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Problema 02
Problema 02
Locomoção e Preensão
PROBLEMA 02 - PAULATINAMENTE
A marcha normal é cíclica, com fases alternando-se com o apoio e balanço do membro
inferior. A fase de apoio inicia-se com o toque do calcanhar, segue-se com o apoio completo
do pé, impulsão (apoio no ante pé) e desprendimento. Em seguida, o pé deixa o solo e
inicia fase de balanço. Sem o apoio, entra em fase de aceleração, desaceleração para,
novamente ir ao solo com o toque do calcanhar.
• Velocidade: 82m/min
• Cadência: 113 passos/min
• Comprimento da passada: 1,4 m
• Medida do passo: 0,75m
• Tempo de balanço: 40% do ciclo; período de apoio 60% do ciclo.
UC 19 - Problema 02 – 7° semestre - @resumosdakali 2
Métodos de avaliação
Marcha coreica,
diferente da
atetóica, apresenta
movimentos longos e desordenados
(como ondas);
O ARCO REFLEXO
resposta, que por sua vez é transportada através de uma via eferente (motora) até o órgão
efetor (músculo).
1. CONDUÇÃO UNILATERAL
2. ADEQUAÇÃO
3. LOCALIZAÇÃO
4. ESPECIFICIDADE
5. LIMIAR
6. LATÊNCIA
É o período de latência do reflexo, que vai do momento que se aplica o estímulo até a
resposta imediata.
7. REFRATARIEDADE
É o curto período que se tem após um reflexo e que se for aplicado um outro estímulo
adequado não haverá resposta (Período refratário).
8. FADIGA
9. FENÔMENO DA SOMA
Proprioceptivos
1) Miotáticos
Profundos
- Apendiculares:
2) Labirínticos.
3) Pupilares:
Exteroceptivos
1) Cutâneo ou Superficial:
Fisiológicos:
- Cutâneo-abdominais: • Superior • Médio • Inferior
-Cutâneo-plantar em flexão.
Patológicos: • Palmomentual. • Cutâneo-plantar em extensão.
2) Mucosos:
Fisiológicos: • Córneo-conjuntival • Faríngeo • Velopalatino • Nasal
Patológicos: • Reflexo da sucção • Palatinobucal
UC 19 - Problema 02 – 7° semestre - @resumosdakali 13
Visceroceptivos
São originados nas vísceras e podem ter efeito: • Secretor • Motor • Vasomotor
Esse mecanismo inicia e termina o reflexo miotático de estiramento, mas não é útil
para a realização de movimentos voluntários porque deixa o SNC sem informação dos
receptores musculares, o que é importante para controle e a percepção do movimento.
Dessa forma, ao serem ativados alguns fusos, se produz a contração de certas UM,
estirando outros fusos que, por sua vez, são ativados. Esse mecanismo de contração
reflexa, que se repete alternativamente, constitui a base do tônus muscular. Também por
ativação tônica dos motoneurônios γ pode-se manter constante o comprimento do
músculo. Se o músculo encurta por contração, diminui a ativação dos motoneurônios α
pelo relaxamento parcial dos fusos e o músculo relaxa, voltando ao comprimento inicial.
Ao estirar-se ocorre o inverso.
Apresenta posição
na face medial do córtex
imediatamente acima do
corpo caloso.
Aparentemente, essa
região está envolvida
com os movimentos com
conotação emocional.
UC 19 - Problema 02 – 7° semestre - @resumosdakali 15
Tratos descendentes
Tratos corticospinais
Trato Corticonuclear
circuito básico de retroação, que garante um diálogo numa via de mão dupla com o córtex
cerebral, conexões essas intermediadas pelo tálamo.
Cerebelo
Núcleos da Base
O ato motor em si, e tomamos como exemplo um neurocirurgião que fará uma
incisão extremamente precisa na medula, inicia-se com a intenção dele em realizar tal
movimento. Nessa fase está a etapa de preparação, em que estão envolvidas as áreas
corticais de associação e sua conexão com o cerebelo e com os núcleos da base.
Subsequentemente, temos a fase de elaboração do programa motor, que é quando as áreas
motoras primárias e pré-motora do nosso exímio cirurgião serão ativadas estimulando as
corretas conexões com motoneurônios específicos. Por fim, temos a execução que, além
do movimento em si, será aquela na qual ocorrerão os ajustes do movimento iniciado, com
vistas a garantir que o corte seja feito exatamente no local intencionado e com a pressão
e dimensão corretas.
Doença de Parkinson
Do ponto de vista patológico, a DP é uma doença
degenerativa cujas alterações motoras decorrem
principalmente da morte de neurônios
dopaminérgicos da substância nigra que apresentam inclusões intracitoplasmáticas
conhecidas como corpúsculos de Lewy.
