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FUNDAÇÕES

PROFESSOR: PAULO CASTANHEIRA


ENGENHARIA CIVIL – 2023.1

1
APRESENTAÇÃO
• PLANO DE ENSINO

• AULA 1 – INTRODUÇÃO / INVESTIGAÇÕES GEOTÉCNICAS


• AULA 2 – ENSAIOS / PARÂMETROS DE PROJETO
• AULA 3 – ANÁLISE DE CAPACIDADE DE CARGA DAS FUNDAÇÕES DIRETAS
• AULA 4 – TENSÃO ADMISSÍVEL DO SOLO PARA FUNDAÇÕES DIRETAS
• AULA 5 – CAPACIDADE DE CARGA PARA FUNDAÇÕES INDIRETAS
• AULA 6 – CARGA ADMISSÍVEL PARA FUNDAÇÕES INDIRETAS
• AULA 7 – FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS – BLOCOS, SAPATAS E RADIERS
• AULA 8 – FUNDAÇÕES POR ESTACAS – TIPOS E BLOCOS DE COROAMENTO
• AULA 9 – RECALQUE DE FUNDAÇÕES DIRETAS
• AULA 10 – INTERAÇÃO SOLO – ESTRUTURA, RECALQUES - FUND. INDIRETAS

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FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS OU
RASAS - BLOCOS
As Fundações rasas se apoiam logo abaixo da infra-estrutura e se caracterizam peIa
transmissão da carga ao solo através das pressões distribuídas sob sua base. Nesse
grupo incluem-se, blocos, sapatas, e radiers. As vigas de equilíbrio, por sua vez, são
elementos estruturais que ligam duas sapatas, conforme será visto na sequência.
BLOCOS
• Elementos estruturais de grande rigidez executados também em concreto simples ou
ciclópico, portanto não armados, dimensionados de forma que as tensões de tração
neles atuantes sejam absorvidas pelo próprio concreto;
• Os recalques são calculados conforme calculado para fundações superficiais, AULA 12,
sem análise posterior de flexibilidade da fundação, nem da interação solo-fundação;
• Embora a distribuição das pressões de contato seja semelhante a das sapatas rígidas, não
há necessidade de dimensionamento estrutural. 3
FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS OU
RASAS - BLOCOS
BLOCOS
O ângulo α pode ser obtido no gráfico abaixo, através da relação σs/σt, com:
• σs = tensão aplicada no solo pelo bloco (carga pilar + peso próprio/área);
• σt = tensão admissível à tração do concreto, da ordem de fck /25, não sendo
recomendável utilizar valores maiores que 0,8MPa;
• A altura h deve permitir a ancoragem dos ferros do pilar;
• Não há impedimento para utilização de blocos para cargas elevadas, sendo a
única restrição a dimensão
das alturas necessárias, que
podem exigir escavações
profundas, atingindo o N.A.
e consumindo elevados
volumes de concreto;
• a e a0 são as maiores
dimensões do pilar e do
bloco, quando aplicável.
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FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS OU
RASAS - BLOCOS
BLOCOS - Exercício
1–Dimensionar um bloco de fundação confeccionado com concreto fck=15MPa para
suportar uma carga de 1700KN aplicada por um pilar de 35x60cm e apoiado num solo com
𝜎𝑠=0,5MPa. Desprezar o peso próprio do bloco.
A=1700=3,4m2 A=1,80 x 1,90 m
500
𝜎𝑠=0,5MPa 𝜎𝑠 / 𝜎𝑡 = 0,5/0,6=0,83MPa e (𝜎𝑠 /𝜎𝑡) > 0,5/0,8=0,63
𝜎𝑡=15/25MPa=0,6MPa <0,8MPa(máx) No ábaco; 0,73 60°
• h≥ ((1,90-0,60)/2).tg60=1,15
((1,80-0,35)/2).tg60=1,25

