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I

'OL
Decorridos mais de 60 anus do seu
surgimento, a Abordagem Centrada
na Pessoa, que no inicio se restringia
a um modelo psicoteréipico, for apli-
cada ans campus da educagao e das
relagOes humanas em geral. JOHN
KEITH WOOD (1934-2004) é um dos
pensadores que melhor compreen-
deu as implicagOes dessa aborda-
gem, nao sO para a vitalidade orgénica
dos grupos, area de concentraqao de
sens trabalhos e estudos, Como para
a preservagao da Vida em seu sentido
mais ample.
John Wood integrava, decide 1970,
a equipe de psicOlogos e pesquisa-
dores do Center for Studies of the Per-
son, Centro fur dado em 1964 por Carl
Rogers e colaboradores em La Jolla,
CalifOrnia. No Brasil, marcou influén-
cia decide 1977 quando, ao lado de
Rogers, compos a equipe de La Jolla
que promoveu os glandes workshops,
chamados encontros de comunidade,
realizados has cidades de Recife, Rio
de Janeiro e Sao Paulo. Radicou-se no
Brasil em 1984, contribuindo com seu
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Carl Ransom Rogers
John Keith Wood

Abordagem Centrada
no Pessoa

Organizadores

Jaime Roy Doxsey 3

Lucila Machado Assumpgao


M8rcia Alves Tassinari
Marisa Japur
M6nica Allende Serra
Raquel Wrona
Sonia Regina Loureiro
. Vera Engler Cury

- EDUFES
Vitoria, 2010

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Abordagem Centrada no Pessoa
QUINTA EDIQAO
ano de 2010

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EDiTOPiA DA UNIVERSIDADE FEDERAL Do ESPiRiTO SANTO
-
Av.Fernando Ferrari, 514 - CEP 29075-910 - Goiabeiras Vitoria - ES
Tel: (27) 3335 7852 ediufes@yahoo.com.br

EDUFE5
REITOF4| Rubens Sérgio Rasseli
VICE- RE|TON| Reinaldo Centoducate
SECRETAHIA DE PRODUQAO E DiFusAo CULTURAL | Rosana LUcia Paste
COOF\DENADORA DA EDUFES | Elia Marli Lucas

CONSELHO EDITORIAL
Cleonara Maria Schwartz, Fausto Edmundo Lima Pereira,
Joho Luiz Calmon Nogueira do Gama,
José Arminio Ferreira, José Francisco B. Freifas,
Gilvan Ventura da Silva, Marcio Paulo Czepack,
Sandra Soares Della Fonte, Waldir Cintra de Jesus Junior e
Wilberth Clayton Ferreira Salguelro

CAPA E DIAGRAMAQAO | Denise R. Pimenta


REvlsAo | Lucila Machado Assumpgéo

IMPRESSAO I GM Gréfica & Editora Ltda - 3323-2900

Todos direitos reservados.Proibida a reproduqéo no todo ou em parte deste Iivro. sem prévia
autorizagéo do editors e do auton Edufes, 2010 - 5Cl Edigéo

D d 5 lnterna i nais d Canal gaga -no-publi age [CIP]


[Bibli ceca Central da Universidade F d r a j d Espirit Santo, ES, Bra it]

R g r , C rl R. [Carl Ra m], 1902-1987.


R724a Abordagem centrada no pessoa / Carl Ransom Rogers, John Keith
W d , rganizad r , Jaim Roy D ey [ t: al.]. - 5. ed. - VitOria :
E UFES, 201 .
284 p. . 14,5 x 21 cm

Include bibliografia.
ISBN:B5.71 1 1- O 7- 7

1. Psioologia humanistica. 2. Psicoterapia. I. Wood, John Keith. IL


D XS y, Jaime R y. III. Titul .

CDU: 615.851

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r

Dedicamos este trabalho é


Rachel Lea Rosenberg

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JhnKit;hWod c !_[rg.]

6I

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Abordagem Centrada na Pessoa l5' edigio

Organizadores

Jaime Roy Doxsey - PhD em Sociologia, Docente na Universi-


dade Federal do Espirito Santo (UFES).

Lucila Machado Assumpgéo - Filésofa, Artista Pléstica e Eco-


logistic

Mércia Alves Tassinari - Doutora em Psicélogia, Psicoterapeu-


ta, Fundadora do Centro de Psicologia da Pessoa, Professora
da Universidade Estagéo de So, Rio de Janeiro.

Marisa Japur - Doutora em Psicologia, Docente na Faculdade


de Filosofia, Ciéncias e Letras de Ribeiréo Preto -Universidade
de Sao Paulo (USP).

M6nica Allende Serra Doutora em Psicologia, Docente na


Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). I7
Raquel Wrona - Psicéloga, Psicoterapeuta, Especialista em
Aconselhamento Psicolégica pela USP Professora Coordena-
dora do Curso de Especializagéo em Abordagem Centrada na
Pessoa do Institute Sedes Sapientiae, Sao Paulo (1994).

Sonia Regina Loureiro - Doutora em Psicologia, Docents na


Faculdade de Medicina de Ribeiréo Preto - Universidade de Sao
Paulo (USP).

Vera Engler Cury - Doutora em Sande Mental, Docente na Pon-


tificia Universidade Catélica de Campinas (PUCCAMP), Psicé-
Ioga Clinica.

Agradecimentos

A John Shlien (EUA), natalie Rogers (EUA), Richard Farson


(EUA), Eugene Gendlin (EUA), Nathaniel Raskin (EUA), Maria
Constanta Villas-Boas Bowen (EUA), Brian Thorne (GB), Rei-
nhold Solipsist (Austria), Jerold Bozarth (EUA), Irene Fairhurst
(Gré-Bretanha), Joho Hip6lito (Portugal), Peggy Natielo (EUA)

Publicacéo do editors da Ufes edufes 2010


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e Fred Zimring (EUA) por terem respondido a nossas consultant
oferecendo valiosas sugestées.
A Luis Henrique de Sé, Mauro Martins Amatuzzi e Se-
baldo Bartes pela colaboragéo inicial a esse trabalho.

Organizadores responséveis pela quarter edigéo

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SUMARIO

Introdugéo é Quarta Edi§éo............................................... 11

Pr6logo ................................................ ....................... ...... 13


I

Parte I Seis Artigos Seminais de Carl R. Rogers ................ 25

Aspectos Significativos da Terapia Centrada no Cliente ....... 27


Algumas ObservaQ6es sobre a Organizagéo da
Personalidade ......................................................................... 45
Conceito de Pessoa em Funcionamento Pleno ............ ......... 71
A Equagéo do Processo da Psicoterapia............................... 93
Pessoas ou Ciéncia? Uma Questéo Filoséfica ................... 117
As Condigées Necessérias e Suficientes para
Mudanga Terapéutica na Personalidade ........... ................... 143

Parte II - da Abordagem Centrada na Pessoa é Terapia


Centrada no Clients: Uma Retrospectiva de 60 Anos
John Keith Wood................................................................... 163

Introdugao é Segunda Parte................................................. 165


Um Jeito de Ver..................................................................... 169
Tornando-se Terapia ............................................................. 172
Desenvolvendo um Ponto de Vista Pr6prio.......................... 174
Exito e Sistemas de Mudanga na Personalidade................. 175
Insight sobre a Natureza Humana........................................ 182
Insight sombre a Pessoa em Funcionamento Pleno .............. 192
Insight sombre o Respeitével Cliente ...................................... 193
A Complexidade do Cliente .................................................. 197
Insight sombre o Papel do Terapeuta...................................... 203
Insight sombre a Compreensao Emp8tica.............................. 204
Insight sombre Congruéncia ................................................... 211

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O Método Supewalorizado (Embora Necessério) ............... 215
Ambiente: Mais uma Omisséo do que um Insight ............... 218
Moralidade ......................................................................... ... 222
O Fenémeno do Relacionamento Terapéutico Eficaz.......... 226
Os Fatos Falando por Si Mes no: Um Resumo.................... 227
Em Diregéo a uma Psicologia para as
Aplicagées da Abordagem Centrada na Pessoa ................. 233
Incerteza ou Confusao?........................................................ 237
Sera Necessaria essa Confuse? ......................................... 241
Neo too Bom quanta se Acredita,
Mel for do que se Imagine .................................................... 243
Notas ..................................................................................... 248
Referéncias Bibliogr8ficas .................................................... 262
Produgao Escrita de Kohn Keith Wood ................................ 276

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John Keith Wood et al. [org.]

trusivo, sem tenter convencer, mas afetando-as através de sues


atitudes e con portamento integros.
John encontrou no Brasil um campo de aprimoramento para
sues reflex6es e a possibilidade de integraqao de sues idéias
na pr8tica, encontrou também aqui um jar e Lucila, sua compa-
nheira de alma,

Jaime Roy Doxsey, Lucila Machado Assumpgéo,


Marcia Alves Tassinari e Raquel Wrona

JaguariOna, main de 2008.

121

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PROLOGO

Carl Ransom Rogers (1902-1987) talvez ten ha side o psi-


célogo mais importante do seu tempo. Numa consults a psicO-
logos clinicos e conselheiros norte-americanos, a query for pe-
dido que indicassem os dez terapeutas mais influentes, o nome
de Rogers aparece no tope da lists (Smith, 1982).
No entanto, ainda mais impressionante que sua popula-
ridade foram sues realizagOes. ApOs muitos anus de trabalho
dedicado, desenvolvendo uma psicoterapia verdadeiramente
humanists, Rogers for eleito, em 1947, presidents da Associa-
Qao Americana de Psicologia.
Sua participagéo nessa instituiqao marcou um porto sem
Volta no reconhecimento que a sociedade norte-americana
passou a dedicate ao papel do psicOlogo clinico, aceitando-o
também Como psicoterapeuta. lsto porque a prética inicial de
Rogers no campo do Aconselhamento PsicolOgico, tornando-o
objeto de pesquisa empirics, fortaleceu o reconhecimento de
seu trabalho Como atinente 8 psicoterapia, Iegitimando-a Como
parte do campo de atuagéo do psicOlogo. Até entail, era veda-
da ans psicélogos a prética da psicoterapia, prerrogativa exclu-
siva de medicos psiquiatras.
Essa res ma associagéo conferiu-Ihe prémio por "Emi-
nente Contribuigéo Cientifica" e outro por "Eminente Contribui-
qéo ProfissionaI". Foi também o primeiro presidents da Associa-
Qéo Americana de Psicoterapeutas, no periodo compreendido
entre 1956 e 1958.
Rogers escreveu mais de 250 artigos e publicou em torno
de 20 lives. Cerca de doze filmes foram feitos sobre seu traba-
Iho e é dificil preciser o ntimero de boras gravadas em 8udio e
video de sues sess6es psicoterapicas, tal o seu volume.
Rever do essa producao, particularmente o material com-
preendido entre 1940 e 1970, periodo em que se gestaram sues
idéias mais cuidadosamente formuladas, fico-se at6nito dian-
te da gama e profundidade das questOes Ievantadas, que ele
procurou responder. Query sou eu? Sera que posso ajudar?
Como? 0 que posso fazer? Como uma pessoa muds? Qual o
porto de partida? Quai poderia ser o porto final? Como abor-

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JhnKithwod t l.(rg.]

dar esta tarefa? 0 que pretendo? Quais sao minhas atitudes?


Meus valores? 0 que sir to e penso? Quais sao os fates? 0 que
realmente funciona? Serf suficiente escutar? Qual é o efeito
da honestidade, da congruéncia? Como me relaciono com o
cliente? 0 que significa o nos so relacionamento? Realmente me
importo com ele? Qual é a percepgao que o cliente tem de mm,
da relagao, da atividade? Como é o mundo do cliente? Qual e
o objetivo da terapia? 0 que é a pessoa? Qual é a natureza do
homer? Quais s8o as implicaQ6es mais amplas de nossas des-
cobertas? Que é educagao? Ser8 que posso facility a apren-
dizagem? Como? Ser8 que posso ser uma pessoa facilitadora
em um grupo? Sera que posso facility a comunicagao entre
antagonistas? Ser8 que men mode de trabalhar traz contribui-
Qées para a resoluqao dos problemas criticos da atualidade?

O que é a Abordagem Centrada na Pessoa?

Rogers considerou a Abordagem Centrada na Pessoa Como


uma forma singular de abordagem, organizadora da experién-
141
cia bem sucedida, em diversas atividades. A Terapia Centrada
no Clients for a primeira dessas aplicagées e consistiu na facili-
tagao do crescimento pessimal e sau'de psicolégica de individu-
os numa psicoterapia pessoa-a-pessoa. Grupos de encontro,
aprendizado em Salas de aula, terapias de pequenos grupos ou
workshops de glandes grupos para aprendizagem sobre forma-
Qao e transformagao da culture, comunicagOes inter-culturais e
resolugéo-de-conflitos estao entre as outras atividades of de a
Abordagem Centrada na Pessoa tem side aplicada com grays
variados de sucesso.
A Abordagem Centrada na Pessoa nao é uma teoria, uma tera-
pia, uma psicologia, uma tradiqao. Nao é uma Iinha, Como por
exempla, a Iinha Behaviorista. Embora muitos tenham notado
um posicionamento existencial em sues atitudes, e outros. te-
nham se referido a uma perspective fenomenoiOgica em sues
intengOes, nao é uma filosofia. Acima de ludo nao é um movi-
mento, Como por exempla, o movimento trabalhista. E mera-
mente uma abordagem, nada mais, nada renos. E um "jeito
de ser" (Rogers, 1980) ao se depart com certes situagOes, que
consists de:
uma perspective de Vida, de mode gera, positiver,
uma crenqa numa tendéncia formative direcional que Rogers

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Abordagem Centrada no Pessoa l5a edigéo

(1980) descreve brevemente Como: "Os individuos tom dentro


de si mes nos amplos recurses para a auto-compreenséo, para
alterarem seu auto-conceito, sua atitude b8sica e seu compor-
tamento auto-dirigido, esses recurses podem ser mobilizados
se hes for proporcionado um clime definido de atitudes psico-
Iégicas facilitadoras" (p. 115),
- uma intengéo de ser eficaz nos préprios objetivos. No case
da Terapia Centrada no Cliente, por exempla, a intengéo é aju-
dar outro ser humane a fazer mudangas construtivas na perso-
nalidade, '
- um respeito polo individual e por sua autonomia e dignidade.
Rogers, em uma de sues primeiras tentatives para descrever
sua abordagem no que concerne sua aplicaQ8o a psicoterapia,
prop6s que o terapeuta terra "uma capacidade de simpatia que
neo seria exagerada, uma atitude genuinamente receptive e in-
teressada, uma compreensao profunda que tornaria impossivel
fazer julgamentos morals ou ficar chocado ou horrorizado." Este
terapeuta terra um respeito pela individualidade que vai ainda
mais alum. lncluiria "um respeito profundamente enraizado pela
integridade da pessoa [...] uma vontade de aceit8-la Como é, 115
no seu préprio nivel de ajustamento, e the dar Iiberdade para
conseguir soluQ6es préprias para sens problemas". Rogers
achava que se deveria esperar que um terapeuta tivesse "uma
sélida compreensao de si mes no, de sens padr6es emocionais
predominantes, e sues préprias Iimitagées e atalhos" (Kirschen-
baum, 1979, p. 96),
- uma flexibilidade de pensamento e agao, n8o tolhida por
teorias ou praticas anteriores, nem mes no pela experiéncia,
aberta a novas descobertas. Uma habilidade de se concentrate
intensamente e, com clareza, apreender a construgao linear da
realidade, pedago-a-pedago, bem Como perceiver sua realida-
de integral, holistica, "toda-de-uma-vez",
- uma toler8ncia quanta 8s incertezas ou ambigUidades, sendo
capaz de viver numa situagao caética ate que fates suficientes
se acumulem para ser possivel abstrair-se um sentido deles.
Um interesse "neo na verdade j8 conhecida ou formulada, mas
no processo pelo quai a verdade é tenuamente percebida, tes-
tada e aproximada" (Rogers, 1974),
sense de humor, humildade e curiosidade, sem duvida, tam-
- .

bém tom seu papel, embora nao seam exclusives dessa abor-
dagem.

| hnnné- -\ e nt-n-n An I IFnn - -AnF-n i anan


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John Keit;h Wood et al. (org.]

A Diferenga entre Abordagem Centrada na Pessoa


e Terapia Centrada no Cliente

Antes mes no da abordagem ter um nome especifico, ta!


Como Abordagem Centrada no Clients ou Abordagem Centrada
na Pessoa, Rogers je aplicava as mesmas intengées, crengas e
atitudes para uma psicoterapia eficaz. Ele nao estava lentando
fazer uma boa terapia, apenas tentava ajudar seu clients. Ao
fazer isso, colheu v8rias observa(;6es. Algumas aQ6es pareciam
ajudar mais que outras. Os clientes pareciam agir de determina-
da maneira em certes situs.;6es.
Assign, métodos se desenvolveram a partir dessas obser
vaQ6es. Teorias foram propostas. Principios foram estabeleci
dos. Aquilo que, no final, for char ado de Terapia Centrada no
Cliente, evoluiu juntamente com os principios que o estavam
organizando. Terapia Centrada no Cliente tornou-se um sistema
de mudanga na personalidade. Embora relacionada com esse
sistema, a abordagem, que vein a ser chamada Abordagem
Centrada na Pessoa, é uma categoria distinta.
Assign, a Terapia Centrada no Cliente tem uma teoria es
161
pecifica, coerente e bem documentada (Rogers, 1959). A Abor
dagem Centrada na Pessoa nao tem nenhuma teoria. Que teo
ria poderia ter uma abordagem?
Exists um método para conduzir uma Terapia Centrada
no Cliente. Nao é two bem especificado quanta a teoria, mas a
técnica pessimal de Rogers for extensivamente documentada e
prude ser precisamente descrita. A abordagem neo tem méto-
do. Ela toma forma de acordo com a demands.
Quanto a Terapia Centrada no Clients, um compo substan
cial de pesquisa se acumulou, testando as hipOteses propostas
polo estudo de sua teoria e pr8tica. Embora de um mode goral
a pesquisa ten ha side incapaz de convencer a maioria dos psi
cOlugos da validade da teoria, o que tem side mais convincente
é que, de fate, melhorou a psicologia em geral, for um sucesso
na clinics da Terapia Centrada no Cliente. A Abordagem Cen-
trada na Pessoa nao tem side pesquisada. A forgo e a fraqueza
dos concertos de Rogers decorum em grande parte do fate de
que prover da experiéncia direta do processo de psicoterapia
eficaz.
O desenvolvimento da Terapia Centrada no Cliente eficaz
resultou na formulaoao de ceros principios. Alguns se tornaram

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Abordagem Centrada no Pessoa | 5a edigéo

parte da teoria, outros, parte do sistema de crengas dos sens


praticantes, outros ainda, parte do folclore que inevitavelmente
cerca as atividades de um grupo de pessoas envolvido na mes-
ma tarefa. Para a abordagem, nao h8 tabs principios.
No case da Terapia Centrada no Cliente, a abordagem for ca-
racteristicamente expresser através de uma compreensao em-
p8tica intenser dentro de um relacionamento genuine, de pes-
soa-a-pessoa, sem questioner ou julgar, valorativamente, os
pensamentos e sentimentos do cliente.
Em 1946, Rogers proferiu uma palestra cuidadosamente
preparada para uma audiéncia bastante cética na Clinica Men-
ninger. O nome desse vertigo seminal que for editado e subse-
quentemente publicado na revista The American Psychologist,
era: Aspectos Significativos da Terapia Centrada no Cliente. Sua
psicoterapia ganhava um novo nome e apropriadamente, ele se
referia 8 sua abordagem Como "Abordagem Centrada no Clien-
te". Dizia: "Embora a Abordagem Centrada no Cliente ten ha
sues origens puramente dentro dos Iimites da clinics psicolOgi-
ca, esta provando ter implicagOes, freqUentemente de natureza
bastante espantosa, em diferentes campus de atividades". Ele 117
preview que essa nova abordagem iris produzir:

[1] uma major compreenséo do processo de psicotera-


pia e a melhora da sua prética;
[2] aplicagées no campo da educagéo,
[3] um major respeito pea filosofia da auto-determina-
Qao,
[4] aplicagées na resolugéo de conflitos socials e gru-
pais.

O que, de fate, ocorreu. Além disso, ao Longo de sessen-


ta anus de sua carreira, a abordagem nuncio mudou. Nos pri-
meiros trina anus, durante a fase intensive do desenvolvimento
da Terapia Centrada no Clients, era freqfnentemente chamada
de Abordagem Centrada no Clients. Nos trina anus seguintes,
quando for aplicada mais intensivamente é Educagéo, a peque-
nos grupos de encontro ou é psicoterapia de pequenos grupos,
e a glandes grupos para facility a compreensao transnacional,
a resolugao de conflitos ou a aprendizagem sobre a natureza
da cultura.e sens processes de formagao, tem side chamada
Abordagem Centrada na Pessoa.

ca. ll1lln.'lru7u1 rIn -r*ll'Ann An I _ -Hnnfnn I anon


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J hr1 K ith w od c l . ( r g . ]

O quadro a segue poderé ajudar a colocar em perspective a


histéria da abordagem e sues aplicagées mais importantes:

1935................ ......1965......................1995

A ABORDAGEM

Abordagem Centrada no Cliente Abordagem Centrada na


- Pessoa

Terapia Centrada no Clients Outras Aplicagoes

I II III IV v VI

I. Atitudes do terapeuta. Caracterizada pelo Iivro de Ro-


gers, Aconselhamento e Psicoterapia, publicado em
1942.
181
II. Métodos de terapia. Identificada pelo Iivro Terapia Cen-
trada no Cliente, publicado em 1951.
III. Experiéncia ou processes infernos. Corresponde é
publicagéo (1961) do best-seller, Tornar-se Pessoa.
IV. Facilitagéo do aprendizado. Liberdade para Aprender
(19691
v Relacionamentos inter-pessoais. Grupos de Encontro
(1970)
VI. Processos socials, formagéo e transformagéo da cul-
tura. Sobre o Poder Pessoal (1977) e Um Jato de Ser
(1980).

O periodo dos primeiros trina anus do Abordagem Cen-


trada no Cliente estava voltado para o desenvolvimento de um
sistema de mudanga na personalidade que se concentrava no
mundo subjetivo do individual. O periodo dos trinta anus se-
guintes da Abordagem Centrada na Pessoa voltou-se também
para interagées socials e se concentrou no aprender fazendo.

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Ab rd gemC tzrdan Pss l5° dig-

A PRIMEIRA PARTE

O objetivo da Primeira Parte, ABORDAGEM CENTRADA


NA PESSOA: ARTIGOS SEMINAIS DE CARL R. ROGERS,
neo é apresentar um panorama complete do seu trabalho, nem
mes no sues realizagées mais significativas, mas dar uma mos-
tra de sua sabedoria, seu conhecimento proveniente do sabo-
rear a experiéncia, seu "jato de ser", ao Reidar com a Abordagem
Centrada na Pessoa. Com essa finalidade, foram escolhidos
sets artigos originals, publicados em renomadas revistas norte-
americanas de psicologia, entre 1946 e 1963, alguns dos quais
foram escritos v8rios anus antes de sua publicaqao. Embora a
primeira proposigao organizada por Rogers sobre sua "nova
psicoterapia" ten ha aparecido ja em 1940 (num discurso na
Universidade de Minnesota) e ele ten ha continuado a publican
sobre o assunto ate sua more em 1987, para nos so objetivo,
estes sets artigos representam seu pensamento essencial em
psicoterapia. Por aparecerem em seu contexto de origem, mar-
cado pela busca da verdade (em vez de procurarem responder
8 questao: "O que este grande homer pensa sobre variados 119
assuntos?"), estes artigos mantém o vigor original. Mostram
acima de ludo o Frazer experimentado por Rogers com a des-
coberta.
O vertigo de abertura "Aspectos Significativos da Tera-
pia Centrada no Cliente" (1946) for cuidadosamente elaborado
para um seminério na renomada Clinica Menninger. Na época
em que apareceu, os percalgos na neo-diretividade je tinham
side razoavelmente superados: a neutralidade e a manipulagéo
sutil do terapeuta cederam Ingar a um color e aceitagéo mais
genuinos. Rogers ja neo parecia defensive em relaqao a outras
doutrinas.
Esta é uma boa proposigao seminal, conciser, coerente
e de Ieitura mais f8ciI do que tentatives anteriores ou vers6es
posteriores, reescritas para serer pubiicadas em lives de di-
vulgagao ou apologias da Abordagem Centrada na Pessoa.
No original, o estilo reflete sua busca de precisao, assisi Como
certs espontaneidade. Suas idéias e sentimentos s8o coloca-
dos de mode mais ou renos direto, de uma maneira natural,
sem a preocupaqéo de persuadir, embora ele sempre tivesse
em mente um objetivo definido. Assign, o vertigo reflete tanto os
fates esclarecedores quanta os pontes obscures que mais tar-

Pi uhlinnnian in nr-litnr~n
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on llfes: - nrhsfes I 2010

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J h Keith We d t I. I rg.)

de amadureceriam, e que embora, is vezes, paregam renos


elegantes, mantiveram-se coesos a serviqo do aprendizado.
Ainda que so parcialmente elaborada, a Terapia Centrada no
Cliente je emerge com inteireza at, com significado préprio. A
"Abordagem", diz Rogers, "se apéia em forgos construtivas no
cliente". Além disso, é a "confianqa bem definida e disciplina-
da do terapeuta nesses forgos, o que explica o processo orde-
nado e previsivel da Terapia Centrada no Cliente". Isto porque
"existent no individual forgos de crescimento, tendéncias para a
auto-atualizagao, que podem agir Como a Unica motivagao para
a terapia".'
As implicagées dessa abordagem também j8 estao suge-
ridas nests vertigo, antecipando a diregao dos trabalhos futures
de Rogers. Ele adianta que essa "nova abordagem" poderia
trazer, Como efetivamente trouxe, uma major compreens8o do
processo psicoterapéutico e o aperfeigoamento da sua pr8tica,
assisi Como um major respeito pela filosofia da auto-determina-
Qao, alum de aplicagOes na eduoagao e na resolugao de confli-
tos socials e de grupo.
20 |
Esse vertigo ilustra a clareza, a simplicidade e aquela mis-
tura exata de humildade e firmeza que caracterizam os melho-
res escritos de Rogers.
0 Segundo vertigo, Algumas Observa(.;6es sombre a Orga-
nizagéo da Personalidade (1947), originou-se do marcante dis-
curso proferido ao término de seu mandate Como presidente da
Associagéo Americana de Psicologia. Entre outras coisas, tor-
nou pirblico que o estudo empirico, feito através de gravac;6es
de sess6es terapéuticas, revels que "mudangas que ocorrem
na percepgao do self e na percepgao da realidade resultant em
mudanga de con portamento". O Self se reorganizer em alga
mais adequado 8s realidades de tempo e luger. Assign, na cui-
tura da terapia, ocorre uma mediagéo entre as inconsisténcias
dos valores socials e as sensagOes do organismo. ,

Nem todos os artigos importantes puderam ser incluidos


nesta breve selegéo. Alguns Iamentavelmente foram excluidos.
Um deles for A Atitude e Orientagao do Conselheiro (1949),
no quai Rogers introduce a perspective do treinamento de psico-
terapeutas, uma preocupagéo que manteve ao Longo de toda a
sua carreira. Declara que o "prOprio terapeuta é uma parte ex-
tremamente importante da equagéo humana. O que ele faz, as
atitudes que sustenta, o concerto b8sico que tem de seu papel,

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Abordagem Centrada no Pessoa | 5a edigéo

ludo influencia a terapia em alto gray." Descreve a eficécia do


conselheiro centrado no cliente, Como alguém que "mantem
um conjunto de atitudes coerentes e em desenvolvimento, pro-
fundamente enraizadas na sua organizagéo pessimal, um sis-
tema de atitudes que é implementado por técnicas e métodos
consistentes com ele" [...] "Nossa experiéncia rostra que o
conselheiro que tents user um método esté fadado ao fracasso,
a renos que este método esteja genuinamente alinhado com
sues préprias atitudes". Assign, Rogers adotou o termo "imple-
mentagéo" em vez do termo "técnica", pois o cliente percebe
rapidamente qualquer método que o terapeuta esteja usando e
isto obstruct o progresso terapéutico. Por outro Iado, "o conse-
Iheiro esté sempre implementando, tanto consciente quanta in-
conscientemente, as atitudes que mantém em relagéo ao clien-
te." Mas decidimo-nos pea excluséo deste vertigo, pois muito
desse material se repete em outros textos aqui apresentados.
Também poderia ter side u'til incluir relates de cases. Por exem-
plo, o case de Herbert Bryan, que Rogers publicou mais de
uma vez ou a transcrigao da entrevista filmada com a cliente
Gloria, j8 publicada e disponivel Como filme ou video. Esse ma- 121
terial é muito importante, pois ilustra o trabalho de psicoterapia
momenta a momenta, pelo renos o que pode ser transmitido
por palavras e imagers e o que pode ser filtrado do quadro cul-
tural da época. Como as transcrigées sao "datadas" e Como a
Ieitura é alga cansativo, decidiu-se por sua excluséo.
A Equagéo do Processo em Psicoterapia (1961), que Ro-
gers escreveu ao receiver o Premio de Eminente Contribuigéo
Cientifica da Associagéo Americana de Psicologia, em 1957,
inicialmente neo fazia parte da proposta deste volume. Poste-
riormente, for incluido por sugestéo de varies especialistas in-
ternacionais consultados. Por outro lado, alguns deles haviam
sugerido a exclus8o de um vertigo similar, O Conceito de Pessoa
em Atualizagéo Pleura (1952) que se tornara controvertido. En-
tretanto, for incluido por ser de cento mode ingénue, proporcio-
nando uma visao privilegiada do mode de pensar de Rogers.
Além do mais, contrariamente a outras versOes posteriores,
mais ambiciosas e eventualmente elitistas, este vertigo simples-
mente tents responder 8 questao lOgics: "Se a Terapia Centra-
da no Cliente for bem sucedida, que tipo de resultado pode ser
esperado?"
Uma vez que entre estes dots artigos he muita superposi-

D. lhlln~:1né"ln 1In at"III*nnca l-4':l I I n r h 1'Fn¢: I anan


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John Keith Wood et al. (org.]

Qéo, fomos tentados, em nome da simplicidade, a eliminate um


deles. Ao final, neo for possivel decidir pela excluséo de nenhum
dos dots: cede quai oferecia alga que o outro nao tinha. Isso for
motive de alguma frustragao ate entendermos que estes dots
artigos s8o de fate complementares: um escrito primariamente,
talvez, de um mode analitico de consciéncia, e o outro, de um
mode holistico de consciéncia. Essa conclusao iris ter profun-
das implicaQ6es na compreensao do trabalho de Rogers.
O vertigo Pessoas ou Ciéncia? Uma Questéo Filoséfica
(1955) toma explicito esse insight. Rogers, de fate, propOse um
di8logo entre esses dots modes complementares de conscién-
cia. Ele disse: "Sir to um desconforto crescente quanta a dis-
tancia entre a rigorosa objetividade de men self Como cientista
obstinado e, a quase mistica subjetividade do men self Como
terapeuta". Depois de um longo debate entre essas dues po-
sigoes igualmente valiosas, comega a compreender que elas
podem ser complementares e passer a proper uma "integraeao"
entre o "experienciador" e o "cientista". Embora nuncio ten ha
perseguido propositadamente essa integragao, fico claro que,
221
no melhor do seu trabalho, uma interagéo entre esses dots mo-
dos de consciéncia deveria ester ocorrendo. Esse é um dos fins
essenciais na Abordagem Centrada na Pessoa e sugere uma
perspective a partir da quai o trabalho de Rogers, conforms o
compreendemos, pode ser melhor avaliado.
A primeira parte do livro se encerra com Condigées Ne-
cessérias e Suficientes para a Mudanga Terapéutica na Persona-
lidade (1957), sua proposigao final sobre a Terapia Centrada no
Cliente - sens antecedentes, teoria, pesquisa e pr8tica. E mais
assimil8vel que o elaborado tratado escrito para o livro de S.
Koch (1959), e pouco do que Rogers falou posteriormente so-
bre psicoterapia acrescentou mais a seu pensamento b8sico.
Nesse tratado, Rogers preparou uma declaragao siste-
m8tica da teoria da Terapia Centrada no Clients em processo
de desenvolvimento. Ao introduzir o seu tema, declarer: "Acre-
dito que h8 apenas uma proposigao que pode ser apropria-
damente aplicada a todas as teorias - da teoria do flogistico 8
teoria da relatividade, da teoria que apresentarei 8 teoria que,
-
espero, a substituir8 em uma década é que na época de sua
formulagao toda teoria contém uma quantidade desconhecida
de erros e inferéncias equivocadas (ou taivez impossiveis de
serer conhecidas no momenta)" (p. 190).

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Abordagem Centrada no Pessoa l5. ediqio

Reconhecendo-a inevitavelmente incomplete, ele es-


perava que a teoria fosse reformulada em uma década. Neo
o for. Para complicate ainda mais o assunto, nos trina e cinco
anus que se seguiram, ela se aproximou mais das "inferéncias
equivocadas", particularmente depots que a abordagem for am-
plamente aplicada 8 educagao e ans workshops de glandes
grupos e de resolugao de conflitos, sob o nome de Abordagem
Centrada na Pessoa.

