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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ - UECE

CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA – CCT


ALUNO: FRANCISCO JOSÉ LIMA DE SOUSA

X SEMANA ZÉ MARIA DO TOMÉ

FORTALEZA-CE
2021
Sumario

Introdução --------------------------------------------------------------------------3

Semana Zé Maria------------------------------------------------------------------ 4

Conclusão -------------------------------------------------------------------------- 5

Referencias --------------------------------------------------------------------------6
Zé Maria

A X Semana Zé Maria do Tomé foi organizada pelo M21 e várias


entidades ligadas à luta dos camponeses por suas terras e melhores
condições de vida. O mediador do primeiro debate foi o professor João
Ramedes Régis, e teve vários convidados: Pastora de Almeida
representando a entidade Cáritas, Claudio Leite advogado, Maria de Jesus
Gomes, Maria Xavier, Ruth Dos Santos Lima e outros.
O professor João Ramedes Régis fez todas as apresentações devidas
e os convidados começaram a falar da figura desse grande homem, que ao
meu ver é o nosso Chico Mendes. Sua filha nos falou um pouco sobre sua
vida, que desde cedo começou a trabalhar no campo. Zé Maria passou um
tempo em São Paulo e quando voltou constituiu família, sua luta começa
com o agronegócio o qual travou uma luta desigual, pois o que um homem
simples pode fazer contra o agronegócio e suas multinacionais que estavam
envenenando a Chapada do Apodi com agrotóxicos sem respeitar a
população local. População essa que já sofria com as intempéries da
natureza e a dificuldade de produzir alimentos para sua sobrevivência ainda
tem que conviver com o veneno à sua porta.
O advogado o Dr. e professor de direito Claudio Silva, falou sobre o
crime e o nome dos mandantes, o empresário João Teixeira Jr e seu gerente
José Aldair Gomes e os executores Francisco Lima Barros e Antônio
Welington. O Dr. Claudio narrou todo o trâmite judicial, e como sempre
acabou em pizza. Os dois mandantes foram absolvidos e os executores, um
morreu assassinado e o outro continua respondendo, mostrando a ineficácia
da nossa justiça.
São muitos os depoimentos de amigos e familiares, que
inconformados lamentam a sua morte. Durante a semana tiveram muitos
debates voltados para as questões agrárias e os problemas do campo. A
transmissão do evento não foi muito boa, devido a problemas com a
internet, mas, o objetivo foi alcançado, mostrar a população o perigo tanto
do agrotóxico quanto o agronegócio, e a impunidade desse crime bárbaro.
Roda de conversa com Camila Dutra (Naterra/ UECE) mediação,
Rafaela Lopes (Naterra/UECE-Tramas), Liana Sandra Leitão
(Naterra/UECE), Kennedy Alexandre (Estácio de Sá) e Leandro Vieira
Cavalcante com o lançamento do livro As firmas tomam conta de tudo.
Rafaela Lopes (Naterra UECE-Tramas), mostra sua pesquisa de
mestrado, "Acampamento Zé Maria do Tomé, um território de resistência".
Onde ela mostra o uso indiscriminado de agrotóxicos, causando inúmeros
problemas com as comunidades do baixo Jaguaribe e Chapada do Apodi.
Colocando em pauta as transformações ocorridas na Chapada do Apodi,
onde aos camponeses da agricultura familiar são perseguidos pelas
empresas do agronegócio, empresas essas que esmagado as pequenas
famílias que tiram seu sustento da terra, são forçadas a deixar suas terras,
porque estão sendo envenenadas pelo abuso de agrotóxicos, causando
assim muitos conflitos no campo e sempre quem sai perdendo são as
pessoas que vivem na região, que são muito pobres e que não tem vez nem
voz.
Liana Sandra Leitão Pesquisadora do Lecante, filha de Limoeiro do
Norte, sua pesquisa aborda o tema Zé Maria do Tomé, onde menciona a
