You are on page 1of 39

FUNDAÇÕES

PROFESSOR: PAULO CASTANHEIRA


ENGENHARIA CIVIL - 2023.1

1
APRESENTAÇÃO
• PLANO DE ENSINO

• AULA 1 – INTRODUÇÃO / INVESTIGAÇÕES GEOTÉCNICAS


• AULA 2 – ENSAIOS / PARÂMETROS DE PROJETO
• AULA 3 – ANÁLISE DE CAPACIDADE DE CARGA DAS FUNDAÇÕES DIRETAS
• AULA 4 – TENSÃO ADMISSÍVEL DO SOLO PARA FUNDAÇÕES DIRETAS
• AULA 5 – CAPACIDADE DE CARGA PARA FUNDAÇÕES INDIRETAS
• AULA 6 – CARGA ADMISSÍVEL PARA FUNDAÇÕES INDIRETAS
• AULA 7 – FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS – BLOCOS, SAPATAS E RADIERS
• AULA 8 – FUNDAÇÕES POR ESTACAS – TIPOS E BLOCOS DE COROAMENTO
• AULA 9 – RECALQUE DE FUNDAÇÕES DIRETAS
• AULA 10 – INTERAÇÃO SOLO – ESTRUTURA, RECALQUES - FUND. INDIRETAS

2
INVESTIGAÇÕES GEOTÉCNICAS

NORMA NBR 8036/1983


PROGRAMAÇÃO DE SONDAGENS DE SIMPLES RECONHECIMENTO
DOS SOLOS PARA FUNDAÇÕES DE EDIFÍCIOS - PROCEDIMENTO

Esta Norma fixa as condições exigíveis na programação das


sondagens de simples reconhecimento dos solos destinada à
elaboração de projetos geotécnicos para construção de edifícios.
Esta programação abrange o número, a localização e a
profundidade das sondagens.
3
INVESTIGAÇÕES GEOTÉCNICAS
PRINCIPAIS PREOCUPAÇÕES DURANTE O PROGRAMA DE INVESTIGAÇÕES
GEOTÉCNICAS
NORMA 8036/1983:
• Até 200m2 – recomendável 2 furos;
• Até 1200m2 – 1 furo para cada 200m2;
• 1200 a 2400m2 – 1 furo para cada 400m2 que excederem os 1200m2;
• Acima de 2400m2 – fixado por plano particular de construção (com 2 sondagens para
área de projeção em planta do edifício até 200m2 e 3 para 200 a 400m2 de edificação);
• Estudos de viabilidade – mínimo 3 furos com distância com distância máxima de 100m.

Observar limites do terreno, descontinuidades do solo e do perfil do solo, atenção para a


profundidade adequada dos furos para atender às demandas do projeto e elementos de
fundação para o solo.
4
INVESTIGAÇÕES GEOTÉCNICAS
OUTRAS NORMAS DE INTERESSE

• ABNT NBR 6484 – Solo – Sondagens de simples reconhecimento


com SPT – Método de ensaio
• ABNT NBR 6497 – Levantamento Geotécnico
• ABNT NBR 6122 – Projeto e Execução de Fundações

5
INVESTIGAÇÕES GEOTÉCNICAS
APLICABILIDADE

u – poropressão in situ
Φ – ângulo de atrito efetivo
Su – Resistência ao cisalhamento não drenado
Dr – Densidade Relativa
mv – Módulo de variação volumétrica
cv – Coeficiente de consolidação
K0 – Coeficiente de empuxo no repouso
G0 – Módulo Cisalhante a pequenas deformações
σh – Tensão Horizontal
OCR – Razão de Pré-adensamento
σ-ϵ – Relação tensão-deformação

6
INVESTIGAÇÕES GEOTÉCNICAS
Métodos Diretos: De Natureza Empírica ou
semi-empírica, têm fundamentação
estatística, a partir da qual as medidas de
ensaio são correlacionadas diretamente ao
desempenho de obras geotécnicas.

Métodos Indiretos: Resultados de ensaios


são aplicados à previsão de propriedades
constitutivas de solos, possibilitando a
adoção de conceitos e formulações clássicas
de Mecânica dos solos. CORRELAÇÕES

7
INVESTIGAÇÕES GEOTÉCNICAS
POÇOS E SONDAGENS A TRADO
Poços
Escavações manuais, geralmente não escoradas. Avançam até que se
encontre o nível d´água, ou até onde for estável. Permitem exame do solo
nas paredes e no fundo da escavação e a retirada de amostras indeformadas
tipo bloco ou anéis. Normatizados pela NBR 9604.

