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ESCOLA DE DIREITO
JULIE VIST
Porto Alegre
2018
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ESCOLA DE DIREITO
JULIE VIST
Porto Alegre
2018
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JULIE VIST
Porto Alegre
2018
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JULIE VIST
BANCA EXAMINADORA:
______________________________________________
Prof. Dr ª. Regina Linden Ruaro
______________________________________________
Prof. Membro da Banca
______________________________________________
Prof. Membro da Banca
Porto Alegre
2018
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AGRADECIMENTOS
Registro meu profundo agradecimento aos meus pais, por toda a garra
empenhada na minha criação e de meus irmãos, deixando-nos além das preciosas lições
de caráter, a clara ideia da necessidade do estudo para nossa formação como pessoas e
como alavanca para a ascensão social. Obrigada por me permitirem experimentar essa
lição de amor, juntamente com meus irmãos Tiago, Marcos e Melissa.
Meu amor Jeferson Quadros, que veio para somar a essa família. São tantas
coisas a agradecer... carinho, lealdade, grande incentivador das minhas lutas! Obrigada
por ser meu fiel companheiro nesta jornada e me apoiar em todos os momentos.
À médica e autora Margarida Barreto, por gentilmente ser cedido a sua tese de
mestrado.
Muito obrigada!
7
RESUMO
ABSTRACT
This paper analyzes the practice of moral harassment at work, specifically when it
occurred within the Public Administration, in order to investigate whether such practice
should be recognized as an act of administrative impropriety, according to Law no.
8429/92. This theme is of great relevance, since the public agents have the duty to act
in consonance with the constitutional principles and the parameters of probity.
Considering the current panorama, it is essential to reflect on the subject, since the
agent who practices acts that offend these principles must be sanctioned according to
the Law of Administrative Improbity. Bullying in the workplace creates significant
damage to the physical and mental health of the victims, as well as serious damage to
the community in general, especially in the public service, generating inefficiency in the
quality and quantity of services provided to the population. The method of hypothetical-
deductive approach is used for this study and as a research technique the
monographic procedure, the concept of public administration and its guiding principles,
especially morality, are analyzed first. It follows the path of the study of administrative
improbity, culminating in the analysis of Law no. No 8429/92, in particular with regard
to Art. 11, which admits as an act of impropriety those who violate the principles of
Public Administration. The topic of bullying is explored below, especially when it occurs
in the public service, in order to explore its characteristics as well as the consequences
suffered by the victim. The following is related to the practice of bullying in the public
service, in order to demonstrate the harm caused by it, a decrease in productivity, a
shortage of servants due to withdrawals, the degradation of peer relations, the
restriction and intimidation of servers for the purpose of obtaining ends misleading The
jurisprudence and legislation on the subject are analyzed in order to assert the
hypothesis that moral harassment when practiced in the public administration domain
should be understood as an administrative improbity because it is flagrantly offensive
to several constitutional principles.
LISTA DE ABREVIATURAS
Art – Artigo
CF – Constituição Federal
Nº - Número
Séc. – Século
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ..12
2 IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA 14
2.1 A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - CONCEITOS E
PRINCÍPIOS................14
2.1.1 Princípio da
Moralidade.................................................................................16
2.2 IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA 19
2.3 A LEI Nº. 8.429/92 – LEI DA IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
21
3 ASSÉDIO MORAL....................................................................................................27
3.1 NOÇÕES PRELIMINARES SOBRE O ASSÉDIO MORAL 27
3.2 CONCEITOS E CLASSIFICAÇÕES QUANTO AO ASSÉDIO
MORAL.....30
3.3 CARACTERÍSTICAS DO ASSÉDIO
MORAL...............................................35
3.4 CONSEQUÊNCIAS CAUSADAS PELO ASSÉDIO
MORAL.......................40
4 O ASSÉDIO MORAL CARACTERIZANDO ATO DE IMPROBIDADE
ADMINISTRATIVA.....................................................................................................42
4.1 O ASSÉDIO MORAL NA ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA............................42
4.2 O PROCESSO NOS CASOS DE ASSÉDIO MORAL NO SERVIÇO
PÚBLICO........................................................................................................................48
4.3 ANÁLISE JURISPRUDENCIAL ACERCA DO ASSÉDIO MORAL NA
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA......................................................................................50
4.4 LEGISLAÇÃO PERTINENTE..........................................................................52
5 CONCLUSÃO.............................................................................................................56
6 REFERÊNCIAS..........................................................................................................59
12
1 INTRODUÇÃO
Justifica-se o estudo dessa temática pelo fato de o assédio moral ser uma
prática nefasta e infelizmente frequente no serviço público, trazendo inúmeros prejuízos
para a vítima e para a sociedade em geral. O assédio moral ocorre através de atos de
humilhação em período duradouro de tempo, acarretando danos de ordem psíquica e
física no assediado. A sua prática também prejudica o bom andamento dos serviços
públicos, pois gera ineficácia e ineficiência ao trabalho que é ofertado para a população.
