar seguro a dentadura ou a ponte móvel do
paciente, quando ele não tem condições de conservá-la na boca.
 Procedimentos:
− Retirar a dentadura com o auxilio de uma gaze e com todo cuidado para não machucar as gengivas.
− Proceder à limpeza das gengivas, língua e lábios.
− Escovar a dentadura, colocar em solução até ser recolocada na boca do paciente.
− Se o paciente estiver inconsciente ou submetido a uma cirurgia, a dentadura não devera ser recolocada.

2 - Banho no Leito
a) Conceitos
Os banhos favorecem a eliminação de impurezas e estimulam a circulação na pele; constituem de certa forma um
exercício moderado, relaxa o paciente e é, ao mesmo tempo, uma boa oportunidade para observá-lo:
Em geral, todos os pacientes que não podem andar, recebem todos os dias um banho completo no leito.
A enfermeira chefe irá informá-lo sobre o tipo de banho que cada enfermo deverá receber: completo, parcial, de
banheira ou de chuveiro.
A higienização da pele é de grande valia para o organismo humano, devido ás funções que desempenham, tais
como: excreção; respiração proteção, sensibilidade, regulação térmica.
b) Finalidades do banho
 Limpar a pele.
 Promover o relaxamento muscular.
 Estimular as glândulas sudoríparas.
 Ativar a circulação.
 Aliviar a sensação de fadiga e o desconforto da posição permanente e da umidade produzida pelo calor.
c) Material necessário
 Bandeja contendo:
 01 cuba rim com 03 compressas;
 01 jarro com água na temperatura de 40°C.
 01 jarro com água na temperatura natural;
 01 bacia;
 Luvas;
 01 cuba rim com termômetro para água;
 Escova de cabelos ou pente;
 01 saboneteira com sabonete;
 01 vidro de loção ou creme para fricção na pele após o banho;
 Talco.
 Material necessário fora da bandeja:
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 01 Comadre ou papagaio;
 Camisola ou pijama;
 Roupa de cama completa, incluindo as toalhas.
 Material acessório: 01 Hamper (para roupa usada); 01 balde; biombos.
d) Procedimentos
 Antes de iniciar o banho:
 Preparar o paciente psicologicamente, peça ao paciente que ajude na higiene durante o banho;
 Preparar o material;
 Preparar o ambiente: evitar corrente de ar, torná-lo privado por meio de biombos ou cortinas próprias;
 Colocar a cadeira aos pés da cama e a comadre ou papagaio sobre a cadeira;
 Colocar o material de banho sobre a mesinha de cabeceira e bem próximo do paciente;
 Remover o cobertor e o lençol, protetor do paciente, dobrá-los e colocá-los na cadeira;
 Cobrir o paciente, com o lençol de tratamento.
 Ao iniciar o banho
 Retirar a camisa ou camisola.
 Comece o banho lavando primeiro a face, o pescoço e as orelhas, secando-os com a toalha de rosto. Não use
sabão para lavar-lhe o rosto, a menos que ele deseje. Muitos doentes preferem lavar o rosto sozinho.
 Lave os braços, dispensando uma especial atenção às regiões axilares. Se for possível, lave-lhe as mãos
mantendo-as dentro da bacia com água; seque os dedos cuidadosamente; cubra-lhe em seguida os braços e as
mãos com um lençol.
 Lave o tórax, seque-o e cubra-o com uma toalha de rosto.
 Coloque o forro sob a região genital e cubra-a com uma toalha de banho; colocando a borda da toalha sob o
forro; lave em seguida o abdômen; prestando atenção especial ao umbigo e outras dobras, se estes locais
estiverem avermelhados, coloque uma fina camada de talco.
 Troque a água se estiver fria.
 Flexione o joelho do lado oposto e descubra a coxa; mergulhe o pé na bacia com água, para que fique de molho,
enquanto lava a perna e a coxa, colocando uma das mãos sob o joelho para dar maior apoio; por último lave o
pé.
 Proceda da mesma forma para lavar a outra perna; seque cuidadosamente os espaços entre os dedos do pé;
este é o momento para tratar dos pés e das unhas.
 Deite o paciente de lado. Coloque o forro na cama ao lado dele. Lave o dorso e os quadris e seque-os com a
toalha de banho, realizando movimentos longos;
 Coloque uma toalha sob as nádegas; entregue-a esponja ou o pano e o sabão ao paciente e peça-lhe que lave a
região genital. Se o paciente for incapaz de lavar-se sozinho, você terá que terminar o banho evitando expor o
doente desnecessariamente. Se for possível peça a um funcionário masculino para fazer isso no homem doente.
Os órgãos genitais da região perianal devem ser muitos bem lavados e secos para evitar assaduras e irritações.
 Se o paciente estiver cateterizado, lave muito bem a área em torno do cateter com água e sabão e seque
cuidadosamente, de forma a evitar o acumulo de secreções, evitando tracionar o cateter.
 Vista o paciente com um roupão ou um pijama limpo.
 Penteie-lhe os cabelos, protegendo o travesseiro com uma toalha de rosto.
 Arrume a cama, segundo a técnica já descrita,
 Recolha os materiais utilizados para o banho, lave-os e seque-os; leve a roupa de cama usada para a
lavanderia.
 Deixe o quarto em perfeita ordem. Verifique se as manivelas da cama estão viradas para dentro e se as rodas
dos pés da cama estão devidamente presas.
 Lave as mãos.
e) Cuidados
 Não expor o paciente evitando as correntes de ar.
 Usar creme ou loção oleosa para pele seca.
 Fazer o controle da temperatura da água com o termômetro deixando-a entre 36 a 40ºC.
 Trocar a água todas as vezes que for necessário.
 Não molhar a cama.
 Aparar e limpar as unhas assim:
 Escove cuidadosamente cada mão com a escova de unhas; enxágüe e seque; afaste gentilmente a
cutícula com a toalha, enquanto secar os dedos;
 Apare as unhas com lixa; massageie a pele com creme de mãos, se o paciente o desejar.
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 Não demore no fazer o banho para não cansar o paciente.


 Movimentar o paciente com delicadeza.
f) Observações
 Se o paciente tiver escaras, dispensar todos os cuidados necessários;
 Quando houver colostomia e/ou drenos, esvaziar as bolsas coletoras antes do banho ou trocá-la, depois
trocar as luvas e iniciar o banho;
 Registrar no prontuário do paciente todas as alterações observadas;
 O uso de máscara para banho é opcional como rotina. Levar em consideração os pacientes
altamente infectados

3 - As Massagens nas Costas Parei aqui


As massagens nas costas são feitas rotineiramente, como parte do banho de limpeza completo ou
parcial; podem ser feitas após o uso da comadre ou papagaio ou quando mudar de posição o
paciente incapacitado.
As unhas das enfermeiras devem ser conservadas curtas, para evitar ferimento no paciente durante a massagem; a
duração da massagem é de 3 a 5 minutos e é feita com movimentos longos e suaves.
 Finalidades:
 Estimular a circulação e auxiliar no combate às escaras de decúbito;
 Tem efeito calmante e refrescante.
 Procedimentos:
 Despeje uma pequena quantidade de álcool ou de loção na palma da mão aplique-a na pele e massageie com
movimentos suaves, porém firmes. Use o álcool ou loção na quantidade suficiente e se precisar, aquece-o.
 Comece na base da espinha e, com movimentos longos e suaves, massageie em direção
ao centro, em volta dos ombros e para baixo, dos lados das costas, 04 vezes. _ . -Co
 Repita o mesmo 04 vezes, fazendo o movimento longo e suave para cima e
movimentos circulares, voltando para baixo.
 Repita, mas quando voltar para baixo massageie
com a palma da: mão
 Fazer círculos pequenos.
 Repita os movimentos longos e suaves sobre os músculos como o 1º item.
 Observação: faça maior pressão no movimento para cima, em direção aos ombros, do que no movimento de

volta.

4 - Banho de Banheira ou de Chuveiro.


Se a condição do paciente permitir um banho na banheira ou de chuveiro pode ser usado com a
autorização do médico.
A enfermeira deverá preparar o banho, a banheira e o equipamento.
Observe qualquer sinal de fadiga e limite o tempo do banho para não mais de 10 minutos.
Devem se tomadas precauções especiais para evitar que o paciente escorregue.
Providencie um tapete de banho de borracha antiderrapante e observe para que não haja sabonete no piso do
chuveiro ou no fundo da banheira, o que poderá tornar a superfície escorregadia. Ensine o paciente a usar o
corrimão e a campainha, se houver mais instalações no banheiro. Dê ajuda necessária ao paciente na banheira,
enquanto toma o banho e quando sair dela. Nunca deixe o paciente sozinho por mais de 5 minutos e assegure-se
que a porta do banheiro não esteja trancada.

a) Material: sabonete, 2 toalhas de banho, toalha de rosto, tapete de banho, termômetro de banho, sais de banho,
cadeira ou banquinho, camisola, pijama, pente e chinelos.
b) Procedimento:
 Cumprimente o paciente e explique-lhe o procedimento.
 Leve o material para o banheiro e prepare tudo para o paciente.
 Encha a banheira pela metade com água á temperatura de 38° a 40°C, verificando com o termômetro de
banho.
 Ajude o paciente a colocar os chinelos.
 Ajude o paciente a despir-se.
 Segure a toalha de banho ao redor do paciente enquanto ele entrar na banheira e dê-lhe toda a assistência
necessária, respeitando a sua intimidade.
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 Ofereça-se para ajudar a lavar certas partes mais difíceis, como pés e as costas. Observe a pele; faça o
paciente descansar no caso que demonstre sinal de fraqueza, e esvazie a banheira.
 Segure a toalha de banho ao redor do paciente enquanto ele sai da banheira; seque-o completamente, vista-lhe
uma camisola limpa, os chinelos; enquanto faça-o sentar-se na banqueta.
 Acompanhe o paciente à unidade.
 Limpe a banheira, recolha a roupa de cama usada e arrume o banheiro.
 Anote a hora do banho e qualquer ocorrência.
c) Banho de Chuveiro
A técnica é a mesma, porém há necessidade de 2 tapetes de borrachas: um deve ser colocado no chão dentro do
boxe e o outro do lado de fora coberto com uma toalha, para que o paciente, ao sair do banho não pise no chão
frio.
d) Banho de Imersão
Este tipo de banho é prescrito pelo médico como terapia de algumas enfermidades e deve ser repetido 3 ou 4
vezes por dia. O paciente se senta na banheira ficando com as nádegas e a região genital imersas na água morna.

5 - Cuidados com os Cabelos


É necessário lavar a cabeça do paciente, quando no ato da admissão ela se apresenta muito suja ou
com pediculose.
A lavagem no leito é necessária, durante o período de hospitalização, quando as condições do
paciente não o permitirem o trabalho sozinho.

a) Finalidade: estimular a circulação do couro cabeludo; prevenção da pediculose; higiene e conforto do paciente.
b) Material:
 Bandeja contendo:
 01 vidro com sabão liquido, sabonete ou shampoo;
 01 recipiente com bolas de algodão;
 01 jarro com água na temperatura de 36º a 40ºC;
 01 irrigador completo com chuveirinho na extremidade da borracha;
 01 Bacia;
 Luvas para procedimento;
 01 vidro com a solução indicada, no caso de pediculose.
Fora da
bandeja:
 01 toalha de banho; Pente
 01 impermeável grande e um pequeno; 01 balde;
 Material necessário:
 Biombos – 01 suporte – jornais.

c) Procedimentos
 Para lavar os cabelos precisa da autorização do médico, pois lavar a cabeça no leito é um
processo muito cansativo para o paciente e suas condições de saúde pode impedi-lo.
 Avise o paciente sobre o procedimento para obter colaboração.
 Reúna o material ao lado da cama; proteja o paciente com um biombo.
 Coloque o balde na cadeira, protegendo-a com um forro de borracha.
 Coloque o outro forro plástico na cabeceira da cama, sob os ombros do paciente. Faça com que ele fique
deitado bem próximo a você. Coloque-lhe uma toalha em torno dos ombros; a cabeça deve ficar dentro do
acolchoado ou então dentro da calha de borracha improvisada.
 Para improvisar o acolchoado, enrole um pouco de jornal em um forro de borracha e junte as pontas formando
uma ferradura. Coloque as pontas dentro do balde de modo a formar uma calha por onde a água pode escorrer.
A cabeça do paciente deve ficar apoiada sobre a bacia formada pela curva da ferradura; as bordas da calha
devem ser suficientemente elevadas para evitar que a água extravase.
 Enrole as cobertas até a cintura do paciente; coloque-lhe o forro de pano sobre o peito; proteja os olhos com
uma esponja ou pano e o ouvido com algodão.
 Umedeça o cabelo com água morna e esfregue bem com shampoo, procurando colocar tampões de algodão nos
ouvidos do paciente, para evitar o acúmulo de água nos canais auditivos; ensaboe e enxágüe alternadamente
até que o cabelo e o couro cabeludo estejam limpos; se precisar use creme, retirando-o em seguida com água
limpa.
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 Seque o cabelo do paciente com uma toalha ou com o secador; penteie ou escove o cabelo, deixando-o bem
ajeitado.
 Retire a calha e o forro plástico, coloque o lençol e o travesseiro no lugar e faça com que o paciente fique
confortável.
 Retirar o material e guardá-lo bem limpo no seu devido lugar.
 Deixe a unidade em ordem; anote o tratamento realizado e o horário.
6 - Como fazer a Barba
Todo paciente de sexo masculino deve ser barbeado durante o banho matinal. Entretanto o enfermo poderá estar
incapacitado a ponto de não poder fazer a barba sozinho.
a) Material
 Barbeador elétrico do paciente e loção ou aparelho de barbear com lâminas novas;
 Água quente, loção de barbear, creme e pincel;
 Toalhas; loção após-barba ou talco.
b) Procedimento
 Reúna todo o material ao lado da cama.
 Coloque uma toalha sobre o peito do paciente.
 Se for usar o barbeador elétrico, aplique a loção apropriada, faça a barba e em seguida aplique a loção após
barba.
 Se for usar o aparelho de barbear, proceda assim:
− Lave o rosto do paciente com água e sabão; passe em seguida sabão ou creme de barbear, fazendo bastante
espuma com o pincel; deixe ficar por alguns minutos;
− Comece a fazer a barba pelas têmporas e siga o contorno da face em direção ao queixo, mantendo a pele
esticada com uma mão e barbeando com a outra;
− Passe água na lâmina com freqüência para remover os fios de barba recortados
− No pescoço, faça movimentos de baixo para cima;
− No lábio superior, os movimentos devem ser de cima para baixo;
− Retire o excesso da espuma de sabão remanescente, bem como os fios de barba cortados;
− Em seguida seque a face com uma toalha de banho;
− Aplique loção após-barba ou talco;
− Arrume a cama do paciente.
− Limpe e guarde o material; anote o que foi feito.

7 - Como colocar e retirar Comadre e Papagaio


a) Conceitos
É através das eliminações que se pode considerar o funcionamento normal do organismo e
detectar qualquer anomalia que esteja ocorrendo, como por ex:
− Fezes com sangue (hemorragia digestiva);
− Fezes gordurosas (má absorção de gorduras);
− Urina muito escura (insuficiência renal);
− Urina cor de coca-cola (hepatite etc)

Por isso é que após cada eliminação (fezes, urina, vômito) é preciso que se observem e se anotem as
características das mesmas, considerando os aspectos seguintes: freqüência, odor, quantidade, coloração e
consistência.
Os alimentos que ingerimos pelo organismo servem para diferentes funções, de acordo com os tipos de nutrientes
que contem. Os resíduos alimentares, não absorvidos através do intestino delgado, são impelidos ao intestino
grosso, transformando-se em matéria fecal, que é eliminada pelo organismo através do ânus, como também pelos
rins, sob a forma de urina; os produtos da eliminação são tóxicos e prejudiciais ao organismo.
Entre outras, existem duas razões muito importantes para oferecer a comadre (para as mulheres) e o compadre
ou papagaio (para os homens); são:
− Necessidade da expulsão dos produtos tóxicos do organismo;
− Necessidade de estimular o funcionamento do intestino.
b) Horários para oferecer comadre ou papagaio
 Antes das refeições;
 Antes do horário de visitas;
 Na hora de dormir;
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 Sempre que o paciente necessite.


c) Material
 Comadre com coberta;
 Compadre ou papagaio com coberta;
 Papel higiênico.
Comadre, compadre ou papagaio são objetos de uso individual, por tanto, em cada mesinha do paciente deve
existir este material, caso contrário providencie.

d) Procedimento para colocar COMADRE


 Apanhe a comadre com a tampa (se tiver) na mesa de cabeceira; a comadre deverá
estar aquecida. Isso pode ser feito rapidamente, fazendo correr água morna sobre ela e
secando-a bem antes de entregá-la ao paciente.
 Proteja o doente colocando biombo e lave as mãos.
 Guarde a tampa da comadre sob o colchão, nos pés da cama.
 Dobre uma das pontas da coberta.
 Peça ao paciente que flexione os joelhos, colocando a planta dos pés de encontro á cama e ajude-o a erguer o
quadril, apoiando-se nas palmas das mãos. Com uma das mãos, erga o paciente na parte inferior do dorso,
enquanto a outra mão coloca a comadre em posição correta. Retire os lençóis e afaste um pouco o roupão do
paciente para que não fiquem molhados. Recoloque a coberta no lugar.
 Levante a cabeceira da cama de o doente assim o desejar e se for permitido.
 Apanhe o papel higiênico na mesa de cabeceira e coloque-o ao alcance do paciente.
 Coloque o fio da campainha ao alcance dele e saia do quarto, orientando-o para chamá-la quando precisar.
 Para retirar a comadre, erga o dorso do paciente com uma das mãos enquanto puxe a comadre com a outra;
coloque a tampa; tenha cuidado para não tracionar a pele ao retirar a comadre, pois poderá provocar uma lesão.
Se o paciente estiver incapacitado, deite-o de lado enquanto você retira a comadre. Limpe a região perianal
devidamente, usando papel higiênico bem dobrado; se for necessário, use também uma esponja ou algodão,
água e sabão e faça uma lavagem externa.
 Ofereça água e sabão ao paciente para lavar as mãos, se ele tiver participado ativamente.
 Arrume as cobertas.
 Jogue, depois de examiná-lo, o conteúdo da comadre no vaso sanitário. Lave em seguida a comadre com água
fria e escova; em seguida envie para esterilização.Seque a comadre e guarde-a no seu devido lugar.
 Lave as mãos.
 Anote a cor e a consistência das fezes e a cor e o volume de urina, se necessário.
f) Procedimento para colocar a comadre em um paciente que precisa de assistência
 Lave as mãos e coloque um biombo e apanhe a comadre da mesinha de cabeceira.
 Eleve a cama ate a altura em que você possa trabalhar facilmente.
 Erga a grade da cama do lado oposto e peça ao paciente para virar-se de costas,
apoiando-se na grade da cama do lado oposto e peça ao paciente de virar-se de costas, apoiando-se na grade
se for necessário.
 Enquanto ele estiver nesta posição, coloque a comadre de encontro às nádegas e peça-lhe que se vire sobre
ela. A comadre deve ficar em boa posição para evitar acidentes e lesões da pele.
 Levante a outra grade e erga a cabeceira se for permitido.
 Caso o paciente seja obeso, esteja gravemente ferido ou doente, você precisará da ajuda de seus colegas para
realizar esse procedimento.
 Para retirar a comadre vire novamente o paciente em direção à grade que está levantada.
 Se for preciso, deverá fazer a higiene do paciente após a evacuação ou a micção, evitando expor o paciente.
Limpe com papel higiênico e se for necessário faça uma limpeza dos órgãos genitais e da região perianal com
água e sabão; neste caso, não esqueça de secar o paciente com cuidado.
 Deixe o paciente seco e confortável e permita que ele lave as mãos. Deixe a unidade em ordem.
 Esvazie e limpe a comadre, colocando-a em seguida no seu devido lugar.
 Lave as mãos; anote o volume, a cor, a consistência e o aspecto do material eliminado.
g) Como colocar e retirar o COMPADRE ou PAPAGAIO.
 Material: compadre ou papagaio com sua coberta.
 Procedimento
 Apanhe o compadre ou papagaio com a coberta da mesinha de cabeceira ou no banheiro.
 Proteja o paciente com biombo.
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 Se o paciente for capaz de movimentar-se, ponha o compadre coberto ao alcance dele; deixe a campainha ao
seu alcance, explique o procedimento e diga de chamar quando terminar.
 Se o paciente precisar de assistência, evite situações embaraçosas e desnecessárias. Estique-lhe as pernas
para que ele possa sustentar o compadre. Segure o compadre com uma das mãos e introduza o pênis nele. Se
o paciente não poderá sustentar o compadre com as pernas, você deverá segurá-lo evitando respingos.
 Cubra o compadre e leve-o para a sala de material; examine o contendo anote o volume, se necessário.
 Esvazie o compadre no vaso sanitário lave-o com água fria e desinfetante.
 Enche o compadre com solução desinfetante por uns 10 minutos.
 Lave-o, seque-o e guarde-o no devido lugar.
 Lave as mãos e faça com que o paciente lave as suas.
 Anote no prontuário a cor, o volume da urina.
 Observações: Muitos doentes têm dificuldade para urinar quando estão acamados. Se o paciente puder
levantar, ajude-o a ficar de pé ao lado da cama e coloque o compadre na posição correta e dê-lhe apoio até que
terminar.

8 - Lavagem Externa ou Períneal simples


A Lavagem Externa simples é a higiene simples ou asséptica da vulva, do períneo e do ânus, feita após a micção ou
defecação em casos especiais e partos.
a) Finalidades
Prevenir infecções; preparar para o cateterismo vesical; preparar para exame ginecológico; promover o conforto do
paciente; combater infecção quando já instalada.
b) Indicações
 Diariamente pela manhã ou por ocasião do banho;
 Após micção ou defecação ou em caso de corrimento abundante;
 Em caso de menstruação (paciente-acamado).
c) Material - Bandeja contendo:
 01 jarro com água na temperatura de 40°C, 01 biombo;
 01 cuba rim com 05 pedaços de algodão
 01 par de luvas; 01 impermeável forrado;
 01 cuba redonda; 01 saco de papel;
 01 vidro com sabão liquido.
 Fora da bandeja: Comadre com coberta e lençol de tratamento.
 Soluções usadas devem ter indicação
d) Procedimento
 Avise o paciente o que vai fazer e cerque-o com biombos.
 Coloque a bandeja sobre a mesinha e a comadre sobre a cadeira.
 Dobre a colcha e o lençol em leque e cubra o paciente com o lençol de tratamento; coloque o paciente em
posição ginecológica.
 Ponha o impermeável forrado sob o paciente e coloque também a comadre sob o paciente.
 Calce as luvas depois de ter lavado as mãos.
 Separe os lábios da vulva com uma das mãos e despeje a solução do jarro sobre a vulva, segurando o jato cerca
de 15 cm acima do púbis (fig. acima) ou despeje o jarro de modo que o líquido escorra sobre o períneo.
Umedeça os pedaços de algodão com a solução e use-os para remover corrimentos aderentes, esfregando a
região perivulvar e anal com movimentos de cima para baixo, usando um em cada movimento. Com a mão
enluvada limpe a vulva com algodão jogando os pedaços na lata de lixo não na comadre. Evite a área ao redor
do ânus, usando uma parte limpa do pano de banho.
 Quando se tratar de um paciente de sexo masculino, levante o pênis e exponha o prepúcio, limpando-os.
 Enxugue bem com os pedaços de algodão, iniciando pelo lado mais distante.
 Aplique as pomadas ou cremes prescritos.
 Vire o paciente para o lado e uma posição de Sims, para expor a área anal. Limpe, enxágüe e seque a área anal
e remova a comadre e retire o impermeável.
 Deixe o paciente confortavelmente e o ambiente em ordem.
 Retire o material, leve-o para a sala de serviços, lave-o, faça a desinfecção do material, enxugue e guarde.
 Lave as mãos. Anote a hora, tipo de solução usada, natureza e quantidade de corrimentos; informe de qualquer
anormalidade.
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2- Lavagem Externa Asséptica


a) Finalidades: evitar o aparecimento de infecções após o parto e intervenções cirúrgicas, no períneo e regiões
vizinhas. Os procedimentos são idênticos ao da lavagem externa simples, só há diferença no material.

9 - Como Assistir um Paciente com Náuseas e Vômitos


a) Conceito
 Eliminação: é o processo de expulsão ou secreção, especialmente de resíduos orgânicos.
 Náusea: é a sensação de mal-estar na região do estômago, com aversão peIa comida e tendência a vomitar.
 Vômito ou Êmese: é a expulsão violenta do conteúdo gástrico pela boca. A origem dos vômitos é bem diversa
e a natureza depende do conteúdo do estômago.
O vômito pode ser:
 Vômito em pó de café: consiste de sangue alterado e do estômago;
 Vômito estercoráceo: expulsão da matéria fecal pelo vômito causado por obstrução intestinal;
 Vômito negro: matéria vomitada escura, que consiste de sangue digerido e conteúdo gástrico;
 Vômito pernicioso: vômito que ocorre, ocasionalmente, na gravidez e se torna tão prolongado e excessivo
que chega a ameaçar a vida;
 Vômito projétil: forma de vômito na qual o conteúdo do estômago é súbita e violentamente expelido pela
boca a certa distância, geralmente sem náuseas.
b) Material necessário
Cuba rim; lenços de papel ou pedaços de gazes; campo simples ou toalha.
c) Procedimento
 Caso o paciente não esteja deitado, deite-o imediatamente e coloque-o em posição adequada com a cabeça
ligeiramente levantada. Auxilie no que for necessário, como colocando a cuba sob o queixo e segurando a
cabeça com a outra mão.
 Proteja o paciente contra os odores indesejáveis e desagradáveis.
 Procure levantar o moral do paciente.
 Tome todas as medidas que impeçam a estimulação dos vômitos.
 Proporcione condições de segurança ao paciente e ventile o ambiente.
 Quando o paciente acabar de vomitar, dê-lhe água para lavar a boca e eliminar o sabor desagradável.
 Lave a cuba rim e proceda a desinfecção, antes de colocá-la em uso.
e) Observações
 Observe o tipo de vômito, o conteúdo e meça a quantidade, se necessário.
 Registre no prontuário os detalhes, se ou não acompanhado de dor.
 Comunique o fato á enfermeira chefe ou ao médico plantonista.
 Guarde a amostra do vômito, se for necessário.
 Saiba distinguir vômito de expectoração.

10 - Alterações do Equilíbrio de Líquidos


Quando uma pessoa está sadia, as perdas de líquidos são compensadas pela entrada de líquidos com os alimentos
e as bebidas, e a quantidade de água do corpo se mantém constante. Pode ocorrer que o equilíbrio se rompa e
produza um aumento ou diminuição dos líquidos corporais. Quando há uma queda do líquido corporal, diz-se que
a pessoa está desidratada. Se uma pessoa não elimina a água que bebe, e esta se acumula no organismo, fala-se
em retenção de líquidos. Um tecido com um excesso de líquidos está edemaciado ou com edema. As causas da
alteração do equilíbrio de líquidos são as perdas excessivas, que não podem se recuperar, e a falta de eliminação
do líquido ingerido.
a) Perda Patológica de Líquidos
Ocorre quando falham os mecanismos normais de controle da perda de líquidos ou quando um destes
mecanismos funciona de maneira inadequada.
 As causas mais freqüentes da perda patológica de líquidos são:
• Diarréia. A irritação do tubo digestivo provoca, por algum motivo, a passagem rápida do alimento,
impedindo que seja absorvido pela água que o acompanha, produzindo então uma perda exc essiva de
água. Nesse caso, não é possível compensar aumentando a ingestão, porque também seria eliminada.
• Vômitos. Ocorrem quando a irritação se produz no estômago e se expulsa a comida acompanhada de sucos
digestivos com grande perda de líquidos. Às vezes os vômitos continuam até que não haja alimento no
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estômago, expulsando sucos digestivos e água. Da mesma forma que na diarréia, não se pode ingerir líquidos,
porque irritariam mais o estômago e tornariam pior a situação. E comum a associação de vômitos e diarréia.
• Hemorragias. Nas feridas ou traumatismos graves com perda importante de sangue.
• Queimaduras. Quando em uma queimadura ocorre a destruição da camada externa da pele e se perde a
função protetora isolante desta. Todos já sofremos alguma vez uma pequena queimadura e observamos como
aparece rapidamente uma transpiração. Dessa forma, pode-se perder grande quantidade de líquido,
especialmente se a queimadura é extensa.
• Alterações do funcionamento do rim. Ocorrem quando há alteração do hormônio que regula a recupera-ção
de água pelo rim (hormônio antidiurético).
• Drenagens e secreções. As drenagens de uma ferida cirúrgica ou as secreções excessivas pela mucosa da via
respiratória podem representar outra forma de perda de líquido, podendo ser maior ou menor.
Qualquer uma dessas patologias pode produzir um estado de desidratação generalizada que deve ser controlada
pela equipe de saúde e, muitas vezes, assistida em um hospital para repor os líquidos perdidos
b) Retenção Hídrica
A dificuldade para eliminar líquidos é ocasionada por uma falha do sistema excretor, considerando que, se este
funciona bem desta forma, não há nenhum problema de entrada excessiva. Quer dizer, a pessoa que tem
costume de beber muita água não tem nenhum problema, visto que os rins a eliminam com facilidade.
 As causas de retenção de líquido mais freqüentes são:
• Alteração do próprio rim (insuficiência renal) e outras vezes por falha dos hormônios reguladores da função
renal (hormônios das glândulas supra-renais).
• O mau funcionamento do coração (insuficiência cardíaca) também provoca retenção de líquidos.
• As alterações da circulação também podem produzir acúmulo excessivo de líquido no corpo. É comum
produzir edema nas pernas de pessoas com varizes e também nas pessoas que permanecem muito tempo de
pé sem movimentar as pernas. Esses edemas não são graves, na maioria dos casos, e podem
melhorar com o exercício para aumentar a circulação nas pernas e procurando mantê-las elevadas.
• Durante a gravidez é freqüente uma leve retenção de líquido, que em geral não acarreta nenhum problema.
c) Como Realizar o Controle Hídrico
Nos pacientes hospitalizados por algum dos problemas anteriores e em outros pacientes internados para
acompanhar a sua evolução é freqüente controlar sua ingestão e perda de líquido para poder avaliar e manter o
equilíbrio orgânico. É o que chamamos de fazer o balanço hídrico e estará indicado nas prescrições médicas.
Realizar o balanço hídrico de um paciente é função da equipe de enfermagem
 Balanço Hídrico - Consiste em anotar a quantidade de líquido que um paciente recebe e suas perdas ou
eliminações pelas vias já conhecidas. Essas anotações são feitas por um período de vinte e quatro horas. Cada
hospital tem sua rotina quanto ao momento do início e término. E importante iniciar o controle hídrico pela manhã
(8:00) da manhã) e terminar no mesmo horário do dia seguinte, para encaminhar ao laboratório. As quantidades de
líquido são medidas em mililitros.
 Líquidos ingeridos
• Bebidas: anota-se tudo o que o paciente bebe, isto é, água, sucos, leite ou chás. O paciente não deve ter água
sobre a mesinha de cabeceira, visto que pode ria beber sem se lembrar de avisar. Solicitamos que nos avise
quando tenha sede e nós lhe daremos a água ou a bebida, verificando a quantidade que ele bebeu,
anotando a hora e a quantidade no gráfico do paciente.
• Comidas: as sopas e os caldos são considerados líquidos. As frutas e ver duras são consideradas como tendo
grande conteúdo de água. Anotar o que o paciente comeu e a quantidade.
• Soro: quando o paciente recebe soro por uma veia ou de outra forma, deve ser anotada a quantidade de soro
que recebeu e o tempo que demorou para ser infundido.
• Sondas e clisteres: os líquidos que são introduzidos no organismo por meio de sonda ou clister (pelo reto)
também devem ser anotados.
 Eliminados ou Perda Líquida
• Suor: a quantidade de líquido perdido desta maneira é muito variável e não pode ser medida com exatidão. Os
hospitais estabelecem alguns valores em relação à temperatura ambiente e especialmente em relação à febre. O
pessoal de enfermagem deve conhecer as rotinas do hospital.
• Respiração e evaporação através da pele: tanto quanto no caso anterior, devem ser conhecidos os valores
que o hospital assinala como normais.
• Fezes: se são consistentes, anotar que ocorreu eliminação intestinal e foram encontrados entre 100 e 200 ml de
perda de líquido.
• Diarréia e vômitos: é conveniente medir a quantidade de líquido perdida desta maneira. Pode ser desagra-
dável, porém é preciso controlar os líquidos. Em ambos os casos, além de medir o volume é importante observar
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o aspecto da diarréia ou o do vômito.