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FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS OU
RASAS - SAPATAS
SAPATAS
• Ao contrário dos Blocos, são elementos executados em concreto armado, com altura
reduzida em relação às dimensões da base e que se caracterizam por trabalhar à flexão;
• Um dos tipos mais correntes de
fundação, destinam-se a receber cargas de
muros (alvenaria e concreto) e pilares
isolados ou em conjunto ;
• Adequadas para solos com boa
capacidade de suporte (como toda
fundação rasa);
• Execução rápida, sem necessidade de
equipamentos específicos e de transporte;
• Indicadas para terrenos homogêneos, o
que evita maiores recalques diferenciais.
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FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS OU
RASAS - SAPATAS
TIPOS DE SAPATAS
•ISOLADAS: Rígidas e flexíveis, dependendo das dimensões, suportam um só pilar;
•COMBINADAS OU ASSOCIADAS: Suportam dois ou mais pilares, em número reduzido;
•ASSOCIADAS, POR MEIO DE VIGAS ALAVANCA (OU DE EQUILÍBRIO): Empregadas em divisas
para evitar carga excêntrica sobre a última sapata;
•CORRIDAS: Suportam muros ou paredes;
•CONTÍNUAS: Suportam vários pilares associados;

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FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS OU
RASAS - SAPATAS
DETERMINAÇÃO DA ALTURA DA SAPATA
• A altura deve ser tal, que a sapata seja rígida;
• Ângulo σ, próximo de 30°;
• h0 ≥ (a-ap)/3
• h0 ≥ 10cm

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FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS OU
RASAS - SAPATAS
RIGIDEZ DAS SAPATAS
SAPATAS RÍGIDAS: h0 ≥ (a-ap)/3
• h0 é altura;
• a é dimensão da sapata em uma direção;
• ap é a dimensão do pilar na mesma direção;
• não ocorre punção, pois toda a sapata fica
Dentro do cone hipotético de punção;
SAPATAS FLEXÍVEIS: Todas aquelas que não atendem à condição anterior .
• Possibilidade de punção causada pelo pilar. (próxima transparência)

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FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS OU
RASAS - SAPATAS
SAPATAS – ASPECTOS DE PROJETO:
• Ângulo α deve ser próximo a 30° para facilitar a
concretagem, não ocorre deslizamento do
concreto e se utiliza apenas fôrmas de altura h0;
• As sapatas rígidas são aquelas que têm α ≥30°;
• As sapatas flexíveis são aquelas que têm α ≤ 30°;

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FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS OU
RASAS - SAPATAS
DEFINIÇÃO DAS DIMENSÕES EM PLANTA
• Dimensões encontradas através da verificação das tensões no solo, que não
devem ultrapassar o valor admissível, σa ,encontrado através de correlações
em ensaios de caracterização do solo.
• A – área da sapata;
• P – carga do pilar;
• pp – peso próprio da sapata;
σa
• σa – tensão admissível do solo.
• É interessante que a seção da base seja igual à do pilar, seção do pilar
quadrada, pede base da sapata quadrada e comprimentos proporcionais,
maiores e menores lados, paralelos entre si.
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FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS OU
RASAS - SAPATAS
DEFINIÇÃO DAS DIMENSÕES EM PLANTA
• Uma vez que o peso próprio do bloco, ou da sapata, depende de suas
dimensões, e estas, por sua vez, dependem do peso próprio, a solução é feita
por tentativas;
• Na maioria dos casos, como facilitador de cálculo, o valor do peso próprio é
pouco significativo e sua não utilização está dentro das imprecisões da
estimativa do valor de σa;

σa
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FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS OU
RASAS - SAPATAS
SAPATAS ISOLADAS
• Conhecida a área A, deve-se escolher o par de valores a e b. Para sapatas
isoladas, as seguintes regras devem ser obedecidas:
• Centro de gravidade da sapata coincidente com centro de gravidade do pilar;
• Nenhuma dimensão menor que 60cm;
• Relação entre os lados a e b deverá ser menor ou igual a 2,5;
• Sempre que possível, os valores a e b devem ser tais que os balanços (d) da sapata, em
relação às faces do pilar sejam iguais nas duas direções.
• O último item condiciona a forma da sapata à forma do pilar,
quando não existirem limitações de espaços.
• Há 3 casos distintos.
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FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS OU
RASAS - SAPATAS
SAPATAS ISOLADAS
• 1º CASO: Pilar de Seção Transversal quadrada (ou circular):
Se não há limitação de espaço, a sapata mais indicada deverá ter em planta seção quadrada com lado

• 2º CASO: Pilar de Seção Transversal retangular (ou circular):


Se não há limitação de espaço,

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FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS OU
RASAS - SAPATAS
SAPATAS ISOLADAS
• 3º CASO: Pilar de Seção Transversal em forma de L, Z, U, etc :
Esse caso é uma repetição do caso anterior, em que se considera um pilar retangular fictício, circunscrito
ao pilar real, com mesmo centro de gravidade. O roteiro será demonstrado em exemplo seguinte.

