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3 . Processamento Motor — — lutica Padrao de Organizagao da Mastiga¢ao ¢ Deglutigao Claudia Regina Furquim de Andrade OBJETIVO Fundamentacio da fungdo neuromuscular na mastl ‘0 movimento, voluntirio ou involuntario, deper de programagao, comando, controle ¢ contragdes muse anatdmicos e funcionais sio bastante detalhados ¢ para a eejam ws aprofundamento do texto aqui apresentado sugiro que consultem a jiografia que sustenta este capitulo. Escrever este capitulo nao foi uma tarefa ples, por- Gque os estudos anatomicos e fisiol6gicos sobre 0 movimento séo quase que inte- gralmente direcionados para a funcio dos membros. Diante do exposto, a meta € apresentar uma reflexio do que se pode inferir sobre o sistema motor na fun- cao da mastigacio e degluticao. Dentre as diferentes possibilidades para estudar o sistema motor, optei pela base da Neurociéncia. Assim, para compreender 0 movimento podemos adotar uma estrutura hierérquica, da ativagao central para a periférica (descendente), lembrando que as operagées sao paralelas, simultaneas, extremamente rapidas e automaticas. A estrutura hierdrquica seria: gacdo ¢ degluticao. nde de processos complexos ulares. Os fundamentos queles que desejam um 1. Operagao de programacao ou planejamento (4reas motoras do cértex cerebral e suas conexdes em ambos os hemisférios, com as areas somes- tésicas ¢ de associagao). 2. Operagao de controle (cerebelo, nticleos da base e talamo). 3, Operacai 5 . re ‘ peracao de ordena¢ao (medula espinhal e tronco encefélico - com agao lo mesencéfalo e cértex cerebral). 4. Operagio de execugo (musculos). Digitalizada com CamScanner soros ~PADRAO DE ORGANLZACAO DA MASTIGAGAO EOEGLUTICAD pROceSSAMEN Para os movimentos voluntitIOS, as agdes contréteis das unidades de co- mando do sistema motor (mofoncuronio ¢ suas céulas musculares) so planeja- ae comandadas a partir do cortex ¢ regides subcorticais, O cerebelo e micleos si hase respondem pelo inicio dos movimentos, sua execugdo harménica, 0 al- so paja meta ea ializagao da ago. Os motoneurdnios da medula e do tronco encefalico levam as informagoes 20s efetores. Os efetores sio os miisculos que, Sependendo dos tipos ¢ composicao de suas células ede suas diferentes propre- ‘Jades, desempenharao atos especificos. (Os movimentos reflexos sao operados por circuitos de neurdnios medulares ou do tronco encefalico. Os misculos ativados reflexamente sio determinados Jo local da estimulagao, da forga empregada, da duragao da resposta e da in- fensidade do estimulo. Os reflexos sio observaveis na forma de movimentos vratomaticos € de Fespostas estereotipadas ao estimulo sensorial. ‘A mastigagao ¢ a deglutigao apresentam tanto padrio motor voluntario quanto padrio inconsciente € involuntirio. Isso nio significa que no sejam Frocescos que possam ser controlados voluntariamente ¢ sim que sio padr6es sie se fundamentam em reflexos bisicos de protegio e nutricio. ‘A mastigagio ¢ a degluticao tém natureza ritmica ¢ semiautomatica que pode exceder 0 cariter de uma sequéncia de reflexos. Tem sido proposto que Feistam, para essas fungées, na medula e em niveis supramedulares circuitos geradores de padrdo ritmico (CGP). Os circuitos geradores de padrao ritmico Sio comandos sequenciais dos masculos. Ainda nao foram identificados os neu- ronios que constituiriam esses circuitos, acredita-se que sejam neurdnios oscila- torios, capazes de gerar repetigdes ciclicas de potenciais de ago aos motoneuré- nios. Em um ciclo CGP hi ativagao da contragao ¢ relaxamento de um grupo muscular, no ciclo seguinte inverte-se 0 padrao, o