• Drenagens e outras saídas de líquidos: especialmente em pacientes cirúrgicos, s perdas de líquido pelas
drenagens podem ter importância e devem ser medidas e anotadas. Para tanto, costuma-se conectar a
drenagem a uma bolsa graduada, como as de urina, que a armazenam. Igualmente, mede-se qualquer líquido
drenado pela aspiração de alguma cavidade ou de outra parte, como os pulmões.
• Urina: a quantidade de urina produzida por uma pessoa durante o dia chama-se diurese. Nos hospitais recebe o
nome de controle de diurese de 24 horas.
 Controle da Urina de Vinte e Quatro Horas
Os pacientes que realizam a diurese de 24 horas ou o controle de urina podem estar em situações
diferentes, que influem na forma como este controle é realizado. Quando o paciente é ambulatorial é importante
explicar todos os pormenores e como realizá-lo em casa. Estudaremos em seguida as normas a serem
obedecidas nas possíveis situações.
 Controle de Diurese por Eliminação Espontânea
O paciente precisa ter consciência da importância de controlar todas as urinas do dia; para isso, explicar com
clareza o que vai ser feito e a importância de sua colaboração. Os hospitais costumam iniciar o controle nas
primeiras horas do dia (7 horas) até o dia seguinte no mesmo horário.
− Antes de começar, pedir que o paciente urine. Essa urina é descartada
− A partir deste momento, o paciente é orientado para avisar quando tiver vontade de urinar.
− O paciente deve urinar todas as vezes em um recipiente (papagaio). Medir o volume de cada micção e anotar no
gráfico a hora e o volume eliminado.
− No dia seguinte, no mesmo horário do início, pedimos ao paciente que urine e, somando o volume desta urina a
todas as anteriores, teremos a diurese do paciente, que será anotada no gráfico.
− Neste momento, quando necessário, iniciar a diurese do dia seguinte, seguindo a mesma norma.
− Outras vezes acumula-se a urina em um recipiente grande e mede-se todo o volume de urina existente nas 24
horas. A urina sempre é guardada quando é necessário enviá-la para o laboratório para análise.
 Cuidados de Enfermagem
- Controle e registre os líquidos ingeridos e eliminados, seguindo recomendações médicas, quanto à
quantidade.
- Controle e registre os sinais vitais.
- Controle as eliminações (urina e fezes) de forma correta.
- Controle o peso do paciente diariamente.
- Observe a presença de vômitos.
- Observar com rigor se está havendo equilíbrio entre os líquidos ingeridos e os eliminados.
- Registrar no prontuário os líquidos ingeridos e eliminados
- No final de 24 horas, fazer avaliação de quanto o organismo ganhou e perdeu.

MEDIDAS DE CONFORTO

1- Conforto
O Conforto do paciente não consiste apenas nas condições físicas que lhe oferecemos; entre as múltiplas
necessidades do paciente, convém lembrar a importância de eliminar ou amenizar as suas preocupações e
ansiedades.
Define-se Conforto como sendo o gozo de bem-estar físico e mental; proporcionar conforto é um aspecto constante
na assistência de enfermagem, tanto nos procedimentos técnicos como atitude do seu pessoal.
Fatores físicos psicossociais e espirituais contribuem para o estado de conforto; estes fatores são interligados e
interdependentes.
a) Fatores físicos
 Repouso - Compreende-se como repouso como sendo a cessação de exercício ou movimentos, ou mudança de
atividade, ou ausência de fadiga consciente.
O repouso mental se traduz pela tranqüilidade e paz de espírito demonstrada pelo paciente.
O repouso físico é utilizado no tratamento de muitas doenças; esse repouso em alguns casos deve ser absoluto,
isto é, o paciente deve permanecer no leito às 24 horas.
 Sono é uma condição na qual as atividades do sistema nervoso estão diminuídas e determinam a abolição total ou
parcial da consciência. O repouso muitas vezes, induz ao sono; o sono tranqüilo proporciona repouso.
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 Boa Postura - É o bom relacionamento das partes do corpo durante as atividades corporais. A boa postura
proporciona repouso, relaxamento e contribui para o bom funcionamento dos órgãos. Para os pacientes internados
manter boa postura é importante para: obter relaxamento e repouso, auxiliar na boa expansão pulmonar, evitar
contraturas e deformidades.
b) Fatores Psicossociais e Espirituais
O paciente hospitalizado sente:
 Necessidade do convívio familiar: quando internado, o paciente separa-se dos seus familiares; sente que está
só, num meio estranho, preocupado consigo mesmo e com os seus;
 Necessidade de distrações: a solidão e a monotonia do hospital pesam sobre o paciente; as distrações
promovem o esquecimento de si mesmo e diminuem a solidão;
 Necessidade de ser aceito com um ser único, distinto dos demais e assim tratado: o doente tende a se sentir
minimizado despersonalizado; transformado num número ou num caso a mais e se ressente disso;
 Necessidades espirituais: a doença leva as pessoas a pensarem na morte, a fazer revisão de seus valores
espirituais; o medo da morte ou do desconhecido; o apego á vida geram o desespero, a inconformidade e ás
vezes a revolta; esses sentimentos, expressos ou não, perturbam a tranqüilidade de espírito.
c) Meios para proporcionar Conforto
 Conforto Físico - O paciente obtém conforto físico quando lhe proporcionamos: ambiente agradável, limpo,
arejado, em ordem; escuridão ou penumbra silêncio, temperatura adequada, ar fresco induzem ao sono; leito
confortável e condições de boa postura, quando deitado, sentado ou andando; exercícios moderados
(deambulação ou mobilização passiva, de acordo com a sua condição).
 Conforto Psico-Social e Espiritual - Pode ser conseguido em maior ou menor grau, através e recursos tais
como: proporcionar facilidades para visitas; orientar os familiares e amigos para manter uma atitude otimista
diante do paciente; incentivar pequenas atenções por parte de parentes e amigos, como flores, livros, cartas;
considerar cada paciente um ser distinto, com necessidades próprias; respeitar a sua individualidade;
incentivar o cuidado da sua aparência; proporcionar distrações, como: TV, rádio música, leitura, jogos,
trabalhos manuais, conversações em grupo; proporcionar oportunidade para que o paciente se liberte de suas
preocupações ou encontre ajuda espiritual sem imposição; facilitar as práticas religiosas e o contato com
ministros da sua religião.

2 - Posições para o Conforto do Paciente


a) Posição em Decúbito Dorsal (D.D.)
È a posição em que normalmente se mantém o paciente na cama. Colocar o paciente deitado sobre o dorso, de
modo que a face anterior do tórax e abdome fiquem para cima e a coluna vertebral permaneça em posição reta.
 Cuidados: manter os membros superiores distendidos e relaxados. Manter os inferiores distendidos, relaxados
ou ligeiramente flexionados ao nível dos joelhos.
b) Posição Decúbito Ventral (D.V.)
Deitado sobre o abdome com a cabeça virada para um dos lados, a fim de facilitar a livre respiração.
 Cuidados: manter os membros inferiores distendidos; manter os superiores distendidos ao longo do corpo ou
levantados para cima e flexionados, se necessário.
c) Posição de Fowler
É uma posição semi-sentado, em que a articulação da cama corresponde à cabeça, com elevação de 45°.
A posição de Fowler pode ser: Fowler baixo - médio - alto.
Em cada caso os joelhos do paciente podem ser elevados a uma posição equivalente à metade da altura da
cabeceira.
 Finalidades da Posição de Fowler
 Facilitara respiração, evitando que as vísceras abdominais comprimam o diafragma.
 Evitar a estase de decúbito, principalmente em velhos.
 Facilitar a localização e drenagem de sangue, pus etc., nas cavidades torácica e abdominal.
 Provocar relaxamento da parede abdominal, diminuindo a tensão dos músculos do ventre, facilitando a
cicatrização das feridas e diminuindo a retenção de gases.
 Aliviar a dispnéia, principalmente em pacientes cardíacos.
 Prevenir a lombalgia.
 Evitar tromboflebite.
 Prevenir escaras de decúbito.
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Professor: Enfº Thiago Almeida

d) Posição de SIMS
É uma posição semelhante ao decúbito lateral, só que o peso do paciente recai sobre a face
anterior da articulação do ombro e quadril; flexionar bem o membro inferior esquerdo, de modo que
o joelho fique o mais próximo possível do tórax. Esta posição é usada para permitir melhor
exposição e acesso à região anal nos exames patológicos e tratamentos, tal como na enteroclise.

3 - Como Mobilizar e Erguer o Paciente (Regras Gerais)


A expressão mecânica corporal refere-se aos princípios que determinam a boa postura, o
equilíbrio e o movimento; esses três elementos devem ser coordenados de forma a produzir o máximo
de energia com o mínimo de esforço
A mecânica corporal correta utiliza o sistema ósseo como suporte e alavanca; os músculos,
para produzir equilíbrio e movimento; o sistema nervoso, para controlar os músculos.
A gravidade interfere no equilíbrio do corpo, sendo que o centro de gravidade do corpo está localizado na
região pélvica; os pés servem como suporte para os movimentos e evitam as quedas.
A auxiliar de enfermagem ou o técnico deve praticar a boa mecânica corporal para evitar
esforços exagerados; cansaço e lesões corporais (fig. ao lado). A máxima utilização dos músculos
grandes e fortes evitará tensão nos músculos mais fracos, por isso os músculos do quadril, da
coxa e da perna, sendo mais fortes, devem ser usados sempre que possível.
O centro de gravidade é abaixado e por isso mais estável, quando se flexionam os joelhos, ao invés de inclinar
o corpo. Quando se transportam objetos pesados, o equilíbrio do corpo será melhor, se o objeto for mantido junto
ao corpo.
Outros princípios para se obter uma boa mecânica corporal, são os seguintes:
 Mudar de posição quando se quer aliviar os músculos.
 Os movimentos de puxar, rolar e empurrar exigem menos esforço físico do que o movimento de erguer.
 Quando precisar abaixar-se, mantenha o corpo reto, flexione os joelhos, afaste os pés e utilize os músculos da
coxa para mover o corpo para cima ou para baixo.
 Abaixe a cabeceira da cama quando for erguer um paciente; assim você estará diminuindo a resistência.
 Sempre que for começar o trabalho, coloque a cama do paciente na posição mais adequada.
 Ao lidar com o paciente, realize movimentos suaves para não provocar vibrações, solavancos, nem lhe causar
desconforto.
 Quando se virar, faça-o com todo o corpo em vez de girar apenas o tronco.
 Quando executar um movimento de tração, use o peso do corpo para auxiliar a musculatura das coxas.

4 - Como mobilizar o Paciente no Leito


O paciente deve ser movimentado pelo menos uma vez por hora, caso não seja capaz de fazê-lo sozinho; a
circulação melhora com o processo de movimentação. Se for possível o paciente deverá ter á mão equipamentos
que o ajudem a movimentar-se sem a ajuda da enfermagem.
a) Como puxar o colchão para cima
Estando o paciente no leito e sendo ele capaz e cooperar, siga as seguintes instruções:
 Retire os travesseiros e faça com que a cama fique totalmente horizontal;
 Peça ao paciente para segurar as barras da cabeceira da cama;
 Fique de pé ao lado da cama, solte o lençol de forrar e segure firme as alças do colchão; coloque um dos pés à
frente do outro, flexione os joelhos e o quadril, mantendo o dorso reto e tracione o colchão em direção á
cabeceira.
Obs.: Se o paciente não for capaz de cooperar, serão necessárias duas pessoas, uma de cada lado.
 Solte o lençol de forrar e segure firme as alças do colchão;
 Coloque um pé na frente do outro e flexione os joelhos e o quadril; puxe o colchão para cima enquanto a
outra pessoa faz o mesmo do outro lado da cama.
b) Como ajudar o paciente a sentar-se
 Eleve a cabeceira da cama.
 Passe um dos braços por baixo dos ombros do doente sustentando-lhe a cabeça e o pescoço. O enfermo poderá
ajudar, passando o braço por baixo do seu apoiando a mão em seu ombro (fig. ao lado).
 Conserve as costas retas e flexione os joelhos e o quadril; afaste os pés a uma distância de aproximadamente
30 cm para obter o equilíbrio ideal.
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 Coloque uma das pernas o mais próximo possível da cama que está atrás de você; transporte o seu peso do pé
anterior para o posterior utilizando para isso os músculos da perna, á medida em que ergue o paciente para a
posição sentada.
 Se o paciente não colabora, atue assim.
 Vire o paciente de lado, voltado para a borda da cama em que você se encontra.
 Vire-se de frente para cabeceira da cama, colocando a perna que está mais próximo a ela um passo á frente
da outra perna.
 Passe um braço sob os ombros do paciente e o outro sob as coxas; flexione os joelhos, erga os ombros, e,
enquanto ele gira, traga suas pernas para a borda da cama.
c) Como movimentar o paciente em direção à cabeceira da cama.
Se o paciente pode cooperar, proceder deste jeito.
 Retire os travesseiros e coloque um encostado à cabeceira da cama para evitar que o
paciente machuque a cabeça quando for movimentado; fique de pé junto á cama.
 Coloque uma das mãos sob os ombros do enfermo e a outra sob o quadril ou então peça a ele que passe o
braço sob o seu, apoiando a mão em seu ombro (fig. ao lado).
 Peça ao paciente que flexione os joelhos e que segure as barras da cabeceira da cama, fazendo pressão com
os pés sobre ela e tracionando as barras para ajudá-la a erguê-lo em direção á cabeceira.
 Vire-se de frente para a cabeceira; afaste os pés, colocando um à frente do outro, sendo
que o pé, mais próximo da cama, fica para trás; flexione os joelhos e o quadril, fazendo
com que seus braços fiquem ao nível do colchão.
 Com o auxilio do paciente, transfira o peso do pé que está atrás para o que está na
frente, elevando assim o doente na cama.
 Quando o paciente não pode colaborar, são necessárias duas pessoas para realizar essa técnica, ficando
uma de cada lado da cama.
 Retire o travesseiro.
 Flexione os joelhos do paciente.
 Coloque uma das mãos sob os ombros do enfermo e a outra sob o quadril; outra pessoa deve fazer o mesmo
do outro lado da cama.
 Mantenha as costas retas, afaste os pés 30 cm cerca, para obter equilíbrio e flexione os joelhos e o quadril;
erga o paciente junto com a outra pessoa, transferindo o peso da perna que está atrás para a que está na
frente.
d) Como virar o paciente sobre o lado.
 Coloque a cama em uma altura que lhe permita trabalhar confortavelmente.
 Fique de pé no lado da cama para o qual o paciente vai ser virado.
 Faça com que um dos braços do paciente fique atravessado sobre o tórax e estenda o outro para frente para
que ele não role sobre este braço.
 Flexione ligeiramente os joelhos do doente e cruze a perna que está mais distante sobre a que está mais
próxima (fig. ao lado).
 Dê um passo à frente, flexione os joelhos e o quadril e mantenha o dorso reto.
 Segure com uma das mãos o ombro do paciente que está mais afastado e com a outra o
quadril do mesmo lado.
 Vire o paciente em direção a si, transferindo o seu peso da perna da frente para a de trás.
 Mantenha o paciente em postura correta.

e) Como mobilizar o paciente em direção à borda da cama


 Ajuste a cama até que fique na altura adequada.
 Fique de pé no lado da cama para o qual o doente deverá ser deslocado.
 Afaste os pés, colocando uma perna na frente da outra; flexione os joelhos e o quadril.
 Alcance o ombro do paciente que está mais longe passando um braço sob as suas costas, e com o outro,
segure os quadris da mesma forma.
 Transfira o peso de uma perna para a outra, enquanto desloca o enfermo para a beira da cama (fig.ao lado).

f) Como colocar e retirar o paciente da cadeira de rodas


Se o paciente puder cooperar, siga as seguintes instruções.
 Coloque a cadeira de rodas ao lado da cama e eleve um dos pedais.
 Acione os freios da cama e da cadeira de rodas.
 Forre o assento da cadeira com um lençol ou cobertor e coloque sobre ele um travesseiro.
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 Dobre em leque a roupa de cima da cama até os pés.


 Ajude o enfermo a se sentar, com os pés para fora da cama.
 Vista-lhe um roupão e calce-lhe o chinelo; abaixe a cama até altura correta.
 Coloque o banquinho para os pés ao lado da cama.
 Coloque seu braço em torno da cintura dele e ajuda-o a ficar de pé, fazendo com que ele
pise primeiro sobre o banquinho de forma a evitar o choque da planta do pé com o chão. Então faça-o pisar
no chão.
 Conservando as mãos na mesma posição, ajude o paciente a virar-se lentamente até que suas costas
estejam voltadas para a cadeira de rodas.
 Peça a oura enfermeira para segurar a cadeira; vá abaixando gradualmente o paciente
até que se sente na cadeira de rodas; ajuste o roupão com delicadeza e coloque os pés
do paciente no descanso apropriado e ajuste também o descanso, conforme o
necessário.
 Incline as costas da cadeira de rodas até que ela fique num ângulo confortável para o paciente e coloque um
travesseiro sob as costas.
 Ensine ao paciente a destravar e a impulsionar a cadeira de rodas.
 Escreva na coluna de observações da ficha do paciente: na cadeira de rodas e o tempo
decorrido.
 Se o paciente não puder cooperar são necessárias duas pessoas para colocá-lo na
cadeira de rodas.
 Coloque a cadeira em posição, com as costas próximas ao pé da cama; acione os freios.
 Arrume o lençol ou cobertor e o travesseiro na cadeira, como já descrito; vista o roupão e os chinelos no
paciente.
 Dobre a roupa da cama até os pés.
 Traga o doente até á beira da cama e coloque-o na posição sentada.
 Cada enfermeira fica de um lado do paciente e cada uma coloca um braço sob a axila dele e o outro sob
as coxas, encontrando o punho da outra enfermeira e segurando-o; tire o paciente da cama e coloque-o
na cadeira de rodas; arrume os cobertores e anote o procedimento e a hora na ficha. Se o paciente puder
cooperar, peça-lhe que passe os braços em torno de seus ombros.
Se o paciente se põe de pé pela primeira vez, movimenta-o devagar e observe atentamente; tome-lhe o pulso
antes e depois de levantar-se da cadeira e depois de ter voltado para a cama; verifique se ele mostra sinais de
fadiga e coloque-o na cama antes que fique muito cansado.
 Para ajudar o doente a voltar para a cama, proceda assim:
 Coloque uma banqueta ao lado da cama;
 Retire os cobertores que estão sobre ele;
 Abrace-o pela cintura e ajude-o a pisar sobre a banqueta;
 Retire as roupas extras que lhe foram vestidas;
 Sustente seu ombro com um dos braços, os joelhos com o outro e ajude-o a deitar-se.
g) Como colocar o paciente da cama para a maca e vice-versa.
Tal procedimento é muito usado no hospital quando o paciente for encaminhado para a sala de operações ou para
exames de raios X, transferido para outro departamento ou quando o colchão da cama precisa ser virado.
A aplicação da boa mecânica do corpo é necessária para evitar esforço por parte da enfermeira.
Se o paciente estiver incapacitado ou inconsciente são necessárias três pessoas.
Ao levantar o paciente da maca para a cama, o procedimento é semelhante, embora as posições e os movimentos
das enfermeiras sejam inversos.
 Procedimento
 Prepare a maca de acordo com as normas do hospital e leve-a para a unidade.
 Cumprimente o paciente e explique o procedimento;
 Cerque a unidade com o biombo;
 Dobre em leque as roupas de cima da cama até os pés, cubra o paciente com o cobertor de banho;
 Coloque a maca em ângulo reto aos pés da cama; trave a maca. A cabeceira da
maca deve estar junto aos pés da cama;
 Os três enfermeiros devem ficar do lado da cama onde a maca foi colocada;
 O primeiro enfermeiro acomoda a cabeça e os ombros do paciente com o braço mais próximo da cabeceira da
cama, sustentando as costas com ou outro braço. A segunda enfermeira sustenta as nádegas com um braço e
as coxas como outro. A terceira sustenta as pernas e os pés. (Vê fig. ao lado);
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 Os três enfermeiros juntos devem levantar o paciente, segurando-o no peito; hão de caminhar para trás juntas
e voltar-se lentamente. O eixo do movimento de rotação é a enfermeira que está sustentando a cabeça e os
ombros do paciente. Devem caminhar para frente e colocar o paciente sobre a maca;
 Cubra o paciente com o cobertor de banho e levante a cabeça com um travesseiro;
 Anote na coluna observações da ficha do paciente.

h) Como retirar um paciente que está no chão.


São necessárias pelo menos três pessoas.
 Preparar a maca ou a cama que vai receber o paciente.
 As pessoas devem colocar-se em ordem ao longo do paciente (ver desenhos ao
lado).
 Elas devem ajoelhar-se ao chão e segurar o paciente, como no caso anterior.
 Devem levantar o joelho direito e passar o paciente do chão para o joelho.
 Firmar o pé esquerdo e erguer-se, trazendo o paciente próximo a cada uma.
 Com os passos cadenciados, encami-nhar-se para a maca ou para a cama,
deitando nela o paciente.
 Obs: todos os movimentos feitos devem ser firmes, delicados e seguros; o paciente deve ser agasalhado de
acordo com a temperatura do dia; registrar no prontuário as alterações observadas.

5 - Restrição ou Imobilização dos Movimentos:


Restrição - contenção, dentro de certos limites, de um objeto.
a) Finalidades
Impedir acidentes como:
 Cair da cama quando o paciente está em certos estados de perturbação mental;
 Prevenir o aparecimento de infecções em determinadas afecções cutâneas,
 Imobilizações absolutas de certas regiões, em caso de: fratura, flebite, operado de catarata; durante e após a
anestesia; inconsciência e convulsões;
 Impedir que crianças agitadas se movimentem em certos exames ou tratamentos como: cateterismo, punção
de veia, exame de garganta.
b) Material utilizado
 Para fazer a limitação dos movimentos são utilizados: Atadura simples (crepom, gaze e algodão), atadura
gessada, lençóis, aparelho de tração, coletes próprios, cama com grades, talas, faixas elásticas.
c) Contenção dos Braços e Pés.
 Material: ataduras de gaze e crepom; faixas de algodão.
 Técnica
 Prepare a contenção com faixas de algodão duplo, de 15 a 20 cm, ou atadura de crepom
ou de gaze, quando for criança.Coloque o material sobre uma superfície plana; cruze
uma das pontas (A) da atadura sobre o meio, formando uma alça; faça o mesmo com a outra.
 Superponha as duas laçadas e junte as pontas.
 Enfie o laço em torno do punho ou do tornozelo do paciente e puxe as pontas para
apertar a laçada; amarre as pontas á grade da cama com um nó cego.
 Poderá ser necessário acolchoar os punhos e tornozelos do paciente antes de colocar as ataduras.
 Verifique a todo o momento se há sinais de má circulação, edema, dormência ou irrigação da pele.
 Outro tipo de contenção do braço é a colocação de uma Tipóia.
 Finalidades: Sustentar o braço numa posição confortável após a colocação de uma tala;
Imobilizar o braço após uma entorse ou uma fratura do braço ou do ombro.
 Técnica
 Coloque a tipóia como mostra a fig. ao lado.
 Evite que a tipóia faça pressão exagerada sobre o pescoço; amarre-a de tal maneira que o nó ou a maior
pressão não caiam sobre a nuca. Prenda as pontas com alfinetes de segurança na altura do cotovelo.
Existem vários tamanhos de tipóias; elas são usadas para sustentar o peso do braço ou da mão ou para trazer a
mão para cima, em direção ao tronco.
d) Contenção do Ombro
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 Material: 01 lençol de tecido resistente.


 Técnica: - Dobrar o lençol em diagonal;
− Colocá-lo sobre o doente na altura da cintura e abdome;
− Torcer as extremidades (pontas) de cada lado e amarrar no estrado da cama.
e) Contenção dos Joelhos
 Material: 0 1 lençol
 Técnica: - Dobrar o lençol em diagonal;
- Colocá-lo sobre os joelhos e prender as extremidades no entrado da cama.
 Cuidados
 Os lençóis usados devem estar em bom estado de conservação e limpos.
 Verificar se a contenção não está machucando o paciente, passando a mão sob a atadura ou o lençol de
cada região:
 Observar com freqüência o local da contenção.
 Não apertar demasiadamente, para isso passar dois dedos entre a algema e o local.
 Evitar fazer pressão sobre uma artéria.
 Quando o paciente for velho ou uma criança auxiliar a contenção com tábuas colocadas de cada lado das
grades da cama.
 Evitar ajustar o lençol sobre a região epigástrica.
 Registrar no prontuário a causa determinante da contenção, a hora e as condições do local.
f) Colocação de CINTAS
 Finalidades: manter em posição os curativos; dar sustentação; limitar os movimentos; aplicar uma pressão
(especialmente no puerpério);
 Cuidados: não colocar a cinta de forma apertada;
 Verificar se ela está firme e se foi posta corretamente;
 Verificar se o curativo que ficou sob a cinta está em posição correta.
 Técnica para colocar uma cinta abdominal:
 Enrole a cinta das extremidades para o centro;
 Coloque-a sob o paciente fazendo coincidir seu centro com a coluna vertebral na
direção dos quadris;
 Ajuste - a bem fazendo com que fiquem sem pregas;
 Passe as faixas obliquamente sobre o abdome alternando as da direita com as da esquerda e puxando-as
para que fiquem bem firmes: a última faixa deve ficar voltada para baixo e ser presa com dois alfinetes;
 As faixas devem ser colocadas do púbis para cima, a menos que seja indicado o contrário.
 Técnica para colocar uma cinta torácica.
 Coloque a cinta sob o paciente fazendo coincidir seu centro com a linha central do dorso. A borda superior da
cinta deve ficar cerca de 3 cm abaixo da linha axilar.
 Com as mãos eleve os seios desde as axilas.
 Ajuste a cinta para que fique bem apertada e sem pregas.
 Prenda a cinta na linha média começando pelo centro; prenda em seguida as partes superior
e inferior e as alças no local certo; coloque barbatanas quando for necessário.

g) Colocação de ATADURAS CIRCULARES ou TALAS.


Existem vários tipos de ataduras circulares ou Talas: de gaze, de crepom (que se molda ao corpo e exerça certa
pressão), ataduras elásticas, destinadas a sustentar e fazer pressão.
 Cuidados na colocação de Talas.
 Nunca enfaixe duas superfícies cutâneas juntas (ex: dois dedos); a umidade poderá ocasionar a deterioração
do tecido; antes de enfaixar os dedos coloque pedaços de gaze entre eles.
 Enfaixe sempre da região distal para cima porque assim você poderá auxiliar a circulação venosa de retorno.
 Não dê muita pressão ao colocar a atadura para não interromper nem diminuir a circulação.
 Observe a todo o momento a região enfaixada para verificar se há alterações.
 Antes de aplicara atadura, acolchoe as proeminências ósseas para evitar a formação de escaras.
 Se existe uma ferida aberta sob a atadura, realizar várias vezes a limpeza e a troca de curativo; se a ferida está
drenando secreção, a atadura deve ser trocada várias vezes.
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 Aplique uma tensão suave e não enfaixe muito apertado um membro edematoso.
 Técnica
 Apanhe a atadura do tamanho e do tipo prescritos.
 Explique ao paciente o que vai ser feito. Lave as mãos.
 Coloque-o em posição correta e confortável.
 Segure a atadura enrolada em uma das mãos e a ponta na outra.
 Comece pela extremidade distal (pé ou mão). Coloque a ponta da atadura na linha média e comece a enrolar
de dentro para fora; faça duas voltas no ponto inicial para manter a: atadura no lugar.
 Não passe a atadura sobre uma ferida aberta, porque esta sofrerá com a pressão; coloque pedaços de gaze
sobre as proeminências ósseas e entre os dedos.
 Enfaixe uniforme e firmemente, passando cada volta sobre aproximadamente 2/3 da volta anterior e empregue
sempre a mesma tensão em toda a extensão do membro, até que ele esteja todo coberto.
 Dê um nó seguro no final ou coloque pedaços de fita crepe.

 Tipos de Atadura quanto à forma de Enfaixar.


1º - Circular
Dê duas voltas superpostas no início e prossiga enfaixando com movimentos circulares,
passando cada volta sobre 2/3 da precedente.

2º - Espiral
Própria para as partes do corpo que são de contorno uniforme. A atadura é enrolada em
espiral, sobrepondo-se 2/3 em cada.

3º - Espiral Invertida
Faça duas voltas com a atadura; com a ajuda do polegar invertida a espiral e traga-a para baixo,
cada volta cobrindo 2/3 da precedente. Traga a atadura de volta para o ponto onde foi feita a
inversão e respeita a mesma técnica.

4º - Atadura em 8
Dê duas voltas no começo para fazer com que a atadura fique bem firme. A primeira volta deve
descrever uma espiral para cima e a segunda uma espiral para baixo e assim por diante,
formando sempre o número 8. Esta é uma atadura para enfaixar o tornozelo e o cotovelo, locais onde a
movimentação é intensa.

