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Sebenta ECG Feita
Sebenta ECG Feita
Sebenta em Eletrocardiografia I
2º Ano
Coordenador do Curso:
Rogério J. Manuel, Cardiopneumologista
Unidade Curricular: Eletrocardiografia I
Aula nº 1:
- As células Cardíacas: O miocárdio e o Sistema de Condução
- Potencial de ação nas células cardíacas
- Propriedade das células cardíacas
Fase 0 – Abertura dos canais rápidos de Na+ (o Na+ entra rapidamente na célula,
elevando o potencial de membrana).
Fase 1 – Abertura dos canais de K+ (o K+ sai da célula, repolarizando-a).
Fase 2 – Os canais lentos de Ca+2, começam a abrir-se lentamente em -60 a -50 mV,
abrem-se por completo, permitindo a saída do ião cálcio interrompendo a queda do
potencial causada pela saída de iões K+ (equilíbrio iónico).
Fase 3 – Os canais lentos de Ca+2 encerram-se e a saída de K+ leva o potencial de volta
ao valor normal de repouso.
Fase 4 – Os canais de K+ encerram-se e a membrana permanece no seu potencial de
repouso (bomba Na+/K+).
Nódulo Sinusal – Descrito pela primeira vez em 1907 por Keith e Flack. Responsável
pela origem do impulso elétrico cardíaco; sendo localizado na Aurícula Direita, na Junção
da Veia Cava Superior com a crista terminalis.
Feixe de His – Divide-se em dois ramos (Ramo Direito e Esquerdo do Feixe de His) e
cada ramo progride para a respetiva câmara ventricular em direção à base do coração. O
ramo esquerdo do feixe de His está subdividido em dois fascículos: Fascículo Anterior e
Fascículo posterior.
Aula nº 2:
- Eletrocardiografia e Eletrocardiograma
- As leis da Eletrocardiografia
- Sistema de Derivação e monitorização Eletrocardiográfica
1. Eletrocardiografia e Eletrocardiograma
Os elétrodos das extremidades deverão ser colocados nas regiões com menos músculos,
de modo que não haja interferência elétricas dos potencias de ação dos músculos
voluntários com o ECG (miopotenciais). Assim, os elétrodos dos membros superiores
deverão ser colocados na região posterior dos punhos e os elétrodos dos membros
inferiores junto aos tornozelos, sobre a tíbia (região tibial anterior). No caso de não ser
possível colocar os elétrodos nos locais clássicos (por ausência de um membro, por
exemplo), se for um membro superior coloca-se um elétrodo sobre a extremidade distal
da clavícula do mesmo lado e se for no membro inferior coloca-se o elétrodo na
extremidade anterior da crista ilíaca do mesmo lado.
As três derivações são conhecidas como derivações padrões dos membros. São
conhecidas igualmente como derivações bipolares por medirem o fluxo da corrente
elétrica em duas direções ao mesmo tempo. Estas três derivações denominam por
Derivação I (DI), Derivação II (DII) e Derivação III (DIII).
tórax?
Unidade Curricular: Eletrocardiografia I
Aula nº 3:
- Ondas, Intervalos e Seguimentos do Eletrocardiograma
- Calculo da Frequência Cardíaca
- Determinação do Eixo Elétrico cardíaco
1. Definições
Onda T – Corresponde a repolarização ventricular. Não é medida, pois a sua medida está
incluída no intervalo QT.
Metodo dos 1500 – Só pode ser usado se o ritmo for regular. Para utilizar este metodo
deve-se contar o nº de quadrados pequenos entre dois QRS consecutivos e dividir 1500
por esse nº.
1º Exemplos:
2º Exemplos:
Metodo do RR - Só pode ser usado se o ritmo for regular. Pode se utilizar este metodo
Qualquer QRS cujo pico caia sobre uma linha carregada pode ser usado como referência.
Exemplo:
Metodo dos 6 Segundos – É útil para ritmo irregular. Pode se utilizar este metodo
contando 30 quadrados grandes, que equivale 6 segundos, e multiplicar o núrmero de
QRS por 10.
Exemplo 1.
FC = 11 x 10
FC= 110 BPM
Questões
a.
b.
Aula nº 4:
- O eletrocardiograma normal: ritmo sinusal e variantes
- Leitura e interpretação sistematizada do ECG
Ritmo normal do coração, os impulsos elétricos gerados pelo nódulo sinusal viajam
através das aurículas e são retardados no nódulo auriculoventricular (NAV). A
despolarização das aurículas produz uma onda P no ECG.
É um ritmo com uma frequência igual ou superior a 100 bpm. Pode ser derivada causas
fisiológicas (exercício, gravidez), insuficiência cardíaca, enfarte do miocárdio, embolia
pulmonar, fármacos e excesso de cafeína, são outros exemplos que despertam este ritmo
Achado fisiológico normal, mais frequente em crianças e jovens, é um ritmo sinusal com
um batimento cardíaco que varia com a respiração. Geralmente é uma perturbação de
ritmo benigna, caraterizado pela aceleração da frequência cardíaca quando ocorre a
inspiração e pela desaceleração quando ocorre a expiração.