Sondagens a Trado
Perfurações executadas com trados manuais. A profundidade também
está limitada à profundidade do nível d´água e as amostras retiradas são
deformadas. Normatizadas pela NBR 9603.
8
INVESTIGAÇÕES GEOTÉCNICAS
SONDAGENS A POÇO, TRINCHEIRA E TRADO

9
INVESTIGAÇÕES GEOTÉCNICAS
SPT (STANDARD PENETRATION TEST) – NBR 6484/2001
- Posiciona-se o martelo sobre a cabeça de bater e mede-se a
penetração devido ao peso próprio;
- Inicia-se a cravação, contando-se o número de golpes para cada
Segmento (3) de 15 cm (5/15; 7/15; 9/15) ou exato (5/14; 7/16; 9/15);
- Para solos duros, ou moles, registra-se o que ocorrer (p.ex.
10/30 – duros – ou 1/45 – moles)
- O NSPT é a soma dos valores correspondentes aos últimos 30cm
de penetração do amostrador. (é feito a cada metro)
- Para cada golpe o martelo de 65Kg é levantado 75cm.
- Acima do NA, perfuração com trados helicoidais; abaixo, com
sistema de circulação de água.
10
INVESTIGAÇÕES GEOTÉCNICAS
SPT - Sistema

11
INVESTIGAÇÕES GEOTÉCNICAS
SPT – O ENSAIO MAIS UTILIZADO NA GEOTECNIA
Vídeos preparados pela UFSC para sondagem à percussão
(referência nos planos de aula da Estácio)

• parte1: https://www.youtube.com/watch?v=6vOBm0mETJE
• parte 2: https://www.youtube.com/watch?v=BfqOdby4alk
• parte 3: https://www.youtube.com/watch?v=3Gdt2XkjUSw

12
INVESTIGAÇÕES GEOTÉCNICAS
SPT
- Apesar da facilidade, sujeito a erros
operacionais.
- Correção do NSPT NSPT1=CN.NSPT
- Classificação NBR – 7250/1982

13
INVESTIGAÇÕES GEOTÉCNICAS
RESULTADOS - NSPT x Profundidade

14
INVESTIGAÇÕES GEOTÉCNICAS
RESULTADOS
NSPT x Su x Profundidade

15
INVESTIGAÇÕES GEOTÉCNICAS
SPT – CONCLUSÕES
- SPT: Devido à simplicidade, economia e experiência já aculada em sua realização, SPT
tende a se manter como o ensaio mais utilizado na Geotecnia;
- Metodologia, padronização do equipamento e avaliação da energia transmitida ao
amostrador necessários para incorporar conhecimento já obtido ao processo;
- Treinamento e supervisão aumentam custos, porém são imprescindíveis para
resultados representativos e confiáveis;
- Garantidas as recomendações anteriores, várias correlações e metodologias
correntes na literatura podem ser realizadas com base nos resultados do SPT;
- Valores médios de penetração servem para indicar o tipo de solo. NSPT maiores que
30 indicam, em geral, solos resistentes e estáveis, eximindo estudos geotécnicos mais
elaborados para os casos correntes. Porém, NSPT inferiores a 5 indicam solos moles,
compressíveis e pouco resistentes, exigindo soluções baseadas em maiores análises.
16
INVESTIGAÇÕES GEOTÉCNICAS
SONDAGENS ROTATIVAS E MISTAS
- Utilizadas quando existe conhecimento de elementos de rocha que precisem ser
ultrapassados no processo de investigação;
- Em geral consiste em girar as hastes pelo cabeçote de perfuração e força-las para
baixo por meio de um sistema hidráulico;
- As sondagens mistas são a combinação de um equipamento de sondagem rotativa
com um equipamento de sondagem a percurssão;
- Durante o processo rotativo, o barrilete, ferramenta tubular corta e retira as amostras
de rocha (testemunhos);
- Sondagens rotativas são executadas em 5 diâmetros básicos (EX, AX, BX, NX, HX), para
a impossibilidade de se avançar em determinado diâmetro, seguir no inferior;

17
INVESTIGAÇÕES GEOTÉCNICAS
SONDAGENS ROTATIVAS E MISTAS

RQD – Rock Quality Designation

Consiste no cálculo de recuperação do


testemunho rochoso em que apenas os
fragmentos maiores que 10cm são
considerados.

