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Doenças Crônicas Questionário
Doenças Crônicas Questionário
São Paulo
2010
HELLEN PIMENTEL FERREIRA
São Paulo
2010
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Preparada pela Biblioteca da
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
USP/FM/DBD-268/10
À minha família,
pelo apoio
incondicional.
Agradeço a Deus, por me dar força para seguir, por permitir que alcançasse mais
esta etapa em minha vida e por colocar as pessoas certas e erradas no meu
modifiquei.
Agradeço especialmente aos meus pais, Toninho e Zulita, por acreditarem em mim,
nos meus sonhos e desejos. Pertinho ou a distancia, sempre me apoiando, mesmo
quando tudo parecia perdido. Mostrando a luz no fim do túnel. Amo vocês.
Aos meus irmãos, Edem, Weslei e Suellen, pelas palavras de conforto e pelos
cuidados, amor, dedicação, incentivo e compreensão.
À Naassom, que sempre faz as perguntas certas nas horas certas. Tento sempre ser
um modelo para ele, ser segunda mãe traz responsabilidades.
Agradeço a Marco Antonio, que desde que entrou em minha vida, faz- me mais feliz.
À Elaine, companheira, amiga e com quem compartilhei alguns dos piores momentos
da minha estada em São Paulo. Hoje conseguimos rir de alguns deles.
Às amigas, Izabela, Mafê, Karina, Tamara, Fernanda, Érika, Maira e Mariana, que
ouviram lamentos e problemas causados pelo mestrado, pela saudade de casa e
sempre tentaram ajudar. Muitas vezes conseguiram.
Agradeço à Dra Maria Lúcia Bueno Garcia, por acreditar neste trabalho. No convívio
com ela aprende-se como ser professora, orientadora, pessoa. Uma ótima pessoa. Ela
sempre destaca o quanto aprende conosco enquanto nos ensina.
Ao Dr. Alfésio Luís Ferreira Braga, pelo apoio e pela paciência para repetir quantas
vezes fossem necessários. Por estar presente e disponível para ajudar.
À Dra Lourdes Conceição Martins pela grande ajuda na última hora e por estar
presente desde o início através do Dr. Alfésio.
Aos Joaquim Edson Vieira e Regina Albanese Pose pela orientação técnico-
científica.
À Cristina Helena que ‘apenas’ me indicou e apresentou para a Dra. Lúcia, sem este
‘pequeno’ gesto, nada disso seria possível.
À Célia, que me deu uma grande ajuda na coleta dos dados. Sem ela, muitos
questionários teriam sido perdidos.
Lista de tabelas
Resumo
Summary
Introdução .................................................................................................................... 1
Objetivos ...................................................................................................................... 6
Casuística e Métodos.................................................................................................... 8
Local ................................................................................................................... 10
Resultados .................................................................................................................. 14
Discussão ................................................................................................................... 25
Conclusão ................................................................................................................... 33
Anexos ....................................................................................................................... 35
Referências ................................................................................................................. 43
LISTA DE TABELAS
filhos (57,6%) ou cônjuges (31,3%), do sexo feminino (74,7%), faixa etária até 53
foi nos indivíduos procedentes da região nordeste do Brasil e a pior, nos cuidadores
Concluímos que a doença crônica exerce sofrimento para os cuidadores, afetando sua
outpatients from a tertiary hospital from San Paulo, Brazil. A group of 99 relative
evaluated by the qui-square test. The results show that the caregiver profile of this
daughter. The caregivers from the Northeast region of Brazil presented the best
adaptive response to the impact of the disease while the worst one was from those
from the South region. The factor analysis enables the composition of 6 domains,
concluded that chronic disease brings discomfort and pain to caregivers, affecting the
quality of life. This study also resulted in a consistent tool to evaluate and diagnose
the caregivers feelings. These feelings are usually neglected and underestimated and
vários trabalhos com enfoque no paciente e seus vários aspectos psicológicos, sócio
indivíduo doente, são também propriedade de seus familiares e de sua rede social.
por conta das orientações médicas, como mudança na dieta e outras restrições
indicadas. Esses fatores demandam um novo modo de se relacionar com essa pessoa,
que agora assume na família um novo papel, o de doente. Apesar desses fatos,
cuidador(4,7,8).