Apesar de ser sabido os prejuízos causados por essa prática, ainda não existe no
Brasil legislação federal para punir a prática de assédio moral no serviço público. A
partir de tal ausência é que se analisará a problemática do presente estudo, através da
pesquisa sobre as hipóteses que a lei considera a ocorrência de improbidade
administrativa e se a ocorrência de assédio moral se encaixa em alguma delas.
2 IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
Além dos princípios já citados, podemos aferir que existem inúmeros outros
que merecem igual reconhecimento, visto que são uma decorrência logica dos princípios
citados no caput do art. 37, sendo implicações evidentes do Estado de Direito (MELLO,
2008, p. 96).
16
Aponta Di Pietro (2011, p. 77) que Maurice Hauriou foi quem primeiramente
concebeu o conceito jurídico de moralidade. Segundo OSÓRIO (2013, p.40), o jurista
francês ensinava que “existia uma moralidade administrativa segundo a qual o
administrador ficava vinculado a regras de conduta inerentes à disciplina interna da
Administração Pública [...]”. Seu pioneirismo se revelara no início do séc. XX,
defendendo a existência de regras não escritas no funcionamento da Administração
Pública, e não somente o direito escrito vigente à época (p. 78-80, grifo nosso).
Mazza (2016, p. 136) apud Diogo de Figueiredo Moreira Neto (2009, p. 895),
explica que “a moral comum é orientada para uma distinção puramente ética, entre o
bem e o mal, distintamente, a moral administrativa é orientada para uma distinção
prática entre a boa e a má administração”.
Para Di Pietro (2011, p.78), existe uma moral institucional contida na lei, e
uma moral administrativa que vigora no ambiente institucional, que deve condicionar
até mesmo o poder discricionário.
Destaca Fontella (2008, p. 62) que Hely Lopes Meirelles foi o primeiro autor
brasileiro a abordar a moralidade administrativa, aferindo ser imprescindível a
17
existência dessa em todos os atos praticados pela administração pública, tendo validade
somente os atos que observem a legalidade e a moralidade. Para o autor, a
Administração deve ser orientada pelos princípios do Direito e da Moral, assim, o legal
deve estar atrelado ao honesto e ao conveniente aos interesses sociais (MEIRELLES,
2008, p. 87).
Mazza (2016, p. 135) também afirma que para o ato administrativo ter validade
é indispensável que seja realizado sob a ótica da moralidade administrativa. Para que
haja uma boa administração, é imprescindível que seus atos sejam baseados em padrões
éticos, boa-fé, decoro, lealdade, honestidade e probidade.
Por certo que a legislação administrativa deve prestigiar a boa-fé, mas devemos
enfatizar que para o Direito Administrativo a atitude da conduta realizada deve ter
primazia sobre a intenção. Assim sendo, quando ocorrer uma conduta que viole os
parâmetros de lealdade, honestidade e correção, as penas definidas no ordenamento
jurídico devem ser aplicadas, sendo irrelevante investigar os fatores subjetivos e
psicológicos do agente da conduta censurável (MAZZA, 2016, p. 137).
Silvio Antonio Marques (2010, p. 41) ainda traz em sua obra importante
definição sobre o tema:
20
Aponta Fontella (2008, p. 24-25) uma das facetas dos atos ímprobos, o tráfico
de influência na Administração Pública, consistindo em ações que favorecem alguns,
ofertando favores e privilégios ilícitos, em detrimento do interesse da sociedade.
