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MAullo CL[MENT1No DA 51L' A


Cultos
e
Panacéia
s

Mauro Clementina da Silva


Cultos e Panacéias Rcv. Mauro Clcmcn t'ino da Silva

"CULTOS E PANACÉIAS surge num


momento de grande necessidade. Os conceitos aqui
emitidos certamente ajudarão esses líderes, pastores,
maestros , professores dos Seminários e membros de
nossas igrejas e comunidades no sentido de uma
conscientização da importância do culto" .
(Pr. Marcílio de Oliveira Filho,1996)

1ª edição

Digita/i:,ação: Semeador .Ir.

Copyright @ Rev. Mauro Cleme ntina da Silva

Capa e Desenhos Paulo Roberto Purim


Revisão de Texto Elizabeth Ferreira de Souza
Ari/da Jussara Fo/tran
Uzias Alves
Digitação José /za ías Câmara da Silva

TIRAGEM 5.000/1996
(041)323-2564 - 224-9745

Aspáginas em branco como constam na obra originalforam subritaidas.

2
Cultos e Panacéias Rev. Mau ro Clementina da Silva

Prefácio
Vivemos dias de muita turbulênc ia na área da
participação comunitária nos momentos de adoração.
Muitos grupos estão surgindo como "técnicos" em
preparação de programas , liturgias e seqüênc ia de
cultos . A dificuldade tem sido a falta de preparo de
muitos desses líderes, que não receberam a devida
orientação teológica através dos cursos específicos
existentes no país.
CULTOS E PANACÉIAS surge num momento de
grande necessidade . Os conceitos aqui emitidos
certamente ajudarão esses lideres, pastores, maestros,
professores dos Seminários e membros de nossas
igrejas e comunidades no sentido de uma
conscientização da importância do culto.
Sempre é bom lembrar que não podemos descuidar
do valor e dos cuidados necessários para um bom
planejamento. Mesmo sendo um momento dirigido pelo
Espírito Santo, importantes providências devem ser
tomadas no preparo. Essas providências podem
garantir a colheita dos resultados .
Muitas perguntas como "quando", "onde" e "como",
serão esclarecidas na leitura deste livro.
Damos graças a Deus pela vida do Pastor e professor
Mauro Clementina, autor desta obra. Sua visão é
fundamentada na Palavra de Deus e o embasamento
teológico é bastante esclarecedor.
Desejamos que esta leitura ajude a todos nós, no
sentido de prestarmos cada dia mais CULTOS e vermos
cada vez menos PANACÉIAS.

Curitiba, 30/maio/ 1996.


Pr. Marcílio de Oliveira Filho
Ministro de ml'.1sica da PIB de Curitiba
compositor, maestro, escritor, cantor solista .

3
Cultos e Panaccia s Rev. Mauro Clementina da Silva

Dedicatória

A
todos
os cristãos
equilibradamente
sér os e compromissados
única e exclusivamente com o Senhorio de Jesus Cristo.
A Ele
seja dada
hosana,
todo o louvor,
adoração ,
honra,
glória,
domínio
e poder
para
todo o
sempre.
Amém.

5
Cultos e Panacéias Ri.:v. Mauro Cli.:mi.:ntino da Silva

Surr1ário

Int red ução . ..... .... ..................................................... 9


Cult o a Quem .........................................................................1 1
Ani madores de Aud itório e Macacos de Aud i tório........15
Análise Antro pológica do Evangel ho no Brasil... ........ 17
Cultos Trad icionais x Cultos Carismáticos..........................5 1
Ordem de Culto............................. ............. .............. 57
Louvor e Adoração : O crescendo do cu l to ........................59
M úsicas pa ra o Culto e Ml'.1sicas para Entreteni mento. 85
O que Canta r?. ................... .......... . ............ ............... 85
Hinos e Carinhos.................................................................93
Lou vor cantad o 1- Canto Congregaci onal........................99
Lou vor ca ntad o 11 - Mú sicas Especiais.........................1 03
Canto Congregaciona l Su per ior......................................105
Que tipo de can tor congregaciona l é você?.....................107
Pa rt i ci pações Especi a is: Servos x Astros e Estrelas.....1 1 1
Teologia do culto.................................................................1 15
A Central idade da Mensagem Pregada...............................1 1 7
Progra ma de Púl pito : Trabal ho para u m Nut ricionista.
123
Sugestões ele Progra ma de Pú lpi to................................137
As Orações: Ora r a quem?...............................................14 1
O luga r dos avisos............................................................147
O Boleti m Informat ivo............................................................149
Fim de Culto...............................................................................15 1
Pl ano Geral de Traba lho da Asses soria de Música.........1 53
Conclusão..............................................................................1 55
Obras Consu l t adas...................................................................1 59
Sugestões de Ordem de Cu lt o.........................................16 1

7
Cu ltos e Panacéia s Rcv. Mauro Clcmcntino da Silva

INTRODUÇAO

No ano em que a Denominação Batista se


preocupa com a sua identidade, promovendo Encontros,
Palestras e Debates em várias localidades , este livro é
uma excelente ajuda para refletirmos sobre nossos
verdadeiros valores, mesmo que não vise um público
exclusivamente Batista.

Em trabalhando um material desta extirpe, sinto


me no direito de compartilhar com meus leitores um
pouco da nossa experiência, no sentido de conscientizar
a todos e a qualquer um que as críticas aqui
apresentadas não são levianas, muito menos
superficiais, e que são feitas por alguém que
pesquisou e que viveu e viv e as constantes
interrogações no texto aqui apresentadas.

É o resultado de várias v iagens nos vanos brasis


de Deus.em todas as regiões, quase todas as capitais ,
bem como no interior; conhecido uma boa parte do
continente europeu, visitado mais de cem igrejas na Grã
Bretanha e conhecido uma boa parte das igrejas do
sudeste/noroeste norte-americano .

Profundamente preocupado com as realidades


brasileiras , e sendo um "nativo" que passou pelo
processo aqui analisado e que sofre e sofrerá suas
conseqüências na pele, na alma e no espírito, é que
fizemos esta análise crítica na expectativa e esperança
de que este material seja lido por gente séria e que,

9
Cultos e Panacéias Rcv. Mau ro Ck1111.:11L 1110 da Sil \':J

como o autor deste livro, também quer ver uma "Pátria


livre", liberta em sua maior expressão deste termo.

É um livro crítico, para pessoas que "têm olhos


que vêem", que pensam e refletem. Justamente por ser
autocrítico é que procuramos suavizar , sem usar de
eufemismo, com cartoons que são inteligentemente
criados para esta matéria pelo irmão em Cristo, Paulo
Purim. A s ordens de culto que seguem como anexo,
em sua maioria são de autoria da Profª Mariza Cristina
Martins da Silva.

Acredito que é um livro para pensar e rir à vontade.


Espero que você faça um bom proveito. Nos
encontraremos no final da matéria!

10
Cultos e Panaccias Rc\I. Mauro Clcmcntino da Silva

CULTO A QUEM

Ouando falamos em "culto", uma pergunta deve


ser imediatamente respondida, pois nela fundamenta-se
toda a atividade concernente ao louvor e adoração:
CULTO A QUEM?

"CULTO A QUEM?" deve ser o objetivo principal


não apenas do pastor ou do mensageiro, mas de todos
quantos virão ao santuário para o exercício desta
atividade espiritual de ''prestar culto".

Freqüentemente ouvimos pessoas nas igrejas que


expressam claramente suas idéias sobre como devem
ser "nossos cultos". Alguns com a feliz preocupação de
fazer o melhor, de progredir sempre , de avançar. Outros
o fazem por egoísmo, por acharem que devem ser
agradados ou servidos , que o culto deve obedecer aos
seus "estilos"... Estas pessoas estão sempre insatisfeitas
e acham que precisam ser ouv idas. Elas precisam
urgentemente responder a pergunta e refletir na
resposta: CULTO A QUEM?

A resposta é óbvia : "A DEUS". Em sendo assim,


Ele merece o nosso melhor. Na resposta "A DEUS" deve
se fundamenta r tudo o que acontece durante o tempo
que gozamos juntos no santu:3rio, desde a nossa sa ída
de casa (se ê que podemos colocar um começo a todo o
processo) até o nosso retorno â mesma, bem como nos
dias que correm, até o próximo encontro.

11
Cu l tos e Panacéias Rcv. Mau ro Clcmcnti no da Silva

Este "A DEUS" orienta o nosso pensar, vest ir, falar


e agir. A partir desta premissa, estamos prestando um
verdadeiro culto a Deus, com todo o nosso ser, "antes
mesmo da nossa chegada ao santuário", e não somente
quando "adentramos a sua porta".

"A DEUS" é o alvo maior e o princípio estimulador


de tudo e de todos. Quando pensamos que vamos à
casa de Deus não para um encontro casual, mas para
adorarmos ao Senhor, juntos com o povo de Deus
prestando culto "A DEUS", isso em si deve ser a mola
propulsara de todo cristão e meta constante em sua
mente e coração por toda a vida.

12
E AG0T<A 111
A ;!.OLEEEEíA
Po ESP1- IT0 (
Cultos e Panacéias Rcv, Mauro Clem cn tino da Sil va

Animadores de Auditório
e
Macacos de AuditórifD

- Alô, Lombardi...
- Meus compadres e minhas comadres ...
- O auditório quer dinheiro? quer?
- E agora teremos A PORTA DA ESPERANÇA
...
- Há, aí, Lombardi. Ela leva o carro?...

"O POVO VIVE DE CÁPSULAS


DE ALELU IA E INJEÇÕES DE
GLÓRIA A DEUS!"

'
As vezes acredito que o animador Sílv o
Santos
tem mais influência sobre certos pastores que o próprio
bom senso e a atividade ministerial exigem. A chamada
ao culto que é feita logo após o prelúdio mais parece a
abertura do programa do SBT aos domingos . Saímos da
introspecção provocada pela música ao piano/órgão
para os malabarismos na plataforma: Quem está
contente diz: Aleluiaaaaaa ...! E o povo responde:
Aleluiaaaaaa! . Se vocês estiverem mais feliz:es ainda
gritem: Glóoooria a Deus! E o povo grita: Glória a Deusl
Amém.. Amém?? E o povo explode: Amém! J\mém! O
15
Cultos e Panncéias Rcv. Ma u ro Ckmcntino da Silva

povo, por estar acostumados ao dia e horários a ser


"animado " por tão grande celebridade, vive de cápsulas
de aleluia e injeções de glória a Deus, inflados até o
próximo domingo "achando" que estão prestando culto
a Deus e que o culto foi marav ilhoso"!!!??? Porquê? Por
que choramos , gritamos , extravasamos nossas
emoções ...

Quantas vezes acontece de você estar


participando de um culto (ou pelo menos, procurando
fazê-lo) e determinadas pessoas , como que se fossem
de repente "ligadas em uma tomada", tiram você do sério
com palavras e expressões em alta voz, que você sente
que realmente não estão fazendo parte do "repertório",
mas que o fazem por um estímulo mecânico.

Quem chega e faz questão de ser um


observador, vê uma cena, podemos dizer,
hilariante, cômica: O pastor grita, retira o seu
paletó diante do auditório (que psicologicamente
induz o povo a crer que ele já está aquecido e que
o bom vai começar}. Daqui há pouco ele retira
também a gravata, dobra as mangas... Pode-se
observar também que as veias do seu pescoço e
face estão bastante dilatadas, o suor a escorrer e a
rouquidão alcança o seu auge. O povo, por sua
vez, também se expressa: pula, ergue as mãos, os
braços, fazem trenzinho , aeróbica, polichinelo e
freneticamente eletrizado, numa agitação que não
pode parar, "rodopia", estimulado pelo púlpito...

16
Cu l tos e Panacéias R1.:v. Mau ro Clcmcntino da Silva

Análise Antropológica
do
Evangelho no Brasil

"Do totem à cruz, há uma grande


jornada a ser percorrida na
busca da verdadeira adoração.
Fico a pensar em Cristo parado
frente a estes templos
meneando Sua cabeça,
procurando imaginar o que está
acontecendo ali..."
1
As dificuldades são acentuadas pela
consc iência de que os próprios mensageiros são
freqüentemente o produto de mais de uma cultura.
2

Do totem à cruz, há uma grande j ornada a


ser pe rcorrida na busca da verdade ira
adoração. Do cordeiro oferecido como
holocausto ao Cristo estendido sobre a cruz,
corremos o risco dos ditames de tradições e
ensinos que, ao invés de nos

1 E\·a 11gclho e Culturn. Série ele Palcs1r:1s Visiio M11ncl i a l.


• Ptig. 7. 1ps1s verb1s

17
Cultos e Panacéi:is Rcv. M::iuro Clcmcntino da Silva

apontarem o caminho certo, tendem a tornar-se a si


mesmos o próprio desvio, obstáculo.

Do Sermão do Monte, tão simples e tão profundo


ao mesmo tempo , em que indubitav elmente trabalha
a interiorização da mensagem cristã , revelando o lado
interno de Êxodo 20, contempora nizado para qualquer
cultura e qualquer geração e os vários "tipos" de
cristianismo ensinado em varias lugares; há um
distanciamento , tal como o Oriente está para o Ocidente
e de forma tão gritante, que volta e meia fico a
pensar em Cristo parado frente a estes templos
meneando Sua cabeça, procurando imaginar o que
está aconte cendo ali...

Os missionários dos países em


desenvolvimento , precisam entender pelo menos
quatro culturas diferentes: a da Bíblia, a do
missionário oc identa l que originalmente trouxe o
evange lho, sua própria cultura, e a do povo para
3
o qual leva o evangelho •

Alguns se preocupara m tanto com a


preservação da pureza do evangelho e das suas
formulações doutrinárias , que têm sido insensíveis
aos padrões de pensamento e comportamento
culturais das pessoas
4
às quais proclamam o evange lho •

Supõem que é possível transmitir o evangelho


puro da Bíblia diretamente ao ouvinte, sem o
5
transportador modificá-lo .

3
Pág. 7; ipsis verbis
1
• Pág. 7 e 8. ipsis verbis
5
Pág. 8; ipsis verbis
18
Cultos e Pan:ic0i:is Rc\'. Mauro Clcmcntino da S ilva

O fato de que quatro culturas são usualmente


envolvidas na comunicação do evangelho é complic
ado ainda mais, visto que muitas pessoas hoje são o
produto de várias culturas - tradicional e moderna,
religiosa e secular. E sarnente nestas duas Clltimas
décadas que os evangélicos têrn levado esta situação a
6
sério

"Há aspectos de cada cultura


que precisam ser preservados e
tra nsformados"

Há a spectos de cada cultura que n<3o


são incompatíveis com o senhorio de Cristo , e os
quais, portanto, não precisam ser ameaçados
nem descartados , mas, pelo contrário ,
preservc1dos e
7
t ransformados , pois são tão naturais e vitais para a
sobrevivência daquele povo como o ar para a vida.

Uma vez passada pela cruz e ressurreição de


Cristo, observa-se que nada de mal ou peçonhento
ta is atitudes trazem ou têm com o plano de Deus
para aquele povo, então para que mudar? Só porque
tal costume ou atitude é estranho para o missionár
io ou para a sua Agência, ou mesmo para o seu povo
de origem?

Nos casos em que os missioná rios trazem


consigo modos estra ngeiros de pensa r e de como
cornportar se, ou atitudes de superioridade
racial, de

(_\ p a·g. 8: 1.ps1's ver b1s


Pág . 9; 1ps1s ve1b1s
1 <)
Cu ltos e Pa nacéias Rcv. Mau ro Ckmcntino da Sil va

paternalismo, ou de preocupação com as coisas


8
materiais, a comunicação eficaz será excluída .

Ao falar da cultura geralmente temos em mente as


maneiras de vida sócio-políticas, econômicas, religiosas,
estéticas, lingüísticas , f ilosóficas e científ icas. A Bíblia
é o resultado tanto da Palavra de Deus quanto da
cultura, especificamente das culturas hebraica e
grega.

s Pág. 9: ipsis verbis

20
coN\D i rrosc;o
1)\:Z.8?- f  t...E- SE. l)E.$\"'I
\)O \/é1....-'r.O .\-\O M7

·-- -"
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,,...,......__ ----" .!? -
Cultos e Panacéias Rcv. Mauro Clcmcntino da Silva

"lndigenização do culto"

A mensagem do Evangelho é a Palavra de


Deus, mas a cultura é, por assim dizer, uma
expressão humana. Por conseguinte, as igrejas
deverão levar a sério a cultura e o culto tradicional
do povo ao qual levam a Palavra de Deus. Devem
preocupar-se por traduzi-la e interpretá-la no
contexto do culto tradicional da população
autóctone. Esta é uma das
condições preliminares para se conseguir a
9
indigenização do culto •

A indigenização do culto (contextualização)


como tarefa teológica faz parte da indigenização
(contextualização) de toda a teologia. Os elementos
locais de culto que podem e devem ser incorporados têm
que dar testemunho da verdade do Evangelho, mas não
podem ser convertidos em substituto deste. Contudo, a
indigenização do culto e de toda a teologia não deve ir
longe demais. Deve ter em mente a universalidade de
Cristo e Sua vontade absoluta.

Embora os modos de vida sociais e reli!giosos


dos povos de todo o mundo sejam muito importantes,
pertencem somente a esta vida e não formam parte
da universalidade e verdade que pode redimir todos
os seres humanos.

Quando os elementos culturais autóctones são


incorporados ao culto da congregação , ajudam as
pessoas a entender e proclamar a Palavra de Deus de
9
Manual do Culto - O culto Luterano. Material de Estudo_ Editora Sinodal, 1982 -
Pág 78 -
Cultos e Panacéias Rcv. Mauro Clcmcntino da Silva

uma maneira indigenizada e ajudam a explicar a Palavra


de Deus. Não há uma cultura universal que! seja
própria de todos os povos. Somente há o Cristo
universal e sua verdade absoluta contida na
10
mensagem do Evangelho •

Em culturas mais homogêneas como a Africana


e a Asiática, este tipo de ''brecha" para a aculturação
não tem ocorrido . A propósito, a Igreja Africa na e a
Igreja A siática têm demonstrado crescimento superior
às igrejas de outras partes do mundo, utilizando-se do
seu fator cultural como adequação à mensagem do
Evangelho . Observe-se que o "negro espiritual" passou a
ser venerado no mundo inteiro.

Se você atentar bem, verá que o louvor oriental é


tremendamente introspectivo , meditativo e
obrigatoriamente silencioso . O som humano é quase
que um sussurro da alma. Os instrumentos usados só
faltam produzir o gemido da alma humana ou até mesmo
substituí-la. O Africano, pelo contrário, é todo festivo e
dançante . Os tambores são muito usados, mas a voz e
a expressão corporal são imprescindíveis. Mas veja
bem: mesmo utilizando-se da expressão corporal que lhe
é natural, a ênfase, a alma, não está no "show do
corpo", mas na expressão .

A Igreja da Coréia do Sul, por exemplo , ajustou


de ta lforma o Evangelho à sua cultura e vice-versa, e
convivem muito bem neste sistema de "partnership"
e toda a estrutura das maiores denominações do
mundo que estão hoje na Coréia do Sul, possuem
suas características próprias, SEMPRE ligadas ao
fator cultural oriental. Observamos que as culturas

1
" Manual do CU/to .O culto Lurerano. Maten'al de Estudo. Editora Sinodal, 1982
- Pág.79: -

24
Cultos e Panac0ias Rcv. Mauro Clcmcntino da Silva

mais resistentes são a oriental e a africana. Em seguida


temos a européia . E, as mais absorventes são as
americanas : norte, centro e sul ou latinas.

"A mistura das raças no Brasil


trouxe problemas de
deformação moral"

A mistura das raças no Brasil trouxe , e


conseqüentemente possib ilitou, uma riqueza cultural
muito profunda (até acredito que livros escritos dos
USA, Europa, etc. só tem aplicação para nós brasileiros
no que tangem a valores universais) , exatamente
devido aos fatores peculiares brasileiros. Por outro
lado, a formação moral resultante desta mistura, bem
como do tipos de elementos que fizeram parte da
mesma, trouxe-nos problemas de deformacão moral
tão fortes que , mesmo depois da c onversão
cristã , continuamos a lutar com suas cicatrizes e
seqüelas que insistem em permanecer vivas,
alimentadas pelas deformações da nossa sociedade ,
injustiças sociais e degradantes aberrações das
nossas próprias leis , que são feitas ao sabor das
orgias da classe dominante - a chamada "elite
brasileira".

Em seu livro "Rock in... l(reja?!" (John Blacnhard,


Peter A nderson & Derek ChE!ave), p15-26, discute a
introdução do Rock na igreja como sendo um fator típico
11
da crise de identidade . Mas é interessante notar
que
ele não discute o fato da ident idade perdida pelo f
ator aculturação como já vimos antes, mas
como
11
Rock in... Igreja'!. John Blarnhard.

25
Cu l tos e Panacéias Rcv. M au ro Clemcnl 1110 ela Silva

característica de rebeldia típica da adolescência


e principalmente dos movimentos de libertação e
liberação dos anos 60. O uso dos altos decibéis que não
permitem nem mesmo ouvir o que se está cantando é
t ípico de "fazer acontecer" simplesme nte pelo fazer ,
já que a meditação em si está bem longe de ser
alcançada .

26
Cultos e P.-inacéias Rev. Mau ro Clcmcntino da Silva

"Descobrimento do Brasil
X
Reforma Protestante na Europa"

Em seu livro intitulado "Música Sacra Evangélica


12
no Brasil" , Henriqueta Rosa Fernandes Braga destaca
que no próprio século do Descobrimento do Brasi!,
que também foi o da Reforma Protestante na
Europa, soaram em nossas plagas os primeiros
cânticos ev angélicos. Inicialmente, na execução
individual de viajantes alemães luteranos , como
Hans Staden e, possivelmente , Heliodoro Eobano
Schmidel, que aqui estiveram na mesma época, mas
trazidos por diferentes circunstâncias ; depois , entoados
em conj unto pela Igreja Calvinista, no Rio de Janeiro.
Heliodoro Eobano fo i gerente do engenho de açúcar
do genovês José A dôrno em São Vicente , São
Paulo, sendo- lhe atribuídas, também as funções de
escriv ão nesse lugar. Ulrico Schmidel, considerado
primeiro historiador do Rio da Prata, participou em
1534 da expedição de Pedro Mendonza ao Novo
Mundo, por onde ficou cerca de 20 anos.

Como alemães luteranos , de fé revigorada pelo


ímpeto da Reforma incipiente, não duvidamos que
Heliodoro Eobano e Ulrico Schmidel tenham, rnuitas
vezes. entoado no Brasil cânticos religiosos (corais)
adequados aos seus momentos de angústia ou
satisfação , pois assim o fez Hans Staden, um dos

12
Música Sacra Evangélica no Brasil. Henriqueta Rosa Fernandes Braga,
pag 3 1-66.
Hans Staden e os ptimelfos cânticos evangélicos entoados no Brasil

27
Cultos e Panacéias Rcv. Mauro Clcmcnlino d::i Silva

primeiros evangélicos a pisar terra de Santa Cruz. No


livro de memórias que publicou em 1557 em Marburgo,
A lema nha, sob o título "Descrição verdadeira de um
país de selvagens" , deixa escrever seu
conhecimento das Sagradas Escrituras e a fé que nunca
o desamparou nos negros e incertos dias em que
viv eu entre os tupinambás.

Nicolau Durand de Villegaignon (1510- 1571),


Cavaleiro de Malta e Vice-almirante da Bretanha, por
desgostos em sua carreira e muito amor às aventuras ,
desejou tentar fortuna em terras brasileiras, cujos
encantos e possibilidades ouvira enumerar. A stucioso,
procurou interessar ilustres personalidades francesas,
entre as quais o Almirante Gaspar de Coligny, na
fundação de uma França Antártica em terras do Novo
Mundo, sob a alegação não só de estender os domínios
da França, como também de preparar um seguro refúgio
para quantos quisessem escapar às terríveis
perseguições religiosas, que então sofriam os
huguenotes.

Bem sucedido em seu intento, recebeu a ajuda


real, conseguiu persuadir pessoas honradas a
acompanhá-lo e aliciou os indispensáveis marinheiros e
artesãos , entre os quais não hesitou em incluir
condenados das prisões de Paris e Ruão. Villega ignon
chegou ao Brasil em 1555 e instalou-se no que hoje
se intitula Fortaleza da Laje. Cedo percebeu o erro que
cometera em trazer na expedição indivíduos criminosos,
que não tardaram em provocar motins.

Mui rapidamente reiterou às autoridades


competentes e à Igreja Reformada de Genebra, na
pessoa de João Calvino, o convite previamente feito
para enviarem ao Brasil artesãos práticos nos seus
ofícios, pessoas instruídas na religião cristã e pastores
que a eles doutrinassem , e aos colonos e selvagens

28
Cul tos e Panacéi as Rcv . Mau ro Ck:mcnti no da
Silva

mostrassem o Caminho da Salvação , pois tinham


interesse em fazer crescer a colónia e ter certe;za
de que o seu fortalecimento se faria não apenas em
número, mas mediante aquisição de elementos de
sólida formação moral e religiosa.