Caraterísticas da Arritmia Sinusal Respiratória
a)
b)
c)
d)
Unidade Curricular: Eletrocardiografia I
Aula nº 5:
- Arritmias
1. Arritmias
Também designada por disritmia, é a alteração que ocorre no ritmo normal do coração ou
da FC que não possa ser fisiologicamente justificável. Elas podem ser:
Bradidisritmias: Disfunção da automaticidade das células pacemaker ou por
bloqueio dos impulsos no sistema de condução
Taquidisritmias supraventriculares: Origem do impulso é supraventricular
Taquidisritmias ventriculares: Origem do impulso é ventricular
É um ritmo de escape passivo com origem na junção AV. Tem como etiologia disfunção
do nódulo sinusal, insuficiência cardíaca, doença valvular, cardiomiopatia, miocardite,
EAM.
É um ritmo de escape muito lento com origem nos ventrículos e apresenta uma frequência
entre 20-40 bpm. Apresenta como etiologia: enfarte agudo do miocárdio, cardiomiopatia,
miocardite, fármacos, trauma e coração em ritmo agónico.
É uma taquicardia supraventricular ectópica com origem em três ou mais focos, com
frequência situada entre 100-250 bpm. Tem como principal etiologia, doença pulmonar
crónica, dificuldade respiratória aguda, hipoxemia, embolia pulmonar e pneumonia.
É a arritmia cardíaca mais comum, caraterizada por múltiplos focos ectópicos auriculares,
contrações auriculares descoordenadas e uma frequência ventricular irregular. Cada
impulso elétrico resulta na despolarização de um pequeno grupo de células e não da
totalidade das aurículas, as aurículas não contraem efetivamente, apenas ocorre uma
tremulação de base.
Caraterísticas da FA
Variável: Padrão alternante de condução AV 2:1, 3:1, 4:1 ou >, que pode
variar de ciclo para ciclo e apresenta intervalo RR irregular.
Imagem 9 – Flutter Auricular com condução AV Fixa
a)
b)
c)
d)
e)
Unidade Curricular: Eletrocardiografia I
Aula nº 6:
- Extrassistolia supraventricular e ventricular
1. Extrassistolia supraventricular
Foco originário nas aurículas, junção AV ou qualquer local acima da bifurcação do feixe
de His, tendo em conta a sua origem o impulso faz o seu percurso até aos ventrículos
através do sistema His-Purkinje, ativando os ventrículos simultaneamente, produzindo
um QRS normal (na ausência de perturbação da condução intraventricular) seguida de
uma pausa compensatória.
Ocorre por uma despolarização precoce com origem nalgum ponto das aurículas;
Onda P’ prematura é seguida de um complexo QRS;
Onda P’ tem diferente morfologia e eixo da onda P sinusal;
Caso surja muito precocemente a onda P’ poderá aparecer entalhada na onda T;
Intervalo RR irregular
O intervalo PR pode ser curto, prolongado ou ausente.
~
Quadrigeminismo – presença de uma extrassístole ventricular seguido por três QRS
normais;
Questões
a)
b)
c)
d)
Aula nº 6:
- Bloqueios aurículo-ventriculares
1. Bloqueios aurículo-ventriculares
Existem alguns impulsos bloqueados, o que significa que nem todos os impulsos serão
conduzidos aos ventrículos.
Aula nº 7:
- Perturbações da condução intraventricular
Imagem 1 – BRD
1.2. Bloqueio de Ramo Esquerdo
Imagem 2 – BRE
1.3. Bloqueio Fascicular Anterior Esquerdo (BFAE)
Caraterísticas do BFAE
Caraterísticas do BFPE
- Desvio direito do eixo elétrico (90º a 180º);
- Complexo rS DI, aVL
- Complexo qR DII, DIII e aVF;
- Duração QRS < 120 ms, mas ligeiramente prolongado;
- TAV aVF > 45 ms;
HVE
Questões
a)
b)
Unidade Curricular: Eletrocardiografia I
Aula nº 9:
- Síndromes pré-excitação
1. Síndrome de Pré-Excitação
Descrita em 1930 por Louis Wolff, John Parkinson and Paul Dudley White. Traduz a
presença de uma via acessória congénita associada a episódios de taquidisritmia, na
ausência de taquidisritmias deve ser feita referência a padrão WPW e não síndrome.
A via acessória não possui condução decremental como o NAV, ou seja, o estímulo é
conduzido diretamente aos ventrículos, provocando a sua despolarização ventricular mais
cedo do que era suposto – pré-excitação ventricular, resultando um batimento de fusão:
parte do ventrículo é ativado pela VA e o restante pelo sistema de condução cardíaco.
Presença de uma via acessória que se localiza entre as aurículas e o feixe de His, com
capacidade de condução anterógrada - feixe de James – associado a ocorrência de
taquidisritmias.
Presença de via acessória que se localiza entre a aurícula direita e o feixe de His, nódulo
AV e ventrículos ou fascículos e ventrículos. Na maioria dos casos a via acessória insere-
se no ramo direito, resultando a pré-excitação em padrão de BRE;
a.
b.
Unidade Curricular: Eletrocardiografia I
Aula nº 10:
- Enfarte do miocárdio
Doença coronária também designada doença isquémica é mais comum das doenças
cardiovasculares sendo a principal causa a aterosclerose, que é o processo crónico
inflamatório das artérias.
De acordo com quarta definição universal define-se como lesão miocárdica aguda, com
evidência clínica de isquémia miocárdica aguda e aumento ou diminuição dos marcadores
de necrose miocárdica, associado a pelo menos um dos seguintes:
Sintomas;
Alterações ECG;
Desenvolvimento de ondas Q patológicas;
Evidência de perda de viabilidade miocárdica ou ↓ contratilidade segmentar num
padrão consistente com isquémia miocárdica;
Identificação de trombo coronário por angiografia ou autopsia