Epidemiologia
A doença de Parkinson (DP) é a segunda doença neurodegenerativa mais comum
em todo o mundo.
Entre as moléstias que afetam o sistema nervoso central a doença de Parkinson (DP)
apresenta importância especial, pois se inclui entre as mais frequentes enfermidades
neurológicas, com prevalência na população ao redor de 100 a 150 casos por 100.000
habitantes.
A incidência aumenta com a idade, variando entre as idades de 17, 4/100.000
indivíduos entre 50 e 59 anos, a 1/100.000 para aqueles nas idades de 70 a 79 anos.
O início da doença ocorre geralmente próximo dos 60 anos de idade,
acometendo igualmente ambos os sexos e diferentes raças. Os casos da doença que
têm início antes dos 40 anos são denominados como parkinsonismo de início precoce
Por ser uma doença progressiva que usualmente acarreta incapacidade grave após
10 a 15 anos, a DP tem elevado impacto social e financeiro, particularmente na
população mais idosa. Estima-se que o custo anual mundial com medicamentos
antiparkinsonianos esteja em torno de 11 bilhões de dólares, sendo o tratamento
cerca de três a quatro vezes mais caro para os pacientes na fase avançada da doença.
UC 19 - Problema 02 – 7° semestre - @resumosdakali 19
Fisiopatologia
No parkinsonismo,
admite-se que, ocorra uma
redução da atividade inibitória
sobre a via indireta e da
atividade excitatória sobre a
via direta como consequência
da disfunção da alça
dopaminérgica nigro-estriatal.
Essas alterações, levam, por
mecanismo de cascata na via
indireta, a um aumento da
atividade excitatória do núcleo
subtalâmico sobre a via de
saída do sistema (pálido
interno/substância negra pars
reticulata). Por outro lado, ocorre uma redução da atividade inibitória da via direta
sobre o mesmo complexo pálido interno/ substância negra pars reticulata. Essas
alterações resultam em intensificação da atividade inibitória desse complexo sobre o
tálamo e, consequentemente, em uma redução da estimulação cortical exercida pelas
projeções tálamocorticais, resultando em diminuição da iniciativa motora que se
expressa na síndrome parkinsoniana.
Sistema dopaminérgico: a degeneração neuronal afeta as vias mesolímbica, mesocortical e
nigroestriatal. Na DP, o dano às vias mesolímbica e mesocortical é confirmado quando se
constata que há redução de 36 a 55% dos neurônios da área tegmental ventral (ATV).
Na substância nigra, a perda variável é de 50 a 85% de neurônios pigmentados. O
grau de perda de neurônios na substância nigra no estriado e na ATV está relacionado
com a redução de dopamina e do ácido homovanílico, e ainda da atividade da enzima
tirosina-hidroxilase.
Entretanto, apesar deste importante déficit dopaminérgico, acredita-se que outros
neurotransmissores podem estar envolvidos na fisiopatologia dos sintomas da DP.
Sistema noradrenérgico: o locus ceruleus tem perda de 50 a 80% de neurônios
pigmentados. Como também são observadas reduções de neurônios no núcleo dorsal
do vago e nos núcleos hipotalâmicos supraóptico e paraventricular, esta perda é
acompanhada de diminuição de função das projeções noradrenérgicas.
UC 19 - Problema 02 – 7° semestre - @resumosdakali 20
Etiologia
A principal hipótese para a causa da DP é a de que indivíduos com predisposição
genética, ao serem expostos a agentes tóxicos do meio ambiente, teriam as
condições necessárias para desenvolverem a doença.
Sabe-se que a maioria dos casos de DP não tem causa definida, sendo diagnosticados
como DP idiopática. No entanto, pacientes que possuem parentes de primeiro grau
com DP têm duas a três vezes mais chance de desenvolver a doença.
Apenas poucos genes foram identificados como causa de DP familiar. No entanto,
as taxas de concordância entre pares monozigóticos e dizigóticos demonstraram que esta
taxa é semelhante quando a DP foi diagnosticada acima da idade de 50 anos.
Inúmeros estudos indicaram que existem, pelo menos, sete genes relacionados
com a DP. A α-sinucleína foi o primeiro gene identificado como causador da mutação
associada à DP, e é o principal constituinte dos corpos de Lewy.
Até o momento, foram descritas seis mutações no gene leucine-rich repeat kinase 2
(LRRK2), sendo a mutação G2019S a mais prevalente por ter ocorrido em 1 a 25% da
forma idiopática da DP, e em 4% da forma hereditária. Os achados mais recentes sobre
outros genes envolvidos em formas de início precoce são o PINK1, o DJ-1 e o ATP13A2.