Dando graças a Deus pela oportunidade que se


oferecia , a Igreja de Genebra, reunida em assembléia,
resolveu enviar dois pastores - Pedro Richier e
Guilherme Chartier e mais alguns correligionários.

Esta comitiva, que além de calvinistas incluía


muitos católicos, aportou no Rio de Janeiro na quarta
feira 1O de março de 1557. Aque les, ao pisar em te!rra,
a primeira coisa que fizeram foi render graças a Deus
por tê-los conduzido sãos e salvos ao destino . A
seguir, receb'idos por Vilegaignon, expressaram-lhe a
ardente esperança que os movera a tão longa e
perigosa viagem: o estabelecimento, nessas paragens,
de um Igreja Reformada de acordo com a Palavra de
Deus.

Respondeu-lh es o Vice-almirante confirmando


essa aspiração, e ordenou que com eles se reunisse
toda a sua gente, nesse mesmo dia, numa pequena sala
construída no meio da Ilha, onde o Pastor Pedro R:ichier
(ex-carme lita e Doutor em Teologia) foi convidado a
realizar o primeiro culto evangélico no Brasil. Isto ocorreu
no Forte Coligny, em plena Guanabara, aos 1O de
março de 1557 .O versículo bíblico tomado por tema do
sermão então proferido foi Salmos 27:4. Inf elizmente,
pouco tempo depois V illegaignon apostatou da fé e
passou a ser cruel perseguidor dos evangélicos .
29
Cultos e Panacéias Rcv. Mau ro Clcmcntino d a Silva

"No século XVII, coube aos


holandeses a atividade
evangélica no Brasil"

No século XVII, coube aos holandeses a atividade


evangélica no Brasil, desenvolvendo-se as
suas realizações sacro-musicais quer no interior dos
te:mplos quer no acendrado trabalho de
evangelização que empreenderam entre portugueses ,
nativos e escravos.

Um hiato de cerca de cento e cinqüenta anos


separou o florescente cultivo de Salmos e corais,
verificado na Igreja Reformada holandesa em
Pernambuco, da execução litúrgica anglicana que se
seguiu no Rio de Jane iro.

Neste espaço de tempo não se assinalam


atividades missionárias evangélicas no Brasil, rnesmo
porque, no séc . XVIII, tanto em Portugal quanto em
terras de Santa Cruz, dominou com poderes absolutos o
chamado Santo Ofício da Inquisição que visava,
particularmente , a extinção dos denominados hereges:
judeus e protestantes .

Apenas um ou outro viajante evangélico, clérigo ou


leigo , aqui esteve rapidamente, sem ter podido
exercer sua influência religiosa. Dentre estes, podem
citar-s e: o Pastor Langstedt, que passou pelo Rio de
Janeiro a caminho da Índia, em 1782, acompanhando
um transporte de tropa s de Hessen, e já no séc. XIX,
em 1805, também com destino à Índia, o missionário
anglicano Rev. Henrique Martyn, cujo navio aportou em
Salvador, Bahia, onde permaneceu por quinze dias,

30
Cultos e Pana céias Rcv. Mau ro Clementina da Silva

permitindo ao ilustre pastor desembarcar e


visitar algumas pessoas.

Deslumbrado pelas belezas naturais do país,


porém choca do com a idolatria reinante e a
degradação moral e espiritual que observou entre o
povo, exclamou antes de partir, ao contemplar a bela
paisagem descortinada de um dos pontos elevados
da cidade: "Abundantes cruzes aqui se encontram;
quando, porém, será divulgada entre este povo a
verdadeira doutrina de Cruz?"

Somente a partir da segunda década do séc. XIX,


ao que se sabe, voltaram a soar em solo pátrio os
cânticos evangélicos: na primeira metade do século ,
entoados em serviços religiosos regulares por anglicanos
e luteranos (respectivamente em inglês e alemão) e em
cerimônias religiosas ocasionais ou temporárias por
missionários metodistas (em inglês e, esporadicamente ,
em vernáculo); na segunda metade do século, em
caráter permanente em português através das várias
denominações evangélicas que se foram radicando no
13
país.

Hebreus: O culto no Novo Testamento - a prática cristã


de adoração .
MÚSICA DE LOUVOR Novas edições Líderes
Evangélicos, São Paulo, 1974.
Ministrando com Música, Betty Jane de Grams, Editora
Vida.
MÚSICA SEMP RE MÚS ICA, Gamaliel Perruci. JUERP.

l.1 O CULTO NO ANT IGO TESTAME NTO (sua relevância para os cristãos)
Jonathan F dos Santos - pág.42
Levltico: O manual do cu/to israelita pag 46 - 1Ensino de como um povo
1mperfe110 pode ser recebido por Aquele que ê Infinitamente santo - caps. 1-
10

JI
Cultos e Panncins Rtv. Ma u ro Ckrncntino da Silva

A MÚSICA NA BÍBLIA , Paul McCommon, JUERP

Acredito que temos sofrido dois processos de


aculturação que têm trazido sérias repercussões em
nosso comportamento. O primeiro foi com a nossa
"colonização" , que sem dúvida foi muito mais
"exploração", e que em conseqüência trouxe nossa
deterioração. Foi a ação do "retirar", - a qualquer
custo, a qualquer preço, a despeito de, custe a quem
custar...

Nossa história é ma rcada por selvagerias,


estupros sociais, éticos e econômicos, intromissões
descabidas e gatunagens.

Procurando pensar a mais positivo possível, de


todos que v isitaram nosso país, sem qualquer convite da
nossa parte, talvez entre cem, apenas um tivesse
intenção positiva em vir colonizar nossa terra. Esta
invasão estrangeira nos trouxe seqüelas no
caráter. deformações morais incontestáveis e
rachaduras em nossas bases, que levarão
tempo para serem consertadas . E acredito que a
primeira coisa que precisa acontecer para este
conserto é a nossa própria conscientização .

Se observarmos atentamente a colonização dos


Estados Unidos e da Austrália, que apesar de serem
diferentes na postura, mas positivas no seu
desenvolv imento, creio que aprenderemos muito com
a própria história...
32
Cultos e PG ni:lcéi:is Rcv . Mauro Clc1m.:11t ino da Silva

"O Catolicismo já estava


totalmente amancebado na Terra
de Vera Cruz"

O Segundo processo a cultural sofrido pelo


Brasil aconteceu no século XIX - com a chegada
do
Protestantismo. Uma vez que Q próprio
Catolicismo, vindo com os primeiros exploradores
da terra, J1
estava tota lmente amancebado na Terra de Vera Cruz
-os índios não se preocupavam com ele; os negros
logo aprenderam suas ambigüidades e adulteraram
sua performance, diga-se de propósito, com todo o
aval ou à vista dos seus próprios fundadores que em
público repudiavam o espiritismo , mas que na prática
o toleravam e o tinham como um rico folclore ; os
brancos, como na maior parte da própria história,
mantinham uma religião que os faziam socialmente
aceitos , economicamente bem sucedidos,
"eticamente sobre o muro", muito embora
espiritualmente mortos, sem qualquer propósito
duradouro - agora chega então o Protestantismo,
com sua proposta de vida eterna, e com uma ética
rígida de viver de acordo com a, Palavra Sagrada.
.., .,
J J
Cultos e Panacéia s Rcv . Mau ro Ckmcntino da Silva

"a proposta protestante não nos


permitiu um amadurecimento
adequado"
Muito embora saibamos que a proposta protestante
era e é correta, bíblica , teológica , ética e socia lmente,
sua forma pregada bem como sua ex1gencia
comportamental provocou-nos uma série de transtornos
que não nos permitiu um amadurecimento
adequado , mesmo depois de quase dois séculos de
convivência com o mesmo.

Mais uma vez, missionários foram diretamente


responsáveis por isto. Embora tivessem o coração
cheio de amor pelas almas perdidas, não se
preocuparam com a "cultura" do povo a quem vieram
evangelizar. Ao contrário: este povo - receptor
da mensagem , era treinado ao "modus v ive ndus"
do missionário, e tinha que abandonar seus usos e
costumes e adotar os do missionário , pois tudo
que fazia antes era considerado pecado, e somente o
novo era o correto.

Tal e qual a primeira ou as primeiras invasões


em nosso país, este segundo processo trouxe
também uma série de danos .

"e s p i r o t ó 1 i e o s"
É preciso que se diga das muitas coisas positivas
da mensagem missionária e, indubitavelmente, que a
maior de todas elas foi a ênfase da SA LVAÇÃO
ENQUANTO ESTAMOS NESTE MUNDO, PRÁTICA DA

34
Cultos e Panacéias Rcv. Mau ro Ckmcntino da Si lva

PALAVRA PR EGADA , RELAÇÃO COM DEUS


ATRA VÉS DE JESUS CRISTO UNICAMENTE e muitos
outros ensinos que eram totalmente novos aos
brasileiros, apesar de a Bíblia já estar no Brasil há
séculos e de sua mensagem ter sido aprisio nada pelo
clero romano, que estava tão perdido quanto os "e s p i r
o t ó 1 i e o s" (se dizem católicos , mas que
freqüentam centros espíritas, fazem despachos e
vivem sob crendices e lendas) que freqüentavam
seus templos e continuavam com o mesmo vazio da
presença de Deus em suas vidas .

Acredito que o maior erro na mensagem


missionária protestante foi a falta de sensibilidade
para com a cultura vigente. E em se falando de Brasil
ou Brasis, com as culturas v igentes . Com a mistura
das raças, as migrações, os casamentos e outros
fatores , nós já formávamos uma expressão social
grávida e muito mais fértil diante dos outros povos,
quando de repente ouvimos que tudo isto era
PECADO. Isto soou aos nossos ouv idos como ao
ouvido do negro fugitivo no quilombo, ou ao índio
no meio da selva: Que faremo s então para
acertarmos? Para onde fugiremos nós agora?

35
Pae QVÉ TENHO
A IMPl<Ess:.Ão Qvt
l'>Ço NÃO VAI
DA O:ICTo
Cultos e Panacéia s Rcv. Mau ro Clcmcntino da Silva

"já nos acostumamos a ouvir a


música do hino Vencendo vem
Jesus nos filmes de bang-bang"

Tendo sucedido o ensinamento que tudo que


fazíamos era pecado e que devíamos abandonar tudo,
literalmente "copiamos" o missionário do visto e do
possível ao inimaginável. Copiamos sua forma de ser,
de se vestir, de falar, de comer, de cantar, seus
instrumentos musicais e logicamente que suas
músicas. Pode ver que estranhamos se alguém cantar
um bossa nova ou um samba no culto, mas já nos
acostumamos a ouvir a música do hino "Vencendo
vem Jesus" nº 112 do Cantor Cristão, nos filmes de
bang-bang.

Passamos a admirar o missionário como indivíduo


e como herói. Desejamos ir para seu país, estudar o
que ele estudou e alguns chegaram até mesmo ao
ponto de sonhar ter nascido onde ele nasceu... Isto
envolve uma série de fatores na formação do ser
humano, muito mais do que podemos descrever aqui.

"Que ser crente, significa ser


uma nulidade"

Mas o fato de ser pecado tudo que


fazíamos, trouxe -nos na prática atitudes
desconcertantes: imitação da forma, ou pelo
menos a tentat iva da mesma; máscara da
realidade - é difícil copiar
39
Cultos e Panacéias Rcv. Mau ro Clementina da Silva

aquilo que não é visto em sua inteireza, e a cópia


será sempre de quinta ou décima qualidade; e
imaturidade de expressão - até hoje, podemos
fazer uma pesquisa com os cristãos das mais
variadas denominações, na faixa etária entre 17 e 40
anos de idade, que vamos observar suas dúvidas
em relação atitude/comportamento mesmo naquilo
que aprovam, mas temem serem julgados estarem
praticando algo que escandalize . E não estou
falando de atos pecaminosos, mas sim de expressão
cultural. Por isso passamos a mensagem às pessoas
que! não freqüentam templos evangélicos que
ser c rente, significa ser uma nulidade ou seja
"não fazer", "não ir", "não estar", "não gostar", "não
beber", "não", "não", "não"... Seria esta
realmente a mensagem evangélica?

Creio que não. Creio que o Cristianismo é muito


positivo e positiv ista . Mesmo que o próprio Senhor
Jesus tenha feito afirmações do tipo : No mundo tereis
aflições,... Basta a cada dia o seu mal..., Ele também
nos prometeu a v ida, e vida em abundância.

Creio que vivemos uma época de expressão, e a


palavra em si já dá origem para uma série de
significados e especulações. Mas voltando à premissa
básica, e à própria f alta de expressão característica do
nosso povo, literalmente tudo passou a ser voltado
para a igreja e a igrej a por sua vez passou a ser palco
de todas as aspirações dos evangélicos.

40
Cu ltos e Panac0ias Rcv. Mauro Ckmcntino da Silva

"regra geral, preferimos copiar


os modisrnos da
"cultura yankee" a assumir a
nossa própria cultura."
Quando um líder brasileiro, não ímportando sua
área de trabalho , refere-se a algo criado, vivido ou
experimentado por brasileiros, freqüentemente o refrão
"tupiniquim" vem como comparação e para demérito. A
criação da "cultura tupiniquim" é vista com muito
sarcasmo e até mesmo como pejorativa por nós
próprios, brasileiros,que regra qera l, preferimos copiar os
modismos da " cultura yankee" a assumir a
nossa própria cultura .

Aliás, se fizermos uma comparação entre as duas


culturas - USA e BRASIL, a similaridade entre as duas
está na miscigenação com o negro, europeu e com o
índio. E a diferença essncial entre ambas está no fator
religioso : USA, protestante e BRASIL, católico ,
infelizmente . O termo infelizmente, obviamente, faz parte
da minha cosmov isão.

Entre tantas outras ponderações, veja por


exemplo: Qual país católico no mundo que é rico?
Somente o Vaticano, é claro. Do outro lado, todos os
movimentos sócio, político, econômico e religiosos
de grande importância mundial surgiram nos países
protestantes.

Uma verdade clara se faz: necessária dizer e é que:


As denominações pentecostais ensinaram uma lição

41
Cultos e Panacéias Rcv. Mau ro Clcmcmino da Silva

muito profunda a todos nós evangélicos - assim


que se manifestaram no Brasil, logo falaram a língua
do povo (ao contrário da Católica, que continuava
com seu Latim que nem mesmos os sacerdotes
entendiam), trazendo mensagens aplicadas ao povo (
e não um enlatado vindo de cúrias , sejam lá de
onde fo r), cantaram letras e músicas do povo (ao
contrário das denominações chamadas tradicionais,
que mantiveram por séculos letras quilométricas e
melodias complicadas que as pessoas comuns
tinham dificuldade de acompanhar ); com instrum
entos do povo (você pode observar que não são em
todos os templos pentecostais que você acha um
piano, mas cantam com violão, guitarras , sanfona,
cavaquinho , etc.). E este estilo facilita muito a
comunicação com o povo, principalmente com os
mais simples.

"Expressão evangélica ou
falta dela"
Mas, voltando à expressão evangé lica ou
falta dela , demonstrada pelos evangélicos, creio
que a resposta está sendo dada pelo próprio povo
evangélico: por séculos a fio, esta vasta multidão que
hoje soma mais de 40 milhões ass umidos em todo o
país, ficou ouvindo ensinamentos através dos
quais se dizia: ouvir música que não seja "de
igreja" é pecado; dançar é pecado; ir ao teatro é
pecado; ir ao cinema é pecado; expressão corporal é
expressão da carne e conseqüentemente é pecado,
etc, etc, etc. Sua cultura com toda sua
manifestação é pecado...
42
Cultos e Panacéias Rcv. Mau ro Clcmcntin o da Silva

"Seita romana: um paganismo


travestido de cristianismo com a
petulância de ser universal"

Mas não riem os católicos , porque eles não


são exceção a tudo isto que está sendo discutido
aqui. Você, que é uma pessoa bem informada , veja
bem o que o Papa coloca em sua encíclica, o
que é dito pelos seus líderes, e o que realmente
os católicos fazem na prática. Aliás, se os católicos
ponderassem bem, poderiam intitular-se uma seita
romana, que se originou em Roma no poder de
Constantino , e foi se amancebando mundo afora,
como um camaleão, tomando as formas e as
cores necessárias para sua sobrevivência , e isso
às custas do nome do Cristianismo, mas que
dele não tem absolutamente nada, nem mesmo a
Bíblia.

A igreja católica romana nada mais é que o


resultado das "religiões de mistério " absorvidas
nas conquistas do império romano, formando um
sincret ismo religioso todo obtuso , com as cores e
práticas do paganismo. Um paganismo travestido
de cristianismo que, a propósito, o único
elemento cristão do seu conteúdo é o pretenso nome
que leva e ainda com a petulância de ser universal.

Não foi em vão que o catolicismo tão facilmente


se acamaleou no Brasil com o ocultismo dos negros
importados da África, e com o animismo dos índios
aqui residentes...
43
Cultos e Panacéias Rcv. Mauro Ckmcnti no da Silva

O império romano só caiu de fato no lado


político dos Césares. Ele continua vivo e ativo no
globo terrestre com toda sua estrutura transposta
dentro do catolicismo. Faça uma analogia da
hierarquia católica (papas, cardea is, etc, etc,) com a
dos imperadores romanos... você não verá diferença
nenhuma, pelo contrário, o que você constatará é o
continuísmo de uma era de pompa, autoritarismo,
selvageria no poder entre tantos outros, e que
também Nero foi um demônio que profetizou querer
ser um deus... e se tornou, talvez não ele em seu
tempo, mas certamente qLJe seus sucessores o
fizeram ...

"Onde está a co1nversão dos


católic os?"
Em toda a base na qual o Cristianismo se
fundamenta, você não irá encontrar ali que: "alguém
é cristão porque foi um dia levado à igreja quando
bebê e o batizaram", o que biblicamente em si já
contestável (At. 2:37-38), e então só vão à missa em
dias de festas ou em funerais... Onde está
a conversã o ? Cadê a vida cristã genuína do dia- a-
dia? Suas preces são dirigidas a tantos "santos"
que Jesus Cristo fica bem longe desta história. Você
pode se opor, dizendo: Mas temos muitas respostas
das nossas promessas ?! Se você conhecer bem a
Bíblia, verá que Deus faz vir o sol e cair a chuva
sobre os maus e os bons, e isto não depende de
nós...

Dentro da realidade brasileira principalmente,


a teoria da igreja romana é uma coisa, a prática
dos seus fiéis é outra totalmente diferente. Para que
não fiquemos conjecturando tanto sobre o
assunto ,
44
Cultos e Panacéias Rcv. Mauro Clementino da Silva

observe a temática da família, métodos anti


concepcionais, planejamento familiar, casamento
legal, céu e inferno, celibato, e também não nos
esquecemos das ambigüidades de suas questões
políticas, em muitos outros assuntos ...

"Catolicismo: evangelização
de meia-sola" .
Do catolicismo, o que podemos agradecer a
Deus por sua importação ao Brasil, é pura e
simplesmente ter feito conhecido o nome de Jesus (e
de forma muito superficial), o que veio nos facilitar
em muito a verdadeira evangelização do Brasil.
Indubitavelmente, a facilidade de evangelizar o Brasil
é porque a primeira evangelização foi de "meia
sola", e o povo nem a Bíblia, a Palavra de Deus,
conheceu até então, o que só foi realidade com a
chegada dos Protestantes.

Nosso povo viveu aculturado com a


compensação, que um dia, poderia fazer tudo isto
que sempre quis, mas na presença de Deus, pois por
mais sólido que alguém viesse a ser e demonst rar,
sempre havia um ou mais versículos para alguém o
confrontar e repelir, mesmo que estes versículos não
formassem uma doutrina ou ensinamento evangélico.

O povo então passou a fazer tudo na igreja ... E


o que ninguém esperava aconteceu: CULTOS e
PANACÉIAS . Eis a questão, como resultado direto de
um povo aculturado . Hoje, quando vamos a um templo
cultuar a Deus, na maioria das vezes não fazemos idéia
do que vamos encontrar : será a imitação do Sílvio
Santos, ou o Didi que vamos encontrar? Se vamos à

45
Cultos e P:i.nacéins Rcv. Mauro Clcmcntino da Silva

chamada "união de treinamento" (que treina, treina mas


nunca sai ao campo de batalha), mais parece a
"Escolinha do Professor Raimundo" com todos os seus
personagens e esquisitices... Onde está nossa
identidade?

Creio que a resposta é até bastante simples: Não


tendo nenhuma ou quase nenhuma forma de expressão
corporal fora da igreja, e tendo até santificado tudo que
ocorre dentro do santuário, os evangélicos acharam uma
forma de "sacudir o corpo" dentro do santuário, porque
afinal de contas "tudo que acontece ali dentro é para
Deus, e em conseqüência direta, é santo".

"O que fez co1TI que os


evangélicos mudassem tanto
assim?"
Para alguns, até pouco tempo, ouvir musicas
folclóricas ou sertanejas era um pecado digno de
exclusão , mas hoje já não acham nada demais os
filhos pertencerem a uma banda de rock, mesmo
"heavy metal" (porque tudo é para Jesus), brincos,
cabelos longos ou mesmo urna leve maquiagem. O
que fez com que os evangéli cos mudass em
tanto assim?

No caso em estudo, nossa situação brasileira,


não criamos uma identidade própria. Ao longo destes
150 anos fomos coibidos de uma expressão
nacional a pretexto de estarmos pecando, e, ao
invés de fazermos uso das riquezas que Deus
próprio nos permitiu na mistura das raças, vimos ali
apenas fraquezas ou brechas através das quais o
m1m1go poderia agir. E nesse impasse, e ao
mesmo nos

46
Cultos e Panacéias Rcv. Mau ro Clementino da Silva

identificando com todas e como também nã1:::> nos


identificando com uma em específico, nos sentimos
mutilados, "não-identificados" e passamos à cópia de
modelos estereotipados.

A grande infelicidade desta polarização foi que


mais uma vez se observa a ênfase na forma, talvez até
mesmo porque no julgamento dos fatos o conteú1do de
ambos os pólos não seja tão sustentável ao ponto de se
fazer notar assim. E, uma vez a polarização feita, um
dos pólos ficou assim taxado de tradicionais , e o outro
de liberais ou carismáticos.

47
NÃO SoRRI RAS' !

- - /------
Cultos e Pa11aci:1s Rcv. M:iuro Clcmcntino d::i Silva

Cultos
TRADICIONAIS
X
Cultos I'

CARISMA TICOS
Diz-se que um culto é tradicional se os que
participam dele usam terno ou pregam somente de
terno , usam hinos tocados exclusivamente ao piano,
culto com uma hora de duração , congregação sem muita
expressão social, seja ela ex pressão individual ou
coletiva .O mesmo segue a fórmula estereotipada: Pastor
de gravata e paletó, de preferência terno e sapatos
pretos; organista com coque e vestido longo com
mangas longas ; toda a congregação quase que
uniformizada ; os rapazes e homens com os cabelos
com cortes baixos estilo brilhantina; sermão de 40', e
que seja evangelístico, com três hinos no programa
proveniente do séc. XVI e XV III.

Em contra-part ida o culto é carismático ou liberal,


se os seus membros vão à igrej a de sanda lhão, o pastor
usa jeans e camiseta, joga bola, conta piadas, as irmãs
usam calças compridas, blusas de alças, usam
maquiagem , cortam cabe lo sem pedirem permissão ,
cantam quase que exc lusivamente corinhos, cultos muito
compridos , sem muita profundidade na palavra pregada,
normalmente dão muita ênfase às bênçãos recebidas na
mesma...

O pastor usar some nte camisa e gravata (de


preferência importada e de etiqueta); usar gel ou fixador

51
Cultos e Pa nacéias Rt:v. Mauro Clcrncntino ela Silva

nos ca belos; na plataforma, ao invés de órgão ou piano,


tivermo s bateria, guitarras, baixos, cont ra-baixo , etc;
um grupo de jovens à frente dirigindo o louvorzão ,
e que coincidentemente todos são "bonitinhos" ou
chamam muito a atenção ; no plenário a congregação
varia seu estilo de decotes , shorts , bermudas , roupas
sensuais e transparentes; os rapazes usam estilos
tão modernos que pelos cabelos e brincos você leva
um tempo para descobrir de que "lado ele se encontra";
o sermão ... ah, o importante é "to have a good time
together''.

A lguém "conta uma experiência", a qual o pastor


emenda com uma boa prosa e uma longa história , e
se passou a noite. Vários corinhos ritmados e
freneticamente embalados fazem parte da programação
e a platéia se agita no pedaço, num show particular que
deixa os tele-shows com ar de primitivos. Cantam-se
quatro , cinco ou dez carinhos. Não se tem limites , e
diz se então que tudo isto é porque "o espírito está
livre"...

Diante de tudo isto, uma pergunta paira no ar: Para


onde estamos indo? Qual é a nossa ident idade? O
que significa "adaptação"?

Particularmente não creio ter nada a ver o


chamado tradicional nem o carismático. O que tenho
visto e testemunha do sim é que os extremos são
perigosos, e que devemos saber exatamente o que
queremos caso contrário, ao invés de criarmos um
cavalo no final do dia, estaremos com um grande
camelo diante dos nosso olhos.

