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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Evolução da Geografia

Esperança Basílio Biriate Benesse


Código - 708215246

Licenciatura em Ensino de Geografia


Cadeira de Evolução de Pensamento Geográfico
1º Ano

Cuamba, Novembro, 2021

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organizacionais  Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)
 Descrição dos
Introdução 1.0
objectivos
 Metodologia
adequada ao objecto 2.0
do trabalho
 Articulação e
domínio do discurso
académico
2.0
Conteúdo (expressão escrita
cuidada, coerência /
coesão textual)
Análise e  Revisão
discussão bibliográfica
nacional e
2.
internacionais
relevantes na área de
estudo
 Exploração dos
2.0
dados
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas
Normas APA 6ª  Rigor e coerência
Referências edição em das
4.0
Bibliográficas citações e citações/referências
bibliografia bibliográficas

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Folha para recomendações de melhoria:A ser preenchida pelo tutor

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Docente:

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ÍNDICE

CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO
1. Introdução ………………………………………………………………………………..3
1.1. Tema …………………………………………………………………………………...4
1.2. Objectivos………………………………………………………………………………4
1.2.1. Objectivo Geral………………………………………………………………………4
1.2.2. Objectivos Específicos……………………………………………………………….4
1.3. Metodologia de pesquisa ………………………………………………………………4
1.3.1. Método de abordagem ……………………………………………………………….4
1.4. Pesquisa Bibliográfica …………………………………………………………………4
CAPÍTULO II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1. Definições de Conceito………………………………………………………………...5
2.2. Geografia ………………………………………………………………………………5
2.3. Evolução da Geografia ………………………………………………………………...6
2.3.1. Época Grega …………………………………………………………………………6
2.3.1.1. Eratóstenes………………………………………………………………………….7
2.3.1.2. Heródoto …………………………………………………………………………...7
2.3.1.3. Alexandre Magno ………………………………………………………………….8
2.3.2. Época Romana………………………………………………………………………..8
2.3.2.1. Hiparco …………………………………………………………………………….8
2.3.2.2. Posidónio …………………………………………………………………………..9
2.3.2.3. Estrabão ……………………………………………………………………………9
2.3.2.4. Ptolomeu …………………………………………………………………………...9
2.4. O contributo da Escola geográfica alemã à Geografia ……………………………….10
2.4.1. Humboldt …………………………………………………………………………...11
2.4.2. Karl Ritter …………………………………………………………………………..11
2.5. O contributo da Escola geográfica francesa à Geografia……………………………..12
2.6. Teoria determinista …………………………………………………………………...13
CAPÍTULO III: CONSIDERAÇÕES FINAIS …………………………………………...14
Referências Bibliográficas ………………………………………………………………..15

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CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO

1. Introdução
O presente estudo intitula-se Evolução da Geografia, pois, para a sua elaboração fez-se uma
pesquisa bibliográfica, que consistiu num apanhado geral sobre os principais trabalhos já
realizados, revestidos de importância por serem capazes de fornecer dados actuais e relevantes
relacionados com o tema.

O estudo quanto a estrutura, pode-se referir que, está dividido em três (3) capítulos, sendo de
destacar, entre outros, o primeiro dos três é a introdução, o segundo é a fundamentação teórica
e o último são considerações finais.

E por último, apresentam-se as referências bibliográficas, trata-se da lista de todas as obras


que foram consultadas durante a pesquisa bibliográfica.

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1.1. Tema
Evolução da Geografia

Lakatos & Marconi (2003), referem que, o tema de uma pesquisa é o assunto que se deseja
provar ou desenvolver.

1.2. Objectivos
1.2.1. Objectivo Geral
Analisar sobre a evolução da geografia

1.2.2. Objectivos Específicos


 Identificar as épocas da evolução da geográfica;
 Descrever o contributo da escola geográfica alemã à geografia;
 Distinguir a evolução da geografia na época grega e romana.

Lakatos & Marconi (2010), consideram que, a formulação dos objetivos significa definir com
precisão o que se visa com o trabalho sob dois aspectos: geral e específicos.

1.3. Metodologia de pesquisa


Para Carvalho (2009), a metodologia corresponde à fundamentação teórica da investigação. O
estudo foi marcado pelo processo de levantamento de material bibliográfico relacionado ao
tema em estudo nas bibliotecas.