5º - Recorrente
Usada para cobrir um coto de amputação ou a extremidade da mão. Firme a atadura com duas
voltas iniciais e em seguida enfaixe a extremidade movimentando a atadura para frente e para trás,
terminando com uma volta circular.

6- Prevenção e Alivio das Escaras de Decúbito.


a) Terminologia
 Crosta - separação entre o tecido morto e o tecido vivo.
 Gangrena - morte de uma grande quantidade de tecido, com, por exemplo, de uma parte interna do corpo.
 Necrose - morte dos tecidos.
 Úlcera - ferida aberta que não foi causada por um agente externo.
 Úlcera de decúbito ou escara - é a ferida ou crosta que resulta da escoriação da pele causada pela pressão.
 Restos teciduais - são tecidos mortos que se desprendem como resultado da ulceração da pele.
− Desbridamento é a remoção de tecidos necrosados de forma que os tecidos sadios possam se regenerar.
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b) Conceito
Escaras são áreas de tecido necrótico, causadas por uma interferência na circulação de uma parte pressionada,
preferencialmente em pessoas que permanecem por muito tempo acamadas e não são mobilizadas.
A pressão pode ser exercida pelo próprio peso do corpo ou por pequenos fragmentos, ataduras ou roupa de
cama. Esta condição muitas vezes é agravada pelo calor, umidade e falta de higiene, que permitem que a
substância irritante em decomposição, como suor, urina, fezes e secreções vaginais permaneçam sobre a pele.
c) Fatores que contribuem para a formação de Escaras em tipos de pacientes.
 Os que têm a circulação deficiente, devido à idade avançada ou à falta de exercício pela
doença prolongada.
 Pessoas anêmicas, nas quais a qualidade do sangue e a nutrição dos tecidos são pobres ou
pessoas que sofrem de nefrite e apresentam edema.
 Pacientes com patologia maligna como o câncer. O câncer destrói, enquanto cresce e as toxinas absorvidas
do tecido morto fazem com que os outros tecidos se degenerem rapidamente.
 Doentes que devem permanecer com cintas e coletes e aqueles que sofrem de paralisia. Quando uma parte
do corpo constitui um peso morto, o suprimento nervoso a essa parte é deficiente e a falta de exercício diminui a
circulação e a nutrição locais.
 Pacientes muito emagrecidos com ossos proeminentes.
 Enfermos que sofrem de descontrole esfincteriano, eliminando constantemente urina e fezes.
 Pessoas que têm pele fraca e sensível, facilmente irritável.
 Indivíduos muito obesos.
 Pacientes que sofrem de distúrbios metabólicos como diabetes.
d) Medidas preventivas
As escaras de decúbito são perigosas e devem ser evitadas. Além do grande desconforto que causam ao
paciente, as escaras infectam-se com muita facilidade e o doente pode vir a morrer por absorção de
substâncias tóxicas.
A prevenção das escaras é uma responsabilidade da equipe de enfermagem; de fato as escaras são resultado
de uma falta de cuidado ou de conhecimento e habilidade para lidar com o paciente. As escaras, mesmo as mais
leves, uma vez desenvolvidas, são difíceis de serem controladas; por isso precisa cuidar bem do paciente.
O primeiro passo para se evitar úlceras de decúbito é avaliar os fatores de risco do paciente. O profissional deve reduzir ao
máximo os fatores de risco que podem acelerar a formação da úlcera, como alta temperatura ambiente, umidade ou
roupas de cama mal alinhadas.
A posição de um paciente imobilizado deve ser mudada a cada duas horas. Quando o paciente é reposicionado, o
profissional averigua se todos os pontos de pressão estão protegidos. Ele os protege usando coxins maleáveis, rolo de
trocanter e travesseiros.

e) Sintomas de escaras
Os sintomas iniciais de uma escara de decúbito são: calor, vermelhidão, dor desconforto e sensação de
queimação no local; quando a pele se abre forma-se logo a escara.
f) Cuidados de Enfermagem
1º - Anule todas as pressões utilizando almofadas infláveis ou de espuma sob a extremidade inferior da coluna (local
muito susceptível de escara). Atualmente usa-se com freqüência anéis de algodão para os calcanhares, cotovelos
e nuca e também travesseiros, almofadas e colchões de água. Observe atentamente as regiões do cóccix, sacro,
escápula, cotovelos, joelhos, espinhas ilíacas, calcanhares, tornozelos e vértebras: essas regiões são cobertas
apenas por uma delgada camada de pele e não são muito bem vascularizadas.
Estas regiões podem ser aliviadas colocando-as em posição elevada, e sustentada com a técnica das
almofadas.

2º - Estimule a circulação do sangue


 Mudando o paciente de posição, às vezes de hora em hora;
 Mudá-lo com cuidado;
 Nunca esquecer o paciente muito tempo sobre comadre e retirá-la com cuidado.
3º - Conservar a pele do paciente absolutamente limpa e seca e em boas condições, livre de substâncias irritantes
como urina, suor, fezes e corrimento vaginal, por isso:
 Fazer lavagem externa sempre que o paciente evacuar ou urinar;
 Ingestão freqüente de líquidos;
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 Com as mamas ou abdome pêndulos, atenção especial;


 Mudar a roupa de cama e o roupão molhados imediatamente;
 Na região em que se há suspeita de escara, convém fazer massagens com álcool ou loção pelo menos duas
vezes por dia (o álcool refresca e endurece a pele) e em seguida passe um pouco de talco;
 Nos locais onde houver tendência á descamação, massageie com uma loção oleosa.
4º - Dar conforto ao paciente fazendo bem a cama e mantendo os lençóis limpos, secos e esticados.
5º - Dar uma dieta especial para os pacientes predispostos à escara, rica em proteínas.
g) Tratamento
O tratamento das escaras deve ser prescrito pelo médico. Relate os primeiros sinais do aparecimento de escaras á
Enfermeira, para que possa tomar as medidas adequadas de modo a prevenir maiores lesões.
É de extrema importância no tratamento de escaras de decúbito, a assepsia da área ulcerada e de toda a superfície da
pele. Manter a assepsia pode ser muito difícil com pacientes incontinentes, febris ou confusos.
A umidade na área de pele afetada pode causar ulceração e infecção a longo prazo. Muitos produtos estão disponíveis
para cuidados com as úlceras de decúbito. O profissional deve limpar a área afetada com uma solução anti-séptica, pelo
menos a cada duas horas, e mais freqüentemente se o paciente apresentar sudorese intensa ou incontinência. O
agente anti-séptico previne o crescimento ou desenvolvimento mais extenso de microorganismos. É necessário ter
cuidado por que os agentes anti-sépticos podem lesar tecidos desprotegidos pela derme e anular o efeito de certos
medicamentos. A úlcera deve ser completamente lavada com soro fisiológico após a limpeza, para minimizar o efeito do
anti-séptico sobre o tecido.
Uma úlcera que possua um tecido necrótico ou escara, ou apresente restos teciduais, deve ser desbridada.
Para áreas com hiperemia ou lacerações, produtos que lubrificam e protegem a pele estimulam a circulação e propiciam
a cicatrização de uma ferida.
Os níveis de hemoglobina e proteína são fatores importantes no tratamento das úlceras de decúbito. Um paciente pode
perder até 50 gramas de proteína por dia desde que haja uma úlcera aberta, exsudante. Éuma quantidade considerável,
pois a quantidade normal diária requerida para mulheres é de 60 gramas e para os homens é de 70 gramas .
O aumento do consumo de proteína, de duas a quatro vezes o normal, ajuda a recuperar o tecido epidérmico. Um
aumento no consumo calórico ajuda a repor o tecido subcutâneo. O consumo de vitamina C estimula a síntese de
proteínas.
O baixo nível de hemoglobina reduz a liberação de oxigênio aos tecidos e aumenta a debilidade. Quando for possível, a
hemoglobina deve ser mantida ao nível de 12 g/100 ml.

7 - Aplicações de calor e frio


A aplicação externa de calor ou frio é um dos tratamentos mais antigos. É eficaz e proporciona efeito imediato. O
calor atua relaxando os músculos e facilitando a circulação através da vasodilatação, acalmando assim a dor e
diminuindo um pouco e impedindo o edema local. O frio age pela contração dos vasos sanguíneos, a dor local e impede
a formação de hematomas e abscessos. Em certos tipos de ferimentos abertos, controla a hemorragia.

 APLICAÇÕES QUENTES
Tem como indicação proporcionar conforto e bem estar, aliviando a dor e inflamação. O calor é aplicável através
de: bolsas de água quente, compressas quentes.
 Material:
Bolsa de borracha, forro para cobrir a bolsa, de preferência flanela, água quente a + ou - 55ºC.
 Técnica para aplicação de bolsa de água quente:
 Certificar-se do local que deverá receber a aplicação;
 Orientar o paciente sobre o procedimento;
 Reunir o material;
 Testar as condições da bolsa, para não ocorrer vazamento;
 Colocar a água quente na bolsa, retirar todo o ar do interior da mesma e fechá-la.
 Virar a bolsa com o gargalho para baixo, observar se está bem fechada e enxugá-la.
 Cobrir a bolsa com o forro e observar se a temperatura através do pano está adequada.
 Aplicar no local indicado e deixar no local no mínimo 20 minutos e no máximo 40 minutos;
 Avaliar as condições da pele no local, 2 ou 3 minutos após a aplicação da bolsa para certificar-se de que
essa temperatura não vai causar queimaduras no paciente.;
 Terminada a aplicação, retirar a bolsa e manter a região agasalhada para evitar corrente de ar.
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Professor: Enfº Thiago Almeida

 Deixar o paciente em ordem e confortável;


 Esvaziar a bolsa e pendurá-la com o gargalho para baixo até secar;
 Anotar o procedimento e o efeito no relatório.
 APLICAÇÕES FRIAS
Tem como indicação acalmar a dor, diminuir a congestão local, abaixar a febre e controlar hemorragia. A
aplicação fria é realizada através de bolsa de gelo e de compressas geladas.
 Material:
Bolsa de borracha, tecido para cobrir a bolsa e gelo picado.
 Técnica para aplicação de bolsa de gelo
 Seguir os mesmos cuidados descritos na aplicação de bolsa quente e mais.
 Colocar as pedras de gelo na bolsa, enchendo até a metade;
 Fechar a bolsa, testar se não há vazamento e enxugá-la
 Envolver a bolsa com a coberta, (toalha, flanela)
 Aplicar no local e deixar o tempo que for indicado, conforme prescrição médica;
 Trocar o gelo sempre que necessário se o tempo da aplicação for prolongado.
 Retirar a bolsa ao termino da aplicação, verificar o local observando o resultado;
 Deixar o paciente confortável e em ordem
 Anotar o procedimento e o resultado no relatório de enfermagem.
 Cuidados importantes:
 Observar constantemente a área de aplicação. Qualquer alteração da pele e queixas do paciente, suspender
o procedimento e comunicar o médico.
 Em pacientes idosos, inconscientes, desnutridos e crianças deve se ter cautela quanto ao limite da
temperatura, devido à maior sensibilidade da pele.
 Nunca colocar bolsa com água quente debaixo do paciente para evitar compressão excessiva da mesma,
pois resulta em vazamentos e queimaduras ao paciente.
 Não fazer aplicação de bolsa de gelo além de 30 minutos devido ao risco de causar necrose.

POSICIONAMENTO DO PACIENTE

O Paciente pode assumir várias posições durante o exame físico, e sua escolha dependerá da área a ser
examinada. O exame físico deve ser planejado de forma que o paciente não permaneça em posições constrangedoras
ou desconfortáveis por longos períodos de tempo; favorecimento do exame de várias áreas do corpo, com o paciente em
uma mesma posição, respeitando-se a privacidade e avaliando o estado físico do paciente pelo seu grau de depência
durante o exame.

 Posição Ginecológica
Indicações (exame vaginal, exame vulvo vaginal, lavagem vaginal, sondagem vesical, tricotomia).
 Descrição da Posição:

 Colocar a paciente em de decúbito dorsal;


 Joelhos flexionados e bem separados, com os pés sobre a cama;
 Proteger a paciente com lençol ate o momento do exame.

 Técnica
01 - Lavar as mãos;
02 - Identificar a paciente, avisando-a que será feito;
03 - Isolar a cama com biombo;
04 - Colocar a paciente em decúbito dorsal horizontal;
05 - Pedir a paciente para flexionar os membros inferiores, colocando os calcanhares na cama;
06 - Afastar bem os joelhos;
07 - Proteger a paciente com lençol em diagonal, de tal forma que uma ponta fique sobre o peito e a outra
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na região pélvica. As outras duas pontas deverão ser presas sob os calcanhares da paciente;
08 - Colocar a paciente em posição confortável apos o exame ou tratamento;
09 - Recompor a Unidade;
10 - Lavar as mãos;
11 - Anotar no prontuário da paciente.

 Posição de Decúbito Dorsal


Indicações (realizar exame físico).
 Técnica:
01 - Lavar as mãos;
02 - Identificar o paciente e avisá-lo sobre o que será feito;
03 - Isolar a cama com biombos;
04 - Deitar o paciente de costas com a cabeça e ombros ligeiramente elevados por travesseiros, as pernas
estendidas;
05 - Dar condições necessárias para a expansão pulmonar, não dobrando o pescoço ou cintura;
06 - Manter os membros superiores ao longo do corpo;
07 - Deixar o paciente em posição correta para evitar distensão dos tendões da perna;
08 - Manter os joelhos ligeiramente fletidos e os pés bem apoiados;
09 - Evitar a queda dos pés;
10 - Proteger o paciente sempre com o lençol, expondo apenas o necessário;
11 - Colocar o paciente em posição confortável apos o exame;
12 - Recompor a Unidade;
13 - Lavar as mãos;
14 - Anotar no prontuário do paciente.

 Posição de SIMS
Finalidade (exames retais, lavagem intestinal, exames vaginais, clister).
 Técnica
01 - Lavar as mãos;
02 - Identificar o paciente e avisá-lo sobre o que será feito;
03 - Isolar a cama com biombos;
04 - Colocar o paciente deitado do lado esquerdo;
05 - Aparar a cabeça do paciente sobre o travesseiro;
06 - Colocar o braço esquerdo para trás do corpo;
07 - Flexionar o braço direito e deixá-lo apoiado sobre o travesseiro;
08 - Colocar o membro inferior esquerdo ligeiramente flexionado;
09 - Colocar o membro inferior direito fletido ate quase encostar o joelho no abdômen;
10 - Deixar o paciente sempre protegido com lençol, expondo apenas a região necessária;
11 - Colocar o paciente em posição confortável apos o exame ou tratamento;
12 - Recompor a Unidade;
13 - Lavar as mãos;
14 - Anotar no prontuário do paciente.
 Posição de Fowler
Finalidade: Pacientes com dificuldades respiratórias, para a alimentação do paciente, pós-operatório nasal, buço-
maxilo, cirurgia de tireóide.
 Técnica
01 - Lavar as mãos;
02 - Identificar o paciente e avisá-lo sobre o que será feito;
03 - Isolar a cama com biombo;
04 - Manter o paciente em posição dorsal, semi-sentado, recostado, com os joelhos fletidos, apoiados em
travesseiros ou o estrado da cama modificado;
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05 - Elevar a cabeceira da cama mais ou menos em angulo de 45 graus;


06 - Elevar o estrado dos pés da cama para evitar que o paciente escorregue;
07 - Verificar se o paciente esta confortável;
08 - Proteger o paciente com lençol;
09 - Deixar o paciente em posição confortável apos o exame ou tratamento;
10 - Recolocar o material no lugar;
11 - Lavar as mãos;
12 - anotar no prontuário do paciente.
 Posição de Decúbito Lateral
Finalidade Cirurgias renais, massagem nas costas, mudança de decúbito.

 Técnica
01 - Lavar as mãos;
02 - Identificar o paciente e avisá-lo sobre o que será feito;
03 - Isolar a cama com biombos;
04 - Posicionar o paciente na cama sobre um dos lados;
05 - Colocar a cabeça sobre o travesseiro, apoiando também o pescoço;
06 - Colocar outro travesseiro sob o braço que esta suportando o peso do corpo;
07 - Colocar um travesseiro entre as pernas para aliviar a pressão de uma perna sobre a outra;
08 - Manter o alinhamento corporal a fim de facilitar a respiração;
09 - Proteger o paciente com lençol, expondo apenas o local a ser examinado;
10 - Colocar o paciente em outra posição confortável apos o repouso de mudança de decúbito ou exame;
11 - Recompor a Unidade;
12 - Lavar as mãos;
13 - Anotar no prontuário do paciente.

 Posição em Decúbito Ventral


Finalidade: cirurgias de tórax posterior, tronco ou pernas.
 Técnica
01 - Lavar as mãos;
02 - Identificar o paciente e avisá-lo sobre o que será feito;
03 - Isolar a cama com biombos;
04 - Deitar o paciente com o abdômen sobre a cama ou sobre a mesa de exames;
05 - Colocar a cabeça virada para um dos lados;
06 - Colocar os braços elevados, com as palmas das mãos apoiadas no colchão, à altura da cabeça ou ao
longo do corpo;
07 - Colocar um travesseiro, se necessário, sob a parte inferior das pernas e pés, para evitar pressão nos
dedos;
08 - Proteger o paciente com lençol;
09 - Colocar o paciente em posição confortável;
10 - Recompor a Unidade;
11 - Lavar as mãos;
12 - Anotar no prontuário do paciente.

Obs.: - Em alguns casos esta posição e contra indicada (pacientes portadores de incisões abdominais, ou com
dificuldade respiratória, idosos, obesos).

 Posição Genu-peitoral
Finalidade: Exames do reto e vagina, sigmoidoscopia.
 Técnica
01 - Lavar as mãos;
02 - Identificar o paciente e avisá-lo sobre o que será feito;
03 - Isolar a cama com biombo;
04 - Solicitar ao paciente para que fique em decúbito ventral;
05 - Apoiar o peito o peito do paciente de encontro com o colchão ou mesa de exame;
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06 - Pedir ao paciente para fletir os joelhos;


07 - Colocar a cabeça virada para um dos lados, sobre um pequeno travesseiro;
08 - Pedir para o paciente estender os braços sobre a cama, na altura da cabeça;
09 - Solicitar ao paciente para que descanse o peso do corpo sobre a cabeça, ombros peito, e os joelhos,
formando assim, um angulo reto entre as coxas e as pernas;
10 - Proteger o paciente com lençol, expondo apenas o necessário;
11 - Colocar o paciente em posição confortável apos o exame;
12 - Recompor a Unidade;
13 - Lavar as mãos;
14 - Anotar no prontuário do paciente.

 Posição de Trendelemburg
Finalidades: Cirurgias da região pélvica, estado de choque, tromboflebites, casos em que deseja melhor
irrigação cerebral, drenagem de secreção pulmonar.
 Técnica
01 - Lavar as mãos.
02 - Identificar o paciente e avisá-lo sobre o que será feito.
03 - Colocar o paciente na posição dorsal horizontal'
04 - Inclinar a cabeceira da cama em angulo adequado.
05 - Elevar os pés da cama em angulo adequado, de forma que a cabeça fique mais baixa em relação ao
corpo.
06 - Proteger o paciente com lençol, expondo apenas o necessário.
07 - Recompor a Unidade.
08 - Lavar as mãos.
09 - Anotar no prontuário do paciente.

Altura e Peso
1) Conceitos
A altura e o peso são rotineiramente medidos na maior parte dos pacientes durante a internação hospitalar.
Um registro preciso da altura e peso do paciente será essencial para cálculos de dosagens de medicamentos,
anestésicos e agentes de contraste; para avaliar o estado nutricional do paciente; e para determinar a razão
altura-peso. Devido ao peso corporal, fornece a melhor visão geral a respeito do estado dos líquidos corporais,
uma monitorização diária é importante no caso de pacientes recebendo medicamentos para a retenção de sódio
ou diuréticos. Um ganho rápido de peso pode significar uma retenção de líquidos; por outro lado, uma perda
rápida de peso pode indicar uma perda volumosa de líquidos.
2) Equipamentos
Balança e fita métrica, se necessário.
3) Preparação dos equipamentos
Verifique o nivelamento da balança.
4) Cuidados de enfermagem
Explique o procedimento ao paciente. Consulte uma tabela de faixas sugeridas de peso normais para determinar
normas para o peso e altura do paciente. (Veja o quadro: Pesos sugeridos para adultos.)
 Pesos sugeridos para adultos
Esta tabela fornece urna orientação de base para pesos considerados normais. Os valores mais altos de peso em
cada categoria se aplicam tipicamente aos homens, que possuem em média, maior massa muscular e óssea; Os
valores menores são geralmente aplicáveis às mulheres, onde temos tipicamente massa muscular e óssea menores. A
altura é medida com a pessoa descalça; o peso deve ser medido sem roupas.
 Usando uma balança de pedestal
− Coloque uma toalha de papel sobre a plataforma da balança.
− Peça ao paciente que remova o robe e os chinelos (ou sapatos), para assegurar uma medida precisa do peso e altura.
Se a balança for dotada de rodas, trave-as antes que o paciente suba à plataforma. Ajude o paciente a subir na
balança para prevenir quedas. Permaneça em local próximo ao paciente, para segurá-lo se for necessário.
− Se estiver em uso uma balança de equilíbrio vertical (por gravidade), desloque o contra-peso inferior até o entalhe
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que represente o maior incremento abaixo do peso estimado para o paciente. Os entalhes representam
incrementos de peso de 10 Kg cada. Em seguida, desloque o contra-peso superior até que o braço móvel da
balança fique equilibrado. Some os valores dos dois contra-pesos para determinar o peso final. (O contra-peso
superior é calibrado em Kg e frações de 0,1 Kg [100 g]).
− Se for utilizada uma balança com mostrador digital, verifique se o mostrador mostra o valor O antes da utilização.
Leia o valor apresentado no mostrador com o paciente sobre a balança e permanecendo tão quieto quanto
possível.
− Durante as medidas de altura, informe ao paciente para permanecer ereto sobre a plataforma da balança. Erga a
haste graduada ultrapassando o nível da cabeça do paciente, estenda a barra horizontal e abaixe a haste até que
a barra toque o topo da cabeça do paciente. Em seguida, leia a altura do paciente.
− Ajude o paciente a deixar a balança, devolvendo o robe e os chinelos (ou sapatos). Em seguida, retorne a haste
graduada à posição inicial.

ELIMINAÇÃO INTESTINAL

A eliminação intestinal de substâncias tóxicas formadas pelo processo metabólico é tão importante quanto á
ingestão e assimilação de alimentos adequados. Essa eliminação é efetuada seletivamente pelos órgãos de excreção:
Pulmão, rins, pele e intestinos.
Os alimentos que entram pela boca percorrem todo o trato digestivo, sofrendo ação de processos físicos e
químicos por todo o seu trajeto. Estes processos possibilitam a absorção de nutrientes necessários ao organismo; o
produto residual (bolo fecal) que chega a ampola retal é eliminado pelo mecanismo de defecção. A defecção é um ato
reflexo originado pela presença de fezes no reto. Os movimentos peristálticos do colon descendente, sigmóide e do reto,
mais o aumento da pressão intra-abdominal consequente da contração muscular da parede abdominal, do diafragma
(após inspiração) e do fechamento da glote possibilitam a defecação.

 Fatores que alteram a eliminação intestinal:


 Estímulos visuais, auditivos e olfativos;
 Mudanças de hábitos alimentares;
 Emoções.

 Frequência: A frequência normal das evacuações é variável, sendo que a maioria das pessoas evacua uma vez
por dia.

 Procedimentos: Certos cuidados devem ser observados, principalmente com pacientes acamados:
 Respeitar a privacidade durante a evacuação isolando a cama com biombo;
 Manter o paciente em posição confortável e que facilite a evacuação;
 Após a evacuação, manter o paciente em boas condições de higiene corporal;
 Oferecer bacia com água para lavar as mãos.

Com relação às pacientes internados é muito tempo, é importante verificar, anotar e comunicar
qualquer anormalidade quanto a:

a) Frequência das evacuações;


b) Consistência: Endurecida, normal, pastosa, semi-pastosa, semilíquida, líquida;
c) Cor: Marrom caracteristico;
d) Odor: Caracteristico.

 TERMINOLOGIA

 Flatos: Gases existentes nos intestinos.


 Meteorismo ou Flatulência: Retenção de gases.
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 Constipação: Evacuação difícil ou infrequente.


 Incontinência fecal: Incapacidade de controlar o esfincter que regula o reto.
 Diarréia: Aumento do número de evacuação, com alteração da consistência das fezes.
 Melena: Fezes escuras, cor de borra de café, devido a presença de sangue.

CONTROLE DA DIURESE

O aparelho urinário, particularmente os rins, desempenha papel fundamental na manutenção do equilíbrio


hidroeletrolítico e na eliminação de uréia, creatinina e ácido úrico. Normalmente um adulto elimina em torno de 1000 a
1500 ml de urina em 24 horas. É importante observar a eliminação urinária, anotar e comunicar possíveis
anormalidades. Certos fatores como ingestão de líquidos, condições climáticas, ação de drogas, podem alterar o volume
urinário. A urina possui certas caracteristicas como:
 Cor: Amarelo claro, amarelo ambar, castanho;
 Odor: Caracteristico;
 Transparência líquida;
 Densidade: 1010 a 1030;
 Sedimentos:com ou sem sedimentos.
 Terminologia
 Anúria: Supressão de secreção urinária. Volume urinário menor que 100 ml em 24 horas;
 Oligúria: Diminuição de volume urinário (menos de 500 ml em 24 horas);
 Poliúria: Aumento do volume urinário;
 Disúria: dificuldade ou dor a micção;
 Retenção Urinária: Incapacidade de eliminar urina;
 Polaciúria: Micção frequente e em pequenas quantidades;
 Nictúria: Micção frequente a noite;
 Incontinência urinária: Impossibilidade de controle da micção;
 Hematúria: Presença de sangue na urina;
 Proteinúria: Presença de proteínas na urina;
 Albuminúria: Presença de albumina na urina;
 Colúria: Presença de pigmentos biliares na urina, de coloração escura;
 Piúria: Presença de pus na urina;
 Glicosúria: Presença de glicose na urina.

 Técnica de Controle de Diurese

 Lavar as mãos;
 Providenciar material necessário;
 Rotular o frasco com o nome do paciente, número do quarto e leito;
 Colocar uma placa no leito do paciente, discriminando controle de diurese;
 Orientar o paciente para guardar toda a urina num frasco destinado para tal;
 Calçar luvas e medir a urina após micção do paciente;
 Desprezar a diurese, antes verificando se não há necessidade de encaminhar amostras ou todo o volume de urina
ao laboratório;
 Retirar as luvas e lavar as mãos;
 Anotar o volume no prontuário;
 Comunicar a enfermeira ou ao médico, se houver anormalidades

CONTROLE HIDROELETROLÍTICO (ENTRA JUNTO COM BALANÇO HIDRICO)

Controle hídrico é o balanço resultante do volume de líquido ingerido e líquido eliminado. O total de água no
organismo adulto é de 65 a 70% do peso corporal, distribuída em compartimentos intracelulares (água das células) e
extracelulares (líquido intersticial e água do sangue e linfa). A água está em contínuo movimento, havendo trocas
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aquosas entre os espaços intra e extracelulares. Quase que a totalidade da água orgânica provem do meio externo,
através da água ingerida e dos alimentos, e uma pequena parte provem do meio interno como produto do metabolismo
dos lipídios, glicídios e proteínas (cerca de 300 ml). Por outro lado, a eliminação da água faz-se pela urina, fezes, água
vaporizada na respiração e pelo suor. O equilíbrio entre ganho e perda líquida pode sofrer alteração ocorrendo uma
depleção ou retenção de líquidos. A depleção pode ser desencadeada por vômitos, diarréia, diureses excessiva, estados
febris, hemorragias, queimaduras, levando a desidratação.
A retenção com formação de edema pode ser consequência de certos estados patológicos como: Distúrbios
renais, cardíacos. O paciente deve ser orientado quanto a esta conduta terapêutica para não provocar ansiedades e
obter a sua colaboração.

 Procedimentos:

 Colocar placa de controle hídrico no leito do paciente;


 Registrar em impresso próprio da seguinte forma:

a) Líquido ingerido: Todo líquido que o paciente ingerir em 24 horas deve ser medido e registrado, assim como
soluções endovenosas e aplicadas por sonda nasogástrica;
b) Líquidos eliminados: Todo lquido eliminado pelo paciente deve ser medido e registrado -
principalmente a diurese, além de vômitos, diarréia, líquidos de drenagens. Se o paciente for
deambulante, orientá-lo para guardar a urina.

Os fluídos que por um ou outro motivo não puderem ser medidos, poderão ser descritos por valores e registrados
com um símbolo, como:

 Quantidade pequena +
 Quantidade regular ++
 Quantidade grande +++

Obs: - Um controle hídrico mais rigoroso inclui não só o controle de líquidos ingeridos e eliminados, mas também as
infusões venosas. Um paciente com controle hídrico pode ainda estar submetido a restrição hídrica, para a qual o
médico estipula a quantidade de líquido que podem ser dados em 24 horas.

ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS

1 - Introdução
 Regras Gerais:
1. Todo medicamento deve ser prescrito pelo médico;
2. A prescrição deve ser escrita e assinada. Somente em caso de emergência a enfermagem pode atender
prescrição verbal, que deverá ser transcrita pelo médico logo que possível;
3. Nunca administrar medicamento sem rótulo;
4. Verificar data de validade do medicamento;
5. Não administrar medicamentos preparados por outras pessoas;
6. Interar-se sobre as diversas drogas, para conhecer cuidados específicos e efeitos colaterais: melhor horário;
diluição formas, tempo de validade; ingestão com água, leite, sucos; antes, durante ou após as refeições ou em
jejum; incompatibilidade ou não de mistura de drogas;
7. Tendo dúvida sobre o medicamento, não administra-lo;
8. Manter controle rigoroso sobre medicamentos disponíveis;
9. Alguns medicamentos como antibióticos, vitaminas e sulfas, precisam ser guardados corretamente, pois se
alteram na presença da luz, do ar ou do calor.

a) Local e guarda de medicamentos.