Para esta classificação, apenas barriletes uplos


com diâmetro NX (75,3mm) ou maior podem
ser utilizados

18
INVESTIGAÇÕES GEOTÉCNICAS
SONDAGENS ROTATIVAS E MISTAS - Sistema

19
INVESTIGAÇÕES GEOTÉCNICAS

20
INVESTIGAÇÕES GEOTÉCNICAS
ENSAIO DE CONE – CPT e PIEZOCONE – CPTU NBR-12069
- Ensaio muito difundido no mundo por conta da qualidade de suas informações;
- Consiste na cravação a velocidade lenta e constante de uma haste com ponta cônica, que
mede a resistência encontrada na ponta e por atrito lateral, via células de carga elétricas;
- Quando o equipamento conta com transdutor (medidor) de pressão de água, associado a
elemento poroso colocado geralmente próximo à ponta do cone, passa a ser chamado
PIEZOCONE e mede as poro-pressões durante o ensaio, que passa a ser o CPTU.
- Normatizações: Velocidade do ensaio, 2cm/s; Área do cone, 10cm2; Ângulo da ponta, 60º.
- CRÍTICA AO ENSAIO DE CONE / PIEZOCONE:
- NÃO RECOLHE AMOSTRAS PARA IDENTIFICAÇÃO E
CARACTERIZAÇÃO DO SOLO.

21
INVESTIGAÇÕES GEOTÉCNICAS
ENSAIO DE CONE – CPT e PIEZOCONE – CPTU - Sistema

Elemento poroso ou filtrante: forma de anel


constituído de aço ou bronze sinterizado,
cerâmica ou plástico. Abertura típica de 20 a
200 mícrons e permeabilidade 10-4 a 10-5 m/s.
22
INVESTIGAÇÕES GEOTÉCNICAS
ENSAIO DE CONE – CPT e PIEZOCONE – CPTU – Resultados Corrigidos
• Resistência de ponta: qc CORREÇÃO: qt=qc+(1-a).u2
• Atrito lateral: fs CORREÇÃO: ft= -u2.ASB + u3.AST
• Razão de atrito: Rf = fs/qc A1 A1
• ASB e AST são áreas da base e topo da luva de atrito.
• a= AN/AT; (AN = 10cm2), AT é seção célula de carga
• A1 é a lateral da luva de atrito
• Parâmetro de classificação: Bq= (u2-u0)
(qt-σv0)
• u0: pressões hidrostáticas
• σv0: tensão vertical in situ
• 23
INVESTIGAÇÕES GEOTÉCNICAS
ENSAIO DE CONE – CPT e PIEZOCONE – CPTU, RESULTADOS

ARGILA

LENTE DE AREIA
Resistência – qt – aumenta com
profundidade, aumenta (pico) na
lente de areia;

ARGILA
Poropressão – aumenta com
profundidade na argila
(totalmente linear na parte
hidrostática), diminui na lente de
areia.

24
INVESTIGAÇÕES GEOTÉCNICAS
ENSAIO DE CONE – CPT e PIEZOCONE – CPTU, RESULTADOS
A fim de determinar uma classificação mais definitiva do solo a partir dos
resultados do CPTU, Robertson (1990) apresenta a seguinte correlação:
Qt = (qt-σv0)
(σv0-u0)
Bq = (u2-u0)
(qt-σv0)
Fr = fs .100%
(qt-σv0)

Nessa proposta, os valores são plotados em ábacos (Qt – Fr e Qt – Bq), identificando


9 zonas destinadas a agregar materiais de diferentes tipos de comportamento. 25
INVESTIGAÇÕES GEOTÉCNICAS
ENSAIO PRESSIOMÉTRICO – PMT

• Consiste na expansão de uma sonda ou célula cilíndrica instalada em furo


executado no terreno;

• A célula, normalmente de borracha, expande-se com a injeção de água


pressurizada e sua variação de volume é medida na superfície do terreno juntamente
com a pressão aplicada;

• Ensaio bastante sofisticado, muito usado na Europa, pouco empregado no Brasil.

26
INVESTIGAÇÕES GEOTÉCNICAS
ENSAIO PRESSIOMÉTRICO – SISTEMA

27
INVESTIGAÇÕES GEOTÉCNICAS
ENSAIO PRESSIOMÉTRICO – PMT - RESULTADOS
• A interpretação do ensaio fornece o estado de tensões iniciais: σh ou (σ´h), o
coeficiente de empuxo no repouso, K0 a partir da pressão p0 no ponto A do ensaio
(levando-se em conta as pressões de água abaixo do NA, se for o caso);

• Propriedades de deformação (elásticas) do solo: Módulo de Young


pressiométrico, E, Módulo Cisalhante, G, podem ser obtidos por interpretação do
trecho A-B, fazendo-se uso da Teoria da elasticidade
para expansão da cavidade cilíndrica: G= E = Vm.Δp
.