grupo contraido é relaxado e vice-versa. A esse padrdo acrescentam-se as informagdes sensoriais. O primeiro movimento reflexo seria desencadeado por um estimulo sensorial e os demais se tornariam ritmicos ¢ automaticos sem depender da permanéncia do estimulo original. A caracteristica ritmica é dependente do cértex cerebral, mas a medula o seriam capazes de realizar um nivel elementar de coordena- eo tronco encefal a0 motora, © PROCESSO A partir do momento que o alimento é aceito ¢ recebido na boca, € iniciado 0 processo da degluticio. O alimento é movido entre a lingua ¢ os molares; a sali- va é produzida a partir do disparo do reflexo do paladar (deflagrado nos dois tergos anteriores da lingua). A consisténcia, tamanho e forma do bolo alimentar geram as sensagies titeis. A musculatura oral ¢ perioral fazem a contengao do bolo dentro da cavidade oral, Esse processo € cortical e de tronco cerebral. Essa constitui a fase preparatéria oral Digitalizada com CamScanner INTRODUGA A ry isténcia do bolo alimentar fo limento ja foi mastigado e a tse da lingua éretraidae clevady These nant deserdegluida, a base wrt owes soar reconhecida como pa: timindo o bolo alimentar con ail steriormente, compri aa palatino, Essa é a fase oral. Mole causando a elevagao do véu neato a com as fauces, esse Teflexe, * ‘ ém é iniciado no conta é passivel a ingests © reflexo faringeo também o a faringe (até essa fase € passi BEStig empurra o bolo alimentar em direg: des sequenciais da faringe ao esfinc. respecte Be nteat eran tulsa clevagio dalatinge ém resi i i neflesto, também 5 fechamento da ca ter esofiigico superior. Esse 0 do,pulmio) € 20. ; . Cre ee eee ee evil Lae fase farnges fase dade aérea nasal (para a interrupgio da peristélticos e ago da gra daca & flexa ~ movi esofagica é puramente re ¢ leva 0 bolo ao estomago. FASES | ~ FASE PREPARATORIA, Definicao - estagio da degluticio em que o alimento é aceito e prepara Para ‘er ingerido. As disfungdes sio de origens sensitivas e motoras. A medi a é 0 fempo de trinsito oral, que é 0 tempo necessdrio para mover o bolo do fim da mastigagio até 0 inicio do reflexo faringeo, Processo na fase preparatéria Acertagdo do alms 'ento na boca a partir da resposta olfativa, qustati "a, tat, térmica e de salivacao, Fieconhecidoe aceito o alimento, os labios sao, cludes, arespiracéo torna-se. exclusivamente nasal > lmento passa a ser tturado elon dentes Neste rag nese ada da musculatura g ‘ingua, oaimentoé manta 3 face 10 dentro da boca d ° rOCeSS0 da mastigacag, . Reflexo da suegdo ~ pera 08 MONTE fae fechamento dos HabiOs: Bernas dos KAbIOS. 4, Reflexo da elevagio da divula ~ Bera ; Moattaro do bolo alimentar cont OF Pi parte superior da faringe: 4, Reflexo de gag - gera re ; bolo alimentar com os pilares da fauce, Pal a i Itando na re ao posterior da lingua, rest! : r espirasio € Hosa laringe. E 0 reflexo de evitagao do estimulo aversivo. O refle xo de gag hiperativado pode ser resultado d& dane® cee se imaturidade no sistema (anteriorizagao do reflexo ou ativage ri por extimulo nao compativel. Quando por imaturidade do sistema, pode Py erabalhado pela dessensibilizacao e acomodacao do estimulo na cavi- dade oral). 5. Reflexo do vémito ~ expulsio por via oral di porgao gastrica. 6. Reflexo da tosse - gerado pela estimulagdo da faringe, laringe ou brén- quios (agente quimico, biolégico etc.). Envolve a contrac4o abdominal aumentando a pressao subglética e forcando a exalagao. 7, Reflexo da retraco da base da lingua - gerado pela protrusao exagerada da lingua. 