A administração de medicamentos é um dos deveres de maior responsabilidade da equipe de enfermagem.
Requer conhecimentos de farmacologia e terapêutica médica no que diz respeito a ação, dose, efeitos colaterais,
métodos e precauções na administração de drogas. Em geral os medicamentos ficam estocados na Farmácia do
hospital. A enfermeira chefe os requisita através de impresso próprio. Na Unidade de Enfermagem, são guardados em
armários trancados. Os medicamentos tóxicos ou entorpecentes têm localização à parte e são trancados a chave; a
chave fica sob o controle da enfermeira chefe. No armário os medicamentos são agrupados de acordo com a
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apresentação. Todos os vidros e caixas permanecem tampados e são rotulados. Os rótulos precisam estar legíveis e
deles devem constar além do nome, a dosagem do medicamento. Ex.: Quemicetina 250 mg. A ordem e a limpeza do
armário devem estar sempre mantidas.
b) Distribuição.
Todo medicamento só será dado mediante prescrição médica. Em caso de emergência a ordem médica oral será
acatada e logo que possível deverá ser prescrita e assinada.
 A prescrição médica consta dos seguintes itens:
 Nome do paciente;
 Data;
 Nome do medicamento;
 Dose a ser administrada;
 Intervalo de tempo entre as doses;
 Via de administração;
 Assinatura do médico receitante.
 A validade da prescrição médica é variável, podendo ser por 24 horas ou cessar logo após ter sido executada,
como ocorre nos casos de emergência ou de certos medicamentos que exigem controle rigoroso do paciente após
serem administrados.
Como rotina de alguns hospitais, a prescrição médica é transcrita em cartões apropriados e as recomendações em
livro especial, conhecido como livro de Ordens Especiais.
Ao transcrever ordens médicas nos cartões ou livro de ordens especiais, atender aos seguintes requisitos:
 Escrever com caneta e com letra legível;
 Fazer constar número da enfermaria ou quarto, número de leito e nome do paciente, por extenso;
 Nome do medicamento, dose, horário, via de administração, data da prescrição, assinatura de quem está
copiando.
Muitas medicações, para que produzam o efeito satisfatório, têm horários que são mais convenientes a estes.
Ex.: Os salinos antes do café da manhã; os amargos, 10 a 30 minutos antes das refeições e o ácido clorídrico
durante as refeições.
Quando a droga é usada por muito tempo, geralmente a sua ação diminui, a menos que a dosagem seja acrescida
gradativamente.
c) Eliminação.
Em alguns a eliminação ocorre mais lentamente, enquanto em outros acontece com maior rapidez. Se houver
contínua administração de uma droga, cuja eliminação é demorada, haverá um acúmulo no organismo com
reações imprevisíveis: Efeito acumulativo.
d) Fatores que modificam os efeitos das drogas.
Medicamento com data vencida tem a sua composição química alterada e perde as suas propriedades. Às vezes,
uma associação de medicamentos produz uma combinação diferente, prejudicial aos efeitos desejados. Sendo
pouco diluído no veiculo para administração (meio aquoso e oleoso), o medicamento sofre alteração dos efeitos,
pela concentração.
A ingestão de bebidas alcoólicas prejudica o efeito dos medicamentos e não raro os anulam, sendo assim proibido
associar bebidas alcoólicas com medicações.
Além disso, há certos medicamentos que exigem conservação em baixas temperaturas (refrigerador), para não
perderem suas propriedades.
e) Princípios básicos de enfermagem no preparo e administração de medicamentos.
 Regras Gerais
O efeito da droga no organismo, em regra geral, depende do método de administração; por ex.: quando a
medicação é administrada por via subcutânea, a ação da medicação é mais rápida do que quando é dada por via
oral.
Para que as drogas sejam administradas com segurança, é necessário que certas regras sejam observadas
rigorosamente pela pessoa que as prepara e as administra.
 Leia a ordem cuidadosamente.
 O medicamento é identificado pelo rótulo e não pelo aspecto.
 Leia o rótulo 3 vezes, comparando-o à prescrição:
 Antes de retirar o medicamento do armário;
 Enquanto estiver preparando;
 Antes de dar ao paciente.
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 Ao preparar a medicação não conversar e ter sempre na frente o cartão de medicamento, a folha única ou
mapa.
 Identifique o paciente com todo rigor: nome completo, número de registro, número de leito.
 Se na preparação da medicação houver contaminação do material (seringas, agulhas, equipo), o mesmo deve
ser substituído imediatamente.
 Nunca tocar a mão em comprimidos, cápsulas e etc. Em se tratando de medicação por VO, permanecer ao
lado do paciente até que ele tenha deglutido.
 Antes de dar a medicação, observe a
Regra dos 05 certos:
- Paciente certo;
- Hora certa;
- Medicação certa;
- Dosagem certa;
- Método certo
 Aplicada a medicação, anote imediatamente:
 Hora
 Medicamento
 Quantidade e dosagem
 Via de administração.
Lembre-se:
 Surgindo qualquer dúvida acerca do medicamento, não adminis-trar até que a dúvida seja esclarecida.
 Verificar os jejuns no caso de medicação oral;
 Nunca administrar um medica-mento por via oral a um paciente com náusea ou vômito, com dificuldade de
deglutir ou em estado de semiconsciência ou em delírio.
 Regras Gerais para Diluição.
 Todas as drogas que provocam irritações e sem paladar, devem ser diluídas, caso não haja contra-indicação.
 Os medicamentos amargos podem ser diluídos na água; caso não haja contra-indicação.
 Os xaropes devem ser administrados puros.
 Os medicamentos purgativos, salinos, devem ser usados bem diluídos na água.
 Os salicilatos digital irritam a mucosa gástrica e podem produzir dor, náusea e vômito; devem ser servidos
diluídos com leite.
 O ácido clorídrico pode ser diluído em uma grande quantidade de água;
 Normalmente, não é aconselhavel misturar medicamentos líquidos. Poderá ocorrer uma reação química,
resultando em precipitado;
 Água fresca deve ser usada para aumentar o paladar, se não houver contra-indicação;
 Satisfazer o quanto possível os pedidos do paciente quanto ao gosto, que pode ser melhorado, dissolvendo-se
o medicamento em suco de frutas ou acrescentando açúcares, se não houver contra-indicação.
 É de grande utilidade seguir o roteiro para a correta administração de medicamentos elaborada por Du Gas:
 O cliente tem alguma alergia?
 Quais medicamentos foram prescritos?
 Que informações devem ser dadas pela enfermagem, em relação ao efeito desses medicamentos sobre o
cliente?
 Existem cuidados de enfermagem específicos devido à ação das drogas contidas nestes medicamentos?
 Que precauções devem ser tomadas na administração de tais medicamentos? Existem precauções especiais
que devem ser tomadas por causa da idade, condição física ou estado mental do paciente?

2 - Administração Tópica e Retal de Medicamentos.


I - Aplicação de Medicamentos Tópicos
As medicações tópicas são aplicadas diretamente na superfície epidérmica. Incluem loções, pastas, pomadas,
cremes, pós, xampus e aerossóis atomizados. A medicação é absorvida através da camada epidérmica para a
derme. A extensão da absorção depende da vascularização da região. As medicações tópicas são geralmente
usadas para efeitos locais. As pomadas têm uma base lipídica, que é um veículo ideal para medicações como os
antimicrobianos e os anti-sépticos. Tipicamente, as medicações tópicas devem ser aplicadas duas ou três vezes
ao dia para atingir seus efeitos terapêuticos.

a) Material
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Disciplina: Semiologia e Semiotécnica
Professor: Enfº Thiago Almeida

Prescrição do paciente • a medicação prescrita • abaixadores de língua esterilizados • luvas • compressas de gaze
esterilizadas de 10 cm x 10 cm • curativos semipermeáveis transparentes • fitas adesivas • Saco plástico para lixo.

b) Procedimento para aplicar uma pasta (creme ou pomada)


– Avisar o paciente o que vai ser feito e colocá-lo na posição desejada;
− Proporcione privacidade;
− Explique o procedimento a fundo ao paciente porque, após a alta hospitalar, ele pode ter que aplicar sozinho a
medicação;
− Lave as mãos para evitar a contaminação cruzada e enluve sua mão dominante;
− Ajude o paciente a assumir uma posição confortável que permita acessar a área a ser tratada;
− Exponha a área a ser tratada. Certifique-se de que a pele ou a mucosa esteja intacta (a menos que a
medicação tenha sido prescrita para tratar uma lesão na pele, como uma úlcera). A aplicação de medicação
em pele quebradiça ou escoriada pode provocar absorção sistêmica não desejada e resultar em irritação
posterior;
− Se necessário, limpe a pele de detritos, inclusive crostas, escamas epidérmicas e medicação anterior. Você
pode ter que trocar a luva se ela ficar suja;
− Abra o recipiente. Posicione a tampa ou a capa virada para baixo para prevenir a contaminação da superfície
interna;
− Remova o abaixador de língua de seu envoltório estéril e cubra uma das extremidades com a medicação do
tubo ou pote. Então, transfira a medicação do abaixador de língua para a sua mão enluvada;
− Aplique a medicação na área afetada com longas e suaves fricções que sigam a direção do crescimento dos
pêlos. Esta técnica evita forçar a medicação para dentro dos folículos pilosos, o que poderia causar irritação e
levar a uma foliculite. Evite a pressão excessiva quando aplicar a medicação porque isto poderia causar
abrasão na pele;
− Para prevenir a contaminação da medicação, use um novo abaixador de língua cada vez que você remover a
medicação do recipiente.
c ) Removendo uma pomada
Para remover uma pomada, lave as mãos; em seguida, friccione solvente nelas e aplique livremente na área
afetada na direção do crescimento dos pêlos. Alternadamente, sature uma compressa de gaze esterilizada com o
solvente e use esta compressa para remover suavemente a pomada. Remova o excesso de óleo esfregando
suavemente a compressa de gaze esterilizada na área afetada. Não esfregue muito forte para remover a
medicação porque assim você poderia irritar a pele.
d) Cuidados e Observações
− Nunca aplique medicação sem antes remover a anteriormente aplicada para prevenir irritação da pele provocada
por acúmulo de medicação;
− Certifique-se de usar luvas para impedir a absorção pela sua própria pele. Se o paciente estiver com uma
infecção cutânea, utilize luvas esterilizadas e disponha dos equipamentos usados de acordo com as normas do
seu hospital;
− Não aplique pomada em demasia em qualquer local da pele. Isto pode provocar irritação e desconforto,
manchas nas roupas pessoais e nas de cama, além de dificultar a remoção;
− Nunca aplique pomada nas pálpebras ou no canal auditivo a menos que ordenado. A pomada pode congelar e
obstruir o dueto lacrimal ou o canal auditivo;
− Inspecione a área tratada freqüentemente por causa de efeitos adversos, como sinais de reação alérgica.
II - Instilação Ocular
Instilação ocular é a introdução de medicamentos no globo ocular, como meio de tratamento ou
para fins de exame ou anestesia geral.
a) Posição
– Sentado, com a cabeça inclinada para trás (hiperextensão);
– Ou deitado, com a cabeça sobre o travesseiro, ligeiramente virada para o lado, de modo que o olho afetado
fique bem exposto.

b) Material
01 bandeja contendo:
– 01 cuba - 1 frasco com conta-gotas - 1 frasco com solução indicada para a limpeza - 1 cuba redonda
(esterilizada) - 1 pacote com bolas de algodão (esterilizado) - lenço de papel - medicação: colírio ou pomada.
c) Procedimentos
– Avisar o paciente e acomodá-lo na posição desejada;
– Trazer o material e colocá-lo sobre a mesinha;
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– Se precisar, embeber uma bola de algodão na solução indicada e remover as secreções externas, limpando os
cílios e as pálpebras; enxugar com o lenço de papel;
– Apanhar o frasco e conta-gotas e aspirar o medicamento prescrito;
– Afastar delicadamente com os dedos de uma mão a pálpebra inferior, expondo o saco conjuntivo;
– Instilar o número de gotas prescrito no centro do saco conjuntivo. Solicitar ao paciente que feche os olhos e
movimente o globo ocular para os lados;
– Enxugar externamente o excesso de medicamento com lenço de papel ou algodão;
– Retirar o material, levar para a sala de serviço, lavar, enxugar e guardar.
d) Cuidados
– Lavar as mãos antes e depois do tratamento.
– Não instilar o medicamento diretamente sobre a córnea, para evitar traumatismos.
– O restante do medicamento não deve ser recolocado no frasco.
– Evitar comprimir os olhos e que o conta-gotas encoste no globo ocular.
– Após a colocação fazer uma pequena fricção sobre o olho fechado, para espalhar bem a medicação, sobretudo
quando for pomada.
e) Observações
– Registrar a medicação no prontuário, especificando O.E. ou O.D. ou ambos, a quantidade e o horário.
– Registrar as alterações observadas.
III - Irrigação Ocular
A irrigação ocular serve para remover secreções do saco conjuntival e como cuidado pré-operatório.
a) Material
Bandeja contendo:
– 1 cuba redonda com solução (esterilizada);
– 1 cuba rim (esterilizada) com uma 1 seringa própria (esterilizada);
– 1 pacote com bolas de algodão (esterilizada);
– 1 cuba rim para receber a solução usada;
– 1 par de luvas;
– Lenço de papel absorvente; 1 impermeável forrado.
b) Procedimentos
– Avisar o paciente o que vai ser feito e solicitar a sua colaboração.
– Manter o paciente deitado, colocando sua cabeça sobre o travesseiro, ligeiramente inclinada para trás e virada
para o lado do olho afetado.
– Proteger o travesseiro com o impermeável.
– Colocar a cuba rim junto à face do paciente próximo ao olho, sob a pálpebra, pedindo-lhe que sustente e
mantenha a cuba em posição correta.
– Molhar uma bola de algodão na solução e limpar-lhe as pálpebras, partindo da comissura interna para externa.
– Expor o saco conjuntival inferior e pedir ao paciente que movimente o olho para cima.
– Aspirar da cuba redonda, por meio da seringa a solução prescrita.
– Fazer irrigação suave e vagarosamente na comissura interna, de modo que a solução se espalhe pelo saco
conjuntival.
– Pedir ao paciente para fechar o olho e enxugar o excesso de liquido com um lenço de papel.
– Retirar a cuba da mão do paciente e colocá-la na bandeja.
– Retirar o material, levar para a sala de serviços e dispensar os cuidados necessários.
c) Observações
– Lavar as mãos antes e depois do tratamento.
– Registrar os tratamentos feitos, especificando a solução e a hora.
– Registrar as alterações observadas.

IV - Instilação no Nariz
Instilação nasal é a administração de medicamento na mucosa nasal, para promover a drenagem de secreção,
facilitar a aeração e combater infecções.
As medicações nasais podem ser instiladas por meio de gotas, borrifadas (usando um atomizador) ou um
aerossol (usando um nebulizador). A maioria das medicações instiladas por estes métodos produzem efeitos locais
em vez de sistêmicos. As gotas podem ser direcionadas para uma área específica; borrifos e aerossóis difundem a
medicação por todas as passagens nasais.
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Para alcançar os seios etmoidais e esfenoidal, deite o Para alcançar os seio mandibular e frontais, deixe o
paciente em decúbito dorsal com a nuca hiperestendida paciente se deitar sobre as costas com a sua cabeça
e a cabeça inclinada para trás além do limite da cama. voltada para o lado afetado e levemente pendurada
Apóie a cabeça com sua mão para evitar distensão na além da beirada da cama. Peça-lhe que gire a cabeça
nuca. lateralmente após a hiperextensão e deixe a cabeça
apoiar em sua mão para impedir a distensão na nuca.

a) Material:
– Cuba rim contendo: Conta-gotas; Medicamentos prescritos; Gaze ou bolinhas de algodão.
b) Instilando gotas nasais
− Avisar o paciente o que vai ser feito.
− Lave as mãos. Coloque luvas se notar qualquer secreção da narina.
− Quando possível, posicione o paciente de forma que as gotas fluam para trás adentrando as narinas, em direção
à área afetada.
− Insira um pouco da medicação no conta-gotas.
− Empurre a ponta do nariz do paciente levemente. Posicione o conta-gotas bem acima da narina e direcione a
ponteira até a linha média do nariz de maneira que as gotas fluam em direção à região posterior da cavidade
nasal e não à garganta.
− Insira o conta-gotas aproximadamente 1 cm para dentro da narina. Certifique-se de que o conta-gotas não toque
os lados da narina porque isto poderia contaminar o conta-gotas ou fazer com que o paciente espirre.
− Instilar o número prescrito de gotas, observando o paciente cuidadosamente em busca de sinais de desconforto.
− Para prevenir que as gotas sejam expelidas das narinas, peça ao paciente para manter a cabeça inclinada para
trás durante pelo menos 5 minutos e para respirar pela boca. Isto também permite tempo suficiente para a
medicação constritor às mucosas.
− Mantenha uma bacia para vômitos à mão de maneira que o paciente possa expectorar qualquer medicação que
flua para a orofaringe e para a boca. Use um lenço de papel para limpar qualquer excesso de medicação das
narinas e da face do paciente.
− Após a realização do procedimento organize o ambiente.
c) Usando o borrifador nasal
− Deixe o paciente se sentar de forma ereta com a cabeça levemente inclinada para trás. Se esta posição não for
confortável, deixe o paciente em decúbito dorsal com os ombros elevados, a nuca hiperestendida e a cabeça
inclinada para trás além da beirada da cama.
− Deixe a cabeça se apoiar em sua mão para impedir a distensão na nuca.
− Remova a capa protetora do atomizador.
− Para impedir o ar de entrar na cavidade nasal e permitir que a medicação flua para dentro adequadamente,
oclua uma das narinas do paciente com seu dedo. Insira a ponteira do atomizador dentro da narina aberta.
− Instrua o paciente para inalar e, enquanto isso, pressione o atomizador uma vez, firme e rapidamente. Use
apenas a força necessária para cobrir o interior do nariz do paciente com a medicação. Então diga ao paciente
para exalar através da boca.
− Se ordenado, borrife a narina novamente. Então, repita o procedimento na outra narina.
− Instrua o paciente para manter a cabeça inclinada por vários minutos e para respirar vagarosamente pelo nariz
de maneira que a medicação tenha tempo para agir. Diga-lhe para não assoar o nariz por alguns minutos.
d) Cuidados e Observações
– Evitar que o conta-gotas toque o orifício interno da narina.
– Lavar as mãos antes e depois do tratamento.
– Registrar no prontuário: tratamento, a medicação e a hora e as alterações observadas.
VIII - Inserção de Medicações Vaginais
As medicações vaginais incluem supositórios, cremes, géis e pomadas. Estas medicações
podem ser inseridas como tratamento tópico para inflamação ou infecção
(particularmente Trichomonas vaginalis e monilíase vaginal), ou como contraceptivo. Os supositórios se derretem
quando entram em contato com a mucosa vaginal e a sua medicação se difunde topicamente, tão eficazmente
quanto os cremes, geléias e pomadas.
As medicações vaginais geralmente vêm com um aplicador descartável. A administração vaginal é mais eficiente
quando a paciente pode permanecer deitada em seguida para reter a medicação.
a) Equipamentos
Medicação prescrita e aplicador, se necessário • luvas • lubrificante hidrossolúvel • absorvente higiênico.
b) Implementação
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− Verifique a prescrição médica;


− Confirme a identidade da paciente perguntando-lhe o nome;
− Lave as mãos, explique o procedimento à paciente e proporcione privacidade.
− Peça à paciente para urinar.
− Pergunte à paciente se ela prefere inserir a medicação sozinha. Se assim for, forneça as instruções apropriadas.
Se não for o caso, siga as etapas seguintes.
− Ajude-a a ficar em posição ginecológica.
− Exponha apenas o períneo.
c) Inserindo um supositório
− Remova o supositório da embalagem e lubrifique-o com lubrificante hidrossolúvel.
− Coloque luvas e exponha a vagina.
− Com um aplicador no dedo indicador da sua outra mão, insira o supositório aproximadamente 5 cm vagina
adentro.
Se o supositório for pequeno, coloque-o na ponta
d) Inserindo pomadas, cremes ou géis. do aplicador. Então, lubrifique o aplicador,
− Insira o êmbolo no aplicador, fixe o aplicador ao tubo da segure-o pelo cilindro e insira-o na vagina. Para
medicação. assegurar conforto à paciente, direcione o
− Esprema suavemente o tubo para encher o aplicador com a aplicador inicialmente para baixo (na direção da
coluna vertebral) e então para cima e para trás
quantidade prescrita da medicação. Lubrifique o aplicador. (na direção do colo uterino), como aqui mostrado.
− Insira o aplicador da mesma forma que fosse inserir um pequeno Quando o supositório alcançar a porção distal
supositório e administre a medicação empurrando o êmbolo do final da vagina, empurre o êmbolo.
aplicador. Remova o aplicador enquanto o êmbolo estiver
e) Após a inserção vaginal ainda abaixado
− Retire e jogue fora as luvas.
− Para prevenir que a medicação suje a roupa da paciente e a roupa de cama, providencie um absorvente
higiênico.
− Auxilie a paciente a retornar a uma posição confortável, alertando-a para permanecer na cama o máximo
possível pelas próximas horas.
− Lave bem as mãos.
IX - Administração de Supositórios ou Pomadas pelo Reto
A administração por via retal é a introdução de medicamento no reto. O medicamento é absorvido através da
mucosa retal e pode ser introduzido sob a forma de: Supositório, Pomada, Clister, Irrigação, Gota-gota.
Um supositório retal é uma massa medicinal sólida e pequena, geralmente em forma de cone, com uma base de
manteiga de cacau ou glicerina. Ele pode ser inserido para estimular a peristalse e a defecação ou para aliviar
dores, vômitos e irritação local. Os supositórios retais derretem-se à temperatura ambiente e são dissolvidos
vagarosamente.
A pomada é uma medicação semi-sólida usada para produzir efeitos locais. Ela pode ser aplicada externamente
no ânus ou internamente no reto. As pomadas retais geralmente contêm medicações que reduzem a inflamação
ou aliviam a dor e o prurido.
a) Equipamentos
Supositório retal ou tubo de pomada e aplicador de pomada • prescrição do paciente • compressas de gaze de 10
cm x 10 cm • luvas • lubrificante hidrossolúvel • opcional: comadre. Quando aplicar um supositório, direcione a
b) Procedimentos na aplicação de supositórios retais sua ponta cônica voltada para o reto para
que ele entre em contato com a mucosa,
− Armazene os supositórios retais na geladeira até quando precisar estimulando a absorção da medicação.
para prevenir o seu amolecimento e a possível diminuição da eficácia
da medicação. Um supositório amolecido também é difícil de ser manuseado e inserido.
− Verifique a prescrição médica.
− Lave as mãos com água aquecida e sabão.
− Confirme a identidade do paciente.
− Explique o procedimento e o propósito dessa medicação ao paciente e proporcione
privacidade.
− Coloque o paciente em decúbito lateral esquerdo, com a perna esquerda fletida. Cubra-o com a roupa de cama
para expor apenas a região glútea.
− Coloque luvas. Remova o supositório da embalagem e lubrifique-o com lubrificante hidrossolúvel.
− Levante a região glútea situada superiormente com a sua mão não dominante para expor o ânus.
− Instrua o paciente a inspirar profundamente várias vezes pela boca para ajudá-lo a relaxar o músculo esfíncter
externo do ânus e reduzir a ansiedade ou desconforto durante a inserção.
− Utilizando o dedo indicador da sua mão dominante, insira o supositório (ponta cônica primeiramente)
aproximadamente 7,6 cm até que você sinta ele passar pelo músculo esfíncter interno do ânus. Tente direcionar
a ponta côncava em direção à parede do reto para que ele entre em contato com a mucosa.
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− Garanta que o paciente fique confortável. Encoraje-o a ficar sossegado e, se aplicável, reter o supositório pelo
período de tempo apropriado. Um supositório aplicado para aliviar a constipação deve ser retido o máximo
possível (pelo menos 20 minutos) para ser eficaz. Pressione o ânus com uma compressa de gaze se necessário
até que passe a vontade de evacuar.
Quando aplicar uma pomada, certifique-se de
− Descarte o equipamento utilizado. lubrificar o aplicador para minimizar a dor na
c) Aplicando uma pomada inserção. Direcione a ponteira do aplicador
− Para aplicar externamente, coloque luvas ou use uma compressa voltada para o umbigo do paciente.
de gaze para espalhar a medicação sobre a área anal.
− Para aplicar internamente, acople o aplicador ao tubo da pomada e cubra o aplicador com lubrificante
hidrossolúvel.
− Espere fazer uso de aproximadamente 2,5 cm de pomada. Para aferir qual quantidade de
pressão usar durante a aplicação, tente espremer uma pequena quantidade do tubo
antes de acoplar o aplicador.
− Levante a região glútea do paciente com a sua mão não dominante para expor o ânus.
− Instrua o paciente a respirar profundamente várias vezes pela boca para relaxar o músculo esfíncter externo
do ânus e reduzir a ansiedade ou o desconforto durante a inserção.
− Insira delicadamente o aplicador, direcionando-o para o umbigo.
− Esprema lentamente o tubo para ejetar a medicação.
− Remova o aplicador e coloque uma compressa de gaze de 10 cm x 10 cm dobrada entre a região glútea do
paciente para absorver o excesso de pomada.
− Desacople o aplicador do tubo. Tampe o tubo e limpe o aplicador meticulosamente com água aquecida e
sabão.
− Registre o horário da administração, a dose e a resposta do paciente.
d) Considerações especiais
O supositório deve ser inserido aproximadamente 30 minutos antes do horário da refeição para ajudar a
amolecer as fezes no reto e facilitar a defecação.
Certifique-se de informar ao paciente que o supositório pode descolorir a próxima defecação. Os supositórios
de anusol, por exemplo, podem dar às fezes um aspecto pastoso cinza-prateado.

3 - Administração Oral de Medicamentos


I - A Via Oral é usualmente a mais segura, mais econômica e a mais conveniente para administração de
medicamentos. Muitas vezes esse método é contra-indicado, no caso de: o medicamento irritar a mucosa gástrica,
o medicamento interferir na digestão, o paciente não pode deglutir.
a) Material
Carrinho ou bandeja com:
 Copinhos descartáveis; Cálice graduado; Conta-gotas; Colheres; Papel para ordens especiais.
b) Preparo da bandeja ou carrinho
 Lavar as mãos.
 Separar os cartões por via de administração, horário e jejum e colocá-los na bandeja por ordem de número de
leito.
 Começando pelo primeiro cartão, procurar o medicamento, ler o rótulo antes de retirá-lo do armário, antes de
colocá-lo no copinho e ao guardá-lo de volta no armário.
 Ao preparar a dose prescrita:
 Manter o rótulo para cima;
 Utilizar o conta-gotas quando a dosagem for em gotas;
 Não tocar os comprimidos com a mão, fazê-los cair um por vez, sacudindo o
frasco delicadamente;
 Medicamento líquido ou em pó segurar o copinho ao nível dos olhos e
indicar o ponto até onde deve ser despejado o medicamento.
 Colocar o copinho com o medicamento junto ao cartão correspondente.
 Diluir e triturar quando for necessário.
 Pegar o segundo cartão e proceder da mesma forma.
 Terminado, limpar externamente antes de guardar os frascos com medicamento liquido.
c) Administração ao paciente
 Levar a bandeja ou carrinho para a enfermaria.
 Expor ao paciente o procedimento.
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 Retirar o copinho e o cartão da bandeja e se aproximar do paciente; dar o medicamento e servir água; um gole
de água poderá ser tomado antes do comprimido para facilitar a deglutição.
 Nunca deixar o medicamento sobre a mesinha do paciente.
 Certificar-se que o paciente ingeriu o medicamento; retirar o  Para entornar líquidos, segure o copi-
copinho usado e o cartão e colocá-los na bandeja. nho de medicação na altura dos olhos.
 Ao terminar de dar os medicamentos a uma enfermaria, checar Use o seu polegar para marcar o nível
toda a medicação dada, antes de passar para outra. certo no copinho.
 Segure o recipiente de maneira que o
 Terminada a administração de medicamentos aos pacientes conteúdo flua pelo lado oposto ao do
levar a bandeja para a sala de serviço, lavar os copinhos com rótulo, para que, se ele fluir, escorra
água e sabão, enxugá-las e guardá-los. pela lateral e não manche o rótulo.
 Guardar a bandeja, tendo o cuidado de limpá-la antes. Primeiro, remova as gotas do gargalo do
 Registrar no relatório: hora, medicação, dosagem, reação e recipiente, usando uma toalha de papel
limpa e úmida.
qualquer outra anormalidade.
d) Observações
Não será demais repetir as seguintes observações:
1º Quanto à prescrição: ler a ordem médica, cartão e ordens especiais; certificar-se do nome do medicamento;
certificar-se da dosagem prescrita; certificar-se da via de administração.
2º Quanto às condições atuais do paciente: deglutição comprometida ou não; presença de sonda gástrica;
jejum; restrição de líquidos; náuseas, vômitos, fenômenos alérgicos, presença de limitações que dificultem a
comunicação, surdez inconsciência e outros.
3º Quanto ao medicamento: doses habitualmente utilizadas; sintomas de intoxicação; gosto desagradável,
possibilidade de melhorar ou disfarçar; cor e aspecto; concentração na apresentação da droga: g, %.
4º Quanto a identificação do paciente: Ler o nomes do paciente na papeleta e no cartão; chamar pelo nome.
5º Quanto ao funcionário: lavar as mãos ao lidar com os medicamentos; não tocar os medicamentos com as
mãos; levar o copo graduado á altura dos olhos ao preparar líquidos ou pós; verificar a seguir a orientação
pertinente; checar a medicação imediatamente após ser dada; observar e comunicar reações do paciente.
6º Quanto ao material: após o uso lavar e guardar bandejas; balcão de preparo, limpar e manter em ordem.

II- Via Sublingual


Certas medicações são dadas via sublingual para prevenir a sua destruição ou
transformação no estômago ou no intestino delgado. Estas medicações agem rapidamente porque o epitélio pouco
estratificado da mucosa oral e a sua abundante vascularização permitem a absorção direta na corrente sanguínea.
a) Material: 1 cuba rim com copinho de medicação.
b) Procedimento
− Verifique a prescrição médica. Para dar uma medicação via
bucal, insira-a entre a bochecha e a
− Lave as mãos. Explique o procedimento ao paciente se ele nunca tiver gengiva do paciente, conforme
recebido uma medicação via sublingual anteriormente. mostrado acima. Peca-lhe que
− Verifique o rótulo na medicação três vezes antes de administrar para se feche a boca e segure o compri-
certificar que está se dando a medicação prescrita. Se estiver mido contra a bochecha até que ele
administrando uma medicação de dose única, verifique o rótulo pela tenha sido absorvido.
terceira vez imediatamente após entornar a medicação e novamente antes de descartar a
embalagem. (Lembre-se: Não abra uma medicação de dose única até que esteja ao
lado da cama do paciente),
− Confirme a identidade do paciente.
− Para a administração sublingual, posicione o comprimido sob a língua do paciente.
− Instrua o paciente a manter a medicação no local até que ela se dissolva completamente Para garantir a
absorção. Para dar uma medicação via
− Advirta-o para não mastigar o comprimido ou tocá-lo com a língua para sublingual, posicione-a sob a
impedir ingestão acidental. língua do paciente, como mostrado
− Diga-lhe para não fumar antes da dissolução da medicação porque o efeito acima e peça-lhe que a deixe lá até
vasoconstritor da nicotina diminui a absorção. que tenha se dissolvido.
− Não dê líquidos porque alguns comprimidos bucais podem levar até l hora para serem absorvidos. Neste caso, o
paciente deve lavar a boca com água, entre as doses.