É importante observar que para um ato ser considerado improbo, ele deve estar
previsto em uma norma, ser uma desonestidade punível, uma violação de um dever
jurídico. Os agentes públicos não podem romper com o dever de agirem honestamente e
dentro dos limites estabelecidos pela Constituição Federal e demais leis. (FONTELLA,
2008, p.26).
Sergei Medeiros Araújo (2011, p. 23) explica que a Carta Magna de 1988
trouxe destaque à Improbidade Administrativa, embora esse fato não seja considerado o
marco inicial no combate à corrupção sob a ótica não penal. Desde a Constituição de
1946 o termo probidade administrativa já era observado, pois a sua violação era
hipótese de crime de responsabilidade do Presidente da República.
Conforme o seu art. 37, §4, ficou estabelecido que os atos de improbidade
administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública,
a indisponibilidade dos bens e ressarcimento ao erário, na forma e graduação previstas
em lei (DI PIETRO, 2011, p. 828).
A fim de regulamentar o art. 37, §4º, CF, foi promulgada a Lei nº 8.429, que
ficou conhecida como a Lei da Improbidade Administrativa. Coube a ela dispor sobre as
sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício
do mandato, cargo, emprego ou função na administração pública direta, indireta ou
fundacional (DI PIETRO, 2011, p. 828).
Explica OSÓRIO (2013, p. 164) que as penas elencadas na LIA são aplicáveis
aos “agentes públicos no exercício de mandato, cargo, emprego ou ofício na
Administração Pública direita, indireta ou institucional”.
Segundo Rizzardo (2014, n.p.), a lei citada veio a tratar concretamente sobre a
matéria, conferindo maior efetividade à probidade administrativa, definindo e
22
Assim sendo, é fundamental agregar a punição dos agentes públicos ineptos com o
dever de ressarcimento.
Em seu art. 1º são elencadas quais pessoas jurídicas podem ser sujeitos
passivos:
Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que
exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição,
nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura
ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas
no artigo anterior.
O art. 3° dispõe que as regras da referida lei “são aplicáveis, no que couber,
àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato
de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta.”
Já o art. 10 trata sobre os atos que causam prejuízo ao erário, sendo eles:
Ressalva Fontella (2008, p. 44) que esta norma carrega caráter residual em
relação às demais hipóteses de improbidade, pois se ocupa somente do descumprimento
dos princípios regentes da Administração Pública, independendo os efeitos subjetivos,
vantagem do agente; e objetivos, lesão ao erário.
OSÓRIO (2013, p. 215-217) explica que das redações dos artigos 9º e 11 pode-
se aduzir que se trata de condutas dolosas, e que o art. 10 admite condutas dolosas ou
culposas. Contudo, o autor ressalva que o art.11 também pode admitir condutas
culposas, especialmente nos casos de má gestão pública, uma “gestão grosseiramente
culposa” (p. 222).
indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio
majoritário (2001, p.845).
3 ASSÉDIO MORAL
Aponta Guedes (2003, p.11) que o vigente contexto econômico capitalista tem
facilitado a ocorrência de práticas abusivas, visto que há uma competitividade
exacerbada, voltada para alcançar a máxima produtividade com o menor esforço. Essas
práticas levam ao esfriamento das relações humanas, juntamente com a prática de
procedimentos moralmente reprováveis, violando a intimidade do trabalhador, o que
leva a destruição da vítima e seu afastamento do mundo do trabalho.
O termo mobbing foi utilizado em 1972 pelo médico sueco Heinemann para
caracterizar comportamentos cruéis e destrutivos de um grupo de crianças contra uma
colega da mesma classe (GUEDES, 2003, p.23).
Em 1984 o pesquisador sueco Heinz Leymann publicou um ensaio científico
demonstrando as consequências do mobbing sofridas pela pessoa exposta a humilhações
no trabalho durante certo período de tempo, tanto por parte de seus superiores, tanto por
seus colegas de trabalho. Ele denominou tal violência como psicoterror, e para seu
28
enquadramento as humilhações deveriam acontecer ao menos uma vez por semana, por
no mínimo seis meses (GUEDES, 2003, p. 27-28).
A partir da difusão dos estudos de Leymann é que surgiram as primeiras
estatísticas sobre a violência psicológica na Europa. Em 1998 foi constatado através de
pesquisa que 8,1% dos trabalhadores europeus sofriam violência psicológica no trabalho
(GUEDES, 2003, p.28-29).