Muitas vezes, o familiar doente é quem elege o seu cuidador principal. Sendo
influencia nessa escolha, esta vivência aponta quem cuidará e como será este
cuidado(9).
idade são fatores relacionados de forma mais significativa aos sintomas depressivos
que o fato de ser ou não cuidador, pois os cuidadores mais velhos e os solteiros
Esse novo modo de viver traz conseqüências para a vida desses sujeitos,
aqueles que o cercam, como cuidadores que são parceiros do paciente nesta jornada.
de variáveis latentes, ou seja, por meio da análise fatorial é possível reduzir o número
verifica-se o alfa de Cronbach, cujo limite inferior é de 0,70, o que pode ser reduzir
Objetivos gerais
crônica no cuidador
Objetivos específicos
doença
Desenho experimental
População amostral
São critérios de inclusão dos cuidadores: ter 20 anos ou mais, ser familiar
exclusão: responder a menos que 50% das perguntas e apresentar tempo de resposta
novembro de 2007 a junho de 2008 e que atendiam aos critérios de inclusão foram
Tamanho de amostra
Não há estudo similar na literatura o que impede cálculo amostral por dados
Local
Médica Geral têm contato com pacientes portadores de doenças crônicas e seus
cuidadores.
Instrumento de avaliação
pesquisador.
Questionário sócio-demográfico
três tipos de opções de respostas: “sim / não sei / não”, “mais freqüente / menos
Análises Estatísticas
quadrado, que testa associações entre duas variáveis (27). Esta análise foi efetuada por
dos dados do paciente não é o escopo desta dissertação. Esses dados serão analisados
Crônica).
Perfil da amostra
115
99
350 aceitaram participar do
estudo atenderam aos critérios
cuidadores abordados
e preencheram TCLE de inclusão/exclusão
feminino, faixa etária até 53 anos, nível superior, casados, procedência da região
86 anos de diagnóstico.
coeficiente Alfa de Cronbach > 0.60 que é o limite inferior aceito neste tipo de
estudo. No arranjo destes domínios houve itens que foram excluídos para aumentar a
questionário.
foram excluídos.
máximo de 4 itens por domínio, havendo inclusive um domínio com apenas um item.
Os itens que compunham estes domínios foram excluídos sem alterar a relevância
clínica do instrumento.
Vale destacar que as exclusões não interferem nos resultados das associações,
pois cada um dos itens foi testado individualmente em relação aos fatores sócio-
menos introversão.
alteração da programação das atividades do dia a dia depois da doença; 100% dos
sexuais.
seguintes variáveis: cuidar dos outros, alteração do seu horário de sono, cuidado com
itens citados e ainda sentem maior tristeza pelo familiar com a doença, também
diagnóstico foi o pensamento de suicídio, que foi mais intenso quando o tempo de
esta característica não seria possível tirar conclusões a partir dos resultados do
possibilita reduzir o número de variáveis sem uma grande perda de informações (27),
a variável ‘Relações sexuais’ que foi mantida por considerar-se sua relevância
outros estudos(7,8,28,29,30). Portanto este resultado era esperado e reforça o fato de que
ainda é comum e cultural que a figura feminina assuma os cuidados necessários para
doença é mais intenso neste gênero que se envolve mais com o cuidado.
adultos e idosos; sadios e doentes. Elas agregam várias funções de cuidado para
tudo para exercer o papel de cuidador, até mesmo sua vida profissional.
A maioria das cuidadoras são filhas e casadas, o que corrobora com achados
não haver outra pessoa que aceite este papel. Há casos em que os cônjuges cuidam e
Sendo assim, o cuidado é considerado uma obrigação. Quando são os filhos que têm
que assumir este papel, aparecem claramente conflitos a respeito de quem vai ser o
cuidador principal(4).
que têm empregos, 69% relatam ter alguma alteração no ambiente de trabalho (10). No
irmãos) são os que mais sofrem mudanças na sua atividade sexual, além disso, os
solteiros são os menos afetados neste quesito. A literatura indica que o impacto
cuidado socialmente exercida pela mulher. Além disso, sendo o marido o portador da
A faixa etária predominante neste trabalho foi de até 53 anos, o que pode ser
semelhante aos outros estudos que apresentam um predomínio dos cuidadores com
idade menor que 50 anos (28,30). O presente estudo sugere que quanto maior a idade,
trabalho anterior(30) mostra que quanto maior a idade do cuidador maior o seu
podem se complementar, pois o cuidador pode estar mais envolvimento e com menos
alterações negativas.
com maior número de comorbidades. Esses dados sugerem que o maior tempo de
doença crônica.