A SEGUNDA PARTE

O fate de neo ter emergido nenhuma teoria abrangente,


nem mes no uma organizagéo coerente de pensamento, alia-
dos a profusao de pr8ticas du'bias sob o r6tulo gera de Aborda-
gem Centrada na Pessoa, tornou necessarily a inclusao de uma
reflex8o sistematica sombre a evolugao da Abordagem Centrada
na Pessoa, que Integra a Segunda Parte deste livro: DA ABORDA-
GEM CENTRADA NA PESSOA A TERAPIA CENTRADA NO CLlENTE.' UMA RETROS-
PECTIVA DE 60 ANOS. 123
Com base nesta primeira parte espera-se que o Ieitor
seja capaz de perceiver a motivagéo de Rogers, por que ele
fez o que fez, sua intengéo, o que ele esperanza realizer, sens
valores e princ/pios norteadores que dao significado ans sens
sentimentos, pensamentos e observaQ6es, sua posture, tanto
fisica Como mental, Como ele se colocava na pr8tica da psicote-
rapia, sua atitude de tenter compreender o que o cliente estava
querendo comunicar e continuamente melhorar a eficacia da
terapia, seu sentido de alerts para o que era desperado e sur-
preendente, o que era desafiante e dificil de explicate em sues
experiéncias, sua abertura mental para deixar o fenOmeno falar
por si mes no e formular teorias baseadas em seu aprendizado
através da pr8tica.
Toda vez que um aluino ou colega se preocupava com
algum novo dado de pesquisa ou alguma idalia nova que con-
frontava a Abordagem Centrada na Pessoa, fazendo-a parecer
errada, Rogers nao se perturbava. Sua resposta se tornou Ie-
gend8ria: "Nao se preocupe, os fates sao sempre amistosos".
Este Iivro pretende ser uma exposigao de fates que esperamos
seam amistosos, isto é, que possam alargar, iluminar e tornado
mais u'tiI uma compreensao nao somente desse assunto, mas

Dnlhlirtnrtin Hn ndihnrn do I Ifni - ndnfnc I 2010


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Pa rte 1
Seis Artigos Seminais de
Carl Ransom Rogers

Agradecemos a permissao
para publicacao obtida da American
Psychological Association para os se-
guintes artigos: The Necessary and
Sulticient Conditions of Therapeutic
Personality Change, Significant As-
pects of Client-Centered Therapy,
Some Observations on the Organi-
zation of Personality e Persons or
Science? a Philosophical Question,
do periOdico Psychotherapy: Theory,
Research and Practice para o vertigo
The Concept of the Fully Functioning
Person, e da Association for the Ad-
vancement of Psychotherapy para
o vertigo The Process Equation of
Psychotherapy.

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25!

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ASPECTOS SIGNIFICATIVOS DA TERAPIA
CENTRADA NO CLIENTE 1
Carl Ransom Rogers

Ao planejar dirigir-me a este grupo, considerer e des-


cartei muitos tépicos possiveis. Fiquei tentado a descrever o
processo da terapia neo-diretiva e as técnicas e procedimentos
de aconselhamento que parecem liters para promové-Io. Mas a
major parte desse material j8 esta escrita. Meu préprio Iivro de
aconselhamento e psicoterapia (8) contém muito do material
b8sico, e men Iivro mais recente e popular (10), sombre acon-
selhamento para ex-combatentes, tende a complements-lo. A
filosofia da Abordagem Centrada no Cliente e sua aplicagao ao
trabalho com crianqas for convincentemente apresentada por
Allen (2). A aplicagao ao aconselhamento de empregados da
if du' stria é discutida em um Iivro por Cantor (3). Curran (5)
publicou recentemente um Iivro, um entre v8rios estudos base-
ados em pesquisa, que esta langando novas luzes tanto sombre
processo quanta sobre procedimento. Axline esté publicando
um Iivro sobre ludoterapia e terapia de grupo com criangas.
Snyder esté elaborando um Iivro sobre cases clinicos. Portanto,
parece desnecess8rio resume material que j8 esta ou estar8 em
breve disponivel, por escrito.
Outra possibilidade tentadora, particularmente neste con-
texto, seria discutir algumas das maizes que originaram a Abor-
dagem Centrada no Cliente. Seria interessante mostrar Como
ela, em sens concertos de repressao e liberag8o, na sua énfa-
se sobre catarse e insight, tem muitas maizes no pensamento
freudiano, e assisi reconhecer essa divider. Tal analise poderia
mostrar também que, em seu concerto sobre a habilidade do
individual para organizer sua prOpria experiéncia, h8 uma divider
ainda major para com o trabalho de Rank (6), Taft (12) e Allen
(2). Em sua énfase sombre as pesquisas objetivas, ao submitter

1 _ Significant Aspects of Client-Centered Therapy The American Psychologist,


vol.1 (10): 415-422, 1946. Palestra proferida em um seminarian para os dirigentes
da Menninger Clinic e do Topeka Veteran's Hospital, no die 15 de Maio de 1946
em Topeka, Kansas, Estados Unidos.

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atitudes fluidas é investigagéo cientifica, e ao se dispor a com-


provar ou a refuter todas as hipéteses através de métodos de
pesquisa, obviamente, a divider é para com todo o campo da
Psicologia Americana, por sua genialidade quanta a utilizaqao
da metodologia cientifica. Também poderia assinalar que, em-
bora todos no campo clinico tenham side fortemente expostos
a uma abordagem eclética de trabalho em equips no campo
da orientagéo 8 crianga, e a um ecletismo alga similar ao de
Adolf Meyer - Escola Hopkins de pensamento-, esses pontes de
vista ecléticos talvez neo tenham side tao frutiferos em terapia,
e pouco restou dessas fortes na abordagem nag-diretiva. Tam-
bém poderia registrar que, na sua tendéncia b8sica, contraria
a guiar e dirigir o cliente, esta abordagem esté profundamen-
te enraizada na experiéncia clinics pratica, e concorder com a
experiéncia da maioria dos que trabalham em clinics, tanto
que uma das reagOes mais comuns de terapeutas experientes
é dizer: "Voce apreendeu e pos em palavras alga que eu venho
buscando he muto tempo em minha prOpria experiéncia".
Essa anélise, esse tragado das idéias-raizes, preciser ser
28 |
feito, mas desconfio da minha prépria habilidade para faze-Io.
Também ten ho du'vidas de que alguém que esteja profunda-
mente preocupado com um novo desenvolvimento possa sa-
ber, com alguma exatidéo, de of de sues idéias vieram.
Conseqilentemente estarei, nesta apresentagéo, ado-
tando uma terceira perspective. Embora eu vi fazer uma breve
descrigéo do processo e do procedimento, referindo de mode
gera is muitas maizes que nos sewiram de fortes, e reconhecer
os v8rios elementos comuns partilhados pela Terapia Centrada
no Cliente e outras abordagens, creio que sera mutuamente
vantajoso enfatizar primeiramente aqueles aspectos nos quais
a terapia nag-diretiva dif ere mais aguda e profundamente de
outros procedimentos terapéuticos. Espero apontar alguns
dos aspectos bésicos significativos nos quais o porto de vista
centrado no cliente dif ere dos outros, n8o somente nos sens
principios atuais, mas também nas divergéncias mais amplas
inferidas pela projegao de sens principios centrals.

O Processo Previsivel da Terapia Centrada no Cliente

O primeiro dos trés elementos caracteristicos da Terapia


Centrada no Cliente, para O quai quern chamar a atengéo de

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Abordagem Centrada na Pessoa | 5a edigio

vocés, é a previsibilidade do processo terapéutico nessa abor


danger. Verificamos que, tanto clinics quanta estatisticamente,
ocorre um padre previsivel de desenvolvimento terapéutico. A
certeza quanta a isso me vein recentemente, ao ouvir, ao Iado
de estagiérios p6s-graduados, uma primeira sesséo rectum gra-
vada, apontando-Ihes os aspectos caracteristicos, e combinan
do ouvir com eles as sess6es seguintes de forma a lines permitir
observer as fases posteriores do processo de aconselhamento
O fate de saber com seguranga quai seria o padraic posterior,
antes que este ocorresse, somente me impressionou quando
pensei sombre o incidente. Esta nos tao acostumados, enquanto
clinicos, a essa qualidade previsivel que a tomamos por cer-
ta. Talvez uma descrigao resumida desse processo terapéutico
possa indicar aqueles elementos com os quais nos sentimos
seguros.
Pode-se dizer que sabemos agora Como iniciar uma ca
deia de eventos complexer e previsivel, ao Iidarmos com o indi
viduo mal ajustado, uma cadeia de eventos que é terapéutica,
e que opera efetivamente em situaoOes problem8ticas dos mais
diversos tipos. Essa cadeia previsivel de eventos pode surgir
através do use da Iinguagem, Como no aconselhamento, atra-
vés da linguagem simbélica, Como na Iudoterapia, através da
linguagem encoberta Como no psicodrama ou na terapia com
fantoches. Ela é eficaz para lidar com situag:6es individuals e
também com situaQ6es de pequenos grupos.
E possivel proper com alguma exatidéo as condiQ6es
que precisam ser prenchidas para iniciar e conduzir essa ex-
periéncia terapéutica liberadora. Segue-se uma Iista abreviada
das condigées que parecem ser necessaries, assisi Como dos
resultados terapéuticos que ocorrem.
Essa experiéncia que Iibera as forgos internas de cresci
mento do individual ocorreré, na maioria dos cases, se os se
guintes elementos estiverem presentes:
1) Se o conselheiro partir do principio de que o individual
é basicamente responsavel por si préprio, e desejar que o indi-
viduo mantenha essa responsabilidade.
2) Se o conselheiro agir sob o principio de que o cliente
tem uma forte tendéncia a tornado-se maduro, socialmente ajus-
tado, independente, produtivo, e se este conselheiro confiar
nessa forgo, e nao em sens préprios poderes, para realizer mu-
dangas terapéuticas.

Dnihlirt:-anin r'lr-z nrlitnr-n run I If ac - ndnfnc I 2D1D


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John Keith Wood et al. [org.]

3) Se o conselheiro crier uma atmosfera calorosa e per-


missiva, na quai o individual esteja Iivre para trazer qualquer
atitude ou sentimento que possa ter, nao importando quae ab-
surdos, nag-convencionais ou contraditérios sejam. O clients é
t8o Iivre para resguardar sua expressao quanta para expresser
sens sentimentos.
4) Se os limites estabelecidos forem simplesmente limi-
tes quanta ao con portamento e nao Iimites quanta 8s atitudes.
(lsto se applica principalmente 8s criangas. Pode nao ser permi-
tido 8 crianga quebrar a janela ou sail da sale, mas ela é Iivre
para sentir vontade de quebrar a janela, e esse sentimento é
plenamente aceito. Neo se permite ao cliente adulto mais de
uma hors para uma sessao, mas h8 pleura aceitagao do seu
desejo de reclamar por mais tempo.)
5) Se o terapeuta user na sessao somente aqueles pro-
cedimentos e técnicas que transmitam seu prof undo entendi-
mento das atitudes expresses, carregadas de emogao, e sua
aceitagao deles. Essa compreensao talvez seja melhor trans-
mitida por um reflexo sensivel e pea clarificagao das atitudes
30 |
do cliente. A aceitagao do conseiheiro nao envolve aprovagao,
tampouco desaprovaeao.
6) Se o conselheiro se abstiver de qualquer expresséo
ou agéo que seja contréria ans principios precedentes. lsto sig-
nifica evitar de perguntar, sondar, culpar, interpretor, aconselhar,
sugerir, persuadir, reassegurar.
Se esters condigées forem atendidas, entéo pode-se dizer,
com seguranga, que na grande maioria dos cases os seguintes
resultados aconteceréo:
1) O cliente expressaré atitudes intensers e motivadas.
2) O cliente exploraré sues préprias atitudes e reaQ6es
mais plenamente do que o fizera antes e tornado-se-é consciente
de aspectos de sues atitudes que negara previamente.
3) Ele chegaré a uma apreensao consciente mais Clara
das atitudes que o motivate e se aceitaré mais completamente.
Essa apreensao e essa aceitagao inciuiréo atitudes previamen-
te negadas. Ele podera ou neo verbaiizar essa compreensao
consciente mais Clara de si e de seu con portamento.
4) A Luz de uma percepgéo mais Clara de si, escolher8,
por sua prépria iniciativa e responsabilidade, novos objetivos
que serao muito mais satisfatérios que sens objetivos desajus-
tados.

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Ab pd g m C trader no Pe a I 5a dis;

5) Escolheré comportar-se de maneira diferente para


poder alcangar esses objetivos, e esse novo con portamento
caminharé na diregéo de major crescimento psicolégico e ma-
turidade. Seu mode de comportar-se serf também mais espon
t8neo e renos tense, mais harmonioso com as necessidades
socials de outros, representara um ajustamento mais realists e
mais confortavel 8 Vida. Sera mais integrado que seu comporta-
mento anterior. Sera um avango na Vida do individual.
A melhor descrigao cientifica desse processo é aquela
fornecida por Snyder(11). Analisando cento nu'mero de cases,
com técnicas de pesquisa estritamente objetivas, Snyder des
cobriu que o desenvolvimento nesses cases é quase sempre
paraleio, que a fase inicial da catarse é substituida por uma fase
em que o insight toma-se o elemento mais significativo, e esta,
por sua vez, passer para uma outra fase marcada por um all
mento de escoiha e agao positives.
Clinicamente, sabemos que esse processo é algumas
vezes relativamente superficial, envolvendo de inicio uma nova
reorientagao para um problems imediato, outras vezes é pro-
fundo a porto de envolver uma completer reorganizagao da per
sonalidade. O mes no processo é reconhecivel quer se irate de
uma garota infeliz numa repdblica de estudantes, capaz de em
trés sess6es perceiver ago sobre sua infantilidade e dependén-
cia, avangando na diregao do amadurecimento, quer se rate
de um jovem 8 beira de um sur to esquizofrénico que em trina
sess6es trabalha profundos insights quanta ao seu desejo de
morte do pai, e sens impulses possessives e incestuosos em
relagao 8 mae, e que nao somente do novos passes, mas tam-
bém reconstroi sua personalidade inteira nesse processo. Seja
superficial ou prof undo, o processo é basicamente o mes no.
Esta nos conseguindo reconhecer com seguranga as
pecos caracteristicos de cede fase do processo. Sabemos que
a catarse envolve uma expressao gradual e mais completer das
atitudes carregadas de emogéo-. Sabemos que, caracteristica-
mente a converser evolute de problemas e atitudes superficials
para problemas e atitudes mais profundos. Sabemos que esse
processo de exploragao traz gradualmente 8 tone atitudes rele-
vantes que foram negadas 8 consciéncia.
Reconhecemos também que o processo de obter insight
provavelmente envolve um defrontar-se mais adequado com a
realidade Como ela existe no interior do self, tanto quanta com

-
Publicacéo do editors da Ufes edufes I 2010
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J h Kithw d E l.[rg.]

a realidade externs, envolve o relater de problemas ao outro, a


percepgéo dos padr6es de con portamento, envolve a aceita-
Qéo de elementos ate entéo negados ao self, e uma reformula-
Qéo do concerto de self, e envolve a criagéo de novos planes.
Na fase final sabemos que a escolha de novas maneiras
de comportar-se estaré em conformidade com o concerto re-
cém organizado do self, que os primeiros passes para colocar
em movimento esses planes serao modestos, mas simbélicos,
que o individual sentira apenas um gray minima de confianga
para p6r sens planes em andamento, que passes posteriores
implementaréo cede vez mais completamente o novo concerto
de self, e que esse processo continuar8 apes a conclus8o das
entrevistas terapéuticas.
Caso essas declaragées paregam center demasiada cer-
teza, a porto de soar Como "bom demais para ser verdade",
posso apenas dizer que para muitas deles j8 temps pesquisas
de apoio, e que, tao r8pido quanta possivel, estaremos desen-
volvendo nossa pesquisa para trazer todas as fases do proces-
so a exams objetivo. Nos que trabalhamos clinicamente com a
32 I
Terapia Centrada no Cliente consideramos essa previsibilidade
Como uma caracteristica estabelecida, embora reconhegamos
que pesquisa adicional serf necesséria para completer mais
adequadamente o quadro.
A implicagao dessa previsibilidade é espantosa. Toda vez
que, em ciéncia, um processo previsivel for descoberto, encon-
traram-se modes possiveis de use-Io Como porto de partida
para toda uma cadeia de descobertas. Consideramos isso nao
so perfeitamente possivel, Como também inevitavel, em relagéo
a esse processo previsivel na terapia. Assign, consideramos a
natureza ordenada e previsivel da terapia neo-diretiva Como um
dos pontes mais caracteristicos e significativos da diferenga em
relagao a outras abordagens. Sua importancia reside nao so-
mente no fate de ser uma diferenga atual, mas em apontarpara
um future nitidamente diverse, no quai a exp'oragao cientifica
dessa conhecida cadeia de eventos conduziré a muitas novas
descobertas, desenvolvimentos e apIicaQ6es.

A Descoberta da Capacidade do Cliente

Uma questéo naturalmente se Ievanta: quai é a razéo para


essa previsibilidade num tipo de procedimento terapéutico em

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Abordagem Centrada no Pessoa | 5a edigéo

que o terapeuta exerce somente uma fungéo catalizadora? Ba


sicamente, a razéo para a previsibilidade do processo terapéu
tice esté na descoberta - e use esta palavra intencionalmente
- de que no interior do cliente resider forgos construtivas cuzco
poder e uniformidade nao tom side reconhecidos inteiramente,
Como também tom side bastante subestimados. E a nitida e
disciplinada confianga do terapeuta nesses forgos internas do
cliente que parece explicate a ordenagao do processo terapéuti-
co, bem Como sua consisténcia de um cliente para outro.
Mencionei que considerava isso uma descoberta. Quero
ampliar essa declaragao. HE séculos temps conhecimento de
que catarse e Iiberagéo emocional sao de grande ajuda. Muitos
métodos novos foram e estéo sendo desenvolvidos para pro-
mover a Iiberagao, mas o principio nao é novo. Da res ma for
ma sabemos, decide os tempos de Freud, que insight, se aceito
e assimilado pelo cliente, é terapéutico. O principio nao é novo
Constatamos também que padr6es de agao revistos, novos
modes de con portamento, podem acontecer Como resultado
de insight. O principio neo é novo.
Mas o que neo sabiamos ou neo tinhamos reconhecido é
que na maioria dos individuos, senao em todos, existent forgos
de crescimento, tendéncias para a auto-atualizagéo, que po-
dem agir Como a (mica motivagéo para terapia. Neo tinhamos
reconhecido que, sob condigées psicolégicas adequadas, es-
sas forgos produzem liberagao emocional has 8reas e no ritmo
mais benéficos para o individual. Essas forgos o impelem a ex-
plorar sues prPprias atitudes e sua relagao com a realidade, e a
explorer essas areas efetivamente. Neo tinhamos reconhecido
que o individual é capaz de explorer sues atitudes e sentimen-
tos, inclusive aqueles que tom side negados 8 consciéncia, num
ritmo que nao cause p8nico, e com a profundidade requerida
para um ajustamento confort8veI. Ele é capaz de descobrir e
perceiver, verdadeira e espontaneamente, as inter-relaQ6es en-
tre as préprias atitudes e seu relacionamento com a realidade
O individual tem a capacidade e o powder de distinguish, sem ser
guiado, os passes que o conduzirao a um relacionamento mais
maduro e mais confort8vel com a realidade. E O reconhecimen-
to gradual e crescente, pelo terapeuta centrado-no-cliente, des
sas capacidades internas do individual, que, acredito, sustenta
o termo descoberta. Todas essas capacidades que eu descrevi
serao Iiberadas se uma atmosfera psicolégica adequada for

p in do d i t r d U1 - d l I 2010
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»J hr1 K it3h Wo d c l.(I'g.)

criada.
Houve, é claro, muitas manifestacgées de Iouvor, da boca
para fore, quanta ao poder do clients, e quanta é necessida-
de de utilizer o impulse para a independéncia que exists nele.
Psiquiatras, analistas, e especialmente assistentes socials enfa-
tizaram esse porto. No entanto, esta claro, pelo que for dito, e
ainda mais claro através de material de cases estudados, que
essa é uma confianga muito limitada. E uma confianga de que
o cliente pode assumir responsabilidade, se for guiado pelo
especialista, uma confianqa de que o cliente pode dissimilar in-
sight, se este Ihe for propriciado primeiro pelo especialista, de
que pode fazer escolhas, se nos pontes crucial he for dada
uma diregao. E, em sums, o mes no tipo de atitude que uma
mae tem para com seu filho adolescente, que ela acredita ser
capaz de omar decis6es préprias e guiar seu préprio caminho,
contanto que ele tome a diregao por ela aprovada.
Isto é bem evidente no Ultimo Iivro de psicanalise de
Alexander e French (1). Embora muitas das antigas vis6es e
praticas da psican8lise seam descartadas, e os procedimentos
esteem muito mais préximos daqueles da terapia-nao-diretiva,
34 l
é ainda o terapeuta que tem definitivamente o controle. Ele d8
os insights, ele esté pronto para guiar nos mementos crucial.
Assign, enquanto os autores declaram que o papel do terapeuta
é Iiberar o cliente para desenvolver sues capacidades, e para
aumentar sua habilidade de satisfazer sues necessidades de
maneira aceit8veI para si e para a sociedade, enquanto alar
de competigao e cooperage Como um conflito basico que o
individual tem que resolver por si prOprio, enquanto apontam
a integragéo do novo insight Como uma funqao normal do ego
- fico claro, na descrigao do procedimento, que eles neo tom
nenhuma confianga na capacidade do cliente para fazer quais-
quer dessas coisas. Pois na pr8tica, "no momenta em que o te-
rapeuta toma uma major iniciativa, o que advogamos é que um
planejamento sistematico toma-se imperative. Além da decisao
original quanta a um tipo especial de estratégia a ser empre-
gada no tratamento de qualquer case, recomendamos o use
consciente de v8rias técnicas, de maneira flexivel, mudando as
t8ticas para que se adequem as necessidades particulates do
momenta. Entre as modificaqOes da tecnica b8sica estao: user
n8o somente o método de associa08o livre mas entrevistas de
um car8ter mais direto, manipulando a freqUéncia das sessOes,

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Abordagem Centrada no Pessoa l5" edigio

dando diretrizes ao paciente com respeito a sua Vida cotidiana,


empregando interrupQ6es de curia ou longa duragéo na preps
ragéo do término do tratamento, regulando a relagéo de trans
feréncia para acomodar as necessidades do case e fazendo
use de experiéncias da Vida real Como uma parte integral da
terapia". (1) Polo renos isso nao deixa dUvidas sobre se a hors
é do clients ou do terapeuta: é claramente do Ultimo. As capaci-
dades que o clients esté por desenvolver, certamente nao serao
desenvolvidas nas sess6es terapéuticas.
O terapeuta centrado no cliente situs-se num polo opus
to, tanto teOrica quanta praticamente. Ele aprendeu que as for
gas construtivas do individual podem ser confiéveis e, quanta
mais profundamente se apoia nelas, mais profundamente elas
sao Iiberadas. Ele construiu seu procedimento a partir dessas
hipOteses, que rapidamente estao se estabelecendo Como fa-
tos: que o clients sake quais s8o as 8reas de preocupagao que
est8 pronto para explorer, que o cliente é o melhor juiz para
saber quai a freqUéncia mais desej8vel para as sessOes, que o
cliente pode dirigir o percurso mais eficientemente que o tera-
peuta para os problemas mais profundos, que o clients ir8 se
proteger do p8nico parando de explorer uma 8rea que est8 se
tornando muito doloroso, que o cliente pode e ire reveler todos
os elementos reprimidos que sao necessérios para construir
um ajustamento confortével, que o cliente pode conseguir insi-
ghts bem mais verdadeiros, sensiveis e acurados do que ague
les que possivelmente Ihe fossem dados, que o cliente é capaz
de traduzir esses insights para um con portamento construtivo
em que avalia realisticamente sues préprias necessidades e
desejos para confronts-los com a demands da sociedade, que
o cliente sake quando a terapia se completer e quando esta
pronto para enfrentar a Vida de mode independente. $6 uma
condigao é necessarily para liberal todas essas forgos: a atmos-
fera psicolOgica apropriada entre cliente e terapeuta.
Nossos relates de cases e, cede vez mais, nossa pesqui
sa atestam essas proposigOes. Poder-se-ia super que haveria
uma reaoao geral favor8veI a essa descoberta, vista que ela im-
plica, de fate, abrir glandes reservatOrios de energize ate agora
pouco usados. Entretanto, nos grupos profissionais o inverse
é mais verdadeiro. Nao h8 nenhum outro aspecto da Terapia
Centrada no Cliente que seja alvo de tao vigoroso ataque. Pa-
rece ser genuinamente perturbador para muitos profissionais

DIIhlir~nr-in run orli1~nr°: r{:: I IFnc: . nrhifncz I 9l'l1l'l


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concorder com o pensamento de que esse clients, sombre query


eles vim exercitando sues habilidades profissionais, saba re-
almente mais sombre seu préprio self psicolégico do que eles
mes nos possam saber, e que o cliente possua poderes cons-
trutivos que fazem com que o esforgo construtivo do terapeuta
parega insignificante. A disposiqéo pleura em aceitar esse poder
do cliente, com toda a reorientagéo do procedimento terapéuti-
co que isso envolve, é uma das maneiras peas quais a Terapia
Centrada no Cliente se diferencia mais acentuadamente de ou-
tras abordagens terapéuticas.

A Natureza Centrada no Cliente do Relacionamento Te-


rapéuhco

O terceiro aspecto diferenciador desse tipo de terapia é


a caracterizaqéo do relacionamento entre terapeuta e clients.
Diferentemente de outras terapias, nas quais as habilidades do
terapeuta devein ser exercitadas sobre O clients, nesta aborda-
361 gem as habilidades do terapeuta sao focalizadas no criagéo de
uma atmosfera na quai o cliente possa trabalhar. Se o conse-
lheiro puder crier uma relagéo calorosa, permeada de compre-
enséo e seguranga quanta a qualquer tipo de ataque, neo im-
porta quéo trivial, e de uma aceitagao b8sica da pessoa Como
ela é, entail o cliente abandonara sues defesas naturals e tirar8
proveito da situagéo. Ao tentarmos decifrar as caracteristicas
de um relacionamento terapéutico bem sucedido, comegamos
a perceiver que o sentido de comunicagao é muito importan-
te. Se o cliente sente que esta verdadeiramente comunicando
sues atitudes presentes, por mais superficials, confusers ou con-
flituadas que seam, e que sua comunicaqao é compreendida
ao invés de ser avaliada de alguma forma, entail fico liberado
para comunicar-se mais profundamente. Um relacionamento,
portanto, em que o clients sinter que est8 se comunicando cer-
tamente sera frutifero.
Tudo isso significa uma mudanga dr8stica no pensamen-
to do conselheiro, particularmente se antes ele estava adotando
outras abordagens. Gradualmente, ele aprende que a afirma-
gao de que aquele tempo deve ser "a hors do cliente" significa
justamente isso, e que a sua tarefa major é faze-Ia cede vez
mais profundamente verdadeira.

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Ab rdag m C trade no Pess a | 5a edit

Talvez ago das caracteristicas do relacionamento possa


ser sugerido por trechos de um vertigo escrito por um over
padre que passou vérios meses aprendendo os procedimentos
do aconselhamento centrado no cliente.

"O fate da abordagem de aconselhamento neo


diretivo, centrada no cliente, ter side cuidadosa-
mente definida e claramente ilustrada, do a `lluséo
de Simplicidade'. A técnica parece ser, enganosa-
mente, fécil de dominant Entéo, voce comega a pra-
tican Uma palavra errada aqui, outra la. Vocé neo
reflete o sentimento, em vez disso, reflete o con-
teddo. E dificil lidar com as perguntas; voce fico
tentado a interpretan Nada parece tao sério que a
pratica future nao possa corrigin Talvez voce esteja
tendo problemas para desempenhar dots papéis -
o de padre e o de conselheiro. Traga a pergunta de
Volta a sale de aula e o assunto sera resolvido com
uma facilidade enganosa. Mas esses erros aparen-
temente pequenos e uma cerfa inflexibilidade nas 137
respostas parecem excessivamente persistentes."

"So gradualmente Val se percebendo que, se for


verdadeira, a técnica exigiré um sentimento caloro-
so. Vocé comega a sentir que a atitude é a questéo.
Nenhuma pequena palavra serf two importante, se
voce liver para com o clients uma correa altitude
aceitadora e permissive. Entao, voce vence, permi-
tindo e aceitando. Vocé ire permitir, aceitar e refletir
o cliente, nem que isso te mate!"

'Ainda assisi voce tem aquelas perguntas pertur-


badoras do cliente. Ele simplesmente neo conhece
o préximo passo. Ele the pede uma dice, algumas
possibilidades, afinal de contas espera-se que voce
saba alguma coisa, senéo, por que ele estaria la?
Como padre, voce deve ter algumas convicgzées
sombre em que as pessoas devein acreditan Como
elas devein agir. Como conselheiro, voce deve
saber um pouco Como remover obstéculos - voce
preciser ter o equivalents ao bisturi do cirurgiéo e

Dllhlir:r-\r:.€xn in nrlitnrn in I Ifni - ndnlfnc I 2010


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John Keith Wood et al. (org.]

use-lo. At voce comega a se perguntan A técnica é


boa, mas...seré que tem alliance suficiente? Seré
que ela realmente funciona com clientes? Seré cer-
to deixar a pessoa desamparada, quando voce tal-
vez possa mostrar-lhe a saids?"

"Eis aqui, para mm, o porto crucial. 'Esfreita é a


passagem' e duro O caminho daqui para a frente.
Ninguém mais pode dar respostas satisfatérias e
mes no os supervisores parecem frustrados porque
neo parecem powder ajuda-lo no seu case especi-
fico. Pois aqui se exige de voce o que nenhuma
outra pessoa pode fazer ou assinaiar - isto é, rigo-
rosamente examiner a si mes no e sues atitudes em
relagéo ans outros. Vocé verdadeiramente acredita
que todas as pessoas tenham um potenciai criativo
neias mesmas? Que cede pessoa é u'nica e que so
ela pode trabalhar e resolver sua prépria individu-
alidade? Ou voce realmente acredita que algumas
381
pessoas tenham um 'valor negative' e outras seam
fracas e preciser ser conduzidas e ensinadas por
gene mais 'serbia' e mais 'forte'?"
"Vocé comeca a ver que neo ha nada compar-
timentalizado nesse método de aconseihamento.
Nao é somente aconselhamento, porque exige a
consisténcia mais exaustiva, penetrante e abran-
gente possivei. Em outros métodos, voce pode
contar com ceros instrumentos e escoihé-los para
user quando quiser Mas quando aceitacao e per-
missividade genu/'nas sao os sens instrumentos,
isso requer nada renos que sua completer perso-
nalidade. E desenvolver-se a si mes no é a exigén-
cia major "

O padre prossegue discutindo a nogéo de que o conse-


Iheiro deva ser refreado e "renunciate a si". Conclui que essa é
uma nogéo errada.

'Ao invés de exigir renos do personalidade do


conselheiro nessa situagéo, o aconselhamento
centrado no cliente, de alguma forma, exige mais.

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Abordagem Centrada no Pessoa I 5a edigéo

Exige discipline, neo restrigéo. Exige o méximo de


sensibilidade e estima, canalizadas e disciplinadas.
Exige que o conselheiro ponha na situagéo ludo o
que ele tem dessas qualidades oreciosas, mas de
maneira disciplinada, refinada. E restrigéo somente
no sentido de que o conselheiro neo se expresser
em certes areas Como o faz em outras."

'Até mes no isso é enganoso, entretanto. Neo é


tanto resfrigéo em alguma area mas uma focaliza-
géo, sensibilizando as préprias energies e a perso-
nalidade no diregéo de uma atitude apreciadora e
compreensiva. ..

A nedda que o tempo for passando, fomos colocando


major énfase na qualidade de "centralizaQéo no clients" da re-
Iagéo, porque esta serf tanto mais efetiva quanta mais comple-
tamente o conselheiro concentrate-se em tenter compreender o
cliente Como o cliente parece a si mes no. Ao rever alguns dos
nesses primeiros cases publicados - o case de Herbert Bryan no 139
men Iivro, ou o de Snyder sobre Mr. M., constatei que gradual-
mente abandonamos os vestigios de uma sutil diretividade, que
cram tao evidentes naqueles cases. Vie nos a reconhecer que,
se pudermos prover a compreensao do mode Como o cliente
parece a si mes no nesse momenta, ele pode fazer o resto. O
terapeuta deve pOr de Iado sua preocupagao com diagnOstico
e sua perspicacity em diagnostics, deve descartar sua tendén-
cia a fazer avaliagOes profissionais, deve cessar sens esforqos
em formular prognOsticos acurados, deve abandoner a sutil
tentagao de guiar o individual, e deve se concentrate num Unico
propOsito: o de prover uma profunda compreensao e aceitagéo
das atitudes conscientemente sustentadas no momenta pelo
cliente, enquanto explorer passo a passo 8reas perigosas que
tom side negadas 8 consciéncia.
Acredito que ten ha ficado evidente, através dessa descri-
oao, que esse tipo de relacionamento somente poderé existir
se o conselheiro for capaz de adotar tabs atitudes genuine e
profundamente. O aconselhamento centrado no cliente, se qui-
ser ser efetivo, nao poder8 ser um truque ou uma técnica. Nao
é um mode sutil de guiar o cliente, enquanto fingimos deix8-lo
guar-se a si prOprio. Para ser efetivo, deve ser genuine. E essa

F b i a s da edit r'a do U1 s d fes I 2010


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J linK i t h w d D l.[org.]

sensivel e sincerer "centralizagéo no clients", que eu considero


Como a terceira caracteristica da terapia neo-diretiva, que a dis-
tingue das outras abordagens.