4 - Medicamentos administrados por Via Parenteral


A administração de medicamentos no organismo pode ser feita por Via Parenteral, que é a introdução do
medicamento por meio de uma punção, que pode será:
 No músculo - injeção intramuscular;
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 No tecido subcutâneo - injeção subcutânea ou hipodérmica;


 No derme - injeção intradérmica;
 Na veia - injeção intravenosa;
 Na artéria - injeção intra-arterial
Problemas que podem ocorrer:
Embora muito utilizada para a administração de medicamentos, a via parenteral não é isenta de riscos. As aplicações
devem ser feitas com o máximo zelo, a fim de diminuir traumas e acidentes. Os acidentes causam: dor, prejuízo (falta à
escola e/ou serviço, gastos) deficiência e até morte. Além dos problemas específicos a cada via, temos alguns
problemas gerais, enumerados por HORTA & TEIXEIRA:
1. Infecções
Podem resultar da contaminação do material, da droga ou em conseqüência de condições predisponentes do
cliente, tais como: mau estado geral e presença de focos infecciosos.
As infecções podem ser locais ou gerais. Na infecção local, a área apresenta-se avermelhada, inturnescida, mais
quente ao toque e dolorida. Além disso, pode haver um abscesso. Pode aparecer também fleimão ou flegmão, que é
uma inflamação piogênica, com infiltração e propagação para os tecidos, caracterizando-se pela ulceração ou
supuração.
Além das infecções locais em casos mais graves, a infecção pode generalizar-se, aparecendo então a
septicemia: infecção generalizada, conseqüente à pronunciada invasão na corrente sangüínea por microorganismos
oriundos de um ou mais focos nos tecidos, e possivelmente, com a multiplicação dos próprios microorganismos no
sangue.
1. Fenômenos alérgicos
Os fenômenos alérgicos aparecem devido à susceptibilidade do indivíduo ao produto usado para anti-sepsia ou
às drogas injetadas. A reação pode ser local ou geral, podendo aparecer urticária, edema, o Fenômeno de Arthus ou
mesmo choque anafilático.
O Fenômeno de Arthus é uma reação provocada por injeções repetidas no mesmo local, caracterizada pela não
absorção do antígeno, ocasionando infiltração, edema, hemorragia e necrose no ponto de inoculação. No choque
anafilático aparece a dilatação geral dos vasos, com congestionamento da face, seguida de palidez, alucinações,
agitação, ansiedade, tremores, hiperemia, cianose, edema de glote, podendo levar à morte.
3. Má absorção das drogas
Quando a droga é de difícil absorção, ou é injetada em local inadequado pode provocar a formação de nódulos
ou abscessos assépticos, que além de incomodativos e dolorosos, fazem com que a droga não surta o efeito desejado.
4. Embolias
Resultam da introdução na corrente sangüínea de ar, coágulos, óleos ou cristais de drogas em suspensão. É um
acidente grave, conseqüente da falta de conhecimento e habilidade do profissional. Pode ser devido à falta de aspiração
antes de injetar uma droga, introdução inadvertida de ar, coágulo, substância oleosa ou suspensões por via intravenosa,
ou à aplicação de pressão muito forte na injeção de drogas em suspensão ou oleosas, causando a rutura de capilares,
com conseqüente microembolias locais ou gerais.
5. Traumas
Podemos dividi-los em trauma psicológico e trauma tissular. No trauma psicológico, o cliente demonstra medo,
tensão, choro, recusa do tratamento, podendo chegar à lipotimia. O medo pode levar à exagerada contração muscular,
impedindo a penetração da agulha, acarretando acidentes ou a contaminação acidental do material. É sempre de grande
importância orientar o cliente, e acalmá-lo, antes da aplicação. Nos casos extremos, esgotados os recursos
psicológicos, faz-se necessária uma imobilização adequada do cliente, a fim de evitar outros danos. Os traumas
tissulares são de etilogias diversas, podendo ser conseqüentes à agulha romba ou de calibre muito grande, que causa
lesão na pele ou ferimentos, hemorragias, hematomas, equimoses, dor, paresias, parestesias, paralisias, nódulos e
necroses, causando por técnica incorreta, desconhecimento dos locais adequados para as diversas aplicações, falta de
rodízio dos locais de aplicação ou variações anatômicas individuais.
A administração de medicamentos por via parenteral requer de quem a aplica conhecimento de:
 Esterilização, assepsia e anti-sepsia local para aplicação (princípios de segurança);
 Ação do medicamento e via de administração (efeito terapêutico);
 Preparação do paciente, física e moral (conforto).
 Finalidades
– Obter ação imediata de um medicamento.
– Dar medicamentos que não podem ser administrados por via oral.
– Evitar irritações da mucosa gástrica.
– Administrar medicamento quando o paciente não pode deglutir.
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– Dar um medicamento em dose exata.


As soluções que devem ser injetadas são preparadas industrialmente e devem ser rigorosamente esterilizadas.
a) Seringa e agulha
Para praticar uma injeção são necessárias uma agulha e uma seringa.
 As seringas são de matéria plástica descartável, isto é, que se usa uma só vez e
em seguida é jogada fora.
A seringa é composta de duas partes: o cilindro e o êmbolo. O cilindro apresenta um bico ao qual se adapta a
agulha, na parte chamada de eixo, onde está marcado o calibre da agulha; tal bico pode ser central ou excêntrico.
A capacidade da seringa varia de 1 a 100 cm 3. Para verificar se está em condições, fecha-se o bico e puxa-se o
êmbolo: deve-se sentir uma forte resistência.
Para injeções intradérmica usa-se uma seringa graduada em décimos de centímetro cúbico e a agulha deve ser
extremamente curta (1 a 2 cm) e fina.
O medicamento que deve ser injetado está contido em ampolas de vidro
completamente fechadas, ou, então, em frascos fechados com tampa de borracha.
b) Material necessário - Bandeja contendo:
– Cuba rim com seringas e agulhas descartáveis;
– Bolas de algodão embebidas em álcool; Medicação prescrita.
c) Procedimentos
– Certificar-se pela prescrição médica, o medicamento a ser dado, dose, via e paciente a quem se destina.
– Retirar do armário ou do recipiente em que se encontram as ampolas ou o frasco de medica-mento, verificando
se é o medicamento prescrito.
– Bater com o dedo na parte de cima da ampola colocar um pedaço de gaze ao redor do gargalo da ampola,
quebrando-o de modo firme e rápido,
– Montar a seringa cuidando para não contaminar a parte do corpo ou do êmbolo.
– Adaptar a agulha, ao bico da seringa.
– Certificar-se do funcionamento da seringa, verificando também se a agulha está
firmemente adaptada.
– Manter a seringa com os dedos polegar e anular da mão esquerda e regular a ampola com o médio e indicador
da mesma mão (Fig. E na página anterior).
– Introduzir a agulha na ampola e proceder à aspiração do seu conteúdo.
– Desprezar a agulha usada para aspirar.
– Escolher para aplicação uma agulha de calibre apropriado ao tipo de solução e de
paciente.
– Manter a agulha protegida com protetor próprio (Fig. G).
– Colocar a seringa preparada, na bandeja e bolas de algodão embebidas com álcool.
 Sendo o medicamento em frasco (pó), na preparação usar os seguintes procedimentos.
 Retirar a tampa metálica, e fazer desinfecção da tampa da rolha com algodão embebido em álcool;
 Abrir a ampola;
 Preparar a seringa, escolhendo uma agulha de maior calibre (25 x 9, 10 ou 12).
 Aspirar o líquido da ampola e introduzir no frasco. (A agulha deve apenas
atravessar a tampa da rolha).
 Retirar a seringa.
 Homogenizar a solução, fazendo a rotação do frasco, evitando a formação de espuma.
 Colocar ar na seringa, em volume igual ao medicamento a ser aspirado.
 Soerguer o frasco, aspirando.
 Retirar o ar contido na seringa.
 Trocar de agulha e identificar a seringa.
 Observações
– Lavar as mãos antes e depois.
– Registrar no relatório: hora, medicação, dosagem e reação.
– Observar as regras gerais na administração de medicamentos.
 Sugestões para diminuir a dor nas injeções:
 Transmitir confiança.
 Injetar a solução vagarosamente.
 Fazer rodízio de locais de aplicações, evitando áreas doloridas.
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 Escolher a agulha ideal ao tipo de paciente e da solução, evitando agulhas calibrosas demais.
 Manter o paciente em posição confortável e apropriada.
 Não aplicar com agulhas com pontas rombas ou rombudas.
 Após a aplicação, fazer pressão leve e constante no local de penetração da agulha. Massagear a área, a não
ser que haja contra-indicação.
 Existem medicamentos doloridos que vem acompanhados de diluentes com anestésico.

Dimensões de agulhas em relação ao grupo etário, condição física e tipo de solução (Injeção IM)

Espessura da tela subcutânea Soluções aquosas Soluções oleosas e suspensões

Adulto: magro 25 x 6 ou 7 25 x 8 ou 9
normal 30 x 6 ou 7 30 x 8 ou 9
obeso 40 x 6 ou 7 40 x 8 ou 9
20 x 6 ou 7
Criança: magra 25 x 6 ou 7 20 x 8
normal 25 x 8
obesa 30 x 8
30 x 6 ou 7

 Angulação da agulha

 Nas regiões D e DG, a posição é perpendicular à pele, num ângulo de 90º.


 Na região VG, recomenda-se que a agulha seja dirigida ligeiramente à cristailiaca.
 Na região FALC o ângulo deve ser de 45º, em direção do pé.
I - Injeção Intramuscular (IM)
É a deposição de medicamentos nas camadas musculares; depois da via endovenosa é a de mais rápida absorção,
daí o seu largo emprego.
Na via intramuscular, a agulha é inserida na pele, formando um ângulo de cerca 90º; indo alcançar o tecido muscular
(figura abaixo).
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Ao administrar injeções intramusculares é importante não injetar no 1 - 2: Deltóide; 3 - 4: Região glútea ventral;
mesmo músculo repetidamente ou o paciente pode sentir um sério 5 - 6: Região glútea dorsal; 7 – 8: Vasto Lateral
desconforto.
 Geralmente essa via é escolhida por:
– Ser a substância muito irritante;
– Ser muito volumosa;
– Ser de difícil absorção (em geral óleos e metais pesados).
 Características dos locais de injeção intramuscular
Ao escolher um local para injeção intramuscular, o profissional deve considerar o seguinte: A área não apresenta
infecção ou necrose? Apresenta escoriações ou abrasão? Qual é a localização dos ossos, nervos e grandes vasos
sanguíneos subjacentes? Qual o volume de medicação a ser ministrado? Cada local tem algumas vantagens e
desvantagens.
 Músculo Vasto Lateral. Não apresenta grandes nervos e vasos sanguíneos calibrosos; absorção rápida.
 Região Glútea Ventral. Um local profundo, distante de grandes nervos e vasos sanguíneos calibrosos; menor
chance de contaminação em pacientes incontinentes, desde que esteja distante do reto.
 Região Glútea Dorsal. Corre-se o risco de atingir estenturas subjacentes como nervo ciático, o trocanter maior
ou grandes vasos sanguíneos; não é usado em crianças com menos de 3 anos. Nunca use este local quando o
paciente estiver em pé. O local deve ser limpo para evitar contaminação.
 Músculo Deltóide. Local de fácil acesso, mas na maioria dos pacientes este
músculo não é bem desenvolvido. Use o local para aplicação de pequenas quantidades de medicamento. Nunca
use em lactentes e crianças. Local potencial para lesões dos nervos radial e ulnar ou da artéria braquial.
a) Indicações das regiões usadas de preferência.
– Região ventro-glútea: indicada em qualquer idade.
– Região deltoidiana: contra-indicada para adulto com pequeno desenvolvimento
muscular.

b) Material - Bandeja contendo:


– Cuba rim com bolas de algodão embebidas em álcool;
– Seringa e agulhas descartáveis; medicação prescrita;
c) Seqüência dos Procedimentos
– Avisar ao paciente o que vai fazer e pedir a sua colaboração.
– Lavar as mãos e trazer a bandeja preparada com a injeção e colocá-la sobre a mesi-nha.
– Expor a região a ser usada; fazer anti-sepsia do local, movimentando a compressa de forma
circular, mantendo o chumaço com álcool para uso posterior. (figura 3)
– Colocar luvas. Introduzir a agulha no músculo num só movimento empregando um ângulo
de 90º. (figura 4)

– Aspirar para certifica-se que não atingiu um vaso sanguíneo.


– Colocar o polegar na ponta do êmbolo e injetar lentamente o liquido; terminado, retirar a agulha rapidamente
sempre no ângulo de 90º.
– Friccionar o local com a bola de algodão embebido em álcool.
– Retornar o paciente à posição confortável.
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– Retirar o material, levá-lo para sala de serviço e dispensar os cuidados necessários.

d) Cuidados
– Ao fazer qualquer aplica-ção no glúteo, é neces-sário observar bem o
local da introdução da agulha, por haver perigo de ser atingido o nervo ciático.
– Para evitar isso, basta dividir a nádega em 4 partes. Toma-se uma linha que vai da crista ilíaca à parte mais
volumosa da nádega e outra que vai das últimas vértebras sacras a parte superior da articulação coxo-femural. A
injeção deve ser feita no quadrante superior externo.
– Em geral; dá-se preferência à região glútea para as injeções dolorosas e de difícil absorção, devido encontrar-se
ai uma grande massa muscular (grande, médio e pequeno glúteo), portanto um grande
número de vasos, conseqüentemente, uma maior irrigação sanguínea, o que favorece a
absorção mais rápida da substância medicamentosa.
e) Observações
– Registrar no relatório: hora, medicação, dosagem e reação.
– Observar as regras gerais na administração de medicamentos.

II - Injeção Subcutânea (SC) ou Hipodérmica


A via subcutânea é também chamada hipodérmica, isto é, uma injeção feita atingindo o tecido que está logo em
baixo da pele (derma).
Apenas pequena quantidade de medicamento deve ser introduzida por essa via, no máximo 2 cm 3 ou 2 ml e, além
do mais, devem ser substâncias de fácil absorção e não irritantes do tecido, devido à facilidade de provocarem
formação de abcessos.
Determinadas vacinas como a anti-rábica, drogas como: insulina, adrenalina e outros hormônios, são
aplicados por esta via.
A agulha, relativamente curta, é inserida através da pele, formando um ângulo de 45º cerca ou às
vezes de 90º, atingindo só o tecido subcutâneo.
Há ocasiões em que o médico prescreve uma grande quantidade de líquido para se introduzido por essa via;
nesse caso, é chamado de hipoder-móclise.
a) Locais de Aplicação
Os locais de aplicação da injeção subcutânea são: a face externa da porção superior do braço, face anterior da
coxa, tecido frouxo do abdome inferior, região glútea e dorso superior (ver fig. ao lado)
b) Material - Bandeja contendo:
– Medicação prescrita;
– Cuba rim com bola de algodão embebido em álcool;
– Serrinhas e medicação prescrita;
– Seringa apropriada e agulha descartável (agulhas: 13x4,5 ou 10x6 ou 15x5); seringa de
1-2-3 ml.
c) Procedimentos
– Lave as mãos e confirme a identidade do paciente.
– Avise o paciente o que vai fazer e peça a sua colaboração.
– Traga a bandeja e coloque-a sobre a mesinha.
– Coloque luvas e selecione um local de injeção apropriado (ver fig. ao lado) e faça anti-sepsia nele, alternando
os locais seleciona-dos.
– Depois que a pele secar, firme a pele com o dedo polegar e o indicador da mão esquerda para elevar o tecido
subcutâneo, formando uma dobra de gordura de 2,5 cm (ver fig. ao lado).
– Com a mão direita segure a seringa e introduza a agulha com firmeza, num só movimento, em ângulo de 45º
ou 90º em relação à superfície epidérmica, dependendo do comprimento da agulha e da quantidade de tecido
subcutâneo.
– Puxe o êmbolo levemente para verificar se há retorno sangüíneo.
– Se nada surgir, injete o líquido lentamente.
– Retire a agulha e com a bola de algodão faça compressão local, seguido de massagem.
– Retorne o paciente à posição normal.
– Retire o material, leve-o para a sala de serviços e dispense os cuidados necessários.
d) Observações
– Registre no relatório: hora, medicação, dosagem, local e reação.
– Observar as regras gerais na administração de medicamentos.
– Quando a medicação for insulina não é conveniente a massagem após a aplicação,
para evitar a absorção rápida; observar o paciente por uns minutos para ver se
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apresenta alguma reação.


III - Injeção Intradérmica (ID)
Usada principalmente com fins de diagnóstico, como em testes para alergia ou tuberculina, as injeções
intradérmicas são administradas em quantidades pequenas, geralmente 0,5 ml ou menos, dentro das camadas
mais externas da pele. Por haver baixa absorção sistêmica dos agentes injetados via intradérmica,
este tipo de injeção é usado principalmente para produzir um efeito local.
A agulha é inserida na pele, formando um ângulo de cerca 10º a 15º. A face ventral do antebraço é o
local mais comumente usado neste tipo de injeção, por ser facilmente acessível e ausente de
pêlos.
a) Local de aplicação
A face interna do antebraço ou região escapular.
b) Material - Bandeja contendo:
– Prescrição do paciente.
– Cuba rim com bola de algodão embebido em álcool; luvas;
– Seringa apropriada e agulha descartável (agulha 13x4,5 ou 7x5);
c) Procedimentos
– Avise o paciente o que vai fazer e peça a sua colaboração.
– Traga a bandeja e coloque-a sobre a mesinha.
– Instrua o paciente para sentar-se direito e estender o braço, apoiando-o sobre
uma superfície plana, com a face ventral do antebraço exposta.
– Coloque luvas. Exponha a região a ser usada e faça a anti-sepsia nela, usando algodão embebido em álcool e
deixe a pele secar.
– Esticar a pele com o dedo polegar e o indicador da mão esquerda (Fig. A).
– Com a mão direita segurar a seringa quase paralela ao braço anterior e introduzir a agulha com o bizel para
cima, com um ângulo de 10º a 15º em relação à superfície da pele (Fig. A).
– Aspire (Fig. B).
– Injete o líquido lentamente, que geralmente formará uma pápula a ser absorvida posteriormente (Fig. C).
– Retire a agulha delicadamente e com a bola de algodão faça compressão local sem friccionar ou massagear,
para evitar o retorno do líquido e a irritação local do tecido.
– Retorne o paciente à posição normal.
– Retire o material, leve para a sala de serviços e dispense os
cuidados necessários.

Segure o antebraço. Insira a agulha sob uma an-gulação de 1 0 a 15 graus para que ela apenas pun-cione a superfície da
pele. Quando injetada, a medicação deve fazer surgir um pequeno vergão ou pápula.

d) Observações
– Registre no relatório: hora, medicação dosagem, local e reação.
– Observar as regras gerais na administração de medicamentos.

IV - Injeção Endovenosa (EV) ou Intravenosa


É a introdução do medicamento diretamente na veia por meio de uma punção.
Na maioria das instituições, apenas os médicos têm permissão de injetar medicamentos diretamente na veia de
um paciente pela punção venosa.
As injeções venosas são aplicadas mais comumente hoje em dia, por não se recear, como antigamente, o
aparecimento de infecção na veia; as veias se defendem contra as infecções melhor que o tecido subcutâneo.
a) Indicações
− Em caso de coleta de sangue.
− Quando se necessita de uma ação imediata da droga.
− Em caso de medicamentos irritantes do tecido, provocando, como conseqüência, necrose do mesmo.
− Em caso de injeções muito dolorosas por outra via.
− Administração rápida de fluido, em casos de desidratação, choque e hemorragias.
− Injeção de meio de contraste para exames radiológicos.
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b) Características essenciais para que uma Substância possa ser injetada na Veia
− Não ser hemolítica (para não destruir os glóbulos vermelhos).
− Não ser cáustica.
− Não coagular as albuminas (para não produzir
embolia).
− Não produzir embolia ou
trombose.
− Ser apirogênica (que eleva a temperatura).

c) Locais de Aplicação
− De preferência na prega do cotovelo, nas veias basílica mediana basílica, cefálica ou mediana cefálica (Fig B).
− Nas veias longitudinais do antebraço: radial e cubital (Fig. B)
− Nas veias do dorso da mão (Fig. A).
− Nas veias dos membros inferiores: tibial ou pioneira.
− Nas veias do dorso do pé: veia safena e plexo dorsal (Fig. C).
− Nas veias jugulares e epicranianas, de preferência quando se tratar de crianças.

d) Material - Agulhas: 20x7, 20x8, 25x7, 25x8. O mesmo usado nas injeções parenterais, isto é:
− Seringa; Agulha; Bolas de algodão embebidas em álcool;
− Frasco ou ampola do medicamento;
− Diluente, se necessário;
− Mais: garrote; suporte forrado ou travesseiro para apoiar o braço;
− Oleado forrado, luvas.
e) Procedimentos
– Lavar as mãos.
– Preparar a injeção obedecendo á técnica descrita em via parenteral.
– Avisar ao paciente o que vai ser feito e pedir a sua ajuda.
– Acomodá-lo confortavelmente no leito.
– Trazer o material e colocá-lo sobre a mesinha.
– Expor a área de aplicação, verificando as condições da veia.
– Colocar o impermeável sobre a região que vai ser puncionada.
– Fixar o garrote um pouco acima do local escolhido.
– Pedir ao paciente para abrir e fechar a mão umas 03 vezes, em seguida mantê-la fechada e com o braço imóvel.
– Fazer anti-sepsia ampla no local, observando os movimentos de baixo para cima.
– Fixar a veia com o polegar da mão esquerda.
– Colocar o indicador da mão direita sobre agulha e com os demais dedos segurar a seringa conservando o bisel
voltado para cima.
– Se a veia for fixa, penetrar pela face anterior sob um ângulo de 30º e com o bisel virado para cima. O bisel da
agulha deve atingir 0,6 cm dentro da veia.
– Se for móvel, penetrar por uma das faces laterais, introduzindo a agulha até fixá-la.
– Aspirar, evidenciando a presença de sangue na seringa, retirar o garrote e pedir ao paciente de abrir a mão.
Injetar lentamente e observar a reação.
– Retirar a agulha, comprimir o local com algodão, colocar esparadrapo no local da injeção e pedir ao paciente
para manter o braço fletido.
– Lavar as mãos.
f) Cuidados
– Não administrar drogas que contenham precipitado ou flóculos em suspen-são.
– Nunca misturar drogas sem ordem médica; no caso de haver necessidade de administrar dois
medicamentos ao mesmo tempo, puncionar a veia uma vez, usando seringa para cada droga.
– Usar material adequado e em bom estado.
– Mudar constantemente de veia, quando a aplicação for diária.
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– A presença de hematoma ou dor indica que a veia foi transfixada ou a agulha está fora dela, devemos retirar a
agulha e fletir o braço do paciente; fazer nova picada em outro local, porque a recolocação do garrote promove o
aumento do hematoma na área.
– Retirar o material e levá-lo para a sala de serviço dispensar os cuidados necessários.
– Deixar o paciente confortavelmente.
g) Acidentes que podem ocorrer
1º- Choque: Vasodilatação geral com congestionamento de face, seguida de palidez, vertigem, agitação, ansiedade,
tremores, hipertermia, cianose, podendo levar à morte.
 O choque pode ser:
 Pirogênico: atribuído à bactéria pirogênicas existentes na água bidestilada;
 Anafilático: devido à susceptibilidade do individuo a solução empregada (anafilaxia: reação exagerada de
sensibilidade a um medicamento);
 Periférico: com etiologia variada (emocional, traumático, superdosagem, aplicação rápida).
2º- Embolia: devido à injeção de ar, óleo ou coágulo sanguíneo.
3º- Acidentes locais: esclerose da veia por injeções sempre no mesmo local;
 Hematomas: extravazamento de sangue da veia;
 Abcessos: causados por substâncias irritantes injetadas fora da veia ou por falta de assepsia;
 Flebites e tromboflebites: infecções locais.
h) Observações
– Seguir as observações já descritas em Regras Gerais na administração de medicamentos.
– Anotar no relatório: hora, medicação, dosagem e reação do paciente.

i) Aplicação de medicação endovenosa em pacientes com soro:


Devido ao risco de contaminação e acidentes, a aplicação de medicamentos através da "borrachinha" é
extremamente proibida. Nesse caso, o melhor é usar equipos com infusor lateral ou conectores em y – Polifix.
V - Acesso Venoso Periférico por Punção
Um dispositivo de injeção de infusão intermitente — ou canal de heparina — elimina a necessidade de múltiplas
punções venosas ou mantém o acesso venoso com uma infusão I.V. contínua. Este dispositivo permite a administração
intermitente ou em bolus I.V. (Bolus se refere à concentração ou a quantidade da medicação) ou para métodos de
injeção. A heparina diluída ou as soluções salinas são freqüentemente injetadas como último passo neste procedimento
para impedir a coagulação no dispositivo.
a) Locais de aplicação
Veias calibrosas e longe das articulações, como radial, cubital, pediosa para evitar que, com o movimento, seja
perdida a veia ou a mesma transfixada.
b) Material:
Bandeja contendo:
 Scalpe ou jelco.  Luvas de procedimento.
 Equipo para soro.  Etiqueta de identificação.
 Frasco de soro e medicação prescrita.  Garrote.
 Esparadrapo ou micropore.  Algodão.
 Solução de heparina diluída  Cuba-rim.
 Álcool a 70%.

Quando necessário: Tala para imobilizar e ataduras.


Fora da bandeja:
– 01 suporte
c) Finalidades
Restaurar o volume sangüíneo, mantendo sua pressão normal no caso de hemorragia, choque e desidratação.
d) Preparo da Medicação
– Abrir o frasco de solução e o dispositivo de infusão intermitente.
– Fazer assepsia na tampa do frasco.
– Introduzir os medicamentos prescritos.
– Introduzir o dispositivo de infusão intermitente.
– Retirar o ar, pinçar e proteger a extremidade do dispositivo de infusão intermitente.
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– Colocar o frasco na bandeja.


– Completar a bandeja com todo o material necessário.
e) Procedimentos
– Lavar as mãos.
– Calçar as luvas. Avisar ao paciente o que vai ser feito e pedir a sua colaboração.
– Acomodá-lo confortavelmente no leito.
– Trazer o material e colocá-lo sobre a mesinha.
– Trazer o suporte e pendurar o frasco no suporte.
– Expor a área de aplicação, verificando as condições das veias.
– Colocar o impermeável forrado sob o local escolhido para ser puncionado.
– Fixar o garrote, um pouco acima do local escolhido (veia).
– Fixar a veia com o polegar da mão esquerda.
– Colocar o indicador da mão direita sobre o canhão da agulha e com os demais dedos, segurar a seringa.
– Observar a posição do bisel, voltado para cima.
– Se a veia for móvel, penetrar por uma das faces laterais, empurrando-a com a agulha até fixá-la.
– Aspirar o observar a presença de sangue na seringa, retirar o garrote e pedir para o paciente abrir a mão.
– Ligar o intermediário do plastequipo à agulha. Fixar a agulha com esparadrapo.
– Graduar o número de gotas prescritas (de 60 a 80 por minuto).
– Acomodar o paciente confortavelmente.
– Lavar as mãos.
f) Observações
– Depois de retirar o material e dispensar os cuidados necessários, registrar no prontuário o inicio e as condições;
terminado o soro, trocá-lo ou substituí-lo e registrar no prontuário.
– Em caso de pacientes inconscientes, agitados, crianças, fazer imobilização.
– Nos frascos de plásticos não há necessidade de colocar agulha para o respiro.
– Quando terminar a aplicação, registrar no relatório: hora, medicação, quantidade, dosagem e reação do paciente.

g) Tipos de soros
 Isotônico: é aquele cuja pressão osmótica é igual á pressão osmótica do sangue.
Os mais usados são:
– Soro fisiológico: solução de cloreto de sódio a 0,7%, 0,9 ou a 7%.
– Soro glicosado isotônico: solução de glicose a 5%.
 Hipertônico: é aquele cuja pressão osmótica é superior à do sangue, podendo ocasionar a destruição dos
glóbulos vermelhos devido á observação de grande quantidade de líquido.
O soro hipertônico só pode ser administrado intravenosamente; se for dado subcutâneo, destrói os tecidos e pode
formar escaras; a rapidez da absorção do soro depende da desidratação do doente.
h) Regra para Cálculo de Gotejamento:
Para calcular o ritmo do fluxo do soro a ser administrado num determinado período de tempo, deve-se considerar o
tipo de equipo, a quantidade e o número de horas desejado para a administração do soro. Existe no mercado equipo de
micro e macrogotas, que correspondem respectivamente a 60 gotas e a 20 gotas por ml. Para administrar um soro de
500 ml em 8 horas, utilizando equipo de macrogotas (equipo padrão), efetuaremos o seguinte cálculo:

1ml = 20 gotas
1º = 10.000 gotas
50 ml = x
1 hora = 60 minutos
2º = 480 minutos
8 horas = x
10.000 gotas = 20.8
3º = 21,0 gotas por minuto
480 minutos

Número de gotas por minuto


Nº / min = número de gotas
número de minutos
Sabe-se que: 1 ml = 20 gotas
1 hora = 60 minutos
Exemplo: 500 ml (1/2 litro) para correr em 6 horas. Quantas gotas por min?
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Para calcular o número de gotas, multiplica-se o volume total de ml por 20; no caso: 500 x 20 = 10.000 gotas.
Para calcular o número de minutos, transforma-se o total de horas em minutos; no caso: 6 x 60 = 360 minutos.
Obtidos esses dados, aplica-se a fórmula acima.
Nº de gotas / min = n° de gotas = 10.000 = 27,7 isto é: 28 gotas
nº de minutos 360

Resultado: Deve-se pingar 28 gotas por minuto na veia do paciente.


Tabela de gotejamento de soro
Quantidade 500 ml 1000 ml 2000 ml
Nº horas Nºgotas Nºgotas Nºgotas
24 7,0 14,0 27,0
18 9,0 18,0 37,0
12 14,0 27,0 55,0
10 16,0 33,0 66,0
8 21,0 42,0 83,0
6 27,0 55,0 111,0
Obs.: 1) Para controle mais preciso de gotejamento e quantidade a ser infundida existem aparelhos apropriados, como a
bomba infusora.

 Cálculo de medicamentos:
Os medicamentos são fornecidos ao consumo em doses padrão e como as dosagens indicadas de cada paciente
variam, é necessário recorrer ao fracionamento ou adições para preparo da dose correta. Outras vezes a indicação
é feita em unidades de medida diferente da apresentação da medicação; faz-se então o cálculo para obter dados
correspondentes.
Transcrevemos a seguir algumas prescrições para exemplificar algumas maneiras utilizadas para solucioná-las.
1º CARBENICILINA 250 mg E V de 8 em 8 horas (apresentação: frasco com 1 g em pó).