São genes com caráter recessivo e não estão relacionados com os corpos de Lewy.
Os três principais mecanismos que podem causar DP relacionados com estas mutações
são: 1- defeitos mitocondriais; 2- anormalidades do estresse oxidativo; 3- falha do
sistema proteossoma-ubiquitina.
UC 19 - Problema 02 – 7° semestre - @resumosdakali 21
Defeitos mitocondriais: Diversos estudos propuseram que o mecanismo pelo qual o MPTP
(1-metil-4-fenil-1,2,3,6-tetrahidropiridina) se basearia na ação do seu precursor MPP+, uma
substância que se acumula nos neurônios dopaminérgicos inibindo a cadeia enzimática
NADH-ubiquinona redutase (NADQ Co Q1 redutase ou complexo I) da membrana
mitocondrial. Este tipo de ação conduziria à morte neuronal.
Além do MPTP, outros agentes químicos do meio ambiente foram relacionados com
o parkinsonismo e com a própria DP. Entre estes estão: monóxido de carbono, óxido de
etileno, tolueno, n-hexano, petróleo, mercúrio, nitrometano, tetracloreto de carbono,
sulfeto de carbono, metanol, manganês e cianureto. Do mesmo modo, medicamentos como
antagonistas do cálcio, lítio, antidepressivos inibidores seletivos de recaptação de
serotonina (ISRS), amiodarona, neurolépticos e quimioterápicos. Como muitas destas
substâncias reproduzem a fisiopatologia do MPTP, a exposição de indivíduos com
predisposição genética para a DP, inevitavelmente, as transforma em fatores de risco
para a DP.
Anormalidades do estresse oxidativo: a glutationa é uma das enzimas utilizada pela célula
para defender-se de radicais livres que se comportam como toxinas internas. Esta ação
é do tipo antioxidativa por retirar peróxido de hidrogênio do espaço intracelular. Em
1989, Riederer e cols. evidenciaram que o nível de glutationa encontra-se diminuído
na substância nigra de parkinsonianos. Estas alterações também ocorriam no putâmen,
globo pálido, núcleo basal de Meynert, núcleo amigdaloide e córtex frontal.
Quadro clínico
Os distúrbios do sono são frequentes na DP, estando entre estes: insônia, ataques
do tipo narcolepsia durante o dia, sonhos atípicos e alterações funcionais do sono REM.
Os distúrbios do sono REM podem também anteceder em anos ao aparecimento dos
sintomas motores.
Diagnóstico
clássico, geralmente não oferece dificuldades. Porém, em fases iniciais ou mesmo em fases
mais avançadas, o quadro pode apresentar-se de forma fragmentária, dificultando o seu
reconhecimento. Essas formas fragmentárias de parkinsonismo podem ser divididas em
dois tipos básicos: a forma rígido-acinética, caracterizada pela presença de acinesia e/
ou rigidez, e a forma hipercinética, onde está presente apenas o tremor.
Tipos de parkinsonismo
Parkinsonismo secundário
Outras patologias podem causar uma síndrome parkinsoniana como sequela de uma
encefalite, tumores cerebrais ou hidrocefalia; mas esses casos são raros e normalmente
não se assemelham rigorosamente à DP. A hidrocefalia de pressão normal é uma doença
em que uma hidrocefalia não-obstrutiva é detectada nos exames de imagem e o paciente
apresenta alterações da marcha, perda de memória e incontinência urinária. O paciente
pode apresentar uma marcha parkinsoniana, mas quase não há acometimento dos
membros superiores. O parkinsonismo de origem vascular também se caracteriza pelo
acometimento quase exclusivo dos membros inferiores.
Parkinsonismo atípico
Tratamento
Levodopa (LD)
do sono, alucinações visuais e delírios. Esses efeitos colaterais são mais frequentes em
pacientes com idade avançada e evidências de comprometimento de funções
cognitivas. Nessa situação, é recomendável a redução da dose. Caso essa medida acarrete
piora inaceitável do parkinsonismo, é recomendável manter a dose e introduzir um
neuroléptico com baixa afinidade por receptores dopaminérgicos estriatais (D1 e D2)
como a quetiapina e a clozapina.
Inibidores da catecol-orto-metiltransferase
A COMT atua sobre a levodopa tanto a nível periférico como no SNC. Esse
processo acarreta dissipação da levodopa. Portanto, o emprego dos inibidores da COMT
(ICOMT) permite a potencialização dos efeitos da levodopa. As drogas atualmente
disponíveis neste grupo são o tolcapone, com ação central e periperiférica. O tolcapone é
empregado em dose habitual de 300 mg/dia dividida em três vezes. As indicações mais
precisas para o emprego dessa droga, cujo efeito está condicionado ao uso concomitante
com a LD, são para o tratamento do wearing-off (encurtamento da duração do efeito de
cada dose) e perda de potência da LD.