Precisamos distinguir os regionalismos, termos


conv icção de quem somos, o que pretendemos,
nossa mensa gem a transmiti r. Simplesmente
abandonar o que temos recebido pelo simp les fato
do "novo" não é sensato nem sá bio. Que prec
isamos de
52
Cultos 0 Pnn:'lcéias Rcv. Mauro Ckmcntino ela Silva

adaptação é um fato. Já é tempo de nos ajustarmos


em nossa própria cultura, uma vez sofrido o processo
de aculturação na transiçã o missionária . Todavia,
creio que estamos saindo de um extremo para outro.

O fato de um pastor usar terno completo ou a


congregação bater palmas em determinado hineto, não
faz um ser tradicional nem o outro carismático .
Simplesmente é urna forma de se expressar .

Diante de tudo isto, urna pergunta paira no m:


Para onde estamos indo? Qual é a nossa identidade?
O que significa "adaptação "?

Ultimamente usa-se muito em varias desses


grupos as "versões" de músicas populares ou que estão
na '·crista da onda", estão sendo comuns nestas
"igrejas" e participar de um "culto" fazendo coreografia
das mais variadas já não é de estarrecer mais ninguém.
"Trenzinho", '·palmas síncronizadas" , "movimentos
rítmicos", e "aeróbica evangélica" já faz parte de todo o
"louvorzão que se preze".

Li há bem pouco tempo em urna Revista


Evangélica sobre uma "novidade" com o título "Tem
crente no samba ", onde o articulista procuravêl assim
dar-nos a idéia que tem muita gente "caindo na
gandaia" a pretexto de fazerem- se de fracos para
conquistar os fracos , o que nos parece é que estão
tirando bastante vantagem (???) nesta fraqueza . Por
que tudo isto - e teria uma razão para tudo isto - que traz
tanto questionamento e pasmo?

Precisamos urgentemente resgatar nossa


identidade, e sabermos de um vez por todas
que "culto" é c ulto , é para Deus, e que
entretenimento visa o lúdico, é para o homem. Não
há nada de erra do

53
Cultos e Panacéias Rcv. Mauro Clcmcntino da Silva

no entretenimento, mas NÃO no horário reservado


para o CULTO A DEUS...

O tempo foi passando , passando, passando ... e


de repente surgiu a "social" - uma musiquinha
simples com letra muito simplória, e até muito ingênua,
mas que todos os jo vens adoravam após os
congressos e retiros como uma forma de liberação
social. Com o passar dos tempos e o surgimento dos
movimentos pentecostais , aparentemente as coisas se
distinguiam bem, mas os jovens cristãos começavam
sua nova forma de expressão .

Acredito que os movimentos para-eclesiásticos


tiveram uma influência muito forte na igrej a , movimentos
estes de liberação e libertação , é claro. Surgiram os neo
pentecosta is e mais recentemente os carismáticos. Com
o avanço rápido de todos estes movimentos, os
evangé licos ficaram em uma situação polarizante
perigosa: Os tradicionais x os carismáticos ou liberais.

54
Al.GUÉM QVER
CoNTA A LG>UMA
E.XF'E RIÊ.Nc.IA ( $é.NO/ ,,
VAMOS A /ViAIS UM f'E.' iot>o
[:E: LoUVOR! DaJ- LJ..IE
Uf"' A, DOU-L+iE. DUAÇ '"
Cultos e Panacéias Rcv. Mauro Clc..:rncntino da Silva

Ordem de culto

Nossa igreja não tem "ordem",


tudo ocorre "pelo espírito"

Ouvimos vários irmãos dentro e fora da


denominação dizerem: Nossa i greja não tem
"ordem de culto", tudo ocorre "pelo espírito"
(pelo espírito está em minúsculo propositadamente).

Com a afirmação acima, vários


questionamentos devem ser feitos e uma base deve
ser almejada. Imagino logo a desorganização que
deve ser quando logicamente não existe uma
"ordem" .

A Palavra do Senhor nos ensina em 1


Cor.14, que tudo deve ser feito com ordem, e com
decência. Imagino a dificuldade para o Espírito agir,
quando deve haver muita gente disposta a fazer algo
de bom ao Senhor, mas a falta de ordem impede seu
interagir e o bom progresso do culto ao Senhor.

Mais constrangedora ainda é a idéia que estas


pessoas têm do Espírito Santo. No contexto do
parágrafo acima , o que se pensa dele é de uma total
desordem , confusãc1, improviso, tapa-buracos ,
ansiedades e expectativas desnecessá rias e, porque
não dizer, mesmo de bagunça . Realmente, o Espirita

57
Cultos e Panac0i as Rcv. Mau ro Clc11u111i110 ela Silva

Santo deve ficar não apenas constrangido , mas com


gemidos inexplicáveis de pavor no meio destes crentes.
Porque para eles, Ele funciona como "meia-sola" e step,
nunca como O Senhor adorado.

Em Rom. 12 aprendemos sobre o "culto racional"


ao Senhor. A ordem de culto "facilita" à mente do
adorador acompan har os movimentos do serviço
prestado a Deus com clareza, inteireza e plenitude (sua
mente, alma, espírito, emoções , vontade). Tudo do seu
ser evoca o nome do Senhor . E, à medida que o culto se
desenvolve, ele não apenas o acompanha, mas participa
ativamente, glorificando o nome do Senhor.

No final deste liv ro você verá várias sugestões


de ordem de culto (liturgias) para diferentes ocasiões .

58
Cul tos e Panacéias Rl:v . Mau ro Clc1rn.:ntino da Silva

Louvor
e
Adorar;ão

O crescendc> do culto
"Liturgia"

()riginada do grego
"leitourgeía ", a palavra era usada para designar o
serviço público. pois na democra cia qreqa assim se
entendia o conceito de prestacão de serviço ao
povo feita pelo cidadão . Já para os egípcios . litúrgico
era o funcionário público, que obviamente era
remunerado. A Septuaginta se utiliza do termo para
o trabalho dos levitas e a literatura grega-cristã , já a
estendendo um pouco mais , chega à conceituação do
culto cristão em todos os seus atos (Pr. lsaltino Gomes
C. Filho, Palestra à Ordem dos Pastores Batistas do
Paraná).

É interessante como a palavra liturgia passou a


ser tão desgastada que hoje é sinônimo de inércia,
ostracismo, rigidez, ritual sem qualquer vida. E o pior
de tudo é que passou a ser ogerizada por muitos
dentro da cristandade .

O culto evolui de acordo com a ordem que foi


elaborada e na profundidade então almejada e

59
Cu!tos e P:-in:-icl:ias Rcv. Mauro Clcmcntino <la Silva

trabalhada. Logo na segunda ou na terça-fei ra


esta ordem de culto deve ser delineada, e todas as
pessoas que tomarão parte direta no culto já
deverão esta r cientes do que vão faze r e bata lhar
para que o melho r se j a feito.

Creio que o dirigente do culto tem


responsabilidade tão grande na direção do mesmo
quanto o pregador que entregará a mensagem, como
também aqueles que vão fazer algum ato em especial
, assim como a congregação que veio ao santuário
para esse fim.

Do dirigente depende toda a evolução, os


movimentos, a dinâmica e a boa ligação entre as
partes que compõem o culto.

Para o dirigente demonstrar-s e uma pessoa


espiritual não signific a que dev1erá dirigir o culto
todo de olhos fechados , nem espremendo os olhos
o tempo todo, nem também que tenha que chorar
para mostrar sensibilidade. Sua espiritualidade
estará patente na sua liderança e comando do
púlpito, na sensatez de suas palavras, na sua
afinidade com Deus e na transmissão deste relac
ionamento com Deus à congregação .

Os atos do culto devem ser muito bem elaborados


e preparados com muito carinho e oração. É preciso
que o povo de Deus participe e saiba o que está
fazendo diante de Deus...

O pastor, bem como todas as pessoas que


tornarão parte ativa na direção do culto, devem ter como
uma preocupaç ão constante que, através deste culto,
Deus seja glorificado, o mistério de Deus em Cristo
seja revelado a toda e qualquer pessoa que v ie r para
a adoraçã o, que o evangelho seja anunciado de

60
Cultos e Panacl:ias Rcv. Mau ro Clcmcnt ino da Silva

forma clara e precisa em todas as partes integrantes


do processo de adoração, que haja tempo para
quebrantamento e edificação de todos e, ainda, que
ao terminar o tempo dedicado a este culto todos
saiam com um gostinho de que "poderia ficar um
pouco mais" na comunhão com os santos na
presença de Deus. O procurar o relógio seguidamente,
bem como outras atitudes de ansiedade pelo término do
culto, pode revelar claramente que o adorador
simplesmente "assistiu" ou "cumpriu com uma obrigação
religiosa", mas que na realidade estava longe de prestar
um culto a Deus.

"Louvor"
Um culto deve ser prestado a Deus com toda a
pureza da alma. O significado da pa lavra estará l i gado
a equilíbrio quando nós estivermos plenamente cientes
do Deus a quem adoramos . Louvor é o exercício
externo , muitas vezes confundido com os cânticos ou
até mesmo com expressões corporais ou coreográficas.

Obviamente que pode conter tudo isso e muito


mais. O problema que enfocamos está no fato do
preconceito com a palavra, bem como no resumo
excessivo do seu conceito.O louvor deve estar em
todos os atos do culto, em tudo que se pensar e
planejar para o exercício do processo do mesmo , e
é exatamente este exercício (ou a falta dele) que nos
conduzirá ou não ao ato da adoração .

61
Cultos e Panacóias Rev. Mauro Clementina da Silva

"Adoração"
A adoração pode ser discutida e vísta como ato
externo por aquilo que é visto, mas na realidade ela é
urna atitude, um ato e um processo tota lmente
internos, somente do adorador para com seu Deus.
Alguém pode ser visto na atitude de adoração, mas
somente ele e Deus sabem o que está acontecendo
naquele momento. Veja o exemplo de Ana e o
sacerdote Eli ( 1 Sam. 1:9-19). Até mesmo o
sacerdote a havia confundido com uma mulher
embriagada , quando na realidade Ana estava se
derramando no altar de Deus. Quando corrigirmos
esses conceitos em nossas mentes, toda a
realidade de culto será modificada em nossas
igrejas, e só então passaremos a ter mais
genuinidade , autenticidade e total
derramamento diante de Deus, quando nos
reunirmos para c ultuá Lo.

Observamos e ouvimos f reqüente mente de


pessoas que procuram "moldar" e/ ou "estilizar" a
expressão externa dos "nossos" cultos (coloco
propositadamente entre aspas, porque na realidade o
culto não é nosso no sentido de apropriação e sim de
Deus, a Quem é adorado). Seja no bate-papo informal
ou nas críticas diretas, dizem que "não gostam disto e
daquilo" e durante o processo de culto, fazem questão
de mostrar as suas hostilidades , seja ao cântico ou a
determinada atitude como também às pessoas que as
praticam , quando de fato deveríamos estar nos
derramando no altar e permitindo todo o gozo do
Espírito e um novo frescor de vida rejuv enescer a sua
própria fé e atitude.

62
Cultos e Pnnnc0ins Rcv. Mauro Clcmcntino da Silva

Ouvi com muita tristeza sobre determinado


membro numa certa igreja que tinha por costume ficar
em pé e, em voz alta, criticar os atos do culto porque o
mesmo não concordava com o processo... É uma
história triste, lamentável, que jamais devemos ouvir
senão para repudiá-la. Talvez seja até mesmo para
evitar isso que Deus tenha permitido surgir tantas
Denominações (observe bem que estou di2:endo
Denominações , não Seitas, não movimentos para
eclesiásticos, não arapucas e pescadores de
aquanos, que nada evangelizam, nem têm
preocupaç ão com a expansã o do Reino de Deus
senão com seus próprios reinos...) para que
aconteçam as adaptações necessárias. Se você não
está contente com o grupo, está incomodado? procure o
grupo ao qual melhor você se adapte. Para quei ficar
criando confusão?

Um texto 'por demais conhecido através de


gerações e sobejamente utilizado por estudantBs de
Música Sacra, é o texto de Isaías 6. Ana lisemos
um pouco o texto de Isaías: lsaias viu o Senhor;
em segundo , ele viu a si mesmo e ao povo; em
terceiro, deu-se: "Envia-me a mim". Baseado na
experiência de adoração do profeta lsai.15, narrad2
-,o capítulo 6 de seu livro, podemos listar os principais
elementos de um culto como a adoração, a
contrição, a confissão , peirdão, dedicação, a
proclamação e a consagração .

63
Cul tos e Pannc0ins Rv. Mau ro Ckmenti no da Silva

"Deus na centralidade
do culto"
No Novo Testamento temos várias passagens que
nos ajudam a desenvolver um processo de culto criativo,
dinâmico, onde o Santo Espírito trabalhe livremente em
nossas vidas , produzindo algo agradável a Deus. Paulo
em 1 Coríntios 14: 26-40 nos dá as regras básicas de
um processo neo-testamentário de culto que agrada a
Deus. Estes, não obstante serem textos clássicos para
se discutir a temát ica do culto, existem muitas formas de
liturgias no Velho e Novo Testamentos e em todas temos
o elemento básico sempre presente: Deus na
centra lidade do cul to .

67
Cultos e Panacéia s Rev. Mauro Clementino da Silva

Do entendimento deste princípio ocorre o fato de


prestarmos a Deus:

um culto teocêntrico (ondle todo o processo flui de


Deus e converge para Deus. Ele é louvado, adorado ,
proclamado, buscado, magnificado);

um culto antropocêntrico ( a centralidade e a


convergência deste culto está no homem. A sua
vontade predomina, seu desejo é manifesto, suas
regras são obedecidas, a salvação é sua porque foi
ele quem a buscou e a quis e, conseqüentemente,
sua santidade é um processo externo , dependendo
apenas de seu controle e/ou abstinências , até a
clausura e solidão. Como o próprio conceito diz, é
totalmente humano e não depende em nada de Deus;

um culto democrático (bern parecido com o anterior,


diferente apenas no númmo de atores que fazem
suas performances bem como na determinação de
suas vontades. O "culto" é um verdadeiro teatro
humano;

ou um culto laissy-faire ( Uma verdadeira panacéia,


uma bagunça. Usa-se o nome de Deus como
desculpa para exaltação do próprio homem. Ninguém
sabe quando começa, muito menos quando irá
acabar . Não existe uma teologia do culto. Ele
acontece ao sabor do momento . Tudo é festa, e se
baseia exclusivamente na esfera emocional.

E justamente por não ter qualquer objetivo em seu


processo, qualquer resultado adv indo desta "reunião"
é lucro ou tido como "vontade do senhor" - em
minúsculo, porque este "senhor" na verdade só pode ser
humano, e não o Grande e Trino Deus).

71
Cultos e Panacéias Rcv. Mauro Clcmcnlino da Silva

Este último estilo é o mais utilizado pela mídia


para hostilizar o rebanho evangélico no Brasil, e para
traçar um perfil do protestantismo como sendo
leviano, superficial, ignorante, descontextualizado e
banal.

Segundo a ótica dos críticos do protestantismo,


nós protestantes fazemos isto ( cometem o grande
pecado da generalização) , por fa lta de formação
como o clero católico (que logo em seguida
aparece nas entrevistas com voz mansa e delicada,
como que detendo todo o poder e o conhecimento
da tarefa da adoração ao Senhor). E, naturalmente,
os grupos que praticam tal tipo de culto denigrem e
deterioram a imagem evangélica e
conseqüentemente bíblica do conceito em estudo.

72
Cultos (! Panacéias Rcv. Ma uro Clcmcntino da Silva

À luz do Velho Testamento , podemos observar o


seguinte no que se refere aos atos do culto:

1 - Ensino de como um povo impe1rfeito


pode ser recebido por Àquele que é
infinitamente Santo.
A . Isto dar-se-ia através da expiação, que seria
realizada por meio do sangue dos sacrifícios . Estes
sacrifícios, além de conterem essa idéia fundamenta
l de expiação, trazem em si outros aspectos do
relacionamento com Deus. São assim distribuídos:

a) os holocaustos , onde havia também o


pensamento de dedicação completa da vida ao
Senhor, cap. 1;
b) as ofertas de manjares, que eram ações de
graças , cap. 2;
c) os sacrifícios pacíficos, que falavam da
comunhão entre o adorador e Deus, cap. 3;
d) os sacrifícios pelos pecados, que falavam da
confissão, restituição, perdão e expiação ,
caps. 4 a 6:7;
e) diversas leis sobre estes sacrifícios ,caps.6:8 e 7.

B. O pecador não poderia oferecer os sacrifícios por si


mesmo. Precisaria haver um sacerdote que fosse
representante credenciado por Jeová e fosse por Ele
ungido especialmente para a realização da ex piação
em Seu nome. Era também o representante
credenciado e ungido para o desempenho dos outros
atos do culto. Era o mediador entre Deus e a nação
(caps. 8 a 1O) .

73
Cu ltos e Panacias Rcv. Mau ro Clcmcnti no da Silva

li - Ensino de como continuar vivendo


santamente com o Deus perfeito, o
que era possível somente se houvesse
a disposição de viver segundo os
14
preceitos do Senhor •

Estes preceitos não eram arbitrários. Eram a


expressão da natureza santa do Pai. Por isso precisava
haver:

A. Cuidados pessoais com relação:


15
a) aos alimentos
16
b) à higiene intima
17
c) à saúde

B. Purificação espiritual periódica, que era realizada


especia lmente no Dia da Expiação. Nesse dia
fazia se confissão nacional dos erros do povo
e se
18
obtinha o perdão divino;

11
· O CULTO NO ANTIGO TESTAMENTO (sua relevância para os cristãos)
Jonathan F. dos Santos - pág.42
Levítico: O manual do culto israelita. pag. 46 - li - Ensino de como continuar
vivendo santamente com o Deus perfeito, o que era possivel somente se
houvesse a disposição de viver segundo os preceitos do Senhor (caps. 11 a
27).

15
O CULTO NO ANTIGO TESTAME NTO Jonathan F. dos Santos - Levltico:
O manual do culto israelita - cap.11;
16
O CULTO NO ANT IGO TESTAME NTO Jonatlian F. dos Santos - Levítico:
O manual do culto israelit a - caps. 12 e 15;
li O CULTO NO ANTIGO TESTAMENTO Jonathan F. dos Santos - Levftico:
O manual do culto israelita - caps. 13 e 14;
1
O CULTO NO ANTIGO TESTAMENTO Jonathan F dos Santos - Levítico:
O manual do culto israelita - cap.16.
74
Cultos e Panacéias R1,;v. Mauro Clcmcntino da Silva

C. A matança de animais seria de acordo com


princípios estabelecidos e deveria haver
abstenção de se alimentar com sangue desses
19
animais·
'
20
O. As relações familiares teriam de ser corretas;

E. Necessidade de santidade nos outros aspectos da


vida: balanças justas , justiça no trato com escravos
21
e estrangeiros, dizer somente a verdade, etc...

F. Contato constante com Deus. Para isto seriam


separados dias, semanas e anos, em que o tempo
seria dedicado ao Senhor e, em alguns desses
períodos, não se poderiam fazer quaisquer outras
coisas a não ser atos de comunhão com Deus e sua
22
adoração ;
23
Conclusão: promessas, castigos , votos ;

19
O CULTO NO ANTIGO TESTAMENTO Jonathan F. dos Santos - Levftico:
O manual do culto israelita - cap. 17:
11
: O CULTO NO ANTIGO TESTAMENTO .Jonalhan F. dos Santos - Lev/fico:
O manual do culro israelita - cap. 1B:
21
O CULTO NO ANTIGO TESTAMENTO Jonalhan F. dos Santos - Levftico:
manual do culto israelita - caps. 19 a 22. 24, 25:35 a 26:2:
-- O CULTO NO A NTIGO TESTAMENTO {sua relevância para os cristãos)
Jonalhan F. dos Santos
Levllico O manual do culto israelita - caps. 23 e 2s·1 a 34;
3
O CULTO NO A NTIGO TESTAMENTO (sua relevância para os cristãos)
Jonathan F, dos Santos
Levltico ' O manual do culto israelita - caps. 26 e 27;

75
Cultos e Panacéias Rcv. Mauro Clcmcntino da Silva

Estudemos um pouco mais sobre cada um


destes elementos à luz de Isaías 6, onde vamos obter
o seguinte:

• Adoração - Visão de Deus - No início do


capítulo 6, Isaías diz: "Eu vi o Senhor". Era uma
visão de Jesus na Glória, à qual voltaria depois
de viver e morrer na terra. Deus é um Deus
presente, que precisa ser visto e sentido por
aquele que vai prestar-lhe culto.

• Contrição/Confissão - São conseqüências do


reconhecimento do poder e da grandeza de
Deus. De acordo com Russel Shedd: "É
reconhecer seus pecados por causa da
comunhão com Deus e por causa da santidade
de Deus. (Contrição) Este reconhecimento
exprime-se na confissão .

• Perdão - É a renovação da consciência através


do grande sacrif ício restaurador de Cristo.

• Proclamação - Mensagem ou Exortação ; em


geral, precede a última parte do culto, que é a
consagração. É a palavra de Deus sendo
ministrada a nós. E a sua vontade sendo
revelada a seus filhos . É sua Auto-revelação.

• Dedicação/Consagração - É o resultado do
culto que Lhe prestamos . A doração cristã é
a nossa resposta afirmativa a auto-revelação
do Deus Trino. É um ensaio para uma vida
inteira de dar a Deus o "sacrifício que Ele quer:
o nosso ser inteiro''.

76
Cultos e Pan acéias Rcv . Mauro Clcmcntino da Silva

Tendo sido distanciados do templo e dos seus


rituais no período do exílio, os judeus cativos criaram a
sinagoga como opção religiosa no período do cativeiro.
Elas eram lugares simplesmente de adoração e estudo
da torah. Observa-se então que os rituais a que estavam
acostumados no templo, eram totalmente resumidos
agora neste novo estilo de culto.

O sacerdote é substitu ído por um mestre e


certamente que conhecedor profundo das tradições
judaicas, onde as práticas se convergiam praticamente
para a recitação da "xemá", Deut.6:4 , e também se
lembravam das bênçãos de Jeová sobre Israel (Pr.
lsaltino Gomes C. Filho, ipsis verbis, Palestra à Ordem
dos Pastores Batistas do Paraná) .

É interessante como a Igreja Cristã segue


naturalmente esse processo , principalmente quando
da sua transitoriedade na grande dispersão de
Jerusa lém indo ao alcance do mundo gentílico.

Resgatando o texto de 1 Cor. 14:26-40, o apóstolo


explicita alguns dos atos do processo de culto a que ele
estava acostumado : "Que fareis pois, irmãos? Quando
vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina,
tem revelação, tem língua, tem interpretação . Faça-se
tudo para edificação. Porque Deus não é Deus de
confusão, senão de paz, como em todas as igrejas dos
santos", vv.26 ,33.

Em Atos 5, observamos o relato de um episódio


em um culto que Pedro possivelmente dirigia, pelo
menos é ele quem está com a palavra durante o
episódio narrado por Lucas, da morte de A nanias e
Safira. Alguns fatores interessantes nesse culto que va le
apenas salientar :

77
Cultos e Panacéias Rcv. Mauro Clcmcnrin o da Silva

1°) o capítulo 5 pega carona em uma belíssima narrativa


do cap. 4, quando a igreja ora e faz tremer o lugar
de reunião e todos foram cheios do Espirita Santo,
4:31;

2°) a autenticidade , sinceridade e inteireza de fé dos


que ali se reuniam e a dedicação total do que eram
e possuíam para o bem de todos . Barnabé havia
vendido uma propriedade e dedicou todo o lucro
aos pés dos apóstolos. Não é de estranhar ·o
relato do
v.34 que "não havia entre eles necessitado algum",
pois a dedicação dos cristãos ao Senhor e a ação
do Santo Espírito em suas vidas, os faziam possuir
valores corretos.

3°) a intolerância com o falso culto ou o uso do


pretenso diante de Deus sendo punido com a morte.
Ananias e Safira pretendem possuir uma liberalidade
aliada a uma generosidade que não existem e
mentem descaradamente diante o servo de Deus e
de Sua igreja, e simplesmente são punidos com a
morte. Aliás, isto não é a primeira vez que ocorre.
Vamos lembrar de um fato apenas , ocorrido logo no
início da Bíblia, em Gênesis 4 : O culto oferecido
por Abel e Caim. O conteúdo daquele culto está
voltado exclusivamente para o sacrifício .

A aceitação ou não da parte de Deus se dava pelo


que Ele ju lgava em termos de qualidade oferecida
pelo adorador. Quando Caim não foi aceito , foi
imediatamente advertido por Deus " Por que te
iraste? E por que descaju o teu semblante? Se bem
fizeres, não haverá aceitação para ti? E se não
fizeres bem. o pecado jaz à porta, e para ti será o
seu desejo , e sobre ele dominarás ... e sucedeu que,
estando eles (Abel e Caim ) no campo, se levantou
Caim contra o seu irmão Abel e o matou" Gen.4 :

78
Cultos e Pnnacéins Rcv . Mau ro Clcmcntino da Silva

1-8. Temos assim dois resultados trágicos de cultos


que não foram aceitos por Deus, resultando em
tragédia. Em ambos os casos, Deus deu
oportunidade para que revissem a questão, mas a
obstinação ao erro fez com que fossem adiante no
pecado.