É importante frisar que, para se obter um projeto


econômico, deve ser feito o maior número possíveI de
sapatas isoladas. Somente no caso em que a proximidade
entre dois ou mais pilares é tal que, ao se tentar fazer
sapatas, isoladas, estas se superponham, deve-se lançar
mão de um sapata associada ou de uma viga de fundação.
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FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS OU
RASAS - BLOCOS
SAPATAS – EXERCÍCIOS
1 – Dimensionar uma sapata para um pilar de 30x30cm e carga de 1500KN, sendo a taxa
admissível do solo igual a 0,3MPa.
Trata-se de pilar com seção quadrada, logo a sapata mais econômica vem da fórmula:
Assim, a=(1500/300)1/2 =2,24 Adotado a = 2,25m

16
FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS OU
RASAS - BLOCOS
SAPATAS – EXERCÍCIOS
2 –Projetar uma sapata para o pilar indicado abaixo, com carga de 3000 kN e taxa no solo de 0,3 MPa.
Cálculo das coordenadas do centro de carga do pilar, que coincide com centro de gravidade:
xg=(35x145x17,5+25x65x(35+32,5))/(35x145+35x65)=30cm
yg=(35x145x72,5+25x65x(12,5)/(35x145+25x65)=58cm
O retângulo circunscrito ao pilar com mesmo CG terá lados:
a0=2x(145-58)=2x87=174cm axb=P/𝜎s=3000x103/0,3x106 =10m2
b0=2x(100-30)=2x70=140cm a-b=a0-b0=34cm
a.(a+0,34)=10 a=3,0m adotados: a=3,0m; b=3,35m
a0=179; b0=145

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FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS OU
RASAS – VIGAS DE RIGIDEZ
VIGAS DE RIGIDEZ
• A viga que une dois pilares, de modo a permitir que a sapata trabalhe com tensão
constante denomina-se viga de rigidez

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FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS OU
RASAS - VIGAS DE RIGIDEZ
VIGAS DE RIGIDEZ - ROTEIRO
• Calcular coordenadas x e y do centro de carga;
• A interseção de x e y sempre estará localizada sobre o eixo da viga;
• Observar que para obter o centro de carga, não é necessário calcular a distância P1 - P2,
sendo suficiente trabalhar com as diferenças de coordenadas (direções d1 ou d2);
• Teoricamente, apenas uma dessas direções é suficiente para o cálculo do centro de carga
pois, calculando-se x (ou y) e prolongando-se esta cota até encontrar o eixo da viga de
equilíbrio tem-se o
centro de carga.
• Área da sapata:

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FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS OU
RASAS - VIGAS DE RIGIDEZ
VIGAS DE RIGIDEZ - ROTEIRO
• A escolha dos lados a e b que conduz a uma solução mais econômica consiste na
resolução de duas lajes em balanço (vão igual a b/2) sujeitas a uma carga uniformemente
distribuída igual a 𝜎a e uma viga simplesmente apoiada nos pilares P1 e P2 sujeita a uma
carga uniformemente distribuída igual a p = 𝜎a . b;
• A condição mais econômica para a sapata está diretamente ligada a obtenção de uma viga
de rigidez econômica em que os momentos negativos sejam aproximadamente iguais, em
módulo, ao momento positivo;
• Para tanto, as cargas P1 e P2 devem ser iguais e neste caso os balanços terão um valor
igual a/5;
• Para cargas P1 e P2 diferentes, caso mais comum, ajusta-se os valores dos balanços de
forma que as ordens de grandeza dos módulos dos momentos negativo e positivo sejam o
mais próximo possível.
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FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS OU
RASAS - VIGAS DE RIGIDEZ
VIGAS DE RIGIDEZ - ROTEIRO
• Sempre que houver disponibilidade de espaço, a
forma da sapata será um retângulo cujo o lado a
seja paralelo ao eixo da viga de rigidez e o Iado b,
perpendicular à mesma;
• Quando não há espaço suficiente disponível, pode-
se lançar mão de um paralelogramo, sendo que
neste caso a viga de rigidez deveria também ser
calculada para absorver a torção e decorrente do
fato de que o momento de força resultante de dois
paralelogramos quaisquer ABCD e CDEF paralelos
ao lado b, não mais se situam no mesmo plano
perpendicular ao eixo da viga, conforme figura.
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FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS OU
RASAS - VIGAS DE EQUILÍBRIO
VIGAS DE EQUILÍBRIO
Elementos estruturais que ligam a sapata de um pilar na divisa com um pilar interno,
fazendo com que a sapata trabalhe com carga centrada.
Complicações podem ocorrer, tais como: o pilar interno mais próximo do pilar da divisa não
estar normalmente localizado à divisa; cortinas de escoramentos de subsolo obrigam que a
sapata de divisa se afaste da mesma; prédios estreitos com somente pilares de divisa.