luta incansável contra o agronegócio e seus efeitos sobre a comunidade, e
também as repercussões geográficas das lutas e resistência do homem do
campo. Compreender o processo de territorialização, onde denúncias são
feitas, como colocar agrotóxico dentro dos canais de abastecimento de água
e outros desmandos.
Kennedy Alexandre da Faculdade Estácio de Sá, é arquiteto e mostra
o seu projeto sobre a construção do aeroporto da Chapada do Apodi. De
início o terminal é só de carga, mas, no futuro teríamos também o terminal
de passageiros. O projeto é muito interessante, pois conta a história da
morte de seu tio, onde o mesmo foi assassinado com vinte e nove tiros e os
responsáveis estão em liberdade até hoje. A cobertura do aeroporto tem
vinte e nove furos para lembrar os vinte e nove tiros, e no espaço interno
tem várias fotos. Eu fico inconformado que um crime tão bárbaro como
esse fique impune, o judiciário fez vista grossa, o executivo e legislativo
também, esse crime está caracterizado como execução, e não como crime
comum.
O professor Leandro Vieira Cavalcante na divulgação de seu livro
"As firmas tomam conta de tudo", o livro relata o agronegócio e a questão
agrária. O agronegócio ocupa uma área de 63% do baixo Jaguaribe, é
formado por grandes empresas do agronegócio, onde como todos sabem
nunca é suficiente a quantidade de terras que possuem. O agronegócio tem
63% de área e equivale a 35 mil hectares, é um gigante frente a questão
agrária, que com 4% de área representa 300 hectares, como a questão
agrária pode competir com o agronegócio, se o mesmo ainda persegue as
famílias de agricultores que vivem na região. As universidades têm que
fazer o seu papel de residência diante de problemas como esse onde quem
sai perdendo é sempre a comunidade e a sociedade como um todo.
Devemos ficar sempre atentos, e cobrar dos governantes que façam seu
papel e que trabalhem para o povo e não para seus interesses pessoais.
"Se eu morrer e vocês continuarem a minha luta, eu morro feliz."
Com essa frase, Márcia Xavier (Ceresta) filha de Zé Maria do Tomé
começa a falar de seu pai e contar um pouco de sua vida. Ele nasceu no dia
4 de outubro de 1966 em Taboleiro Alto e foi criado na Chapada do Apodi,
veio de uma família de quatro irmãos, cedo teve de desistir da escola e
trabalhar no campo. Com 15 anos morre sua mãe e sua responsabilidade
aumenta ainda mais, ele vai então para Fortaleza para a casa de um tio e
depois para São Paulo, deixando sua namorada Branquinha na saudade,
noivando por duas vezes, mas, por fim casa-se com ele e tem três filhos,
duas meninas e um menino. Era católico e pai exemplar, e lutador
incansável contra o agronegócio e a política dos agrotóxicos.
Pastora Almeida fala do dia de sua morte, no dia 21 de abril de 2010.
Uma reunião com várias pessoas ligadas a entidades relacionadas com
movimentos agrários, receberam a notícia de seu assassinato, uma tragédia
para todos que conheciam.

Conclusão

A semana de Zé Maria do Tomé foi muito importante e esclarecedora


sobre o agronegócio, agrotóxicos e a violência no campo, onde nós não
podemos esquecer da luta de Zé Maria contra o envenenamento dos
alimentos e de toda uma comunidade. Estas empresas procuram produzir
cada vez mais e por um custo cada vez menor. A agricultura científica
torna-se cada vez mais forte, é alimentos transgênicos, é homônimo na
carne bovina e frangos, e não temos a menor ideia dos efeitos colaterais
que estes produtos podem causar à nossa saúde. As universidades como
símbolo de resistência, junto com a comunidade devemos lutar
incansavelmente e fiscalizar essas empresas, já que não podemos contar
com os políticos.

Referências Bibliográficas

X Semana Zé Maria do Tomé

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