4°) Não se diz o horário que o culto havia começado,


apenas que, do tempo em que A nanias fora
sepultado e da chegada de Safira confirmando a
mentira de forma leviana e descarada se passaram
três horas (At. 5:7).

Não estamos tratando aqui obviamente de uma


ordem de culto de forma direta, até mesmo porque a
narrativa não nos oferece uma seqüência dos fatos
amiúde, mas de uma análise daquela reunião em
Jerusalém, mais prec isamente no Alpend re de
Salomão, a qual sugere nos acontec imentos
registrados por Lucas, muita informalidade, bastante
autenticidade , total dedicação, poder total. A terra
em sintonia c om os céus (Mt.6 :1O). E acredito
que é exatamente isto que queremos e almejamos
quando nos dispomos a prestar um culto a Deus.

Em Apocalipse 4 e 5 temos uma belíssima cena de


adoração, respectivamente na terra e no céu, e é
exatamente aí que temos um conteúdo sólido de
edif icação da Igreja ao mesmo tempo que
oportunidade de evangelização do pecadüf. No capítulo
4 toda a criatura , seres viventes louvam ao Senhor com
muita intensidade e fervo r formando um grande coro,
exaltando a Deus pelo Seu poder criador, o Deus
Criador. No capítulo 5 a entronização de Jesus Cristo,
Filho de Deus, visto e ouvido nos céus e na terra como
O Leão da Tribo da Judá, tanto quanto O Cordeiro que

79
Cu ltos e Panacéias Rcv. Mau ro Ckmcnti n o da Silva

morreu e ressuscitou, comprando para Deus pessoas de


todas as raças, tribos, línguas e nações, e para Deus os
fez reis e sacerdotes. Jesus Cristo é o Deus-Remidor e
merece toda a adoração.

O mundo pode ser salvo por uma coisa: a


adoração. Sim, pois adorar é despertar a consciência
pela santidade de Deus, alimentar a mente com a
verdade de Deus, purificar a imaginação pela beleza
de Deus, abrir o coração para o amor de Deus,
devotar a vontade ao propósito de Deus.

Quando adoramos , a glória do Senhor é vista


sobre a igreja. Aliás, não nos cabe pedir para ficarmos
vendo a glória do Senhor. Ela é a manifestação de
esplendor do Senhor sobre o Seu povo enquanto este O
adora e O segue. Quando o mundo vê essa glória,
sente-se atraído para a luz de Cristo. Se a Igreja parar
para contemplar a glória, ele perde o seu obj etivo.

A Igreja de Jesus Cristo não foi chamada para


olhar para baixo (fixação nas coisas terrenas ), At. 1:6,
nem olhar para cima (buscar vislumbres celestiais nas
nuvens, sinais) At. 1:11, mas olhar para a frente e
marchar, Apoc. 7.

O Senhor é alcançável. No entanto, o homem


ainda acha difícil cultuá-Lo. Adoração exige esforço ,
estímulo. A música não é apenas uma parte do culto ,
mas também um dos mais importantes est ímulos para
despertar no homem a necessidade e o desejo
da adoração .

Os cultos religiosos não estão em um mesmo


nível. Alguns deles são tão primitivos e grotescos que
se tornam repulsivos a quem tem sensibilidade e
treinamento. "Enquanto alguns encontram estímulo

80
Cu ltos e Panacéias Rcv. Mauro Clementino da Silva

nos sons estranhos e nas cacofonias de


instrumentos e vozes, outros sensibilizam-se apenas
com o órgão de tubos ou a sinfonia de um coral
24
organizado" .

No seu livro "Purity of Heart is to Will One


Thing", o filósofo-teólogo dinamarquês Sõren
Kierkgaard falou da adoração como um drama . Ao
criticar o não-envolvimento de muitos dos
comungantes da sua igreja litúrgica (luterana), ele
insistiu em que na verdadeira adoração a
congregação são os atores, o ministro e o coro são
os "pontos", e Deus é o auditório.

"No sentido mais enfático, Deus é o


crítico freqüentador de teatro, que observa para ver
como o texto é declamado, e como ele! é ouvido,,,
O orador, portanto , é o ponto, e o ouvinte
encontra-se abertamente diante de Deus. O
ouvinte, se posso assim dizê-lo, é o ator, que
verdadeiramente atua diante de Deus".

Em algumas situações evangélicas,


parece claro que a adoração é obra do ministro e
do coro; a congregação é o "auditório", o que
sugere que eles agem mais como ouvintes. Em
muitas situações, el es nunca sã o encora jados a
falair uma só palavra nos cultos, lendo as
Escrituras ou participando das
25
orações •

Pode ser que não queiramos limita r o elenco de


adoração severamente como fez Kierkgaard. Pelo fato
de ministros e músicos estarem adorando tanto quanto
24
Rock in Igreja. pag. 64 -Apague esse fogo! Ver Levítico 10: 1
W. Morris Ford. A Música no Culto (compilado por Bill /chter) . pag. 11.
25
Hustad, Dona/d P. Jubilate! A Música na Igreja, pag. 165

81
Cultos e Panacéias Rcv. Mau ro Clemcnti no da Silva

dirigindo a adoração, eles podem ser considerados tanto


como atores quanto como "pontos".

Na revelação e reação da adoração, eles nos


fazem lembrar o que Deus revelou a respeito de Si
mesmo em Sua Palavra e Suas ações, e qual deve ser a
nossa reação para com Ele.

Os Ministros evangélicos (inclusive os


musicistas) precisam reavaliar continuamente os
seus papéis como "líderes" da adoração. Líderes
extrovertidos anunciam a sua liderança e, como
resultado, freqüentement e se interpõem entre a
congregação (os atores) e Deus {o auditório).

Os "pontos", devem lembrar, ficam fora do


palco; eles são ouvidos apenas quando necessários.
Idealmente, os adoradores conhecerão a sua parte
básica de maneira suficiente para que seja uma
26
liderança basta nte sutil e quase imperceptível .

Isto não signif ica que a atmosfera de


adoração seja fria e impessoal . Há amplas
oportunidades para que a personalidade do líder se
expresse calorosamente , e até com humor. não
apenas no momento de "boas vindas " e no sermão
. mas todas as palavras e atos dos líderes devem
expressa r alegria comum da comunhão na fé e ação
cr istãs . Significa que os líderes não devem chamar
tanta atenção para si próprios. de forma que os
adoradores deix em de "ver Deus" e de
experimentar plenamente a verdadeira adoração.

É extremamente gratificante quando você vai a um


templo cristão para adoração e é bem recebido desde o
portão, na recepção .Em seguida, os introdutores
conduzem-no até um lugar de assento , não permitindo
25
Hustad. Dona/d P. Jub!/ ate' A Música na lgrefa, pag. 166

82
Cultos e Panacéias Rcv. Mau ro Clcmentino da Silva

que você fique perdido ou constrangido, sem saber se


"pode"ou "não pode" fazer isto ou aquilo. Alguém se
aproxima de você e explica o que está acontecendo
rápida e delicadamente , sem com isto criar
"bochichos" ou conversas paralelas com a direção do
culto. Compartilham a Bíblia, hinário ou o material que
está sendo utilizado naquela liturgia. Enfim, você não
se sente "um peixe fora d'água", mas um peixe que
voltou para a sua própria água, pois ali v ocê se sente
bem.
83
Cu ltos e Panacéias Rev. Mau ro Clementina da Silva

Músicas para o Culto


e
Músicas para Entretenime nto

O que cantar ?
Tanto na antiguidade , no Velho Testamento, no
Novo Testamento , nos primeiros séculos da Era Cristã,
na Idade Média, na Reforma e na Era Contempor.ãnea, é
inegável a existência, a presença, influência e o fato da
música ser imprescindí vel em qualquer tipo de liturgia,
fosse das mais elaboradas às mais simples.

Um jovem teólogo metodista, em um livro que


defende uma revisão radical da adoração tradicional,
começa com esta história:

"O desfile de um circo estava perca1rrendo


garbosamente as ruas de Milão, na Itália. De
repente, um dos elefantes saiu da fila e entrolJ numa
igreja. O visitante vagueou pelo corredor central,
trombeteou um pouco, agitou a tromba, e voltou para
27
o desfile..." .

- Hustad. Oonald P. (Jubilate! A Música na Igreja ) .. Adoração Cristã. Pág.72;-

85
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TAF<'DE I
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o

o
Cu ltos e Panacéias Rev. Mau ro Clcmcntino da Silva

"SOMOS TAIS ELEFANTES


NA IGREJA!"

Infelizmente, parece que muitos humanos imitam


aquele paquiderme piedoso. No domingo de manhã nos
arrastamos até a igreja, fazemos um pouco de barulho,
observamos a congregação, e depois voltamos para o
nosso lugar no desfile. O grande drama da adoração é
apresentado , mas para nós ele é perdido. SOMOS TAIS
ELEFANTES NA IGREJA!

Na capa , o boletim de uma igreja presbiteriana


em Greensville, Carolina do Sul, USA, ostentava a
seguinte afirmação:

"Um número demasiado de cristãos adoram o


seu trabalho, levam a sério a sua diversão e brincam
com a sua adoração".

Adoração cristã é a nossa resposta afirmativa à


28
auto-revelação do Deus Trino. A doração é
"preocupação" com Deus, cujos atributos o qualificam
para perdoar e para purificar, e o capacitam a
regenerar e transformar (!saias 6:1-8) Visão de Deus,
29
Visão de si mesmo, Visão do mundo .

A adoração genuína envolve desde o primeiro


ato preparatório do culto (prelúdio e invocação) até o
último (poslúdio).

: Pág.75;
:<J Pág.73;

89
Cu l tos e Pan:t cias Rev. M:luro Ck1m:n tino <la Silva

"A música que honra a Deus"

Podemos afirmar que somente a música que


honra a Deus é digna de ser usada nos cultos da
igreja. Em Col.3:16, o apóstolo indica claramente que
há três tipos de músicas que devem ser usadas na
igreja: salmos, hinos e cânticos espirituais. Qualquer
que seja o tipo de música usada na igreja, ele deve ter
certas
30
características

1. Deve expressar uma verdade bíblica. Fora da


Bíblia, o povo aprende muito mais sobre Jesus,
ouvindo o cântico de um hino, do que através de
qualquer outro meio.
2. Deve expressar doutrinas corretas. Os hinos que
cantamos não devem expressar doutrinas ou idéias
contrárias á nossa fé. Através de algum hino o povo
poderá aprender uma doutrina errada .

3
" A MUSICA SACRA E SUA HISTÓRIA JUERP. 1976. Bill H /chter - Pág 68.

90
Cul!os e Panac01as R1.:' Mauro Clc.:mentino da Silva

3. Deve ser caracteristicamente devocional. A boa


música sacra criará um espírito de reverência e louvor
no culto , mesmo que seja um hino de consagração ,
alegria ou adoração.
4. Deve possuir boa forma literária. Tanto a rima como
o conteúdo são requisitos necessários a uma boa
música sacra . Muitos hinos puderam subsistir
através dos séculos , porém há milhares que não
resistiram à prova do tempo. Será que estes
cânticos que entoamos hoje, cada congregação o
fazendo com uma letra diferente e melodia ainda
mais, resistirão ao menos ao final de cada ano?
5. Deve ter um bom estilo musical. A música deve
enriquecer e reforçar a letra. Deus criou tudo em
harmonia e beleza.Quando a música segue as regras
básicas da harmonia, apela aos sentimentos do
crente , e do ser humano regra geral.
6. Deve ser apropriada à ocasião em que estiver
sendo usada . Os números musicais devem ser
relacionados com o tema do programa; assim
aproveitaremos o máximo do seu uso. Por exemplo ,
alguns hinos para ocasiões especiais surtem grande
efeito quando são cantados naquela ocasião.
7. Deve ser adaptado ao uso da congregação . A
música deve estar dentro do alcance da voz média e
obedecer a certas qualidades teóricas.
8. A letra deve expressar o sentimento da
congregação , através de expressões que todos
podem compreender.
9. Deve ser apropriada e· ao alcance da c
apacidade dos cantores . A música que honra a
Deus é aquela que leva uma mensagem a cada
coração .
1O .Deve ser tão simples que pode ser entendida por
todos, mas ao mesmo tempo , deve provocar em
nós o desejo de melhorar a nossa vida e o nosso
entendimento.
91
Cultos e Panacias Rc\ . Mauro Clcmcntino da Silva

No meio da mata selvagem a menina foi aj untando


sapos. Queria a qualque r custo que cantassem . Tinha já
ouvido sapo cantar e notou que todos cantavam em
diferentes timbres - como seria bom ouv ir todos
cantando juntos ! Nunca tivera oportunidade de ouvir
coro melhor e agora esperava aquele grande momento.
Mas os sapos não obedeciam. Queria que todos
cantassem ao mesmo tempo. Resolveu colocar sal nas
costas deles. Como ria quando os sapos corriam para a
poça de água e se lavavam... Até hoje nunca a menina
conseguiu que um coro de sapos cantasse para ela, mas
como canta bem um coro de igreja, quando é dirigido por
31
esta menina, que se chama Anna Batista Campelo .

31
Vultos da Música Evangélica no Brasil. 811/ lchler

92
Cultos i.: Prtn:lc0ias R v . Mauro Cli.:mi.:ntino da S ilva

Hinos
X
Carinhos

LETRAS E MÚS ICAS


Antig as X Contempo râneas

"Equilíbrio difícil de ser


conquistado"

Um equi líbr io d i fícil de ser conquist a do mas


que traz uma ex celente dieta no louv or a Deus.

Mais um vez nos deparamos com um assunto que


tem causado muitas dores de cabeça às igrejas. Ao
invés de nos sentirmos felizes com as v árias opções
que temos, ao contrário , temos radicalizado posições,
endurecido o caráter e entristecido ao Espírito Santo de
Deus.

É muito comum você ir à uma igreja e ouvir :


"aqui não cantamos carinhos. Somente hinos do
nosso abençoado Cantor Cristão". Do outro lado,
também constantemente se ouve: "Aqui não
cantamos mais hinos do Cantor Cristão, isto já está
fora de moda. Agora só cantamos carinhos". E, mais
recentemente tamb ém já temos: "Nossa igreja agora
só canta no HCC"...

93
Cultos e P:111:ic0i:is Rc\ . Mauro Clcmcnt ino ela Silva

No meio a tudo isto vamos trabalhando


paralelamente com culpas e posicionamentos que
necessariamente nada tem a ver com sagrado ou divino,
e sim uma necessidade muito grande de nos arejarmos e
refletirmos sobre as várias possibilidades que Deus está
nos concedendo .

É maravilhoso em um mesmo culto você poder


cantar um hino escrito pelos Reformadores como Calvino
por exemp lo, ou por um dos avivalistas como Wesley, e
podermos também louvar a Deus com os hinos de
Salomão Ginsburg ou Manoel Avelino de Souza ou por
canções de Graham Kendrick, David Peacock, ou por
outros escritores nossos contemporâneos. Temos assim
gerações a fio de testemunho e louvor que nos
estimulam à adoração. Por que nos privarmos de tão rica
variedade para nos empobrecermos por causa de certos
estilos?

Hoje em dia, vez por outra, encontramos


aqueles que ainda insistem em que o uso de
instrumentos é do diabo e que não devem ser usados
nos cultos de adoraç ão.

Talvez, em grande parte, baseiem o seu ponto de


vista no fato de que pouco é dito em o Novo Testamento
sobre a música instrumental. Sem dúvida, eles se
esquecem de que durante o tempo do Novo Testamento
as congregações não podiam gastar muito dinheiro com
instrumentos caros, como o faziam no tempo do Velho
Testamento .

94
Cullos e Panac1as Rcv. Mauro Clcm11Lino da Silva

"Tudo depende da "pecinha"


que está por detrás do
instrume nto"

Certa feita , participando de uma possível


sucessão pastoral, percebi os líderes daquela igreja
preocupados se o passivei novo pastor era a favor
ou contra determinado instrumento, que não demorou
muito para se descobrir que era a "bateria". Indagado
por aqueles irmãos sobre o ser "a favor ou contra"
tal instrumento , pudemos nos expressar da seguinte
forma: "Irmãos, qualquer instrumento pode servir
para o louvor a Deus, depende de quem está por
traz do instrumento . Se uma pessoa não convertida
ao nosso Senhor Jesus Cristo f ize r uso do piano,
poderá mostrar todo o seu talento musical, o que
não signif ica que estará louva ndo a Deus... O u
seja, tudo depende da "pec inha" que está por
detrás do i nst rumento , e não do instrumento em si.

A maior parte das igrejas do Novo Testamento,


devido à persegu1çao, estava constantemente se
mudando e, desta maneira, portanto, dispunha de pouco
ou de nenhum tempo para desenvolver a música ou de
32
treinar seus músicos .

Pr. Walmir Vieira, pastor Batista, mui sabiamente


se expressou em um artigo com o titulo "Opinião na
palma da mão" · O uso de palmas rítmicas não pode
ser visto sob o ponto de vista doutriná rio, teológ'ico ou
bíblico. Usar e não usar é uma opção cultural. Quem
tenta, através das Escrituras, buscar base conde·natória
32
A música na Bfblia. por Paul McCommon. pag. 23
Cul tos e Panac.:l:i:-ts Rl!v. Mau ro Ckmc:ntino da Silva

ao uso, costuma não ser feliz em sua empreitada . Por


ser um traço cultural, espontâneo do grupo, cada
comunidade deverá decidir-se sobre o seu uso,
considerando as características , as preferências , o estilo
de culto, o público, o costume amplamente aceito, o
momento histórico e o ambiente peculiares a cada igreja.

Tentar impor o uso de palmas a um grupo


majoritariamente resistente , que não tem tradição ou
gosto quanto ao seu uso, inevitavelmente levará a um
choque cultural e a um conflito social, tanto quanto tentar
tirar o uso de um grupo que já absorve u a prática e gosta
dela. Não são mais batistas ou menos batistas as
igrejas que usam ou não as palmas: são, sim, mais
batistas, as que se respeitam a sua autonomia e
vontade .

A música para o culto deve ser bem equilibrada,


visando a introspecção, a comunhão , o
relacionamento homem-Deus bem como Deus
homem.

O culto deve sim expressar a cruz e permitir que


todas as pessoas se cumprimentem e se abençoem
. O "toque" é importantíssimo para o espírito bem
como para a alma do ser humano. Mas não é hora de
entretenimento.

Entretenimento é o momento quando o homem


vai relaxar sozinho, em família ou com amigos. Vai
ouvir músicas, praticar esportes, etc. Isto ele também
faz na presença de Deus, mas não significa a mesma
expressão do culto comunitário .

É preciso que saibamos quem somos, o que


queremos, o que buscamos, o que estamos fazendo , o
que vamos deixara para a próxima geração. Mas com

96
Cultos e Panacéias Rev. Mauro Clementina da Silva

certeza , o momento que estamos testemunhando é de


uma grande PANACÉIA disfarçada em culto nos mais
longínquos horizontes e dentro das mais variadas
denominaçõe s.

97
Cu ltos e Panacéias Rcv. Mau ro Ckmcntino da Silva

Louvor ca.ntado I

Canto Congriegacional

33
Q .canto congregacional deve ser
um momento, ao mesmo tempo, de grande júbilo e
de espírito festivo, mas sólido, consistente e
positivo. Não recomendamos que seja colocado na
ordem de culto um hino ou hine1to
desconhecido da congregação.

Há pastores que se justificam dizendo que a


congregação precisa aprende1r e insistem nesta
tecla. É horrível quando você entra nesta ciranda e
fica apenas mexendo com os lábios ou mesmo
tentando ler, quando deveria estar cantando com
todo fôlego o louvor devido ao Senhor.

Se o dirigente (da igreja mesmo ou o responsável


pela música da igreja) for criativo perceberá que existem
vários espaços na igreja para ensinar hinos e hinetos
novos, mas não no momento da celebração da nossa
Fé.

Acreditamos também que deve haver uma boa


mesclagem entre o novo e o antigo. Existem hinos que
falam e pregam sozinhos. A lembrança deles para a
congregação sempre irá fortalecer algo aprendido no

.>.i LOUVE VIVENDO - Mariza Cristina Martins da Silva

99
Cultos e Panacéias Rcv. Mauro Clcmcntino ela Silva

passado que traz grande significado para a vida .das


pessoas nos dias que correm.

Os hinetos, ou popularment e conhecidos como


"carinhos", também não podem ser desdenhados. Isto
não significa querer agradar a gregos e troianos, mas
sim ter tato, sensatez e sabedoria no uso daquilo que
temos de bom em todas as épocas e gerações. Tome
muito cuidado principalmente com o canto de hinetos ,
pois existem muitas torções , heresias , faisos ensinos
por aí que "fazem sucesso" somente pelo ritmo que
possuem.

Estes "cânticos da atua lidade" têm uma


vantagem , se podemos dizer assim, sobre os hinos
pelo menos por dois motivos : são fáceis musicalmente
falando e curtos em suas letras - as pessoas aprendem
mais facilmente .

100
,..EU QLJ'E:RO SEr<
uM vAc;o NoVO I 'I
Cultos e Panacéias Rcv. Mau ro Clementina da Silva

Louvor cantado li

Músicas Especiais

Solos, duetos, Trios, quartetos , conjuntos, corais ,


etc., etc...

O diretor de musica da igreja deve ter muita


cautela e sabedoria também e principalmente neste
particular. Quem deve cantar no culto, o que cantar no
culto, quando cantar no culto - são decisões que devem
ser tomadas com firmeza e com muita precisão . Estamos
fartos de "cultos" com seus improvisos.

É lamentável quando vamos adorar o Senhor na


comunhão dos santos, e "de repente", alguém "que faz
muita questão em cantar para o Senhor"(o que em si já
está totalmente errado, porque tudo no culto é para o
Senhor).

"Mas é para o Senhor"


É uma redundância desnecessá ria, e que ainda
diz: Irmãos, eu não ensaiei, minha voz não está muito
boa, e estou até um pouco rouco. Mas é para o
Senhor (é a frase mais sórdida e ínfima que alguém
tem a ousadia de dizer). E ainda acrescenta : os irmãos
fechem os olhos (podia muito bem dizer também -
fechem os ouvidos) e fiquem em atitude de oração
(eu nunca entendi isto). Talvez devamos fechar os
olhos para não vê- lo passar tanta vergonha, quando
deveria apresentar

1 03
Cultos e Panacéias Rcv. Mauro CIL:mcnt ino da Silva

seu melhor para Deus, fica apresentando restos,


sobejos ...

Nas produções espec1a1s, deve-se ter o cuidado


também com a ordem das apresentações . ·sugerimos a
seguinte:

Solo -Trio
Conjunto
Conjunto -Trio
Coral
Coral -Trio/Dueto
Coral
Dueto -Solo
Dueto

Além disso devemos tomar o cuidado para não


fica rmos cantando o culto inteiro como se fosse um culto
cantado, prejudicando as outras partes de igual forma
são tão importantes quanto.

1 04
Cultos e Panacéi s Rcv Mau ro Clcmcnti no da Silva

Canto Congregacional
Superior

O Canto Congregaciona l é feito "pelos membros


das Igrejas e não para eles", daí suas vantagens e
restrições. Como fator positivo permite uma participação
de maior número de pessoas . Todos devem cantar.
Devemos estar sempre melhorando o canto
congregacional para torná-lo espiritual entusiasta .

Suas vantagens:

Através çlele:

1. Os membros da Igreja podem expressar seus


sentimentos de Louvor e Adoração ao nosso
Deus.
2. Os crentes proclamam e testemunham aos outros
a sua fé em Cristo.
3. Os membros são unidos por laços de comunhão.
4. Crentes e não crentes podem aprender verdades
cristãs tanto a respeito da salvação c omo das
doutrinas da Igreja de Cristo.
5. O crente conversa, no culto, com seu Criador
utilizando-se dos hinos para comunicar seus
sentimentos religiosos .
6. O Evangelho pode ser compreendido de forma
fácil, ou seja, o amor pela beleza tonal está no
coração de todos os homens e quando textos
nobres são cantados com melodias estimulantes e
com verdade iro sentimento o efeito é visível.
7. Cada um se aproxima do seu próximo em espírito,
o grupo deixa de constituir-se de indivíduos

105
Cultos e Panacc1as Rcv. Mau ro Ckmcnt ino da Silva

isolados ; de fato tornam-se completamente


membros do corpo de Cristo. Quando um grupo de
cristãos canta com vitalidade a mesma melodia,
responde no mesmo ritmo, quando pensa e sente
as mesmas idéias e emoções durante o ato de
louvar é inevitável essa aproximação .
8. Tanto as verdades cristãs como as doutrinas da
Igreja de Cristo tornam-se fáceis de serem
lembra das por causa das melodias e cadência s
rítmicas que se repetem.

A congregação canta musicalmente quando


algumas regras do canto congregacional são
estabelecidas . Eis algumas delas;

• Realizar as entradas e cortes dos cânticos juntos;


• Manter os andamentos (rápido, moderado ou lento)
estabelecidos pelo regente;
• Estar atento à dinâmica implantada pelo regente na
música que está sendo cantada ;
• Cantar no tempo, isto é, qualquer tempo que seja
cantada a música , cante-o com certeza, não corra à
frente nem fique atrás dele, mas preste atenção às
vozes e mova-se exatamente neste momento, e
cuidado para não cantar lento demais.