1.3.1. Método de abordagem


A pesquisa foi de carácter qualitativo, pois, como referem Gerhart & Silveira, (2009), a
pesquisa qualitativa não se preocupa com representatividade numérica, mas, sim, com o
aprofundamento da compreensão de um grupo social, de uma organização.

1.4. Pesquisa Bibliográfica


Fez-se o levantamento do material bibliográfico, o qual consistiu na análise e resumo de todas
as obras que foram pesquisadas, tendo em conta que, de acordo com Gil (1994), a pesquisa

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bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente
de livros e artigos científicos. Os livros constituem as fontes bibliográficas por excelência.
CAPÍTULO II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Parte I
2.1. Definições de Conceito
Geografia: é segundo Falcão et al (1998), a ciência que estuda a superfície da terra e as
alterações que o homem vai introduzindo nos diversos lugares do mundo.

2.2. Geografia
Para Falcão et al (2006), geografia é uma palavra que teve a sua origem na Grécia Antiga. Ela
resulta da união de dois termos, geo + graphia= terra + escrita, ou seja, descrição da terra.
Assim, pode-se considerar que no início, a geografia limitava-se a efectuar descrições da
superfície da terra.

Falcão et al (2006), dizem que, com efeito, considera-se que a primeira etapa da geografia foi
caracterizada pela aventura. O aperfeiçoamento e desenvolvimento da geografia foram
condicionados pela necessidade vital do ser humano de conhecer o mundo: a natureza, a
população, a economia.

Conforme Falcão et al (2006), hoje em dia, a geografia descreve, localiza e explica os


fenómenos que ocorrem à superfície da terra. Estes fenómenos podem ser de origem natural
ou humana, o que conduz a geografia a dividir-se em dois grandes ramos: a geografia física e
a geografia humana.

Segundo Castelão & Matos (1998), a geografia se relaciona com a cartografia da seguinte
maneira: como se sabe, a geografia tem por objecto descrever e interpretar os fenómenos que
ocorrem à superfície terrestre.

Para Castelão & Matos (1998), para estudar o espaço geográfico, os geógrafos desenvolvem
as seguintes tarefas: observar, descrever, interpretar e diagnosticar. A observação é o ponto de
partida. Esta observação pode ser feita directamente no local que se pretende estudar,

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recorrendo ao trabalho de campo, ou de uma forma indirecta, com o auxílio de fontes
documentais, gráficas, estatísticas e cartográficas.

2.3. Evolução da Geografia


2.3.1. Época Grega
Segundo Andrade (1992), desde a Antiguidade, a cartografia tem grande importância. O mapa
mais antigo de que se tem notícia data de 2500 a.C. e é uma representação de um rio,
provavelmente o Eufrates, com uma montanha de cada lado desaguando por um delta de três
braços.

Andrade (1992), diz que, nesse período, a concepção existente era de uma terra plana, com a
forma de um disco e constituída por uma massa flutuante na água, com a abóbada celeste por
cima. A expansão política, comercial e marítima dos povos do mediterrâneo levou à
elaboração de mapas marítimos e, sobretudo, à descrição de lugares e de povos.

Conforme Andrade (1992), na Antiguidade com a expansão política, comercial e marítima no


Mediterrâneo, aconteceu a construção de mapas marítimos contendo a descrição de lugares e
de seus habitantes.1

Consoante Andrade (1992), Aristóteles admitiu a esfericidade da terra, mas não apenas tratou
deste tema, fez também relações aos aspectos físicos e humanos, como a variação do clima
com a latitude e a relação entre as raças humanas.

Conforme Andrade (1992), a contribuição dos gregos, na antiguidade clássica, é considerada a


mais relevante e significativa. Os principais destaques foram: a medição do espaço e a
discussão da forma da terra, o estudo da física da superfície terrestre e a descrição dos
aspectos físico-espaciais.

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Desde os tempos mais remotos, no período da Antiguidade, os povos viviam em grupos os quais se deslocavam
em busca de meios de subsistência e assim conheciam o espaço em que viviam.
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Para Andrade (1992), os estudos geográficos realizados pelos gregos tinham na maioria das
vezes carácter descritivo e informativo. O principal objectivo era descrever as características
do espaço e sua possibilidade de utilização e exploração.