8. Reflexo da dor — gerado pela sensagao da dor. Resposta natural de buscar evitar contato com tecido lesado (traumatismo mecAnico, térmico etc. ) g_ Pelz femosio rida do eximulo na rca de sensibilidade : ee oat cr sei cml en dim ara, em reposts 3 quantidade de oxighnioe didxido de carbono > reflexo. Quando os niveis de oxigénio caem abaixo de um nivel de se; e 7 ‘guranca é mediado um si i torio, sinal de alerta ao centro respira- Et tragao da lin- «de protrusao € re ovimentos de leve nas bordas do pelo contato timulo tatil dado pelo sta a0 €si d ilar ce, tonsila lingual ou lares da fau' 19 tatil dado pelo contato do rede posterior das fauces ou interrupsao da respiragao e sposta ao estimul le contetido alimentar j4 em DISCUSSAO Digitalizada com CamScanner 0 OF ORGANIZAGAO DA MASTIGAGAO E DEGLUTICRO ro MOTOR ~PADR! oc eSanenT BIBLIOGRAFIA CONSULTADA. KL.Anato: + Machado ABM. N : Liss JM Scotino KL |. Neuroanatomia funcional 2! seater osname ideo Sio Pals Abeney 1993. mma cng Lari Bet; 2009- + Seke JA, King DW, Drumright DG, Anatomy ra ois de eis conitos and physiology fr speech, language ad en “er nde ears 20 So Paul: ing, 3rd ed. New Yor: cue es Aken; 2010. Digitalizada com CamScanner avon. manobras e as Posturas de protecao de via aérea sao bastante utilizadas de ee © Tetorno da alimentagao €, Muitas vezes, a retirada da via alternatiyg allmentagao, ainda na internacao. a. Cada manobra deve ser especificamente empregada, conforme 0 objetiv « 4 condicao clinica do paciente. O quadro 9.1 evidencia a tipologia da manobr,, objetivo e descricao do procedimento. A avaliagao objetiva da degluti¢’0 € mais um recurso para complementar g avaliagao clinica, principalmente para 08 casos com suspeita de aspiragao silen. te, que se refere & aspiracio laringottaqueal do bolo sem a ocorréncia de sinaig clinicos, primeiramente representados pela presenga de tosse, ou aqueles em que a dinamica da deglutigéo ainda nao estiver esclarecida. = Destacam-se os exames de videoendoscopia da degluticao e videofluorosco, pia. O primeiro, permite avaliar a fase faringea da degluticao, Quadro 9.1 ~ Manobras e posturas terapéuticas. Me uaedce uta Objetivo realizado em conjunto com 0 médico otorrinolaringologista, sensibilidade e mobilidade da re. yO Descrigao do procedimento Manter a cabeca inclinada para aérea inferior dee eens baixo durante a degluticao ‘Auxliar a propulso do bolo ‘Manter a cabeca inclinada para Seeahee a tras durante a degluticso Cabeca virada para o | Isolar 0 comprometimento lateral | Manter a cabeca virada parao | lado comprometido | da parede posterior de faringe ou | lado que a parede posterior da prega vocal Favorece a passage do bolo e/ou fechamento glético Mein Gi aes DEGLUTICAC faringe ou prega vocal esteja comprometida durante a degluticao Manobra Objetivo Descrigao do procedimento Degluticdo com ‘Aumentar a forca muscular das | Imprimir forca no momento de esforco estruturas envolvidas @jecao oral do bolo durante a degluticao Degluticao miitipla | Retirar 0 bolo alimentar retido na | Deglutir varias vezes consecutivas Gavidade oral e recessos faringeos | o mesmo volume do bolo Degluticao Maximizar o fechamento das Inspirar, segurar a inspiragao, supragl6tica pregas vocais deglutir e tossir apés a degluticso Degluticao super- Maximizar 0 fechamento das Inspirar forcadamente, segurar 2 Supragl6tica pregas vocais e ariepigléticas inspirago, deglutir e tossir apos @ - degluticao Manobra de Maximizar a elevacdo laringea e a | Manter voluntariamente @ Mendelson abertura do esfincter cricofaringeo | elevagio da laringe durante @ degluticao =) L 108 Digitalizada com CamScanner Digitalizada com CamScanner

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