106
Cu l tos e Pa11:\c 1as Rv Mauro Ck111cnt1110 da Silva

"Cante espiritualmente"

John Wesley disse certa vez: "Acima de tudo cante


espiritualmente : pensando em Deus ao cantar cada
palav ra; procurando agradar a Deus mais do que a
si próprio ou a qualquer criatura, prestando também
atenção no sentido daquilo que canta, fazendo com que
seu coração não seja levado pelo som, mas oferecido a
Deus continuamente. Agindo assim seu canto será
aprovado pelo Senhor aqui e Ele lhe compensará
quando vier do céu nas nuvens."

Que tipo de cantor congregacional é você?

a) Cantor desint eressado (canta por cantar, sem


ref lexão, só canta o que gosta)
b) Cantor emocionado (aquele que não permite que a
letra fale mais alto do que o som que ouve)
c) Cantor interessado, inteligente e participante?

Responda você mesmo.

AGOSTINHO disse certa vez: "Quando fico


comovido pela voz daquele que canta mais do que pelas
palavras cantadas , confesso que pequei". Quantas
vezes temos cometido este pecado e cultuamos a
música no lugar de Deus!

No Cântico Congregacional o cuidado deve estar


em não trazermos o ânimo apenas pelo ritmo ou a
contrição pela melodia, mas em usarmos esses
estímulos (ritmo e melodia) de forma consciente e
sincera .

107
Cultos e Panacéias RL.:v. Mau ro Ckmcnt ino da Sil va

A adoração musical é perigosa quando reduzida ao


mero sentimentalismo. De acordo com o apóstolo Paulo
devemos "Cantar com o espírito (emoção) , mas também
cantar com o entendimento (razão)". (lCor. 14: í 5).

Para isso é necessário muita unção de Deus na


escolha dos hinos certos, da música certa a ser usada
no culto. Segundo Donald Hustad, um estilo musical não
é nem sacro nem secular. Handel usava a mesma
música para textos religiosos ou profanos.

Martinho Lutero desenvo lveu melodias corais


usando canções fo lclóricas e foi ele mesmo que disse:
"Os cristã os aprendem mais doutrinas através dos
hinos do que pelos sermões que ouvem". Os
exemp los foram dados para percebermos a importância
do texto de um hino.

Devemos evitar o que é v ulgar e trivial. Também


o que é elitista e incompreensível. A boa música, com
boa harmonia e equilíbrio, ajuda r-nos-á na elabo ração
de pensamentos sobre os fatos estimulando uma
atitude correta e sincera.

Havendo equilíbrio entre ritmo, melodia e harmonia


e estes em função de enfatizar o texto, teremos um nível
de música que nos levará à reflexão, ao pensamento e à
adoração. A reação intelectual é conscient e, é um ato da
vontade .

1 08
Cultos e Pan:lc1as Rev. Mau ro Clcmelllino d::i Sil v:l

Pensando nisto, respondamos algumas perguntas


que devem ser feitas a cada culto sobre a música nas
igrejas:

1. Expressa os pensamentos de uma realidade


espiritua l?
2. É fiel às escrituras?
3. Enfatiza o significado da letra?
4. Está dentro do nível musical da congregação?
5. É a música que o apóstolo Paulo nos exorta a
fazer?
6. É um "show" para a congregação ou um vínculo
de adoração?

1 09
Cu ltos e Pa nacéias Rcv. Mau ro Clcmcnti no ela Silva

Participações Especiais

Servos
X
Astros e Estrelas

Como já diz bem um ditado popular: "Nesta vida


quase nada se cria, tudo se copia", esta é uma
afirmação quase que totalmente verdadeira nos
modelos de igreja e, logicamente culto e adoração
nos dias que correm.

Se prestarmos bem atenção, logo que alguém


apresentar algo que "faça sucesso" diante das telas
de TV, logo, logo veremos a cópia-imitação entrando
pelos nossos santuários tentando repetir a fórmula
diante das nossas congregações.

"Forma e estilo
X
comportamento"

Acredito que já temos presenciado senão de tudo,


de quase tudo - da imitaç.ão de Michael Jackson,
Madonna, Xuxa e suas Paquitas , Roberto Carlos, Elba
Ramalho, Chitãozinho e Xororó à Daniela Mercury e
outros . E a imitação não vem só na forma e estilo
mas

111
Cultos 1.: i>:111acl:i:1s Rc\ M:wro Ck1111.:11t1110 d:-i Silvn

também no comportamento · Só vêm para o culto se


estiverem escalados. Se não estiverem escalados , não
aparecem . Quando vêm ao culto, só chegam na hora do
"show'' e tão logo terminam a "apresentaç ão", deixam o
santuário e se retiram. . Como se tudo isto não
bastasse, agora estamos a ouvir de "astros e estrelas"
que cobram um "cachê" altíssimo. e adiantado para
darem ''testemunho de conversão" . Ê mole???!!!

Sugerimos aqui alguns critérios para aquelas


pessoas que tomam lugar em um dos atos do culto para
louvar ao Senhor de forma especia l:

1. Devem ter horário para o devido


ensaio/treinamento com ola instrumentista, seja
quem for ou qual instrumento for (bom é que o
instrumento seja adequado ao estilo musical que
vai ser apresentado;

2. O solista, Dueto, Trio, Conjunto ou seja quem for


só deve se colocar diante da igreja para o louvor
quando se ver ificar que está realmente bem
treinado, dominando a letra e a música. É um
desaforo que se faz primeiramente para Deus e
depois para o Seu povo, quando alguém se coloca
diante da igreja, pede que todos fechem os olhos,
que orem enquanto ele/e la estiver cantando e
ainda tem a insensatez de dizer: Se eu errar Deus
sabe que foi para Ele... Vejam só a ponto que
chegamos ...???!!!

3. O solista, dueto, trio ou conjunto só deverá vir


diante da congregação para uma música espec ial,
quando convidado ou agendado pelo responsáve l
pela área na igreja,obviamente em aco rdo com o
pastor e seu programa de púlpito, pois "casará" o
hino com a mensagem pregada .

112
Cultos <.: Panac ias Rcv. Mauro Clcmc11ti110 ela Silva

4. Todos os solistas , vocais, duetos, trios, conjuntos,


corais da igreja devem ensaiar com o máximo de
antecipação possível para evitar "improvisos''.

Os ensaios de datas especiais como Páscoa e


Natal devem começar em torno de seis meses de
antecedência para que na época estejam em
disponibilida de para as apresentações públicas que
se fizerem necessárias em escolas , universidades,
praças, shoppings, calçadões, avenidas, etc, e não
fiquem ainda presos a ensaios de véspe ra e depois
numa única ''apresentação" que fazem para a igreja,
acham que cumpriram o seu papel.

l J3
Cultos G Panac ias Rcv. Mau ro Ch.:mcntino da Silva

Teologié do culto

"Não prego teologia, só prego a


Bíblia".

"Rogo-vos pois, irmãos , pela compaixão de


Deus, que apresente is os vossos c:orpos em sacrifício
vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto
racional, e não vos conformeis com este mundo, mas
transformai -vos pela renovação do vosso
entendimento para que expe rimenteis qual seja a boa,
agradável , e perfeita vontade de Deus" Rom.12: 1-2.

Freqüentemente ouvimos alguns pastores dizerem:


"Não prego teologia, só prego a Bíblia". Começo a
ficar tremendamente preocupado com o que suas
ovelhas estão ouvindo, se o pastor não está
estudando , elaborando , construindo seu sermão antes
de pregá-lo.

Sugerimos ter ao menos duas leituras básicas na


estrutura da Ordem do culto. Se o pastor for pregar nos
Evangelhos, é recomendáve l que a leitura seja das
profecias que enfoquem o assunto do sermão .

Se a mensagem for nas cartas às igrejas, o


conselho que se segue então é que a primeira
leitura seja dos Evangelhos, ou das Profecia s ou
mesmo do Pentateuco .

Talvez alguém Jiga: Mas, para que esta


preocupação? É muito importante que tenhamos esta
preocupação. Quando todo o culto é trab alho de forma

115
Cultos e Panac0ias Rcv. Mauro Ckmc11ti 110 ela Silva

sistemática, harmonizado doutrinariam ente e


corretamente solidificado na Palavra, o Santo Espírito
fará seu trabalho sem tantos gemidos, pois a mente dos
ouvintes já está preparada e aberta para o entendimento
da mensagem.

A primeira leitura bíblica é freqüentemente


chamada de leitura devocional, e é VITA L e DIRETIVA
para tudo que vier a posteriori. Ela em si já guia a mente
do ouvinte na direção para onde todos iremos esta noite
ou durante este culto. E, mesmo que o pastor venha a
se "perder" em sua mensagem , o mais importante é que
o Espírito Santo terá plena liberdade e facilidade em
"amarrar" a Palavra lida na primeira vez com a da
segunda vez (da mensagem) , e mesmo que o ouvinte
venha a se esquecer sobre o que o pastor falou,
virtualm ente o Santo Espirita o lembrará da Palavra
Sagrada .

116
Cu l tos t: P:i n:ic0ias Rcv. M auro Clc1111.;ntí110 da Silva

A
Centralidade
da
Mensagem Pregada

"O sermão é indubitavelmente é


a parte mais importante do
culto"

Confesso que já disse por diversas vezES em


público ser um grande erro afirmarmos "agora teremos a
parte mais importante do culto"... e estou ciente de que
este assunto carece estudo aprofundado . Todavi<3 ,
dou a mão à palmatória que o sermão é indubitavel
mente é a parte mais importante do cu lto sim. Mas
para que isto seja verdade, ele (sermão) não pode
ser pego separadamente das demais partes,
como se não tivesse nada a ver com as demais.
Veja os estudos que apresentamos nos outros
capítulos anteriores.

A mensagem pregada tem seu "pico" se no culto


houver ordem; se foi elaborada uma teologia apropriada
em todas as partes; se foi obedecido uma seqüência e
um "crescendo" aponta para a Palavra pregada; se o
culto está realmente sendo dirigido a Deus; se o sermão
estiver dentro de uma dieta equilibrada que o pastor, por
conhecer o seu rebanho o preparou adequadamente ; se
as músicas tanto cantadas pela congregação tanto
quanto pelo(s) grupos especiais estiverem em
ha1·monia
l17
Cu I tos e P:111:ic0i:ts Rev. Mau ro Ck1rn:nt i n o cb Sil v:t

com o que vai ser dito; e, acima de tudo se tudo isto,


juntamente com o sermão que foi elaborado
antecipadamente , e não nos "joelhos " no sentido de
(iltima hora, também for regado com muita, mas muita
oração .

A mensagem pregada deve ser o ponto de


equilíbrio entre o que o povo expressou a Deus e
agora o que Deus está a falar ao seu povo através da
exposição da Sua Palav ra, Ele deve corrigir, arrancar,
destruir, derrubar, cortar, explodir, como também
aplainar, plantar, construir, edificar, remendar,
consolar, confortar, aliviar.

É muito importante que o pastor saiba que está


transmitindo a Palavra de Deus a uma congregação
composta de indivíduos que tomarão decisões
influenciados pelo que ouviram durante toda a
semana, e que muitos deles, só voltarã o ao santuário
novamente no próximo domingo, e que alguns jamais
voltarão a qualquer santuário novamente neste
mundo. E, por mais que o sermão venha abordar as
realidades e tristezas do inferno, a maior parte do
sermão tem que enfatizar a grandeza de Deus e o
Ministério de Cristo neste mundo e o que Ele v eio fazer
para nos resgatar.

118
Cultos e Panacéias Rcv. Mau ro Clcmcnti no da Silva

"Pastor: Sacerdote e Profeta".

Acredito que o sermão constrói a ponte


verdadeira em todos os níveis: no culto em si, em
primeiro lugar nós oferecemos a Deus nossa
adoração, então Ele nos fala através de Sua Palavra;
no sentido bíblico, o sacerdote levava o homem a
Deus procurando intermediar as dores daquele com a
graça abundante Deste, através do oferecimento dos
holocaustos e sacrifícios; o profeta dizia ao povo o
que Deus desejava, fosse na forma de correção ou
acertos ou atitudes e comportamento. O pastor faz os
dois papéis (sacerdote e profeta) em termos e
dimensões completamente diferentes.

1 19
QvE.NI FOI <;?UE
'PEDIU MAIS LE.IT
E5f'112 ITVA L ;>
Cu l tos e Panacéias Rcv. Mau ro Clementina da Silva

Programa de Púlpito

Trabalho para um
Nutricionista
Normalmente se diz que no primeiro ano de
Ministério em uma igreja, ele está simplesmente de
namoro com ela. Do segundo para o terceiro ano ele
passa a conhecê-la, ou ambos se conhecem melhor. Do
terceiro para o quarto ano o pastor já tem uma idéia se
irá "criar raízes" ou não, já traçando as metas básicas e
as prioridades do Ministério. O quinto ano é
decisivo quanto a sua permanência ou não nesta igreja
( isto não é regra fixa, nem muito menos uma
fatalidade, a experiência através dos anos tem nos
mostrado que isto é um fato) justamente devido ao
acasalamento ou não de sua ví são, metas, prioridades
e est ilo de ministério com a referida congregação.

Talvez isto seja o fator principal porque em sua


grande parte os pastores batistas não passam da
fase de namoro inicial com as igrejas. Se levamos em
conta todos os fatores envolvidos no convite a um
pastor, este assunto seria obrigatoriamente tratado com
mais profundidade pela denominação em todas as suas
ramificaçõ es e instituições...

Quando uma igreja estiver para convidar um


pastor, ao invés de olhar para sua aparência física (1
Sam. ), voz impostada, classe social e outros
adjet ivos, a igreja deveria discutir, prioritariamente,
sua visão para a mesma, ou seja, para aquela igreja.

123
Cultos e Panac0ias Rt:v. Mau ro Cle111ent1no da Si l va

O fato de um pastor fazer um excelente


trabalho em uma igreja, não significa que repetirá o
mesmo com a outra por simplesmente copiar a forma
e as atividades que realizava antes . A igrej a deve-se
abrir ao máximo para ser conhecida pelo mesmo, e
trabalhar ao máximo para conhecê-lo também .

Volta e meia o que nos deparamos é com um


verdadeiro ''esconde-esconde " de ambas as partes. Por
um lado, pastores que não se deram bem no Ministério,
por várias razões, e vão à busca de outras igrejas que,
por sua vez, não averiguam , através da liderança de
onde ele veio, nada sobre o mesmo. SOMENTE
QUANDO SURGEM OS PROBLEMA S É QUE
OUV IMOS OS "A IS".

Do outro, igrejas que fazem verdadeiro desfile de


nomes de celebridades que passam a ouvir nas
chamadas "série de conferências ". Quando na realidade
a igreja deveria convidar o pastor para conhecê-lo e se
tornar conhecida ao mesmo facilitando assim o trabalho
do Espírito Santo em ambos para a resposta no tempo
certo.

Por isso também , muitos pastores, ao pensar que


estão assumindo um jardim de Deus, perfumado ,
aromatizado .., estão na v erdade herdando um
e11orme sacolão, onde só encontram pepinos, abacaxis
e abobrinhas ...

Falta-nos VISÃO. Esta é a peça essencial em tudo


que vamos fazer e realizar. Neste primeiro ou primeiros
encontros da igreja com este referido pastor, é de suma
importância que a igreja por inteiro (e não apenas
"alguns lideres") conversem, perguntem, deixem-se
conhecer pelo pastor bem como OUÇA M-NO
atentamente quanto a - sua criação, forma ção,
Ministério

124
Cu!tos e Panac6ias Rcv. Mau ro Clcmentino da Sil va

já realizado, familia, e expectativas . Note que


"expectativas " é uma palavra grávida e bastante flexível.
Mas com este diálogo, tanto a igreja quanto o pastor
poderão construir um sólido f undamento quanto ao
futuro de ambos.

A ssim como o pastor, a partir deste ou destes


encontros, perceberá se é isto que se casa com sua
perspectiva ministerial ; a igreja também terá formas de
saber se é isto que está "querendo" para o seu
desenvo lv imento e marcha.

Isto tudo tem a ver com V ISÃO de ambos para


o Ministério. Na realidade , quando da consulta , o pastor
ao vir visitar a igreja NECESSARIAMENTE deve "abrir
o jogo" quanto a sua visão, mas só poderá discutir
sobre metas, prioridades e seu estilo com relação ao
ministério anterior e não sobre o que está para ser
iniciado.

A igreja, por sua vez, analisará se a visão do


pastor se adequará à sua realidade, o que no processo é
fundamental. Quanto às metas e às prioridades, ao
contrário do que muitos pastores pensam e ensinam, é o
pastor quem deve orientá-las.

Por diversas vezes tenho v isto em clinicas,


retiros pastorais e outros, colegas dizerem: Este ou
estes planos são apenas do pastor e não da igreja. A
í está justamente a diferença do pastor de ovelhas e
do vaqueiro . O pastor vai à frente, o vaqueiro fica
sempre atrás. Se a igreja não acompanhar seu pastor
FATALMENTE irá perdê-lo. Estilo é uma questão muito
pessoal.

Tenho observado no decorrer dos anos que


igrejas conhecidas nacionalmente como
"tradicionais " escolheram pastores comp
letamente
125
Cu ltos e Pa nacéia s Rcv. Mau ro Clcmcntin o da Silva

desconhecidos e de estilos bem diferentes do que


estavam até então acostumados . O que importa,
como em todo bom casamento que se preze, é que
a igreja em conhecendo bem seu pastor não se
case com ele pensando que irá mudá-lo "com o
passar dos anos". De igual forma o pastor não vir à
igreja atraído a este ministério por alguma razão e
dizer consigo mesmo: Este "quezinho" não é
problema pois vou mudá-la, etc. etc. etc...

Uma vez casada a v1sao, o pastor "assume" o


Ministério desta igreja. Ele deve preparar inicialmente
programas breves de púlpito. Poderão ser mensais mas
acredito que tanto para o pastor quanto aos seus
auxiliares (dirigentes do culto, diretora de música,
musicistas e instrumentistas) é melhor que seja
trimestral. Isto não significa necessariamente que pastor
tenha que ter os sermões de três meses todos
prontinhos e organizados.

Mas ele precisa ao menos saber a direção "para


onde quer ir".

Para isto ele deve ter sempre em mente a ênfase


da Denominação para o ano. Só aí, se for sensato, já
terá subsídios para mais da metade do seu cardápio .
O Calendário Eclesiástico também o ajudará em muito
nas ênfases mensais, trimestrais e anuais. O pastor
precisa também OUVIR muito seu povo. Ouvir com três
ou dez filtros antes que as palavras atinjam seu martelo
ou sua bigorna. Ouvir o que o povo tem mais carência
com relação à Palavra de Deus, doutrinas , dificuldades
de praticar a Palavra do Senhor, etc. etc. etc.

126
Cultos t.: PanacC::1as R v. Mau ro Clcmcnlino da Silva

"Cardápio correto: dieta


balanceada"

Nada, absolutamente nada, nenhum programa


importante, nem teatro ou qualquer outro tipo de
transmissão dev e tomar o lugar da PREGAÇÃO DA
PALAVRA . Por isso, o pastor deve estar bastante
atento ao equilíbrio e logicamente ao balanceamento
da dieta da mesma para o seu povo. Se. por
exemplo, o povo estiver falando muito sobre o Espírito
Santo ou expressando dificuldades com esta Doutrina,
o pastor não deve repudiá-los, mas sim entender que
esta é a dificuldade do seu povo no momento .

Se em seu programa de púlpito isto não estava


programado , ele sabiamente , deve suspender o
programa de púlpito temporariamente e orientar o seu
povo na referida dificuldade , e estar atento ao Fruto
do Espírito, que deve ser uma conseqüência imediata de
QUEM VIVE NO ESPÍR ITO. Este dev e ser o equilíbrio.

Se após ter ensinado sobre o Espírito Santo, o


pastor perceber que sua igreja vive em fofocas. vidas
fracassadas , o pastor deve confrontá-los com "obras da
carne e o f ruto do Espírito"...

Enfim, este programa de p1jlpito provisório dará


ao pastor um certo norteamento no nov o ministério. Ele
jamais estará errado em ensinar ao povo de Deus as
Doutrinas Bíblicas. E com o passar dos dias, meses e
anos ele conhecerá melhor o povo e suas necessidades
preparando-se assim cada vez mais e com mais
conhecimento de causa

127
Cul tos e Panac0ins Rl:v , Mau ro Clcm enrino da
Silva

Fica a sugestão do sermão expositivo que livra o


próprio pastor da acusação de estar "jogando carapuças"
quando está ministrando a palavra de Deus. O pastor
pode programar uma série de sermões expositivos e
ficar a observar se seu rebanho está se alimentando
com os mesmos...

Normalmente , nas Igrejas Batistas e outras co


irmãs evangélicas , os três cultos básicos da semana
são: Quarta-feira, 19h 30; Domingo, 1OhOO e às
19h00. O pastor deve ter estes períodos de tempo
muito bem claros em sua mente e não deve olvidá-
los.

Basicamente são estas as ocasiões que ele terá


para alimentar, encorajar, consolar, guiar, bem como
podar, corrigir, cortar e derrubar falsas crendices,
heresias e ensinos e práticas que não convêm aos
fiéis. Ao subir ao púlpito o pastor deve ter sempre em
mente o seguinte: O QUE MEU POVO FARÁ COM O
ENSINO DA PALAVRA DE DEUS DURANTE ESTA
SEMANA?

Fico deveras preocupado quando fico sabendo


que determinada pessoa esteve no culto conosco e
dias depois cometeu suicídio. "O que deixamos de
fazer para evitar que isto acontecesse?" deveria ser
um dos questionamentos à nossa mente. Por outro
lado, também não vamos agora assumir uma culpa
desnecessária .
1 28
Cultos e Panac0 1:1s Rev. Mauro Clementi na da Silva

"anti-culto"

Não nos esqueçamos que como resultado direto


de um culto mal feito, o anti-culto, como já vimos
anteriormente , logo após a expulsão do jardi m,
um irmão matou o outro. Quando avisado por
Deus, ao invés de consertar o erro, matou seu
irmão. E hoje em dia está acontecendo exatamente
o mesmo. Só não utilizamos as mesmas armas,
mas o resultado é tão cruel quanto o primeiro ...

Tenho tido uma preocupação muito grande com a


Igreja, como Corpo vivo de Cristo. E, quando leio em
João 1O:1O - "Eu vim para que tenham vida e a tenham
em abundância". Mt. 11:28-30 - "Vinde a mim, todos os
que estais cansados e oprimidos , e eu vos
aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim
que sou manso (não burro) e humilde de coração; e
encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o
meu jugo é sua v e e o meu fardo é leve.

Quando leio entre outros textos . Gálatas 6,


Ezequiel 37 e 47, !saias 53-55, vejo a Igreja de Cristo
como uma COMUNIDADE TERAPÊUTICA . Não nos
esqueçamos que o convite de Cristo, tão utilizado em
sermões evangelísticos, foi pregado a pessoas
religiosas...

Muitas pessoas hoje que freqüentam nossos


templos, não têm nenhuma devoção particular com
Deus ou a Deus. Estão a li enganado-se e sendo "por
elas mesmas enganadas". Chegam a ler a Biblia
toda , canta m, oram, se batizam, se tornam membros
da igreja. Mas não há conversão em suas

1 29
Cultos e Pan :lcGias Rcv. Mauro Ckmcn t1no cb Silva

vidas.Aprenderam a exibir o lado externo da quele


grupo denominacional ou até mesmo de uma seita.
Mantêm um bom programa, ou um departamento ,
pertence a um grupo musical ou presidem al90 de
importância na igreja. MAS SÓ ESTÃO ALI PARA
ISSO E PONTO FINAL. Não há conversã o genuína
em suas vidas . São aqueles a quem o apóstolo
Paulo se refere dizendo: "... aprendem sempre, mas
nunca podem chegar ao conhecimento da verdadle.
... resistem à verdade, sendo homens corruptos de
entendimento e réprobos quanto à fé" li Tim.3 : 7-Bb.

Ao escrever sobre esse assunto, a ssim ,Judas


10-19 nos exorta: "Estes, porém dizem mal do que
não sa bem; e, naquilo que naturalmente conh1 cem,
como animais irracionais se corrompem. Ai deles!
porque entraram pelo caminho de Caim, e 1Foram
levados pelo engano do prêmio de Bala ío, e
pereceram na contradição de Coré. Estes são
manchas em vossas festas de amor, banqueteando
se convosco, e apascentando-se a si mesmos. sem
temor; são nuvens sem água, levadas pelos ventos
de uma para outra parte; são como árvores murchas,
infrutífera s, duas vezes mortas, desarraigadas; ondas
impetuosas do mar, que escumam as suas mesmas
abominações; estrelas errantes, para os quais está
eternamente reservada a negrura das trevas. E
destes profetizou ta mbém Enoque, o sétimo depo is
de Adão, dizendo : Eis que é vindo o Senhor com
milhares de seus sa ntos; para fazer j uízo c ontra
todos os ímpios, por todas as suas obras de
impiedade , que impiamente cometeram , e por todas
as duras palavras que ímpios pecadores disseram
contra ele. Estes são murmuradores , queixosos da
sua sorte, a ndando seguindo as suas
concupiscências, e cuja boca diz coisas mui
arrogantes, admira ndo as pessoas por causa
do

1 30
Cul1os e Panac0ins Rcv. Mauro Clcmcntino da Silva

interesse. Mas vós, amados, liembrai-vos das


palavras que vos foram preditas pelos apóstolos de
nosso Senhor Jesus Cristo; os quais vos diziam
que no último tempo haveria escarnecedores que
andariam segundo as suas ímpias concupiscências.
Estes são os que causam divisões , sensuais, que
não têem o Espírito".