De acordo com Andrade (1992), desde então, surgem e desenvolvem-se no seio dos gregos
duas vias quanto ao modo de pensar e fazer geografia:
 Via descritiva e regional: que incidia nas características da paisagem, nas
particularidades dos habitantes e respectivas civilizações. Destacaram-se Heródoto,
Alexandre da Macedónia e Estrabão;
 Via matemática: conduzindo a localização exacta dos lugares, a elaboração de cartas,
medições terrestres, a astronomia. Destacaram-se Aristóteles, Eratóstenes, Hiparco.

2.3.1.1. Eratóstenes
Para Ferreira & Simões (1994), Erastóstenes (276-194 a.C.), além de demonstrar a existência
da curvatura da terra e calcular suas dimensões com notável precisão, também localizou
mares, terras, montanhas, rios e cidades no primeiro sistema de coordenadas geográficas, no
qual estavam presentes as latitudes e as longitudes.

Segundo Ferreira & Simões (1994), estudou, ainda, questões relativas à hidrografia e à
climatologia, às zonas climáticas e às cheias dos rios, notadamente aquelas relativas ao Nilo.
Tinha como metodologia geográfica a localização e delimitação dos aspectos físicos de uma
região seguidas da descrição da população, com suas lendas, costumes e actividades
económicas.

2.3.1.2. Heródoto
De acordo com Ferreira & Simões (1994), Heródoto (484-425 a.C.), filósofo e historiador,
considerado o pai da história e da geografia, inseriu a história dos povos no contexto
geográfico. Suas crónicas registam a génese da geografia regional e retratam os mais
diferentes e distantes países.

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Segundo Ferreira & Simões (1994), são conhecidas suas viagens à Fenícia, ao Egipto e à
Babilónia. Ao estudar as cheias do rio Nilo, Heródoto associou a sua desembocadura à letra
grega delta, razão pela qual é encontrada até os dias actuais a foz em delta nos livros
escolares.

2.3.1.3. Alexandre Magno


Para Ferreira & Simões (1994), Alexandre Magno, (356-323a.C.), além de conquistador, tinha
também preocupações científicas. Foi discípulo de Aristóteles, mandou fazer, por províncias,
um cadastro do seu império e os caminhos foram levantados por oficiais topógrafos.

Segundo Ferreira & Simões (1994), enviou exploradores para verificar as comunicações
possíveis com o mar vermelho e o mar negro. Foi também explorada que vai do rio Indo ao
Golfo Pérsico. A plêiade de sábio que acompanhou Alexandre revelou, não só aos gregos mas
a todo o mundo Ocidental ate ao século XIX, a geografia e a história do Oriente.

2.3.2. Época Romana


Andrade (1992), refere que, os Romanos compilaram e desenvolveram o conhecimento dos
gregos. Elaboraram itinerários, espécies de cartas sem escala, onde dum modo arbitrário
surgiam as terras que constituíam o Império, obedecendo a exigências militares e comerciais,
por exemplo, a Tábua de Peutinger.

Andrade (1992), diz que, as condições da sociedade grega levaram ao seu declínio e à
submissão ao domínio romano, cerca de 146 a.C. No que se refere ao conhecimento do
Mundo, as conquistas romanas tiveram importantes consequências. Não foi, no entanto, em
Roma que se registaram os progressos do conhecimento geográfico, devendo-se ao
pensamento grego as novas aquisições desta ciência com Hiparco, Posidónio, Estrabão e
Ptolomeu.

2.3.2.1. Hiparco

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Conforme Moreira (2006), Hiparco (190-125 a.C), foi o maior astrónomo da Antiguidade.
Determinou a distância da Terra ao Sol e à Lua e as dimensões destes dois astros; inventou os
primeiros elementos da geometria da esfera, dividindo pela primeira vez o círculo terrestre em
360º; concebeu uma rede de paralelos e meridianos, com intervalos iguais, para determinar a
latitude e a longitude.

Moreira (2006), diz que, elaborou um mapa do mundo e dividiu-o em 11 paralelos igualmente
espaçados, cuja localização descreveu detalhadamente. Nos seus mapas utilizou o sistema de
projecção estereográfico que substituiu o sistema ortográfico.
2.3.2.2. Posidónio
Segundo Gomes (2007), Posidónio, século (II a.C.), geógrafo, historiador e filósofo, estudou o
fenómeno das marés e a influência da lua; criou uma teoria dos tremores de terra e do
vulcanismo; determinou o perímetro da terra (180 000 estádios), e os seus cálculos resultaram
mais errados que os do Eratóstenes.