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FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS OU
RASAS - VIGAS DE EQUILÍBRIO
VIGAS DE EQUILÍBRIO

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FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS OU
RASAS - VIGAS DE EQUILÍBRIO
VIGAS DE EQUILÍBRIO - ROTEIRO
• Pilares de divisa ou próximos a obstáculos que
impeçam coincidir o centro de gravidade da
sapata com o centro de carga do pilar.
Solução através de VIGA DE EQUILÍBRIO, ou
VIGA ALAVANCA ligada a outro pilar;
• Obtém-se um esquema estrutural que absorve
o momento resultante desta excentricidade.

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FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS OU
RASAS - VIGAS DE EQUILÍBRIO
VIGAS DE EQUILÍBRIO - ROTEIRO
• Forma mais conveniente para sapata de divisa,
relação a/b entre 2 e 2,5;
• Resultante R, no centro de
gravidade da sapata de
divisa;
• Analogamente à sapata associada, não se faz
necessário usar a distância P1 - P2, calcula-se a
diferença de coordenadas entre os pontos.
• Como a resultante R depende de 2 incógnitas
“e" e “d” e apenas uma equação, o problema
é indeterminado.
25
FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS OU
RASAS - VIGAS DE EQUILÍBRIO
VIGAS DE EQUILÍBRIO – ROTEIRO
• Para se levantar essa indeterminação, adota-se
o seguinte roteiro:
• Partir da relação inicial
a = 2b e adotar ΔP = 0
ou seja, R1 = P1:
* b pode ser arredondado para 5cm superior.
• .
• b foi determinado no passo inicial,
logo, para não alterar ΔP, temos :
• Finalmente, divide-se a/b e verifica-se se a razão
é menor que 2,5. Se Ok, problema resolvido;
• Não OK, reinicia-se processo com “b” aumentado. 26
FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS OU
RASAS - VIGAS DE EQUILÍBRIO
VIGAS DE EQUILÍBRIO – ROTEIRO
• Como consequência deste cálculo, o pilar P2
sofrerá uma redução de carga ΔP;
• Na carga dos pilares ocorrem parcelas de carga
permanente e acidental, da mesma ordem de
grandeza;
• Adota-se para alívio de carga em P2: ΔP/2;
• Como se em P1 só atuassem cargas permanentes;
• Se a tabela de cargas especifica valores acidentais
e permanentes, trabalha-se, para efeito do alívio,
com as cargas permanentes e para cálculo de R,
reação de apoio, com cargas totais.
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FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS OU
RASAS – VIGAS DE EQUILÍBRIO
VIGAS DE EQUILÍBRIO – EXERCÍCIOS
3 –Dimensionar as sapatas dos pilares P1 e P2 indicados abaixo, sendo a taxa do solo 𝜎s=0,3MPa.
Pilar central: P=1000-245/2=877,5KN
A2=877,5/300=2,925m2=29.250cm2
a=29.2501/2 =171cm, adotado 175cm