Algumas lmplicagées

Embora a Abordagem Centrada no Cliente ten ha tide sua


origem puramente dentro dos Iimites da clinics psicolégica, esté
provando ter implicagées, freqflentemente de natureza surpre-
endente, em muitas areas bastante diferentes de atuagéo. Gos-
taria de sugerir algumas das implicagées atuais e potenciais.
No préprio campo da psicoterapia, ela conduce a conclu-
s6es que parecem completamente heréticas. Parece evidents
que treinamento e prética em terapia deveriam provavelmente
preceder ao treinamento no campo do diagnéstico. Conheci-
mento e habilidade para diagnéstico nao sao necess8rios para
uma boa terapia, uma declaragao que sea Como blasfémia para
muitos, e se o profissional, sea psiquiatra, psicélogo, ou assis-
40 | tente social, recebesse treinamento em terapia, primeiramente
aprenderia a din8mica psicolégica de uma maneira verdadeira-
mente din8mica, e iris adquirir humildade profissional e disponi-
bilidade de aprender com seu cliente, o que hoje é muto rare.
Esse porto de vista parece ter implicag6es para a me-
dicina. Tem me fascinado observer, por exempla, que quando
um proeminente alergista comeqou a user Terapia Centrada no
Clients para o tratamento de alergias neo-especificas, neo so
obteve excelentes resultados terapéuticos, Como a experiéncia
comegou a afetar toda a sua pr8tica médica. Gradualmente sig-
nificou uma reorganizagao do seu procedimento no consult6-
rio. Ele deu 8s sues enfermeiras um novo tipo de treinamento,
voltado a Como entender o paciente. Decidiu ter todas as histé-
rias clinicas colhidas por uma pessoa nao médica treinada com
técnicas neo-diretivas, com o objetivo de conseguir um quadro
verdadeiro dos sentimentos e atitudes do clients em relagéo a
si mes no e 8 sua saUde, Iivre da confuse devida 8 predispo-
sigao da avaliagéo diagnéstica, que é quase inevitével quando
uma pessoa da area médica collie a histéria e inadvertidamente
distorce o material devido a sens julgamentos prematures. Ele
achoo essas histérias muito mais Uteis para os medicos do que
aquelas elaboradas por eles mes nos.

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Abordagem Centrada na Pessoa l5a edigéo

O porto de vista centrado no cliente je mostrou ter impli


ca<;6es significativas para o campo de Ievantamento de dados
para pesquisa de opiniéo plliblica. O use de tabs técnicas por
Likert, Lazarsfeld e Boutros, significou a eliminaqao de muito vi's
nesses estudos.
Essa abordagem tem, Segundo acreditamos, implica
goes profundas para Reidar com conflitos socials e de grupos,
Como apontei em outro vertigo (9). Nos so trabalho em aplicar
o porto de vista centrado no cliente a situaQ6es de terapia de
grupo, enquanto ainda nas sues fases iniciais, nos Ievou a sen-
tir que pode ester em nossas maps uma piste significativa para
solugées construtivas de conflitos interpessoais e interculturais
nos grupos. A aplicagao dresses procedimentos para grupos
gerenciais, grupos inter-raciais, grupos com problemas e ten-
s6es pessoais, j8 est8 em andamento.
No campo da educagao, também, a Abordagem Cen
trader no Clients est8 encontrando aplicagées significativas. O
trabalho de Cantor(4), cuja descrigao sair8 publicada em breve,
destaca-se nesse contexto, mas cento nu'mero de professores
est8 descobrindo que os métodos criados para a terapia, pro-
duzem um novo tipo de processo educacional, um aprendizado
independents, altamente desejével, e mes no uma reorientagéo
da diregéo individual que é muito semelhante ans resultados da
terapia individual ou de grupo.
Mes no no dominio da nossa orientagéo filoséfica, a
Abordagem Centrada no Ciiente tem profundas implicac;6es
Gostaria de indict-las retomando algumas breves passagens
de um vertigo anterior. (9)
Ao examiner e tenter avaliar nossa experiéncia clinics em
Terapia Centrada no Clients, o fenémeno da reorganizagéo das
atitudes e o redirecionamento da conduta pelo individual, as-
sume cede vez mais uma importancia major. Esse fenémeno
parece encontrar explicagées inadequadas em termos do de-
terminismo, que é o suporte filoséfico predominante da major
parte do trabalho psicolégico. A capacidade do individual de
reorganizer sues atitudes e conduta de uma maneira nao de-
terminada por fatores externos, nem por elementos prévios da
sua prépria experiéncia, mas determinada por seu pr6prio insi-
ght dresses fatores, é uma capacidade impressionante. Envolve
uma espontaneidade bésica que temps relutado em admitir no
nos so pensamento cientifico.

Dnnhlir*-:ll*-En rl':.\ n d i f n n n 4-In ll'F¢:lc~ . nAIIFnn I anan


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J h K ith Wood c I. [ rg.)

Pode-se resume a experiéncia clinics dizendo-se que


o comportamento do organismo humane pode ser determina-
do pelas influéncias a que for exposto, mas pode também ser
determinado pelo insight criativo e integrador do préprio orga-
nismo. Essa habilidade da pessoa em descobrir novo sentido
nas forgos que a atingem e nas experiéncias passadas que a
tom controlado, e a habilidade para alterer conscientemente
sua conduta 8 Luz do novo sentido, tem profundo significado
sombre nos so pensamento, o que n8o for ainda inteiramente
compreendido. Precisamos revisal a base filoséfica do nos so
trabalho de forma que se possa admitir a existéncia de forgos
dentro do individual que podem exercer influéncia esponténea
e significativa sobre a conduta que neo é previsivel através do
conhecimento das influéncias e condicionamentos anteriores.
As forgos Iiberadas pelo processo catalizador da terapia nao
powder adequadamente ser atribuidas a um conhecimento dos
condicionamentos prévios do individual, é necessarily conceber
a presenga de uma forma esponténea dentro do organismo que
ten ha capacidade de integragao e redirecionamento. Essa ca-
42 |
pacidade de controle volitivo é a forgo que devemos Ievar em
'conta em qualquer equagéo psicolégica .
Assign, deparamo-nos com uma abordagem que come-
Qou Como um mere mode de Reidar com problemas humanos
de desajustamento, mas acabou por nos forger a uma reavalia-
Qao dos nesses concertos filoséficos b8sicos.

Resumo

Espero ter conseguido transmitter, ao Longo deste vertigo,


quai é minha convicgéo pessimal: o que sabemos agora ou pen-
samos saber sobre Abordagem Centrada no Clients é somente
um inicio, o abrir de uma porter, para alum da quai comegamos
a ver alguns caminhos bastante desafiadores, alguns campus
rices e promissores. Sao os fates da nossa experiéncia clinics
e de pesquisa que continuam a apontar em diregao a essas
novas e excitantes possibilidades. Entretanto, o que quer que o
future possa trazer, parece j8 ester claro que estamos Iidando
com material de natureza nova e significativa, que exige uma
exploragéo cuidadosa e mente alberta. Se nossas formulaQ6es
atuais dresses fates estiverem corretas, entail poderemos dizer

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Ab rdagem Ce trade n P sso 5a dig

que alguns elementos importantes je se sobressaem: certes as


tudes e habilidades bésicas powder crier uma atmosfera psi co
légica que Iibera, sola e utilizer poderes profundos do cliente,
esses poderes e capacidades sao mais sensiveis e resistentes
do que antes se supunha, e s8o Iiberados num processo or-
denado e previsivel que pode ser provado Como fate b8sico
significativo em ciéncia social, tal Como algumas das leis e pro-
cessos previsiveis nas ciéncias fisicas.

Referéncias bibliogréficas

1. ALEXANDER, E, FRENCH, T Psychoanalytic Therapy. New


York: Ronald Press, 1946.

2. ALLEN, F.- Psychotherapy with Children. New York Norton,


1942.

3. CANTOR, N. Employee Counseling. New York: McGraw-Hill


Book Company.

4. CANTOR, N. The Dynamics of Learning (manuscrito inédito)


University of Buffalo, 1943.

5. CURRAN, C. A. Personality Factors in Counseling. New York


Grune and Stratton, 1945.

6. RANK, O. Will Therapy. New York: Alfred A. Knopf, 1936.

7. ROGERS, C. R. Counseling. Review of Educational Research,


vol.15:155-163, 1945.

8. ROGERS, C. R. Counseling and Psychotherapy. New York


Houghton Mifflin Co., 1942

9. ROGERS, C. R. The implications of nondirective therapy for


the handling of social conflicts. Trabalho apresentado num se-
min8rio do Bureau of Intercultural Education. New York City: 18
de few., 1946.

Dlll1lil*:n*Elrl H : aHil'nl*:l la I l'F0l: . ¢:arhIFn¢: I :man


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Abordagem Centrada na Pessoa | 5a edigéo

ALGUMAS QBSERVAC;6ES SOBRE A


ORGANIZAQAO DA PERSONALIDADE'

Carl Ransom Rogers

A possibilidade da observagéo direta de processes sig


nificativos promove avangos répidos nos mais variados cam
pos da ciéncia. Na medicine, quando as circunsténcias per
mitiram ao medico perscrutar diretamente o estémago de seu
paciente, aumentou a compreenséo dos processes digestives
e a influéncia da tenséo emocional sobre todos os aspectos
dresses processes prude ser observada e compreendida de for-
ma mais acurada. Em nos so trabalho com terapia neo-diretiva,
freqiientemente julgamos ocorrer na Psicologia, uma oportuni
dade comparavel a essa experiéncia médica - a oportunidade
de obsewar diretamente um n(lmero de processes efetivos da
personalidade. Deixando de Iado a questéo da validade da te-
rapia nag-diretiva Como abordagem terapéutica, surge aqui um
precioso filéo de material observavel, de valor inusitado para o
estudo da personalidade.

Caracteristicas do Material Observével

Por diversas raz6es, o dado clinico brute a que temps tide


acesso, é Unico em seu valor para a compreensao da perso-
nalidade. O fate de as expressOes verbals da din8mica interior
serer preservadas em gravagao, toma possivel a analise deta-
Ihada, de uma forma que nao for experimentada anteriormente

Some Observations on the Organization of Personality The American Psycholo


gist, vol. 2 (9): 358-368, 1947. Discurso proferido pelo autor ao término de seu
mandate Como Presidente da Associagzéo Americana de Psicologia, na Reuniéo
Anuai de setembro de 1947.

n. .l...l: -1- ...J:»...-_ - | _ nu-- __1..¢.

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John Keith Wood et al. [org.J

A gravagéo nos tem oferecido um microscépio através do quai,


calmamente, podemos examiner com detalhes precises quase
todos os aspectos do que, em sua ocorréncia, era um momenta
fugaz impossivel de ser observado de forma acurada.
Outra caracteristica cientificamente auspiciosa desse
material é o fate de as produgées verbals do clients serer in-
fluenciadas em um gray minima pelo terapeuta. O material de
sess6es centradas no cliente provavelmente acaba sendo, no
tocante 8s atitudes deste Ultimo, uma expressao mais "pure"
do que as que podiam ser obtidas antes, através de outros re-
cursos. Pode-se Ier um case complete transcrito de uma gra-
vagao ou ouvi-Io, sem que se encontre mais do que meta du-
zia de exemplos nos quais a opiniao do terapeuta se evidencie
sob quaisquer aspectos. Seria impossivel avaliar a opiniao do
terapeuta a respeito da din8mica da personalidade. Ninguém
poderia determiner a visao diagnéstica, os padr6es de compor-
tamento e a classe social do terapeuta. O u'nico valor ou padréo
sustentado por ele, e que se expressaria em seu tom de voz,
respostas e atividades, é um prof undo respeito pela persona-
461
Iidade e atitudes do cliente enquanto pessoa distinta. E dificil
ver Como isso terra influéncia sobre o tear das sessOes, exceto
por permitir uma expressao mais profunda do que aquela que
o cliente habitualmente se permitiria. Essa quase completer au-
séncia de atitude distorcida é sentida, e algumas vezes expres-
sa pelo cliente. Uma mulher diz:

"lsto é quase impessoal. Eu gusto de voce - na-


turalmente neo set por que eu gostaria de voce ou
por que neo. isto é uma coisa peculiar Eu nuncio
tinha tide esse relacionamento com alguém antes
e freqUentemente ten ho pensado sombre isso... um
monte de vezes saio daqui com um sentiment de
entusiasmo, que voce me tem em alter conta e, natu-
ralmente, ao mes no tempo ten ho o sentimento que
'ih! ele deve pensar que eu sou uma tremenda tola,
ou alguma coisa parecida.' Mas, realmente nao é
isso - esses sentimentos nao sao two profundos a
porto de eu powder format uma opiniao, de um jeito
ou de outro, a seu respeito."
Aqui parece que, embora certamente desejasse desco-
brir algum tipo de atitude avaliativa, ela é incapaz de faze-Io. Os

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Ab rd gem Ce tzrada n P a I pa dig

estudos publicados e as pesquisas ate agora neo publicadas


corroborant este porto: as respostas do conselheiro que, de
alguma maneira, sao avaliativas ou distorcem o conteu'do, sao
em n(lmero reduzido e por isso aumentam o valor de tabs ses-
s6es para o estudo da personalidade.
A posture carinhosa e compreensiva do conselheiro, bem
descrita por Snyder (9) e Rogers (8), também ajuda a ampliar a
Iiberdade de expresséo do individual. O cliente experiments in-
teresse suficiente em si mes no Como pessoa, e também aceita
gao suficiente para capacita-Io a falar abertamente, nao apenas
sobre atitudes superficials, mas, com mais freqmjéncia, sombre
atitudes intimas e sentimentos escondidos ate de si mes no
Conseqfientemente, nesses entrevistas gravadas temps ma
ferial de consideravel profundidade, na medida em que dizem
respeito 8 dinémica da personalidade, isentas de distorgao.
Finalmente, a verdadeira natureza das sess6es e técni
cas peas quais elas sao aplicadas nos do uma oportunidade
rare para ver ate que porto, através dos olhos de outra pessoa,
podemos perceiver o mundo da forma Como ela o percebe,
vislumbrando, polo renos parcialmente, o quadro de referén
cia inferno de outra pessoa. Podemos ver seu comportamento
através de sens olhos e também o significado psicolégico que
este tem para ela. Vemos também mudangas na personalida-
de e no con portamento, e o significado que elas tom para o
individual. Somos admitidos livremente nos bastidores da Vida
da pessoa, podendo observer de dentro alguns dos dramas
da mudanga interns, freqUentemente muito mais sobrepujantes
e mobilizadores do que o drama apresentado no palco, vista
pelo pUblico. Somente um romancista ou um poets poderia dar
conta das Iotas profundas que sumos autorizados a observer
de dentro do préprio mundo da realidade do cliente. Essa rare
oportunidade de observer two direta e claramente a dinamica
da personalidade é uma experiéncia de aprendizagem profun-
da para o clinico. Muito da psicologia clinics e da psiquiatria
envolve julgamentos sobre o individual, que devein, por neces-
sidade, ester baseados em algum quadro de referéncia trazi
do 8 situagao pelo clinico. Tentar continuamente ver e pensar
Como o individual, Como na Terapia Centrada no Cliente, é uma
experiéncia ampliadora, em que a aprendizagem ocorre a pas-
sos largos, porque o clinico nao traz para a entrevista padr6es
pro-determinados atravez dos quais julgue o material.

Dl n hlir*-:lr~Eln a l : nrli1-nrus1 H a I l'Fnl:~ . nHIIPne I anan


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J h Keith W od L' f. (org.J

Nests texto, pretendo apresentar algumas das obser-


vag6es clinicas baseadas na perscrutagéo da personalidade
através dessas "janelas" psicolégicas, e levanter algumas das
quest6es a que essas observagées tom conduzido sombre a
organizagéo da personalidade. Neo tentarei apresenté-las em
order Iégica, mas Sim na order em que elas préprias impres-
sionaram nossa percepgéo. O que oferecerei neo é uma sé-
rie de resultados de pesquisa, mas somente o primeiro passo
nesses processes de aproximaqéo gradual a que chamamos
ciéncia, ou sea, a descrigao de alguns fenémenos observados
que parecem ser significativos, e algumas tentatives relevantes
de explicagao dresses fenémenos.

A Relagéo entre o Campo Perceptual Organizado


e o Con portamento

Uma obsewagéo simples, que seja repetida indmeras ve-


zes em cede case terapéutico bem sucedido, parece ter profun-
48 I das implicagées teéricas. Por exempla, 8 nedda que ocorrem
na percepgao do self e na percepgao da realidade, as mudan-
gas ocorrem também no con portamento. Em terapia essas mu-
dangas perceptual estao mais freqilentemente relacionadas
com o self do que com o mundo extemo. Assign, em terapia
podemos verificar que, 8 medida que a percepgao do self se
modifica, o con portamento também se modifica. Talvez uma
ilustragéo indique o tipo de observagéo na quai esta afirmagao
se baseia.
Uma mulher jovem, estudante de pos-graduagao, que
chamaremos Miss Vib, compareceu a move sess6es. Se compa-
rarmos a primeira com a u'Itima, verificaremos glandes mudan-
gas. Talvez algumas caracteristicas dessas mudanqas pudes-
sem ser determinadas retirando-se das primeiras e das Ultimas
sess6es, todas as declaragées importantes relatives ao self e
a seu con portamento atual. Na primeira sess8o, por exempla,
sua percepgéo de si res ma pode ser grosseiramente indicada,
considerando-se todas as sues declara<;6es sobre si prépria,
agrupando-se aquelas que parecem similares, fazendo-se um
minima de alteragéo editorial e conservando-se tanto quanta
possivel sues préprias palavras. Podemos apresent8-las Como
sendo a sua consciéncia do self no inicio do aconselhamento.

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John Keith Wood et al. [org.]

casa nos feriados."


"Ten ho saido e me misturado com as pessoas; es-
tou reagindo sensivelmente a um colega que esté
interessado em m m -vendo tanto os sens pontes
bons quanta os mays."

"Eu me esfogarei para me format; comegarei a pro-


curar um trabalho esta serene."

Seu con portamento, em comparagéo com a primeira


sesséo, esté agora organizado, dirigido para a frente, efetivo,
realists e engenhoso. Isso esté de acordo com a imager realis-
ta e organizada que ela conseguiu de seu self.
Esse tipo de observagao, case apps case, nos lever a di-
zer com alguma seguranga que, 8 nedda que as observagées
do self e da realidade mud am, o con portamento muds. Da
res ma forma, cases que podemos identificar Como fracasso,
parecem neo apresentar mudangas apreci8veis na organizagéo
perceptual ou no con portamento.
521
Que tipo de explicagao pode justificar essas mudanqas
concomitantes no campo perceptual e no modelo comporta-
mental? Vamos examiner algumas das possibilidades Iégicas.
Em primeiro Ingar, é possivel que fatores nao relaciona-
dos 8 terapia possam ter ocasionado a alteragao da percepgao
e do con portamento. A ocorréncia de processes fisiolégicos
pode ter side o que produziu a mudanga. Pode ter havido alte-
rag6es no relacionamento familiar, OU nas press6es socials, ou
no quadro educacional, ou em alguma outra 8rea de influéncia
cultural, capaz de justificar uma dr8stica mudanga no concerto
de self e no con portamento.
Existent dificuldades nesse tipo de explicagao. Nao
somente nao houve nenhuma mudanga significativa nas cir-
cunstancias materials ou cultural nas quals Miss Vib estava
envolvida, Como também a explicagao gradualmente toma-se
inadequada se tentamos aplic8-Ia a outros cases, nos quais tabs
mudangas ocorrem. O postulado de que algum fetor externo
cause a mudanga e somente por acaso esse periodo de mu-
danqa coincide com o periodo de terapia, toma-se uma hipéte-
se insustent8vel.
Vamos entéo procurer outra explicagao, quai seja, a de
que o terapeuta exerceu durante as move boras de cantata uma

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Abordagem Centrada no Pessoa | 5a edigéo

peculiar e potents influéncia cultural, que provocou a mudanga


Aqui nos defrontamos novamente com vérios problemas. Pa
rece que move boras distribuidas ao longo de cinco serenes
e meta é uma porch de tempo muito pequena para causal
alteracao nos padr6es construidos durante trina anus. Teria-
mos que pustular uma influéncia tao forte que seria classificada
Como traum8tica. Essa teoria é particularmente dificil de mantel
quando verificamos, ao examiner as sessOes gravadas, que em
nenhuma das move boras o terapeuta expressou qualquer ava-
Iiacao positiver ou negative a respeito da percepcéo inicial ou
final do self ou do mode incial ou final do comportamento. Nao
havia nenhuma avaliacao e nenhum padraic expresso a partir
do quai uma avaliacao pudesse ser inferida.
Havia, por parte do terapeuta, evidéncia de interesse ca
loroso pelo individual e completer aceitacao do self e do com
portamento, conforme estes se apresentavam quer no inicio,
quer nos est8gios intermedi8rios e no terming da terapia. Pa
rece razo8vel dizer que o terapeuta estabeleceu certes Condi
goes definidas de relacao interpessoal. Uma vez que a prOpria
esséncia desse relacionamento é o respeito pela pessoa Como
ela se rostra naquele momenta, dificilmente o terapeuta pode
ser considerado Como uma forgo cultural favorével é mudanga
Nos vemos forgados a um terceiro tipo de explicagéo,
que neo é novo em Psicologia, mas que tem tide uma aceita
Quo apenas parcial. Resumidamente, pode-se afirmar que os
fenémenos de mudanga observados parecem mais adequada-
mente explicados p e a hipétese de que, dados certes Condi
Q6es psicolégicas, o individual tem a capacidade de reorganizer
seu campo perceptive, incluindo a maneira de perceiver a si
mes no, e um concomitante ou um resultante dessa reorganiza-
gao perceptual é uma alteragao apropriada do comportamento
Isto coloca numa terminologia formal e objetiva, uma hipétese
clinics que a experiéncia prépria do terapeuta Centrado na Pes-
soa o forgo a aceitar. Fica-se compelido, através da observagao
clinics, a desenvolver um alto gray de respeito pelas forgos in-
tegrativas do ego, existentes dentro de cede individual. Assign,
chega-se ao reconhecimento de que, sob condioOes prOprias,
o self é um fetor b8sico na formagao da personalidade e na de
terminaoao do con portamento. A experiéncia clinics sugeriria
fortemente que o self e, em aiguma extensao, um arquiteto dele
mes no e a hipOtese acima simplesmente coloca esta observa-

DIIhlir~nr*E\n run odifnnn rin I lfnr. - nrlufnn I 2010


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J h Kit3hw d c l.[r'g.)

Quo em termos psicolégicos.


Em apoio a essa hipétese, note-se que, em alguns cases,
uma das concomitantes do sucesso em terapia é a percepgéo
por parte do clients de que o self tem a capacidade de reorga-
nizagao. Assign um estudante diz:

"Vocé sake, eu falei sombre o fate de que o 'ba-


ckground' de uma pessoa a retarder. Por exempla,
minha Vida familiar nao for boa para mm, e minha
mae certamente na'o me deu O tipo de educagao
que eu deveria ter tide. Bem, eu ten ho pensado e
repensado nisso. isto é verdade ate cento porto.
Mas quando voce vai fundo ate powder ver a situa-
gao, at realmente so depende de voce."

Em decorréncia desta afirmagéo da relagéo do self com


a experiéncia, muitas mudangas ocorreram no con portamento
desse jovem. Nests, Como em outros cases, parece que quan-
do a pessoa consegue se ver Como agente perceptive, organi-
zador, entéo se do a reorganizagéo da percepgéo bem Como a
54 m conseqdente mudanga nos padr6es de reagéo.
No outro Iado da questéo temps observado, com freqin-
éncia, que quando se diz autoritariamente ao individual que ele
é governado por ceros fatores ou condigées fore do seu con-
trole, isso toma a terapia mais dificil, e $6 quando ele descobre
por si mes no que pode organizer sua percepgao, é que a mu-
danga se toma possivel. Com os clientes veteranos de guer-
ra, ans quais tem side revelado o diagnéstico psiquiatrico, o
efeito freqUentemente é eles se sentirem subjugados por uma
sentenga inalteravel, o que os toma incapazes de controller a
organizagao de sua Vida. Quando o self se vé Como capaz de
reorganizer seu préprio campo perceptual, ocorre uma marcan-
te mudanga na confianga b8sica. Miss Nam, uma estudante,
ilustra esse fenémeno quando diz, depots de her feito progres-
sos em terapia:

'Acredito que realmente me sir to melhor a res-


peito do future, também, porque é Como se neo
estivesse agindo no escuridéo. E Como se, bem,
soubesse alga a respeito de porque ajo da forma
que ajo... e polo renos neo é um sentimento de

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Abordagem Centrada no Pessoa | 5a edigéo

que voce esté simplesmente fore do seu préprio


controle e o destine esté te levando a agir Odessa
forma. Se voce percebe isso, echo que voce pode
fazer alga mais a respeito

Um veterano de guerra, na concluséo do aconselhamen-


to, colocou isso de mode mais sucinto e positive: "Minha atitu-
de comigo mes no esté mudada agora, decide que sir to que
posso fazer alguma coisa com men self e com m i n a Vida". Ele
passou a se ver Como o instrumento através do quai alguma
reorganizagéo prude acontecer. Existe uma outra obsewaeéo
clinics que pode ser citada em apoio é hipétese geral de que
exists uma relagao forte entre o con portamento e a maneira
Segundo a quai a realidade é percebida pelo individual. Em mui-
tos cases, baotou-se que as mudangas comportamentais acon-
tecem em sua major parte de maneira imperceptivel e quase
autom8tica apps ocorrer a reorganizagao perceptive. Uma jo-
vem esposa que reagia violentamente 8 sua empregada e era
completamente desorganizada em seu con portamento, Como
resultado dessa antipatia, diz: "Depois que eu descobri que ela 155
Iembrava minha mae, ela nao me aborreceu mais. Isso nao é
interessante? Ela ainda é a res ma". Aqui est8 uma afirmagao
Clara, indicative de que, embora as percepgées b8sicas nao
tenham mudado, elas foram organizadas diferentemente, ad-
quiriram um novo sentido e entail ocorreram as mudangas de
comportamento. Evidéncia semelhante é dada por um clients,
um psicélogo treinado, que depots de completer uma pequena
sherie de sess6es centradas no cliente escreveu:

"Outro aspecto interessante da situagéo estava co-


nectado com as mudangas em algumas de minhas
atitudes. Quando a mudanga acontecia era Como
se as atitudes de outrora fossem removidas com-
pletamente, Como se apagadas de um quadro ne-
gro... Ouando ocorria uma situagéo que terra ante-
riormente provocado determinado tipo de resposta,
neo era Como se eu tivesse tentado agir da maneira
Como agia antes, mas de algum mode achava mais
facil controller men comportamento. Assign a nova
forma de comportamento vein de mode espon-
téneo e $6 através de uma analise deiiberada eu

F3llhlir1:zrt.€ln Hn prlitnr\:a in I Ifs: » od1 lfnf-2 I 2n1n


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percebi que estava agindo de uma maneira nova


e diferente

Aqui, de novo, é interessante noter que a figurer é coloca


da em termos de percepgéo visual e, é nedda que as atitudes
sao "apagadas de um quadro negro", as mudangas comporta-
mentais acontecem automaticamente e sem esforgo conscien
to.
Portanto temps observado que mudangas apropriadas
ocorrem no con portamento quando o individual adquire uma
viséo diferente de seu mundo de experiéncia, inclusive de si
préprio, esta percepgéo mudada neo necessita ser dependente
de uma mudanga na "realidade", mas pode ser um produto da
reorganizagao interns, em alguma inst8ncia a consciéncia da
capacidade de perceiver a experiéncia acompanha esse pro-
cesso de reorganizagéo, e as respostas modificadas do com
portamento ocorrem automaticamente e sem esforgo conscien
te tao logo a reorganizagao perceptual ocorra, aparentemente
Como resultado disso.

56 |
Em vista destas observacées, uma segunda hipétese
pode ser apresentada, intimamente relacionada com a primei-
ra. E que o con portamento nao é diretamente influenciado ou
determinado por fatores organicos ou cultural, mas primaria-
mente (e talvez somente) pela percepgao dresses elementos
Em outras palavras, o elemento crucial na determinagao do
comportamento é o campo perceptual do individual. Esse cam-
po perceptual é, com certeza, profundamente influenciado e
largamente modelado por forgos cultural e fisiolégicas, con-
tudo, o impowtante parece ser que somente o campo, tal Como
é percebido, é que exerce influéncia especifica e determinate
sombre o con portamento. lsso neo é uma idalia nova em Psico-
logia, mas sues implicac6es nao tom side sempre plenamente
reconhecidas.
Isso pode significant, primeiramente, que se é o campo
perceptual que determiner o comportamento, entail o objeto pri-
mario de estudo dos psicClogos seria a pessoa e seu mundo
tabs Como sao vistas pela prCpria pessoa. Isso poderia significant
que o quadro de referéncia inferno da pessoa pode se constituir
no campo da Psicologia, uma idalia descrita convincentemente
por Snygg e Combs num texto apreciavel ainda neo publicado
Isso pode significant que as leis que governam o comportamen

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Abordagem Centrada no Pessoa | 5a edigio

to seriam reveladas mais profundamente se dirigissemos nossa


atengéo para as leis que governam a percepgao.
Assign, se nossas especulagées contém uma nedda de
verdade, se o determinante especifico do con portamento é o
campo perceptual, e se o self pode reorganizer esse campo
perceptual, entail quais sao os Iimites desse processo? A reor-
ganizagao da percepgao é aleatéria, ou segue certes leis? H8
limites para o gray de reorganizagao? Em case positive quais
sao eles? Neste sentido, temps observado, com algum cuida-
do, a percepgéo de uma parte do campo da experiéncia total,
aquilo que chamamos self.

A Relagéo entre Percepgéo do Self e o Ajustamento

lnicialmente fomos orientados pela tradigéo, tanto do


pensamento Ieigo quanta psicolégico, no sentido de conside-
rar a terapia bem sucedida Como a solugéo dos problemas. Se
uma pessoa tinha um problems conjugal, um problems voca-
cional ou de ajustamento educacional, o propOsito Obvio do 157
aconselhamento ou da terapia era resolver esses problemas.
Mas quando observamos e estudamos os registros gravados
de terapias concluidas, ficou claro que a principal caracteristica
resultante nao é necessariamente a solucao de problemas, mas
uma liberacao de tens8o, um sentimento diferente a respeito
do self e da percepcao do self. Talvez alga desses resultados
possa ser transmitido por algumas ilustracOes.
Diversas declaracOes tirades da sesséo final com uma
jovem mulher de 20 anus, Miss Mir, dao indicacOes da atitude
caracteristica em direcéo ao self e do sense de liberdade que
parece acompanh8-la:

"Eu sempre tenter ser o que os outros pensavam


que eu deveria ser, mas agora estou imaginando se
neo deveria apenas ver que eu sou o que sou"

"Bem, acabei de noter tal diferenga. Percebo


que, quando sir to as coisas, mes no quando sir to
audio, neo me importo. Néo ligo. De alguma forma,
me sir to mais Iivre. Néo me sir to culpada pelas
coisas."

Publicacéo do editors do Ufes edufes I 2D1D


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J h Kit:hwod c l.(pg.]

"Vocé sake, é repenting, Como se uma grande


nuvem tivesse levantado. Eu me sir to mais conten-
te. "
Nota-se nesses declaragées o seu desejo de se perceiver
Como é, de se aceitar a si res ma "realisticamente", de perce-
ber e aceitar sues atitudes "mas" tanto quanta as "boas". Esse
realismo parece vir acompanhado de uma sensagéo de Iiberda-
de e contentamento.
Miss Vib, cujas atitudes foram mencionadas anteriormen-
te, registrou sens sentimentos sombre o aconselhamento cerca
de sets serenes depots das sess6es terem terminado e entre-
gou as anotagées a seu conselheiro. Ela comeQa:

"O resultado mais feliz do terapia for um novo sen-


timento a respeito de m m res ma. A medida que
penso nisso, parece ser esse o Unico resultado.
Certamente é a base para todas as mudangas que
resultaram no men comportamento. "
581
Ao discutir sues experiéncias na terapia, ela afirma:

"Eu estava commando a me ver Como um todo.