No Brasil o tema passou a ter uma análise aprofundada com o estudo publicado
pela médica Margarida Barreto, que fora apresentado como tese de seu mestrado na
PUCSP em 2000, com o título “Uma jornada de humilhações” (GUEDES, 2003, p.30).
Barreto possui uma lista extensa de trabalhos publicados sobre a temática, e é uma das
organizadoras do site http://www.assediomoral.org.
Segundo estudo apontado por BODIN (2000), após extensa pesquisa na Europa
foi constatado que 8% dos trabalhados da União Europeia, o que consiste em 12
milhões de pessoas, presenciaram situações humilhantes e constrangedoras no trabalho,
e que ainda 4% destes sofreram violência física e 2% assédio sexual. (TROMBETTA &
ZANELLI, 2010, p.20).
A revista francesa Rebondir realizou uma pesquisa no ano 2000, fazendo uma
análise estratificada por sexo, idade e região, envolvendo 471 trabalhadores. Foram
destacados como comportamentos típicos de assédio os insultos, humilhações deboches,
isolamento e “geladeira”, sendo fator primordial a repetição de tais atos. Através da
referida pesquisa, foi constatado que um terço dos trabalhadores já havia sofrido assédio
moral, e 37% já tinham presenciado tal comportamento para com os colegas. Referiram
30
52% dos entrevistados que sofreram ao menos três tipos dos comportamentos citados
(GUEDES, 2003, p. 30).
A OIT reconheceu no ano de 2002 que a saúde mental é essencial para o bem-
estar das pessoas e sociedade e que merece ser vista sob uma nova óptica, pois são
diversas as que sofrem em silêncio, sendo raro uma família que não apresente um
membro com algum tipo de distúrbio psíquico (BARRETO, 2005, p. 67).
O termo mobbing provém do verbo to mob, que significa cercar, agredir, atacar.
Guedes (2003, p. 33) explica que o verbo é utilizado para caracterizar a “agressão
praticada por algum animal, que, circundando ameaçadoramente um membro do grupo,
provoca a fuga deste pelo pavor de ser atacado e morto”.
Define Trombetta & Zanelli (2010, p. 19) que o assédio moral ocorre através da
exposição dos indivíduos a situações humilhantes e vexatórias, com frequentes
perseguições e por longo tempo.
Aguiar (2005, p. 28) apud Barreto (2002, p.2), reforça que assediar moralmente
significa:
Ainda sobre a tese de Barreto, Glöckner (2004, p.15) cita em sua obra definição
mais ampla acerca do assédio moral:
Nesse sentido, Guedes (2003, p. 34-35) reforça que o assédio moral tem por
base o conflito mal resolvido, e que esse pode ocorrer com a permissão ou
favorecimento de relações pouco transparentes, ambíguas ou dissimuladas. No
entendimento da autora, o conflito pressupõe que as duas partes possam combater,
contudo, na ocorrência do assédio moral (ou mobbing) o assediador persegue sem dar
chance para a vítima se defender ou contra-atacar.
uma parte de si mesmo. Volta-se para casa, a cada noite, exausto, humilhado,
deprimido. E é difícil recuperar-se”.
Barreto (2005, p. 74) afirma que o assédio é uma violência sutil, em que se
busca estabelecer o cerco ao outro com a intenção de dominá-lo e anular a sua vontade,
impondo o fim do conflito. Aduz a autora que o assédio moral é permeado por
“palavras, símbolos e sinais, que estabelecidos, impõem ao outro sujeitar-se e ‘aceitar’
provocações, gozações, desqualificações e ridicularizações, de forma constante e
repetitiva”.
A autora complementa que as atitudes perversas podem ser uma manobra para
engrandecer-se, pois o “chefe pequeno” sente necessidade de rebaixar os demais, ou tem
necessidade de destruir um indivíduo utilizando-o como bode expiatório (HIRIGOYEN,
2002, p.75).
Guedes (2003, p. 36) enfatiza que a ação não precisa ser realizada pelo superior,
mas pode ser desencadeada através dos colegas de trabalho do agredido, que por
cumplicidade com o chefe assim o fazem. Os colegas se alinham de tal forma com o
perverso, que creditam à vítima a responsabilidade pelos maus-tratos.