Para Gomes (2007), utilizou a distância linear entre Rodes e Alexandria e para calcular a
distância angular partiu da estrela Canopus. Enquanto que para Eratóstenes um grau equivalia
a 700 estádios, para Posidónio um grau equivalia somente a 500 estádios.

2.3.2.3. Estrabão
De acordo com Gomes (2007), Estrabão (64 a.C-20 d.C), grande enciclopedista destaca o
carácter filosófico e transdisciplinar da geografia. Em sua obra, afirmava que o amplo
conhecimento, necessário ao empreendimento de qualquer trabalho geográfico, deve estar
relacionado tanto com as coisas humanas como divinas, conhecimento que constitui a
filosofia.

Gomes (2007), diz que, ao contrário dos gregos, interessava-se por uma abordagem mais
humana, cujos ensinamentos destinavam-se às acções de governo. Além do mais, ensinava
que os geógrafos não deviam preocupar-se com o que estava fora do mundo habitado.

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Gomes (2007), refere que, Estrabão foi um grande viajante, tendo descrito no seu livro várias
partes do mundo daquela época. Por tal feito, é, ainda hoje, considerado um dos mais
importantes geógrafos da Antiguidade.

2.3.2.4. Ptolomeu
Segundo Gomes (2007), Ptolomeu (90-168 d.C.), é o último grande geógrafo da antiguidade,
foi também astrónomo e matemático. Interessou-se pelas técnicas de projecção cartográfica e
elaboração de mapas.

Para Gomes (2007), em sua obra Geographia, de 8 volumes, traz os princípios de construção
de globos e projecções de mapas, indica os princípios da geografia, matemática e da
cartografia, além de organizar um grande vocabulário com todos os nomes de 8000 lugares
que conhecia, localizando-os por meio da latitude e da longitude.

Parte II
2.4. O contributo da Escola geográfica alemã à Geografia
Segundo Moreira (2006), a Alemanha é o berço das primeiras metodologias e correntes do
pensamento geográfico. A partir do início do século XIX temos a sistematização do
conhecimento geográfico.

Para Moreira (2006), o território alemão até meados do século XIX não era unificado, e com
isso, a Geografia surge para atender a duas necessidades, sendo estas: a unificação territorial e
a sua expansão de domínio.

Como afirma Moreira (2006), a Alemanha só vem unificar-se em 1870, considerada uma
unificação tardia. Devido a esta falta de constituição de um Estado Nacional neste território,
fez-se necessário uma discussão geográfica no século XIX, fazendo com que a geografia
percorresse novos rumos.

De acordo com Moreira (2006):


Temas como domínio e organização do espaço, apropriação do território, variação regional,
entre outros, estarão na ordem do dia e na prática da sociedade alemã. É, sem dúvida, deles
que se alimentará a sistematização geográfica. É nesta temática que irão surgir dois

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pensadores alemães membros da aristocracia prussiana e estudiosos da época. Humboldt e
Ritter, sendo o primeiro, naturalista e o segundo, filosófico e historiador.

Para Moreira, (2008) Kant argumentava que, o conhecimento deveria estabelecer relações
entre natureza e homem, pois, para este filósofo, é necessário encontrar o ponto comum de
pensar a natureza e pensar o homem, seja no plano empírico trilhado pela ciência, seja no
abstracto que é característico da Filosofia. E vai buscar os pontos de apoio na geografia e na
História. Na Geografia vai buscar os conhecimentos empíricos concernentes à natureza.

Conforme Moreira (2006), para Kant, dados empíricos eram necessários, pois, a ciência vem
das experiências dos homens. Este filósofo assume uma grande e singular importância ao
levantar questões sobre a natureza do conhecimento geográfico.

De acordo com Moreira (2006), a geografia para Kant é organizada em classificações de


conhecimentos empíricos num mundo físico, a descrição das paisagens terrestres, fazendo
dela uma ampla e densa corografia, ou seja, o estudo geográfico das diversas localidades eram
realizados.