1 g = 10 ml; 250 mg ou 0,25 g = x ml;


X x 1 = 0,25 x 10 então: X = 0,25 x 10 = 2,5 ml
1
R: Aplicar 2,5 ml EV de solução.

2º GARAMICINA 25 mg IM de 6 em 6 horas (ampola com 40 mg contidos em 1 ml de solução).


Adicionar a esse conteúdo 3 ml de água destilada estéril: (1 + 3) ml = 4 ml
40 mg ............ 4 ml; 25 mg ........ X ml;
então: X x 40 = 25 x 4  daí: X = 25 x 4 = 2,5 ml
40
R: Aplicar 2,5 ml da solução.

3º DECADRON (Dexametasona) 2 mg IM cada 12 horas. (Solução de 1 ml a 0,4%)


Se 0,4 g ou 400 mg deveriam estar contidos em 100 ml (0,4%); então quantos (X) mg deverão estar conti-dos em
1 ml?
Solução = X  4 mg
Se 4 mg (deveriam estar contidos) em 1 ml;
Então 2 mg (em quantos) X ml; X = 0,5 ml
R: Aplicar 0,5 ml ou adicionando-se 3 ml de água estéril destilada:
4 mg 4 ml X = 2 x 4 = 2 ml
2 ml X ml 4
R: Aplicar 2 ml.

4º GLICOSE 50% aplicar em gramas de glicose?


50 g 100 ml X = 50 x 20 = 1000 = 10 g
Xg 20 ml 100 100
R: 10 gramas de glicose.
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5º DIGITOXINA 0,1 mg ½ comprimido VO (1 comprimido tem 0,1 mg).


Dissolver o comprimido em X quantidade de água e retirar metade da solução.
1 comprimido 4 ml X = 2 ml
½ comprimido X ml
R: Retirar 2 ml da solução.
VI - Transfusão de Sangue total e Papa de Hemáceas
A Transfusão de sangue consiste em injetar, com técnica especial, em paciente necessitado,
certa porção de sangue de pessoa sadia chamada doador, através a via venosa, em quantidade regular, por
indicação médica.
As pessoas que recebem o sangue chamam-se de receptores.
Em geral este tratamento é feito para reparar perdas sanguíneas por hemorragias, durante e após cirurgia, em
caso de anemia e outras doenças.
A transfusão de sangue; pode ser direta ou indireta; é direta quando através de equipos especiais, o sangue vai
da veia do doador à veia do receptor (fig. ao lado); e indireta quando o sangue do doador é extraído e colocado
em recipiente apropriado e depois guardado em geladeira ou transfundido logo após.
A transfusão de papa de hemáceas, da qual 80% do plasma foi removido, repõe apenas a capacidade
transportadora de oxigênio.
Geralmente o adulto recebe uma transfusão de 300 a 500 ml. Uma criança recebe cerca de 20 ml por quilo de seu
peso.
É preciso que o sangue, durante a transfusão não se coagule, também não seja
incompatível o do doador com o receptor; daí a necessidade de fazer provas de
determinação do grupo sanguíneo do doador e do
receptor, para determinar a compatibilidade.

a) Equipamentos. Agulhas: 25 x 8, 25 x 9, 25 x 10, 25 x 12


Dispositivo para recepção sanguínea (equipo e filtro com câmara de
gotejador para o sangue ou dispositivo combinado) • extremidade I.V. • luvas •
equipo de múltipla derivação • sangue total ou papa de hemáceas • 250 ml de soro
fisiológico • equipamento de punção venosa, se necessário (deve incluir um cateter
18G ou uma agulha 19G) • opcional: bolsa de gelo, compressas aquecidas.
São comumente utilizados os dispositivos de administração sanguínea com linha
direta (ver fig. ao lado) e do tipo em Y (ver fig. em baixo).
b) Cuidados de Enfermagem
– Antes da transfusão, saber qual a transfusão prescrita: sangue, plasma,
substitutos do plasma, concentrado de glóbulos ou outros.
– Verificar se o pedido preenchido e assinado pelo médico está completo e se o
paciente assinou o formulário de consentimento.
– Colher amostra de sangue e identificar o tubo com o nome, número de
registro e do leito do paciente, nome da clinica e data.
– Conferir no ato da transfusão o nome do paciente, registro e leito com o
rótulo que vem preso ao frasco de sangue.
− Pegue o sangue total ou a papa de hemáceas do banco de sangue em no
máximo 30 minutos antes do início da transfusão, verificando o prazo de
expiração na bolsa de sangue e outras anormalidades.
– Na sala de serviços, montar o frasco de sangue com o equipo de transfusão e
se precisar, colocar agulhas 25x10 ou 25x12 como respiro.
– Retirar o ar do equipo, fazendo o sangue correr em toda a extensão do tubo.
– Explicar ao paciente o que vai ser feito e pedir a sua colaboração.
– Levar o material perto do paciente e deitá-lo em uma posição confortável.
– Proceder à instalação da transfusão, puncionando a veia mais indicada, seguindo a
técnica da injeção endovenosa.
– Fixar com esparadrapo e controlar o gotejamento, que deve ser:
 30 a 40 gotas por minuto no adulto;
 20 a 30 gotas por minuto em caso de: crianças, pacientes anêmicos, idosos, cardíacos ou
debilitados;
 Conforme a prescrição médica.
– Utilizando um dispositivo do tipo em Y, feche todos os grampos no dispositivo. A seguir, insira a ponteira da linha
que estiver sendo utilizada para soro fisiológico na bolsa da solução salina. Depois, abra a porta na bolsa de
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sangue e insira a ponteira da linha que estiver sendo utilizada para a administração de sangue ou de componente
celular na porta. Pendure o soro fisiológico e o sangue ou componente celular na extremidade I.V., abra o grampo
na linha da solução salina (soro fisiológico) e esprema a câmara
do gotejador até que esteja cheia pela metade de solução salina. A seguir remova a cobertura do adaptador na
tampa do dispositivo do sangue e abra o grampo de fluxo principal e perfile o equipo com soro fisiológico.
– Completada a transfusão, retirar o material e guardar cuidadosa-mente fazendo limpeza nele; retorne a bolsa de
sangue vazia ao banco de sangue e descarte o equipo e o filtro.
c) Observações
– Observar as Regras Gerais na administração de medicamentos.
– Registrar no relatório: hora, quantidade e reação do paciente.
– Durante a transfusão, manter o gotejamento de acordo com a prescrição médica.
– Observar que a agulha continue bem dentro da veia, evitando infiltrações nos tecidos.
– Controlar e anotar respiração, pressão arterial, pulso, aparência e queixas do paciente.
– Observar sintomas; sobrevindo qualquer anormalidade, avisar a enfermeira chefe e suspender ou diminuir o
gotejamento. As anormalidades podem ser: calafrios, febre, mal-estar, delírios, vômitos, hipertensão, dispnéia,
cefaléia, tosse, taquicardia, coceira, urticária, crise asmática, edema de pálpebras e glote, cianose, convulsão,
oligúria, icterícia etc.
– Quando a transfusão for feita sob pressão, vigiar constantemente e ao terminar, fechar pinça antes que o ar passe
do frasco para o equipo e dai para a circularão; a entrada de ar na circulação do sangue pode acarretar graves
conseqüências, até mesmo a morte.
– Se for feita uma transfusão de uma grande quantidade de sangue, controlar o aspecto e a quantidade de urina,
nas horas subseqüentes.

OXIGENOTERAPIA

É a administração de oxigênio medicinal com finalidade terapêutica.

1 - Indicações:
1. Hipoxemia de qualquer origem.
2. Reanimação cardiorespiratória.

2 - Oxigênio (O2).
Oxigênio é um gás incolor, inodoro, insípido e ligeiramente mais pesado do que o ar; é ligeiramente solúvel em
água; constitui 21% do ar atmosférico. A inalação de O2 é essencial para a vida humana; as células do corpo
requerem constantemente sua cota de O2, a qual é administrada pela circulação sanguínea e não pode contar com
depósitos de reserva no organismo.
A necessidade de O2 varia de acordo com o tipo de células; as do cérebro, por ex., após 4 minutos sem oxigênio,
apresentam mudanças irreversíveis, ao passo que outras podem ficar muito tempo sem ele.

3 - Medidas de Segurança
Sendo o oxigênio inflamável, é muito importante.
1. Não permitir fumar no local - colocar avisos de "Não fumar".
2. Cuidado com aparelhos elétricos que podem emitir faíscas.
3. Roupas que contém nylon, seda, podem gerar eletricidade estática e produzir faíscas.
4. Nunca usar graxa ou óleo nas válvulas e no manômetro de oxigênio.
5. Transportar o torpedo com cuidado, pois na queda pode provocar explosão (o ideal é que seja canalizado).

4 - Cuidados com o umidificador


1. O oxigênio precisa sempre ser administrado, pois a inalação por longos períodos com baixa umidade lesa o
epitélio da mucosa respiratória, dificultando a eliminação do muco e provocando uma reação inflamatória
subepitelial.
2. Manter o umidificador sempre com áqua até a marcar ou no mínimo 2/3 de sua capacidade.
3. A água usada no umidificador deve ser estéril.
4. Ao verificar que o nível da água no umidificador está baixo, desprezar a água restante e recolocar nova água.
Jamais acrescentar água ao volume restante, para evitar de torná-la um meio de cultura.
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5 - Material Básico:
 Oxigênio canalizado ou em torpedo.
 Dois manômetros: um indica a quantidade de oxigênio no torpedo e o outro controla o fluxo de saída
(fluxômetro).
 Umidificador
 Aviso de "não fumar".
 Esparadrapo
 Gaze.
 Soro fisiológico.
 Intermediário de látex ou plástico, com 1 ou 2 metros de comprimento, para permitir que o paciente possa se
movimentar.

6 - Meios de Administração
O oxigênio pode ser administrado por intermédio de:
 Cânula nasal (óculos para oxigênio).
 Material:
 Cânula nasal dupla estéril; umidificador de bolhas estéril; extensão de borracha; fluxômetro calibrado por
rede de oxigênio; 50 ml de AD esterilizada.
 Procedimento:
 Instalar o fluxômetro e testá-lo;
 Colocar água no copo do umidificador, fechá-lo e conectá-lo ao fluxômetro;
 Conectar a extensão ao umidificador;
 Identificar o umidificador com etiqueta (data, horário e volume de água);
 Instalar a cânula nasal do paciente e ajustá-la sem tracionar as narinas;
 Conectar a cânula à extensão, abrir e regula o fluxômetro (conforme prescrição).
 Trocar a cânula nasal diariamente.
 Trocar o umidificador e extensão plástica a cada 48 horas.
 Cateter nasal.
Este meio fornece uma quantidade moderada de oxigênio (20 a 28%) com um fluxo de 1 a 8 litros por minuto.
 Vantagens:
É leve e bem tolerada; Não interfere com a fala e a alimentação.
 Desvantagens:
Quantidade incerta de oxigênio fornecida; Resseca a mucosa nasal, pois fornece pequena umidade; Pode ser
irritante e incomodo com o uso prolongado; Fluxos rápidos podem provocar dor nos seios nasais.
 Técnica de instalação do cateter nasal tipo óculos
 Material:
 01 Cateter nasal tipo óculos;
 02 Umidificadores;
 03 Extensões de borracha;
 04 Fluxômetros; Água destilada.
 Procedimento:
 Lavar as mãos e reunir o material.
 Explicar o procedimento ao paciente.
 Instalar o Fluxômetro na rede de oxigênio e testá-lo.
 Colocar água destilada no umidificador e fechar bem e conectá-lo ao Fluxômetro.
 Conectar o látex ao umidificador.
 Identificar o umidificador.
 Instalar o cateter nasal no paciente e ajustá-lo bem.
 Conectar o cateter nasal ao látex, abrir e regular o Fluxômetro, conforme prescrição médica.
 Recolher o material e registrar na folha de anotações da enfermagem.
 Trocar o cateter nasal diariamente.
 Trocar o umidificador e extensão a cada 48 horas.
 Máscara facial.
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Dispositivo aberto, de plástico, adaptado à frente do rosto e apoiado no queixo. Fornece grande quantidade de
umidade, porém pequena de oxigênio.
 Vantagens:
É de fácil utilização, é bem tolerada e é útil para administrar oxigênio com alta umidade.
 Desvantagens:
Intolerância por parte de alguns pacientes; Pode exercer pressão sobre partes ósseas; Deixa a face
frequentemente úmida.
 Intubação endotraqueal.
 Indicações:
Manutenção de oxigenação adequada; Proteção das vias respiratórias; Acesso para aspiração de secreções
pulmonares; Insuficiência respiratória; Conexão a um ventilador mecânico.
 Material para a intubação endotraqueal:
Material para paramentação; Laringoscópio completo; Tubo endotraqueal; Lubrificante hidrossolúvel; Guia de
intubação ou pinça Magil; Seringa de 10 ou 20 ml; Cadarço de fixação; Cânula de Guedel; Luva estéril; Ambú;
Estetoscópio.
 CPAP - Pressão Positiva Contínua
 Lavar as mãos;
 Montar o circuito e conectar o ventilador ou respirador de forma asséptica;
 Instalar umidificador aquecido (32 a 36 ° C);
 Aspirar vias aéreas superiores;
 Checar com freqüência a posição da cânula;
 Manter o RN com sonda orogástrica aberta.
 HOOD (capacetes Oxi - Hood).
 Lavar as mãos;
 Realizar a escolha do capacete;
 Manter a mistura de oxigênio umidificada e aquecida (32 a 36°C);
 Posicionar a cabeça do RN dentro do capacete;
 Evitar retirar o RN do capacete, se necessário, providenciar fonte de oxigênio perto da narina;
 Trocar a água do nebulizador a cada 24 Hs, e o circuito a cada 48 Hs.

I - Terapia de Nebulização - Inalação


A inalação é a introdução e penetração de vapores ou gases diretamente nas mucosas das vias aéreas
superiores.
O vapor por inalação proporciona calor e umidade diretamente para as mucosas que revestem as vias
respiratórias.
O calor aumenta a irrigação sangüínea pela vasodilatação e a transudação de líquidos, fluidificando as secreções
e facilitando a sua expectoração.
a) Finalidades
Combater a inflamação e irritação das mucosas, como no caso de: bronquite, sinusite, edema da
faringe, laringite, gripe e resfriado.
b) Medicação
De acordo com a indicação médica, as medicações mais usadas são:
– Mentol; Óleo de eucalipto; Vick Vaporub;
etc.
c) Material - Bandeja contendo:
– Inalador (há vários tipos);
– 1 toalha de rosto;
– 1 conta-gotas;
– Medicação prescrita;
– 1 jarro com água fervendo.
d) Procedimento
– Avisar ao paciente o que vai ser feito e pedir a sua colaboração.
– Preparar o ambiente, evitando as correntes de ar.
– Trazer o material e colocá-lo sobre a mesinha.
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– Colocar o paciente em posição de Fowler ou sentando numa cadeira.


– Adicionar o medicamento à água fervendo.
– Arrumar o inalador de forma que o vapor seja dirigido diretamente para as vias aéreas superiores do paciente.
– Cobrir com toalha a cabeça do paciente e o inalador.
– Pedir ao paciente que expectore o muco durante a inalação.
– Passado o tempo indicado, retirar a toalha da cabeça do paciente e enxugar-lhe o rosto.
– Mantê-lo em ambiente fechado durante uns 30 minutos.
– Acomodá-lo confortavelmente no leito.
– Retirar o material, levar para a sala de serviços, lavar, secar e guardar nos devidos lugares.

e) Cuidados e Observações
– Fornecer a escarradeira ao paciente para receber o muco expectorado.
– Permanecer ao lado do paciente durante a inalação, no caso de paciente acamado.
– Pedir que feche os olhos durante a inalação.
– Muita atenção para que a água não derrame no paciente e o queime.
– Registrar no prontuário o inicio e termino do tratamento, medicação, dose e reação do paciente.

II - Terapia de Nebulização com Nebulizador


A nebulização é a administração de medicamento por inalação, transformando-o em pequenas partículas
voláteis ou nuvens de vapor.
Berotec - Bromidrato de fenoterol
Atrovent - brometo de ipratrópio
a) Indicações
Asma; Complicações pós-operatórias; Abscessos do pulmão;
Blastomicose; Rinites; Sinusites; Amigdalites.
b) Material - 1 cuba rim contendo:
− Nebulizador (há vários tipos);
− Intermediário de borracha ou de plástico;
− 1 seringa e agulha descartável.
Nebulizador é um aparelho utilizado para a produção do aerosol, isto é, a suspensão em ar ou O2 de partículas
muito tênues de medicamento. Os aerosois são utilizados para levar até os brônquios medicamentos apropriados
(bronco-dilatadores, mucolíticos, antibióticos-corticóides) que lá se depositam diretamente e em grande
quantidade.
No aerosol é importante o tamanho das partículas: partículas de 3 a 5 micra atingem os grandes brônquios; para
atingir os bronquíolos são necessárias partículas de 0,5 a 3 micra.
 Material básico: Oxigênio ou 1 cilindro de 02.
 Medicação: de acordo com a indicação médica.
c) Procedimentos
– Avisar ao paciente o que vai ser feito e pedir a sua colaboração.
– Colocá-lo em posição de Fowler ou sentado numa cadeira. Estimule o paciente a respirar lenta e uniformemente
durante o tratamento.
– Trazer o material e colocá-lo sobre a mesinha.
– Ligar o nebulizador ao oxigênio, depois de ter colocado o remédio nele.
– Retirar o frasco umidificador, a fim de facilitar a ação do fluxo sobre o medicamento do nebulizador.
– Controlar o fluxo de oxigênio (4 a 6 litros / minuto de O2 em média) conforme a prescrição médica.
– Colocar o gargalo do nebulizador na boca do paciente.
– Instruir o paciente para que inale, fazendo inspiração profunda e repetir a manobra várias vezes, de acordo com o
tempo prescrito, que em média deverá ser de 15 a 20 minutos.
− Estimule o paciente a tossir e expectorar, ou aspire as secreções se necessário.
– Assistir o paciente durante a nebulização, se ele precisar.
– Concluído o tratamento desligar o O2; retirar o nebulizador e depois de tê-lo levado para a sala de serviços, passá-
lo em água corrente para remover a solução contida.
d) Observações
– Observar as reações do paciente e registrar o tratamento, a hora e o término.
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– Os compostos particulados nebulizados podem irritar a mucosa em alguns pacientes e provocar broncospasmo e
dispnéia. Outras complicações incluem queimaduras nas vias aéreas (quando elementos aquecedores são
utilizados), infecção por equipamento contaminado (embora rara) e reações adversas às medicações

ALIMENTAÇÃO DO PACIENTE

1 - Por Via Oral

a) Introdução
A alimentação auxilia a recuperação dos pacientes, por que os alimentos fornecem energia, reconstroem os
tecidos e ajudam os processos vitais. Devido a freqüente alteração do apetite e a dificuldade de aceitação da dieta
durante a doença, torna-se responsabilidade da equipe de enfermagem ajudar o paciente a se alimentar, servindo-
o nos horários das refeições, observando o seu apetite e estimulando-o a comer.
b) Fatores que favorecem o apetite
Ambientes calmos, limpos, livres de odores desagradáveis; bem estar físico e psíquico; alimentação de aparência
limpa com apresentação atraente e na temperatura adequada, evitando interrupções durante a refeição, são fatores
importantes que favorecem o apetite.
c) Fatores que alteram o apetite e a digestão
O paciente hospitalizado sofre alterações do apetite e digestão pela própria mudança de ambiente, atividades e
hábitos.
Assim temos os seguintes fatores de alteração do apetite:
 A febre diminui o apetite;
 Os odores causam náuseas;
 As toxinas inibem as secreções gástricas;
 A própria doença impõe a proibição de certos alimentos e condimentos na dieta.
d) Preparo do paciente
 Aos doentes acamados precisa oferecer a comadre uma meia hora antes das refeições para evitar odores
desagradáveis na hora da alimentação.
 Ofereça-lhes água e sabão para que lave o rosto e as mãos.
 Arrume a cama de maneira confortável, elevando a cabeceira do paciente.
 Coloque a bandeja de alimentos sobre a mesinha de cabeceira.
 Refresque o ar do quarto.
 Encoraje os doentes que podem andar a tomar suas refeições sentadas.
 A apresentação da bandeja é muito importante; uma bandeja mal preparada ou com comida derramada inibe o
apetite do paciente.

e) Alimentação do paciente
Quando o paciente pode alimentar-se sozinho verifique se a dieta está correta. Se o paciente se recusa a comer,
encoraje-o através de uma conversa amigável e convincente da necessidade de comer. Terminada a refeição,
retire a bandeja, recoloque no seu lugar, ofereça água e material para higiene da boca e das mãos e deixe a
unidade em ordem.
Quando o paciente é incapaz de alimentar-se sozinho, proceder assim.
 Coloque o guardanapo ou toalha sob o queixo do paciente; se o paciente não pode enxergar, explica-lhe o que
está em sua bandeja.
 Para darem líquidos, certifique-se que eles estejam na temperatura correta; coloque a mão sob o travesseiro e
erga a cabeça levemente. Segure o corpo ou xícara com a outra mão deixe o paciente guiá-la. Se a cabeça do
paciente não pode ser elevada, dê o líquido através de um canudo flexível. Se estiver delirante ou
semiconsciente, os líquidos poderão se administrados com um conta-gotas, tendo cuidado para evitar aspiração
e ministrando os líquidos lentamente.
 Para servir sólido, pergunte ao paciente o que ele quer comer. Leve pequenas quantidades de comida na ponta da
colher ou garfo à boca dele. Faça que ele segure o pão, se puder. Enxugue-lhe a boca conforme necessário. Se o
paciente estiver delirante ou semiconsciente, use uma colher com quantidades pequenas e coloque-as bem no
fundo sobre a língua do paciente.
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 Passe tanto tempo quanto for necessário junto a cada paciente; sente-se para alimentá-lo; evite assumir uma
atitude de pressa; certifique-se que o paciente engoliu toda a comida antes de dar mais.
 Registre no relatório de enfermagem: a hora, o tipo de dieta, a quantidade ingerida e anormalidades.
f) Dietas mais freqüentes nos Hospitais
 Dieta normal. Deve ser uma dieta equilibrada, levando-se em consideração que o paciente faz pouco exercício e que
a pouca mobilidade pode acarretar a tendência à obstipação intestinal. Em geral, nessa dieta, embora possa
conter todo tipo de alimentos, esses estão pouco condimentados para tornar mais fácil a digestão. Para certas
pessoas, acostumadas a comidas mais fortes, podem parecer um pouco insípidas.
 Dieta leve. E constituída de alimentos macios e fáceis de serem mastiga dos. Costuma-se prescrever aos pacientes
idosos ou com dificuldade para mastigar e para as pessoas com complicações digestivas. Às vezes, neste tipo de
dieta, fala-se de dieta moderada mecânica, que é a dieta natural triturada.
 Dieta líquida. O paciente recebe apenas alimentos líquidos: água, leite, suco e caldo. Em algumas ocasiões, as
dietas são menos estritas e podem conter sopas, pudim de caramelo e cremes. Recomenda-se para pacientes
que ficaram sem alimentação por via oral, como início da dieta. Também nos primeiros momentos do pós-
operatório, sempre que a cirurgia não esteja relacionada ao aparelho digestivo.
 Dieta terapêutica. As mais conhecidas são as dietas hipocalóricas, administradas aos pacientes que devem
reduzir seu peso. Devem ser controladas para se evitar que falte algum nutriente essencial, e que a perda de
peso se faça de uma forma escalonada. Constituem dietas com poucas gorduras e poucos hidratos de carbono.
Na extremidade contrária, estão as dietas hipercalóricas, apropriadas para os pacientes desnutridos que
conservam bem a função digestiva.
A dieta hiposódica, quer dizer, com pouco sal, emprega-se nos pacientes hipertensos ou com problemas
cardíacos.
Os pacientes com má função hepática adotam a dieta hipogordurosa e os pacientes diabéticos têm restrição
quanto a alimentos com elevado conteúdo de açúcares e com excesso de gorduras.
Existem também dietas apropriadas para pacientes com problemas renais, ou de outros órgãos, nas quais devem
ser evitadas substâncias difíceis de serem eliminadas pelo órgão atingido. Com certeza, estes tipos de dietas
podem ser combinados entre si. Uma pessoa pode ser hipertensa e ter necessidade de perder peso. Precisará,
então, de uma dieta hiposódica e hipocalórica

QUADRO DE DIETAS
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2 - Alimentação por Sonda (Gavagem)


A Gavagem gástrica é a introdução de alimentos no estômago através de um tubo que passa pela narina indo até
o estômago. Isso proporcionará nutrição quando o paciente não puder ou não quiser alimentar-se normalmente.
Tais casos incluem o deficiente mental, o paciente com paralisia faringiana, o inconsciente e a pessoa que sofreu
cirurgia da boca e a criança prematura.
a) Material necessário
Bandeja contendo:
 Alimentação na temperatura adequada (preparado no Serviço de Dietética e Nutrição);
 01 cuba rim com gaze;
 01 seringa de 20 ou 50 ml; 01 cuba redonda com água filtrada ou esterilizada.
 Pinça;
 Luvas de procedimento.

b) Técnica
 Lavar as mãos;
 Explicar ao paciente o que vai ser realizado;
 Calçar as luvas;
 Adaptar a seringa na sonda, já com alimento
 Administrar o alimento vagarosamente (de 200 a 350 ml em 10 a 15 min), até completar a quantidade prescrita
regulando a velocidade do fluxo elevando ou baixando a seringa; não deixar entrar ar pela sonda, não permitindo
que a seringa esvazie completamente
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 Desadaptar a seringa e colocá-la na cuba rim.


 Terminada a introdução de alimento, injetar de 20 a 60 ml de água esterilizada ou filtrada pela sonda, para lavá-
la.
 Prendê-la com a pinça durante 20 minutos.
 Retirar o avental do paciente e acomodá-lo confortavelmente.
 Proporcionar cuidados á boca e ao nariz, onde a sonda está inserida.
 Deixar a unidade em ordem.
 Levar o material para a sala de serviço, lavá-lo e guardar nos devidos lugares.
 Registrar no prontuário: a hora da alimentação, tipo de dieta, quantidade e reação do paciente.

3 - Alimentação através de Gastrostomia

Na alimentação por Gastrostomia é feita uma abertura cirúrgica; para o estômago através da parede abdominal;
por essa abertura é passado um tubo de borracha e é ministrada alimentação líquida.
O tubo é deixado na abertura até que sua permeabilidade se estabeleça. A área ao redor do tubo é protegida com
tiras de gaze esterilizadas.
Após a cicatrização completa da ferida o tubo geralmente é removido entre as refeições e é aplicado um curativo
protetor.

a) Material necessário
Bandeja contendo:
 1 seringa de 20 ou 50 ml; luva de procedimento;
 1 sonda de alimentação, se não estiver inserida; Equipo graduado com capacidade para 300 ou 500ml para
acondicionamento da dieta;
 Frasco graduado acondicionando o alimento (37, 7°C);
 1 cuba redonda com água filtrada ou esterilizada, 4 gazes 7,5 X 7,5

b) Técnica
 Se o paciente estiver consciente, avisá-lo, a fim de obter a sua colaboração.
 Desocupar a mesa da cabeceira.
 Trazer todo o material para junto do paciente.
 Colocar o paciente em ligeira posição de Fowler.
 Lavar as mãos;
 Calçar as luvas;
 Adaptar o corpo da seringa á extremidade livre da sonda;
 Introduzir o alimento através da seringa;
 Abrir a pinça e deixar o alimento correr vagarosamente.
 Terminada a introdução do alimento, injetar um pouco de água esterilizada pela sonda, para lavá-la.
 Prendê-la novamente com a pinça.
 Conservar o paciente confortavelmente.
 Deixar a unidade em ordem.
 Lavar as mãos;
 Registrar no prontuário: hora da alimentação, tipo de dieta, quantidade e reação do paciente.

c) Cuidados
 Não demonstre pressa durante a refeição do paciente.
 Se o paciente estiver com dieta, verifique se está de acordo com a prescrição médica.
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FIGURA 1 FIGURA 2 FIGURA 3


FIXAÇÃO DA SONDA ENTERAL SONDA ATÉ O ESTOMAGO SONDA ATÉ O INTESTINO

 Acompanhamento após a Gastrostomia:


O acompanhamento deve ser feito por uma equipe multidisciplinar acompanhada de: fonoaudióloga; nutricionista,
fisioterapeuta e profissional treinado para verificar periodicamente o boton. O cuidado é de grande importância para
evitar infecções tais como: granuloma e queimaduras provocadas pelo suco gástrico, normalmente causado pela falta de
higienização ou vazamento no local do boton.

SONDA RETAL (CLISTER)

a) Introdução
A evacuação irregular ou difícil do material fecal é chamada constipação. A constipação pode ser causada por
uma condição debilitada, falta de exercício ou deficiência do tônus muscular, dieta deficiente com baixa ingestão de
líquidos e poucas frutas.
 CLISTER é o termo usado pela introdução de uma certa quantidade de liquido no cólon através do reto
para provocar a evacuação ou ministrar medicamentos ou nutrição ao paciente.
 Tipos de Clisteres
– Clister purgativo: limpa o intestino grosso;
– Clister carminativo: alivia os gases ou flatulência;
– Clister de retenção: supre o corpo com nutrientes quando pela boca não pode ser tomada uma
quantidade suficiente.
– Clister medicamentoso: proporciona sedação e estimulação.
– Clisteres de óleo e de retenção: aliviam e protegem a mucosa retal irritada.
– Clister antisséptico: destrói ou diminui a atividade dos germes e bactérias.
– Clister anti-helmíntico: mata ou expulsa os vermes.
– Clister opaco: para contraste antes do RX do intestino.
– Clister emoliente: para amolecer as fezes.
b) Clister de Retenção: uma pequena quantidade de líquido é instilada no reto com a intenção de retenção e
absorção pelo trato intestinal.
c) Material - Bandeja contendo:
– 1 cuba rim com sonda retal;
– 1 seringa de 50 ml;
– 1 cálice graduado (500 ou 250 ml);
– Lubrificante; impermeável forrado; Luvas de procedimentos;
– Papel higiênico ou compressas de gaze.
d) Procedimentos
– Preparar psicologicamente o paciente.
– Trazer o material e colocá-lo sobre a mesinha.
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– Lavar as mãos;
– Colocar o paciente na posição de Sims.
– Dobrar a ponta do lençol em diagonal sobre o paciente e proteger a cama com o impermeável forrado.
– Lubrificar a sonda e adaptá-la ao bico da seringa;
– Encher a seringa com a solução indicada, para o tipo de clister.
– Expelir o ar do interior da sonda.
– Levantar a região glútea direita do paciente para expor o ânus.
– Introduzir a sonda no ânus, avançando a sonda de 5 a 10 cm no reto;
– Deixar correr a solução tendo cuidado de não esvaziar a seringa.
– Terminada a solução, retirar a sonda, desadaptar a seringa, colocando a sonda e a seringa na cuba rim;
– Retirar o impermeável.
– Retirar o material e levá-lo para a sala de serviço, dispensando os cuidados necessários.
– Lavar as mãos.
e) Cuidados
– Nunca administrar mais que 250 ml de uma só vez porque excita o peristaltismo.
– Toda vez que o clister for para ser retido, fazer primeiro o esvaziamento do reto com 1 hora de antecedência.
– Material industrializado para clister pode ser encontrado já com solução pronta (enema).
f) Observações
– Registrar no prontuário: tratamento, solução, quantidade usada, inicio.
– Registrar as alterações observadas.

