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Prova de Fatos Jurídicos – semana 9

Simulação

1. O que é a simulação como defeito do NJ?


2. Quais as hipóteses que geram simulação?
3. Ela gera anulabilidade ou nulidade do NJ?
4. Ela tem prazo para ser apontado perante Poder Judiciário?

SIMULAÇÃO

• Simular é disfarçar, fingir


• Aparenta ser normal, mas não se pretende atingir o efeito que deveria produzir
• A finalidade é burlar a lei, prejudicar credores ou enganar pessoas.

• O defeito mais grave do NJ


• Causa NULIDADE ABSOLUTA – pode ser apontado a qualquer momento e não pode ser
confirmado pelas partes

Exemplo: Marcondes deve 100 mil para Bruno, com medo de perder seu patrimônio, ele faz um
contrato de doação de seu carro de luxo para Zeca, porém a realidade não se altera e quem
continua utilizando o carro para ir a restaurantes caros, festas, baladas é Marcondes.
- Este NJ pode ser anulado por Simulação, justamente porque no “papel” o dono do móvel é Zeca,
mas no caso concreto e real, quem continua utilizando é Marcondes, que apenas doou o carro como
uma maneira de garantir seu dinheiro, porém continua exercendo poder de domínio sobre o carro.

Diferença entre FCC e simulação:


FCC – nos casos de FCC as partes realmente desejam realizar aquilo que está descrito no contrato,
por exemplo, no caso de doar, ele realmente doa, ele realmente pratica a ação, é realmente uma
vontade.
Simulação – a ação está apenas no contrato, mas na realidade nada muda, continua a mesma coisa,
ou seja, as partes não desejam realizar aquilo que está descrito no contrato. O NJ é apenas um
DISFARCE.

Diferença entre dolo e simulação:


Dolo – uma pessoa age para enganar a outra
Simulação – duas pessoas agem conjuntamente/unidas para enganar um terceiro, o que significa
que a parte sabe da situação da outra
Espécies de simulação:

1) Simulação absoluta: quando “papel”, no contrato em si há algo escrito, mas a realidade as


coisas permanecem como sempre foram (exemplo do pai que doa o carro)
2) Simulação relativa: as partes criam um NJ (simulado) para esconder outro (real). – NJ
destinado a encobrir uma outra transação; aqui aconteceu uma operação, porém não aquela
firmada no contrato – acontece outra coisa do que estava escrito no contrato
Exemplo: Alguém assina um contrato de comodato com outra pessoa para que ela more em sua
casa de graça, então no papel está escrito um contrato de comodato, porém na situação real, ele
cobra um aluguel para que o outro fique lá, ele faz isso para que não tenha que declarar o valor de
aluguel no imposto de renda e assim pagar menos tributos.

- O NJ jurídico simulado é nulo, mas será mantido o que se dissimulou, se for válido na substância e
forma, portanto, o negócio simulado é sempre nulo, mas o negócio que foi utilizado para
encobrir o outro será válido se não ofender a lei e nem causar prejuízos a terceiros.
Ou seja, neste caso apresentado, o contrato de comodato será nulo, mas como o contrato de locação
não ofende a lei, será válido, porém Receita Federal poderá cobrar o imposto que não foi pago.
A lei brasileira prestigia o princípio da conservação e aproveitamento do NJ.

A simulação pode ser alegada por uma das partes contra a outra?
SIM!
A simulação gera nulidade do NJ, por isso desfazer esse contrato interessa a sociedade como um
todo.
A simulação pode ser alegada por qualquer interessado, inclusive um contra o outro
Não confundir com dolo bilateral, onde ambas as partes não podem reclamar anulação do NJ e
nem indenização.

IMPORTANTE: o que é reserva mental? Isso tem repercussão no NJ?


Reserva mental: quando uma pessoa emite uma vontade numa declaração, mas o íntimo dentro de
si não pretende cumprir e nem seguir o que foi combinado. Está no plano psicológico, se
compromete a fazer algo, mas pensa consigo mesmo “não vou fazer nada disso”.
Nestes casos, o que vale é a vontade que declarou, a sua vontade interna não tem qualquer
repercussão, salvo se dela o destinatário tomar conhecimento, ou seja, quem foi enganado e
descobrir passa a ter relevância.
Exemplo: uma pessoa se casa com outra para agilizar o processo de naturalização, sendo
estrangeiro, porém em seu íntimo ele não deseja seguir com as obrigações de um casamento,
sendo assinado apenas para agilizar o processo de naturalização.
Se a pessoa a quem ele se casou descobrir através de mensagens, por exemplo, então o casamento
pode ser anulado por dolo, já que a pessoa induziu a outra ao erro. Não foi algo que os dois
planejaram juntos.
Porém, se a pessoa descobrir ou já souber, e decidir manter o casamento (os dois conjuntamente)
apenas para agilizar este processo de naturalização, então este negócio jurídico passa a ser
SIMULADO, com a intenção de burlar as regras e leis
Assim, a vontade declarada continua sendo válida, mesmo que em seu íntimo seja outra, a não ser
que a outra pessoa tenha conheci

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