Se "acostumaram " com o fator externo do


cristianismo, obedecem às regras e padrões das
igrejas locais, mas não demonstram novidade de
vida. Precisam urgentemente ler Salmo 1:Sb "... os
pecadores não ficarão na congregaç ão dos juntos ",
Mt. 19: 16-30, destaque no vs.20 "Tudo isso tenho
guardado desde a minha mocidade; que me falta
ainda?" , Atos 8:19 "Dai-me também a mim esse
poder, para que aquele sobre quem eu puser as mãos
receba o Espírito Santo", Luc. 15: 11-32 "O filho mais
velho que nutria sentimentos ocultos, mas que na
realidade, era tão igual ou pior ao mais novo" e Apoc .
22: 11 "Quem é injusto, faça injustiça ainda; e quem
está sujo, suje-se ainda; e quem é justo, faça justiça
ainda; e quem é santo, seja santificado ainda".

No Reino de Deus não se entra meio limpo nem


meio sujo. Somente totalmen te limpo pelo sangue de
Jesus.E exatamente isto os torna doentios,
obcecados , frios, inertes, formais. Vivem para manter
o que julgam ser um fim em si mesmo, quando na
realidade, NADA na Igreja de: Cristo é tão importante
quanto a ADORAÇÃO. Esta ação trocada e v1sao
míope transforma estas pessoas em seres doentes
crônicos.

Vá rias e vá rias vezes tenho afirmado por


estes brasis de Deus, que Deus nos chamou para
que fôssemos uma COMUNIDADE TERAPÊUT ICA,
mas

13 1
Cultos e Panacéias Rev . M:l u ro Clc.:menti110 da Silva

que nos tornamos em verdade iros MANICÔMIOS,


com psicopatas e maníacos depressivos que
choramingam atenção aos seus problemas crônicos
que na realidade os mantém vivos, e não querem
saber de provar do óleo curador do Espírito.

Temos em Atos 3 que a primeira reação ao


Evangelho pregado no temp lo em Jerusa lém, foi
exatamente que o Cristianismo não vive de
MEND ICÂNCIA , NEM DE ESMOLAS, NEM
DE
SENTIMENTOS NEGATIVOS. Na palavra de Pedro e
João observamos o seguinte: NÃO TENHO PRATA,
NEM OURO. MAS O QUE TENHO 1$TO TE DOU. EM
NOME DE JESUS CRISTO, O NAZARENO, LEVANTA
TE E ANDA. E assim aconteceu.

Na chamada ao profeta Jeremias, Deus lhe


disse: "Olha, ponho-t e neste dia sobre as nações e
sobre os reinos, para arrancares , e para derribares e
para destruíre s, e para arruinares; e também para
edificares e para plantar es. Jer. 1: 1O . Observe a
proporção : são quatro verbos negativos para dois
positivos.

O pastor precisa ter em mente o texto acima e/ou


seus paralelos quando , ao fazer o trabalho de um
nutricionista preocupado com a boa alimentação do seu
rebanho, fizer o balanceamento adequado das três
refeições semana is . A Palav ra de Deus precisa ser
pregada, doa a quem doer. É a autoridade da Palavra .
Cultos e Pan:i d:ins Rcv. Mau ro Cle111cnti no da Silva

"púlpito é um lugar
muito sério"

O púlpito é um l ugar muito sério, o que


não significa que o pastor precise ser carrancudo,
pois isto não é cristão . O pregador jamais deve pedir
desculpas por uma mensagem que pregou ou que
irar· pregar, se estiver consciente que Deus o
autoriza a transmiti la. Se ele o fizer esta rá
desautorizado diante do seu próprio rebanllo.

O púlpito é o lugar do qual o povo de Deus espera


ouv ir os ensinamentos da Palavra de Deus. Não é
palanque onde "qualquer um sobe'', nem "lugar de fazer
discursos". É o lugar onde o homem/mulher de Deus
deve ministrar a Palavra de Deus para o Povo de Deus,
bem como a todo pecador que adentrar o santuário.

Ao ; traçar um programa de púlpito, que


obviamente deve ser regado com muita oração e
poder do Espírito Santo, deve-se estar atento aos
verbos: A RRANCAR, DERRUBAR, DESTRUIR E
ARRUINAR, bem como EDIFICAR e PLANTAR.
Observamos aí a grande sabedoria de Deus, e é
exatamente aí que o pastor também trabalha com seu
povo METAS E PRIORIDADE .

O povo, ao sofrer a devida operação do Espírito


Santo naquilo que está fazendo de errado e sendo

1 33
Cultos e P:inaceias Rev Mau ro Clcmenrino da Silva

desafiado a agir de forma correta , deve ter bem claro


para onde ir, como marchar, de que forma sa ir . Ai está
o fato de que uma IGREJA QUE POSSUI UM PÚLPITO
VIVO E DINÂMICO, também DEV ERÁ SER V IVA
E
DINÂMICA . Veja bem que não estou dizendo A TIVA no
sentido de ATIVISMO. Conheço muitas igrejas super
ativistas que vivem simplesmente para manterem suas
próprias estruturas , o que não signif ica que sejam
VIVAS, ver Apoc. 3:14-22.

Acredito exatamente aqui ser o ponto do


CASAMEN TO OU NÃO-CASAMENTO do pastor-igreja.
Se ele for fiel à chamada de Deus, pregar a Palavra com
fidelidade e lealdade, for um bom nutricionista que varie
bem a alimentação do seu povo, convicto de sua fé,
sólido no seu caráter, determinado em suas realizações
e a igreja acompanhá- lo HÁ GRANDES
POSSIBILIDADES DO CASA MENTO SER
DURADOURO . Caso cont rário, ela irá perdê-lo com
certeza, brevemente . Se por outro lado, a igreja estiver
desejosa de crescer, entendeu as metas e as
prioridades, deseja marchar e se estender, e o pastor
não souber como guiá-la ou tentar freá- la, fatalmente ele
irá perdê-la, e terá que deixá-la.

O estilo é perfeitamente adaptável. Conheço


igrejas fortemente tradicionais que "suportam"
normalmente pastores com estilos liberais. Como
também igrejas com grandes tendências liberais que
"suportam" pastores tradic ionais. E isto é muito bom
porque o mais importante entre ambos não foi ferido,
pelo contrário, há sim um grande respeito mútuo e
assim deve ser a convivência cristã.

Também para mostrar que é liberal o pastor


jama is deve ficar "provocando" a igreja a ficar
gritando "aleluia" e "améns", ou "erguer as mãos"
1 34
Cultos e Panac0ias R<.: . Mauro Clenwntino da Silva

como sinais de espiritualidade. Nem também a igreja


deve "forçar" o pastor a participar de todas as
reuniões de oração e j ejuns que venha a fazer
para que "ele pastor" mostre que "é um homem de
oração".

135
Cultos e Pana c6ias Rcv. Mau ro Clcmcntmo da Silva

Sugestões de Programa de
Púlpito
A. Quarta-feira: 19h30'

Estudo no livro dos Salmos (seis meses)


O pastor dará enfoque como os homens de Deus
encararam problemas em suas vidas e acima de
tudo, COMO OBTIVERAM A V ITÓR IA.

B. Domingo: 1OhOO'

Estudo no livro de Atos dos Apóstolos (seis meses)


O pastor dará enfoque como a Igreja Cristã encarou
os problemas normais da vida e acima de
tudo, COMO OBTEVE A VITÓRIA.

C. Domingo : 19h00'

Estudo nos Milagres de Jesus (seis meses)


O pastor dará enfoque como cada pessoa chegou a
Jesus com seus problemas e acima de tudo O QUE
FEZ PARA QUE TIVESSEM A VITÓRIA.

Quando o pastor dá assim o Comando aos seus


liderados facilitará o trabalho de todos . A Diretora de
Música passará os temas ou os textos ao coral,
conjuntos , duetos, solistas e/ou outros e todos se
prepararão dentro do tema proposto para o referido dia,
horário do culto. O dirigente de culto poderá se
preparar de acordo . A teologia do culto será perfeita ou
pelo menos próximo a ela, desde a primeira leitura até
o poslúdio.

JJ 7
?
• o
Cu ltos e Panacéias Rcv. Mau ro Clemcn ti no da Silva

As Orações

Se a teologia do culto está confusa , não é de se


estranhar que os itens que compõem o mesmo anda no
mesmo processo de decompos ição. Um dos itens
que gostaria de chama r a sua atenção agora é o da
ORAÇÃO .

Orar a Quem?

Ponto no qual temos v isto muita fraqueza e até


mesmo desleixo em nosso meio é justamente onde
deveríamos ser mais forte: A ORAÇÃO.

Jesus nos deixou claro seu projeto sobre a eficácia


da oração em Mateus 6: 9-13.

"Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás


nos céus, santificado seja o teu nome;
Venha o teu reino, seja feita a tua vontacle, assim
na terra como no céu;
O pão nosso de cada dia nos dá hoje ;
E perdoa-nos as nossas dív idas, assim como
nós perdoamos aos nossos devedores ;
E não nos induzas à tentação ; mas livra-nos do
mal; porque teu é o reino, e o poder, e a glória, para
sempre. Amém ."

Além disso, vejamos a oração no Velho


Testamento bern como no Novo Testamento :

141
Cultos e Panacéi:is Rev. Mau ro Clcm n t i no da Silva

• Oração de Moisés: Salmo 90


• Oração de Ezequias: li Reis 20: 1-11
• Oração de Salomão: li Cron.: 6: 12-42
• Oração de Ana: I Sam.: 1:11
• Oração de Davi: Salmo 51
• Oração de Saul: como exemplo de oração não aceita por
Deus: I Sam.: 28:6
• Oração de Asafe: Salmo 77
• Oração de Davi: Salmo 13
• Oração de Jesus: Na escolha dos discípulos - João 17
• Oração de Comélio: Atos 10: 1-8
• Orações dos companheiros de Jonas, quando do quase
naufrágio: Jonas: 1: 5

A ora ção deve ser feita a Deus Pai. Nele está a


fonte e o centro de todo o poder e autoridade. É para
lá que devemos nos dirigir quando em prece/oração.
Devemos ter isto em nossas mentes para que
saibamos para onde estamos nos conduzindo. Tenho
ouvido barbaridades nas orações públicas, quando
percebo que os irmãos não têm a mínima noção
sobre e a quem estão se dirigindo quando oram.

Já ouvi fra ses do tipo: Aceite minha oração,


oh Senhor Jesus Cristo, Tu que estás assentado
sobre o Trono e és Soberano... O Deus Pai, Tu que
morreste na cruz do Calvário para nos salv ar... O
Espírito Santo, manda fogo do teu altar e queima
meus pecados, me purifica Senhor... Orações que
começam clamando a Jesus, ao Espírito Santo,
misturam as funç ões de Deus Pai e daí por diante.

Certa feita ouvi certa "oração" que dizia o


seguinte: "O Deus-Pai, Tu que derramaste o teu
sangue na cruz do calvário... e daí para pior!
Teologicamente erradas, totalmente erradas! Que
horror! Que cola pso bíblico-teológico que estamos

142
Cultos e Panacéias Rcv. Mauro Clemcnrino da Silva

sofrendo?! Logo em seguida, quando assumi a


palavra naquele evento, procurei gentilmente mas
com firmeza corrigir um erro teológico inadmissível :
Irmãos, é o sangue de Jesus Cristo que nos purifica
de todo o pecado. Orar por fogo do céu, é pedir
julgamento sobre a Igreja, e isto nào compete a nós
cristãos. Somente os ímpios ser.ão punidos com fogo .
E o povo de Deus deve deixar de brincar com isto.

Analisando teologicamente as expressões citadas,


verificamos que a pessoa ou1 as pessoas que as
produziram não tiv eram uma orientação adequada em
sua formação religiosa. Em Apoca lipse 4 aprendemos
que quem ocupa o Trono univer·sal é Deus Pai, o Todo
Poderoso . No capítulo 5 vemos que Jesus Cristo está à
sua mão direita, intercedendo por nós. Quem morreu
sobre a cruz por nossos pecados foi Jesus Cristo, o
Filho. A Ele coube esta suprema incumbência vicária por
nossa salvação . Quem purifica pecado é o sangue de
Jesus Cristo , não é fogo nenhum. Fogo, na Bíblia tem o
sentido de julgamento, e é uma improcedência um
crente, um Filho de Deus, solicitar julgamento sobre sua
própria cabeça, quando a própria Bíblia nos ensina que
"NÃO HÁ CONDENAÇÃO PAR.C\ NÓS QUE ESTAMOS
EM CRISTO JESUS", Rm.8:1. Portanto, onde nossos
irmãos aprenderam estes ensinos tão estranhos e anti
bíblicos? O que estamos falando a Deus em nossas
"orações " públicas e também nas secretas?

A Bíblia nos ensina que a oração deve ser feita A


DEUS PA I, movidos ou tocados pelo SA NTO ESPÍR
ITO, e na intermediação de JESUS CRISTO. É básico,
fundamental que a primeira coisa que um novo
convertido aprenda é saber orar. A gora, onde alguém
tem aprendido que Deus-Pai. morreu na cruz do
Calvário? Ou poderia fazer a peirgunta de outra forma :
Onde estamos nós que não estamos ensinando o povo a
orar certo, biblicamente correto e falar bem?

143
Cu ltos t: P:rnacéias Rev. Mau ro Clcmcnti no da Silva

Seja após o prelúdio, ou após a primeira leitura


bíblica feita ou mesmo após o primeiro contato, devemos
ter a ORAÇÃO DE LOUVOR . O fato de colocá-la no
singular não significa necessariamente que deve ser
feita por uma só pessoa, nem pelo pastor ou um dos
diáconos. A ordem de culto normalmente utilizada
de
!saias 6 nos mostra isto com clareza . A oração de
louvor deve expressar nossa alegria na revelação da
Palav ra, na manifestação de Jesus Cristo e nos
atributos de Deus.

Acredito que é um exercício que devemos iniciar


em nossa igreja , pois mal fechamos os olhos já
pensamos no que vamos pedir, pedir, pedir, quando
não estamos a fazer um monólogo tedioso. A oração
de louvor deve ser vibrante, nem por isso gritada.

Deve-se evitar também que sempre a mesma


pessoa faça esta oração ou as outras do culto, tornando
se assim uma espécie de orador (a ) ofic ial da
igreja. Deve ser didaticamente crescente e
lógica e teologicamente contínua .

Tanto quanto possível, a verbalização da oração


também deve ser a melhor possível. Digo tanto quanto
possível, porque logicamente que o pastor ou o
líder/dirigente do culto não deve impedir uma pessoa de
orar somente por não falar corretamente. Mas já é
tempo de orientarmos devidamente nosso povo.

Logo após o momento da fraternidade ou


reconhecimento dos visitantes , é importante que
tenhamos a ORAÇÃO SÚPLICE ou ORAÇÃO
INTERCESSÓRIA . Aqui temos uma vasta possibilidade
de dinâmica em operação:

144
Cullos e P:mac0ias Rv . Mau ro Ckm nti n o da Silva

• o pastor pode pedir que quem desejar oração levante


uma de suas mãos, e ele (pastor) orará no final de um
tempo.
• o pastor pode pedir que todos que desejarem oração
ven ham frente à plataforma e ali ele ministrará a
oração a todos.
• o pastor pode pedir que todos fiquem assentados e
orem silenciosamente por seus próprios problemas e
depois ele ou alguém determinado por ele orará
encerrando o silêncio.
• o pastor pode pedir que quem desejar oração fique em
pé e ele orará por eles.
• o pastor pode pedir que duas, três ou mais pessoas
façam as orações intercessórias
• e muitas outras.

Agora sim, é vez de abrir o coração e clamar


diante de Deus. Se alguém sentir vontade de chorar, que
v enham as lágrimas, é momento d interceder. Tenho
ouvido também em vários cultos' nos quais tenho
participado que se tornou hábito a pianista ou outro
instrumentista tocar durante a oração. Não acredito ser
recomendá vel: entre as várias razões, pela própria
necessidade de introspecção e a música direciona a
mente dos fiéis , PRINCIPALMENTE se o hino tocado for
conhecido a tendência da Congregação é acompanhá- lo
seja mentalmente ou balbuciando-o . O silêncio do Povo
de Deus neste momento, tanto facilitará o
acompanhamento da oração feita , quanto trará disciplina
à Congregação (obviamente com o silêncio ninguém
ousará se mexer ou pronunciar palavra) .

Após a Palavra Pregada devemos ter então a


ORAÇÃO DE DEDICAÇÃO. Esta, tal como as duas
anteriores, carece sensibilidade, clareza, muita devoção
e entrega total. Ela não carece que alguém venha à
frente atendendo o apelo feito para ser pronunciada . A
Palavra do Senhor foi pregada e exige uma resposta do
Seu Povo. Ou seja, todo culto carece dedicação de

145
Cultos e Panac01as Rcv. Mauro Ckmcnt ino da Silva

vidas, renovação de votos , um novo começo. Em outras


palavras, ao final da Palavra pregada, nossa oração
deve ser: POR TUDO ISTO QUE OUVIMOS SENHOR,
PELO TEU DESEJO EM NOSSAS VIDAS, PELO
ESCLARECIMENTO DA TUA V ERDADE, E PELA
REALIZAÇÃO DOS TEUS PROPÓSITOS EM NOSSA S
VIDAS, BEM COMO PEL/\ TUA CONSTA NTE
FIDELIDADE... NÓS DEDICAMOS A TI SENHOR , EM
NOME DE JESUS CRISTO.

146
Cultos Pa n:1cl:ias R v. Mu ro Clcmc11t1110 cb Silva

O lugar dos avisos


"Igreja educada"
Se a igreja é educada e está no santuário no
horário convencionado para o culto, e o pastor por sua
vez está presente no respectivo horário para começar o
culto e gerenciar todos os "problemas" que normalmente
acontecem , a congregação aprenderá por sua vez que
sua igreja tem ordem no que faz e assim ao menos se
esforçará para chegar no horário. O restante é uma
questão de tempo para o ajustamen to.

O ideal é que haja um process ional e logo em


seguida o dirigente do culto faça os av isos oportunos,
sem repetições ou redundâncias . Por mais que haja o
boletim informat ivo na igreja , sempre acontece uma
notícia não planejada que precisa ser dita naquele dia,
caso contrár io se tomará sem efeito.

Quando digo que o ideal é no inicio, é realmente


porque diante de uma profunda análise de uma ordem
de culto e de mais de 25 anos de exper iência cristã,
tenho observado que isto é um fato. Se os avisos são
dados no meio do culto , aproveitando o momento da
fraternidade , "quebra" o crescendo do culto, e parece
haver necessidade de um esforço a mais para dar
continuidade, principalmente se isto for feito logo antes
da Pregação . Se feita após o culto, antes do poslúdio,
de igual forma não educa a congregação a deixar o
santuário pensando no que fez e ouv iu._.

147
Cultos e Panac0ia s Rcv . Mau ro Ckn11.:n ti no da
Silva

O Boletim Informativo
Perdoem-me a redundância, mas como Q
próprio nome diz, este boletim deve ser
informativo. Tenho visto boletins, e boletins...
Existem boletins que, de tão extensos e enormes
que são, mais parecem uma edição especial dos
mais importantes jornais do país no final de
semana. Os membros praticamente não carecem
levar nenhum material à
igreja, pois encontrarão tudo no mesmo: Todos os
hinos e cânticos são impressos, da 1ª leitura bíblica
aos tópicos fundamentais da mensagem do pastor,
mensagem evangelística escrita na tentativa de
atingir ao visitante, e outros. Do outro lado tenho
visto também boletins que só contêm o editorial do
pastor e o restante todo do espaço é reservado para
as Ordens de culto: Matutino, Vespertino e Noturno,
Infantil, Adolescentes, etc, etc, etc.

Tendo em v ista o fato de que a COMUNICAÇÃO é


um fator vital e infelizmente é onde repousa nossa
grande falha , gostaria de fazer um apelo: QUE O
BOLETIM INFORMATIVO FOSSE INFORMATIVO. Nele
devemos ter todas as informações do mês e, se possível
for, do trimestre, para que o povo vá se educando,
preparando sua agenda para o evento ou eventos que
virão.

No momento dedicado à Comunicações, a pessoa


escalada a fazer isto deve se limitar a enfatizar o(s)
evento(s) mui claramente e também muito brevemente ,
ou mesmo caso surja uma informação de última hora
que não houve tempo para ser publicada . O reforçar da
informação deve ser estimulada nos quadros de avisos
149
Cultos P:in:icé1:is Re\ Mau ro Ckm nt ino da Silva

na entrada e nos Departamentos. A comunicação em si


nunca é demais, pode ser de menos, mas a sua
repetição é sempre bem vinda.

"Boletim Informativo é
a cara da igreja"
Diante de tantas sugestões , "boas idéias",
tópicos , ítens, artigos e outros que normalmente
fazem parte de um boletim, o pastor da igreja deve ter
muito bom-senso e sabedoria em escolher "que tipo
de boletim" sua igreja terá, pois o Boletim Informativo
é o CARTÃO DE V ISITAS da igreja. Em outras
palavras ele é a cara da i gre ja.

É preciso também ter em mente que a Ordem de


Culto é de vital importância àqueles que vão tomar parte
direta na lidera nça do culto, e não para toda a igreja.
Se o pastor deseja estimular as pessoas na seqüência
da sua nutrição, poderá colocar os temas e/ou textos
bíblicos das próximas mensagens , com as respectivas
datas, impressas no boletim.

As informações devem ser todas e quantas


possível: Dos departamentos e uniões da igreja , do seu
trabalho geral, da associação , região, Estado e do país.
Alguma informação mais generalizada, simplesmente
colocar o tópico e solicitar que se dirija a quem de
direito, sem pormenorizá-la .

150
Cultos <.: Pa11ac0i:is R<.:v. Mauro Ck111011tino da Silva

Fim de Culto
O fina l do culto, tal como a chegada ao
mesmo, deve acontecer com a mesma serenidade,
reverênc ia e civilidade.

Normalmente, aos domingos à noite, pela graça


e misericórdia de Deus, nossos templos têm estado
lotados. Neste caso, não é recomendável que o
pastor fique à porta cumprimentando um a um,
devido ao fato de dificultar o acesso à porta. Mas o(a)
instrumentista deve tocar todo o poslúdio, enquanto
a congregação aguarda reverentemente o mesmo. Só
então a igreja deve mobilizar-se à saída do santuário.

O QUE FAZER?: os crentes devem compartilhar


uns aos outros , se cumprimentarem , compartilharem das
bênçãos recebidas , bem como das preocupações que
estão sendo experimentadas. Muito cuidado com as
"manhas". Existem irmãos que f icam "encostados"
literalmente nas paredes do templo , "esperando" que os
outros venl1am até eles. E ficam sempre neste
processo de "atrair os mais sensíveis". e nunca estão
dispostos a dar um passo e procurar os outros ta mbém.
Muito importante também que os crentes não devem ficar
envolvidos somente com os crentes . não. Devem
observar os visitantes , procurá-los, dar-lhes atenção
especial, servi-los , fazer as honras de anfitrião da casa.
Quando ele/ela já tiver quebrado o gelo, apresentá- lo a
outras pessoas, e assim consecutivamente.

O QUE PENSAR: A igreja deve ser educada,


e este é um exercício muito prolongado que leva anos,
a refletir sobre tudo o que ouviu e participou durante
o culto. Procurar manter na mente ao menos os pontos
ou

15 1
Cultos e Panacéia s Rcv. Mau ro Clcmcnti no da Silva

divisões do sermão e sua principais ilustrações. Isto


será muito importante durante as provações/tentações
da semana .

O QUE CONVERSAR : sobre tudo, segundo


Filipenses 4:8-9 . Evitar fofocas, criticas ao culto, piadas
levianas e grosseiras ou preocupações do tipo: Ai,
amanhã será um dia péssimo... A Bíblia nos ensina que,
"basta a cada dia o seu mal", portanto, não sofra por
antecipação. Creia que a Bíblia tem razão e viva o dia de
hoje.

É deselegante ouvirmos jovens "brincando"


com os instrumentos, sejam eles quais forem,
enquanto o culto ao Senhor recém terminou.
Criança s que correm de um lado para outro no
santuário, como que dizendo: Agora, tudo é festa ...

É altamente recomendável que a igreja, através de


sua liderança, mais precisamente do Departamento de
Sociabilidade ou do Serviço de Amor , promova em seu
pátio, calçadão ou salão, um espaço para cafezinho,
chás, sorvete ou outro, tendo como motivação básica a
comunhão e a fraternidade entre os irmãos e visitantes .