Comecei a perceiver que sou uma pessoa. Este for
um insight importante para mm. Vi que as boas re-
alizagées académicas anteriores, os sucessos no
emprego, a facilidade em situagées socials e o re-
colhimento, a depresséo, a apatite e a reprovagao
atuais cram todos comportamentos adaptativos,
desempenhados Como meus. lsso significou que
eu tinha que reconhecer meus sentimentos a res-
peito de m m res ma, nao mais me prendendo a
nogao nag-realista de que o bom ajustamento era
expressao do men eu real e de que o comporta-
mento rreurético nao o era. Vim a perceiver que
sou a res ma pessoa, algumas vezes funcionando
naturalmente e outras asssumindo uma posture
neurética em relagao ao que havia definido Como
problemas insuportéveis. A aceitagao de mim mes-
ma Como pessoa fortaleceu-me no processo de
reorganizagéo. Agora eu tinha um substrata, uma

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Abordagem Centrada no Pessoa | 5a edigéo

unidade central com que trabalhan "

A nedda que ela prossegue em sua explanagéo, surgery


afirmagées Como: "Estou conseguindo mais felicidade sendo
eu res ma. Eu me aprovo mais e ten ho renos ansiedade."
Como no exempla anterior, os aspectos destacados pa-
recem ser a percepgao de que ludo no seu con portamento
"pertence" a ela, que ela poderia aceitar tanto as boas Como as
m8s facetas a respeito de si res ma e isso the aliviou a ansieda-
de e Ihe deu um sentimento de sélida felicidade. Em ambos os
exemplos aparecem referéncias incidentals ans sérios "proble-
mas", que tinham side inicialmente discutidos.
Uma vez que Miss Mir tem indubitavelmente uma inteli-
géncia acima da media e Miss Vib é uma pessoa com algum
treino psicolégico, pode parecer que tabs resultados foram en-
contrados somente em pessoas sofisticadas. Para contrapor a
essa opiniao, pode-se mencionar a declaragao de um vetera-
no de guerra, de educagao e habilidades Iimitadas, que tinha
completado o aconselhamento e a query for solicitado escrever
sobre sues reagées a respeito da experiéncia. Ele diz: 159

"Quanta ao console que five, posso dizer o seguin-


te - realmente faz um homer desnudar sua mente
- e quando o faz, ele fico saber do entéo, o que re-
almente é e o que pode fazed Ou pelo renos pen-
sa que conhece bem uma parte dele mes no. No
men case, set que minhas idéias cram um pouco
ambiciosas demais para o que realmente sou, mas
agora percebo que uma pessoa deve comegar no
seu préprio nivel."

'Agora, apps quatro vistas, ten ho uma viséo muto


mais Clara de m m mes no e do men future. lsso
me faz sentir um pouco deprimido e desapontado,
mas por outro /ado me tirou do escuro, o fordo me
parece muto mais leve agora, isto é, posso ver o
men caminho agora, set o que quern fazed set o
que posso fazer; entail, agora que posso ver O men
objetivo, serer capaz de trabalhar, muto mais facil-
mente, no men préprio nivel."

Dnhlirtnrrin rin nrlitnrn on I lfnc - nrhlfnc I 2010


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J hn K ith Wood c I. [ rg.)

Embora a expresséo sea muito simples, notary-se nova-


mente os mes nos dots elementos: aceitagéo do self Como ele
é e o sentimento de tranqinilidade e alivio que a acompanha.
Quando examinamos muitos cases individuals, anotados
ou gravados, parece ser possivel agrupar os resultados relati-
vos is terapias bem sucedidas, propondo outra hipétese em
relagéo a essa porgéo do campo perceptual, a que denomina-
mos self. Parece que quando todas as maneiras pelas quais o
individual percebe a si mes no, todas as percepgées de quali-
dades, habilidades, impulses e atitudes da pessoa, e todas as
percepQ6es de si mes no em relagao ans outros - sao aceitas
dentro do concerto organizado consciente de self, ent8o isso é
acompanhado por sentimentos de conform e de um ester Iivre
de tensao, experienciados Como ajustamento psicolégico.
Essa hipétese parece explicate o fate observado de que
a percepgao confort8vel do self, que é conseguida, algumas
vezes é mais positiver do que antes, outras vezes mais negative.
Quando o individual permite que toda a percepqao de si mes no
seja organizada dentro de um padraic, algumas vezes a ima-
B0 |
gem é mais lisonjeira do que ele tinha sustentado no passado,
outras vezes renos. Mas é sempre mais confort8vel.
Pode ser assinalado também que essa hipétese provisé-
ria fornece um tipo de definigéo operacional baseada no quadro
de referéncia inferno do cliente, para concertos ate agora impre-
cisos, tabs Como "ajustamento", "integragéo" e "aceitagéo" do
self. Tais concertos sao definidos em termos de percepgéo, de
uma maneira que seria possivel prover ou refuter. Quando to-
das as experiéncias perceptual org8nicas - a experienciagao
de atitudes, impulses, habilidades e incapacidades, a experien-
ciagao dos outros e da "realidade" - sao Iivremente assimiladas
em um sistema organizado e consistente, disponivel 8 consci-
éncia, entail o ajustamento psicolégico ou a integ raqao pode
ser considerada real. A definiqao de ajustamento se toma assisi
uma questao interns, ao invés de dependente de uma "realida-
deas externs.
Algo do que significa essa aceitaqao e assimilagao de
percepgao a respeito do self, pode ser ilustrado pelo case de
Miss Nam, uma estudante. Como muitos outros clientes, ela d8
evidéncias de ter experienciado atitudes e sentimentos defensi-
vamente negados porque nao se coadunam com o concerto ou
imager que ela faz de si res ma. A maneira Como eles sao de

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Abordagem Centrada na Pessoa 1 5a edigéo

inicio admitidos totalmente na consciéncia e, a partir de entéo


organizados dentro de um sistema unificado, pode ser mostra-
da através de trechos de sess6es gravadas. Ela tinha falado da
dificuldade em escrever os trabalhos para sens curses universi-
t8rios.

'Acabo de pensar em outra coisa que talvez me


atrapalhe e que é aquilo novamente, isto é, dots
senfimentos diferentes. Ouando ten ho que sentar
e fazer um trabalho, embora ten ha muitas idéias,
subjacente a isso echo que sempre ten ho um sen-
timento de que simplesmente neo possso faze-lo...
Ten ho esse sentimento de ser incriveimente con-
fiante em que posso fazer alga, sem ester disposta
a trabalhar nisso. Em outros mementos estou prati-
camente com redo do que ten ho para fazed.."

Nota-se que o self consciente for organizado Como "ten-


do um monte de idéias", sendo "terrivelmente confiante", mas
"no fundo", em outras palavras, neo Iivremente admitidas no 161
consciéncia, a experiéncia sentida é: "Eu so neo posso fazer
isto". Ela continua:

"Estou lentando trabalhar com essa relagéo en-


gragada entre essa incrivel confianga e esse quase
redo de fazer qualquer coisa... e echo que esse
sentimento, de que posso realmente fazer as coi-
sas, é parte de uma iiuséo que ten ho a respeito de
m m res ma, Como se eu tivesse na imaginagéo a
certeza de que serf alga bom e muto bom e ludo
o mais. Mas, quando chego a comegar realmente
a tarefa, é um sentimento terrivel de... - bem, de
incapacidade, de que neo you conseguir faze-lo do
jeito que eu quern ou, ate mes no, de que neo te-
nho certeza de Como quern faze-lo."

Novamente, a imager de si res ma, presente na consci-


éncia, é aquela da pessoa que é "muito boa" s mas essa imager
e inteiramemte inadequada a atual experiéncia real e orgénica,
na situagéo em cause.
Mais tarde, na res ma ocasiéo, ela expresser muto bem

n..I..I. 01-A-

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Abordagem Centrada no Pessoa 15a edigéo

percepgéo do self. Pode-se proper que as tensées, chamadas


de desajustamentos psicolégicos, existent quando o concerto
organizado de self (consciente ou disponivel é percepgéo na
consciéncia) neo esté de acordo com a percepgéo realmente
experienciada.
Essa discrepéncia entre o concerto de self e as percept
(;6es atuais parece explicével somente em termos do fate de
que o concerto de self resiste em incorporate a si qualquer per-
cepgéo que neo seja consistente com sua organizagéo atual
O sentimento de neo ter habilidade para escrever um trabalho
é incoerente com a imager consciente que Miss Nam tem de
si res ma Como pessoa muto capaz e confiante, conseqUente-
mente, embora percebida de maneira fugaz, esta é uma organi
zagao negada Como parte do seu self, ate que isso aparega na
terapia.

As Condig6es de Mudanga de Percepgéo do Self

Se o mode polo quai o self é percebido tem uma rela


Quo préxima e significativa com o con portamento, Como tem
side sugerido, entéo a maneira pela quai essa percepgéo pode
ser alterada, vent a ser uma questéo importante. Se a reorga-
nizagao das auto-percepgées traz uma mudanga no compor
tamento, se o ajustamento e desajustamento dependent da
congruéncia entre as percepgées enquanto experienciadas e
o self enquanto percebido, entail os fatores que permitem uma
reorganizagao da percepgao do self sao significativos.
Nossas observaQ6es da experiéncia psicoterapéutica
parecem indicar que a auséncia de qualquer ameaga para o
auto-conceito é um item importante na questao. Normalmente,
o self resiste em incorporate a si mes no essas experiéncias que
sao inconsistentes com seu funcionamento. Mas um porto ne-
gligenciado por Lecky e outros é que, quando o self est8 livre
de qualquer ameaga ou ataque, ou da probabilidade de ataque,
entail é possivel para ele considerer as percepgées ate ent8o
rejeitadas e fazer novas diferenciagées, reintegrando-se de for-
ma a include-las.
Uma ilustragao do case de Miss Vib pode servir para cla
rificar este porto. Em sua declaragao redigida sets serenes
apps a conclusao do aconselhamento, Miss Vib descreve o

Du hlirxsxrrian rl:a r=r~litnr':-1 rl:-1 l Ifni - nriufnc I 2010


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John Keith Wood et al. [org.]

mode polo quai os perceptos inaceitéveis tornaram-se incorpo-


rados ao self. Ela escreve:

"Nas primeiras sessées eu ficava dizendo coisas


do tipo 'neo estou agindo Como eu res ma nun-
ca agl Odessa forma antes'. O que querier dizer era
que esta pessoa retraida, desordenada e apética
neo era eu. Errtéo comecei a perceiver que era a
res ma pessoa seriamente regredida, etc., agora,
Como havia side antes. isso $6 aconteceu depots
de ter explicitado minha auto-rejeigéo, vergonha,
desespero e du'vida no situagéo de aceitagéo da
sesséo. O conselheiro neo estava espantado ou
chocado. Eu contava a ele, a respeito de m m mes-
ma, ludo o que neo se encaixava no minha imager
de pos-graduanda, de professors, de uma pessoa
legal. Ele respondia com total aceitagéo, com in-
teresse caloroso, sem fortes nuances emocionais.
Aqui estava uma pessoa so e inteligente, aceitan-
B4| do do fundo do coragao esse comportamento que
me parecia tao vergonhoso. Consigo me lembrar
de um sentimento orgénico de relaxamento. Nao
precisava mais alimental O conflito de disfargar ou
esconder essa pessoa vergonhosa."

E notével Como se pode ver claramente aqui, a total ex-


tenséo de percepgées negadas ao self e Como esters so seriam
consideradas parte dele numa situagéo social que nao envol-
vesse nenhuma ameaga na quai outra pessoa, o conselheiro,
se tornasse quase um self alternative que acolyte compreensiva
e aceitadoramente essas mesmas percepgées. Ela continua:

"Retrospectivamente, parece-me que o que sent


Como 'calorosa aceitagéo sem nuances emocio-
nais' for o que eu precisava para superar minhas
dificuldades.... A impessoalidade com interesse do
conselheiro, permitiu-me per para fore meus senti-
mentos. Tal clarificagéo, numa situagéo de sessao
terapéutica, colocou-me dante da atitude Como
uma 'coisa em Si', que eu podia olhar, manipulate
e substituin Ao organizer minhas atitudes, estava

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Ab rdag m C trader no F l5a dig

U
commando a organizer-me.

Aqui a natureza da exploragéo da experiéncia, de ver isso


Como experiéncia e neo Como ameaqa ao self, habilitou a clien-
te a reorganizer sues percepepgées do self, o que, Como ela
diz, correspondeu a "reorganizer-me".
Se tentarmos descrever, em termos psicolegicos mais
convencionais, a natureza do processo que culming em orga-
nizagéo e integragéo alterada do self no processo de terapia,
encontraremos o seguinte: o individual esté continuamente es-
forgando-se para preencher sues necessidades, reagindo ao
campo da experiéncia Como o percebe, e chega a isso mais
eficientemente diferenciando alguns elementos do campo e
reintegrando-os dentro de novos padr6es. A reorganizagao do
campo pode envolver a reorganizaqao do self, tanto quanta de
outras partes do campo. O self, contudo, resists 8 reorganiza-
Qao e a mudanga. Na Vida daria, o ajustamento individual atra-
vés da reorganizagao do campo com exclusao do self é mais
conium e renos ameagador para o individual. ConseqUente-
mente, o primeiro mode de ajustamento do individual é a reor- 165
ganizagao daquela parte do campo que nao include o self.
A Terapia Centrada no Cliente é diferente de outras situa-
Qées de Vida, vista que o terapeuta tende a remover do mundo
imediato do individual todos aqueles aspectos do campo que
ele pode reorganizer, exceto o self. O terapeuta, ao reagir ans
sentimentos e atitudes do cliente mais do que ans objetos de
sens sentimentos e atitudes, ajuda este Ultimo a trazer do fundo
para o loco o seu préprio self, tornando mais f8ciI para o cliente
perceiver e reagir a este mes no self. Ao oferecer somente com-
preenséo e nenhum tragic de avaliagao, o terapeuta se retire
Como objeto de atitudes, tornando-se somente uma expressao
alternative do self do cliente. Ao prover uma atmosfera de per-
missividade e compreensao, o terapeuta remove qualquer ame-
aga existente que possa impedir de emerge toda a percepgao
do self Como figurer. ConseqUentemente, nessa situagéo, todas
as formas pelas quais o self for experienciado podem ser vistas
abertamente e organizadas dentro de uma unidade complexer.
E entail essa completer auséncia de qualquer fetor que
possa ameagar o concerto de self, Como também o auxilio em
focalizar a percepgao do self, que parecem permitir uma viséo
mais diferenciada desse mes no self, e finalmente a sua reorga-

Dllhlir:.=\r:n'n do nrlitnra rin I Ires - nrlufes: I 2010


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J h Kit:hwod to ! . ( p g . )

nizagéo.

Relagéo com o Pensamento Psicolégico Atual

Até aqui, esters anota(.;6es foram apresentadas Como ob-


servagées clinicas e hipéteses provisérias, completamente é
margem de qualquer relagéo com o pensamento, passado ou
presents, no campo da Psicologia. lsso for intencional. Consi-
dera-se que é fungéo do clinico tenter observer, com atitude de
mente alberta, a complexidade do material que chega ate ele,
relater sues observagées e, 8 Luz disso, formular sues hipéte-
ses e problemas, utilizaveis quer por ele quer pelo pesquisador
Como base para o estudo e a pesquisa.
Embora constituam obsewagées clinicas e hipeteses,
esters anotagées, Como sem dOvida ja for reconhecido, guar-
dam relagao com algumas das correntes do pensamento te-
érico e de pesquisa na Psicologia. Algumas das observagées
66 | sobre o self mantém relagao com o pensamento de G.A. Mead
(7) sombre O "eu" e o "me". O resultado da terapia poderia ser
descrito, nos termos de Mead, Como um aumento da percep-
Qao do "eu" e a organizagao do "me" pelo "eu". A importancia
que tem side dada, neste escrito para o self Como organizador
da experiéncia e, ate cento porto, Como arquiteto de si mes-
mo confirms uma relagéo com o pensamento de Allport (1) e
outros, preocupados com o aumento do énfase que devemos
dar é fungéo integrative do ego. Tendo em vista a importéncia
dada ao campo presente da experiéncia Como determinante do
comportamento, é ébvia a relagéo com a Psicologia da Gestalt
e com o trabalho de Lewin (6) e sens discipulos. As teorias de
Angyal (2) encontram algum paralelo em nossas observaQ6es.
Sua vis8o do self Como sendo somente uma pequena parte
do organismo biolégico, que alcangou a elaboragao simbélica
e freqUentemente busca uma diregao para o organismo com
base em informa<;6es falsas e insuficientes, parece ester parti-
cularmente relacionada as observagées que temps feito. O Iivro
péstumo de Lecky (4), modesto em tamanho, mas precioso em
sua contribuigao, langou uma nova luz sombre o mode Como o
self opera e sombre o principio de consisténcia Segundo o quai
uma nova experiéncia é incluida ou excluida do self. Muito do

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J hn Keithw d c l . [ rg.)

gia Clinica e dos estudos de personalidade. Para clarificar O


que quern dizer, gostaria de retomar, em order mais Iégica, as
formulaQ6es antes estabelecidas, deixando para o leitor certes
quest6es e problemas que cede uma parece levanter.
Se tomarmos em primeiro luger a proposigao provisé-
ria de que o determinante especifico do con portamento é o
campo perceptual do individual, isso nao conduziria, enquanto
hipétese de trabalho, a uma abordagem radicalmente distinta
em psicologia clinics e em pesquisa da personalidade? Isso po-
deria significant que, ao invés de histérias de cases elaborados,
chaos de informagées sobre a pessoa Como objeto, nos nos
empenhariamos em desenvolver maneiras de ver a sua situa-
Qao, seu passado e a ela res ma, Como esses objetos parecem
para ela. Tentariamos ver com ela, ao invés de avali8-la. Poderia
significant minimizagéo dos procedimentos psicometricos elabo-
rados, com base nos quais nos temps empenhado em medir ou
valorizar o individual, a partir de nos so préprio quadro de refe-
réncia. Poderia significant minimizer ou descartar toda uma vas-
ta sherie de rétulos meticulosamente construidos durante anus.
Paranéide, esquizofrénico, compulsive, constrito - tabs termos
68 |
poderiam tornado-se irrelevantes, porque se baseiam num pen-
samento que pressupée um quadro de referéncia externo. Eles
neo representam o mode Como o individual experiencia a si
mes no. Se estudéssemos adequadamente cede individual a
partir do seu quadro de referéncia inferno, do seu préprio cam-
po perceptual, parece prov8vel que achariamos generalizagées
por fazer e principios potencialmente operatives, mas podemos
ter certeza de que seriam de uma order diferente daqueles
julgamentos baseados num contexto externo, a respeito de in-
dividuos.
Vamos atentar para outras proposigées. Se Ievarmos a
sério a hipétese de que a integragao e o ajustamento sao con-
dic.;6es internas relacionadas com o gray de aceitagao ou nao-
aceitagéo de todas as percepgées, e o gray de organizagéo
destas percepgées em um sistema consistente, isso afetaria de-
cididamente nesses procedimentos clinicos. Pareceria implicant
no abandono da nogao de que o ajustamento depende de se
agradar ou neo ao ambiente e demandaria concentragao nos
processes que promovem a auto-integragao da pessoa. Isso
significaria minimizer ou abandoner OS procedimentos clinicos
que utilizam a modificagao das forgos ambientais Como método

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Ab rdagem Ce tr do no Pess l5a dig

de tratamento. Isto se apoiaria no fate de que a pessoa interna-


mente unificada tem major probabilidade de enfrentar constru-
tivamente os problemas ambientais, quer Como individual quer
em cooperage com outros.
Se tomarmos a proposiqéo remanescente Segundo o
quai o self, sob condi(;6es apropriadas, é capaz de reorganizer,
em alguma extenséo, seu préprio campo perceptual, e desse
mode alterer o comportamento, isso também parece levanter
quest6es pertubadoras. O caminho alberto por essa hipétese
poderia significant uma modificagéo de énfase em Psicologia,
ao invés de centralizer o loco na rigidez dos atributos de per-
sonalidade e nas habilidades psicolégicas, seria enfatizada a
flexibilidade dessas mesmas caracteristicas. lsso concentraria
atengéo sobre o processo mais do que sobre os padr6es fixes.
Enquanto a Psicologia, em estudos de personalidade, tem se
preocupado primeiramente com a medigao de qualidades fixers
do individual e com seu passado, a fim de explicate seu presente,
as hipéteses aqui sugeridas pareceriam relacionar-se mais com
o mundo pessimal do presente, Como forma de compreender o
future, e com a predigao de que no future haveria major preocu- 189
pagao com os principios pelos quais a personalidade e o com-
portamento sao transformados, assisi Como em que extenséo
estes permanecem fixes.
Desse mode, percebemos que uma abordagem clinics,
a terapia centrada no cliente, tem-nos guiado a tenter adotar o
campo perceptual do cliente Como base para uma compreen-
sao genuine. Ao tenter entrar nesse mundo inferno da percep-
gao, nao por introspecgao, mas por observagao e inferéncia di-
reta, encontramo-nos em um novo patamar para compreender
a dinamica da personalidade: um patamar vantajoso, que inau-
gura algumas perspectives pertubadoras. Descobrimos que o
comportamento parece ser melhor compreendido Como reaqao
a esta realidade-enquanto-percebida. Descobrimos que a ma-
neira p e a qua! a pessoa vi a si mesma, e as percepgées que
ela prisca nao omar Como pertencentes a si res ma, parecem
ter uma relagao importante com a Paz interns, que constitute o
ajustamento. Descobrimos dentro da pessoa, sob certes con-
diQ6es, certs capacidade para a reestruturagao e a reorganiza-
gao do self, e conseqUentemente, para a reorganizagao do seu
comportamento, o que tem profundas implicagOes socials. En-
caramos esters observagOes e formulagOes teOricas que elas

Dllhlir~::r~:5n ds: n d i t n n n ml::l l l ¥ n ¢ . nrhlfnmz I anan


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John Keith Wood et: al. (org.]

iraspiram Como uma nova abordagem frutifera para O estudo e a


pesquisa em v8rios campus da Psicologia.

Referéncias Bibliogréficas

1. ALLPORT, G. W. The ego in contemporary psychology.


Psychol. Rev., vol. 50 1943. p. 451-478.
2. ANGYAL, A. Foundations for a Science of Personality. New
York . Commonwealth Fund, 1941.
3 KRECHEVSKY l.- Hypotheses in rats. Psychol. Rev., vol 39
1932. p. 516-532.
4. LECKY P Self-Consistency: A theory of personality. New York.
Island Press, 1945.
5. LEEPER, R. The experimental psychologists as reluctant dra-
gons. Paper presented at APA meeting, September, 1946.
6. LEWlN, K.. A dynamic theory of personality. New York. Mc-
Graw-Hill, 1935.
7. MEAD, G. H. Mind, Self and society. Chicago. University of
701 Chicago Press, 1934.
8. ROGERS, C. R. Significant aspects of client-centered therapy.
American Psychologist , vol.1 1946. p. 415-422.
9. SNYDER, W. U. 'Warmth' in non-directive counseling. J. Ab-
norm. Soc. Psychol., vol. 41 1946. p. 491-495.
10. SNYGG, D. Mazes in which rats take the longer path to food.
J. Psychol., vol.1 1936. p. 153-166.
11. SNYGG, D., and COMBS, A. W. Livro inédito, cOpier cedilla
pelo autor. Em vias de publicacao, pela Harper and Bros, New
York.
12. TOLMAN, E. C. The determiners of behavior at a choice
point. Psychol. Rev., vol.45 1938. p. 1-41.

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Abordagem Centrada no Pessoa 15' edigio

CONCEITO DE PESSOA EM
FUNCIONAMENTO PLENO 3
Carl Ransom Rogers

Introdugéo

Escrevi este vertigo numa de nossas "escapades" trimes-


trais do rigor do inverno de Chicago. Se neo me alfa a me-
m6ria, escrevi-o entre 1952-1953 num chalk (mais exatamente
numa choupana) na extremidade da ilha de Granada, Caribe,
of de se podia ver, a Ieste, o tempestuoso Atléntico, e a oeste o
mais caro, mais colorido mar do Caribe. Uma vez terminado,
gostei do vertigo.
Bem mais tarde, apresentei-o a uma importante revista
de Psicologia, cuzco editor me responder amavelmente. Ficou
evidente que ele duvidava de seu valor para publicagao, e, de 171
inicio, sugeriu que eu o reescrevesse totalmente em termos
mais objetivos. Eu serbia que nao querier faze-lo, mas também
tinha consciéncia do quanta men vertigo estava distante do pen-
samento psicolOgico ortodoxo, ent8o, simplesmente o reprodu-
zi para distribuigao restrita.
A medida que o tempo passou, trabalhei nele intensa-

_
a The Concept of the Fully Functioning Person. Psychotherapy: Theory, Re-
search and Practice, vol. 1: 17-26, 1963. Nota dos organizadores: O texto
original "The Concept of the Fully Functioning Person", escrito em 1952-53 (e
publicado somente dez anus depots) contém uma contradicao que merece
ser comentada. Por um Iado, apresenta a dimenséo processual subiacente
a mudanga na personalidade resultante da psicoterapia bem sucedida, por
outro, descreve esse aspect do fen6meno utilizando-se de expressées de
conotagées mecanicistas, préprias ao pensamento da época. Tentando ser
finis a idalia seminal de Rogers, optamos inicialmente por traduzir a expres-
séo "The Concept of Fully Functioning" por "Conceito de Pessoa em Atualiza-
géo Pleura " ou "Conceito de Pessoa em Processo Experiencial Pleno" para
dar conta do dinamismo implicito ao seu pensamento. Embora essa deciséo
pudesse favorecer a compreenséo processual presente no texto, implicaria
numa distorgéo de sua forma original. Assign sendo, decidimos pea traducéo
literal: Conceifo de Pessoa em Funcionamento Pleno.

n..LI: .|_ _.|:- _ 4 - l l z _ _ J , ¢ _ _ I - . \ A A

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Abordagem Centrada na Pessoa l 5a edigéo

coterapia, conseguiu sau'de mental positiver. Mas query define


saClde mental? Suspeito que a Clinica Menninger e o Centro
de Aconselhamento da Universidade de Chicago iriam defini-Ia
de mode diverse e estou cento de que o Estado Soviético terra
ainda outra definigao.
Instigado por quest6es Como essas, surpreendo-me
especulando sombre as caracteristicas da pessoa que conclude
a terapia, no case em que esta é bem sucedida. Gostaria de
partilhar com vocés algumas dessas especulag6es pessoais e
provisdrias. O que gostaria de fazer seria formular um concerto
teérico do porto final ou a assintota da terapia. Eu esperaria po-
der estabelecé-Io em termos que escapassem de algumas das
criticas que mencionei, termos que eventualmente pudessem
ser definidos operacionalmente e submetidos a teste objetivo.

O Referencial a partir do quai o Problema é Abordado

Deixarei claro, de inicio, que estou falando do interior do 173


referencial da Terapia Centrada no Cliente. Muito provavelmente
toda psicoterapia bem sucedida tem um resultado similar para
a personalidade, mas estou renos cento disso do que estava
antes e por isso quern restringir men campo de observagao. As-
sim, presumirei que a pessoa hipotética que descrevo eve uma
experiéncia intenser e extensor em Terapia Centrada no Cliente
e que a terapia for two completamente bem sucedida quanta é
teoricamente possivel. Isso significa que o terapeuta ter8 side
capaz de entrar numa relagao pessimal, subjetiva e intenser com
seu cliente - relacionando-se nao Como um cientista diane do
seu objeto de estudo, nao Como um medico esperando diag-
nosticar e curer, mas de pessoa para pessoa. Significa que o
terapeuta ter8 sentido esse cliente Como sendo uma pessoa
incondicionalmente valorosa, valor este independente de sues
condigées, seu comportamento ou sens sentimentos. Isso sig-
nifica que o terapeuta ter8 side capaz de se entregar 8 compre-
enséo do clients, que nenhuma barrera interns o impediu de
captor o que, na sua percepgao, o cliente sea, a cede momenta
da relagao, e que ele prude transmitter ago de sua compreensao
empatica ao cliente. Significa que o terapeuta sentiu-se confor-
t8vel ao entrar plenamente nessa relagao, sem saber cogniti-

n..l..I: _|_ _4:.. _1_ 1 1 ¢ _ J 1 |

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J h Kithw d [C l.("g.]

vamente of de isso o Ievaria, satisfeito em prover um clime que


Iibertasse o clients para que este se tornasse ele mes no.
Para o cliente, essa terapia bem sucedida significou uma
exploragéo de sentimentos cede vez mais estranhos, desconhe-
cidos e perigosos, tornando-se isso possivel apenas porque ele
gradualmente percebeu que for aceito de mode incondicional.
Assign, o cliente tornou-se familiarizado com elementos de sua
experiéncia que no passado foram negados 8 sua consciéncia
Como muito ameagadores, e danosos 8 estrutura do self. Ele
se descobriu experienciando esses sentimentos, na reiagao, de
maneira pleura e completer, de tal forma que no momenta ele é
seu redo, sua raiva, sua ternura ou sua forgo. A nedda que
vive esses sentimentos tao variados em todos os sens grays
de intensidade, descobre que experienciou a si mes no, que
ele é todos esses sentimentos. Percebe seu con portamento
mudando de maneira construtiva de acordo com a experiencia-
gao recente do seu self. Aproxima-se da percepgao de que nao
preciser mais temper o que as experiéncias poderiam envolver,
mas pode recebé-las Iivremente Como parte do seu self mut8vel
74 \
e em desenvolvimento.
Essa é uma descrigao resumida do que a Terapia Cen-
trada no Cliente poderia ser em seu porto étimo. Apresento-a
aqui apenas Como introdugao 8 minha principal quest8o: que
caracteristicas de personalidade se desenvolverao no cliente
Como resultado desse tipo de experiéncia?

Trés Caracteristicas da Pessoa apps a Terapia

Entéo, quai é o porto final da psicoterapia bem sucedi-


da? Tentarei responder a m m mes no esta questéo, baseando
minha reflexéo no conhecimento que conquistamos através da
pesquisa e experiéncia clinics, mas levando isso ao Iimite, a fim
de melhor observer o tipo de pessoa que poderé emerge se a
terapia atingir o seu porto méximo. A nedda que lento decifrar
a resposta, a descrigéo me parece perfeitamente unitéria, mas,
para major clareza de apresentagéo, you dividi-Ia em trés face-
tas:

1. Essa pessoa estaria alberta é sua experiéncia. Esta é


uma phrase que passou a ter um significado cede vez mais defi-

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Abordagem Centrada no Pessoa | 5. edigéu

nido para mim. E a polaridade oposta a uma posture de defesa.


Tal posture, Como j8 a descrevemos anteriormente, é a resposta
do organismo a experiéncias percebidas ou antecipadas Como
incongruentes com a estrutura do self. Com a finalidade de pre-
servar essa estrutura, ocorre na consciéncia uma simbolizagéo
distorcida dessas experiéncias, o que reduz a incongruéncia.
Assign, o individual se defende contra qualquer ameaga de alte-
raQ8o no concerto do self.
Entretanto, para a pessoa que esté alberta 8 sua experi-
éncia, cede estimulo, provenha ele do organismo ou do meio
ambiente, seria Iivremente retransmitido através do sistema ner-
voso, sem que fosse distorcido por um mecanismo defensive.
N80 haveria necessidade de o mecanismo de "subcepgéo",
pelo quai o organismo se previne contra qualquer experiéncia
ameagadora ao self. Pelo contr8rio, quer o estimulo ten ha side
o impacto de uma configuragao de forma ou cor ou um som do
ambiente sobre os nerves sensoriais, ou um tragic de mem6ria
do passado, ou uma sensagao visceral de redo, Frazer ou des-
gosto, a pessoa o estaria vivendo Como plenamente acessivel 8
sua consciéncia. 175
Talvez eu possa dar a esse concerto um significado mais
vivido se ilustr8-lo a partir de uma entrevista gravada. Um over
profissional relater, na 48@ entrevista, a maneira Como se tornou
mais aberto a algumas de sues sensagées corporals, assisi
Como a outros sentimentos.

Cliente: - Neo creio que seria possivel, para qua/-


quer pessoa, relater todas as mudangas que sente.
Mas, com certeza, sens recentemente que ten ho
mais respeito, mais objetividade em relagéo 8 mi-
nha constituigéo fisica. Quero dizer que neo espero
demais de mm. E assisi que funciona: parece-me
que antigamente eu costumava lutar contra cento
car sago que sentia apps o jantan Agora, ten ho
certeza absoluter de que realmente estou cansado -
que neo estou me fazendo de cansado - que estou
apenas fisiologicamente mais lento. Parece que es-
tava sempre criticando men car sago.

Terapeuta: - Entéo, voce se permife ester cansado,


em vez de se critical por isso.

n..l.l: - A - A

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John Keith Wood et al. (org.)

Cliente: - Sim, em vez de achar que neo poderia


ester cansado ou qualquer coisa assisi. E me pa-
rece, de certs maneira, ser muto profundo que eu
possa simplesmente neo lutar contra esse car sago
e isso acompanhado também de um real sentimen-
to de que eu ten ho que relaxant pois ester cansado
neo é assisi two terrivei. Penso que posso também
pegar a pisa do porqué eu seria daquele jeito, do
jeito que men pai é, e da maneira Como ele encara
certes coisas. Por exempla, dizer que eu estava do-
ente, eu diria isso e pareceria claramente que ele
querier fazer alguma coisa, mas ele também diria:-
"Caramba, mais problemas Entende? Oualquer
coisa desse tipo.

Terapeuta: - Como se houvesse alga muto irritants


no fate de ester fisicamente doente.

761
CIiente: - E estou cento de que men pai tem o mes-
mo desrespeito por sua prépria fisiologia, Como eu
tinha. No u'ltimo verso, torci minhas Costas, disten-
di, ate ouvi um estalo. No inicio, tinha de fate uma
dor constante e aguda. O medico examinou e disse
que nao era grave, que passaria por si sq, decide
que eu neo me curvasse muto. Bem, isto fol ha me-
ses, e eu ten ho notado ultimamente que - droga! - é
uma dor real e ainda esta aqui - e isso neo é minha
culpa. Eu echo que, eu echo que é .

Terapeuta: - lsto neo prove nada de mau a seu res-


peito.