ASPIRAÇÃO DE SECREÇÃO ENDOTRAQUEAL E OROFARÍNGEA

Consiste em retirar a secreção traqueobrônquica e orofaringea através de uma sonda ligada a um aparelho de
sucção. A sonda é introduzida na boca, narinas, ou traquéia e brônquios se o paciente estiver entubado ou
traqueostomizado.
 Finalidade: Pacientes impossibilitados de eliminar as secreções; Pacientes intubados e traqueostomizados.
 Material:
 Luva estéril,
 Sondas de aspiração,
 Frasco de soro fisiológico,
 Frasco de água destilada estéril,
 Seringa de 10 ml,
 Ambú,
 Gazes estéreis,
 Saco plástico pequeno (tipo bolsa de colostomia),
 Aspirador eletrico,
 Extensão de borracha (latex) estéril,
 Máscara,
 Óculos de proteção (se necessário).
 Técnica:

1. Lavar as mãos;
2. Explicar o procedimento e finalidade ao paciente;
3. Reunir o material;
4. Colocar máscara e/ou óculos, se necessário;
5. Verificar tipo e característica da respiração e condições dos batimentos cardíacos. Observar se o paciente
encontra-se em ventilação mecânica (assistida ou controlada), espontânea. Conforme o padrão respiratório do
paciente, estar muito atento ao tempo de aspiração, o qual terá que ser inferior ao padronizado (15 segundos);
6. Utilizar a sonda de aspiração compatível com o número da sonda endotraqueal do paciente;
7. Abrir a embalagem da sonda de aspiração esterilizada e conecta-la a extremidade do latex;
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8. Ventilar o paciente 3 vezes consecutivas utilizando o próprio respirador mecânico, caso trate-se de respirador a
volume, com uma fase inspiratoria FIO2 de 100% ou com ambú e oxigênio a 100%, a 3 litros por minuto caso
trate-se de respirador a pressão;
9. Calçar luvas;
10. Garantir que o cuff da sonda endotraqueal esteja rigorosamente insuflado;
11. Desconectar o respirador com a mão esquerda ou solicitar que um segundo elemento o faça e que este segundo
elemento também use luva;
12. Tomar cuidado para não contaminar as conexões, a cânula endotraqueal e a extremidade do respirador ao
desconectá-lo;
13. Apanhar a sonda de aspiração e ligar o aspirador;
14. Introduzir a sonda de aspiração na sonda endotraqueal, mantendo o latex pressionado, com a outra mão
(esquerda). A sonda de aspiração deve ser introduzida em toda a sua extensão;
15. Despressionar o latex para criação de sucção e, simultaneamente, com a mão direita, fazer movimentos
circulares lentos (semi-rotação) na sonda de aspiração, trazendo-a para fora da cânula endotraqueal,
pressionando novamente o latex quando estiver na porção final da cânula;
16. Cuidar para não ultrapassar 15 (quinze) segundos no total do tempo de sucção:
17. Suspender a aspiração e ventilar o paciente quando ocorrer arritmias cardíacas, cianose, sangramento ou outras
anormalidades;
18. Ventilar o paciente novamente, conforme descrição do item 08, para corrigir a hipoxia provocada pela sucção;
19. Repetir as operações dos itens 15 e 16, quantas vezes forem necessárias e de acordo com as condições
clínicas do paciente, lembrando sempre que a cada 15 segundos de aspiração, o paciente deverá ser ventilado,
para depois reiniciar a aspiração;
20. Religar o respirador artificial ou o nebulizador no paciente, certificando-se de que o respirador ou nebulizador
esteja com os parâmetros anteriores sob controle;
21. Desprezar a sonda, lavar a extensão do latex, aspirando pelo frasco de soro fisiológico ou água destilada;
22. Realizar aspiração orofaríngea, com uma nova sonda, procedendo da seguinte forma:
a) Introduzir a sonda alternadamente em cada narina, até a faringe, mantendo o latex sob sucção e,
simultaneamente, com a mão enluvada, fazer movimentos circulares com a sonda de aspiração;
b) Aspirar a boca do paciente até a faringe, se necessário, repetindo a operação, não se esquecendo de aspirar
o orifício da cânula de Guedel, introduzindo completamente a sonda de aspiração;
23. Desprezar a sonda de aspiração. Lavar a extensão do latex após a aspiração da cânula de Guedel e/ou boca;
24. Desligar o aspirador, retirar a luva e lavar as mãos;
25. Auscultar os pulmões do paciente após a aspiração para avaliar a eficácia da aspiração e se houve melhora da
ventilaçãao pulmonar;
26. Deixar o paciente numa posição confortável;
27. Desprezar a secreção do vidro de aspiração no vaso sanitário;
28. Encaminhar o frasco de aspiração até o expurgo e lava-lo com água e sabão. Em seguida adapta-lo novamente
a rede de aspiração;
29. Deixar a unidade em ordem;
30. Anotar no prontuário do paciente: aspecto e quantidade da secreção aspirada, reações e
intercorrências com o paciente como: sangramento, cianose, apnéia, etc.

FERIDAS / CURATIVO

1 - Ferida
É qualquer lesão da integridade da pele e tecidos adjacentes (tecido subcutâneo, muscular, etc).
 Classificação das Feridas:
a) Quanto às causas:
 Feridas Cirúrgicas: são provocadas intencionalmente e se dividem em:
 Incisa: onde não há perda de tecido e as bordas são geralmente fechadas por sutura;
 Por excisão: onde há remoção de uma área de pele, ex: área doadora de enxerto.
 Por Cirurgia e procedimentos terapêutico-diagnósticos (cateterismo cardíaco, punção de subclávia, biópsia,
etc.).
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 Feridas Traumáticas: são aquelas provocadas acidentalmente por agentes:


 Mecânico (contenção, perfuração, corte);
 Químico (por iodo, cosméticos, ácido sulfúrico, etc.);
 Físico (frio, calor, radiação).
 Feridas Ulcerativas:
São lesões escavadas, circunscritas na pele, formadas pela morte e expulsão do tecido, resultantes de
traumatismo ou doenças relacionadas com o impedimento do suprimento sanguíneo. O Termo úlcera de pele
representa uma categoria de ferimento que inclui úlceras de decúbito, assim como de estase venosa , arteriais
e úlceras diabéticas.
b) Quanto ao conteúdo microbiano:
 Limpa: condições assépticas sem microorganismo;
 Limpas - contaminadas: lesão inferior a 6 horas entre o trauma e o atendimento, sem contaminação
significativa;
 Contaminadas: lesão ocorrida com tempo maior que 6 horas (trauma e atendimento) sem sinal de infecção;
 Infectadas: presença de agente infeccioso no local e lesão com evidência de intensa reação inflamatória e
destruição de tecidos podendo haver pus.
c) Quanto ao Tipo de Cicatrização:
 Feridas de cicatrização de primeira intenção:
Não há perda de tecidos, as bordas da pele ficam justapostas. Este é o objetivo das feridas fechadas
cirurgicamente com requisitos de assepsia e sutura das bordas.
 Feridas de cicatrização por segunda intenção:
Houve perda de tecidos e as bordas da pele ficam distantes. A cicatrização é mais lenta do que primeira
intenção.
 Feridas de cicatrização por terceira intenção:
É corrigida cirurgicamente após a formação de tecido de granulação, a fim de que apresente melhores
resultados funcionais e estéticos.
d) Quanto ao Grau de Abertura:
 Ferida aberta: tem as bordas da pele afastadas;
 Ferida fechada: tem as bordas justapostas.
e) Quanto ao Tempo de Duração:
 Feridas agudas: são as feridas recentes;
 Feridas crônicas: tem um tempo de cicatrização maior que o esperado devido a sua etiologia.
 Conceito de Cicatrização
Cicatrização é o conjunto de processos complexos, interdependentes, cuja finalidade é restaurar os tecidos
lesados. A cicatrização da ferida é otimizada em ambiente úmido, isto porque a síntese do colágeno é a
formação do tecido de granulação são melhoradas, ocorrendo com maior rapidez a recomposição epitelial e,
além disso, não há formação de crostas e escaras. A re-epitelização em feridas expostas ocorre em 6 a 7 dias,
enquanto em feridas úmidas ela é mais rápida, totalizando 04 dias. Uma vez que a migração celular acontece
em meio úmido as células epidérmicas no primeiro caso, necessitam tuneilizar a crosta formada, secretando
colagenase, para atingir a umidade.
 Fases do Processo de Cicatrização:
 Fase Inflamatória: reação local não específica a danos teciduais ou invasões por microrganismos. Seu
início é imediato e a duração é 3 a 5 dias. É o processo que ocorre no organismo como defesa à lesão
tecidual que envolve reações neurológicas, vasculares e celulares que destroem ou barram o agente lesivo e
substituem as células mortas ou danificadas, por células sadias. Tem a função de ativar o sistema de
coagulação, promover o debridamento da ferida e a defesa contra microrganismos. São sinais de
inflamação: rubor, calor, edema e dor. Quanto maior a área da ferida, maior será a duração desta fase.
Problemas como infecção, corpos estranhos, permanência das fontes causais, podem exacerbar esta
resposta e prolongá-la.
 Fase de exsudação ou fase de limpeza inicia-se imediatamente após o aparecimento da ferida. Em termos
clínicos estamos diante de um local com inflamação que conduz a um pronunciado exsudato. Nesta fase o
organismo inicia a coagulação, limpa a ferida e protege-a da infecção; os tecidos danificados e os germes
são removidos (fagocitose).
 Fase de Revascularização (Granulação ou Proliferação): são geradas novas células e forma-se o tecido
de granulação (uma espécie de tecido temporário para o preenchimento da ferida). Fibrosblastos penetram
na ferida em grandes quantidades, inicia-se a síntese do colágeno e os capilares movem-se para o centro da
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ferida. E quanto estas transformações ocorrem, reduz-se a quantidade de exsudato. A forma como se
apresenta é agora de tecidos vermelho com um bom fluxo sanguíneo.
 Fase de Reparação - Epitelização - fase de cobertura da ferida pelas células epiteliais. A diferença entre os
tecidos torna-se cada vez mais evidente. As bordas da ferida deslocam-se para o centro e a ferida fica
gradualmente coberta de tecido epitelial. À medida que a ferida se contrai o tecido vai se formando, o
processo de cicatrização fica concluído.
 Maturação - leva um ano nas feridas fechadas e mais nas feridas abertas. Nessa fase diminui a
vascularização, o colágeno se reorganiza, o tecido de cicatrização se remodela e fica igual ao normal. A
cicatriz assume a forma de uma linha fina e branca. Aumenta a força de distensão local.
 Fatores que Afetam a Cicatrização:
 Idade: nos extremos de idade o funcionamento do sistema imunológico está alterado, ora por imaturidade,
ora por declínio de função;
 Uso de substâncias impróprias para limpeza da ferida: algumas soluções são irritantes ecitotóxicas;
 Uso de substâncias impróprias para anti-sepsia: algumas substâncias são lesivas aos fibroblastos;
 Compressão exagerada na oclusão ou na limpeza mecânica da lesão: pode promover necrose dos
tecidos;
 Constituição/ peso em relação à altura: na obesidade temos o aumento da espessura do tecido
subcutâneo (adiposo), o qual é pobremente vascularizado;
 Estado de nutrição (alimentação e hidratação): para reconstrução tecidual é necessário aporte de
nutrientes, especialmente as proteínas;
 Diabete: além da diminuição da resposta imunológica, os novos capilares podem ser lesados devido a
hiperglicemia;
 Uso de drogas: esteróides, imunossupressores, citotóxicos;
 Tabagismo: a nicotina altera o funcionamento do sistema imunológico, as substâncias liberadas pelo cigarro
(ou similar) são citotóxicas, além disso, causam vaso constricção, favorecem aterosclerose e hipóxia
tecidual, haja vista a diminuição da capacidade de perfusão alveolar;
 Infecção: a presença de mcrorganismos prolonga a fase inflamatória e a lesão tecidual.
 Fatores de risco para infecção:
 Gerais: idade, nutrição mobilidade, estado mental, incontinência, saúde geral, higiene geral;
 Locais: edema, isquemia, lesões de pele, corpos estranhos;
 Drogas: citotóxicos, esteróides, antibióticos;
 Procedimentos invasivos: cateterização, cirurgia, intubação;
 Doenças: carcinoma (leucemia, anemia aplásica), anemia grave, diabete, doença hepática, doença renal,
AIDS;
 Duração da internação pré-operatória: sabe-se que em 48 horas de exposição ambiental ocorre a
colonização do paciente pela flora nosocomial, que é especialmente patogênica e antibiótico resistente;
 Ocupação de leitos: quanto maior a taxa de ocupação das enfermarias, maior será o volume de
microrganismos circulantes, os quais provém das pessoas que estão no ambiente.
 Tricotomia: a raspagem mecânica dos pelos cria micro-áreas de lesão que servem de porta de entrada para
microorganismos. Recomenda-se que em alguns casos os pelos sejam apenas aparados (parto normal) ou,
ao realizá-la, que se execute o procedimento o mais próximo possível do ato cirúrgico;
Não lavagem das mãos por parte da equipe de saúde antes e após manipular cada paciente.
 Princípios básicos para avaliação da ferida
A avaliação das feridas direciona o planejamento dos cuidados de enfermagem, implementa a terapia tópica
além de proporcionar dados para monitorar a trajetória da cicatrização das feridas. Devemos observar:
 Localização anatômica
 Tamanho: cm2 / diâmetro;
 Profundidade: cm;
 Tipo / quantidade de tecido: granulação, epitelização, desvitalizado e necrose;
 Bordas: aderida, perfundida, macerada, descolada, fibrótica, hiperqueratose;
 Pele peri-ulceral: edema, coloração, temperatura, endurecimento, flutuação, creptação, descamação;
 Exsudato: quantidade, aspecto, odor.
 Tamanho: use a régua para medir, em centímetro, o maior comprimento e a maior largura da superfície da
ferida, multipliquem comprimento x largura, para obter a área em cm2;
 Profundidade: escolha a profundidade e a espessura mais apropriada para a ferida usando essas
descrições adicionais:
Dano tecidual sem solução de continuidade na superfície da ferida;
Superficial, abrasão, bolha ou cratera rasa. Plana/nivelada com a superfície da pele, e / ou elevado acima da
mesma (ex. hiperplasia);
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Cratera profunda com ou sem descolamento de tecidos adjacentes;


Sem possibilidade de visualização das camadas de tecidos devido à presença de necrose;
Comprometimento de estruturas de suporte tais como tendão, cápsula de articulação.
 Tipo de Tecido:
 Tecido Necrosado: escolha o tipo de tecido necrosado predominantemente na ferida de acordo com a cor,
a consistência e a aderência, usando o seguinte roteiro:
Necrose branca/ cinza: Pode aparecer antes de a ferida abrir, a superfície da pele está branca ou cinza;
Esfacelo amarelo, não aderido: Fino, substância mucinosa, espalhado por todo o leito da ferida;
facilmente separado do tecido da ferida;
Esfacelo amarelo, frouxamente aderido: Espesso, viscoso, pedaços de fragmentos, aderido ao leito da
ferida;
Tecido preto, macio e aderido: Tecido saturado de umidade; firmemente aderido ao leito da ferida;
Tecido preto / duro, firmemente aderido: Tecido firme e duro, fortemente aderido ao leito e às bordas da
ferida (como uma crosta dura / casca de ferida).
Obs: Quantidade de Tecido Necrosado: Determinar o percentual de ferida envolvida.
 Tecido de Granulação: tecido de granulação é o crescimento de pequenos vasos sangüíneos e de tecido
conectivo para preencher feridas de espessura total. O tecido é saudável quando é brilhante, vermelho vivo,
lustroso e granular com aparência aveludada. Quando o suprimento vascular é pobre, o tecido apresenta-se
de coloração rosa pálido ou esbranquiçado para o vermelho opaco.
 Exsudato: algumas coberturas interagem com a drenagem da ferida produzindo um gel ou um liquido que
pode confundir a avaliação. Antes de fazer a avaliação do tipo de exsudato, limpe cuidadosamente a ferida
com soro fisiológico ou água. Escolha o tipo de exsudato predominante na ferida de acordo com a cor e a
consistência, usando o seguinte roteiro:
 Tipo de Exsudato:
Sanguinolento: Fino, vermelho brilhante;
Serosanguinolento: Fino, aguado, de vermelho pálido para róseo;
Seroso: Fino. Aguado, claro;
Purulento: Fino ou espesso, de marrom opaco para amarelo;
Purulento pútrido: Espesso, de amarelo opaco para verde, com forte odor.
 Quantidade de Exsudato:
Determinar o percentual da cobertura envolvida com o exsudato. Use o seguinte roteiro:
Nenhum: Tecidos da ferida secos;
Escasso: Tecidos da ferida úmidos, exsudato não mensurável;
Pequena: Tecidos da ferida molhados; umidade distribuída uniformemente na ferida; drenagem envolve 25%
da cobertura;
Moderada: Tecidos da ferida saturados; a drenagem pode ou não estar distribuída uniformemente na ferida; a
drenagem envolve > 25% para < 75% da cobertura;
Grande: Tecidos da ferida banhados em fluídos; drenagem abundante; pode ou não estar distribuída
uniformemente na ferida; a drenagem envolve > 75% da cobertura.
 Bordas: use este roteiro
Indistinta, difusa: Não há possibilidade de distinguir claramente o contorno da ferida;
Aderida: Plana / nivelada com o leito da ferida, sem presença de paredes;
Não-aderida: Presença de paredes; o leito da ferida é mais profundo que as bordas;
Enrolada para baixo, espessada / grossa: De macia para firme e flexível ao toque;
Hiperqueratose: Formação de tecido caloso ao redor da ferida e até as bordas
Fibrótica, com cicatriz: Dura, rígida ao toque.
 Descolamento:
(undermine) para avaliar insira um aplicador com a ponta de algodão sob a borda da ferida, introduza-o tão
longe quanto possível sem forçar; levante a ponta do aplicador de forma que possa ver visualizada ou sentida
na superfície da pele ao redor da ferida; marque a superfície com uma caneta; meça a distância entre a marca
na pele e a borda da ferida. Continue o processo ao redor de toda a ferida. Determinar aproximadamente a
porcentagem da ferida envolvida.
 Pele peri-ulceral:
 Cor da Pele ao Redor da Ferida: a partir da borda avalie quatro cm de pele ao redor da ferida. As pessoas
de pele escura apresentam colorações “vermelho brilhante” e “vermelho escuro” como um escurecimento
normal da pele ou roxo, e conforme a cicatrização vai ocorrendo o novo epitélio apresenta coloração rósea e
poderá nunca vir a escurecer.
 Edema de Tecido Periférico: a partir da borda avalie 04 cm de tecidos ao redor da ferida. A pele
edemaciada sem formação de sulco apresenta-se brilhante e esticada. Para identificar o edema com
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formação de sulco/depressão/escavação comprima firmemente o local com um dedo durante cindo


segundos; ao ser aliviada a pressão exercida os tecidos não retornam a posição prévia e aparece um
sulco/escavação. Crepitação é o acumulo de ar ou gás nos tecidos. Determinar a distancia do edema além
da ferida.
 Endurecimento do Tecido Periférico: a partir da borda avalie 04 cm de tecidos ao redor da ferida. O
endurecimento é reconhecido pela firmeza anormal dos tecidos periféricos. Avalie beliscando
cuidadosamente os tecidos. O endurecimento resulta em uma inabilidade de se pinçar os tecidos.
Determinar a porcentagem de área envolvida.
 Estágio: classificação baseada no comprometimento tecidual e se dividem em 4 estágios de acordo com a
sua profundidade:
 Estágio 1: não há perda tecidual, ocorre comprometimento apenas da epiderme, com presença de
eritema em pele intacta;
 Estágio 2: perda de tecido envolvendo a epiderme, a derme ou ambas (a úlcera é superficial e apresenta-
se clinicamente como uma abrasão ou úlcera rasa);
 Estágio 3: perda total da pele, com necrose de tecido substancial, sem comprometimento da fáscia
muscular (a ferida apresenta-se clinicamente como úlcera profunda);
 Estágio 4: ocorre destruição extensa de tecido, necrose tissular ou lesão de osso, músculo ou estruturas
de suporte.
 Conceitos relacionados ao tratamento de feridas
 Anti-sepsia: é o processo que visa a destruição ou inativação de microrganismos das camadas superficiais
ou profundas de tecidos de um organismo vivo;
 Assepsia: é o conjunto de técnicas utilizadas para evitar a chegada de germes a um local que não os
contenha;
 Assepsia cirúrgica: diz-se das técnicas utilizadas para impedir proliferação e crescimento de
microrganismos onde não existem infecções;
 Degermação: remoção de detritos e impurezas sobre a pele, aliado a redução da flora microbiana local,
mediante uso de degermante;
 Esterilização: processo que visa destruição de todo microrganismo inclusive a forma esporulada. A
esterilização pode se feita por processos químicos ou físicos;
 Desinfecção: Processo físico ou químico (ex. álcool a 70%) que destrói os microrganismos na forma
vegetativa (menos os esporos) de objetos;
 Anti-séptico: preparação química que reduz o número de microrganismos seja destruindoos, ou inativando-
os (usado em superfície viva);
 Detergente: preparação química que promove limpeza purifica ou clareia uma superfície inanimada;
 Degermante: preparação química que por meio de ação física produz limpeza e simultaneamente por meio
antimicrobiano reduz o número de microrganismos da pele;
 Princípios básicos para realização de curativos:
 Definição: É um meio terapêutico que consiste na limpeza e aplicação de uma cobertura estéril em uma
ferida, quando necessário, com a finalidade de promover a rápida cicatrização e prevenir a contaminação ou
infecção.
 Objetivos:
Auxiliar o organismo a promover a cicatrização;
Eliminar os fatores desfavoráveis que retardam a cicatrização da lesão;
Diminuir infecções cruzadas, através de técnicas e procedimentos adequados.
 Finalidades:
Limpar a ferida;
Promover a cicatrização, eliminando fatores que possam retardá-la.
Tratar e prevenir infecções;
Prevenir contaminação exógena;
Remover corpos estranhos;
Proteger a ferida contra traumas mecânicos;
Promover hemostasia;
Fazer desbridamento mecânico e remover tecidos necróticos;
Reduzir edemas;
Drenar e/ou absorver secreções e exsudatos inflamatórios;
Diminuir odor;
Manter a umidade da ferida;
Fornecer isolamento térmico;
Dar conforto psicológico ao paciente;
Diminuir a intensidade da dor;
Limitar a movimentação em torno da ferida.
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 Categorias:
Curativos primários: colocados diretamente sobre a ferida
Curativos secundários: colocados sobre o curativo primário.

2 - Tipos de Curativos:
O Tipo de curativo a ser realizado varia de acordo com a natureza, a localização e o tamanho da ferida. Em alguns
casos é necessária uma compressão, em outra lavagem exaustiva com solução fisiológica e outros exigem imobilização
com ataduras. Nos curativos em orifícios de drenagem de fístulas entéricas a proteção da pele sã em torno da lesão é o
objetivo principal.
 Curativo semi-oclusivo: Este tipo de curativo é absorvente, e comumente utilizado em feridas cirúrgicas,
drenos, feridas exsudativas, absorvendo o exsudato e isolando-o da pele adjacente saudável.
 Curativo oclusivo: não permite a entrada de ar ou fluídos, atua como barreira mecânica, impede a perda de
fluídos, promove isolamento térmico, veda a ferida, a fim de impedir efízema,e formação de crosta.
 Curativo compressivo: Utilizado para reduzir o fluxo sangüíneo, promover a estase e ajudar na aproximação
das extremidades da lesão.
 Curativos abertos: São realizados em ferimentos que não há necessidade de serem ocluídos. Feridas
cirúrgicas limpas após 24 horas, cortes pequenos, suturas, escoriações, são exemplos deste tipo de curativo.
 Classificação do Curativo de acordo com o Tamanho da Ferida:
 Curativo pequeno: curativo realizado em ferida pequena: aproximadamente cm 2. (ex: cateteres venosos e
arteriais, cicatrização de coto umbilical, fístulas anais, flebotomias e/ou subclávia/jugular, hemorroidectomia,
pequenas incisões, traqueotomia. Cateter de diálise e intermitente).
 Curativo Médio: curativo realizado em ferida média, variando de 16,5 a 36 cm2. (ex: Cesáreas infectadas,
incisões de dreno, lesões cutâneas, abscessos drenados, escaras infectadas, outros especificar).
 Curativo grande: curativo realizado em ferida grande, variando de 36,5 a 80 cm2. (ex: Incisões contaminadas,
grandes cirurgias - incisões extensas (cirurgia torácica, cardíaca), queimaduras (área e grau), toracotomia com
drenagem, úlceras infectadas).
 Curativo Extra Grande: curativo realizado em ferida grande, com mais de 80 cm2 (ex: Todas as ocorrências de
curativos extragrandes deverão obrigatoriamente constar de justificativa médica).
 Técnica de Curativo:
Normas Gerais:
 Lavar as mãos antes e após cada curativo, mesmo que seja em um mesmo paciente;
 Verificar data de esterilização nos pacotes utilizados para o curativo (validade usual sete dias);
 Expor a ferida e o material o mínimo de tempo possível;
 Utilizar sempre material esterilizado;
 Se as gazes estiverem aderidas na ferida, umedecê-las antes de retirá-las;
 Não falar e não tossir sobre a ferida e ao manusear material estéril;
 Considerar contaminado qualquer material que toque sobre locais não esterilizados;
 Usar luvas de procedimentos em todos os curativos, fazendo-os com pinças (técnica asséptica);
 Utilizar luvas estéreis em curativos de cavidades ou quando houver necessidade de contato direto com a ferida
ou com o material que irá entrar em contato com a ferida;
 Se houver mais de uma ferida, iniciar pela menos contaminada; Nunca abrir e trocar curativo de ferida limpa ao
mesmo tempo em que troca de ferida contaminada;
 Quando uma mesma pessoa for trocar vários curativos no mesmo paciente, deve iniciar pelos de incisão limpa e
fechada, seguindo-se de ferida aberta não infectada, drenos e por último as colostomias e fístulas em geral;
 Ao embeber a gaze com soluções manter a ponta da pinça voltada para baixo;
 Ao aplicar ataduras, fazê-lo no sentido da circulação venosa, com o membro apoiado, tendo o cuidado de não
apertar em demasia.
 Os curativos devem ser realizados no leito com toda técnica asséptica;
 Nunca colocar o material sobre a cama do paciente e sim sobre a mesa auxiliar, ou carrinho de curativo. O
mesmo deve sofrer desinfecção após cada uso;
 Cuidados importantes:
 Não comprimir demasiadamente com ataduras e esparadrapos o local da ferida a fim de garantir boa circulação;
 Trocar os curativos úmidos quantas vezes forem necessárias, o mesmo procedimento deve ser adotado para a
roupa de cama, com secreção do curativo;
 Quando o curativo da ferida for removido, a ferida deve ser inspecionada quanto a sinais flogísticos. Se houver
presença de sinais de infecção (calor, rubor, hiperemia, secreção) comunicar o S.C.I.H. e / ou a supervisora e
anotar no prontuário, colher material para cultura conforme técnica;
 O curativo deve ser feito após o banho do paciente, fora do horário das refeições;
 O curativo não deve ser realizado em horário de limpeza do ambiente, o ideal é após a limpeza;
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Disciplina: Semiologia e Semiotécnica
Professor: Enfº Thiago Almeida

 Em feridas em fase de granulação realizar a limpeza do interior da ferida com soro fisiológico em jatos, não
esfregar o leito da ferida para não lesar o tecido em formação.
 Antes de Iniciar o Curativo, deve-se Realizar:
 Avaliação do estado do paciente, principalmente os fatores que interferem na cicatrização, fatores causais, risco
de infecção;
 Avaliação do curativo a ser realizado, considerando-os em função do tipo de ferida;
 Orientação do paciente sobre o procedimento;
 Preparo do ambiente (colocar biombos quando necessário, deixar espaço na mesa de cabeceira para colocar o
material a ser utilizado, fechar janelas muito próximas, disponibilizar lençol ou toalha para proteger o leito e as
vestes do paciente quando houver possibilidade de que as soluções escorram para áreas adjacentes);
 Preparar o material e lavar as mãos;
 Observação: Após estes preparativos, podemos iniciar o curativo propriamente dito (remoção, limpeza, tratamento,
proteção).
 Principais Erros Cometidos ao se fazer um curativo:
 Usar curativo em feridas totalmente cicatrizadas;
 Cobrir o curativo com excesso de esparadrapo;
 Trocar o curativo em excesso em feridas secas;
 Demorar a trocar o curativo de feridas secretantes;
 Esquecer de fazer as anotações ou não faze-las corretamente;
 Não lavar as mãos entre um curativo e outro;
 Conversar durante o procedimento;
 Misturar material de um curativo e outro, em um mesmo paciente;
 Não fazer desinfecção do carrinho de um curativo para outro.
 Classificação do Curativo de Acordo com as Características da Ferida.
a) Curativos de Feridas Cirúrgicas:
 Ferida limpa e fechada: o curativo deve ser realizado com soro fisiológico e mantido fechado nas primeiras 24
horas após a cirurgia, passado este período a incisão deve ser exposta e lavada com água e sabão. Se houver
secreção (sangue ou seroma) manter curativo semi-oclusivo na seguinte técnica;
 Materiais: bandeja contendo 01 pacote de curativo estéril (com 02 pinças e gases); gases estéreis,
esparadrapo (micropore) soro fisiológico 0,9% e luva de procedimento.
 Procedimento:
1. Lavar as mãos com água e sabão;
2. Reunir o material e leva-lo próximo ao paciente;
3. Explicar ao paciente o que será feito;
4. Fechar a porta para privacidade do paciente;
5. Colocar o paciente em posição adequada, expondo apenas a área a ser tratada;
6. Abrir o pacote de curativo com técnica asséptica;
7. Colocar gaze em quantidade suficiente sobre campo estéril;
8. Calçar as luvas;
9. Remover o curativo anterior com uma das pinças usando soro fisiológico 0,9 %;
10. Desprezar esta pinça;
11. Com outra pinça, pegar uma gaze e umedece-la com soro fisiológico;
12. Limpar a incisão principal, utilizando as duas faces da gaze, sem voltar ao inicio da incisão;
13. Limpar as regiões laterais da incisão cirúrgica após ter feito a limpeza da incisão principal;
14. Ainda com a mesma pinça, secar a incisão cirúrgica após ter feito a limpeza da incisão principal;
15. Ocluir a incisão com gaze e fixar com esparadrapo ou ataduras se necessário;
16. Manter o curativo ocluído enquanto houver exsudação;
17. Colocar o setor em ordem;
18. Lavar as mãos;
19. Fazer a evolução da ferida e anotações de materiais na papeleta do paciente.
 Observação: em feridas cirúrgicas após 24 horas não ocorrendo exsudato realizar apenas higienização com água e
sabão e manter a ferida aberta.
b) Curativos de Sistemas de Drenos Abertos:
 Feridas com drenos abertos: O curativo do dreno deve ser realizado separado da incisão, e o primeiro a ser
realizado será sempre o do local menos contaminado. O curativo deve ser mantido limpo e seco, isto significa
que o número de trocas deve estar diretamente relacionado com quantidade de drenagem.
Feridas com drenagem superior a 50ml quando possível deve-se aplicar uma bolsa para coletar o excesso de
drenagem. Colocar bolsas em torno de feridas permite medir com exatidão a quantidade de drenagem,
restringe a disseminação de contaminação e aumenta o conforto do paciente.
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Alfinetes não são indicados como meio de evitar mobilização dos drenos de pen rose, pois enferrujam
facilmente e proporcionam a colonização do local.
 Materiais: bandeja contendo pacote de curativos estéril (com 02 pinças), gases estéreis, esparadrapo (ou
micropore) soro fisiológico 0,9%, luva de procedimento e bolsa para colostomia estéril se necessário.
 Procedimentos:
1. Lavar as mãos com água e sabão;
2. Reunir o material e levá-lo próximo ao paciente;
3. Explicar ao paciente o que será feito;
4. Fechar a porta para privacidade do paciente;
5. Colocar o paciente em posição adequada expondo apenas a área a ser tratada;
6. Abrir o pacote de curativo com técnica asséptica;
7. Colocar gaze em quantidade suficiente sobre o campo estéril;
8. Calçar luvas;
9. Remover o curativo anterior com uma das pinças usando soro fisiológico;
10. Desprezar esta pinça;
11. Com a outra pinça pegar uma gaze e umedecê-la com soro fisiológico;
12. Limpar a incisão do dreno e depois o dreno;
13. Limpar as regiões laterais da incisão do dreno;
14. Ainda com a mesma pinça secar a incisão e as laterais;
15. Mobilizar dreno a critério médico;
16. Ocluir o dreno mantendo uma camada de gaze entre o dreno e a pele ou quando ocorrer hipersecreção
colocar bolsa simples para colostomia;
17. Colocar o setor em ordem;
18. Fazer evolução na papeleta;
19. Fazer evolução da ferida e anotação de materiais na papeleta do paciente.
c) Curativos de Sistemas de Drenos Fechados
 Feridas com sistema de drenos fechados (Toráxico, Hemovácuo), cateter venoso central (Intracath, duplo
lúmem): Antes de iniciar o curativo, inspecionar o local de inserção do dreno por meio de palpação. Realizar
troca de curativo a cada 24 horas ou sempre que o mesmo se tornar úmido, solto ou sujo.
 Observação: os curativos em cateter venoso central (intracath) e cateter de duplo lúmen deverão se realizados pelo
enfermeiro do setor.