Pilar da divisa:
A1=1500/300=5m2=50.000cm2
a=2b 2b2=50.000 b=160
e= b-b0=160-20=70cm d=500-70=430
2 2
ΔP=1500X70/430=245KN
R=1500+245=1745KN A=1745/300=5,82m2
a=58.200cm2/160 a=365cm. 28
FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS OU
RASAS - VIGAS DE FUNDAÇÃO
VIGAS DE FUNDAÇÃO – pilares muito próximos

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FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS OU
RADIER
RASAS - RADIER
Segundo a NBR 6122:2010, o termo radier pode ser usado para uma fundação superficial associada que recebe todos os pilares da
obra (radier geral) ou quando recebe apenas parte dos pilares da obra (radier parcial). Do ponto de vista de projeto, entretanto,
estes dois casos podem ser tratados da mesma maneira.
Uma fundação em radier é adotada quando:
• as áreas das sapatas se aproximam umas das outras ou mesmo se interpenetram (em consequência de
cargas elevadas nos pilares e/ou de tensões de trabalho baixas);
• se deseja uniformizar os recalques (através de uma fundação associada).
PRÁTICA: quando a área total das sapatas for maior que a metade da área da construção, deve-se adotar o
radier.
Quanto a forma ou sistema estrutural, os radiers são projetados segundo quatro tipos principais, em ordem
crescente da rigidez relativa:
• radiers lisos - a;
• radiers com pedestais ou cogumelos - b;
• radiers nervurados - c;
• radiers em caixão - d.
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FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS OU
RADIER
RASAS - RADIER
Segundo a NBR 6122:2010, o termo radier pode ser usado para uma fundação superficial associada que recebe todos os pilares da
obra (radier geral) ou quando recebe apenas parte dos pilares da obra (radier parcial). Do ponto de vista de projeto, entretanto,
estes dois casos podem ser tratados da mesma maneira.
Uma fundação em radier é adotada quando:
• as áreas das sapatas se aproximam umas das outras ou mesmo se interpenetram (em consequência de
cargas elevadas nos pilares e/ou de tensões de trabalho baixas);
• se deseja uniformizar os recalques (através de uma fundação associada).
PRÁTICA: quando a área total das sapatas for maior que a metade da área da construção, deve-se adotar o
radier.
Quanto a forma ou sistema estrutural, os radiers são projetados segundo quatro tipos principais, em ordem
crescente da rigidez relativa:
• radiers lisos - a;
• radiers com pedestais ou cogumelos - b;
• radiers nervurados - c;
• radiers em caixão - d.
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FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS OU
RASAS - RADIER
RADIER
Existem várias metodologias propostas para o cálculo de um radier, que podem ser
verificadas no material complementar.
A metodologia mais direta e simplificada considera a soma de todas as cargas aplicadas e a
área total do radier.
• ΣP = soma de todas as cargas aplicadas;
• S= área da superfície coberta pela placa; σa
• σa = tensão admissível;

32
FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS OU
RASAS - RADIER
RADIER
• O cálculo aproximado de um radier, suposto rígido, admite uma distribuição linear de pressões de
contato. Uma vez que a resultante de todas as cargas não passa, em geral, pelo centro de gravidade
da placa, as pressões de contato não se distribuem uniformemente.
• Sendo R a resultante, passando às distâncias c´e c´´
do centro de gravidade da placa de dimensões a e b,
as pressões de contato nos quatro vértices serão dadas
pela fórmula:

• Sugere-se, para qualquer seção SS do radier, verificar:


• Esforço Cortante:

• Momento Fletor:
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FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS OU
RASAS - ANEXOS
• MATERIAL COMPLEMENTAR

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FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS OU
RASAS - SAPATAS
SAPATAS ISOLADAS RÍGIDAS SUBMETIDAS A CARGAS AXIAIS
• Submetida à carga axial centrada, a sapata rígida isolada causa tensões no solo com
distribuições que dependem do tipo de conforme figura abaixo:

ETAPAS DE PROJETO
• Definir dimensões em planta;
• Determinar a altura de modo que a sapata seja rígida;
• Analisar tensões de cisalhamento (verificar altura para combater a punção, proceder à
verificação da compressão diagonal do concreto;
• Fazer o dimensionamento à flexão. 35
FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS OU
RASAS - SAPATAS
TENSÃO DE CISALHAMENTO DO CONCRETO
TRAÇÃO DIAGONAL
• tan α0 = h. = 2.h
. . .