Cliente: - Néo, e uma das razzes pelas quais pa-


rego ester mais cansado do que devia, talvez sea
por cause Odessa constante tenséo, e vai por a/C Jé
marquei consuita com um dos medicos do hospital
que vai me examiner e radiografar, fazer alga. De
certs maneira, echo que voce poderia dizer que es-
tou mais especial ou objetivamente sens/'vel a esse
tipo de coisa. Posso dizer com certeza que isto se

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Abordagem Centrada no Pessoa l5a edigéo

estendeu ao quo eu Como e a quanta eu Como.


lsso é de fate uma profunda mudanga, quer dizer, é
claro que men relacionamento com minha mulher
e meus dots filhos é... - voce neo o reconheceria se
pudesse me ver por dentro Como view - quer dizen
neo parece haver nada mais maravilhoso que sentir
real e genuine amer pelos prOprios filhos e ao mes-
mo tempo receiver esse anion Nao set Como co-
locar isso. Temos cede vez mais respeito - ambos
- por Judy e nota nos, a nedda que participamos
nisso, nota nos uma tremenda mudanga nela - pa-
rece ser uma coisa profunda.

Terapeuta: - Pareee-me que voce esté dizendo


que pode ouvir mais acuradamente a Si mes no.
Se seu compo diz que esté cansado, voce ouve e
acredita, em vez de critics-lo, se esté doendo voce
pode ouvir isso; se o sentimento é amer sua mulher
e filhos, voce pode sentin E isso parece representer
mudangas neles também. 177

Aqui, em um trecho relativamente secundério, mas sim-


bolicamente importante, fico muito claro o que tenter dizer so-
bre abertura é experiéncia. No inicio, ele neo podia sentir Iivre-
mente dor ou doenga porque ficar doente significaria neo ser
aceito. Nem podia sentir ternura ou amer por sua filha porque
tabs sentimentos significariam ser fraco, e ele tinha que mantel
sua mascara de forte. Mas, agora ele pode ester genuinamente
alberto 8 experiéncia de seu organismo - pode ficar cansado
quando est8 cansado, pode sentir dor, quando seu organismo
sente dor, pode, Iivremente experienciar o amer que sente por
sua filha e pode também sentir e expresser irritagao em relagao
a ela, Como ir8 dizer na prOxima parte da entrevista. Pode viver
plenamente a experiéncia de seu organismo total, em vez de
barr8-Ia 8 consciéncia.
Usei esse concerto de disponibilidade 8 consciéncia para
tenter tornado claro o que quern dizer com abertura 8 experién-
cia. lsso pode ser mal compreendido. Nao quern dizer que esse
individual serf consciente de ludo o que Ihe estiver acontecen-
do, Como a centopéia que se toma consciente de todas as sues
pates. Ao contrario, ele estaria Iivre para viver um sentimento

Dll*\llnHn"7\n An Fu-ld-funn H n I l¢|-\|- - - A m ; - A I Anna

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J h Keit:hW d c L ( rg.)

subjetivamente, assisi Como para ester consciente dele. Pode


experienciar amer, dor ou redo, vivendo subjetivamente nessa
atitude. Ou pode abstrair-se da subjetividade e conscientizar-
se: "sir to dor", "estou com redo", "amo". O porto crucial é
que neo haveria barreiras, nao haveria inibigées que pudessem
evitar o pleno experienciar do que quer que esteja organismica-
mente presente, e a disponibilidade 8 consciéncia é uma boa
nedda dessa auséncia de barreiras.
2. Esta pessoa viveria de maneira existencial. Acredito
ser evidente que para a pessoa totalmente alberta 8 experién-
cia, completamente sem defesas, cede momenta seria novo. A
configuragao complexer dos estimulos infernos e externos, que
existe nesse momenta, nuncio existiu antes, da res ma maneira.
Em consequéncia, nossa pessoa hipotética poderia perceber-
se nos seguintes termos: "O que serer e o que farer mais adian-
te sq dar8 sinais do que é, quando acontecer e nao pode ser
previsto com antecedéncia, nem por mim, nem pelos outros".
Nao é incomum encontrarmos clientes expressando esse tipo
de sentimento. Assign, um deles ao fim da terapia diz, perplexox
781
"Nao conclude o trabalho de me integral e reorganizer, mas isso e
apenas confuse e nao desencorajador, agora que percebo que
é um processo continuo... E estimulante, algumas vezes preo-
cupante, mas profundamente encorajador sentir-se em agéo e
aparentemente saber do of de voce esté Indo, mes no que voce
nem sempre saba conscientemente of de isso fico".
Uma maneira de expresser a fluidez que estaria presen-
te em tal viver existencial é dizer que o self e a personalidade
emergem da experiéncia, em vez de a experiéncia ser traduzi-
da ou distorcida para encaixar-se numa estrutura de self pré-
concebida. lsto significa que a pessoa toma-se participante e
observadora do processo da experiéncia organismica em an-
damento, ao invés de ester no controle dela. Em outra ocasiao
tenter descrever Como vejo esse tipo de viver. "Todo esse en-
cadeamento do experienciar e o significado que descobri nele
ate este porto parecem ten-me langado num processo que é ao
mes no tempo fascinante e, algumas vezes, um pouco assusta-
dor. Parece significant deixar-me lever pela experiéncia, em dire-
Qao ao que parece ser um avango, em diregao a metas que sO
posso definir obscuramente, a medida que lento compreender
pelo renos o significado presente dessa experiéncia. A sen-
sagao é de flutuar em uma complexer corrente de experiéncia,

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Ab rdag m C ntr do na F ssoa l5" edit

com a fascinante possibilidade de tenter entender sua sempre


mutével complexidade." (3)
Esse viver no momenta significa uma auséncia de rigi-
dez, de organizagéo contida, auséncia de imposigéo de uma
estrutura 8 experiéncia. Significa, ao contr8rio, um m8ximo de
adaptabilidade, uma descoberta de estrutura na experiéncia,
uma organizagao mutavel e fluids do self e da personalidade.
A personalidade e o self estariam em continuo flu xo, sen-
do os Unicos elementos est8veis as capacidades e IimitaQ6es fi-
siolégicas do organismo, sues continues e recorrentes necessi-
dades de sobrevivéncia, expansao, alimentagéo, afeigao, sexo
e airs. Os tragus est8veis de personaiidade seriam a abertura
8 experiéncia e a resolugao flexivel das necessidades existentes
num dado ambiente.
3. Essa pessoa descobriria que seu organismo é um
n e o confiavel de chegar ao comportamento mais satisfatério
em cede situagao existencial. Ela faria o que "sentisse cento" no
momenta imediato, e descobriria que isso, em geral, é um guia
competente e confi8veI para seu con portamento.
Caso isso parega estranho, you tenter explicate a razao 179
subjacente. Uma vez a pessoa alberta a sua prdpria experién-
cia, terra acesso a todos os dados disponiveis da situagéo para
dar respaldo a seu comportamento: as exigéncias socials, sues
pr6prias necessidades complexes e talvez conflitantes, sues
Iembrangas de situa(;6es similares, sua percepgao da singu-
Iaridade dessa situagao, etc. O "sistema dinamico" de cede
situagéo, Como Krech (2) o chamaria, seria de fate muto com-
plexo. Mas, a pessoa, com a participagao de sua consciéncia,
permitiria ao organismo total considerer, em cede estimulo, sua
necesssidade e exigéncia, sua relative intensidade e import8n-
cia, tornado-se apta, a partir desse quadro complexo, a avaliar
e descobrir, enfim, aquele curse de acao mais prCximo de sa-
tisfazer todas as sues necessidades na situacao. Uma analo-
gia que se aproximasse de uma descricao seria comparer essa
pessoa a um gigantesco computador eletr6nico. Uma vez que
ela esteja aberta 8 experiéncia, todos os dados de sues impres-
s6es sensoriais, de sua meméria e aprendizagens prévias, de
estados visceral e infernos, alimentary a m8quina. Ela perce-
be todas essas mu'ltiplas influéncias determinadas por todos
os fatores na situacao existencial e as faz entrar Como dados e
rapidamente computer o curse de ac8o que seria o veter mais

D M H H H H H A A n lnflI\-nnn rl-1 I IF;-n - NA¢IFnn I anan


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J hn Keith W d c I. ( rg.)

econ6mico de satisfagéo da necessidade nessa situagéo exis-


tencial. Este é o con portamento de nossa pessoa hipotética.
As deficiéncias que na maioria de nos tornado este pro-
cesso neo confiével sao a incluséo de material neo existencial
ou a auséncia de dados. E quando memérias e aprendizagens
prévias sao introduzidas na computagéo, Como se fossem esta
realidade e nao memérias e aprendizagens, é que surgery res-
postas comportamentais err6neas. Ou, quando certes expe-
riéncias ameagadoras sao inibidas 8 consciéncia e entail ne-
gadas 8 computagao ou introduzidas de forma distorcida, isso
também produce euro. Mas nossa pessoa hipotética consideraria
seu organismo inteiramente confi8veI, porque todos os dados
disponiveis seriam usados e estariam presentes de forma mais
acurada do que distorcida. Assign, seu comportamento se tor-
naria tao prOximo quanta possivel de satisfazer todas as sues
necessidades - de expansao, de vinculagao com outros e coi-
sas parecidas.
Nesse ponderer e computer, seu organismo nao seria, de
mode algum infalivel. Daria sempre a melhor resposta possivel
para os dados disponiveis, mas algumas vezes faltariam da-
80 |
dos. Devido ao elemento de abertura 8 experiéncia, no entanto,
qualquer euro, qualquer sequéncia de con portamento que neo
satisfizesse seria rapidamente corrigida. As computagées, por
assisi dizer, estariam sempre em processo de correqéo, porque
seriam continuamente testadas no con portamento.
Talvez a analogize com um computador eletrénico neo
seja do agrado gera. Vou colocar a questéo em termos mais
humanos. O clients previamente citadel descobriu-se expres-
sando irritagéo em relagéo é sua filha, quando ele se "sentia
assisi", assisi Como expressava afeto, quando sentia afeigéo.
Percebeu-se, ainda, fazendo-o de uma maneira que nao ape-
nas aliviava sua prépria tensao Como permitia 8 garotinha ex-
ternar as irritaQ6es dela. Ele descreve as diferengas entre co-
municar sua irritagao e dirigir-Ihe sens sentimentos de raiva ou
imp6-los a ela. Ele continua: "Exatamente porque nao sir to que
estou impondo os meus sentimentos a ela, parece que precise
mostr8-los no men rosto. Talvez ela veja Como: 'Ah, O papal est8
bravo, mas nao ten ho que me submitter'. Porque ela nuncio se
submerse. lsto em si é um assunto para um romance, tao interes-
sante quanta". Nesse exempla, estando alberto 8 experiéncia,
ele seleciona com surpreendente habilidade intuitive um curse

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Abordagem Centzrada na Pessoa | 5a edigio

de con portamento sutilmente orientado que vai atender é sua


necessidade de alivio de tenséo da raiva, mas também satisfaré
sua necessidade de ser um bom pai e de encontrar satisfagéo
no desenvolvimento saudével da filha, e ele consegue ludo isso,
com a participagéo de sua consciéncia simplesmente fazendo
o que sente Como cento.
Em um nivel completamente diferente, parece ser essa
res ma espécie de selegao organismica complexer que deter-
mina o con portamento cientifico de um homer Como Einstein,
mantendo-o numa dada diregao, muito antes que ele pudesse
ter qualquer base plenamente consciente e racional para isso.
Durante esse periodo inicial, ele esta simplesmente confiando
na reagao total de seu organismo. E ele diz: "Durante todos
aqueles anus havia um sense de direQ8o, Como ester Indo dire-
to a alguma coisa concreter. Naturalmente, é muto dificil expres-
sar esse sentimento em palavras, mas esse era decididamente
o case, que deve ser claramente diferenciado de consideragées
posteriores sobre a forma racional da solugéo".(5) Esse é o tipo
de comportamento, creio eu, também caracteristico da pessoa
que aproveitou bem a terapia. 181

A Pessoa em Funcionamento Pleno

Gostaria de articular esses trés fins para compor uma tra-


ma mais unificada. Parece que a pessoa que emerge de uma
experiéncia, que teoricamente atingiu seu porto Otimo, de Te-
rapia Centrada no Cliente é, entail, uma pessoa em funciona-
mento pleno. Ela é capaz de viver plenamente com cede um e
com todos os sens sentimentos e reagOes. Esta usando todo
o seu equipamento orgénico para sentir, tao acuradamente,
quanta possivel, a situagao existencial interns e externs. Est8
usando todos os dados que seu sistema nervosa pode assisi
fornecer, usando-os com consciéncia, mas reconhecendo que
seu organismo total pode ser, e frequentemente é, mais sabio
que sua consciéncia. E capaz de permitir que seu organismo
total funcione em toda a sua complexidade, selecionando entre
as mu'Itiplas possibilidades, o comportamento que no momenta
sera o mais ample e genuinamente satisfatOrio. E capaz de con-
fiar em seu organismo com esse funcionamento, neo porque tal
funcionamento seja infalivel, mas, porque a pessoa esté total-

r\..l...I. - - A -

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J h KithWod r !.(r`g.)

mente aberta is consequéncias de cede uma de sues aqées, e


pode corrigi-las case nao a satisfagam completamente.
Ela é capaz de experienciar todos os sens sentimentos
sem redo de nenhum deles, ela é seu pr6prio critério de evi-
déncia, mas esta alberta a evidéncias de todas as fortes, est8
completamente engajada no processo de ser e tornado-se ela
res ma e assisi descobrir que é socialmente orientada de for-
ma alida e realists, vive completamente no momenta, mas
aprende que este é o mode mais saud8veI de viver por todo O
tempo. E um organismo em funcionamento pleno e, devido a
consciéncia de si res ma que flub livremente em sues experién-
cias e através deles, é uma pessoa em funcionamento pleno.

Algumas Implicag6es dessa Descrigéo

Esta é, entéo, minha definigéo proviséria do hipotético


porto final da terapia, minha descrigéo do quadro final do quai
nesses clientes reals se aproximam, mas nuncio atingem com-
821 pletamente. Gosto dessa descriQao, tanto porque acredito que
ela est8 fundamentada em - e é verdadeira para - nossa ex-
periéncia clinics, Como tambem porque acredito que ela ten ha
implicagOes clinicas, cientificas e filosOficas significativas. Gos-
taria de apresentar algumas destas ramificagOes e implicagOes,
Como as encaro.

A. Apropriada é Experiéncia Clinica

Em primeiro luger, a descrigéo parece center a base para


o fenémeno da experiéncia clinics na terapia bem sucedida.
Obsewamos que o clients desenvolve um locus de avaliagéo
interior, isto condiz com o concerto de confiabilidade do orga-
nismo. Comentamos a satisfagao do clients ao ser e tornado-se
ele mes no, uma satisfagéo associada ao processo de funcio-
namento pleno. Descobrimos que os clientes suportam uma va-
riedade e uma gama muto major de sentimentos, incluindo os
que anteriormente produziam ansiedade, e esses sentimentos
sao produtivamente integrados nas sues personalidades orga-
nizadas de maneira mais flexivel. Em resume, os concertos que
formula parecem ser suficientemente amplos para conterem os
resultados positives da terapia, tal Como a conhecemos.

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Abordagem Centrada no Pessoa l5a edigéo

B. Conduz a Hipéteses Operacionais

Apesar de visivelmente especulativa na forma em que se


apresenta, a formulagéo conduce, acredito, a hipéteses que po-
dem ser colocadas em termos rigorosos e operacionais. Creio
que tabs hipéteses seriam antes aculturais ou universals, e neo
diferentes para cede culture.
Os concertos apresentados, é 6bvio, nao s8o facilmente tests
dos ou medidos, mas, com nossa crescente sofisticagao em
pesquisa nessa area, sua mensuragao nao é uma esperanga
descabida. J8 estamos fazendo uma tosca tentative de chegar
ao concerto de abertura 8 experiéncia.

C. Explica Contradigées Desconcertantes

Durante os (lltimos anus, tem havido um acu'mulo de


vérias evidéncias desconcertantes no que diz respeito ao re
lacionamento entre terapia e testes projetivos. Sao dados per
sistentes que neo powder simplesmente ser ajustados de mode 183
confortével is tendéncias globals dos resultados de pesquisa
Descreverei cede um deles em termos gerais, de forma a nao
constranger as pessoas envolvidas.
a. Num case recente, considerado por diversos critérios
Como bem sucedido, um jovem diagnosticador estudou um
Rorschach pos-terapia e exclamou: "Meu Deus! Sera que o te-
rapeuta se deu conta de que este cliente ainda é psic6tico!"
b. Os protocolos do Rorschach de dez cases foram sub
metidos a um experiente psicodiagnosticador. Ele nao encontrou
evidéncia de mudanga construtiva, somente Ieves flutuag:6es. O
resultado for publicado. Mais tarde, uma experiente clinics, que
era também terapeuta freudiana, analisou os mes nos protoco-
los. Ela encontrou evidéncias decisivas de progresso terapéuti
co. Isso pareceu confuse e nuncio for publicado.
c. Quando um clinico estudou os protocolos de Rorscha
oh, pro e p6s terapia, de 56 clientes, sua impresséo Como drag
nosticador, através do estudo do Rorschach, for de neo haver
progresso. Mais tarde, quando escalas objetivas de classifica
Qao foram desenvolvidas, medindo tragus que teoricamente po
deriam mudar na Terapia Centrada no Cliente, encontraram-se
mudangas significativas através dessas escalas.
n,.l_l: 4 - ,--.

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J h K ith W d et: al. [org.]

d. Em outro case estudado e analisado minuciosamente,


o TAT for analisado por uma clinics que tinha experiéncia em
tests projetivo, respeitava a terapia, e neo conhecia nada sobre
o case. Ela encontrou impressionante evidéncia de progresso.
Quando o mes no conjunto de protocolos do TAT for analisado
com base em escalas objetivas estabelecidas por um diagnos-
ticador, nao foram encontradas mudangas.
e. Numa sherie de cases julgados por terapeutas e distri-
buidos numa escala que variava de pouco a muito éxito, houve
uma correlagao altamente negative entre as avalia<;6es do tera-
peuta e a analise dos TAT com base em escalas objetivas esta-
belecidas por um diagnosticador. Os cases considerados pelo
terapeuta Como mais bem sucedidos foram avaliados Como os
renos bem sucedidos nas escalas do TAT. Os cases avaliados
Como mais bem sucedidos nas escalas do TAT foram consi-
derados, pelos terapeutas, Como ainda decididamente defensi-
vos.
Essas contradigdes agora comegam a se tornado um pa-
drao perceptivel, nos termos da teoria que estou apresentan-
do. Embora no momenta eu o afirme muto provisoriamente,
84 |
poderia parecer que quando testes projetivos sao analisados
logo apes a terapia, os mes nos elementos que o terapeuta vé
Como evidéncia de progresso sao vistas pelo diagnosticador
Como evidéncia de desorganizagéo. O que um vi Como fluidez,
abertura e experiéncia, organizagéo existencial, Como néo-rigi-
dez, pode ser vista pelo outro Como extrema Yalta de defesa,
desorganizagéo, quase caps. De qualquer mode, isso é o que,
provisoriamente, é sugerido por nossas evidéncias.
Parece possivel, entéo, que a abertura, a adaptabilida-
de e o viver existencial, que sao caracteristicas da pessoa que
recebeu ajuda maxima da terapia, seam vistas por um diag-
nosticador, que utilize normas populacionais, Como sinais de
que a pessoa esté se desintegrando. O que para o cliente sao
qualidades profundamente enriquecedoras em' sua Vida, pode,
em termos de normas populacionais, ser vista Como patologia
desviante. Isso é uma possivel explicagao significativa para
aquilo que, de outro ado, seriam fates desconectados e con-
tradit6rios.

D. Criatividade Como resultado

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Abordagem Centrada na Pessoa | 5I ediqéo

Um dos elementos que me agrada na formulagéo teérica


que apresentei é que a pessoa em cause é uma pessoa criati-
va.
Essa pessoa, no hipotético porto final da terapia, bem
poderia ser uma das pessoas "auto-realizadas", Segundo Mas-
low. Com a sensivel abertura a seu préprio mundo, confianga
na prépria habilidade para fazer novos relacionamentos com
seu neo ambients, ela seria o tipo de pessoa capaz de viver e
produzir criativamente. Nao estaria necessariamente "ajustada"
8 sua culture e muto certamente nao seria conformists. Mas
em qualquer época e em qualquer culture, ela viveria constru
tivamente, tanto em harmonia com sua culture, quanta com a
satisfagéo equilibrada de sues necessidades. Em algumas si-
tuag6es cultural ela poderia, de alguma maneira, ester muito
infeliz, mas, continuaria a ser ela res ma e a comportar-se de
mode a prover o maximo de satisfagéo de sues necessidades
mais profundas.
Acredito que tal pessoa seria reconhecida polo estudio
so da evoiugao Como um tipo com major probabilidade de se
adaptor e sobreviver sob condigOes ambientais em mudanga
Seria capaz de, criativamente, promover ajustamentos saud8
Weis em relagao 8s novas e is velhas condicgOes. Seria uma van
guards adequada da evolugao humana.

E. Fundamenta-se na confiabilidade da natureza humana

Deve ter ficado evidente que uma implicagéo da viséo


aqui apresentada é que a natureza bésica do ser humane,
quando funcionando Iivremente, é construtiva e confiével. Para
mm, isso é uma conclusao inevitavel apps um quarto de sécu-
lo de experiéncia em psicoterapia. Quando sumos capazes de
liberty o individual da tendéncia a defender-se, de tal forma que
ele esteja aberto 8 ample gama de sues préprias necessida-
des, assisi Como 8 ample extensao das solicitag6es ambientais
e socials, sues reag:6es powder ser avaliadas Como positives,
progressistas, construtivas. N80 precisamos perguntar query
ire socializer-Io, porque uma de sues mais profundas necessi-
dades é a de vinculagéo e comunicagao com outros. Quando é
totalmente ele mes no, n8o pode deixar de ser realisticamente
socializado. N80 necessitamos perguntar query controlar8 sens
in

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JhnKit:hwod [Z l.[rg.]

impulses agressivos, porque quando ele esté aberto a todos os


sens impulses, sua necessidade de ser amado e sua tendéncia
a expresser afeigéo sao two fortes quanta sens impulses para
atacar ou dominar. Ele sera agressivo em situac;6es nas quais
a agressao é realisticamente apropriada, mas nao haver8 ne-
cessidade desenfreada de agressao. Seu comportamento total
nestas e noutras 8reas, quando esta aberto 8 sua experiéncia
total, é equilibrado e realists, um con portamento que é apro-
priado 8 sobrevivéncia e expansao de um animal altamente so-
cial.
Ten ho pouca simpatia pelo concerto predominante de
que o homer é basicamente irracional e que sens impulses, se
nao controlados, tenderao a destruigao dos outros e de si pré-
prio. O comportamento do homer é requintadamente racional,
movendo-se com complexidade sutil e ordenada em diregao a
metas que seu organismo se esforqa por alcangar. A tragédia,
para a maioria de n6s, é que nossas defesas nos impeder de
estarmos conscientes dessa racionalidade, de tal forma que
conscientemente nos movemos numa diregéo, enquanto orga-
861
nismicamente nos movemos em outra. Mas em nossa pessoa
hipotética neo haveria tabs barreiras e ela seria participants da
racionalidade de seu organismo. O Linico controls de impulses
que existiria ou que seria considerado necessério é o equilibrium
natural e inferno de uma necessidade face a outra e a desco-
berta de comportamentos que acompanhem o veter que mais
se aproxime da satisfagéo de todas as necessidades. A experi-
éncia de extrema satisfagao de uma necessidade (de agresséo,
sexo, etc) de mode a violentar a satisfagao de outras necessi-
dades (por companhia, relacées terras, etc) - uma experiéncia
muito conium na pessoa defensivamente organizada - seria
simplesmente desconhecida para nos so individual hipotetico.
Ele participaria das atividades auto-reguladoras amplamente
complexes de seu organismo - os controies termostaticos tanto
psicolégicos Como fisiolégicos - de maneira a viver harmonica-
mente consign e com OS outros.

F. Comportamento confiével, mas neo previsivel

Nessa viséo do ser humane em seu funcionamento ple-


no, echo fasci nante observer certes implicaqées que tom a ver
com a previsibilidade. Dove ester claro, no quadro teérico que

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Ab rd g m C tzrada Pessoa I pa dig"

esbocei, que a configuragéo particular dos estimulos infernos


e externos que a pessoa vive nesse momenta, nuncio existiu
antes dessa exata maneira, e também que seu con portamento
é uma reagao realists a uma apreensao acurada de toda essa
evidéncia internalizada. Ficaria, portanto, claro que essa pes-
soa parecer8 a si res ma confiavel, mas nao especificamente
previsivel. Entrando numa situagao nova com uma figurer de au-
toridade, por exempla, nao poder8 predizer quai sera seu com
portamento. Este ser8 contingente ao comportamento dessa
figurer de autoridade e 8s sues préprias reac;6es internas ime-
diatas, desejos, etc. A pessoa pode confiar em que se compor
tar8 apropriadamente, mas nao tem conhecimento antecipado
do que far8. Esse porto de vista é frequentemente expresso por
clientes, e acredito que isso é profundamente importante.
Mas o que estive dizendo sobre o cliente seria igualmen
te verdadeiro sombre o cientista que estrada seu con portamento
O cientista consideraria o con portamento dessa pessoa Como
ordenado e acharia possivel explic8-Io a posteriori, mas nao
poderia predizer ou prever o seu con portamento especifico
As raz6es sao esters. Se o con portamento de nos so hipotético
cliente é determinado pelo sentido acurado de toda a complexer
evidéncia que exists nesse momenta, e apenas por essa evi-
déncia, entéo os dados necessérios para a predigéo estéo cla
ros. Seria necessério dispor de instrumentos para medir cede
um dos mIJltiplos estimulos recebidos e um grande computa-
dor mecanico para calcular o veter de reagao mais econémico
Enquanto essa computagéo est8 se processando, nossa pes
sea hipotética je fez essa complexer sintese e avaliagéo dentro
do seu preprint organismo, e agiu. A ciéncia, se eventualmente
pudesse reunion todos esses dados com suficiente exatidao, de-
veria, teoricamente, ser capaz de analis8-los e chegar 8 res ma
conclusao, e assisi explicate seu comportamento a posteriori. E
improv8vel que em algum momenta a ciéncia pudesse reunion
e analise os dados instantaneamente, o que seria necessa-
rio case se tratasse de predizer o componamento antes que o
mes no ocorresse.
Pode-se clarificar isso, tomando emprestado e amplian
do um pouco o pensamento exposto por minha colega Dra
Hedda Bolgar, ao assinalar que o comportamento da pessoa
desajustada é que pode ser especificamente previsivel, e que
alguma perda de previsibilidade deveria aparecer sempre que

H I I I 1

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John Keith Wood et al. [org.]

aumente a abertura é experiéncia e ao viver existencial. Na pes-


soa desajustada, o con portamento é previsivel precisamente
porque é rigidamente padronizado. Se tal pessoa aprendeu um
padre de reagéo hostil é autoridade e se essa "autoridade per-
versa" é parte de sua concepgao de si res ma em relaqao 8
autoridade, e se por cause disso ela negs ou distorce qualquer
experiéncia que pudesse fornecer evidéncia contraditéria, en-
tao, seu con portamento é especificamente previsivel. Pode se
dizer com SGQUTHTIQH que, numa situaqao nova com uma figurer
de autoridade, a pessoa the ser8 hostil. Mas, quanta mais essa
terapia, ou qualquer tipo de experiéncia terapéutica, aumentar
a abertura 8 experiéncia dessa pessoa, renos previsivel sera
seu comportamento. O estudo de Michigan (1) confirms isso
grosse mode, lentando predizer o éxito na psicologia clinics. As
predigées para os homers que estavam em terapia durante o
periodo da investigagao foram definidamente renos acuradas
do que para o grupo Como um todo.
O que estou dizendo aqui tem embasamento na afir-
ma08o conium de que o propOsito mais ample da Psicologia,
Como ciéncia, é a "predigao e o controls do con portamento hu-
88 |
mano" - uma phrase que para mim tem tide implicagOes filosOfi-
cas perturbadoras. Estou sugerindo que, quando o individual se
aproxima desse mode de funcionamento pleno, seu comporta-
mento, embora sempre ordenado e determinado, toma-se mais
dificil de predizer, e, embora sempre confiével e apropriado,
mais dificil de controller. Isso talvez significasse que a ciéncia da
Psicologia, em sens niveis mais altos, seria mais uma ciéncia da
compreensao do que uma ciéncia da predigao, uma anaiise da
ordenagao daquilo que ocorreu, mais do que, primariamente,
um controle do que ocorrer8.
Em geral, essa Iinha de pensamento é confirmada por
nesses clientes que se ser tem confiantes em que o que farao
em determinada circunstancia ser8 apropriado, compreensivel
e saudavel, mas, neo podem predizer antecipadamente Como
se comportarao. E também confirmada por nossas experién-
cias Como terapeutas, na medida em que estabelecemos uma
relagao em que podemos ester seguros de que a pessoa des-
cobrir8 a si res ma, tornar-se-8 era res ma, aprendera a fun-
cionar mais Iivremente, mas nao podemos prever o conteUdo
especifico da pr6xima afirmagao, da préxima fase da terapia ou
da solugao comportamental que o ciiente encontrara para um

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Ab rdag m C ntzrada na P s l5a IHQ-

dado problems. A diregéo goral é confiével e podemos ester


ceros de que serf apropriada, mas seu conte(ldo especifico é
imprevisivel.

G. Relaciona Liberdade e Determinismo

Gostaria de irainda alum e oferecer uma implicaqéofilosé


fico final, significativa para mm. He algum tempo ten ho estado
perplexo em relagéo ao paradoxo vivo existents em psicotera-
pia, entre liberdade e determinismo. Na relagao psicoterapéu
tics, uma das mais fortes experiéncias subjetivas é aquela em
que o cliente sente em si mes no O powder da pure escolha. Ele
é Iivre para se tornado ele mes no ou para se esconder atreus de
uma m8scara, para ir adiante ou retroceder, para se comportar
de mode destrutivo para si e para os outros, ou de mode cons-
trutivo, totalmente Iivre para viver ou para morrer, tanto no sen
tide fisiolégico quanta psicolégico dos termos. Ainda quando
adentramos o campo da psicoterapia com métodos objetivos
de pesquisa, estamos, Como qualquer outro cientista, submeti-
dos a um complete determinismo. Desse porto de vista, cede
pensamento, sentimento e agao do cliente é determinado por
aquilo que o precede. O dilemma que estou lentando descrever
nao é diferente daquele encontrado em outros campus - é sim-
plesmente colocado sob um loco mais agudo. Tentei expresser
isso num trabalho escrito he um ano, contrastando essas dues
vis6es. "Aqui (no campo da psicoterapia) esté a maximizagéo
de ludo o que é subjetivo, inferno, pessimal, aqui, o relaciona-
mento é vivido e neo examinado, aqui emerge uma pessoa,
nao um objeto, uma pessoa que sente, escolhe, acredita, age,
neo Como um aut6mato, mas Como uma pessoa. Entao, aqui
também est8 o objetivo Ultimo da ciéncia - a exploragao objetiva
dos aspectos mais subjetivos da Vida, a redugao a hipéteses, e
eventualmente a teoremas, de ludo o que for vista Como o mais
pessimal, o mais completamente interior, o mais cuidadosamen-
te parte de um mundo privado". (4)
Nao pensem que sou ingénue a porto de super que re
solvi o dilemma entre o objetivo e o subjetivo, entre a Iiberdade
e o determinismo. No entanto, nos termos da definigéo que dei
da pessoa em funcionamento pleno, a relagao pode ser vista de
uma nova perspective. Podemos dizer que no porto étimo da
terapia, a pessoa experiencia genuinamente a mais completer e

m. l * \ l l * \ a An nrldan-n An I .. N A . .:....-. I anan


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Ab rdagem C Crada na P SS a I 5a dig

que, de mode imperfeito, realmente emerge da experiéncia de


seguranga e Iiberdade numa relagéo terapéutica e essa é a pes-
soa que tenter descrever de forma "pure". Meu propésito neo
for convencé-los da correggio deste porto de vista. Na verdade,
deveria confessor que escrevi este trabalho basicamente para
minha prépria satisfagao, para esclarecer os pensamentos que
tom me inquietado. Mas, se esta apresentaqao os Ievar a formu-
Iar a sua prépria visao da pessoa que emerge da terapia, ou os
habilitar a apontar algumas alfas em men préprio pensamento
que eu ainda n8o ten ha vista, ou despertar em vocés o desejo
de tester objetivamente este ou outro quadro que vocés tenham
delineado por vocés mes nos, entail este trabalho ter8 servido
plenamente, tanto a seu propésito prim8rio, quanta ao secun-
d8rio.

Referéncias Bibliogréficas

1.KELLEY, E. L., FISKE, D. W. The Prediction of Performance in


Clinical Psychology. Ann Arbor: University of Michigan Press,
1951.
2. KRECH, D. Notes towards a psychological theory. J. Pers.,
voI.18: 66-87, sept. 1949.
3. ROGERS, C. R. Personal thoughts on teaching and learning
Merrill-Palmer Quart.,vol.3 p. 241-243, Summer, 1957. Também
publicado em Improving College and University Teaching, vol.6
1958. p. 4-5.
4. ROGERS, C. R. Persons or science: a philosophical question
Amer. Psychologist,vol.10 1955. p. 267-278.
5. WERTHElMER, M. Productive thinking. New York: Harper
1945. p.183-184.

n.,LII 4 _ _._ 4 n u - _ ¢ - _

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JhnKithw d [7 l.(rg.)