 Materiais: bandeja contendo pacote de curativo estéril (02 pinças e gaze), gazes estéreis, esparadrapo, soro
fisiológico, álcool a 70% e luva de procedimento.
 Procedimento:
1. Lavar as mãos com água e sabão;
2. Reunir o material e levá-lo próximo ao paciente;
3. Explicar ao paciente o que será feito;
4. Colocar o paciente em posição adequada, expondo apenas a área a ser tratada;
5. Abrir o pacote com técnica asséptica;
6. Colocar gaze em quantidade suficiente sobre o campo estéril;
7. Colocar luvas;
8. Remover o curativo anterior com uma das pinças usando Soro fisiológico 0,9%;
9. Desprezar esta pinça;
10. Com outra pinça, pegar uma gaze e umedecê-la com soro fisiológico;
11. Limpar o local de inserção do dreno ou cateter, utilizando as duas faces da gaze;
12. Usando a mesma pinça secar o local de inserção do dreno ou cateter aplicar álcool a 70%;
13. Ocluir o local de inserção com gaze;
14. Colocar o setor em ordem;
15. Lavar as mãos;
16. Fazer evolução da ferida e anotações de materiais na papeleta do paciente.
d) Curativos de Feridas Abertas sem Infecção:
 Feridas Abertas sem infecção: Podem apresentar perda ou não de substâncias, por estarem abertas estas
lesões são altamente susceptíveis as contaminações exógenas. O curativo deve ser oclusivo e mantido limpo. O
número de trocas está diretamente relacionado a quantidade de drenagem, no entanto o excesso de trocas deve
ser evitado afim de não interferir no processo de cicatrização.
 Materiais: bandeja, pacote de curativo (contendo 02 pinças e gaze) SF 0,9%, ácidos graxos essenciais, gaze,
coxim compressa de acordo com o tamanho da ferida.
 Procedimentos:
1. Lavar as mãos com água e sabão;
2. Reunir o material e leva-lo próximo ao paciente;
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3.
Explicar ao paciente o que será feito;
4.
Fechar a porta para privacidade do paciente;
5.
Colocar o paciente em posição adequada e expor apenas a área a ser tratada;
6.
Abrir o pacote de curativos com técnica asséptica;
7.
Colocar gaze, coxim, compressa de acordo com o tamanho da ferida sobre o campo estéril;
8.
Calçar luvas;
9.
Remover o curativo anterior com uma das pinças usando soro fisiológico;
10.
Desprezar esta pinça;
11.
Com outra pinça pegar uma gaze e umedece-la com soro fisiológico;
12.
Limpar toda a extensão da ferida com soro fisiológico em jatos;
13.
Limpar as laterais da ferida;
14.
Ainda com a mesma pinça, secar toda a extensão da ferida evitando movimentos bruscos afim de não
destruir o tecido em granulação.
15. Aplicar gaze embebida com ácidos graxos essenciais;
16. Proteger a ferida com coxim ou compressa; usar atadura quando necessário.
17. Colocar o setor em ordem;
18. Lavar as mãos;
19. Fazer evolução de ferida e anotações de materiais na papeleta do paciente;
e) Curativos de Feridas Abertas Contaminadas:
 Feridas Abertas Contaminadas: Apresenta secreção purulento, tecido necrosado ou desvitalizado. O curativo
deve ser mantido limpo e oclusivo, o número de trocas está diretamente relacionado a quantidade de drenagem,
devendo ser trocado sempre que houver excesso de exsudato para evitar colonização e maceração das bordas.
É necessária uma limpeza meticulosa, pois o processo de cicatrização só será iniciado quando o agente
agressor for eliminado, e o exsudato e tecido desvitalizado retirado.
 Materiais: Bandeja contendo: 01 pacote de curativos estéril (com 02 pinças e gazes); gazes estéreis,
esparadrapo (ou micropore), soro fisiológico 0,9%, coxim, compressa (se necessário), luva estéril, colagenase se
houver tecido desvitalizado ou necrosado, lâmina de bisturi, se necessário desbridamento.
 Procedimentos:
1. Lavar as mãos com água e sabão;
2. Reunir o material e leva-lo próximo ao paciente;
3. Explicar ao paciente o que será feito;
4. Fechar a porta para privacidade do paciente;
5. Colocar o paciente em posição adequada, expondo apenas a área a ser tratada;
6. Abrir o pacote de curativo com técnica asséptica;
7. Colocar gaze em quantidade suficiente sobre o campo estéril, abrir todo o material a ser utilizado no
curativo;
8. Colocar gazes, compressas ou lençol próximos à ferida para reter a solução drenada;
9. Calçar luvas;
10. Remover o curativo anterior com uma das pinças usando soro fisiológico 0,9%;
11. Com a mesma pinça, pegar uma gaze e umedecê-la com soro fisiológico;
12. Começar a limpar a ferida da parte menos contaminada para a mais contaminada, ou seja, neste momento
limpar ao redor da ferida;
13. Limpar a ferida com gaze embebida com soro fisiológico;
14. Se necessário, remover os resíduos da fibrina ou tecidos desvitalizados (necrosados) utilizando
debridamento com instrumento de corte, remoção mecânica com gaze embebecida em SF 0,9%, com o
cuidado de executar o procedimento com movimentos leves e lentos para não prejudicar o processo
cicatricial ver técnica de debridamento; também poderá ser utilizado o debridamento enzimático;
15. Embeber a gaze com pomada desbridante atingindo toda a área com tecido desvitalizado;
16. Ocluir a ferida com gaze estéril e coxim, se ferida muito exsudativa utilizar compressa;
17. Colocar o setor em ordem;
18. Lavar as mãos;
19. Fazer evolução da ferida e anotações de materiais na papeleta do paciente.
 Lembre-se: Para curativos contaminados com muita secreção, especialmente tratando-se de membros inferiores ou
superiores, colocar uma bacia sob a área a ser tratada, lavando-a com SF 0,9%.
f) Curativos de Feridas com Fistula ou Deiscência de Paredes:
 Feridas com Fistula ou Deiscência de Paredes: Quando ocorre uma fistula ou deiscência de parede ou túnel
torna-se difícil a realização de limpeza no interior da ferida proporcionando um ambiente ideal para a colonização
de patógenos. O ideal é realizar a limpeza da ferida em todo o seu interior com jatos de solução fisiológica.
 Material: Pacote de curativo com 02 pinças e gaze, cuba pequena estéril, cuba rim, sonda uretral nº 8 e 12,
seringa de 20ml, SF 0,9%, ácido graxo essencial se a ferida não estiver contaminada: luva estéril.
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 Procedimentos:
1. Lavar as mãos;
2. Reunir o material, e levá-lo próximo ao paciente;
3. Explicar ao paciente o que será feito;
4. Fechar a porta para privacidade do paciente;
5. Colocar o, paciente em posição adequado expondo apenas a área a ser tratada;
6. Abrir todo o material com técnica asséptica sobre o campo estéril;
7. Colocar SF% na cuba;
8. Colocar luva estéril;
9. Conectar sonda a seringa, aspirar o SF% e introduzir no orifício da ferida;
10. Aspirar novamente e desprezar na cuba rim;
11. Repetir o procedimento até que a secreção aspirada saia limpa;
12. Secar as bordas da ferida;
13. Se não estiver contaminado aplicar ácidos graxos essenciais;
14. Ocluir a ferida com coxim ou compressa quando necessário;
15. Colocar o setor em ordem;
16. Lavar as mãos;
17. Fazer evolução da ferida e anotações de materiais na papeleta do paciente;
 Swab:
 Material: Todo material para curativo mais um Swab com meio de cultura.
 Procedimentos:
1. Limpar minuciosamente a ferida com soro fisiológico;
2. Gire suavemente o Swab no interior da ferida e depois bordas da ferida.
3. Coloque o Swab em meio de cultura, identifique-o e encaminhe ao Laboratório.
4. Uso de Antimicrobianos para o Tratamento das Feridas:
O tratamento das Úlceras infectadas deve ser primeiramente local com utilização adequada dos curativos e
acompanhamento dos casos. O uso de antimicrobianos sistêmicos deve ser reservado para os casos em
que houver comprometimento local além das bordas, com hiperemia e calor local evidente (celulite) ou
repercussão sistêmica (p.ex.febre) sem outro foco evidente. O uso indiscriminado de antimicrobianos pode
causar seleção de patógenos resistentes sem benefício para o paciente.

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE TERMINAL E PREPARO DO CORPO APÓS


MORTE

A - Atendimento ao Paciente Terminal


Para falar do atendimento ao paciente terminal, vamos descrever seus aspectos físicos, emocionais e
espirituais, visto que esses são necessários e imprescindíveis para o cuidado do paciente e de sua família.
O modelo paliativo é centrado no paciente em si, tendo como essência não apenas a atenção às necessidades
físicas, mas também às necessidades psicológicas e espirituais dos pacientes. Segundo a Organização Mundial da
Saúde (OMS), cuidados paliativos é uma abordagem que objetiva a melhoria na qualidade de vida do paciente e seus
familiares diante de uma doença que ameaça a vida, através da prevenção e alívio de sofrimento, através da
identificação precoce e avaliação impecável, tratamento de dor e outros problemas físicos, psicológicos e espirituais.
1) Cuidados físicos
Sabemos que o paciente terminal não vai curar-se, mas nem por isso devemos deixar de atender a suas
necessidades e desejos (sem esquecer a sua comodidade), ainda que muitas vezes o paciente nem tenha força
para solicitá-los.
Se bem que cada caso é diferente, há uma série de necessidades que devemos considerar em todos eles.
a) Necessidades nutricionais
Os pacientes agonizantes com freqüência não têm força sequer para comer, por isso, muitas vezes, o médico
prescreve uma alimentação endovenosa (nutrição parenteral prolongada — NPP) para substituir o alimento.
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Disciplina: Semiologia e Semiotécnica
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Melhorar o estado nutricional, além de prolongar a vida do paciente, também é importante para proporcionar o
bem-estar; caquexia e desnutrição predispõem o paciente à escara ou úlcera de decúbito.
Também é importante oferecer urna quantidade suficiente de líquidos, ainda que de forma fracionada, para evitar
o acúmulo de secreção. Nem sempre o paciente é capaz de deglutir, já que nos momentos finais existe uma
diminuição do tônus muscular, que provoca a incapacidade de deglutir (disfagia). Quando não for possível ingerir
líquidos, é aconselhável umedecer uma gaze com água e molhar a boca do paciente com freqüência.
Habitualmente, quando há acúmulo de secreção, é preciso realizar a aspiração com uma sonda, para poder
manter livres as vias respiratórias. A secreção acumulada é o que provoca o ruído característico da pessoa
agonizante, denominado estertor da morte, que não é mais do que o ruído que o ar produz ao respirar.
b) Necessidades de higiene
Em decorrência da diminuição ou ausência do tônus muscular, o paciente terminal com freqüência apresenta
incontinência fecal e urinária. Quando isto ocorre, devemos trocar o paciente sempre que necessário e colocar
fraldas quando for preciso, para não sujar a cama e facilitar a troca. Quando o paciente está consciente, ele pode
não compreender o que se passa consigo e sentir-se confuso e envergonhado diante desse fato; devemos,
portanto, agir com extremo tato e consideração.
As dermatites de contato ou irritações decorrentes da incontinência devem ser cuidadas com uma boa higiene,
massagens e creme hidratante, se necessário, para evitar as úlceras de decúbito.
Os lençóis deverão ser trocados diariamente, mas é importante incomodá-lo o menos possível. O quarto deve ser
limpo cuidadosamente para estar livre de odores desagradáveis, deve ser ventilado e às vezes é útil o uso de
algum produto especial.
Em outros casos, o paciente apresenta sintomas de retenção urinária e/ou fecal. A retenção urinária pode ser
aliviada se passarmos uma sonda no paciente. Quanto à retenção de fezes, os cuidados serão realizados
dependendo do incômodo que esse sintoma cause ao paciente.
c) Necessidades de conforto
A posição na cama deve ser a mais cômoda possível. Quando o paciente tem problemas respiratórios, a posição
mais adequada é a de semi-sentado na cama, pois ela facilita o processo respiratório.
A posição mais comum é deitado de lado (decúbito lateral), usando os travesseiros necessários para apoio. As
posições laterais costumam ser mais cômodas do que a de decúbito dorsal, já que permitem a drenagem da saliva
que não pode ser deglutida pela boca. Devemos realizar a mudança de decúbito, seguindo as normas para os
pacientes com problemas de mobilidade. Isso evita lesões incômodas e dolorosas na pele devido à imobilidade.
O paciente terminal não deve nunca ser amarrado; porém, se necessário, o técnico ou auxiliar de enfermagem
permanecerá no quarto para acompanhá-lo. Nenhum de nós gostaria de morrer amarrado e sozinho.
Nos últimos momentos, ocorre a queda da temperatura em virtude da diminuição da circulação e as extremidades
podem ficar frias e cianóticas. Devemos observar se a pessoa sente frio e cobri-la adequadamente com uma
colcha ou cobertor; não obstante, às vezes o paciente não sentirá frio, embora apresente os pés e as mãos
geladas.
d) Necessidade de privacidade
Quando o doente está agonizando, será menos doloroso viver seu processo em um quarto onde ele e sua família
possam estar a sós e preservar a sua intimidade. Apesar disso, nem todos os hospitais dispõem de quartos
individuais para facilitar que isso ocorra. Quando não é possível, isolar o paciente de seus companheiros de quarto
com um biombo.
Quando temos de isolar o paciente, essas medidas devem ser comentadas com os companheiros de quarto,
especialmente se a convivência foi prolongada.
Há pessoas que preferem estar acompanhadas até o final e reagem com angústia à separação de seus
companheiros, ainda que seja somente por biombos (uma vez que os associa à morte e à dor). Como sempre,
devemos adaptar-nos às necessidades de cada pessoa e respeitar, na medida do possível, seus desejos. Nesse
caso, só utilizaremos o biombo para aplicar a comadre ou para prestar algum cuidado que exija intimidade.
O quarto, ao contrário do que se observa, deve estar iluminado, visto que a visão do paciente se torna mais
embaçada e a obscuridade cria, freqüentemente, sentimentos de confusão e temor.
e) Necessidades relacionadas com as mudanças sensoriais
Estudos recentes demonstram repetidamente que, nas pessoas, o sentido da audição permanece intacto até o
último momento de sua vida. Evitaremos, portanto, fazer comentários desagradáveis na frente do paciente (mesmo
no caso de estar inconsciente) e, quando formos prestar algum cuidado, devemos explicar o que será realizado,
considerando que o paciente ouve, ainda que não responda. Devemos falar com voz clara e tom normal, visto que
falar em sussurros pode confundi-lo.
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Com freqüência tendem a acumular-se secreções nos olhos. Essas devem ser eliminadas com uma gaze
impregnada em soro fisiológico. Quando os olhos estiverem secos e formarem crostas,
devemos utilizar uma pomada adequada para lubrificá-los.
A sensibilidade também permanece estável até o final; dessa forma, devemos realizar todas as
manobras e cuidados com atenção e respeitando sua intimidade, especialmente nos cuidados higiênicos. Às
vezes, estamos sozinhos com o paciente sem saber o que dizer ou fazer. Em geral, é suficiente segurar sua mão
com respeito e compreensão ou demonstrar qualquer outro gesto de carinho, evitando transmitir angústia.
f) Necessidades emocionais
Uma das pessoas que tem estudado o processo terminal dos pacientes é a Dra. Kubler Ross; ela realizou um
estudo baseado em mais de duzentas entrevistas com pacientes próximos da morte. Nesse estudo, relata uma
série de etapas pelas quais passam esses pacientes ao longo de seu processo, desde o diagnóstico de uma
doença terminal até a morte.
É importante que o pessoal de enfermagem conheça essas etapas; isso ajudará a entender tanto o paciente
como sua família, ao mesmo tempo em que trará informações para agir de forma positiva durante esse processo.
Cada pessoa vive sua experiência de maneira diferente, dependendo da idade, de sua capacidade para enfrentar
as situações críticas de sua vida, do apoio que tenha e do tempo de duração do processo. Considerando que
esses fatores são diferentes, a passagem pelas distintas etapas também difere de um paciente para outro. Alguns
pacientes seguem o seu processo passando por todas elas; em outros, superpõe-se uma etapa à outra, e alguns
ficam ancorados em uma delas.
Com essas premissas, conhecer essas possíveis etapas do processo de morrer pode facilitar o relacionamento e a
compreensão dos pacientes que se encontram nessa situação.
g) Etapas do processo de morrer
1) Etapa da Negação:
Essa primeira fase é determinada por uma série de comportamentos e atitudes do paciente que tendem a negar
ou a minimizar sua situação.
A pessoa reage utilizando um mecanismo de defesa para reduzir sua angústia: não acredita que possa ser ele
o indivíduo que está passando por aquela situação, não acredita na realidade e foge dela, negando-a.
Acredita que o diagnóstico está errado e não percebe a possibilidade de que seu problema possa ser sério e até
insolúvel. Esse tipo de negação se caracteriza por observações como: "não pode ser que isto esteja
acontecendo comigo", "o médico equivocou-se quanto ao meu diagnóstico" ou qualquer outra expressão que
reflita a dificuldade para aceitar uma realidade.
Geralmente, a negação é uma defesa provisória que, diante da existência da doença, será substituída por uma
aceitação parcial da realidade.
2) Etapa da Raiva:
Quando não se pode continuar mantendo a primeira atitude, que é a negação, passa-se à expressão de
sentimentos de ira, raiva, inveja ou ressentimento.
A reação violenta é observada no ambiente mais próximo do sujeito: sua família e os que cuidam dele.
Geralmente descarrega a sua rebeldia, a sua cólera nas pessoas que mais ama. Utiliza-os como veículo para
expressar os sentimentos provocados por sua situação desesperada, percebendo-a como uma forma injusta do
destino.
Nessa fase é importante que as pessoas que cuidam dele percebam que a agressividade ou a crítica nada tem a
ver com eles, mas é a expressão das dificuldades vividas pelo paciente. Deve-se evitar, portanto, qualquer
atitude de julgamento, já que isso poderia gerar sentimentos de culpa por parte do paciente.
Às vezes, encontramos pacientes que expressam essa raiva de forma indireta, negando-se a tomar
medicamentos, não aceitando as visitas e os cuidados etc.
3) Etapa da Barganha:
Durante essa fase, o paciente pode fazer determinadas promessas ou contrapartidas caso os seus desejos
sejam satisfeitos; essas promessas estão relacionadas às crenças da pessoa e a seus sentimentos de culpa.
Pode pactuar com Deus ou com qualquer outra pessoa superior na qual creia. É assim que começam as
promessas, as súplicas, as chantagens etc., com a finalidade de alongar o seu tempo de vida.
Diferentemente da anterior, é uma etapa silenciosa, que às vezes não é percebida pelas pessoas que o
rodeiam.
Segundo a autora Kluber Ross, "o verdadeiro significado desta negociação é que o paciente adquire consciência
do que está se passando e pede um tempo maior de vida com a finalidade de pôr em ordem os seus assuntos
pendentes e poder despedir-se dos objetos e das pessoas".
4) Etapa da Depressão:
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Essa etapa coincide com o momento no qual o paciente se dá conta do avanço da sua doença e das
dificuldades que acarreta o seu estado físico. Surge assim uma intensa sensação de perda e torna-se patente
uma intensa reação de depressão, diante da consciência de que vai perder tudo e todos.
O silêncio, as lágrimas, o semblante triste, o olhar perdido e as expressões de autocomiseração são
manifestações que permitem identificar facilmente que o paciente está passando por uma fase depressiva
generalizada.
As pessoas que prestam cuidados devem respeitar os sentimentos de perda vivenciados pelo paciente; nada
mais negativo do que tentar animá-lo; porém, é importante, sim, acompanhá-lo nesta etapa, conversando ou
simplesmente ouvindo.
5) Etapa da Aceitação:
Nessa última fase o paciente aceita seu destino de maneira consciente e serena, preparando-se para a morte.
Deixa de lutar, e o interesse pelas pessoas que o cercam diminui consideravelmente; habitualmente, o paciente
deseja estar sozinho e não mostra nem o desespero nem a raiva das etapas anteriores, sinal de que parece
estar em paz, aguardando o momento da morte. Em nenhum momento podemos afirmar que o paciente está
feliz; antes, observamos nele a falta de expressão de sentimentos, como se estes já não existissem. Nesse
momento, a família do paciente necessita de mais compreensão e ajuda do que o próprio paciente, para poder
despedir-se dele e passar por seu próprio processo de luto.
Compreender as etapas pelas quais passa um paciente terminal é importante para poder respeitá-lo, ajudá-lo
eficazmente e para poder acompanhá-lo no processo de morrer.
h) Necessidades Espirituais
Muitos dos pacientes agonizantes encontram grande ajuda e consolo em suas crenças
religiosas. É importante conhecer as necessidades espirituais de um paciente que enfrenta a morte e
esforçar-se para que seja assistido conforme sua crença.
Com freqüência, o técnico ou auxiliar de enfermagem deve falar com o enfermeiro sobre a questão abordada pelo
paciente de solicitar um sacerdote, um ministro ou rabino. Esse assunto deve ser tratado com tato e bom senso.
No caso de o sacerdote querer ministrar o sacra-mento da extrema unção, deverá estar preparada a água, a
colher, o copo e o algodão, e tudo o mais que venha a pedir o clérigo.

2 - Sinais Iminentes da Morte

a) Sistema circulatório: hipotensão, extremidades frias, pulso irregular, pele fria e tímida, hipotermia, cianose e,
às vezes, sudorese abundante.
b) Sistema respiratório: dificuldade de respirar pela boca; a respiração torna-se ruidosa (estertor da morte),
causada pelo acúmulo de secreção, o maxilar inferior se movimenta a cada respiração.
c) Sistema digestivo: diminuição das atividades fisiológicas e do reflexo da deglutição; muita atenção para o
perigo da regurgitação e aspiração; incontinência fecal ou constipação. O último dos reflexos a desaparecer é a
sucção.
d) Sistema locomotor: ausência total da coordenação dos movimentos, relaxamento muscular.
e) Sistema urinário: retenção ou incontinência urinária.
f) Sistema neural: diminuição dos reflexos até o desaparecimento total, sendo que a audição é o último a
desaparecer; portanto, evite comentários próximo do paciente agonizante.
g) Faces: face hipocrática: cor pálida ou acinzentada, olhos fundos e olhar fixo, nariz afilado, presença de lágrima,
o que significa a perda do tônus muscular.

3 - Sinais "EVIDENTES" de falecimento


- Parada cardíaca e respiratória sem possibilidade de ressuscitação;
- Pupilas dilatadas, não reagindo à presença da luz;
- Ausência total de movimentos;
- Rigidez muscular e palidez cadavérica.
 Morte aparente
A morte aparente é mais freqüente nos casos de asfixia parcial, catalepsia, síncope e parada cardíaca,
podendo o paciente ser reanimado.
.
B - Preparação do Corpo Após a Morte
Constatado o óbito pelo médico, providenciar imediatamente a retirada de sondas, drenos e cateter; se for o caso
fazer novo curativo. Fazer higiene e cuidados com o corpo. Tamponar as cavidades: nariz, boca, ouvido, ânus,
Centro de Formação Profissional BOM PASTOR
Disciplina: Semiologia e Semiotécnica
Professor: Enfº Thiago Almeida

vagina, uretra, fechar os olhos do paciente com algodão embebido com água ou éter, fazendo uma ligeira
compressão.
Colocar uma atadura sob o maxilar inferior (mandíbula), para que o falecido conserve a boca fechada.
Vestir o corpo, com a sua roupa ou do hospital.
Juntar as mãos e os pés devido ao relaxamento provocado pela morte, usar atadura ou esparadrapo.
Colocar o corpo em posição natural antes que sobrevenha a rigidez.
a) Material necessário
– Ataduras de gazes e crepom.
– Pacotes de curativos (se necessários).
– Esparadrapo.
– Vidros com: algodão, água oxigenada, éter ou benzina, álcool, lysiform a 5%.
– Alfinetes de segurança.
– Pinça.
– Bacia com solução alcoolizada a 5%.
– Luva de procedimento.
– Cuba rim.
– Pente.
– Lençol grande.
– Roupa do paciente.
– Mais 02 lençóis: 1 para envolver o corpo o outro para cubrir o corpo.
b) Procedimento
– Limpeza do corpo, quando necessária, retirando a camisola ou pijama.
– Retirar drenos, sondas, cânula, mantendo, porém pequenos curativos que se fizerem necessários.
– Tamponamento de cavidades (ouvidos, narinas, ânus, vagina) com algodão e auxilio da pinça, quando necessário.
– Manter os olhos fechados: colocar algodão (pequena quantidade) sobre as pálpebras, ou logo após da morte
descer as pálpebras e conservá-las fechadas com leve pressão dos dedos.
– Deixar a boca fechada, sustentando a mandíbula com atadura.
– Manter unidos os pés e as mãos, usando atadura de gaze.
– Identificar o corpo prendendo ao pulso a etiqueta de identificação.
– Envolver o corpo com lençol colocado em diagonal sobre a cama depois de ter virado o corpo em decúbito lateral.
– A etiqueta com o nome completo do falecido, hora do óbito, clínica, data pode ser colocada à altura da região
epigástrica (segundo rotina do hospital).
– Colocar uma segunda etiqueta presa no lençol, à altura do peito.
– Forrar a maca com outro lençol.
– Passar o corpo da cama para a maca, de acordo com a técnica já estudada. Cobrir o corpo com o 3º lençol.
– Transportar o corpo para o necrotério.
c) Cuidados
 Antes da morte:
– Fazer higiene oral sempre que necessário;
– Lubrificar os lábios ressecados;
– Avisar à portaria quanto ao estado grave do paciente;
– Procurar dar assistência moral e religiosa;
– Tranqüilizar o paciente e satisfazer os seus desejos;
– Transmitir recados aos familiares;
– Avisar a enfermeira para providenciar um sacerdote se ele ou os familiares o desejarem;
– Evitar que os familiares demonstrem muita aflição perto do paciente.
 Após a morte:
– Avisar a família se não foi feito antes;
– Avisar o setor de informações ou portaria e internações;
– Avisar o serviço social;
– Anotar no prontuário do paciente, na folha de relatório de enfermagem, com todos os detalhes;
– Anotar no relatório geral da Clínica;
– Providenciar o atestado de óbito para ser preenchido pelo médico;
– Enviar o prontuário ao setor responsável (rotina do hospital);
– Fazer a limpeza geral da Unidade.
d) Observações
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– Colocar a cama em posição normal, retirando o travesseiro e outras roupas.


– Se o paciente usava dentadura ou ponte móvel, recolocá-la após morte.
– Se usava aliança, retirá-la e entregar ao setor competente ou aos próprios familiares, fazendo o mesmo com os
demais pertences.
– A autópsia deverá ser feita quando necessário com a autorização da família, exceto em casos de acidentes e
envenenamento, que vai diretamente para o I.M.L.
 A causa mortis poderá ser:
Definida: quando é conhecida;
Mal definida: quando é desconhecida e sendo assim o corpo poderá ser encaminhado para a necropsia; Caso de
polícia: são as mortes por acidentes ou agressões.

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