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Artigo ULE - Igor Henrique Tolentino Martins
Artigo ULE - Igor Henrique Tolentino Martins
democracia
Em meio ao caos dos últimos meses não é muito difícil encontrar algum político demagogo
ou um especialista de TV falando que é sempre importante respeitar nossas “instituições
democráticas’. Ao final de cada eleição, quem nunca viu o candidato derrotado reconhecendo
a legitimidade do vencedor argumentando a favor da democracia para o bem comum. Com
sua origem etimológica grega, democracia pode ser entendido como governo do povo. Lá em
Atenas temos o primeiro registro de um dos conceitos mais importantes para o mundo
moderno.
Em um primeiro momento parece loucura para maioria das pessoas terem a ousadia criticar o
regime democrático. Não, não é nenhum crime contestar sua legitimidade. No mundo
contemporâneo virou crime sequer fazer uma crítica. É uma pretensão presente artigo
contestar alguns mitos espalhados por aí tornando o ideal democrática uma crença cega para
boa parte da população.
O primeiro mito é o clássico argumento de que é a alternativa menos pior. De fato, ditadura
é um sistema relativamente pior em comparação, a não ser quando seus valores morais ou
ideologia fazem parte da agenda governamental. Entretanto, o erro reside no falso dilema
criado: por que temos apenas essas duas opções ? Onde se deriva que é impossível ter outro
sistema ? Além disso, existe um apelo utilitário perigoso: só porque o sistema é menos pior
não significa que seja necessariamente o melhor ou eticamente válido. Assim, a defesa do
ideal democrático aqui é por uma muleta arraigada em um dogma.
Por fim, é possível viver sem democracia? Alguns dirão que existem indivíduos incapazes de
tomar decisão. Isso é uma contradição, tendo em vista que esses mesmos decidem na
realidade do próprio país, ele não tem capacidade para tomar decisões da sua própria vida
porém seu voto pode mudar a vida de todo um país. Ora, muito tem se falado que a
democracia é o melhor modo de se governar para o bem do povo. Entretanto, como governar
para um coletivo de pessoas com anseios, necessidades e vontades tão distintos? Imagine o
povo brasileiro. Será possível governar para todos? Na prática o sistema democrático tem
criado tensões entre grupos que se sentem explorados ou querem privilégios para grupos
corporativistas. Cada um quer sua conquista paga pelo governo. Não sejamos hipócritas, os
mesmos políticos que criticamos são pessoas como nós em uma posição de privilégio agindo
conforme sua natureza. Pelo seu caráter coletivista, libertários são contra o ideal democrático
pois sua propriedade privada e direitos naturais podem ser violados de acordo com o “povo
decide”. Mesmo discordando de libertários, reveja sua crença. Verifique se é realmente
plausível a vontade da maioria estar acima da ética, do bem e do mal e do indivíduo.