92 I

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Abordagem Centrada no Pessoa l5' edigio

A EQUAQAO DO PROCESSO DA PSICOTERAPIA4


Carl Ransom Rogers

Hé muito tempo venho lentando formular para m m o


processo polo quai se atinge a mudanga na personalidade e
no comportamento, através do psicoterapia. Essas formulaQ6es
mud am de vérias maneiras, é nedda que minha experiéncia
Como terapeuta aumenta. Elas continuam a mudar enquanto
vamps ganhando, pouco a pouco, através da pesquisa, um co-
nhecimento mais exato do processo. Algumas vezes sir to que
nos so progresso nessa compreensao é desencorajadoramen-
te lento. Outras vezes, quando olho para tr8s e para o que se
conhecia em matériel de psicoterapia he 30 anus, quando me
tornei terapeuta, sir to que temps feito consideraveis avangos.
Ten ho side estimulado nos Ultimos anus por nossa ha-
bilidade em proper alguns esbogos de equagao. Podemos
formular proposic.;6es, compar8veis a equagées quimicas ru- 193
dimentares. Podemos dizer que, haver do uma pessoa dese-
jando ajuda e uma segunda provender um relacionamento com
os elementos a, b e c, entail ocorre um processo de mudanga
que envolve os elementos x, y e z. Podemos especificar quase
que definitivamente a natureza de cede um desses elementos.
Obtivemos, em outras palavras, mais conhecimento objetivo de
cause e efeito em psicoterapia.
Neste vertigo, gostaria de apresentar minha formula(;8o
atual do processo de terapia, que incorpora parte do conheci-
mento mais recente.

O Relacionamento Efetivo

Hé dots estudos recentes cujos resultados me entusias-


mam porque representam um considerével avango na definigéo
objetiva dos elementos efetivos que ocasionam a mudanga te-
rapéutica.

". The Process Equation of Psychotherapy. American Journal of


Psychotherapy, vol.15 (1): 27-45, 1961.

N \ l ; AIn a n u | i r s - - A- I I#-.-» - - A . nf;-u-n I anan


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John Keith Wood et al. [org.]

A Relagéo conforme Percebida por "Juizes"

O primeiro estudo que querier relater é o de Halkides (1),


we partial de uma de minhas formulaQ6es teéricas, referents
is condigées necessérias e suficientes para a mudanga tera-
péutica (2). Ela propos Como hipétese uma relagao significativa
entre a extensao da mudanga construtiva na personalidade do
cliente e quatro variaveis referentes ao terapeuta, quatro carac-
teristicas atitudinais sutis: (a) o gray de compreensao emp8tica
manifestada pelo terapeuta em relagao ao cliente, (b) o gray
de atitude afetiva positiver (consideragao positiver incondicional)
manifestada pelo terapeuta em relagao ao cliente, (c) o quan-
to o terapeuta é genuine ou congruente, no sentido em que
sues palavras correspondam a sens preprios sentimentos, e
(d) o quanta a resposta do terapeuta corresponde 8 afirmagao
do cliente na intensidade da expressao afetiva. Para investigate
essas hipéteses, ela selecionou, primeiramente, por mUltiples
criterios objetivos, um grupo de dez cases que poderiam ser
94 | classificados Como "os mais bem sucedidos" e um grupo dos
dez cases "renos bem sucedidos". Tomou de cede um dresses
cases uma entrevista da fase inicial e uma da final. Selecionou,
ao acaso, move unidades de interaqéo clients-conselheiro - uma
afirmagéo do cliente e uma resposta do conselheiro - de cede
uma das entrevistas. Tinha, assisi, move unidades de interagao
do con ego e move unidades de interagao do final de cede case.
Isso he deu v8rias centenary de unidades dessas amostras de
entrevista, que foram entail colocadas em order aleatéria. As
unidades de entrevistas iniciais de um case nao bem sucedido
poderiam ser seguidas pelas unidades de entrevistas finals de
um case bem sucedido, etc.
Trés juizes que nao conheciam os cases, nem sens grays
de éxito, nem a forte de qualquer unidade dada, ouviram entail
esse material em quatro ocasi6es diferentes. Avaliaram cede
unidade numa escala de sete pontes, primeiro pelo gray de em-
patia, Segundo, pelo gray de atitude positiver do conselheiro em
relacao ao cliente, terceiro, pela congruéncia ou autenticidade
do conselheiro e, quarto, polo gray em que a resposta do con-
selheiro corresponding 8 intensidade emocional da expressao
do cliente.
Penso we todos nos, we conheciamos o estudo, o con-

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Abordagem Centzrada na Pessoa l5a edigén

siderévamos uma aventura muto ousada. Poderiam OS juizes,


ouvindo unidades isoladas de interagéo, fazer qualquer avalia-
géo confiével de qualidades two sutis? E mes no se atingissem
uma confiabilidade adequada, poderiam os 18 intercambios
conselheiro-cliente de cede case - uma amostra de um minute
das centenary ou mil fares de intercémbios que ocorreram em
cede case - mantel alguma relagao com o resultado terapéuti-
co? A possibilidade parecia remoter.
Os resultados foram surpreendentes. Foi possivel alcangar alter
fidedignidade entre os juizes, ficando a major parte das cor-
relaQ6es entre eles em torno de 0,90, com excegao da Ultima
vari8vel. Descobriu-se que um alto gray de compreensao em-
p8tica estava significativamente correlacionado, em nivel 0,001,
ans cases mais bem sucedidos. Um alto gray de consideragao
positiver incondicional estava, do mes no mode, correlaciona-
do com os cases mais bem sucedidos, em nivel 0,001. Mes no
a avaliagao da autenticidade ou congruéncia do terapeuta - a
extensao em que sues palavras correspondiam a sens senti-
mentos - for correlacionada com o resultado dos cases bem
sucedidos, e novamente a nivel de significancia de 0,001. Os 195
resultados so foram ambiguos e inconclusives na investigacgao
da intensidade correspondents de expresséo afetiva.
E interessante também, que, escores elevados nesses
variéveis neo foram correlacionados mais significativamente a
unidades das entrevistas finals, do que a unidades das iniciais.
Isso significa que as atitudes do conselheiro foram muto cons-
tantes no decorrer das entrevistas. Se ele era altamente empéti-
co, tending a so-Io do con ego ao fim. Se he faltava autenticida-
de, isto tending a ser verdade tanto nas entrevistas iniciais Como
nas finals.
Outro resultado de interesse é que trés das quatro varié-
veis investigadas mostraram alto gray de correlagéo. As medi-
das de empatia, consideragéo positiver incondicional e autenti-
cidade ou congruéncia correlacionaram-se altamente, de 0,72 a
0,89. E evidente que essas trés variéveis sao muito interligadas
ou podem representer trés medidas de um fetor mais subja-
cente. A correspondéncia do terapeuta 8 intensidade afetiva do
cliente nao se correlacionou significativamente 8s outras trés,
nem com o fetor éxito.
Os resultados de Halkides podem ser expresses de ma-
neira muito simples. A qualidade da interagzao do terapeuta com

n. .1...1. -na-
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seu clients pode ser fidedignamente avaliada com base em


uma amostra muito pequena de seu con portamento. He uma
grande probabilidade de uma efetiva relagao de ajuda quando
o terapeuta é congruente, quando sues palavras correspondent
a sens sentimentos, quando gosta de seu clients e o aceita in-
condicionalmente e quando compreende os sentimentos do
clients, Como estes parecem 8 ele mes no, comunicando-lhe
essa compreensao.

O Relacionamento conforme Percebido pelos Clientes

Um Segundo estudo do relacionamento terapéutico for


realizado por Barrett-Lennard. (3) Ele também quis investigate a
teoria que eu tinha proposto quanta is qualidades essenciais
da relagéo que produce mudanga terapéutica. Entretanto, em
vez de user juizes isentos, ele estudou a maneira pela quai o
relacionamento era percebido pelo cliente e pelo terapeuta. De-
senvolveu um Inventério de Relacionamento que tinha formas
96 | diferentes para clientes e terapeutas e for planejado para estu-
dar cinco dimens6es do relacionamento. Até o momenta, ele
analisou somente os dados da percepgao do relacionamento
pelo cliente e sao esses os resultados que relatarei. Barrelt-Len-
nard estudou uma nova sherie de cases nos quais ele serbia que
terra v8rias medidas objetivas do gray de mudanga. Apresentou
seu Invent8rio de Relacionamento a cede cliente, apps a quinta
entrevista. Com a finalidade de oferecer mais detalhes desse
estudo, you desenvolver cede uma das variaveis.
Ele estava interessado, em primeiro luger, em medir em
que extensao o cliente se sentia empaticamente compreendi-
do. lncluiu, entail, items relatives ao terapeuta, que foram avalia-
dos pelo cliente numa escala de sets pontes, variando de muito
verdadeiro a extremamente nao verdadeiro. Fica evidente que
esses pontes representam diferentes grays de compreens8o
emp8tica:

"EIe aprecia o que minha experiéncia significa para


mim. H

"Ele entendre o que eu digo de um porto de vista


imparcial e objetivo."

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Abordagem Centrada no Pessoa | 5a edigéo

"Ele entendre minhas palavras, mas rréo a maneira


Como sir to. "

Em Segundo Ingar, Barrett-Lennard quis medir o nivel da


consideragéo, o gray da afeigéo do terapeuta polo cliente. Para
faze-Io, havia items Como os Iistados abaixo, cede um novamen-
te variando de extremamente verdadeiro a extremamente nao
verdadeiro.

"Ele se preocupa comigo.


H

"Ele é indiferente a " m m

"Ele me desaprova. I!

Para medir a incondicionalidade da consideragéo, a ex-


tenséo em que neo havia condigées para a afeigéo do conse-
Iheiro, items deste tipo foram incluidos:
197
"Quer eu estela expressando "bons" ou "mays"
sentimentos, isso neo parece afetar o mode Como
ele se sente em relagéo a mm."

"Seu interesse por m m depende do que eu esteja


/he falando."

A fim de medir a congruéncia ou autenticidade do tera-


peuta no relacionamento, items deste tipo foram usados:

"Ele se comports exfamente do jeito que é no nos-


so reiacionamento."

"Ele tinge gostar de m m ou me entender mais do


que realmente sente."
U
"Ele desempenha um papel diane de mm.

Barrett-Lennard também quis medir outra variével que


considerava importante - a disponibilidade psicolégica do con-
selheiro, ou a disposigéo para se deixar conhecer. Para med-Ia,

I r I

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items deste tipo foram utilizados:

"Ele me contaré livremente sens préprios pensa-


mentos e sentimentos quando eu quiser conhecé-
los."

"Ele rostra desconforto quando pergunto alga so-


bre ele."

"Ele neo se dispée a me dizer Como se sente a men


respeito."

Os resultados de Barrett-Lennard sao interessantes. Os


mais experientes de sens terapeutas foram percebidos Como
tendo mais das quatro primeiras qualidades que os terapeutas
renos experientes. Na "disposigéo para se deixar conhecer",
entretanto, den-se o inverse.
Nos clientes mais perturbados dessa amostra, as quatro
primeiras medidas se correlacionaram todas, significativamente,
98 |
ao gray de mudanga na personalidade, medido objetivamente,
e ao gray de mudanga avaliado pelo terapeuta. Compreensao
emp8tica for mais significativamente correlacionada 8 mudan-
ga, mas autencidade, gray de consideragao e incondicionali-
dade de aceitagao estavam também correlacionados 8 terapia
bem sucedida. A disposigao para se deixar conhecer nao se
correlacionou significativamente.
Assign podemos dizer, com alguma certeza, que um re-
lacionamento caracterizado por alto gray de congruéncia ou
autencidade do terapeuta, por uma sensivel e acurada em-
patia por parte do terapeuta, por um alto gray de considera-
Qao, respeito e aprego pelo cliente por parte do terapeuta, e
por auséncia de condicionalidade em sua consideragao, ter8
alter probabilidade de ser uma relagao terapéutica eficaz. Essas
qualidades parecem ser os fatores basicos produtores de mu-
danga na personalidade e no con portamento. Esta declaragao
mantem-se, quer esses elementos seam classificados por um
observador imparciai que ouve as entrevistas gravadas, quer
sejam avaliados pelo clients Como este os percebe. Parece cla-
ro nos dots estudos que essas qualidades podem ser medidas
ou observadas em amostras reduzidas da interaQ8o, ja na fase
inicial do relacionamento, e podem ser usadas para predizer o

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fico para m m um avango extraordinério.

O Processo conformen ocorre no Cliente

Tentei explicitar o lado esquerdo ou causal da equagéo


da terapia. E possivel colocar em pormenores, igualmente con-
cretos, o Iado direito ou o Iado - efeito da equagéo? O que acon-
teceu no cliente? Qual é esse processo de mudanga, de apren-
dizagem, de terapia que é desencadeado? Aqui, me parece, as
formulaQ6es tom side mais variadas e nos so conhecimento é
ainda mais provisério. Entretanto, j8 exists um con ego. Esta-
mos identificando v8rios tipos de aprendizagens que ocorrem,
e os eventos seqUenciais que caracterizam o processo.
Durante os Ultimos trés anus, preocupei-me especial-
mente com o processo de eventos seqUenciais que ocorrem
com no cliente (4). Mergulhei em gravagées de sess6es tera-
péuticas. Nelas, tenter discernir as mudangas caracteristicas
ou aprendizagens que ocorrem quando a terapia é proveitosa.
100 | Dessa experiéncia, resultou uma formulagao um pouco diferen-
te de um continuum do funcionamento psicolqgico. Gostaria de
apresenta-Ia de forma muto proviséria. Vejo-a Como um Longo
e 8rduo caminho de mudanga e desenvolvimento. Determinado
clients comega a terapia em algum porto desse caminho e, se
for ajudado, caminha uma disténcia variével, rump ao objetivo.
Espero que a natureza desse caminho se tonne mais Clara
no que se segue. Deve ser suficiente por ora, dizer que comega
numa extremidade, com um tipo de funcionamento psicolégico
rigido, estético, indiferenciado, neo-sentido e impessoal. Evo-
lui, através de vérios estégios, ate a outra extremidade, num
nivel de funcionamento marcado por mutabilidade, fluidez, rea-
Qées ricamente diferenciadas, experienciagéo imediata de sen-
timentos pessoais assumidos em profundidade, Como préprios
e aceitos. Em qualquer terapia bem sucedida, eu aventaria, o
cliente se move para ascender nesse padraic, qualquer que seja
O porto aonde inicialmente se encontre.
Um de nesses grupos de Wisconsin tentou fazer obser-
vagOes desse processo seqilencial, colocando-as numa escala
operacional. (5, 6) Chegamos peio renos ao porto em que,
dado um segmento de entrevista gravada, podemos dizer, com
satisfatOria objetividade e fidedignidade, que isto é caracteris-

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Abordagem Centzrada no Pessoa l5a edigéo

tice de cento porto no continuum. Gostaria de tenter oferecer-


Ihes algumas impressées sobre as qualidades da expresséo
pessimal caracteristicas de diferentes estégios do processo, e
também sobre os diferentes fins a partir dos quais o processo
parece ser tecido.

A Mudanga em Relagéo ans Sentimentos

Tratarei primeiramente da maneira pea quai o clients se


refere ans sentimentos e significados pessoais. Breves exem-
plos poderéo ajudar. Nesses fragmentos, neo é o conteljdo e
Sim a qualidade da expresséo que é importante para nesses
propésitos atuais. Um paciente, num hospital pu'blico, diz: "Vo-
zes continuam me incomodando todo o tempo, dizendo coisas
obscenas, e neo posso part -las". Observe-se que esses sen-
timentos neo sao reconhecidos Como prOprios. Sao comple-
tamente desconhecidos, estéo fore do seu controle e neo sao
aceitos Como Ihe sendo relacionados. Se ele fosse capaz de
dizer: "Estou perturbado por meus impulses sexuais", poderia 1101
ester muto mais adiante no continuum.
Ou, tomando outro exempla, caracteristico de um porto
bem mais adiantado na escala, encontramos exemplos Como
o que vent a segue. Um homer diz: "Sentir dependéncia me
desencoraja, porque significa que sou, de cento mode, incom-
petente para ajudar-me". Aqui, o clients esté descrevendo livre-
mente sens sentimentos Como objetos existentes no presents
e, ate cento porto, assumidos Como pr6prios. Neo os expresser,
descreve-os. Determina o significado de seu sentimento mais
por um processo intelectual do que propriamente por perceiver
o significado em si mes no.
Ainda mais adiante na escala, encontramos colocaqées
Como a seguinte. O cliente rostra-se muito perplexo quanta ao
que est8 sentindo e finalmente se expresser deste mode: "Pare-
ce Como se eu estivesse - neo set - ten ho a sensag8o de forgo
e ainda ten ho também um sentimento, que é uma espécie de
redo, de terror". Aqui, é claro que ele esté expressando os
sentimentos do momenta, vivendo-os, sentindo-os, diferencian-
do-os e se apropriando deles, ao mes no tempo em que os esta
expressando.
Assign, se eu fosse tenter descrever brevemente a manei-

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J h Keithw od [I I, ( pg.)

ra pela quai esse "fig" muds do porto mais baixo do continuum


para o mais alto, seria alga assisi: no segmento inicial, o indivi-
duo nao reconhece ou nao assume sens préprios sentimentos.
Isso se transforms numa descrigéo de sentimentos Como alga
remote, objetos nao assumidos, no momenta presents, geral-
mente existentes no passado. Em seguida, sao descritos Como
objetos presentes com algum sense de propriedade. Depois,
os sentimentos sao hesitantemente expresses - neo descritos
- no presents imediato. Sentimentos que tenham side nega-
dos no passado agora borbulham dolorosamente em diregao 8
consciéncia. Finalmente, a pessoa passer a viver num processo,
experienciando um flu xo de sentimentos continuamente muta-
vel. Neo esté mais afastada de sens sentimentos e de sens sig-
nificados pessoais, que estado continuamente ocorrendo dentro
dela. Livre e aceitadoramente, passer a vivo-los.

Mudanga na Maneira de Experienciar

O que venho dizendo sobre a maneira de experienciar do


1021 cliente pode ser formulado de outro mode, Como na propos-
ta desenvolvida por Gendlin e Zimring. (7, 8) O clients move-
se em dlregéo a viver no seu processo experiencial, usando-o
Como referente para guiar-se no seu encontro com a Vida. Neo
se caracteriza mais por um distanciamento em relagao 8 sua
experienciagao, nem por descobrir-Ihe o significado somente
muto tempo depots. Assign, é tipico de um porto baixo do con-
tinuum um cliente que, lentando alar do problems que o trouxe
ao terapeuta, diz: "O sintoma era - simplesmente ester muto
deprimido". Podemos presumir que em algum momenta ele ex-
perienciou profunda depressant, mas o mais prOximo que pode
chegar dessa experienciaoao, é conceitualiza-Ia no passado,
afastando-a de si. Nao e que ele estava deprimido. Era apenas
a existéncia de um sintoma.
A medida que progridem em terapia, os ciientes chegam
mais perto de sua prOpria experienciaoao, tornado-se renos
amedrontados com ela. Reconhecem que ela pode ter valor
Como referéncia, Como base para a descoberta de significados.
Assign, um cliente diz, sobre o que se passer consign: "Eu re-
almente n8o entrei em cantata com ela, estou apenas descre-
vendo-a". Aqui, ele se d8 conta de que nao esta inteiramente
dentro de sua experienciagao mas desejaria ester. Ainda mais

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Ab rd g m Centr do P SS a | 58 dig

adiante no continuum, um cliente diz: "Sinto-me parade nes-


te momenta. Por que me 'deu um bronco' justamente agora?
Sir to Como se estivesse segurando alguma coisa, se bem que
esteja Iargando outras e alga em mim esté dizendo: 'de que
mais eu ten ho que desistir'?" Nesta passagem, ele esté vivendo
com aceitagéo sua experiéncia imediata. Reconhece que, se
puder simbolizar o que est8 Ihe acontecendo no momenta, pro-
ver8 um significado para si, que serviré Como guia u'ul. Essa é a
espécie de reagao caracteristica da pessoa que passou muito
alum da extremidade superior do continuum.

Mudanga nos Construtos Pessoais

Outra Iinha de aprendizagem integrada nesse continuum


é uma mudanga no mode Como o clients constréi sua experi-
éncia. Na extremidade inferior do continuum, sens construtos
pessoais, para user a expressao de Kelly, sao rigidos, e nao s8o
reconhecidos Como construtos, mas sao considerados Como
fates. Assign, um cliente diz: "Eu nuncio consign fazer nada cento 1103
- nuncio terming nada". Isso parece a descriqao de um fate - é
assisi que as coisas sao. A medida que aprende, na seguran-
ga da terapia, comega a questioner esse construto rigido. Um
cliente nesse est8gio mais adiantado diz: "Nao set Como che-
guei a ter essa idalia de que ester envergonhado de m m era um
jeito adequado de ser". Aqui ele esta questionando e mudan-
do um construto pessimal que sempre Ihe pareceu imutavel. No
segmento superior do continuum, nuncio é dada 8 experiéncia
mais que uma construgao proviséria, reconhecida Como alga
que "eu" estou fazendo, neo uma qualidade inerente 8 situa-
gao. O cliente aprende que significado é alga que ele atribui a
uma experiéncia, nao é um fate inevitavelmente inerente a ela.

Mudanga na Comunicagéo do Self

Ainda outra linha de aprendizagem nesse continuum total


é a da satisfagéo envolvida na comunicagéo de si mes no. Na
parte inferior do continuum he uma Yalta de vontade real de fa-
lar de si. Encontramos clientes fazendo colocagées Como esta:
"Bem, you the dizer, sempre parece um pouco ridicule alar de
an- A . 1

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Abordagem Centrada no Pessoa 5a edigéo

nem qualquer envolvimento com ele. Na nedda em que o


clients vai se soltando na terapia, he major reconhecimento dos
problemas e major sentimento de responsabilidade para com
eles. Gradualmente, ele é capaz de encarar o fate de que os as-
suntos que mais o pressionam sao os problemas de sentimento
em relagéo ans outros, e he o desejo de examiner as reaQ6es
internas que possam ester contribuindo para essas dificulda-
des. Gradualmente, aprende a experienciar esses sentimentos-
problema, na relagéo com o terapeuta, e consegue utilize-los
mais construtivamente, a partir da aceitaqéo deles.

Mudanga nas Relagées lnterpessoais

Finalmente, exists o fig do relacionamento com os ou-


tros. Num porto mais baixo do continuum a pessoa tem redo
da proximidade no cantata pessimal e o evita através de muitos
mecanismos, incluindo a intelectualizagéo. Ela faz perguntas ao
terapeuta. Quer desempenhar o papel adequado, mas neo quer
entrar, Como pessoa, nesse perigoso e desconhecido mundo 1105
do relacionamento. Gradualmente, aprende que é seguro arris-
car-se de vez em quando na area dos sentimentos. Assign, um
cliente ousa dizer ao seu terapeuta: "Sim, esté cento, neo confine
em voce". Cada vez mais ele se atreve a viver abertamente em
relagéo ao terapeuta, Como um flu xo de sentimentos sempre
mutével, mas integrado. Pode expresser Iivremente seu redo,
assisi Como seu amer pelo terapeuta e sua raiva também. Des-
cobre que pode viver um relacionamento baseado nos sens
sentimentos.

Exemplo da Porgy Superior do Continuum

Nos pontes mais altos da escala, todos esses diferentes


aspectos que descrevi tender a se fundir e a se unificar. Apre-
sento um brevissimo exempla de um dos "mementos de movi-
mento", que ilustra isso em terapia. Observem-se as qualidades
registradas no depoimento do cliente. Ele esté experienciando
alga, exatamente nesse momenta, e lentando sentir o significa-
do do que Ihe esté acontecendo. Esté mudando um constructo
pessimal que sempre manteve: "Eu nao sou querido". Esta se

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J hn Keith Wood c l. (org.]

comunicando de maneira profunda, neo se contendo ou falan-


do sobre si, mas lentando ser a comunicagéo interns que esté
ocorrendo nele. Finalmente, esté fazendo ludo isso num rela-
cionamento muito aberto e fluents com o terapeuta. Aqui esté o
trecho:

"Poderia ate imaginer isso Como uma possibilida-


de, que eu pudesse ter preocupagéo carinhosa por
m m - mas Como poderia eu ser carinhoso e preo-
cupar-me comigo mes no, se ambos sao uma e a
res ma coisa? No entanto, posso sent-io two clara-
mente. Vocé sake, é Como ouidar de uma crianga.
Vocé quer dar-lhe isso e aquilo. Posso ver clara-
mente os objetivos para outra pessoa, mas nuncio
posso vi-los para m m mes no - que pudesse fazer
isso por mm, sake. E posslvel que possa queuer
realmente cuidar de m m e fazer disso o principal
propésito da minha Vida? lsso significa que terra
que lidar com O mundo inteiro Como se eu fosse o
guardian da mais estimada e querida propriedade,
1061
que esse eu estaria entre o precioso mim do qua/
quern cuidar e o mundo inteiro. E quase Como se
eu me amasse - sake, isso é estranho, mas é ver-
dadeiro

Este é um bom exempla de um estégio mais adiantado


no continuum.

O Processo Resumido

Gostaria de resume as aprendizagens que me parecem


two envolvidas no processo de terapia, usando passagens de
um vertigo anterior. "Tenter esbogar, de mode cru e preliminar,
o flu xo de um processo de mudanga que ocorre quando um
cliente se experiencia sendo aceito, bem-vindo e compreendi-
do, tal Como é. Esse processo envolve muitos fins, separéveis
de inicio, aproximando-se mais da unidade ao Longo do proces-
so".

"Esse processo envolve uma Iiberagéo de sentimentos.

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Ab dag m C estrada n P SS a | 5a dig

Sentimentos que neo sao reconhecidos, neo sao assumidos,


nem expresses, o clients entéo se desloca em diregéo a um
flu xo em que sentimentos em constante mudanga sao expe-
rienciados no instante em que ocorrem, de mode consciente e
aceitador, podendo ser acuradamente expresses."
"O processo envolve uma mudanga no maneira de expe-
riencian Do experienciagéo do evento orgénico, distante, limita-
do pela estrutura da experiéncia passada, o cliente avenge para
uma maneira imediata de experienciar, na quai percebe e con-
ceitualiza significados em termos do que é, neo do que for."
"O processo envolve a liberagao de mapas cognitives
da experiéncia. A partir de um mode rigido de construgéo da
experiéncia, percebida Como fates externos, o cliente avenge
na diregao do desenvolvimento de mudanqas, construindo sig-
nificados flexiveis a partir da experiéncia, construgées que, por
sua vez, sao modific8veis a cede nova experiéncia."
"O processo envolve mudangas no self. O cliente avariga
de uma fase em que o self est8 incongruente com a experién-
cia, para outra fase em que o percebe Como objeto, para outra
ainda em que o self é sin6nimo da experiéncia, tornando-se a 1107
consciéncia subjetiva dessa experiéncia.
"Existent também outros elementos envolvidos no pro-
cesso: um movimento de uma escolha ineficaz para uma eficaz,
do redo de relacionamentos para vivo-los Iivremente numa re-
Iagao, de uma diferenciagao inadequada de sentimentos e sig-
nificados para uma diferenciagéo aguda dos mes nos."
"Em goral, o processo se move a partir de um porto ca-
racterizado pela fixidez, of de todos esses elementos e Iigagées
sao separadamente discerniveis e compreensiveis, para mo-
mentos fluidos do auge da psicoterapia, nos quais todas essas
IigaQ6es se tornado inseparavelmente entrelagadas. No novo
experienciar da imediatez que ocorre em tabs mementos, senti-
mento e cognigao se interpenetram, o self est8 subjetivamente
presente na experiéncia, a voligao é simplesmente o acompa-
nhamento subjetivo de um equilibrium harmonioso da diregao
organismica. Portanto, 8 medida que o processo alcanga esse
porto, a pessoa toma-se uma unidade fluids, em movimento.
Ela mudou, mas, o que parece mais significativo, é que se tor-
nou um processo integrado de transformagao." (4, p.149)

Corroboragéo Empirica
FE

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Ab rd g m C ntrad no P ssoa I 5a dig

bem sucedidos. Desse mode, a mudanqa media nesses cases,


em termos da Escala de Processo, é usualmente menor que a
diferenga que encontramos entre OS cases renos e OS mais
bem sucedidos. Talvez as mudanqas creditadas é aprendiza-
gem terapéutica sejam sempre relativamente pequenas, embo
ra importantes. Ao renos, isso e o que sugerem esses results
dos.
Provavelmente o resultado fundamental dresses estudos
é que revelamos outra dimensao do processo terapéutico. AI
gumas de nossas pesquisas anteriores indicaram que a mudan
ga no concerto de self era uma dessas dimens6es. (12) Agora
podemos dizer, com alguma certeza que naquele processo te-
rapéutico bem sucedido, comprovado por medigées objetivas,
h8 um gray significativo de afastamento da fixidez e rigidez e
de aproximagao 8 qualidade da mutabilidade. Esse movimento
nao é encontrado nos cases mal sucedidos. (6, 11)

A Equagéo Completa

Penso que, a partir do que descrevi Como processo to


rapéutico, posso agora explicitar a totalidade da equagéo, tal
Como ela se apresenta hoje, em sua forma rudimental e aproxi-
mada.

Quanto mais o cliente perceba o terapeuta Como


real, genuine, empético, manifestando uma consi-
deragéo incondicional por ele, mais se distanciara
de um tipo de funcionamento estatico, sem senti-
mentos, fixe, impessoal e mais se aproximaré de
um mode de funcionamento caracterizado pela
experiéncia fluids, mutével e aceitadora dos senti-
mentos pessoais diferenciados.

Implicagées

Apresentei uma parte do conhecimento recentemente ob


tide a respeito do aspecto causal da psicoterapia, o relaciona
mento. Apresentei alga do conhecimento obtido recentemente
sobre a seqiiéncia de eventos que o relacionamento engendra
PI I l nr

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J linK i t h w d c I. (org.]

Tentei formular a equagéo. Quais sao as implicagées do que


venho dizendo? Gostaria de explicitar algumas deles.
Parece-me que estamos criando um sélido con ego
quanta is relac.;6es de cause e efeito em psicoterapia. Esse co-
nhecimento, uma vez refinado e melhorado, poderé ter grande
importéncia. lsso significaré que responderemos a quest6es
relatives é psicoterapia recorrendo mais a estudos factuais do
que a dogmas teéricos ou palpites clinicos.
Esta nos adquirindo conhecimento mais detalhado de
um processo de mudanga construtiva na personalidade, de
uma equagao que podemos registrar por escrito nesse cam-
po. Podemos aprender que h8 muitos processes de mudan-
ga, cede quai com sues condigées antecedentes. Talvez cede
orientagao terapéutica produza sues préprias mudangas distin-
tas. Nao sabemos. lsso toma imperative tester a equagao em
outras terapias.
Os fates parecem sugerir que a mudancga na personalida-
de é iniciada por atitudes do terapeuta e neo primordialmente
por sens conhecimentos, sues teorias ou sues técnicas.
1101
Parece ester claro que amostras muito pequenas de nos-
sa interagao com nesses clientes podem reveler a quaiidade de
relacionamento que estabelecemos e a probabilidade de ele
ser terapéutico.
A partir de nossas descobertas, parece provével que pos-
samos rapidamente identificar, no inicio do relacionamento, os
individuos que provavelmente neo ajudaremos por n e o da psi-
coterapia Como ela é hoje. Isso constitute um tremendo desafio
para todos nes desenvolvermos novas abordagens que ajuda-
rao a esses individuos.
Os estudos sugerem que a caracteristica essencial da
mudanga terapéutica pode ser uma nova maneira de experien-
ciar, de mode mais imediato e fluido, com major aceitagao, no
luger, por exempla, da obtengao do insight ou da elaboragao
do relacionamento transferencial, ou da mudanga no auto-con-
ceito.
Os estudos sugerem um quadro mais claro do objetivo
ou do porto final da terapia. A psicoterapia parece avenger na
diregao de viver plenamente o momenta, afastando-se de uma
conformagao 8s expectativas rigidamente intelectualizadas. E
uma atualizagao harmoniosa de todas as sensibilidades que o
organismo processer, de tal forma que o individual pode mos-

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Ab ad g m C trader no Pess l5° dig

tram-ser totalmente vivo para o que esté the acontecendo na-


quele momenta e igualmente vivo para todas as solicitagées e
realidades de seu ambiente pessimal e impessoal. O comporta-
mento passer a ser a adaptagao sensivel e harmoniosa a todos
os estimulos infernos e externos.
Esse quadro mais claro do porto final, do ado direito da
equagao, d8 8 sociedade o direito de aceitar ou rejeitar, Como
objetivo desej8veI, este mode de viver. Certamente muitas pes-
soas ficariam amedrontadas pela fluidez e mutabilidade que
descrevi e nao escolheriam essa diregao.
Finalmente, essas descobertas significant para mim que
terapia é um relacionamento que, em dado momenta, desafia
o terapeuta a - ser a pessoa que é, tao sensivelmente quanta
seja capaz, saber do que é a sua transparente realidade, para-
lelamente 8 afeigao e 8 compreensao empatica promovidas por
essa res ma realidade, que pode servir de ajuda a seu clien-
te. Na medida em que puder ser uma pessoa nesse momenta,
ter8 condigées de se relacionar com a pessoa e com a pessoa
potencial em seu cliente. lsso, acredito, é a esséncia curative,
promotora de crescimento em psicoterapia. 1111

Epilogo

Entéo, o que vent a ser o processo de aconselhamento


e terapia? Falei dele de mode objetivo, ordenando os fates de
que dispomos, descrevendo-o Como uma equagéo incipiente,
na quai podemos, ao renos provisoriamente, assenter decla-
rag6es especificas. Mas deixem-me agora tenter abordar o pro-
cesso a partir do seu interior e, sem ignorer o conhecimento
fatual, mostrar Como essa equagao ocorre subjetivamente em
ambos, terapeuta e cliente.
Para o terapeuta, essa é uma nova aventura de relaciona-
mento. Ele sente, "aqui est8 outra pessoa, men cliente. Estou
com um pouco de redo dele, Medo das profundezas nele, as-
sim Como estou com um pouco de redo das profundezas em
mim mes no. Porém, 8 nedda em que fala, con ego a sentir
respeito por ele e a perceiver minha afinidade com ele. Percebo
quae assustador é seu mundo para ele, quae firmemente tents
manta-lo no Ingar. Eu gostaria de perceiver sens sentimentos
e gostaria que soubesse que os compreendo . Gostaria que
soubesse que estou com ele em seu pequeno mundo constri-

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J hr1 K ith w d c !.[rg.]

to, apertado, e que posso olhar para seu mundo sem receive.
Talvez possa torné-lo mais seguro para ele. Gostaria que meus
sentimentos nesse relacionamento fossem two claros e trans-
parentes quanta possivel, de forma que se tornassem uma re-
alidade discernivel para ele, 8 quai possa retornar sempre que
desejar. Gostaria de acompanhé-Io em sua tenebrosa jornada
para dentro de si mes no, para o redo enterrado, o audio, o
amer que nuncio for capaz de deixar fluir em si. Reconhego que
essa é uma viagem muito humana e imprevissivel para mm,
tanto quanta para ele, e que posso, mes no sem conhecer men
redo, recolher-me dentro de mm, diante dos sentimentos que
ele descobre. Nessa medida, set que estarei iimitado em minha
habilidade para ajud8-Io. Percebo que, 8s vezes, seu prOprio
redo pode faze-io perceiver-me Como descuidado, rejeitador,
intruso, Como alguém que nao compreende. Quero aceitar ple-
namente esses sentimentos nele e ainda espero também que
meus prOprios sentimentos reals se mostrem tao ciaramente
que ele nao possa deixar de percebé-los a tempo. Mais que
ludo, quern que encontre em mim uma pessoa verdadeira. Nao
1121
ten ho necessidade de ester apreensivo se meus prOprios sen-
timentos estao sendo 'terapéuticos'. O que sou e o que sir to
formarao uma base suficientemente Segura para a terapia, case
no relacionamento com o cliente eu chegue a ser transparen-
temente o que sou e o que sir to. Entao, talvez ele possa ser o
que é, abertamente e sem redo".
E o cliente, de sua parte, atravessa seqUéncias muito
mais complexes, que podem apenas ser sugeridas. Talvez, de
maneira esquem8tica, sens sentimentos modem em alguma di-
regao semelhante 8s apontadas a segue.