com a doença. Vale ainda dizer que os cuidadores provenientes da região sul do país
doença crônica. Não foi encontrado nenhum registro na literatura sobre esses
quem cuida não pode ser deixada de lado; conhecer e valorizar os aspectos referidos
por esse cuidador pode facilitar o processo de ampliação dos aspectos positivos e
com grau de parentesco mais próximo, familiares que cuidam de paciente com menor
Estes podem ser considerados como fatores associados ao maior impacto negativo
podem merecer mais atenção da equipe de saúde, que pode ajudar a ampliar ou voltar
o olhar para os aspectos positivos que muitas vezes estão ocultos, sem receber a
Limitações do estudo
nível socioeconômico baixo e com doenças complexas, e por vezes com falência de
populações. Para que seja possível a generalização dos resultados, faz-se necessário a
consistência e validade.
demandaria maior tempo, custo e viés de indução de resposta nos resultados deste
estudo.
Outra limitação do trabalho consiste em ter usado três opções de resposta para
o questionário e não ter usado a escala Likert. Essa decisão se deu por termos usado
Considerações finais
De uma maneira geral, a doença crônica traz consigo não apenas aspectos
negativos, mas também positivos. Este fato se aplica ao cuidador, e não apenas ao
portador da doença. O presente estudo demonstra que a doença crônica exerce efeito
cuidador auxilia a aproximar da realidade, mas não a esgota, ou seja, cada cuidador
deve ser olhado como único e provido de seus valores e crenças pessoais.
concluímos:
sexo feminino;
┌ ┐
COLAR ETIQUETA
└ ┘
O (a) Sr. (a) está sendo convidado a participar de uma pesquisa que pretende
investigar o impacto psicológico da doença crônica na vida do paciente e seu
cuidador, verificando aspectos positivos e negativos dela decorrentes e foi aprovada
pelo Comitê de Ética do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de
Universidade de São Paulo.
Existirá acesso livre às informações sobre procedimentos, riscos e benefícios
envolvidos na pesquisa, podendo ser requisitadas informações a qualquer momento
fazendo-se o contato com a pesquisadora Dra. Maria Lúcia Bueno Garcia pelo número
(11) 81226480.
Os resultados obtidos serão utilizados e divulgados com finalidade de pesquisa e
seu nome nunca será divulgado.
A qualquer momento você poderá desistir de participar da pesquisa, sem que isto
traga prejuízo à continuidade de sua assistência.
______________________________ _____________________________
Assinatura do Sujeito Assinatura da pesquisadora
QUESTIONÁRIO SÓCIO-DEMOGRÁFICO
( ) PACIENTE ( ) FAMILIAR
Idade: _______________
Raça: ______________________________________________
Escolaridade: _________________________________
Religião: ___________________________________________
Procedência: ________________________________________
Diagnóstico: ________________________________________
Medicações receitadas:
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
Tarefas de casa
Horário das refeições
Tipo de alimentos
Programação das atividades do dia-a-dia
Tipo de atividades de lazer
Horário de sono
Problemas ou preocupações financeiras
Mais Menos Não
6. Em relação ao relacionamento com o cuidador/paciente: frequente frequente alterou
Sente-se impaciente em relação a ele(a)
Sente-se irritado em relação a ele(a)
Acha que está dando trabalho para os outros
Acha que está fazendo demais pelos outros
Sente carinho
Está atencioso em relação a ele(a)
Está solícito(a)
Fica triste por ele(a)
7. Na escola, trabalho, comunidade: Sempre Nunca Às vezes
O senhor (a) sente essas alterações em sua vida de Mais Menos Não
que forma: frequente frequente alterou
Tem menos apetite que costumava ter
Relações sexuais
Usa drogas ilícitas
Pensa que seria melhor se matar
Acha que está fazendo demais pelos outros
Acha que está dando trabalho para os outros
Sente-se irritado em relação ao paciente
Sensação de fracasso, deprimido ou sem esperança
Deseja estar morto
Alívio pela proximidade do fim
O senhor (a) sente essas alterações em sua vida de Mais Menos Não
que forma: frequente frequente alterou
Quer aproveitar melhor e mais cada segundo da vida
Passear
Divertir-se
Contato com outras pessoas
Sente-se diferente das outras pessoas
Está solícito com o paciente
Sente carinho pelo paciente
Com o convívio com a doença, o senhor (a): Sim Não Não sei
Tem pensamentos de morte
Insegurança
Angústia de perceber que se é falível, que a vida é
limitada
Pensa sobre o fim da vida do paciente
1994.
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