2.4.1. Humboldt
Para Gomes (2007), Alexander Von Humboldt (1769-1859), nasceu em Berlim, na Alemanha,
dedicando-se aos estudos da botânica foi considerado um naturalista. Estudou geologia, física,
astronomia, entre outras ciências e, por pertencer a uma família aristocrata, fez inúmeras
expedições por todos os continentes, fazendo excelentes observações na América Latina.

Segundo Gomes (2007), através dessas expedições, ele pode observar os diferentes climas e
paisagens e registou os em suas obras, nas quais temos ricas informações através dos seus
relatos. Humboldt descrevia os fenómenos, e pela sua grande cultura, proporcionou um novo
modelo à ciência geográfica, fazendo com que se realizassem novas descobertas,
descrevendo-as.

Consoante Gomes (2007), Humboldt fez relações entre o uso da terra e o homem, das mais
diversas formas, pois acreditava que através destas relações poderia obter os recursos

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disponíveis. Através das suas observações estabelecia relações com tudo o que estava inserido
no espaço geográfico.

Conforme Gomes (2007), para Humboldt, a terra tem uma ordem estabelecida, constituída de
uma totalidade de todas as coisas deste universo de forma ordenada; nestas obras o
pesquisador descreve os fatos concretos e paisagens detalhadas. Em termos de método,
Humboldt propõe o empirismo raciocinado, isto é, a intuição a partir da observação.

2.4.2. Karl Ritter


Segundo Moraes (1992), Karl Ritter (1779-1859), discípulo e amigo de Humboldt, foi um
grande pesquisador e estudou Filosofia, Matemática, História entre outros ramos do
conhecimento. Ritter propõe determinar as relações entre a geografia e história, entre o meio e
as características originais das sociedades e das civilizações.
Moraes (1992), diz que, a formação de Ritter é bem diferenciada da de Humboldt, mas tinham
factores comuns: são contemporâneos e pertenceram ao selecto grupo de pesquisadores que
viveram a Revolução Francesa, contribuindo para os ideais revolucionários da época,
formulando ideias de nível intelectual e filosófico e proporcionando a busca pelo
conhecimento, levando a Geografia a conquistar sua sistematização.

Segundo Moraes (1992), para ele, a geografia é essencialmente uma disciplina histórica que
tem o seu próprio centro no estudo das relações entre o ambiente natural e o desenvolvimento
dos povos.

De acordo com Moraes (1992), Ritter define o conceito de sistema natural, isto é, uma área
delimitada dotada de uma individualidade. Cabe a geografia se valer dos estudos dos lugares,
mas em busca de suas individualidades.

Segundo Moreira (2006), Ritter analisou diferentes fenómenos da superfície da Terra sem
deixar de lado a acção humana. Por isso, a proposta de Ritter é antropocêntrica e regional, ou
seja, fazendo relações entre a natureza e o homem, fazendo uso das individualidades dos
lugares, não deixando o empirismo, pois para fazer tais relações fazia uso da observação.

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Conforme Moreira (2006), para chegar à individualidade regional, Ritter compara recortes de
áreas diferentes, com o fim de identificar as suas características comuns e assim chegar a um
plano de generalização, método indutivo.

2.5. O contributo da Escola geográfica francesa à Geografia


Segundo Moraes (1992), o defensor foi Vidal de le Blache (1845-1918), historiador da escola
francesa, opõe-se ao determinismo. Segundo ele, a terra não determina o comportamento do
homem. Vidal escreveu várias obras, e foi, na França, o primeiro mestre da geografia dos
professores. Isto não quer dizer que antes de Vidal de La Blache não houvesse geógrafos na
França, mas sim, que é com Vidal que a geografia deste país ganha o status de uma ciência
importante.

Moraes (1992), diz que, uma vez que La Blache criou uma doutrina, o possibilismo, e fundou
a escola francesa de geografia. E, mais, trouxe para a França o eixo da discussão geográfica.
Segundo Vidal, a terra não determina o comportamento do homem. Apenas oferece-lhe
oportunidades: o homem é quem faz a escolha.

Ferreira & Simões (1994), dizem que, como Vidal, ao rejeitar o determinismo ambientalista,
falasse frequentemente de possibilidades ambientais, seu ponto de vista foi cognominado de
possibilismo. Mas Vidal não queria dizer que o homem é um agente livre para quem tudo é
possível.