"Estou com redo dele. Ouero ajuda, mas neo


set se confine nele. Ele pode ver coisas que neo
conf ego em mim mes no - coisas ruins e assusta-
doras. Aparenta neo ester me lulgando, mas echo
que esté. Néo posso /he contar o que realmente
me preocupa, mas posso confer-lhe algumas de
minhas experiéncias passadas relacionadas com
minha preocupagéo. Aquelas ele parece compre-
ender, entéo, posso reveler um pouquinho mais de
mm."
"Mas agora, que compartilhei um pouco deste

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Ab rdagem Centrada no P sso I 5a dig

men /ado mau, ele me despreza. Estou cento, mas


é estranho neo powder encontrar a minima evidéncia
disso. Vocé supple que o que /he conte neo sea
two mau assisi? E posslvel que eu neo precise me
envergonhar disso Como parte de mm? Neo sir to
mais que ele me despreze. Faz-me sentir que que-
ro ir mais longe, explorando-me, talvez expressan-
do mais de mim. Encontro f e e um tipo de compa-
nheiro enquanto me reveio, ele parece realmente
compreendei: H

"Mas agora estou ficando assustado novamente, e


desta vez profundamente assustado. Neo me dei
conta de que, explorando o recéndito desconhe-
cido em mm, traria sentimenfos nuncio antes expe-
rienciados. lsso é muto estranho porque em cento
senfido neo sao sentimentos novas. Percebo que
sempre estiveram at. Mas parecem two ruins e per-
turbadores que nuncio me atrevi a deixé-los fluir em
mm. E agora, é nedda que vivo esses sentimentos 1113
nas sessées com ele, sinto-me terrivelmente abala-
do, Como se men mundo estivesse desmoronando.
Costumava ser seguro e firme. Agora esté frouxo,
permeével e vulnerével. Neo é agradével sentir coi-
sas que sempre me assustaram antes. E culpa dele.
No enfanto, curiosamente, estou ansioso por vi-lo
e sir to mais seguranga quando estou com ele."

"Neo set mais query sou, mas algumas vezes, quan-


do sir to coisas, por um momenta, parego sélido e
verdadeiro. Esau confuse pelas contradigées que
encontro em m m - ajo de um jeito e sir to de outro
- penso uma coisa e sir to outra. lsso é muto des-
concertante. Algumas ve2es é também arriscado
e estimuiante tenter descobrir query sou. Algumas
vezes me pego sentindo que a pessoa que sou tal-
vez valina a pena, o que quer que isso signifique.

"Estou commando a achar isso muito satisfatério,


embora freqdentemente doloroso, compartilhar
exatamente o que estou sentindo em dado mo-

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J h K ithw d [I l.(org.J

mento. Vocé sake, é realmente Util tenter ouvir a


m m mes no, escutar o que se passer em mm. Neo
estou mais two assustado quanta ao que esté acon-
tecendo em mim. isto parece bem confiével. Uso
algumas das minhas boras com ele para mergulhar
profundamente dentro de mim mes no, a fim de
saber o que estou sentindo. E um trabalho assus-
tadon mas quern conhecen E confine nele a major
parte do tempo e isso ajuda. Sinto-me um tanto vul-
neravel e nu, mas set que ele neo quer ferir-me, e
inclusive acredito que se imports comigo. Perce-
bo, a nedda que lento me aprofundar mais dentro
de mim, que talvez pudesse compreender o que
se passer comigo, e poderia me dar conta de seu
significado, poderia saber query sou e saberia o
que fazed Pelo renos sir to que set isso aigumas
vezes, com ele."

"Posso, inclusive, contar-lhe exatamente Como


141
estou me sentindo em relagéo a eie, num dado mo-
mento e, em vez de acabar com o relacionamento,
Como temia , isso parece estreité-lo. Vocé imagine
que eu possa viver meus sentimentos também com
outras pessoas? Talvez isso também neo sea two
perigoso."

"Sake, sinto-me Como se estivesse flutuando na


corrente da Vida, audaciosamente, sendo eu. As
vezes sou derrotado, fico ferido, mas estou apren-
dendo que essas experiéncias neo sao fatals. Neo
set exatamente query sou, mas posso sentir minhas
reagées a qualquer momenta, elas parecem fun-
cionar muto bem Como critério para men compor-
tamento a todo momenta . lsso talvez sea o que
significa ser eu mes no. Mas, é claro, somente
posso faze-lo porque sinto-me seguro no relacio-
namento com men terapeuta. Ou poderia ser eu
mes no Odessa maneira fore deste relacionamento?
Eu me pergunto. Deselo saber Talvez possa. "

O que acabei de colocar neo acontece rapidamente. Pode Ievar

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Ab rd g m C tzrada P SS a I 58 dig

anus. Pode, por raz6es que neo compreendemos muto bem,


absolutamente neo acontecer. Mas, pelo renos, isso pode su
gerir uma viséo do interior do quadro efetivo do processo de
psicoterapia conforms ocorre a ambos, o terapeuta e seu clien-
te, Como tenter apresentar.

Referéncias Bibliogréficas

1. HALKIDES, G. An Experimental Study of Four Conditions Ne


cessary for Therapeutic Change. Tese de doutorado, inédita
Univ. of Chicago, 1958.
2. ROGERS, C. R. The Necessary and Suficient Conditions of
Therapeutic Personality Change. Journal of Consulting Psycho-
logy, vol.21 1957. p. 95-103, apresentado neste volume.
3. BARRETll1LENNARD, G. T Dimensions of Perceived Thera
pist Response Related to Therapeutic Change. Tese de douto
ratio, inédita, Univ. of Chicago, 1959.
4. ROGERS, C. R. A process conception of psychotherapy
Americam Psychologist, vol.13 1958. p. 142-149.
5. ROGERS, C. R., RABLEN, R. A. A Scale of Process in Psycho
therapy. Manual inédito, Univ. of Wisconsin, 1958.
6. WALKER, A., RABLEN, R. A., ROGERS, c. R. Development of
a scale to measure process changes in psychotherapy. Journal
of Clinical Psychology. vol. 16 1959. p. 79-85.
7. GENDLIN, E. T The Function of Experiencing in Symboliza
son. Tese de doutorado, inédita, Univ. of Chicago, 1958.
8. GENDLIN, E. T, ZIMRING, E The Qualities or Dimensions of
Experiencing and Their Change. Counseling Center Discussion
Papers, Univ. of Chicago Counseling Center, vol.1 (3), 1955.
9. BRAATEN, L.J. The Movement from Non-Selfto Self in Client
Centered Psychotherapy. Tese de doutorado, inédita, Univ. of
Chicago, 1958. .
10. KIRTNER, W.L., CARTWRIGHT, D. S. Success and Failure
in Client-Centered Therapy as a Function of Initial in-Therapy
Behavior. Journal of Consulting Psychology, vol. 22 1958. p
329-333.
11. HART, J., TOMLINSON, T (et al.) Trabalho de pesquisa ba
sea do na Escala de Processo (em andamento na Univ. de Wis
cousin).
12. ROGERS, C. R., DYMOND, R. F. (eds) Psychotherapy and

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Abordagem Centrada no Pessoa l5" edigéo

PESSOAS ou CIENCIA?
UMA QUESTAO FILOSOFICA 5

Este é um documento altamente pessimal, escrito origi-


nalmente para m m mes no, a fim de esclarecer uma questao
que se tornou cede vez mais intrigante para mm. lnteressara
a outros somente na medida em que esta quest8o Ihes seja
importante. Primeiramente dare uma idalia de Como o vertigo
evoluiu.
A nedda que adquiri experiéncia Como terapeuta, de-
senvolvendo a excitante e gratificante experiéncia de psicotera-
pia, e trabalhando Como investigador cientifico, apto a descobrir
parte da verdade sobre a terapia, tornei-me progressivamente
consciente da lacuna entre esses dots papéis. Quanto melhor
terapeuta eu me tornava (Como acredito que aconteceu), mais
vagamente me apercebia da minha completer subjetividade
quando estava no melhor da minha funqao. E ao me tornado um 1117
melhor investigador, rigoroso e mais cientifico (Como acredito
que aconteceu), sens um desconforto crescents quanta é dis-
téncia entre minha objetividade rigorosa Como cientista e minha
subjetividade, quase mistica, Como terapeuta. Este vertigo é o
resultado disso.
O que fiz, inicialmente, for me liberal Como terapeuta e
descrever o melhor que pudesse, num espago reduzido, a na-
tureza essencial da psicoterapia, Como a ten ho vivido com mui-
tos clientes. Quero enfatizar que esta é uma formulagéo muito
flexivel e pessimal, e case fosse escrita por outra pessoa, ou
mes no por m m dots anus antes, ou daqui a dots anus, seria
diferente em alguns aspectos. Depois me entreguei a condigéo
de cientista-obstinado, rastreador-de-fatos no campo psicolé-
gico, empenhando-me em mOstrar o significado que a ciéncia
pode dar é terapia. A segue, level adiante o debate que existia
em mm, Ievantando as perguntas que cede porto de vista, Ie-

5 _ Persons or Science? a Philosophical Question. The American


Psychologist, vol.10 (7) 1955. p 267-278. Também publicado em
Cross Currents' A Quarterly Review, vol.3: 1953. p. 289-306.

n.,L1: -Nan

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JhnKithw d c f.[rg.]

gitimamente, colocava ao outro.


Tendo me esforgado ate esse porto, verifiquei que havia
apenas acentuado O conflito. Os dots pontes de vista pareciam
mais irreconciliéveis do que nuncio. Discuti o assunto num se-
minério com professores e alunos, e considerer sens comen-
térios muto Oteis. Durante o ano seguinte continue a renoer
o problems ate que comecei a sentir surgindo em mim uma
integragao das dues vis6es. Mais de um ano depots de another
as primeiras observa(.;6es, tenter expresser em palavras essa
integragao proviséria e tateante.
Assign, o Ieitor que quiser segue minha Iota neste assunto
Vera que ela assuming, bastante inconscientemente, uma forma
dram8tica - com todas as dramatis personae contidas dentro de
mm, o primeiro protagonists, o Segundo protagonists, o confli-
to, e finalmente, a resolugao. Sem mais delongas, gostaria de
introduzir o primeiro protagonists, eu préprio Como terapeuta,
retratando, o melhor que possa, o que a experiéncia de terapia
parece ser.

1181 A Esséncia da Terapia Como Experiéncia

Lancei-me na relagéo terapéutica com uma hipétese, ou


uma crenga, a de que a minha estima, a minha confianga, a mi-
nha compreenséo do mundo inferno da outra pessoa, levaria a
um significativo processo de vii-a-ser. Entro no relacionamento
neo Como cientista, nem Como medico que pode diagnostics
com precise e curer, mas Como uma pessoa, entrando numa
relagao pessimal. Na nedda em que o veja apenas Como obje-
to, o cliente tender8 a se tornado apenas um objeto.
Eu me arrisco, porque 8 nedda que a relagao se apro-
funda, se o que se revels é um fracasso, uma regressao, uma
rejeigao a m m e 8 relagao, por parte do cliente, entail sir to que
you me perder, ou perder parte de mm. Em alguns mementos
o risco é muito real, e muto vividamente experimentado.
Deixo-me Ievar ate os Iimites do relacionamento em que
men organismo total é query toma conta da relagao e é sensivel
a ela, e nao simplesmente minha consciéncia. Nao estou cons-
cientemente respondendo de mode planejado ou analitico,
mas simplesmente de mode esponténeo,diante de outra pes-
soa, sendo minha reagao baseada (mas neo conscientemente)
na minha sensibilidade organismica total para com essa outra

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John Keith W od c I. ( kg.)

mo? Parece significant renos redo das reagées organismicas,


esponténeas, que temps, um crescimento gradual da confianga
e mes no afeigéo pela complexidade, variedade e riqueza de
combinagées de sentimentos e tendéncias que existent num
individual no nivel orgénico ou organismico. A consciéncia, em
vez de ser a sentinels de uma sherie de impulses perigosos e im-
previsiveis, entre os quais poucos servo permitidos 8 Luz do sol,
toma-se o habitante confort8veI de uma sociedade fartamente
variada de impulses, sentimentos e pensamentos, comprova-
damente satisfaterios no tocante a se auto-governar, quando
nao estao sendo mantidos de forma tao temerosa e autorit8ria.
Envolver-se nesse processo de vii-a-ser ele mes no é
uma profunda experiéncia de escolha pessimal. O cliente per-
cebe que pode escolher continual a esconder-se atreus de uma
"fachada", ou aceitar os riscos envolvidos em tornado-se ele mes-
mo, Como um agente livre com poder de destruir o outro, ou a
si preprint, mas tambem com o poder de melhorar a si e ans
outros. Frente 8 realidade nua da decisao, ele escolhe mover-se
em diregao a ser ele mes no.
1201
Mas ser ele mes no nao "resolve os problemas". Apenas
able um novo mode de viver no quai h8 mais profundidade e
mais amplitude, mais abrangéncia e major variedade na expe-
riencia dos sentimentos. Ele se sente mais Unico e mais so,
mas toma-se tao mais verdadeiro que sues relaQ6es com os ou-
tros perdem sua qualidade artificial, tornado-se mais profundas,
mais satisfatérias, e suscitam mais a realidade da outra pessoa
no relacionamento.
Outra forma de encarar esse processo, esse relaciona-
mento, é vi-Io Como uma aprendizagem para o cliente (e em
menor extensao, para o terapeuta tambem). Mas é um tipo es-
tranho de aprendizagem. Quase nuncio essa aprendizagem é
not8vel por sua complexidade, e num nivel mais prof undo as
aprendizagens nao parecem se encaixar muito bem nos sim-
bolos verbals. Frequentemente as aprendizagens omar for-
mas t8o simples quanta "sou diferente dos outros", "sir to audio
dele", "ten ho redo de me sentir dependents", "certamente te-
nho sentimentos ternos e amorosos", "posso ser o que quern
ser", etc. Mas, apesar da aparente simplicidade, essas aprendi-
zagens s8o enormemente significativas, de uma maneira origi-
nal, muito dificil de definir. Podemos pens8-las de v8rias formas.
Em primeiro luger, sao aprendizagens baseadas na experién-

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Abordagem Centrada no Pessoa | 5a edigéo

cia, neo em simbolos. Séo anélogas é aprendizagem da crianga


que sake que "dots e dots sao quatro" e que um die, brincando
com dots objetos e mais dots objetos, subitamente percebe na
experiéncia, através de uma aprendizagem totalmente nova,
que "dots e dots sao quatro".
Outra forma de entender essas aprendizagens é perceiver
que sao uma tentative extemporénea de encaixar simbolos com
significados no mundo dos sentimentos, uma tarefa he muto
conseguida no campo cognitive. Intelectualmente, estabele-
cemos uma cuidadosa correspondéncia entre O simbolo que
escolhemos e o significado que uma experiéncia tem para nos.
Assign, digo que uma coisa aconteceu "gradualmente", tendo
rapidamente (e em grande parte inconscientemente) revisto
termos Como "vagarosamente", "imperceptivelmente", "passo-
a-passo", etc., rejeitado-os por neo carregarem o tom precise
do significado da experiéncia. Mas no dominio dos sentimentos
nuncio aprendemos a atribuir simbolos 8 experiéncia com al-
guma acuidade de significado. Esse ago que eu sir to brotan-
do em mm, na seguranga de uma relagao aceitadora - o que
é? Sera tristeza, ser8 raiva, ser8 arrependimento, sera pena de 1121
mm, serf irritagéo peas oportunidades perdidas '? Eu tropego,
atrapalhado, lentando uma ample gama de simbolos, ate que
um "encaixa", "car bem", parece realmente enquadrar-se no ex-
periéncia organismica. Ao fazer esse tipo de coisa, o clients
descobre que tem que aprender a Iinguagem dos sentimentos
e emogées Como se fosse uma crianga que aprendesse a alar,
frequentemente, o que é pier, percebe que deve desaprender
uma false linguagem antes de aprender a verdadeira.
Vamos tenter ainda outro mode de definir esse tipo de
aprendizado, desta vez descrevendo o que ele neo é. E um
tipo de aprendizagem que neo pode ser ensinado. Sua essén-
cia é o aspecto da auto-descoberta. O "conhecimento", Como
estamos habituados a pensé-Io, uma pessoa pode ensin8-Io a
outra, decide que amebas tenham a motivagao e a habilidade
adequadas. Mas na aprendizagem significativa que acontece
em terapia, uma pessoa nao pode ensinar a outra. O ensinar
destruiria o aprendizado. Assign, eu poderia ensinar a um clien-
te que é seguro para ele ser ele mes no, que sentir livremente
os préprios sentimentos nao é perigoso, etc. Quanto mais ele
aprendesse isso mais se distanciaria de aprendé-Io de mode
significativo, experiencial, auto-apropriador. Kierkegaard consi-

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John Keith Wood et al. [org.]

dera este Ultimo tipo de aprendizagem Como a verdadeira sub-


jetividade, e assegura,com razéo, que esta neo pode ser comu-
nicada diretamente, neo pode haver sequel comunicagéo a seu
respeito. O méximo que uma pessoa pode fazer para promové-
Ia em outra é crier certes condi<;6es que tornem possivel esse
tipo de aprendizagem. Nao pode ser forgado.
Uma u'Itima maneira de descrever essa aprendizagem é
ver que o cliente gradualmente aprende a simbolizar um estado
total e unificado, em que o estado do organismo, ao experien-
ciar, sentir e conhecer, pode ser integralmente descrito de um
mode unificado. Para tornado O assunto ainda mais vago e insa-
tisfatério, parece ser ate desnecessario que essa simbolizagao
seja expresser. Usualmente acontece, porque o cliente deseja
comunicar pelo renos parte de si ao terapeuta, mas provavei-
mente isto nao é essencial. O Unico aspecto essencial é a com-
preens8o intima do estado total, unificado, imediato, no aqui-
e-agora do organismo que eu sou. Por exempla, compreender
totalmente que neste momenta a unicidade em mim manifesta-
se simplesmente Como "estou profundamente apavorado fren-
22 |
te 8 possibilidade de tornado-me um pouco diferente", constitute
a esséncia da terapia. O cliente que compreende isso, quase
certamente reconhecer8 e compreendera esse estado do seu
ser quando este Ihe ocorrer de forma similar. Ele ir8 também,
com toda a probabilidade, reconhecer e compreender de mode
mais abrangente alguns dos outros sentimentos existenciais
que ocorrem nele. Assign, ele estar8 se movendo em diregao a
um estado no quai é mais verdadeiramente ele mes no. Ele se
tornar8, de um mode mais unificado, o que organismicamente
é, e isso parece ser a esséncia da terapia.

A Esséncia da Terapia Como Ciéncia

Agora permitirei ao Segundo protagonists, eu mes no en-


quanto cientista, assumir e dar sua viséo deste mes no campo.
Abordar o complexo fenémeno da terapia com a Iégica
e os métodos da ciéncia, tem por objetivo trabalhar em dire-
Qéo a uma compreensao do fenémeno. Em ciéncia isso sig-
nifica um conhecimento objetivo dos eventos e das relagées
funcionais entre eles. A ciéncia também possibilita o aumento
da previsao e do controls sobre os eventos, mas este nao é um

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Abordagem Centrada no Pessoa I 5a edigéo

resultado necessério da tarefa cientifica. Se o objetivo cientifico


fosse totalmente realizado nessa dimenséo, presumivelmente,
saberiamos que, em terapia, ceros elementos estéo associa-
dos a ceros tipos de resultados. Saber do disso é provével que
pudéssemos prover que certs situagéo do relacionamento te-
rapéutico tivesse cento resultado (dentro dos Iimites da proba-
bilidade) porque envolveu tabs elementos. Poderiamos entail,
muito provavelmente, controller os resultados da terapia p e a
manipulagéo dos elementos contidos no relacionamento tera-
péuhco.
Deveria ficar claro que, qualquer que fosse a profundi-
dade de nossa investigagao cientifica, nao poderiamos nuncio
através dela descobrir qualquer verdade absoluter, mas somen-
te descrever relaoOes que tivessem uma probabilidade cede vez
major de ocorréncia. Nem poderiamos descobrir qualquer rea-
lidade subjacente no que diz respeito as pessoas, 8s relagOes
interpessoais, ou ao universe. Poderiamos apenas descrever
relagOes entre eventos observ8veis. Se a ciéncia nesse campo
seguisse o mes no curse que em outros campus, OS modelos
operatives da realidade que emergiriam (no curse da constru- 1123
Qao da teoria) seriam progressivamente oriundos da realidade
percebida polos sentidos. A descrigéo cientifica da terapia e da
relagéo terapéutica seria cede vez mais diferente desses fené-
menos Como sao experienciados.
E evidente, decide o principio, vista a terapia ser um fen6-
meno complexo, que a medigao vai ser dificil. No entanto, "ludo
o que existe pode ser medido", e uma vez que a terapia é consi-
derada Como um relacionamento significativo, com implicagées
que van muto alum de si res ma, as dificuldades se mostrarao
merecedoras de serer suplantadas, para que se descubram
leis da personalidade e das reIaQ6es interpessoais.
Visto que, na Terapia Centrada no Cliente, j8 exists uma
teoria incipiente (embora nao uma teoria no sense estritamente
cientifico), temps um porto de partida para a selegao das hi-
péteses. Para fins desta discussao, vamps tomar algumas das
hipéteses rudimentares que powder ser apreendidas dessa te-
oria, e ver o que uma abordagem cientifica faria com elas. Por
ora, omitiremos a transcrigao da teoria total em termos de uma
Iégica formal, que seria aceit8vel, a fim de considerer apenas al-
gumas hipOteses. Permitam-me primeiramente estabelecer trés
deles na sua forma bruter.

n..1.1: 4 _ -1.- -| | | ¢ _ _ | ,- I

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J hn K it W od t I. [org.]

1. A aceitagéo do clients pelo terapeuta lever a uma major


aceitagéo do self pelo clients.
2. Quanto mais o terapeuta percebe o clients Como pes-
soa e neo Como objeto, mais o clients ire perceiver-se a si mes-
mo Como pessoa e nao Como objeto.
3. No curse da terapia acontece ao clients um tipo de
aprendizado efetivo e experiencial sobre o self.

Como iremos agora traduzir cede uma deles6 em termos


operacionais e Como poderemos tester as hipéteses? Quais se-
riam os resultados gerais de tabs testagens?
Este vertigo nao é o Ingar para uma resposta detalhada a
essas quest6es, mas pesquisas j8 realizadas fornecem as res-
postas de uma maneira goral. No case da primeira hipétese, al-
guns dispositivos para medir aceitagao serao selecionados ou
inventados. Estes poderao ser testes de atitudes, objetivos ou
projetivos, técnica Q ou similar. Presumivelmente os mes nos
instrumentos, com apenas pequenas diferengas de instrugao
124 |
ou dos quadros de referéncia, poderiam ser usados para me-
dir a aceitagéo do cliente pelo terapeuta, e do self pelo cliente.
Operacionalmente, entail, O nivel de aceitagao do terapeuta se-
ria equacionado de acordo com algum escore oferecido por
esse instrumento. Se mudar durante a terapia, a auto-aceitagao
do clients sera indicada por medigées anteriores e posteriores.
A relagao de qualquer mudanga com a terapia seria determi-
nada através de comparagées entre as mudangas durante um
periodo de controle ou em relagao a um grupo de controle. Se-
riamos finaimente capazes de dizer se exists uma relagao entre
a aceitaqao do terapeuta e a auto-aceitagao do cliente, Como
for definido operacionalmente, e a correlagao entre amebas as
medidas.
A segunda e a terceira hipéteses envolvem dificuldades

6
Creio ser hole comumente aceito que os sentimentos mais subjeti-
vos, apreensées, tensées, satisfagées ou reagées, poderéo ser mani-
pulados cientificamente, se for possfvel dar-lhes definigées operacio-
nais nifidas. William Stepheson, entre outros, apresentou esse ponfo
de vista substancialmente (nos sens "Postulates of Behaviorism'9 e,
através da sua técnica O, contribuiu grandemente para a obietivagéo
dos materials sublefivos para o estudo cientifico.

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Abordagem Centrada no Pessoa I 5a edigio

reals de medico, mas neo he razéo para super que neo pos-
sam vir a ser estudadas objetivamente, é medida que aumente
a nossa sofisticagéo em medico psicolégica. Algum tipo de
teste de atitude ou tipo Q pode ser O instrumento para a se-
gunda hipétese, medindo-se a atitude do terapeuta para com o
clients, e do clients para com o self. Neste case, o continuum
seria da consideragao objetiva de um objeto externo para um
experienciar pessimal e subjetivo. A instrumentagao para a hi-
pétese trés pode ser fisiolégica, pois parece prov8veI que a
aprendizagem experiencial ten ha concomitantes fisiolégicos
mensur8veis. Outra possibilidade seria inferir a aprendizagem
experiencial de sua efetividade, e assisi medir a efetividade da
aprendizagem em 8reas diferentes. No atual estado de nossa
metodologia a hipétese trés pode ester alum da nossa possibi-
lidade de mensura-la, mas certamente, num future previsivel,
também ela podera ser definida operacionalmente e testada.
Os resultados dresses estudos seriam dessa order. Va-
mos langar man de suposi(;6es para ilustrar mais concretamen-
te. Suponhamos ter descoberto que a aceitagao do terapeuta
conduce 8 auto-aceitagao do cliente, e que a correlagao esteja 1125
nos niveis de 0,70 entre as dues variaveis. Na segunda hipétese,
poderiamos descobrir que ela neo terra suporte, mas veriamos
que quanta mais o terapeuta considers o cliente Como pes-
soa, mais aumenta a auto-aceitagéo do clients. Assign teriamos
aprendido que o central-se na pessoa é um elemento de aceita-
géo, mas tem pouco a ver com o fate de o cliente tornado-se mais
pessoa para si préprio. Suponhamos também que a hipétese
trés se sustentasse também com a aprendizagem experiencial
de ceros tipos possiveis de descrigao que ocorressem muito
mais em terapia do que com sujeitos de grupos de controls.
Recenseando todas as qualificagées e ramificaQ6es en-
contradas nos resultados, e omitindo referéncias a incurs6es
inesperadas na din8mica de personalidade, que pudessem sur-
gir (vista que essas seriam difice'is de imaginer antecipadamen-
te), o paragrafo anterior nos do alguma nogéo do que a ciéncia
pode nos oferecer nesse campo. Ela pode nos fomenter uma
descrigao mais exata dos eventos da terapia e das mudangas
que ocorrem. Pode comegar a formular algumas leis provis6rias
da din8mica das relagées humanas. Pode oferecer declarag6es
pu'blicas e reproduziveis de, que se certes condigées definiveis
operacionalmente existirem no terapeuta ou na relagéo, entail

ru - 1 - 1 - _ . | | . I I I r

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John Keith Wood et al. (org)

ceros comportamentos podem ser esperados por parte do


clients, com um nivel de probabilidade conhecido. Pode com
certeza faze-Io no campo da terapia e da mudanga na persona-
Iidade, Como esté em vias de fazer nos campus da percepgao
e da aprendizagem. Em algum porto as formulag6es tePricas
deverao reunion essas diferentes 8reas, enunciando as leis que
parecem governor alteragées no con portamento humane, seja
em situag6es que classificamos de percepgao, ou aquelas que
classificamos de aprendizagem, ou as mudangas mais globals
e molares que ocorrem em terapia, envolvendo tanto percep-
Qao quanta aprendizagem.

Algumas Quest6es

Existent aqui dots métodos diferentes de perceiver os as-


pectos essenciais de psicoterapia, dues abordagens diferentes
para se avanqar num novo territério, nests campo. Como foram
apresentadas aqui, e Como frequentemente se manifestam, pa-
rece n8o haver uma base conium de encontro entre essas dues
126 | descrigées. Cada quai represents um mode vigoroso de ver a
terapia. Cada quai parece ser um caminho para verdades sig-
nificativas da terapia. Ouando sustentada por um individual ou
um grupo diferente, cede uma deles constitute a base de nitido
desacordo. Quando cede uma dessas abordagens parece ser
verdadeira para O individual, Como acontece comigo, entail ele
préprio se sente em conflito entre essas dues vis6es. Embo-
ra possam ser conciliadas superficialmente, ou consideradas
Como complementares, elas me parecem ser basicamente an-
tagénicas, de v8rios modes. Gostaria de levanter algumas das
quest6es que essas dues visées me prop6em.

As Perguntas do Cientista

Primeiramente permian-me colocar algumas das ques-


t6es que o porto de vista cientifico prop6e ao experiencial
(usando cientifico e experiencial simplesmente Como rétulos
vagos para indicar as dues vertentes). O cientista exigents ouve
o relate do experiencial e Ievanta v8rias quest6es perscrutado-
ras.
1. "Em primeiro luger, Como voce pode saber se esse

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Abordagem Centrada na Pessoa | 5a edigio

relate, ou qualquer relate dado num momenta anterior ou pos-


terior, é verdadeiro? Como voce sake se tem alguma relagéo
com a realidade? Se formos acreditar nessa experiéncia intra
e subjetiva Como sendo a verdade sobre relagOes humanas ou
sobre modes de alterer a personalidade, entéo o Yogi, a Ciéncia
Cristi, a dianética, e os delirios de um individual psicOtico we
acredita ser Jesus Cristo, servo todas verdadeiras, tanto quan-
to esse relate. Cada uma deles represents a verdade Como é
percebida intimamente por algum individual ou grupo de indivi-
duos. Se formos evitar esse atoleiro de verdades contraditOrias
e mUltiples, deveremos volar para o Unico método que conhe-
cemos para conseguir uma aproximagao cede vez major da re-
alidade, o método cientifico".

2. "Em Segundo luger, essa abordagem experiencial im-


pede a pessoa de melhorar sua habilidade terapéutica, ou des-
cobrir os elementos renos satisfatérios da relagéo. A renos
que se considere a presente descrigéo Como perfeita, o que é
improvével, ou o nivel atual de experiéncia no relagéo terapéuti-
ca Como a mais eficiente possivel, o que é igualmente imprové- 1127
vel, entéo existent alfas desconhecidas, imperfeigées, pontes
obscures, no relate Como for feito. Como poderéo ser desco-
bertos e corrigidos? Serf que a abordagem experiencial neo
pode oferecer nada alum de um processo de tentative-e-erro
para consegui-Io, um processo que é vagaroso e nao oferece
garantia de atingir esse objetivo? Até a critics e as sugestées
de outros sao de pouca ajuda, vista que nao advém da expe-
riéncia interns e portanto nao tom a autoridade vital do pr6prio
relacionamento. Mas o método cientifico, e os procedimentos
de uma Iégica moderner positivists, tom muito a oferecer aqui.
Qualquer experiéncia que possa de fate ser descrita, pode ser
descrita em termos operacionais. Hipéteses podem ser formu-
Iadas e pastas 8 prove, e as 'ovelhas' da verdade powder ser se-
paradas das 'cobras' do euro. Este parece ser o Unico caminho
seguro para o aperfeigoamento, a auto-corregao, o crescimento
do conhecimento".