34
Aduz ainda sobre a dificuldade em se pedir ajuda nessas hipóteses, pois não
existe confiança no superior hierárquico, visto que tende a escusar-se por indiferença,
covardia ou incompetência na resolução de conflitos.
cargo, e não pelo gênero. Entre os casos em que as vítimas eram mulheres, aponta
Barreto que mais de 10% dos casos iniciaram como assédio sexual.
Por fim, é importante ressaltar que os termos assédio sexual e assédio moral são
distintos. O primeiro ocorre através da dominação sexual da vítima, geralmente através
de chantagens; já o último dá-se pela prática do psicoterror. (GUEDES, 2003, p. 39).
Para Barreto (2005, p. 75) a motivação para a prática dos atos perversos tem por
finalidade dominar e submeter o assediado, destruindo a sua vontade, forçando-o a
desistir. Ao fazer essa concessão, a vítima concede ao dominador o poder de decisão
sobre o seu rumo e autonomia.
Por certo que o assédio moral é caracterizado por atos injustos e ofensivos, por
meio de ralações desiguais. Contudo, esse fenômeno também pode ocorrer através de
uma aparência sutil, doce, sedutora. O que se busca com essa prática é que o sujeito
aceite passivamente as ordens sem questioná-las e sem confrontar a autoridade
(BARRETO, 2005, p. 76).
Segundo Barreto (2013, p. 19), existem dois critérios que devem ser observados
para a caracterização do assédio no trabalho, o qualitativo e o quantitativo. O primeiro
refere-se à periodicidade dos atos, já o segundo analisa o número de exposições e se
ocorreu durante o trabalho. Adverte a autora que, independente do número de eventos,
deve-se considerar o ato como ofensa à dignidade e individualidade, bem como
constatar se houve violação de direitos humanos fundamentais.
36
Sobre os motivos que fazem com a vítima do assédio fique submissa, Hirigoyen
(2002, p. 75-76) explica que existe o medo do desemprego, porém na caracterização
desse fenômeno ocorre que o assediado é atacado psicologicamente de tal forma que
não consegue reagir (grifo nosso).
Expõe ainda que entre os métodos mais típicos utilizados para imobilizar a
vítima, pode-se citar a recusa à comunicação, a desqualificação, destruição da
autoestima, corte das relações sociais, constrangimento e vexação. (GUEDES, 2003, p.
46-49).
Fala-se mal da vítima pelas costas. Quando esta aparece em meio ao grupo,
cai um silêncio fúnebre [...] O outro é ridicularizado, humilhado e coberto de
sarcasmos, até que perca toda a autoconfiança. Coloca-se um apelido
ridículo, caçoa-se de uma limitação física, do seu modo de andar, de falar, de
vestir-se. São atacadas as opiniões, a vida privada e a maneira de viver da
vítima. Fazem propostas sexuais, verbais ou não [...] (2003, p. 48).
Guedes (2003, p. 49) explica que a vítima pode ser isolada em um setor onde a
comunicação com os demais é dificultada, porém, por vezes esse recurso é dispensável
quando o grupo está alinhado com o agressor.
Segundo Barreto (2005, p. 134), o assédio sexual é uma das possibilidades para
a ocorrência do assédio moral. A relação ocorre entre os dois sexos, mas é mais comum
a ocorrência de mulheres agredidas por homens, geralmente seus superiores
hierárquicos (HIRIGOYEN, 2002, p.80). As vítimas que resistem são deslocadas para
outras funções, executando tarefas aquém de sua capacidade, ou forçadas a
permanecerem além da jornada de trabalho, sobrecarregadas de trabalho (BARRETO,
2005, p. 134).
Conforme pesquisas realizadas por Barreto (2013, p. 23), devemos observar que
alguns fatores aparecem associados à prática de assédio, como “a discriminação,
práticas racistas e sexistas, intolerância, problemas pessoais, uso de drogas e consumo
de álcool”. Revela ainda que o critério discriminatório quanto à cor do indivíduo
frequentemente supera a do sexo, aparecendo os negros em desvantagem aos não negros
(2005, p. 114).