(a-ap)/2 (a-ap)
• h0 ≥ (a-ap)/3

• 33,69° é o ângulo limte para a sapata ser considerada


rígida. O cone de punção se forma entre 26° e 30° e
estará sempre fora da sapata.
• Assim, somente nas sapatas flexíveis deve-se calcular a tração diagonal!
36
FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS OU
RASAS - SAPATAS
TENSÃO DE CISALHAMENTO DO CONCRETO
COMPRESSÃO DIAGONAL

• τSd é tensão de cisalhamento solicitante de cálculo;


• Vl é força cortante no perímetro do pilar, por segurança, a força Normal no Pilar;
• up é perímetro do contorno do pilar e d é altura útil da sapata;
• τRd2 é tensão de cisalhamento resistente de cálculo;
• αv = 1-fck/250, com fck em MPa
37
FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS OU
RASAS - SAPATAS
SAPATAS CENTRADAS E EXCÊNTRICAS
SAPATA CENTRADA: Resultante do carregamento passa pelo centro de gravidade da
área da base;
SAPATA EXCÊNTRICA: Fundação de pilares junto à divisa, quando a Sapata impõe flexão
ao Pilar. Escavação no vizinho pode criar descompressão e aumentar excentricidade;
Impede momento
Sapatas de Pilares junto às divisas devem ter suas
excentricidades eliminadas por vigas de equilíbrio!

duplica momento

38
FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS OU
RASAS – VIGA DE FUNDAÇÃO
OUTROS MÉTODOS – vigas de comprimento finito

39
FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS OU
RASAS – VIGAS DE FUNDAÇÃO
EXERCÍCIOS – VIGA DE FUNDAÇÃO

40
FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS OU
RASAS – VIGAS DE FUNDAÇÃO
EXERCÍCIOS – VIGA DE FUNDAÇÃO

41
FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS OU
RASAS – VIGAS DE FUNDAÇÃO
EXERCÍCIOS – VIGA DE FUNDAÇÃO

42
FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS OU
RASAS – VIGAS DE FUNDAÇÃO
EXERCÍCIOS – VIGA DE FUNDAÇÃO

43
FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS OU
RASAS
RADIER – MÉTODOS DE CÁLCULO
- RADIER
CÁLCULO POR MÉTODO ESTÁTICO
Os esforços internos em radiers podem ser calculados pelos chamados métodos
estáticos, que se baseiam em alguma hipótese sobre a distribuição das pressões de contato,
como:
• pressões variam linearmente sob o radier: cálculo com variação linear de pressões, para
radiers mais rígidos;
• pressões são uniformes nas áreas de influência dos pilares: cálculo pela área de influência
dos pilares, para radiers mais flexíveis;

Nos métodos estáticos, nenhuma consideração é feita quanto a compatibilidade de


deformações do solo e da estrutura com as reações do solo. Leva-se em conta apenas o
equilíbrio estático das cargas atuantes e da reação do terreno. Assim, esses métodos são
indicados apenas para o cálculo de esforços internos na fundação para seu
dimensionamento estrutural (e não para avaliação da distribuição dos recalques).
44
FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS OU
RASAS - RADIER
MÉTODO ESTÁTICO
CÁLCULO COMO RADIER RÍGIDO OU COM VARIAÇÃO LINEAR DE PRESSÕES
As pressões de contato são determinadas somente a partir da resultante do carregamento.

As equações das pressões de contato


sobsapatas rígidas podem ser utilizadas.
Este método normalmente é utilizado
para radiers de grande rigidez relativa,
como no caso de radiers nervurados e
em caixão. Para efeito de análise, o
radier é dividido em dois conjuntos
de faixas ortogonais.