Certa vez ,ouvi um pastor muito experiente


dizer: "Eu observo o tanto que o povo absorveu da
mensagem pregada pelo comentário após o culto". E
continuou: "Se logo após o culto o povo estiver a
comentar os capítulos das novelas da última sexta
feira, peço a Deus para ter misericórdia, porque
acredito que não valeu a pena o esforço no preparo
da mensagem...".

152
Cultos e Panac ias Rcv. Mauro Ckmcn tino da Si l va

PLANO GERAL DE TRABALHO


DA
ASSESSORIA DE MÚSICA

Período: julho/agosto/setembro.

Metas:

1. Esclarecer ordens de cultos.


2. Organizar grupos fixos de instrumentistas e/ou
equipes de louvor. Definir o dia certo na semana para
ensaios com estas equipes .
3. Reciclar a regência dos regentes experientes . Formar
classes de acordo com as possibilidades de horários .
4. Introduzir o H.C. C. (Hinário para o Culto Cristão).
5. Verificar o repertório de cada conjunto , coro, solistas ,
etc... para uma melhor utilização de suas músicas
no culto.
6. Conhecer o repertório dos cânticos liv res da Igreja e
fazer uma avaliação quanto ao conteúdo teológico
dos mesmos .
7. Acompanhar o trabalho dos grupos voca is da Igreja
de acordo com a necessidade, fazendo um trabalho
de apoio .
8. Tirar cópias no computador e preparar as
transparências dos hinos H.C.C.. C.C. e cânticos
livres.
9. Ministrar a música de acordo com a ênfase da Igreja
(nos respectivos meses).
1O.Começar novas classes de regência e canto para
iniciantes.Aulas em grupo.
11.lniciar uma classe de musicalização infantil.

153
Cultos i.: Panac01as Ri.:v. M:luro Clcmi.:ntino da Silva

12. Formação de uma equipe especia l para o


planejamento das programações especiais de Natal /
aniversário da Igreja / final de ano.

Período: outubro/novembro/dezembro.

1. Verificar a possibilidade de compra de um armário de


arquivo para departamento de música .
2. Começar o arquivo de músicas dos repertórios dos
corais , conjuntos , etc.
3. Ministrar a mC1sica da Igreja de acordo com a
ênfase nestes meses.
4. Fixar datas de participação de cada grupo vocal no
mês de dezembro:

Sugestão de Domingo :
,... ··o4hi.·· ·•· .jfoiliúrú>" ··· ·· ···-'C:oíiiliiiianti/
·· ..... · Cantores/Vozes
.
.......................... ....:..VNeüstip:reírl· Cantores/Vozes

ütin···o···- ·
11/12 Matutino C o n j . f e m inino
····························
...............
......
· -·- ···C cõo rrií:e aa li "dd aa ·Ig rea.... j a
. .. . . . . . ... ..Yt;sp
i.n()
..
. ··----··- - iu r n i a .d o R -e i "
- -- - - ·····
: Noturno
:·j' ·-·--·- ·1·ah2·--- ···Mli"ütlnü······
: Vespertino Coral Jovem / Coral dos ·
. S in a i s
··········· ··· ·········: Nôi ui-ílü.. ····· .................. co r a i ·"iàv-e;11·""!
· é"arai" das·-
S i n a is
··sem.ana·es .i: i e d afde..ivaii
············
.. , .. .

5. Organizar as seguintes ordens de adulto : Anive


rsário da Igreja e Passagem de ano.

Mariza Cristina Martins da Silva


06/06/94
Cultos i.: P:rnncins Ri.:v. Mauro Cli.:mi.:ntino da Silva

CONCLl'JSÃO

"Bem-aventurado aquele que não se condena a si


mesmo naquilo que aprova . Mas aquele que tem
dúvidas, se come está condenado , porque não come por
fé; e tudo que não é de fé é pecado" (Rom.14:22b-23) .

Este livro é uma chamada à reflexão dentro de


uma contextua lização .Qual é a sua cosmovisão?
Acredito na globalização ou universalidade do
evangelho , e isso só pode se tornar possível se
respeitarmos as diferenças e as diversidades existentes
neste mundo que Deus criou.

O Plano de Deus sempre foi Universal. Ao


chamar A brão de Ur dos C21ldeus, Deus mudou seu
nome e sua religião, o que trouxe implicações também
em sua cultura. Mas a palavra de Deus foi bem clara:
Em ti serão benditas todas as famílias da terra ,
Gen.12:3''. Com Cristo o plano não foi diferente: "Porque
Deus amou o mundo de tal maneira, que deu Seu filho
Unigênito , para que todo aqiuele que nele crê, não
pereça, mas tenha a vida eterna, Jo .3:16". E, justamente
pelo fato de ser universal, o cristianismo não pode ser
identificado com uma cultura em particular, seja ela
qual for.

Não importa se o Evangelho está sendo pregado


no Oriente, no Ocidente, no Norte, ou no Sul do Planeta
Terra . Como também não importa o regime político do
povo que o recebe, nem também o status quo, o nível
social. O que realmente importa é que todo ser humano,
em todo lugar onde sua presença existe, se homem ou
se mulher, independentemen te de quaisquer valores,

1 55
Cultos e Pan::icéi::is Rcv. Mauro Clcmcntino da Silva

dados geográficos, soc 1a1s religiosos, soc1a1s ou


culturais, ele carece da presença redentora de Jesus
Cristo. E esta é verdadeiramente a nossa missão.

O que precisa ser transmitido é o Evangelho e o


Seu Cristo que dá a vida eterna . A cultura é local, e
como tal precisa , carece e exige respeito. Caso
contrário, seja qual for a mensagem a ser transmitida, o
será sempre numa camisa de força , que como
conseqüência trará o estrangulamento da outra cultura.

O que precisar ser expandido o Evangelho assim o


fará, bem como o que carecer ser exorcizado , nós o
temos que permitir, pois assim ele (Evangelho) estará
enaltecendo ou implantando os valores do Reino nesta
cultura que está ou amortecida pelas trevas neste
particular, ou mesmo dominada pelo mal, o que deverá
ser extirpado.

Não nos esqueçamos do exemp l o de Roma,


em seu leque mais abrangente : levou suas pizzas,
lasanhas e massas pelo mundo afora, com sua
estrutura governamental e seus legados , bem como
sua religião oficial. Não demorou muito para que os
bárbaros lhe sobreviessem com todo o ímpeto,
colocando-a por terra. Conheceram muito bem tanto
sua força, pujança, garra, como também toda a sua
fragilidade.

Não importa a qual região da cidade, Estado, País


ou do mundo você pertença, contextualize-se. Leia todo
este material com "olho clínico" e seriedade . De forma
alguma há aqui i.ntenção do autor de criar um manual
ou regulamentos para uma "nova Reforma" dentro do
Cristianismo.

Cada tópico deste livro sugere uma crítica e auto


critica, com uma única e exclusiva finalidade: que ao
transmitirmos e ao vivenc iarmos o Evangelho do
nosso
156
Cultos l: P:wncéins Rl!v. M:rn ro Ck11101111110 cb Silva

Senhor Jesus Cristo, sejamos autênticos , sinceros,


firmes. contextua lizados, contemporâneos, sem
perdemos as cores e os valores que herdamos , e que
sejamos apegados ao cerne da questão, vivendo uma
vida de profundidade, e não sej amos mais cristãos
epidérmicos.

Se f izermos isso, aí sim, o mundo verá um


Cristianismo que vale a pena ser vivido.

1 57
Cultos e Panact!ias Rcv. Mau ro Clemcntino da Silva

Obras Consultadas:
1. O Evangelho e Cultura. Série de Palestras. Visão
Mundial. Grellert M. Os Compromissos da Missão .
A Caminhada da Igreja no Contexto Brasileiro
Visão Mundial/ JUERP 1987. Cavalvanti, R.
Missão e Cultura: Pecado de Conservadores e
Liberais., p.42, Ultimato/Maio 1996.
2. Manual do Culto. O Culto Luterano. Material
de Estudo. Editora Sinodal. 1982.
3. Blacnhard J. Rock in. .. lgrej<!?
4. . Braga, Henriqueta R. Fernandes. Mús ica
Sacra Evangélica no Brasil.
5. dos Santos , Jonathan F. O Cul to no
Antigo Testamento .
6. Hustad. Donald P. Jubilate! A Música na Igreja.
7. lchter, Bill H. A Música Sacra e Sua História. Juerp.
8. lchter, Bill H. Vultos da Música Evangél ica
no Brasil.Juerp .
9. McCommon, Paul. A Músi ca na Bíblia.
1O .da Silva, Mariza Cristina Martins. Louve Vive ndo.
Artigo .

A partir da prox1ma pagina, seguem-se diversos


exemplos de ordem de culto ...

159
Cultos e Panacéias Rcv. Mau ro Clcmentino da Silva

Sugestões de Ordem de
Culto

i.Ãta··r····················ÃCiO"raÇ"ã"0 ·
············· ···············................. ........ .... ......
1. Prelúdio
2. Oração
3. Hino C.C. nº 60
Ato li Louvor e Intercessão
1. Período de Cânticos
1.1. Nossos corações se abrem
1.2. Celebrai a Cristo
1.3. Em todo tempo
1.4. Já raiou
1.5. Em Es írito e em verdade
Ato 111 Preparação e Mensagem
1. Cântico: Senhor formoso és
2 . Mensagem: Pastor
3. Cântico: Minha v ida entre o a Ti
j Ato IV Ofertório
1. Dízimos e Ofertas (Hino CC nº 46)
2. Ora ão de dedica ão
' Ato V Agenda e Koinonia
1. Apresentação dos Vis itantes
2. Cântico: Time de Deus
3. Avisos I Cumprimentos
4. Poslúdio

16 1
Cultos e Panacéi:.ls Rcv. Mauro Clemcntino da Silva

CULTO MATUTINO
(8 :30 hs) - 04/09/94

Prelúdio Piano
Saudações I
Oração

Chamada à Ado ração


Leitura Bíblica: Salmo 111.2,3; 1 Sm 12.24
"Grandes são as obras do Senhor e para serem estudadas por todos os que
nelas se compraz em. Glória e majestade há em Sua obra: e a Sua justiça
permanece para sempre. Tão somente temei ao Senhor, e SeNi-0 fielmente de
todo o vosso coração. pois vede quão grandiosas coisas vos fez "

Cânticos Congregacionais : "Grandioso és Tu" HCC. 52


"Tua Senhor é a força"
Orações de adoração
Inspiração Musical Trio

Comunhão
Apresentação dos Visitantes
Cântico Congregacional "A alegria está no coração
" Oração em favor dos visitantes

Edificação
Mensagem
Cântico Congregacional: '' Bendito seja sempre o cordeiro" HCC. 52
Ceia
Inspiração Musical Trio
Cânticos Congregaciona is: "Será possível esquecer" HCC.
520 (Durante a distribuição dos elementos)
"Quando Deus fizer chamada"
H.C.C. 157

Dedicação I Ofertório
Música Instrumental Piano
Oração de dedicação

Pastorais
Comunicações
Oração Final
Momento EBD "Deus dos Ant igos" HCC.34 1ª e 2" estrofes

Poslúdio Piano

EBD

162
Cultos e Pan:icé1:is Rev. Mnu ro C h.:1m.:n t i no ela Silva

CULTO MATUTINO
(8:30 hs) - 18/09/94

Prelúdio Piano
Inspiração Musical Adolescentes
Saudações / Oração

Chamada à Adoração
Inspiração Musica l Adolescentes
Leitura Bíblica·SI 66 1-2; SI 148.12-13
"Louvai a Deus com brados de júbilo , todas as ter ras. Cantai a glória
do Seu nome, dai glória ao seu louvor. Moços e moças, velhos e
crianças, louvem o nome do Senhor, pois só o Seu nome é exaltado;
a Sua glória esta sobre a terra e o céu".

Cântico Congregacional· "Louvor· e.e 385


Orações de adoraç<'io

Comunhão
Apresentação dos Visitantes
Cântico Congregacional "Amigo. foi bom conhecer você"
Oração em favor dos V1s1tantes
Inspiração Musical Con1
Masc Edificação
Leitura Bibl1ca. Romanos: 1 18-32
Mensagem· 1° momento - Nosso Deus é Soberano
2° momento - Ao único
3° momento - Minha vida entrego a t1
Oração

Dedicação I Ofertório
Cântico Congregacional: "Tudo entregarei" CC 295 (1ª, 3ª e 5ª
estrofes)
Oração de dedicação

Pastorais
Comunicações

Momento EBD
Cântico Congregacional "Este é o dia do Senhor" HCC.226
Oração Final

Poslúdio Piano

163
Cultos e Panacéias Rcv. Mauro Clcmcntino da Silva

CULTO MATUTINO
(8:30 hs) - 25/09/94

Prelúdio Instrumental
Saudações I Oração

Chamada à Adoração
Leitura Bíblica: SI 103. 1-2; 22, SI 40. 5a
"Bendizei, ó minha alma, ao Senhor, e tudo o que há em mim
Bendiga o Seu Santo Nome. Bendizei, ó minha alma. ao Senhor, e
não te esqueças de nenhum dos seus benefícios, pois muitas são as
maravilhas que o Senhor tem operado".

Cântico Congrega cional:"Ao Deus de amor e de Imensa Bondade"


HCC.
32
Orações de adoração
Inspiração Musical: Solo

Comunhão
Apresentação dos Visitantes "Time de
Cântico Congregacional: Deus" "Aliança "
Oração em favor dos
Vi sitantes
Inspiração Musical. Solo
Cântico Congregac ional: "Logo de Manhã" HCC.401 (1ª estrofe)

Edificação
Leitura Bíblica:
Mensagem:

Ofertório
Leitura Bíblica: Lm 3.22-23
•A benignidade do Senhor jamais acaba, as suas misericórdias não
têm fim: renovam-se cada manhã. Grande é Tua fidelidade"

Cântico
"Tu és fiel, Senhor" H.C.C.025
Congregacional: Oração
de Dedicação

Momento EBD
Cântico "Eu quero o pão do céu" HCC.216
Congregacional: Oração

Poslúdio Instrumenta l
1 64
Cultos 0 Pannc.;ins Rev. Mnuro Ckm1.:nt1110 dn Silva

CULTO MATUTINO
(8:30 hs) - 16/10/94

Prelúdio Piano
Saudações I Oração

Chamada à Adoração
Leitura Bíblica·Jo 15.13: 1 Sm 2.1.
" Ninguém tem maior amor do que este, de dar alguém a sua vida
pelos amigos. O meu coração exulta no Senhor; porquanto me
regozijo na Tua Salvação"

Cãntico Cogregac1onal:" Cristo tem amor por mim" CC.542


''Que segurança! sou de Jesus" HCC.4 17
Orações de adoração
Inspira ção Musica l Adolescentes

Comunhão
Apresentação dos Visitantes e Cumprimentos
Cântico Cogregac ional: "A começa r em mim"
Oração

Ofertór io
Leitma Bíblica. SI 115.1
"O Senhor tem-se lembrado de nós, abençoar-nos-á, abençoará os
que temem ao Senhor, tanto pequenos como grandes"

Cântico Cogregacíonal. "Não a nós, Senho r" H.C C.023


Oração de Dedicação

Edificação
Leitura Bíblica.
Reflexão
Cântico Cogregacional :"Jesus recebeu e abençoou as criancinhas"
CC 609-3ª e 4ª estrofes
Inspiração Musical· Adolescentes

Momento EBD: Irmã


Oração

Poslúdio Piano

165
Cultos e Panacéias Rcv.Mauro Ck111<.;11tino da Silva

CULTO MATUTINO
(8:30 Hs) - 04/12/94

Prelúdio Instrumental

Saudações I Oração
Inspiração Musical Trio Feminino

Chamada à adoração
Leitura Bíblica: Jo 1·14
"E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de
verdade: e vimos a Sua glória , como a glória do unigênito do Pai"
Cântico Congregaciona l. "Canta i que o Salvador chegoui•· CC.26
Orações

Comunhão

Apresentação dos visitantes e cumprimentos


Cântico Congregaciona l: "Quão bom e quão maravilhoso"

Ofertório
Leitura Biblica: Mt.2 11
"E, entrando na casa , viram o menino com Maria sua mãe e
prostrando-se O adoraram e abrindo os seus tesouros . ofertaram-Lhe
dádivas, ouro, incenso e mirra •·

Cântico Congregacional "Tudo entregarei'' cc


: Oração de Dedicação
Inspiração Musical 295 Trio Fem1n1no

Ceia do Senhor

Cântico Congregacional:
"Em silêncio toda carne" HCC 89
Reflexão: Heb 1:1
Distribuição dos Elementos
Cântico Congregaciona l·
" Serâ pass ivei esquecer" HCC. 520
(Durante a distribuição dos
elementos).
Cântico Congregacional. " Lugar para Cristo" CC. 31

Momento EBD
Oração final

Poslúdio

1 66
Cultos e P:rnacéías Rcv. Ma u ro Ckrncntino da Silva

CULTO MATUTINO
(8:30 hs) - 18/12/94

Prelúdio ·Jesus Nasceu" Conjunto de


Flautas

Saudações I Oração

Chamada à Adoração
Leitura Bíblica: Lc. 2 13-14
" Então, de repente, apareceu jun to ao anjo grande multidão de
milícia celestial, louvando a Deus e dizendo: Glória a Deus nas
maiores alturas, e paz na terra entre os homens de boa vontade".

Cântico Congregac 1ona1· "Primeiro Natal" HCC.100


Orações de adoração / louvor

Apresent ação EBD.


Juniores Inspiração Trio
Musical

Louvor

Apresentação dos visitantes e cumprimentos


Cântico Congregaciona l. ·Tu ês fonte de V ida''
" Em Espírito e em Verdade"

Cantata : "Cante o Natal" Adolescent es

Ofertório

Cântico Congregac ional. "Num berço de Palha" HCC 099


Oração de Gratidão Ofertas
Pela vida dos j uniores que fizeram devoc10nal natalina

Momento EBD:

Cântico Congregacronal "Deus dos Antigos" HCC.34


Oração Final

Poslúdio: "Tudo é Paz" ConJ de Flautas

1 67
Cultos e Panacéias Rcv. Mau ro Cl cmcntino da Si lva

CULTO VESPE RTINO


(17 :00 hs) - 04/09/94

Prelúdio Seiah
Saudações / Oração
Chamada à Adoração
Leitura Bíblica : Dn 2 .20; Jr 10.12; SI 134. 1,2
"Seja bendito o nome de Deus para todo o sempre. porque são dele a sabedoria
e a força. Ele fez çi !erra pelo Seu poder, Ele estabeleceu o mundo por Sua
sabedoria e com a Sua int eligência estendeu os céus. Eis aqui, bendizei ao
Senhor, Todos vós, servos do Senhor. que de noite ass st s na casa do Senhor.
Erguei as mãos para o santuário e bendizei ao Sen/7of '

Cânticos Congregacionais "Deus dos Antigos " HCC.34 (1ª e


: estrofes )
2ª "Autoridade e poder"
Inspiração Musical
Banda

Pastorais
Apresentação dos V isita ntes
Cântico Congregacional "Quero que
valorize" Oração em favor dos v isitantes

Dedicação de Bens I Ofertório


Cântico Congregacional "Não a nós. Senhor" HCC.23
Oração de dedicação

Louvor
Inspiração Musical
Banda
Cânticos Congregacionais: "O Profeta
declarou" " Seja
engrandec ido"
Oração de Louvor "Ventos que Vê111"

Contrição
Cântico Congregaciona l. "Flua em mim Senhor"

Edificação
LeitUl·a
Bíblica
Mensagem
Oração
Banda
Inspiração Musical
Oração Final I
Banda
Bênção Poslúdio
1 68
Cu ltos e Pana céi as Rcv. Mau ro Ckmcntino da Silva

CULTO VESPERT INO


(17:00 hs) - 25/09/94

Prelúdio Piano
Inspiração Musical Coral do Silêncio
Saudações / Oração

Chamada à Adoração
Leitura Bíblica: Ap 7 9-10: Rm 16.27

"Todas as nações, tribos, povos e línguas. que estavam em pé diante


do trono e em presença do Cordeiro. clamavam com grande voz:
Salvação ao nosso Deus. que está assentado sobre o trono, e ao
Cordeiro. Ao Cinico Deus sábio seja dad<3 glória por Jesus Cristo para
todo o sempre . Amém".

Cânticos Congregacionais: "Antífona"


C.C.001
"Bendito seja sempre o Cordeiro" HCC.080

Comunhão
Apresentação dos Visitantes
Cântico Congregacional "Time de Deus"
Oração em favor dos Visitantes

Ofertór io
Cãntico Congregacional "Crer e observar '' C. C.301

Louvor
Inspiração Musical Coral do Silêncio
Cânticos Congregaciona "Autoridade e Poder"
is. "Brilha Jesus"
"Senhor formoso ês"

Orações de Adoração

Batismos
Cânticos Congregaciona1s . Coletânea 1 1
Mensagem
Cântico Congregacional: "Ah, Se eu tivesse mil vozes" CC.386
Oração Final/ Bênção

Poslúdio Piano

169
Cultos ç Pan:.lcéias Rt.:v. Mauro Ck:mt.:ntíno da Silva

CULTO VESPERTI NO
(17:00 hs) - 02/10/94

Prelúdio Piano
Saudações I Oração

Chamada à Adoração
Leitura Bíblica: Rm 11.36
"Porque Dele, e por Ele, e para Ele, são todas as coisas; glória, pois
a Ele eternamente. Amém" .

Cântico Cogregacional : "Saudai o nome de CC.0


Inspiração Musical Jesus· 01
Conj.Masc.

Comunhão
Apresentação dos Visitantes
Cântico Cogregacional: "Amigo, foi bom conhecer você"
Oração em favor dos Visitantes

Ofertório
Cântico Cogregac ional: "Cristo me amou e me livrou" HCC.462
Oração de dedicação

Louvor
Inspiração Musical Conj.Masc.
Cânticos Congregacionai "Leão de Juda prevaleceu"
s:
"Os Reis da terra"
"Em Espírito e em verdade"
Orações de Adoração

Edificação
Leitura Bíblica:
Mensagem
"Deus dos Antigos· H.C.C 034
Cântico Cogregacional·
Oração Final I Bênção

Poslúdio Piano

1 70
Cultos e P:1n:tcéms Rcv. Mauro Cit:nK11ti110 da Silva

CULTO V ESPERTINO
(17:00 hs ) - 09/10/94

Prelúdio Piano
Saudações / Oração

Chamada à Adoração
Leitura Biblica Is 37 . 16.
"Tu, só Tu, és o Deus de todos os reinos da terra,
Tu fizeste o céu e a terra"

Cântico Cogregacional. "Oh, Vinde Adorar'" H.C C.001


Inspiração Musical: Solo

Comunhão
Apresentação dos V1s1tantes e Cumprimentos
Cântico Cogregacional: "Bom estarmos
aqui" Oração em favor dos Visitantes

Ofertório
Cântico C ogregacional: "Crer e observar"

Louvor
Inspiraç ão Musical· Solo
Câ nticos Cogregacionais: "O Profeta Declarou"
"Cantai ao Senhor"
Orações de Adoração I Louvor
Edificação
Leitura Bíblica:
Mensagem: 1º Momento - "Te contemplo, ó Pai"
2° Momento - " Pai, eu quero contemplar "
3° Momento - "Em Espírito e em verdade"
Cântico Cogregacional "Vem derrama a Paz"

Poslúdio Piano

17 1
Cultos e Panacéias Rcv. Mauro Clt:mcnt i no da Silva

CULTO VESPERTINO
(17:00 hs) - 23/ 10/94

Prelúdio Piano
Saudações I Oração

Chamada à Adoração
Leitura Bíblica: SI 146 1-2. 111 1
"Louvai ao Senhor. ó minha alma: louvai ao Senhor. Louvarei ao Senhor durante
a minha vida; Cantarei louvores ao meu Deus enquanto viver Louvai ao Senhor.
De todo coração darei graças ao Senhor. no concilio dos retos e na
congregação"

Cântico Congregacional "Alelu1at Aleluia! gratos hinos entoai"


HCC.060
Inspiração Musical: Cora l da lgreia

Comunhão
Apresentação dos Visitantes e Cumprimentos
Cântico Congregaciona l "A alegna está no
coração" Oração

Ofertório
Leitura Bíblica: Hb 13. 15-16
'Por Ele, pois ofereçamos sempre a Deus sacntlc10 de louvor. isto é, O fruto dos
lábios que confessam o Seu nome. Mas não vos esqueçais de fazer o bem e de
repartir com outros. porque com 1a1s sacr.flc1os Deus se agrada "

Cântico Congregacional "Consagrar Tudo''


Oração de Dedicação

Louvor
Inspiração Musical.
Coral da Igreja
Cânticos "Deseio Te adorar Senhor" HCC 069
Congregacionais: "O Senhor Reina"
"Vtrn para adorar-Te"
·Flua em m11n Senhor"

Orações de Adoração / Louvor


Inspiração Musical: Coral da Igreja

Edificação
Leitura Bíblica:
Mensagem
Oração Final / Bênção
Poslúdio Piano
1 72
Cu ltos e Panacéias RL:v . Mauro Ctcmcntino da Silva

CULTO VESPER TINO


(17:00 hs) - 11/12/ 94
Celebrando a Criança Luz
Prelúdio Instrumental
Inspiração Musical: "Cantaique o Salvador Chegou" Coral
Saudações I
Oração

Chamada à Adoração:
Leitura Bíblica: Is 9.2; 60.1
"O povo que andava em trevas viu uma grande luz; e sobre os que
habitavam na terra de profunda escuridão resplandeceu a luz"

Cântico Congregacional: "Nasceu Jesus" (C.C.033).