Devemos ainda enfatizar que as mulheres negras são as que mais são
discriminadas, sendo mais atingidas por desigualdades e ações de cunho racista,
inclusive com atos e censuras públicas (BARRETO, 2013, p. 118).
afirmaram ter sido em algum momento isolados. No que se refere à dignidade, 85% dos
entrevistados relataram ter sofrido invasão de privacidade, enquanto 40% sofreram
ameaças verbais.
Tabela 1
Ressalta ainda Hirigoyen (2002, p. 90) que nestes casos, quando a vítima tenta
reagir, instala-se uma hostilidade declarada, e essa fase de destruição moral é conhecida
como psicoterror. O objetivo já não é mais somente a busca pelo poder, mas também o
prazer de usar o outro, subjugá-lo.
40
Guedes (2003, p. 44) aponta que o “o mobbing é definido como a forma extrema
de estresse social no local de trabalho”. Relata ainda que foi através dos estudos de
Leymann que o tratamento clínico desses pacientes avançou significativamente, pois ele
constatou em uma pesquisa que 95% das vítimas do grupo estudado sofriam de
Desordem Pós Traumática do Estresse (PTSD). Esse resultado é comparado com o
índice PTSD de indivíduos que estiveram em guerra ou presos em campos de
concentração.
Os efeitos não são sentidos somente na esfera psíquica, o corpo também sofre os
efeitos do assédio moral, tendo reflexos em todo o organismo devido às agressões
sofridas. Entre elas podemos citar distúrbios do aparelho digestivo, problemas no
aparelho respiratório, especialmente falta de ar e sufocamento, dores musculares,
fraqueza, tremores (GUEDES, 2003, p.94).
válvula de escape da vítima, que passa a descarregar sua frustração nos membros da
família”.
Embora os termos assédio moral e Burnout sejam distintos entre si, apresentam
uma complementação um ao outro, pois geralmente aparecem numa relação de causa e
efeito. Para Silva (2008, p. 7) um dos fatores cruciais para a caracterização do assédio
moral é a intencionalidade e a repetição de hostilidades em certo período, enquanto o
Burnout é o ápice deste processo de stress ocupacional, quando a vítima perde as forças
e não aguenta mais.
Segundo dados apontados por Hirigoyen, cerca de 50% dos casos de assédio
moral ocorrem no âmbito da Administração Pública, embora ocorra uma equiparação
entre as esferas privada e pública, é na última que o assédio moral mostra-se mais
acentuado (CRUZ, 2015, p. 2020-2021).
O gestor público não está acima do ordenamento jurídico nem, é óbvio, dos
princípios que regem a Administração Pública. Também, não se pode
conceber pelo Princípio da Boa Administração que ela seja regida com
Abuso de Poder e desvio de finalidade/poder (2014, p. 85).
Aborda Minassa que a prática de assédio pode perdurar por vários anos,
principalmente devido ao fato dos envolvidos (ou alguns) deterem estabilidade, ainda
que esta não seja um valor absoluto. Devemos levar em conta que muitos atos perversos
são justificados como “necessidade de atender ao princípio da eficiência e a satisfação
do interesse público” (CRUZ, 2015, 2021).
promovida e protegida, não podendo, contudo (no sentido ora empregado) ser
criada, concedida ou retirada (embora possa ser violada), já
que reconhecida e atribuída a cada ser humano como algo
que lhe é inerente.
Outro fato é que o servidor tem direito de exercer as atribuições de seu cargo,
devendo ser afastadas atribuições estranhas ou incompatíveis ao seu trabalho, bem como
dispor de condições e prazos exequíveis (FERRAZ, 2014, p. 60).
Cruz (2015, p. 2025) afirma que o agente público que pratica assédio moral
contra outro servidor está violando o princípio da moralidade administrativa, pois o
assédio é intimamente ligado à imoralidade. Logo, praticar o assédio moral incide em
praticar ato de imoralidade administrativa (grifo nosso).
Acautela Ferraz (2014, p. 67) que jamais um agente público pode humilhar
servidores com “baixarias e truculências”, pois está obrigatoriamente a violar o
princípio constitucional da moralidade.