45
FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS OU
RASAS - RADIER
CÁLCULO COMO RADIER RÍGIDO OU COM VARIAÇÃO LINEAR DE PRESSÕES
Segundo o A.C.I. (1988), um radier pode ser considerado rígido se:

I - O espaçamento entre colunas l atender a: ,


onde:
• b: largura da faixa de influência da linha de colunas;
• Kv: coeficiente de reação vertical (corrigido para a forma e dimensão do radier);
• Ec: rigidez à flexão da faixa;

II. A variação nas cargas e espaçamentos das colunas não for maior que 20%.
Para dimensionamento estrutural, as faixas são calculadas como vigas de fundação
independentes. As pressões de contato atuantes em cada faixa são projetadas para o eixo das vigas
para um cálculo como elemento unidimensional (Figura anterior). O problema a resolver recai, então,
naquele em que as vigas tem as pressões de contato supostas variando linearmente
46
FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS OU
RASAS - RADIER
RADIER – MÉTODO ESTÁTICO
CÁLCULO PELA ÁREA DE INFLUÊNCIA DOS PILARES
O cálculo pela área de influência dos pilares é geralmente aplicado em radiers de rigidez
relativa média. O procedimento seguido é
• a. Determinar a área de influência de cada pilar, Ai.
• b. Calcular a pressão média nessa área: qi = Qi / Ai
• c. Determinar uma pressão media atuando nos painéis (media ponderada dos Qi naquele painel).
• d. Calcular, como numa laje de superestrutura, os esforços nas lajes e vigas e as reações nos apoios
(pilares).
Se as reações nos apoios forem muito diferentes das cargas nos pilares, devem-se redefinir
as pressões médias nos painéis.
Considera a carga dos pilares sem majoração, a despeito da aproximação feita na definição
das pressões de contato.
47
FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS OU
RASAS - RADIER
RADIER - CÁLCULO PELA ÁREA DE INFLUÊNCIA DOS PILARES

48
FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS OU
RASAS - RADIER
OUTROS MÉTODOS
MÉTODO DE BAKER

Baker (1957) propôs um método simplificado para cálculo de radiers


assentes em terrenos cujas propriedades variam horizontalmente, que pode
ser considerado um método estático. O método fornece resultados muito
próximos de uma solução pelo modelo de Winkler quando o terreno é
homogêneo.

49
FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS OU
RASAS - RADIER
OUTROS MÉTODOS
CÁLCULO COMO UM SISTEMA DE VIGAS SOBRE BASE ELÁSTICA
No cálculo pelo sistema de vigas sobre base elástica, separa-se o radier em dois sistemas de
faixas, como mostrado na Figura a seguir (e descrito no método estático). A partir dai, cada faixa é
tratada como uma viga de fundação isolada sobre base elástica (geralmente com a Hipótese de
Winkler). Os métodos de VIGAS DE COMPRIMENTO INFINITO, p.ex. Hetenyi (1946), assim como
Métodos Numéricos tais como Método das Diferenças Finitas e Método dos Elementos Finitos
podem ser utilizados.
Em cada direção de estudo, deve-se tornar a totalidade
da carga nos pilares.

50
FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS OU
RASAS - RADIER
OUTROS MÉTODOS
CÁLCULO COMO UM SISTEMA DE VIGAS SOBRE BASE ELÁSTICA
No cálculo pelo sistema de vigas sobre base elástica, separa-se o radier em dois sistemas de
faixas, como mostrado na Figura a seguir (e descrito no método estático). A partir dai, cada faixa é
tratada como uma viga de fundação isolada sobre base elástica (geralmente com a Hipótese de
Winkler). Os métodos de VIGAS DE COMPRIMENTO INFINITO, p.ex. Hetenyi (1946), assim como
Métodos Numéricos tais como Método das Diferenças Finitas e Método dos Elementos Finitos
podem ser utilizados.
Em cada direção de estudo, deve-se tornar a totalidade
da carga nos pilares.

51
FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS OU
RASAS - RADIER
OUTROS MÉTODOS
Método do American Concrete Institute A.C.I. (1966)
• Aplicável a radiers lisos e flexíveis.
• Calculam-se os momentos fletores e os cortantes em cada ponto da placa,
produzidos por cada pilar.
• As ações de cada pilar são
posteriormente somadas
nos pontos em estudo (a)

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FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS OU
RASAS - RADIER
OUTROS MÉTODOS
Método do American Concrete Institute A.C.I. (1966) – PROCEDIMENTO:
a. Calcula-se a rigidez a flexão da placa D
b. Calcula-se o raio de rigidez efetiva β
Kv: coeficiente de reação vertical (corrigido para forma e dimensão do radier);

c. Escolhe-se um número de pontos da placa nos quais os esforços internos serão calculados. Para
cada ponto, são seguidos os passos a seguir:
d. Calculam-se Momentos Fletores radial e tangencial para momentos, segundo coordenadas
retangulares