Segundo Ferreira & Simões (1994), ele reconheceu plenamente que a escolha do homem é
severamente limitada pelo sistema de valores de sua sociedade, sua organização, tecnologia,
em suma, pelo que Vidal chamava genere de vie.

De acordo com Ferreira & Simões (1994):


A Revolução Industrial estabelecida na Inglaterra no século XVIII chega à França provocando
verdadeira revolução de ordem técnica e industrial. A França, assim como outros países,
começaram a desenvolver a cartografia com representações de larga escala que
representavam o território, mais precisamente, para atender as necessidades da política, de
guerras e de revoluções, como a Revolução Francesa. Através desse enriquecimento, crescia o
estímulo para o desenvolvimento das técnicas e das pesquisas e, consequentemente, o
crescimento da exploração do espaço natural.

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2.6. Teoria determinista
Não concordo com a teoria determinista, porque:
 Procura leis gerais;
 Mostra a unidade da Geografia ao relacionar homem/meio;
 Apesar das suas ideias ridículas e obsoletas, serviu para a afirmação da Geografia
perante a comunidade científica da época;
 Tem uma visão fatalista da humanidade;
 Com as ideias estavam criadas as bases para justificar a política expansionista
colonial, o racismo, nazismo, a dominação dos povos;
 Não considera a análise da evolução recente dos fenómenos humanos;
 Afasta-se da cientificidade na medida em que se estudam fenómenos específicos em
cada região e não se podem atingir leis gerais;
 Defendia a existência de raças superiores, povos dirigentes, povos débeis, portanto
com uma visão fatalista da humanidade.

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CAPÍTULO III: CONSIDERAÇÕES FINAIS
Pode-se concluir que, hoje, a geografia é considerada por muitos como uma ciência de
história muito longa, tendo em conta que, desde os temos mais remotos, até aos nossos dias,
ela dedica-se ao estudo dos factos e fenómenos que têm lugar à superfície terrestre, sejam eles
naturais ou humanos.

Portanto, vários foram os contributos de vários pensadores na geografia, pelo facto de se tratar
de uma ciência, que estuda, os fenómenos naturais e a forma como estes condicionam as
actividades humanas; as actividades humanas, especialmente a sua organização espacial e os
lugares e as comunidades humanas.

Sendo assim, a observação constituiu a primeira etapa do trabalho destes geógrafos. Seja da
observação da mais pequena parcela de território até ao olhar sobre a globalidade da terra,
este passo constituiu algo fundamental no método de trabalho da geografia.

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Referências Bibliográficas
Andrade, M. C. (1992). Geografia, ciência da sociedade: uma introdução à análise do
pensamento geográfico. 2.ed. São Paulo, Editora Atlas.
Carvalho, J. E. (2009). Metodologia do trabalho científico: saber fazer da investigação para
dissertações e teses, 2ª ed., Lisboa, Escolar editora.
Castelão, R. & Matos, M. J. (2006). Geografia à descoberta 7º ano de escolaridade, Lisboa,
edições educativas da Santillana.
Falcão, T. et al. (1998). Geografia 7º ano, 3ªed., Lisboa, Texto editora, Lda.
Ferreira, C. & Simões, N. (1994). A evolução do pensamento geográfico. 8ª ed. Lisboa,
Editora Gradiva.
Gerhart, T. E. & Silveira, D. T. (2009), Métodos de pesquisa, Porto Alegre, Editora da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Gil. A. C. (2007). Métodos e técnicas de pesquisa social, 5ªed. São Paulo, Editora Atlas.
Gomes, P. C. C. (2007). Geografia e Modernidade. 6ª ed. Rio de Janeiro: Publicação Bertrand
Brasil.
Lakatos. E. A. & Marconi. M. A. (2003). Fundamentos de metodologia científica (5ª ed.). São
Paulo, Editora Atlas.
_____________________(2010), Metodologia do trabalho científico: procedimentos básicos,
pesquisa bibliográfica, projecto e relato publicação e trabalho científico, (7ªed.), São Paulo,
Editora Atlas, S.A.
Moraes, A. C. R. (1992). Geografia Pequena História Crítica. 11ªed.São Paulo: Hucitec.

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