Inspiração Musical "O canto Angelica l" Conj. Feminino
"Nas colinas , o Rebanho a Vigiar" Coral

Comunhão
Apresentação dos visitantes e Cumprimentos
Cântico Congregacional: "Que a luz de Cristo Brilhe"
Inspiração Musical· "Na manjedoura " Conj Feminino
"Cantai, Regozijai-vos·

Ofertório
Leitura Bíblica· Mt.
"... Eis que uns magos vieram do Onente a Jerusalém. dizendo: onde está
aquele que é nascido rei dos ju deus? Porque vimos a Sua estrela no oriente e
V emos a adorá-lo. E. abrindo os seus tesouros lhe ofereceram presentes . ouro.
incenso e mirra"
Cântico Congregacional: "Quem é o Menino'' HCC.102
Oração de Dedicação

Louvor
Inspiração Musical "'A Terra Entoa Seu Louvor" Coral
"Sinos Soando"
Cânticos Congregacionais: "És a nossa estrela da manhã"
"Senhor Formoso és"
Orações e Louvor
Edificação
Leitura Biblica: ·
Mensagem
Inspiração Musical: "Habita em Nossos Corações"
Coral "Hosana"
Oração Final I Bênção
Poslúdio

173
Cultos e Panacéias Rcv. Mau ro Clcmcntino da Silva

CULTOS VESPERTINOS E NOTURNO


"CELEBRANDO O REI DE AMOR"
18/ 12/94

Prelúdio Instrumental
Saudação / Oração
Inspiração Musical: "Rei de amor" Coral
Jovem Chamada à Adoração
Leitura Bíblica: 1 Jo.4: 10; Ef.2:17-19a
"Nisto está o amor : não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que
Ele nos amou,e enviou seu Filho como propiciação pelos nosso pecados. Que
Cristo habite pela fé nos vossos corações, a fim de que, estando arraigados e
fundados em amor, possais compreender, com todos os santos, qual seja a
largura, e o cumprimento e a altura e a profundidade, e conhecer seu amor"

Cântico Congregacional: "Amor" CC.25

Comunhão
Apresentação dos Visitantes e Cumprimentos
Cântico Congregacional : "Amigo Verdadeiro"

Ofertório
Leitura Biblica: Ef. 5:2
•... andai em amor, como Cristo também vos amou, e se entregou
a si mesmo por nós, como oferta de sacrifício a Deus, em cheio
suave" Cântico Congrega cional: "Primeiro Natal" HCC 100,
P,2ª,4ª,5ª estrofes
Oração de gratidão

Louvor
Inspiração Musical: "Não há lugar'
"Sim dorme em paz" Coral Jovem
Cânticos Congregac "O Senhor
ionais: Reina" "Nas
estrelas"
"Ao único"
Oração de Louvor

Edificação
Leitura Bíblica:
Mensagem
Inspiração "Aleluia, sim cantai" Coral Jovem
Musical:
Oração Final ; Bênção

Poslúdio
174
Cu ltos e Panacias Rcv. Mau ro Clcml:nlino da Silva

CULTO NOTURNO
(19:00 hs) - 04/09/94

Chamada à Adoração

Cânticos Congregacionais. ..Cantai ao Senhor"

"Eis aqui, bendizei ao Senhor todos vós, servos do Senhor , que de


noite assistis na casa do Senhor. Erguei as mãos para o santuár io
e bendizei ao Senhor" (SI. 134.1,2)
"Autoridade e poder"

Saudação e Oração
Inspiração Musical Banda

Pastorais
Comunicações
Apresentação dos Visitantes
Cântico Congregaciona l "Time de
Deus'' Oração ern favor dos visitantes

Dedicação de Bens / Ofertório


Cântico Congregacional "O Estandarte" C.C.456 ( 1ª e
2ª estrofes)
Oração de dedicação

Louvor
Inspiração Musical Banda
Cânticos Congregac1ona1s 'Em Espírito e em verdade"
: 'Glória pra sempre"
·ouve-se o Jlibilo"
Oração de Louvor

Contrição
Cântico Congregacional: 'Só Deus conhece"

Edificação
Leitura
Bíblica
Mensagem Banda
Inspiração Musical " Deus dos Antigos" CC 34 ( 1ª e 3ª estrofes)
Cântico Congregacrona
1 Oração Final / Bênção

Poslúdio Banda
1 '"
Cultos e Panacéias Rcv. Mau ro Clemcnt ino da Silva

CULTO NOTURNO
(19:00 hs) - 11/09/94
Chamada à Adoração
Cânticos Congregacionais : " Reina o Senhor"
"Grandes e admiráveis são as Tuas obras; ó Senho r Deus Todo
Poderoso: justos e verdadeiros são os Teus caminhos, ó Rei dos
séculos. Quem não Te temerá , Senhor, e não glorifica rá o Teu
nome?" (Ap 15. 3b-4a)
"Nome que inspira o meu louvor" HCC. 177
Saudação e Oração
Inspiração Musical Conj. Masc.

Pastorais
Comunicações - Apresentação dos Visitantes
Cântico Congregacional "Quero que valorize"
Oração a favor dos visitantes
Dedicação de Bens I Ofertório
Leitura Bíblica: Ageu 1. 6-7
"Tendes semeado muito. e recolhido pouco: comeis, mas não vos fartais: bebeis
mas não vos saciais: vesti-vos. mas ninguém se aquece, e o que recebe salário,
recebe-o para meter num saco furado. Asslin diz o Senhor dos exércitos:
Considerai os vossos caminhos...
Cântico Congregacional "Corno agradecer " H.C.C.422
Oração de dedicação

Louvor
Inspiração Musical Conj. Masc.
"Ninguém há semelhante a Ti. ó Senhor. Tu és grande. e grande é o teu nome
em poder. Alegrai-vos . ó j ustos e rendei graças ao Seu Santo Nome'' (Jr
10.6; SI 97.12)
Cânticos Congregacionais: "A alegria está no coração"
" Grande é o Senhor"
Orações de Louvor
Contrição
Cântico Congregac iona "Flua ern mim Senhor"
l: " Tudo o que Jesus conquistou na
Edificação 1° Momento
cruz"
2° Momento "Autor idade e Poder"
3° "Para isto Cristo se revelou"
Oração Momento
Inspiração Musical: Conj. Masculino.
Oração Final I Bênção
Cântico Congregacional: " Finda-se este dia" CC.269 (1ª e 3ª
estrofes) Poslúdio Piano

176
Cultos e Panacêi:-is Rcv Mauro Cll:1111.;nt ino da Silva

CULTO NOTURNO
(19:00 hs) - 18/09/94

Prelúdio Piano
Inspiração Musical
Conj.Masculino
Saudações I Oração

Chamada à Adoração
Leitura Bíblica· 11 Reis 11.12; Ap 7 9-10; SI 47.1
"Então ele tirou o filho do reie lhe põs a coroa, e lhe deu o testemunho; e o
fizeram rei, e o ungiram, e bateram palmas , e disseram: Viva o rei! Depois
destas coisas olhei, e eis aqui uma multidão,a qual ninguém podia contar, de
todas as nações, e
povos, e llnguas, que estavam diante do trono, e perante o Cordeiro, trajando
vestidos brancos e com palmas nas suas mãos e chamavam com grande voz,
dizendo: Salvaçào ao nosso Deus; que está assentado no trono, e ao Cordeiro.
Batei palmas, todos os povos, aclamai a Deus com voz de jüb ilo. Porque o
Senhor altíssimo é tremendo: é grande Reisobre toda a terra".

Cânticos Congregac1ona 1s "Batei palmas"


"O Senhor Reina"
Comu nhão
Apresentação dos V isitantes "Time de Deus"

Ofertório
Cântico Congregacio "Um vaso de bênção"
nal CC.304
Oração

Louvor
Inspiração Musical Conj Masculino
Cânticos Congregaciona1s "Hoje é dia do Senhor"
HCC.226 "Celebrai a Cristo.
Celebra i" ''Tua Senhor ê a força"
"Em Espírito e em verdade"
Oração de Adoração
Edificação
Leitura Bíblica: Gn 22
Mensagem
Cântico Congregacional : " Sonda-me, ó Deus" HCC.578 ( P.3ªe 4ª
estrofes)
Inspiração Musical Conj
Masc. Oração Final Bênção
Poslúdio Piano

177
Cultos e Panacéias Rcv. Mauro Clcrnc11ti110 da Silva

CULTO NOTURNO
(19:00 hs) - 02/10/94

Prelúdio Piano
Inspiração Musical: Solo
Saudação e Oração

Chamada à Adoração
Leitura Bíblica: Ap. 7 :9-10: Rm 16:27
"Todas as nações, tribos, povos e línguas, que estavam em pé diante
do trono e em presença do Cordeiro, clamava com grande voz:
Salvação ao nosso Deus, que está assentado sobro o trono e ao
Cordeiro. Ao único Deus sábio seja dada glória por Jesus Cristo para
todo o sempre. Amém"

Cânticos Cogregacionais: "Antífona" CC.001


"Bendito seja sempre o Cordeiro"
HCC.080
" Em todo tempo"

Comunhão
Apresentação dos Visitant es e Cumprimentos
Cântico Cogregacional : "Bom estarmos aqui"
Oração em favor dos Visitantes

Ofertório
Leitura Bíblica: li Crõn 29.11.
Cântico Cogregacional: ·usa, Senhor" HCC 433

Louvor
Inspiração Musical: Solo
Cânticos Cogregacionais: "O Profeta decla rou"
"Pai eu quero contemp lar"
Orações

Edificação
Leitura Bíblica:
Mensagem: 1° momento - Senhor eu sei que Tu me sondas
2° momento - Em Todo, tempo
3° momento - Em Espírito e em verdade
Cântico Cogregacional "Vem derrama a Paz"
Bênção apostólica

Poslúdío

1 78
Cultos e Pnnncins Rcv. Mau ro Ckmcn lino da Silva

CULTO NOTURNO
(19:00 hs) - 16/10/94

Prelúdio Banda
Saudação e Oração

Chamada à Adoração
Leitura Bíblica: SI 148.12-13; Fp 2.1O.
"Jovens, idosos e crianças! Louvem eles o nome do Senhor, pois só
o Seu nome é Excelso, a sua glória é acima da terra e do céu.
Para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que
estão nos céus, e na terra. e debaixo da terra"

Cântico Cogregacional : "Coroa 1"


CC.060
"Exultação " CC.015

Comunhão
Apresentação dos Visitantes e Cumprimentos
Cântico Cogregac1onal · "Não vou calar meus lábios"

Ofertório
Cântico Cogregac1onal. "O Estandarte" CC.456 ( P e 2ª
estrofes)

Louvor
Cânticos Cogregac ionais "Vimos aqui neste lugar"
"Batei palmas"
"O Senhor Reina"
"Autoridade e Poder ''
Contrição: "Tudo que Jesus conquistou"
Edificação
Leitura Bíblica:
Mensagem
Apelo "Minha vida entrego a T1"
Oração Final /
Bênção

Poslúdio Banda

1 79
Cullos e Panacéias Rcv. Mau ro Clcmcnti no da Silva

CULTO NOTURNO
(19:00 hs) - 25/12/94

NATAL - PROCLAMAÇÃO DE BOAS NOVAS

Prelúdio
Conj.de
Inspiração Musical: Metais
Saudação I Oração CoralJovem

Chamada à Adoração :
Leitura Bíblica· Responsiva (Transparências) Lc. 2 :8 a 14
Cântico Congregac ional. " Surgem Anjos Proclamando"
HCC.104 Inspiração Musical: Ministério do Silêncio

Comunhão
Apresentação dos Visitant es e Cumprimentos
Entrega de Cartões de Natal
Cântico Congregacional: "Noite de Paz'' cc 30
Ofertório
Leitura B!blica:Mateus 2:2; 11b
"Onde esta aquele que é nascido rei dos Judeus? Porque vimos a Sua estrela no
oriente e Viemos a adora-lo E, abrindo os seus t esouros lhe ofereceram
presentes: ouro, incenso e mirra"

Cântico " Quem é o Menino'' HCC 102


Congregacional· Oração
de Dedicação

Louvor
Cânticos Congregac1ona 1s: " Cantai que o Salvador chegou"
CC.26
" Bendito Seja Sempre o Cordeiro"
HCC.80
" Rei de
Salém" " Nas
Orações e Louvor Estrelas"
Inspiração Musical'
Edificação Coral Jovem
Leitura Biblica
Reflexão
Inspiração Musical·
Cântico Congregacional Coral Jovem
Oração FinalI Bênção " Falat pelas Montanhas" HCC. 94

Poslúdio Conjunto de Metais

1 80
Cul tos e Panncéins Rcv. Mau ro Cknwnti no ela Silva

DATAS COMEMORATIVAS
Culto em Ação de Graças

Formandos 94
Curso de Letras
UFMS

Local: Anfiteatro dos CCHS


Data: 13/12/94 as 18:30 h

181
Cultos e Panacéias Rçv. Mau ro Clcmt.:n tino da Silva

ORDEM DO CULTO

Prelúdio Instrumental
Palav ras
Formando Cláudio
Introdutórias Músic a
Conjunto Esperança
Oração Invocatória

EXALTANDO A CRISTO COM LOUVOR

LEITURA BÍBLICA

A nossa boca se encheu de riso, e a nossa língua de cânticos de


alegria. Então se dizia entre as nações: Grandes coisas fez o Senhor
a estes.
Grandes coisas fez o Senhor por nós, e por isso estamos cheios de
alegria. Salmos 126. 2.3

Louvarei ao Senhor em todo o tempo ; o seu louvor estará


continuamente na minha boca.
A minha alma glorificará no Senhor; os aflitos o ouvirão e se
alegrarão.
Engrandecei ao Senhor comigo. juntos exaltemos o seu nome.
Salmos 126 2.3

HINOS

60 HCC - Aleluia! Aleluia! Gr atos Hinos Entoai.

Aleluia! Aleluia! Gratos hinos entoa i.


Jubilosos e contentes, hinos a Jesus cantai.
Pra livra r-nos do pecado, triste morte padeceu;
Triuntando desse morte, ele vida eterna deu

Cristo. Redentor divino, o pecado aniquilou


e alcançou a mesma bênção para os que ele resgatou.
Eis milhares de milhares a prestar-lhe adoração ,
descobrindo em sua obra vida. luz e salvação .

Aleluia! Aleluia' A Jesus rendei louvor.


Aleluia eternamente ao bendito Redentor!
Ao Consolador dai glória. pois conforte e vida traz.
Aleluia ao Pai eterno. Deus de graça, Deus de paz1

182
Cu !tos e Panacéias Rcv. Mau ro Clementina da Sil va

80 HCC - Bendito Seja Sempre o Cordeiro

De todas as tribos, povos e raças,


muitos virão te louvar.
De tantas culturas, línguas e nações,
no tempo e no espaço, virão te adorar.

Coro:
Bendito seia sempre o Cordeiro
Filho de Deus, raiz de Davi;
bendito seja seu santo nome
Cristo Jesus, presente aqui.

Remidos, comprados, do mundo inteiro


muitos virão te louvar.
Teus fil hos eleitos , povo especial,
no tempo e no espaço, virão te adorar.

COM GRATIDÃO

LEITURA BÍBLICA

Música Conjunto Esperança

COM DEDICAÇÃO

Jogra l: "Aceita, Senhor, um pouco de Nós Mesmos" (Formandos)

Mensagem
Rev. Mauro Clementina da Silva
Música
Conju nto Esperança

ENCERRAMENTO

Apresentação dos Formandos


Agradec imentos
Oração e Bênção Apostól ica Rev. Mauro

183
Cultos e Panacéia s Rev. Mau ro Clcmentino da Silva

Faculdade Teológica Batista


D'Oeste do Brasil
Rua Das Graças, 224 -
Jardim América
Formatura - 1994

Programa - 20h00'

Prelúdio

Processional

Grande Coral: " Oh! Vinde Adorar" HCC Nº

01 Leitura Bíblica:

Dirigente:
Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas
maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos
dias pelo Filho (Heb 1: 1).

Congregação:
Eu sou o Deus de teu Pai, o Deus de Abraão , o Deus de !saque, e o
Deus de Jacó. Tenho visto atentamente a aflição de meu povo, que
está no Egito, e tenho ouvido o seu clamor por causa dos seus
exalares, porque conheci as suas dores. Portanto desci para livrá-
lo da mão dos egípc ios... ( Êxodo 3:7-8).

Cântico Congregaciona "Ao Deus de Abraão Louvai" HCC.


l:
14 HCC.
" Deus dos Antigos"
Grande Coral:
34

Congregação :
Bem-aventurado tu, ó Israel! Quem é como tu? Um povo
salvo pelo Senhor, o escudo do teu socorro, e a espada da
tua a lteza: pelo que os teus inimigos te serão sujeitos, e
tu pisarás sobre as suas alturas (Deuteronomio 33;29).
1 84
Cultos e Panacéias Rcv . Mau ro Clemcntino da Silva

Todos :
Todo o lugar que pisar a planta do vosso pé vô-lo tenho
dado, como eu disse a Moisés. Não te mandei eu?
Esforça-te, e tem bom ânimo: não pasmes, nem te
espantes , porque o Senhor teu Deus é contigo, por onde
quer que andares (Josué 1:3,9).

Dirigente:
Santificai-vos, porque amanhã fará o Senhor maravilhas
no meio de vós. (Jos. 3:5).

Congregação:
Porém o Senhor disse a Samuel: Não atentes para a sua
aparência, nem para a altura da sua estatura, porque o
tenho rejeitado, porque o Senhor não vê como vê o
homem, pois o homem vê o que está diante dos olhos,
porém o Senhor olha para o coração ( 1 Sa muel16:7).

Todos
: Estou fazendo uma grande obra, de modo que não poderei
descer Porque cessaria esta obra, enquanto eu a deixasse
e fosse ter convosco? (Neemias 6·3).

Dirigente:
Porque, se de todo te calares neste temo, socorro e
livramento doutra parte virá para os J udeus, mas tu e a
casa de teu pai perecereis; e quem sabe se para tal tempo
como este chegaste a este reino? ( Ester 4:14).

Congregação :
Porque eu sei que o meu Redentor vive. e por íim se
levantará sobre a terra (Jó19:25 ).

Todos
:
O teu caminho, ó Deus está no sa ntl1ár10 Que Deus é
tão grande como o nosso Deus? Tu és o Deus que
fazes maravilhas: tu fizeste notória a tua força entre os
povos (Sal. 77 :13- 14).

Dirigente:
No ano em que morreu o rei Uzias, eu vi ao Senhor
assenta do sobre um alto sublime trono, e o seu séquito
enchia o templo (Isaías 6:1)
185
Cultos e Panacéias Rev . Mauro Clementina da Silva

Grande Coral: ·canto o Novo Canto da Terra" HCC. 549

Congregação:
Antes que tu formasse no ventre te conheci, e antes que
safsse da madre, te santifiquei; às nações te dei por
profeta. Olha, ponho-te neste dia sobre as nações, e sobre
os reinos, para arrancares, e para derribares, e para
destruíres, e para arruinares e também para edificares e
para plantares. (Jer. 1:5,1O).

Todos:
E disse: Dá-me o livrinho. E ele disse-me: Toma-o, e
come-o, e ele fará amargo o teu ventre, mas na tua boca
será doce como o mel (Apocalipse 10:9).

Cântico Congregacional: "Grande é O Senhor",


"Para C risto se revelou"
Discurso Orador da Turma:
Discurso do Paraninfo:
Declaração de Direito: Deão -
Colação de Grau: Reverendo Mauro Clementina da Silva
Grande Coral: ''Que Estou Fazendo Se Sou Cristão" HCC. 552

Cântico Congregacional "Olhando para Cristo" CC.579


: Compromisso : Formandos
Oração Consagratór ia:
Grande Coral· Aleluia de Hendel
Bênção Apostólica : R ev. Mauro Clementina da
Recessional: Silva Piano
Poslúdio

186
Cu l tos e Panacéias Ri..:v. Mau ro Clementina da Silva

IGREJA BATISTA
Rua: ........ ........................... ..............
Campo Grande - MS

CULTO DE ORDENAÇÃO

E DEDICAÇÃO DE VIDA

AO MINISTÉRIO DA

PALAVRA

..;::::=:=t:t r·· .<:}:;-- --.--


=·:=:;::;:;::;::::-:;/ 1 :::

@9lllt IJ1i'

CANDIDATO FULANO DE TAL

Bacharel em Teologia pela Faculdade


Teológ ica Batista D'Oeste do Brasil
Turma 1994

1 87
Cultos e Panacéi as Rcv. Mauro Clcmcnt ino da Silva

ORDEM DE CULTO
"Quem ceifa já está recebendo recompensa e ajuntando fruto para a
vida eterna" (Jo.4:36)

Prelúdio Instrumental
Chamada ao Culto Conj. '' Deus Te Ama "
Palavra de gratidão
Boas V indas aos
Visitantes Cântico Hino 375 cc
Congregacional:

"SEGURANÇA "

Vivo feliz, pois sou de Jesus ,


Ejá desfruto o gozo da luz!
Sou por Jesus herdeiro de Deus.
Ele me leva à glória dos céus.

Canta minha alma 1 (bis)


Canta ao Senhor!
Rende-lhe sempre ardente louvor!

Ao seu amor eu me submeti,


E extasiado então me senti
Anjos, descendo, trazem dos céus,
Ecos da excelsa graça de Deus.

Sempre vivendo em seu grande amor,


Me regozijo em meu Salvador:
Esperançoso , vivo n·a luz,
Pela bondade do meu Jesus!

188
Cultos 1; Pruw cfr1s R\!v. Mauro Ckmc1111110 da Silvu

INSPIRAÇÃO

Período de Cânticos
Participação Musical
Eq. de Louvor
Leitura Bíblica Alternada:

Dirigente: Aquele que atenta para a lei perfeita, a da liberdade, e


nele preserva (...) será bem-aventurado no que fizer.

João: Sim, Tu acendes a minha candeia; o Senhor meu Deus ilumina


as minhas trevas; com o Teu auxílio dou uma tropa; com o
meu Deus salto uma muralha.

Congreg.: Quanto a Deus. o Seu caminho é perfeito; a promessa do


Senhor é provada; Ele é um escudo para todos os que nele
confiam.

Pastores: Nos Teus braços f ui lançado desde a madre Tu és o meu


Deus desde o ventre da minha mãe.

Dirigente: O trabalho da tua alma Ele verá, e fica rá satisfeito: tu a


quem tomei desde os fins da terra, e te chamei dentre os
seus mais excelentes e disse: tu és o meu servo , a ti
escolhi e não te rejeitei, não temas, porque eu sou
co ntigo; não te assombres, porque Eu sou teu Deus; Eu
te esforço e te ajudo, e te sustento com a dextra da minha
justiça .

João: Ouvi a voz do Senhor que dizia: a quem enviarei, e quem há


de ir por nós? Então disse eu: eis-me aqui, envia-me a mim.

Todos: Quão suaves são sobre os montes os pés dos que anunciam
as boas novas, que faz ouvir a paz, que anuncia o bem, que
faz ouvir a Salvação .

(Leituras selecionadas de Salmos, Corintios, lsaias e Tito)

Pa rticipação Musical Conj. Ebenézer

1 89
Cultos e Panacéias Rcv . Mau ro Clcmcnti no da Silva

INVESTIDURA SOLENE

Palavra do Presidente do Concílio


Leitura da ata do Concílio Examinatório
Oração Consagratória
Entrega da Bíblia
Participação Musical

PROCLAMAÇÃO

Leitura Bíblica Textual


Mensagem Pr. Mauro Clementina
Cântico Hino 417 cc
Congregacional

"BRILHA NO VIV ER'

Não somente pra fazer um feito singular


É mister agir com muito ardor ,
Mas as coisas mais humildes por executar,
Deves fazê-las com fervor.

Brilha no meio do teu viver , (bis)


Pois talvez algum aflito possas socorrer:
Brilha no meio do teu viver.

Oh, talvez alguma vida possas alegrar


Com palavras doces, em a mor:
Ou talvez algumas almas tristes alcançar
Com a mensagem do Senhor.

Por maior que seja teu esforço a exercer.


Por mais firme a tua devoção ,
Em redor, oh, quantas almas vivem sem prazer!
Jazem na negra escuridão.

1 90
Cultos e Panacéias Rcv. Mauro Clementina da Silva

POSSE

Oração de Posse
Palavra do Pastor empossado
Participação Musical

Cântico Congregacional Hino 579 cc

"OLHANDO PARA CR ISTO"

Ruge forte, contunde nte, a guerra do pecado,


Mas os seus clangores vis não podem me afligir.
Sei em quem confio, pois na Rocha estou afirmado,
E celestes bênçãos irei fruir.

Olhando para Cristo, grande autor da salvação,


Prossigo, pois avisto soberano galardão.
De Deus ministro, me revisto do poder do meu Senhor
Para servi-lo com todo ardor.

Fim

19 1

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