O entacapone deve ser usado juntamente com a LD, em doses de 200 mg em cada
ingestão. Suas indicações são similares às do tolcapone, porém sua potência parece ser
menor. Os efeitos colaterais são similares, exceto o potencial de hepatotoxicidade.
desses, inclui-se também no grupo dos AD a apomorfina, o mais antigo deles, não
disponível no mercado brasileiro. Os AD têm eficácia comperável, mas os não-ergolíneos
(pramipexol e ropinirol) têm um perfil de efeitos colaterais mais favorável e, por essa razão,
são os mais utilizados atualmente. O pramipexol é empregado em dose diária de 0,75
a 4,5 mg, dividida em três vezes, e o ropinirol é usado em dose diária de 3 a 15 mg,
também dividida em três.
Anticolinérgicos
Amantadina
Como terapia sintomática, nesta fase inicial, podem ser associados à selegilina, um
anticolinérgico e/ou amantadina. Pacientes com menos de 70 anos, com funções
cognitivas preservadas, geralmente toleram bem os anticolinérgicos. Porém, em pacientes
acima de 70 anos ou com déficit cognitivo, os efeitos colaterais dessas últimas drogas pode
impedir ou seu uso.
Não há dúvida, portanto, de que para pacientes com a doença iniciada em idade
mais avançada, especialmente acima de 70 anos, a levodopa é a droga de escolha.
UC 19 - Problema 02 – 7° semestre - @resumosdakali 33
Quando o controle clínico não é obtido com o uso das medicações atualmente disponíveis,
o tratamento cirúrgico deve ser considerado.
A moderna palidotomia foi proposta com uma base racional, calçada nos atuais
conhecimentos sobre a fisiopatologia da DP. Admite-se atualmente que a insuficiência
dopaminérgica decorrente da lesão nigral na DP determina uma desorganização nos
circuitos pálido-estriatais que tem como resultado final um aumento da atividade
inibitória do pálido interno (GPI) sobre o tálamo motor.
mesmo outros distúrbios do movimento, tem sido proposta como uma alternativa mais
conservadora para as clássicas lesões termolíticas do tálamo ou do globo pálido. A
estimulação é de alta frequência e tem efeito inibitório sobre a estrutura em que o eletrodo
está implantado. A vantagem maior desse procedimento é a reversibilidade do efeito nos
alvos atingidos, permitindo, quando necessário, intervenções bilaterais. As principais
desvantagens são os custos do equipamento e a necessidade de ajustes do estimulador.
Tremor fisiológico exacerbado: tremor fisiológico (com baixa amplitude e alta frequência).
Pode estar presente em pessoas saudáveis e geralmente não é perceptível. Pode ser
exacerbado por situações como ansiedade, estresse, uso excessivo de cafeína,
medicamentos e outras doenças metabólicas, como hipertireoidismo. Manejar a causa
base conforme identificado.
no exame neurológico.
Sindromes parkinsonianas: síndrome clínica caracterizada por pelo menos dois sintomas
cardinais: bradicinesia, instabilidade postural, tremor e rigidez.
Tremor essencial: deve ser considerado quando o tremor provocar limitação funcional ou
mesmo quando causar desconforto social. Propranolol e primidona são os medicamentos
de primeira escolha.
Propranolol: dose inicial de 20 mg, três vezes ao dia. Podendo ser aumentado até 240 mg
ao dia (avaliar frequência cardíaca e comorbidades do paciente); ou
Quando encaminhar?
1. Parkinsonismo
Suspeita de doença de Parkinson sem uso de medicamentos potencialmente indutores.
Todo paciente com suspeita de doença de Parkinson, sem o uso de medicamentos
potencialmente indutores ou na impossibilidade da retirada desses, deve ser encaminhado
ao neurologista. O manejo inicial de casos típicos de doença de Parkinson idiopática pode
ser inicialmente realizado na Atenção Primária, com o uso de formulações com levodopa
ou agonistas dopaminérgicos. O encaminhamento justifica-se pelo diagnóstico diferencial,
que pode ser bastante amplo, e pelo manejo medicamentoso, que tende a se tornar
complexo com a evolução da doença.
2. Tremor essencial
Suspeita de tremor essencial sem resposta ao tratamento clínico otimizado.
Trata-se de uma condição prevalente e benigna, quando não provoca incapacidade
significativa. O diagnóstico se baseia no exame clínico e o tratamento de primeira linha é
o uso de propranolol ou primidona, que pode ser iniciado pelo médico da APS. Quando há
dúvida diagnóstica ou dificuldade de manejo de sintomas que provoquem desconforto ao
paciente, o encaminhamento está justificado.