É crucial a lição trazida por Cruz (2015, p. 2024) apud Namyr Carlos de Souza
Filho:
O agente público que pratica a agressão gera prejuízos na vida dos servidores
assediados e atrapalha o bom desempenho da gestão pública. Sobre a organização do
trabalho, o assédio deteriora a relação dos profissionais de um setor, pois através dele se
45
Cruz (2015, p. 2021) aponta que uma das formas de assediar um servidor é
atribuindo-lhe erros de terceiros, fazendo disso um instrumento para perseguir, e não
para a finalidade pública que é devida, averiguar a verdade dos fatos. Destaca o autor
que essa exposição indevida do servidor pode acarretar danos de ordem psíquica/física e
degradação do seu ambiente de trabalho.
Hirigoyen (2002, p. 218) aborda que diversos agentes públicos ou políticos não
se constrangem de cometerem atos imorais para “liquidar um rival ou manter-se no
poder”. São capazes de irem além de suas prerrogativas, utilizando-se de pressões
psicológicas, de razões de Estado e de sigilo para esconderem sua vida privada.
Atribuir à vítima a culpa dos efeitos negativos dos atos praticados em setor
visivelmente carente de estrutura material e humana, sem o que o servidor tenha
condições de exercer plenamente suas funções constitui uma forma clássica de assédio
no âmbito público. Essa ação nada mais é do que uma tentativa de deixar ileso o
verdadeiro responsável, o gestor público (CRUZ, 2015, 2028).
Afirma ainda CRUZ (2015, p. 2030) que constitui forma de assédio “atuar em
procedimentos sancionatórios de forma a empreender excessos e
desequilíbrios de ações que possam gerar flagrante ofensa aos direitos fundamentais”.
Alerta Cruz (2015, p. 2029) que dentro do contexto de assédio podem ocorrer
diversas violações ao devido processo legal, com o objetivo de atrapalhar ou impedir a
defesa da vítima, como a instauração de processo disciplinar baseado em acusações
genéricas ou sem respaldo legal; inversão do ônus da prova, exigindo que a vítima
demonstre a sua inocência; negativa de diligências necessárias para a sua defesa e que
demonstram ser terceiros os responsáveis.
Explica ainda que a quebra deliberada de sigilo só resta por demonstrar o dolo e
a determinação do agressor em desprestigiar o nome do servidor, o que também
caracteriza ato de improbidade administrativa (grifo nosso), conforme versa o art.
11, III, da Lei de Improbidade Administrativa, “revelar fato ou circunstância de que tem
ciência em razão das atribuições e que deva permanecer em segredo”.
Isso posto, ainda pode o agressor passar a exigir tarefas sem dirigir as
informações necessárias, deixando o servidor confuso em relação a maneira de executá-
48
las. Utiliza-se de ordens incoerentes para gerar essa desordem, para depois acusá-lo de
maneira genérica e sem qualquer fundamento legal (CRUZ, 2015, p. 2035).
Devemos apontar ainda que outra maneira de cercar é isolando a vítima de seus
pares, seja física ou intelectualmente, com intuito de inferiorizá-la perante os demais,
em “uma espécie de subcategoria de funcionário, ou de
que o servidor não seria bem quisto pelos indivíduos (pares ou não) de seu ambiente de
trabalho” (CRUZ, 2015, 2036).
Não havendo um conceito exaustivo que fosse capaz de abranger todos os atos
de imoralidade, o legislador optou por dar amplitude ao art. 11, exemplificando nos seus
incisos os atos ou omissões que constituem improbidade administrativa, porém sem
exauri-los, pois em seu caput preceitua que também importa em improbidade os atos ou
omissões que atentem contra os princípios da Administração Pública (DI PIETRO,
2011, p.824-825).
concomitantemente nas esferas penal, administrativa e civil. (DI PIETRO, 2011, p. 830-
833).
A ação principal será proposta pelo Ministério Público ou pela pessoa jurídica
interessada, sendo vedada a transação, acordo ou conciliação das partes, consoante o art.
17 da Lei de Improbidade Administrativa. Caso não participe como parte, o Ministério
Público deve obrigatoriamente atuar como fiscal da lei, sob pena de nulidade.
Destacamos ainda que a pessoa jurídica prejudicada pelo ilícito será a favorecida
em caso de sentença procedente em ação civil de reparação de dano ou que decrete a
perda dos bens havidos ilicitamente, nos moldes do art. 18 da referida lei.