Vm é o volume médio da sonda 2(1+v) Δv

• Resistência do solo: A resistência não drenada de


argilas saturadas, Su, pode ser obtida a partir da pressão
limite, ponto C, pf, com: Su ≈ pf – p0
5,5 28
INVESTIGAÇÕES GEOTÉCNICAS
ENSAIO “VANE TEST”– PALHETA
• Muito utilizado na caracterização de argilas moles (aplicações limitadas, vide
quadro comparativo no início da apresentação);
• A resistência não drenada das argilas, Su, é obtida admitindo-se que a ruptura se dá
na superfície do cilindro de diâmetro d e altura h (diâmetro e altura da palheta);
• O torque, ou momento, necessário para causar esta ruptura é medido;

• Uma das fórmulas de interpretação mais simples é aquela que supõe


que a resistência é a mesma em todas as superfícies de ruptura:
Su = M .

π. d2h + d3
2 6
29
INVESTIGAÇÕES GEOTÉCNICAS
• ENSAIO DILATÔMETRO – DMT
• O Dilatômetro é cravado no terreno da
mesma forma que o CPT (velocidade lenta
e constante). Na profundidade desejada
recebe ar comprimido até que sua membrana
passe da condição de repouso (sob ação da
cravação sofre deslocamento negativo) e
expanda-se 1mm, quando são registradas
as pressões correspondentes;

• Empregado para caracterização de argilas


e areias.

30
INVESTIGAÇÕES GEOTÉCNICAS
PRINCIPAIS INFORMAÇÕES OBTIDAS DE ENSAIOS IN SITU
PARÂMETROS DE PROJETOS
SPT
• Compacidade de de solos granulares (areias e siltes arenosos)
• Consistência de solos argilosos (argilas e siltes argilosos)

31
INVESTIGAÇÕES GEOTÉCNICAS
PRINCIPAIS INFORMAÇÕES OBTIDAS DE ENSAIOS IN SITU
PARÂMETROS DE PROJETOS
SPT
• Correlação entre N e densidade relativa de areias, Dr, (Gibbs e Holtz, 1957);
• Correlação entre N nas areias e ângulo de atrito efetivo, (De Mello, 1971)

32
INVESTIGAÇÕES GEOTÉCNICAS
PRINCIPAIS INFORMAÇÕES OBTIDAS DE ENSAIOS IN SITU
PARÂMETROS DE PROJETOS
SPT
• Correlação entre N e resistência não drenada de argilas, Su, (US Navy, 1986).

33
INVESTIGAÇÕES GEOTÉCNICAS
PRINCIPAIS INFORMAÇÕES OBTIDAS DE ENSAIOS IN SITU
PARÂMETROS DE PROJETOS
• CPT
• CORREÇÕES (já vistas na apresentação do cpt)
• qt=qc+(1-a).u2 u2 é poropressão na base do cone
• A = πr2 = r2 área da base do cone (10cm2) / área da seção da célula de carga
πR2 R2

34
INVESTIGAÇÕES GEOTÉCNICAS
PRINCIPAIS INFORMAÇÕES OBTIDAS DE ENSAIOS IN SITU
PARÂMETROS DE PROJETOS
• CPT
• Classificação do solo atravessado
A razão entre o atrito lateral e a resistência de ponta, Rf=fs/qc, denomina-se razão de
atrito e pode ser relacionada à identificação do solo atravessado pelo ensaio.
Bergmann (1953) Robertson e
Campanella (1983)

35
INVESTIGAÇÕES GEOTÉCNICAS
PRINCIPAIS INFORMAÇÕES OBTIDAS DE ENSAIOS IN SITU
PARÂMETROS DE PROJETOS
CPT - AREIAS
• Densidade Relativa, Dr; Ângulo de Atrito efetivo, φ´; Módulo de Young drenado, E´;
Módulo Confinado ou Oedométrico, Eoed; indicação sobre tensões horizontais, σ´h,0 ou
coeficiente de empuxo no repouso, K0.

36
INVESTIGAÇÕES GEOTÉCNICAS
PRINCIPAIS INFORMAÇÕES OBTIDAS DE ENSAIOS IN SITU
PARÂMETROS DE PROJETOS
CPT – ARGILAS
• Resistência não drenada, Su; módulo de Young não drenado, Eu; Módulo confinado ou
oedométrico, Eoed; Coeficiente de empuxo no repouso, K0; Coeficientes de adensamento
vertical e horizontal, cv e ch; expressões para determinação da resistência não drenada de
argilas saturadas.
• Su para cone Su para piezocone

Nk entre 10 e 25, com média em 15 Nk entre 10 e 20


σv,0 tensão total geostática

37
INVESTIGAÇÕES GEOTÉCNICAS
PRINCIPAIS INFORMAÇÕES OBTIDAS DE ENSAIOS IN SITU
PARÂMETROS DE PROJETOS
RELAÇÃO ENTRE SPT E CPT: qc=k.N

38
BIBLIOGRAFIA
• SCHNAID, Fernando; ODEBRECHT, Edgar. Ensaios de Campo.
• Velloso, D. A.; Lopes, F. R. Fundações

39

You might also like