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FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS OU
RASAS - RADIER
OUTROS MÉTODOS
Método do American Concrete Institute A.C.I. (1966) – PROCEDIMENTO:
e. Convertem-se os momentos fletores radial e tangencial para
momentos, segundo coordenadas retangulares com

f. Calcula-se o esforço cortante radial com a Eq. (9.12) e converte-se para


cortantes, segundo coordenadas retangulares com:

g. Os passos d a g são repetidos para cada pilar e os resultados somados algebricamente


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FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS OU
RASAS - RADIER
OUTROS MÉTODOS
Método do American Concrete Institute A.C.I. (1966) – PROCEDIMENTO:
Para os esforços em coordenadas retangulares, a notação e a convenção de sinais são as
apresentadas na Fig. 9.8, que seguem Timoshenko e Woinowsky-Krieger (1959). Nessa convenção, os
momentos fletores são positivos quando associados a tensões de tração nas fibras inferiores da placa.

Como o método foi concebido para placa infinita,


se a borda do radier estiver dentro do raio de influência de
um pilar (r ≈ 5β), há que se fazer correções com o objetivo
de eliminar momentos fletores e cortantes naquela borda.
As correções consistem em calcular os momentos fletores
e cortantes na borda e aplicá-los com sinal contrário.

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FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS OU
RASAS - RADIER
OUTROS MÉTODOS
MÉTODOS DAS DIFERENÇAS FINITAS
No Método das Diferenças Finitas, substitui-se a equação diferencial da deformada da placa
por um sistema de equações algébricas que relaciona o deslocamento de um ponto aos
deslocamentos de pontos vizinhos. Na placa, é imaginada uma malha em cujos cruzamentos estão os
pontos em estudo

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FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS OU
RASAS - RADIER
OUTROS MÉTODOS
MÉTODOS DOS ELEMENTOS FINITOS
O Método dos Elementos Finitos é normalmente utilizado por meio de programas
comerciais. São utilizados programas para análise linear bi e tridimensional de estruturas,
preferencialmente com elementos de placa disponíveis e com possibilidade de apoio elástico.
Para análise do radier, um modelo bastante simples consiste no uso de elementos de placa
para representar o radier, e de molas ou apoios elásticos para representar o solo (a). Um segundo
modelo de cálculo utiliza elementos de placa ou sólidos para representar o radier, e elementos
sólidos para representar o solo. É um modelo hem mais complexo, que permite levar em conta a
heterogeneidade espacial do solo.

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RASAS - RADIER
EXERCÍCIOS – RADIER

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RASAS - RADIER
EXERCÍCIOS – RADIER

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RASAS - RADIER
EXERCÍCIOS – RADIER

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RASAS - RADIER
EXERCÍCIOS – RADIER

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FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS OU
RASAS - SAPATAS
ANEXOS DE CÁLCULO ESTRUTURAL - DIMENSIONAMENTO À FLEXÃO
TENSÕES NORMAIS E FORÇAS RESULTANTES NO CONCRETO E ARMADURA NA SAPATA

ESQUEMA PARA DETERMINAÇÃO DA ARMADURA LONGITUDINAL

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FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS OU
RASAS - SAPATAS
CÁLCULO DAS FORÇAS DE COMPRESSÃO

MOMENTO RESISTENTE DEVIDO À PARCELA FC1 E FC2 DA COMPRESSÃO

MFC2=

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FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS OU
RASAS - SAPATAS
MOMENTO RESISTENTE TOTAL

CÁLCULO DA ARMADURA

CÁLCULO DO MOMENTO SOLICITANTE

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RASAS - SAPATAS

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RASAS - SAPATAS

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RASAS - SAPATAS

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BIBLIOGRAFIA
• Velloso, D. A.; Lopes, F. R. Fundações
• RODRIGUEZ ALONSO, Urbano. Exercícios de fundações.
• Cálculo e detalhamento de estruturas usuais de concreto armado v.2,
Carvalho, R.C., Pinheiro, L.M.,
• ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6122:2010 – Projeto e
execução de fundações. Rio de Janeiro, 2010.

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