No que se refere à prescrição, dispõe o art. 23 da Lei nº. 8429/92 que a ação
pode ser proposta até 5 anos após o término do mandado, cargo em comissão ou função
50
Em sentido diverso entende Ferraz quando a ação de improbidade for devida por
violação dos princípios constitucionais que norteiam a Administração Pública:
No que se refere à esfera civil, o assediado faz jus a indenização por danos
morais devido aos malefícios que essa prática lhe causa, atingindo especialmente a sua
dignidade (FERRAZ, 2014, p. 225).
O STJ reconheceu pela primeira vez no ano de 2013 a prática de assédio moral
no âmbito da Administração Pública como ato de improbidade administrativa. O RESp
nº. 1.286.466- RS tratava sobre o caso ocorrido na cidade de Canguçu/RS, em que uma
servidora fora vítima de assédio moral praticado pelo então prefeito municipal
(FERRAZ, 2014, p.89-90).
Segundo restou comprovado nos autos, a servidora foi “castigada” por ter
denunciado ao Ministério Público a existência de dívida do Fundo de Aposentadoria dos
Servidores Públicos do município. Como vingança, o prefeito a obrigou a permanecer
51
Ferraz (2014, p. 135) reforça que a conduta a ser punida no assédio moral é a
do assediador, não dependendo do comportamento da vítima, assim, não se pode levar
em conta as reações ou sentimentos subjetivos da vítima para se punir o agressor.
Artigo 2º - Considera-se assédio moral para os fins da presente lei, toda ação,
gesto ou palavra, praticada de forma repetitiva por agente, servidor,
empregado, ou qualquer pessoa que, abusando da autoridade que lhe confere
suas funções, tenha por objetivo ou efeito atingir a autoestima e a
autodeterminação do servidor, com danos ao ambiente de trabalho, ao serviço
prestado ao público e ao próprio usuário, bem como à evolução, à carreira e à
estabilidade funcionais do servidor, especialmente:
I - determinando o cumprimento de atribuições estranhas ou de atividades
incompatíveis com o cargo que ocupa, ou em condições e prazos
inexequíveis; II - designando para o exercício de funções triviais o exercente
de funções técnicas, especializadas, ou aquelas para as quais, de qualquer
forma, exijam treinamento e conhecimento específicos; III - apropriando-se
do crédito de ideias, propostas, projetos ou de qualquer trabalho de outrem.
Parágrafo único - Considera-se também assédio moral as ações, gestos e
palavras que impliquem: 1 - em desprezo, ignorância ou humilhação ao
servidor, que o isolem de contatos com seus superiores hierárquicos e com
outros servidores, sujeitando-o a receber informações, atribuições, tarefas e
outras atividades somente através de terceiros; 2 - na sonegação de
informações que sejam necessárias ao desempenho de suas funções ou úteis a
sua vida funcional; 3 - na divulgação de rumores e comentários maliciosos,
bem como na prática de críticas reiteradas ou na de subestimação de esforços,
que atinjam a dignidade do servidor; 4 - na exposição do servidor a efeitos
físicos ou mentais adversos, em prejuízo de seu desenvolvimento pessoal e
profissional.
Cabe salientar que o Projeto foi aprovado no Senado Federal em 2014, e desde
então aguarda tramitação na Câmara dos Deputados, conforme disponível na página do
Senado.
5 CONCLUSÃO
Essa campanha de terror psicológico ocorre por longo período, e gera danos à
personalidade, dignidade e integridade física da vítima, e termina por degradar o
ambiente de trabalho. Como consequência dessa prática há o padecimento do corpo
através de disfunções nos mais variados órgãos, ansiedade, depressão , insônia, perda de
memória, problemas cardíacos e imunológicos. A vida familiar e social também é
sensivelmente abalada. A vítima pode entrar em um estado de desistência conhecida
como Síndrome de Burnout, quando não encontra mais energia para continuar.
Por esses fatos vistos é essencial reconhecer que a prática de assédio moral no
âmbito do serviço público é um ato contaminado de imoralidade e assim ser enquadrado
na hipótese do art. 11 da Lei de Improbidade Administrativa.
Chama a atenção o fato de não haver estudo mais apurado recentemente sobre
o tema, especialmente em nosso tempo digital, onde as práticas de assédio podem ser
58
fomentadas pelas mídias sociais, com uma velocidade e alcance ainda não relatado em
obras sobre o tema.
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