3. O cientista tem outro comentério a fazer. "lmplicita na


sua descriqéo da experiéncia terapéutica parece ester a nogéo
de que he nela elementos que neo podem ser previstos - que
he um cento tipo de espontaneidade ou (com o perdéo do ter-

ana-

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J linK i t h w d L' (.[o rg.]

mo) Iivre vontade operando aqui. Vocé fala Como se alguns


dos comportamentos do clients - e talvez alguns do terapeuta
- neo fossem causados, neo fossem um elo numa sequéncia
de cause e efeito. Sem queuer ser metafisico, posso levanter a
questéo se isso neo é derrotismo? Visto que seguramente po-
demos descobrir o que cause a maioria dos comportamentos
- voce mes no fala em crier condigées a que ceros resultados
comportamentais se seguiréo - entéo por que desistir em al-
gum porto? Por que, ao renos, neo ter em mente descobrir
as causes de todos os comportamentos? Isto neo significa que
o individual precise considerer-se Como um aut6mato, mas, na
nossa busca de fates, neo nos deixaremos abalar pela crenga
de que algumas Fortas estéo fechadas para n6s".

4. Finalmente, o cientista neo pode entender porque o


terapeuta, o experienciador, deva desafiar a (mica ferramenta
e método responsével por quase todos os avangos que valo-
rizamos. "Na cure do doenga, na prevengéo da mortalidade
infantil, no cultivo de glandes plantagées, no preservagéo de
128 |
alimentos, na manufatura de todos as coisas que tornado a Vida
confortével, dos lives ao nailon, na compreenséo do universe,
quai é a phedra fundamental? E o método da ciéncia, aplicada a
cede um dresses e a muitos outros problemas. E verdade que
se desenvolveram também métodos de guerra, servindo 8 des-
trutividade do homer tanto quanta ans sens propOsitos cons-
trutivos, mas mes no assisi a potencialidade para o use social é
muito grande. Entao por que duvidar dessa res ma abordagem
no campo da ciéncia social? E verdade que os avancos foram
lentos e nenhuma lei tao fundamental quanta a da gravidade for
ainda demonstrada, mas iremos desistir dessa abordagem por
impaciéncia? Que alternative possivel oferece iguana esperanca?
Se concordarmos que os problemas socials do mundo sao de
fate muto urgentes, se a psicoterapia able um espaco para
uma din8mica mais crucial e significativa sobre a mudanca do
con portamento humane, entéo seguramente, a linha de acao
é aplicar 8 psicoterapia os c8nones mais rigorosos do método
cientifico, na escala mais ample possivel, a fim de que possa-
mos o mais rapidamente possivel nos aproximarmos de um co-
nhecimento provisOrio das leis do con portamento individual e
da mudanca atitudinaI".
As Perguntas do Experienciador

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Ab ad g m C tr d Pess l5a dig

Apesar de as perguntas do cientista parecerem, a alguns,


resolver o assunto, sens comentérios estéo Ionge de ser inteira-
mente satisfatérios para o terapeuta que viveu a experiéncia da
terapia. Este individual tem vérios pontes a observer em relagéo
é perspective do cientista.

1. "Em primeiro luger", o experienciador declarer, "a cién-


cia sempre tem a ver com o outro, O objeto". Vérios especialis-
tas em Iégica da ciéncia, inclusive Stevens, mostram que um
elemento bésico da ciéncia é que ela sempre tem a ver com o
objeto observével, o outro observével. Isso é verdade mes no
se o cientista esté experimentando sombre si mes no, case em
que se considers Como o outro observével. Nunca tem nada a
ver com a experiéncia de si mes no. Ora, serf que esta quali-
dade da ciéncia nao significa que sera sempre irrelevante para
uma experiéncia Como a terapia, que é intensamente pessimal,
altamente subjetiva na sua interioridade, e dependente intei-
ramente do relacionamento de dots individuos, cede quai en-
volvido com a experiéncia de si mes no. A ciéncia pode, evi- 1129
dentemente, estudar os eventos que ocorrem, mas sempre de
um mode irrelevante em relagao ao que est8 ocorrendo. Uma
analogize seria dizer que a ciéncia pode fazer uma autépsia dos
eventos mottos da terapia, mas por sua prépria natureza neo
poderé nuncio entrar na fisiologia viva da terapia. E por esse
motive que os terapeutas reconhecem - em goral intuitivamen-
te - que qualquer avango em terapia, qualquer conhecimento
rectum descoberto, cede nova hipétese significativa em relagao
a ela, deve vir da experiéncia de terapeutas e clientes, e nuncio
da ciéncia. Novamente, para recorrer 8 analogize, ceros corpus
celestes foram descobertos somente devido ao exame de me-
didas cientificas do curse das estrelas. Entao os astrénomos
procurerer por esses corpus hipotéticos e os acharam. Deci-
didamente, parece improv8veI que venha a existir tal resultado
em terapia, vista que a ciéncia nao tem nada a dizer sombre a
experiéncia pessimal interior que eu ten ho em terapia. Ela pode
apenas alar dos eventos que ocorrem nela.

2. "Uma vez que a ciéncia tem Como campo o outro, o


objeto, isso significa que ludo em que toca é transformado em
objeto. Isso nuncio for problems para as ciéncias fisicas. Nas

n. .l....l: - - A -

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Abordagem Centrada no Pessoa 15a edigio

ate nos manipulate Como objetos, usando esse conhecimento.


Assign, saber do que o aprendizado é mais répido através de
revisées repetidas do que com Iorgos periodos de concentra-
Qéo numa Iigéo, posso user esse conhecimento para manipu-
lar men aprendizado de espanhol. Mas conhecimento é poder.
Ao aprender as leis da aprendizagem, use-as para manipulate
os outros através de propaganda, predizendo sues respostas
e controlando essas respostas. Neo é exagerado dizer que o
crescimento do conhecimento das ciéncias socials contém em
si uma ponderosa tendencia na diregéo do controle social, na di-
regéo do controle de muitos por poucos. Uma tendéncia igual-
mente forte em diregao ao enfraquecimento ou destruigao da
pessoa existencial. Quando ludo for considerado objeto, o indi-
viduo subjetivo, o self interior, a pessoa no processo de vii-a-ser,
a consciéncia espontanea do ser, toda a parte interior do viver a
Vida, sera enfraquecida, desvalorizada ou destruida. Talvez este
porto sea melhor exemplificado por dots lives. Walden Two,
de Skinner, é a viséo do paraiso ans olhos de um psicélogo.
Para Skinner isso parece ter side desej8vel, a renos que ten ha
escrito uma tremenda s8tira. De qualquer forma é um paraiso 1131
de manipulagao, of de a extensao em que cede um pode ser
uma pessoa é altamente reduzida, a renos que seja um mem-
bro da cUpola dirigente. Admir8vel Mundo Novo, de Huxley, é
francamente uma s8tira, mas retrata vividamente a perda da
pessoalidade que ele pensa ester associada ao crescents co-
nhecimento psicolégico e biolégico. Assign, falando claramen-
te, parece que um desenvolvimento das ciéncias socials (Como
é atualmente concebido e procurado) conduce a uma ditadura
social e a perda individual da pessoalidade. Os perigos perce-
bidos por Kierkegaard h8 um século, a esse respeito, parecem
muito mais reals agora, com o aumento do conhecimento, do
que poderia ter side antes."

4. "Finalmente," diz o experienciador, "serf que ludo isso


neo aponta para o fate de que a Utica é uma insténcia mais
b8sica do que a ciéncia? Nao sou cego para o valor da ciéncia
Como ferramenta, e estou ciente de que pode ser uma ferra-
menta muto valiosa. Mas, a renos que sea a ferramenta de
pessoas éticas, com ludo o que o termo pessoa implica, n8o
poderia tornado-se um objeto de devogao cega? H8 muito tempo
temps consciéncia dessa questao, porque nas ciéncias fisicas

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John K ith Wo d c I. I rg.)

vérios séculos se passaram ate que a insténcia Utica se tornas-


se crucial, mas finalmente isso ocorreu. Nas ciéncias socials
as quest6es surgery muito mais rapidamente, porque pessoas
estéo envolvidas. Mas em psicoterapia a questéo surge ainda
mais répida e profundamente. Aqui é a maximizagéo de ludo
o que é subjetivo, interior, pessimal, aqui um relacionamento é
vivido, neo examinado, e uma pessoa, nao um objeto, emer-
ge, uma pessoa que sente, escolhe, acredita, age, nao Como
aut6mato, mas Como pessoa. E aqui também esta o ultimate
para a ciéncia - a exploragao objetiva do aspecto mais subjeti-
vo da Vida, a reduqao a hipéteses, e eventuaimente teoremas,
de ludo o que tem side considerado Como o mais pessimal, o
mais completamente interior, o mais verdadeiramente privado.
E porque essas dues vertentes aparecem aqui tao nitidamen-
te em loco, temps que fazer uma escolha - uma escolha Utica
de valores. Podemos proceder por omissao, nao Ievantando a
questao. Podemos fazer uma escolha que ir8 de alguma forma
preserver ambos os valores - mas temps que escolher. E estou
pedindo que pensemos mais refletidamente antes de desistir-
32 | mos dos valores concernentes a ser pessoa, a experienciar, a
viver um relacionamento, a tornar- se concernente ao prOprio
self Como processo, ao prOprio self no momenta existencial, ao
self interior subjetivo que tem Vida".

O Dilema

Eis at, entéo, as vis6es contraditérias, tal Como aconte-


oem, is vezes explicitamente, mais vezes implicitamente, no
flu xo do pensamento psicolégico. Ai esté o debate tal Como
existe em mm. Para of de vamps? Que diregao omar? Tera
side o problems corretamente descrito ou é falacioso? Quais
sao os erros de percepQ8o'? Ou, case tenham side corretamen-
te descritos, devemos escolher um ou outro? E, nesse case,
quai deles? Ou haver8 uma formulagao mais ample, mais inclu-
siva, que possa confortavelmente incorporate amebas as vis6es
sem prejuizo de nenhuma?

Uma Visio Modificada da Ciéncia

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Abordagem Centrada no Pessoa 15a edigéo

No ano que transcorreu decide que o presente trabalho


for escrito, discus em diversas ocasi6es com estudantes, cole-
gas e amigos. A eles sou particularmente grata por idéias que
se enraizaram em mim.7 Gradualmente vim a acreditar que o
euro mais bésico na formulagéo inicial estava na descrigéo de
ciéncia. Gostaria, nesta secgéo, de tenter corrigir esse euro e na
seguinte reconciliar as perspectives revistas.
A major alfa for, acredito, ver a ciéncia Como alga que
"esta I8", ago escrito com C maiUsculo, um "compo de conhe-
cimento", que exists em algum Ingar no espago e no tempo.
Como muitos psicOlogos, eu também pensava que ciéncia era
uma colegao sistematizada e organizada de fates provisoria-
mente verificados, e a metodologia da ciéncia o meio social-
mente aprovado de acumular esse compo de conhecimento e
prosseguir com a sua verificagao. Era Como se fosse um enor-
me resewatOrio no quai todo mundo poderia mergulhar sens
baldes para obter agua - com garantia de 99% de pureza.
Quando vista dessa maneira externs e impessoal, nao parece
insensate ver a Ciéncia nao somente Como uma inst8ncia que 1133
descobre o conhecimento de maneira arrogante, mas também
envolve impessoalidade e uma tendéncia 8 manipulagao, uma
negagao da Iiberdade b8sica de escolha que eu havia encon-
trado experiencialmente em terapia. Gostaria de encarar agora
a abordagem cientifica Segundo uma perspective diferente, que
espero possa ser mais adequada.

A Ciéncia nas Pessoas

7. Gosfaria de mencionar minha divider especial para com os diélogos


mantidos com eles, e para com artigos publicados e inéditos de Ro-
bert M. Lipgar, Ross L. Mooney, David A. Rodgers e Eugene Streich.
Meu préprio pensamento se alimentou two profundamente do deles, e
tornou-se two interligado ao deles, que eu estaria perdido se preten-
desse reconhecer obrigagOes especfficas. SO set que no que se segue
he muita coisa que emana deles através de mim. Também usufruf da
correspondéncia trocada a propOsito do trabalho de Anne Roe e Wal-
ter Smet.

I I nr r I

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J hr1 K ith w d L' f_lTIQ.]

A ciéncia exists somente nas pessoas. Todo projeto


cientifico tem sua inserqéo criativa, seu processo e sues con-
clus6es provisérias em uma pessoa ou nas pessoas. Conhe-
cimento - mes no O conhecimento cientifico - é aquilo que é
subjetivamente aceitével. O conhecimento cientifico pode ser
comunicado apenas équeles que estéo subjetivamente prontos
para receiver tal comunicagao. A utilizagao da ciéncia também
ocorre somente através de pessoas em busca de valores que
tenham significado para elas. Tais assertivas resumem breve-
mente ago da mudanga de énfase que eu gostaria de colocar
na minha descrigao de ciéncia. Permitam-me prosseguir atra-
vés das v8rias fases da ciéncia, a partir deste porto de vista.

As Fases Criativas

A ciéncia tem seu porto de partida em alguma pessoa


que esteja buscando objetivos, valores, propésitos que tenham
134 | um sentido pessimal e subjetivo para ela. Como parte desta bus-
ca, ela "deseja averiguar". Consequentemente, se se trata de
um "bom cientista", mergulhar8 numa experiéncia relevante,
quer seja no Iaboratério de fisica, no mundo da Vida animal ou
vegetal, no hospital, na cllnica ou laboratério psicolégico, of de
quer que seja. Essa imersao é completer e subjetiva, similar a
imersao do terapeuta em terapia, descrita anteriormente. A pes-
soa é sensivel ao campo que the interessa. Vive-o. Faz mais do
que meramente "pensar" sobre - deixa o organismo assumir e
reagir, a nivel de conhecimento ou desconhecimento. Ela vent
a sentir mais do que seria possivel verbalizer sobre seu campo
e reage organismicamente em termos das relaQ6es que nao
estao presentes na sua consciéncia.
Dessa completer imersao subjetiva comega a surgir uma
formagao criativa, um sentido de diregao, uma vaga formulagao
de relag6es ate ent8o nao reconhecidas. Essa forma criativa,
apurada, formulada em termos mais claros, toma-se uma hipo-
tese - a proposiqao de uma crenga provisOria, pessimal e subje-
tiva. O cientista esta dizendo, a partir de toda a sua experiéncia
conhecida e desconhecida: "ten ho um palpite de que tal e tal
relagao existe, e de que a existéncia desse fenOmeno é relevan-
te para meus valores pessoais".

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Abordagem Cerntrada no Pessoa | 5a edigéo

O que estou descrevendo é a fase inicial da ciéncia, pro-


vavelmente sua fase mais importante, embora ten ha side aque-
Ia que cientistas norte-americanos, particularmente psicélogos,
estiveram propensos a minimizer ou ignorer. Neo que ten ha
side negada, mas for afastada rapidamente. Kenneth Spence
afirmou que esse aspecto da ciéncia "for simplesmente tornado
Como cento"." Tal Como muitas experiéncias tides Como cer-
tas, essa também tende a ser esquecida. E de fate na matriz
da experiéncia imediata, pessimal, subjetiva, que toda ciéncia e
qualquer pesquisa cientifica individual tom sua origem.

Conferindo com a Realidade

Assign, o cientista chega criativamente é sua hipétese, é


sua fé proviséria. Mas serf que isso confere com a realidade?
A experiéncia tem mostrado a cede um de nos que é muto fa-
cil se enganar, acreditando em alga que vent a ser contrariado
pela experiéncia posterior. Como posso dizer se esta crencga
provisOria tem alguma relagao real com os fates observaveis? 1135
Posso user n8o apenas uma, mas v8rias evidéncias. Posso cer-
car minha observagao dos fates com v8rias precaugOes, para
ter certeza de que nao estou me enganando. Posso consulter
outros que também tenham se preocupado em evitar a auto-ilu-
séo e tenham aprendido modes u'teis de se flagrant em crencgas
injustificadas, baseadas em m8 interpretagao das observagOes.
Posso, em sums, comegar a user toda uma metodologia re-
quintada que a ciéncia elaborou. Descubro que proper minha
hipOtese em termos operacionais ir8 evitar muitos caminhos
sem saids e conclusOes falsas. Aprendo que grupos de con-

e. Pode ser pertinenfe citer as colocagées de of de esta phrase fol tirade.


os dados de todas as ciéncias tom a res ma origem -especifica-
menfe, a experiéncia imediata de uma pessoa que observer, o préprio
cientista. Isso quer dizer, que a experiéncia imediata, a matriz inicial
da qua/ surgiram todas as ciéncias, rréo é mais considerada objeto de
preocupagéo para o cientista. Ele simplesmente a toma Como certs e
precede entéo na tarefa de descrever os eventos que estéo ocorren-
do, a ffm de descobrir e formular a natureza das intricadas relagées
exisfentes." Kenneth W. Spence, Psychological Theory, M. W. Marx
(Ed.), Macmillan, 1951. p.173.

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J hn Keithw d c I, F rg.)

trole podem me ajudar a evitar extrair inferéncias falsas. Apren-


do que correlagées e testes T, proporgées criticas e toda uma
gama de procedimentos estatisticos podem da res ma forma
me ajudar a se fazer inferéncias razoéveis.
Dessa maneira, a metodologia cientifica é vista pelo que
verdadeiramente é - um mode de me prevent quanta a me en-
ganar a m m mes no a respeito dos meus palpites subjetivos
criativamente formados e que se desenvolveram a partir do
men relacionamento com o men material. E nesse contexto, e
talvez somente nesse contexto, que a vasts estrutura do ope-
racionismo, do positivismo Iégico, do projeto de pesquisa, dos
testes de significancia, etc., tom seu Ingar. Eles existent, neo
por si préprios, mas, Como intrumentos na tentative de checker
o sentimento subjetivo, ou o palpite, ou a hipétese de uma pes-
soa em relagao ao fate objetivo.
E, mes no usando tal método rigoroso e impessoal, as
escolhas importantes sao todas tomadas subjetivamente polo
cientista. Em quai das numerosas hipéteses devo investir men
tempo? Que tipo de grupo controls é mais adequado para im-
136 | pedir a auto-ilusao nesta pesquisa particular? Até of de devo
Ievar a an8Iise estatistica? Que gray de credibilidade devo atri-
buir a meus resultados? Cada um deles é necessariamente um
julgamento pessimal subjetivo, enfatizando que a espléndida es-
trutura da ciéncia se apéia basicamente no seu use subjetivo,
pelas pessoas. E o melhor instrumento que pudemos imaginer
ate agora para checker nossa sensagao organismica do univer-
so.

As Descobertas

Se, Como cientista, gusto da maneira Como desenvolvi


minha investigagéo, se estive aberto a toda evidéncia, se se-
lecionei e user inteligentemente todas as precaugées contra
a auto-iluséo que fui capaz de dissimilar através de outros ou
inventor por mim mes no, entéo posso atribuir minha crenga
proviséria ans fates que emergiram. Passarei a considers~los
Como a mole impulsionadora para investigagées e pesquisas
posteriores.
Parece-me que a ciéncia, na sua melhor acepgéo, tem o
propésito primordial de fornecer uma hipétese mais satisfaté-
ria e confiavel, uma crenga ou fé, para o préprio investigador.

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Abordagem Centrada no Pessoa I 5a edigéo

Enquanto o cientista estiver lentando prover ago para os ou


fros - um euro no quai incorri mais de uma vez - at, entail, echo
que ele estar8 usando a ciéncia para reforge uma inseguranga
pessimal, e impedindo-a de exercer seu papel verdadeiramente
criativo a servigo da pessoa.
A respeito das descobertas da ciéncia, o fundamento
subjetivo fico perfeitamente demonstrado polo fate de que mui-
tas vezes o cientista se recuse a acreditar em sens préprios
resultados. "A experiéncia revelou tal e tal, mas eu acredito que
esta errado", é uma reagao que todo cientista j8 experimentou
em algum momenta. Algumas das descobertas cientificas mais
frutiferas se desenvolveram da descrenga persistente de um
cientista nos sens prOprios resultados e também nos de outros
Em Ultima an8lise, ele pode ter mais confianoa em sues reagOes
organismicas totals do que nos métodos da ciéncia. Nao h8
dUvida de que isto também pode resultant em sérios erros, tanto
quanta em descobertas cientificas, mas indica novamente o lu-
gar de lideranga do subjetivo no use da ciéncia.

A Comunicagéo das Descobertas Cientificas

Perambulando esta manhé, sobre um recife de coral no


Caribe, creio ter vista um peixe azure. Se voce, independente
mente, também o view, entéo me sir to mais confiante em minha
prépria observagao. lsto é conhecido Como verificagao inter
subjetiva e desempenha um papel importante na nossa com~
prensao da ciéncia. Se eu o conduzir (seja em converser, seja
através de material impresso ou comportamentalmente) atra-
vés dos passes que toma numa investigagao, e se Ihe parecer
também que nao me auto-iludi, e que de fate cheguei a uma
nova relagao condizente com meus valores, e que essa crenqa
proviséria se justifica nessa relagéo, entéo teremos o inicio da
Ciéncia com C maiUsculo. E neste porto que, provavelmente,
pensamos ter criado um compo de conhecimento cientifico. Na
verdade, tal compo de conhecimento nao existe. H8 somente
crengas provisérias, existindo subjetivamente, em algumas
pessoas diferentes. Se esters crengas nao forem provisérias,
entail o que existe é dogma, nao ciéncia. Se, por outro Iado,
ninguém a nao ser o investigador acredita na descoberta, entail
o resultado obtido ou é um assunto pessimal e discordante, ou
uma constancia de psicopatologia, ou entail é uma verdade inu-

D. An n r l I I n n n An I l nrlllFc I nnqn

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J hn Keith W od U f, ( rg.)

sitada descoberta por um génio, em que ninguém ainda esté


subjetivamente pronto para acreditar. Isso me Ieva a comentar
sobre o grupo que p6e uma fé proviséria em qualquer resultado
cientifico que aparega.

Comunicagéo para Query?

Esté claro que as descobertas cientificas so podem ser


comunicadas équeles que concordarem com as mesmas re-
gras bésicas de investigagéo. O aborigine australiano neo ficaré
nada impressionado com as descobertas da ciéncia sombre in-
fecgéo bacteriana. Ele sake que as doengas sao de fate causa-
das polos espiritos malignos. Somente quando ele concorder
também com o método cientifico Como um bom n e o de previ-
nir o auto-engano, é que ele estaré apto a aceitar as descober-
tas.
Mas mes no entre os que adotaram as regress bésicas do
ciéncia, a crenga proviséria nas descobertas da pesquisa cien-
tifica so) pode ocorrer quando existir uma disposigéo subjetiva
38 | para acreditar. Podemos star varies exemplos. A maioria dos
psicélogos esta pronto para acreditar nas evidéncias que mos-
tram que o sistema de palestras produce aumentos significati-
vos no aprendizado, e pouco propensa a admitir que é possivel
identificar uma carts oculta atraves de uma habilidade chamada
percepgao extra-sensorial. No entanto, as evidéncias cientificas
quanta a essa habilidade sao consideravelmente mais tangiveis
do que em relagao ao sistema de palestras. Da res ma forma,
quando apareceram os assisi chamados "estudos de Iowa", in-
dicando que a inteligencia pode ser consideravelmente altera-
da pelas condigées ambientais, houve uma grande descrenga
entre os psicélogos e muitos ataques ans métodos cientificos
imperfeitos que foram usados. As evidéncias cientificas quanta
a essas descobertas nao sao hoje muito melhores do que no
inicio, quando os estudos de Iowa apareceram, mas a disposi-
Qao subjetiva dos psicOlogos para acreditar em tabs resuitados
alterou-se significativamente. Um historiador da ciéncia baotou
que os empiristas, se tivessem existido naquele tempo, teriann
side os primeiros a invalider os resultados de Copérnico.
Parece que, quer eu acredite nas descobertas cientificas
de outros, ou naquelas advindas dos meus prOprios estudos,
isso depende em parte da minha disposigao em colocar uma

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Abordagem Centzrada no Pessoa | 5a edigéo

crenga proviséria em tal descoberta.9 Uma razéo pela quai


neo estamos particularmente conscientes desse fate subjetivo
é que nas ciéncias fisicas, em especial, temps gradualmente
concordado em que, numa vasts area da experiéncia, estamos
prontos para acreditar em qualquer descoberta que possa ser
mostrada Como estando apoiada nas regress do jogo cientifico,
apropriadamente jogado.

O Uso da Ciéncia

Mas neo é somente a origem, O processo e a concluséo


da ciéncia que constituent alga que so existe no experiéncia
subjetiva das pessoas - isso também ocorre com a sua utiliza-
Qao. A "Ciéncia" nuncio ir8 impessoalizar, controller ou manipulate
individuos. Somente as pessoas é que o powder fazer e o farao.
Esta é uma observagao ébvia e banal, no entanto uma profunda
compreenséo disso teve grande significado para mim. Quero
dizer que o use a ser feito das descobertas cientificas no campo
da personalidade é e ser8 sempre matériel de escolha pessimal,
subjetiva - o mes no tipo de escolha que uma pessoa faz em te- 1139
rapia. Na medida em que ten ha fechado defensivamente certes
8reas da experiéncia 8 sua consciéncia, a pessoa provavelmen-
te farm escolhas socialmente destrutivas. Na medida em que es-
tiver aberta a todas as fases da sua experiéncia podemos ester
ceros de que muito provavelmente usar8 as descobertas e os

9_ Um exempla extraido de minha prépria experiéncia pode ser sufi-


ciente. Em 1941 uma pesquisa feifa sob minha superviséo mostrou que
o alustamento future de adolescentes delinquentes era mais previsivel
através de uma medico de sua auto-aceitagao e auto-compreenséo.
O instrumento era muto rudimental, mas era um prognosticadormelhor
do que a nedda do ambiente familiar, as capacidades hereditarias,
o ambiente social, etc. Naquela época, eu simplesmente nao estava
pronto para acreditar em tal descoberta, porque minha prOpria crenga,
Como a da maioria dos psicOlogos, era de que fatores fats Como a at-
mosfera emocional da far ilia e a infiuéncia do grupo de colegas cram
os determinantes reals da delinquéncia on neo-delinquéncia future.
SO gradualmente, pela continuagéo e aprofundamento da minha ex-
periéncia em psicoterapia, é que me for possivel pautar minha crenga
provisOria nos resultados desse estudo e de um posterior, de1944, que
o confirmou. (Para informagéo sombre estes dots estudos v. "O papel da
auto-compreensao no prognOstico de comportamento", C. R. Rogers,
B. L. Kell, e H. Mcneil, J. Consult. Psychol. 12 1948. p. 174-186.)

n..LI: anan
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J h K ith Wood t I. I rg.)

métodos da ciéncia (ou qualquer outra ferramenta ou capacida-


de) de uma maneira pessimal e socialmente construtiva.10 Por-
tanto, de fate, neo he nenhuma entidade ameagadora, a "Cién-
cia", que possa de algum mode afetar nos so destine. Existent
somente pessoas. Embora algumas deles seam, sem du'vida,
ameagadoras e perigosas na sua defensividade, e o moderno
conhecimento cientifico ten ha multiplicado a ameaga e o peri-
go, isso neo é o quadro global. He dues outras facetas signifi-
cativas: a) muitas outras pessoas estéo relativamente abertas
é sua experiéncia e portanto, passives de serer socialmente
construtivas, b) tanto a experiéncia subjetiva da psicoterapia
quanta as descobertas cientificas a esse respeito indicant que
os individuos sao motivados a mudar, e podem ser ajudados
nesse intuito, em diregao a uma major abertura a experiéncia, e
portanto em diregao a um comportamento que é mais contruti-
vo do que destrutivo em relagéo ao self e 8 sociedade.
Resumindo, a Ciéncia nuncio pode nos ameagar. SO as
pessoas podem faze-Io. E, embora os individuos possam ser
muto destrutivos quando tom em sues maps os instrumentos
140 |
advindos do conhecimento cientifico, este e apenas um lado da
questao. NOs j8 temps conhecimento subjetivo e objetivo sombre
os principios b8sicos através dos quais os individuos podem
conseguir um con portamento social mais construtivo, que é
conatural ao seu processo organismico de vii-a-ser.

Uma Nova lntegragéo

O que essa Iinha de pensamento me possibilitou for uma


nova integragéo na quai o conflito entre o "experienciador" e
o "cientista" tende a desaparecer. Essa integraqéo particular
pode neo ser aceit8veI para outros, mas tem sentido para mm.
Seus principios centrals estao implicitos, em sua major parte,
na secqéo anterior, mas tentarei prop6-los aqui de um mode
que Ieve em consideraqao os argumentos entre os pontes de
vista opostos.
A ciéncia, tanto quanta a terapia, ou qualquer outro as-

. Expliquei muto mais detalhadamente a légica deste porto de vista


10

em dots artigos recentes : "O Conceito da Pessoa em Funcionamenfo


Pleno" e "Para uma Teoria da Criatividade", ETC 11 1954. p. 249-260.

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Abordagem Centrada na Pessoa 5a edigén

pecto da Vida, esté enraizada e baseia-se na experiéncia subje-


tiva e imediata de uma pessoa. Ela surge do experienciar orga-
nismico, total, intimo, so parcial e imperfeitamente comunicével.
E uma fase do viver subjetivo.
E porque encontro valor e satisfagao nas relaqOes huma-
nas que entre numa relagao conhecida Como terapéutica, em
que sentimentos e cognigao se misturam numa sO experiéncia
unit8ria, vivider mais do que examinada, na quai a consciéncia é
nao refletida, e of de sou mais participants do que obsewador.
Mas, Como ten ho curiosidade quanta 8 delicada order que pa-
rece existir no universe e na relagao, posso abstrair-me da ex-
periéncia e encar8-la Como observador, colocando-me e/ou ans
outros Como objetos dessa observagao. Como observador use
todos os palpites que surgery da experiéncia viva. Para evitar
me iludir Como observador, para obter um quadro mais exato
da order existente, ago use de todos os carbones da ciéncia.
Ciéncia n8o é uma coisa impessoal, mas simplesmente uma
pessoa vivendo subjetivamente outra face de si res ma. Uma
profunda compreeensao da terapia (ou de qualquer outro pro-
blema) pode advir de vivo-Ia, ou de observe-Ia de acordo com 1141
as regress da ciéncia, ou da comunicaqéo, dentro do self entre 1

os dots tipos de experiéncia. Quanto a experiéncia subjetiva


de escolha pessimal, esta neo é bésica apenas em terapia, mas
também o é no use do método cientifico. Cheguei mes no ao
porto de perceiver que a Iiberdade de escolha neo é necessa-
riamente heresia frente ao determinismo que é parte do nos so
quadro de referéncia sombre o pensar de forma cientifica. Visto
que recentemente tenter explicate esta relagao em outro luger" ,
nao o retomarei aqui.
O que fare com o conhecimento obtido através do mé-
todo cientifico - se o usarei para compreeender, promover, en-
riquecer, ou para controller, manipulate e destruir -, é matériel de
escolha subjetiva que depende dos valores que tenham signifi-
cado pessimal para mm. Se, por redo e por defesa, eu mantiver
fore da minha consciéncia glandes 8reas da experiencia, se eu
puder ver apenas aqueles fates que apéiam minhas crengas
mantendo-me cego a todos os outros, se puder ver apenas os

11
V "Conceito de Pessoa em Funcionamento Pleno", no capitulo 3
deste volume.

-
Publicaqéo da edit;ora do Ufes edufes | 2010
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aspectos objetivos da Vida, e neo puder perceiver o subjetivo,


se de algum mode eu reduzir minha percepgéo no alliance de
sua real capacidade - entéo provavelmente serer socialmente
destrutivo, quer esteja usando Como ferramenta o conhecimen-
to e os instrumentos da ciéncia, ou o powder e a forgo emocional
de uma relagéo subjetiva. E se, por outro lado, eu estiver aber-
to 8 minha experiéncia e puder permitir a todas as sensagées
do men complexo organismo se tornarem disponiveis 8 minha
consciéncia, entéo, muto possivelmente, usarei o men self, a
minha experiéncia subjetiva e o men conhecimento cientifico,
de mode realisticamente construtivo.
Portanto, esse é o nivel de integragao que fui capaz de
conseguir ate o momenta, entre dues abordagens inicialmente
experimentadas Como conflitantes. Isso neo resolve completa-
mente todas as quest6es colocadas na secgao anterior, mas
parece apontar na diregao de uma resolugéo. Re-escreve o
problems ou re-configura a questao, colocando a pessoa sub-
jetiva, existencial, com os valores que ela tem, Como raiz e fun
damento do relacionamento terapéutico e da relagéo cientifica
1421
Porque a ciéncia também, no seu inicio, é uma relagéo "Eu-Tu"
com O mundo dos objetos percebidos, tanto quanta a terapia
na sua dimenséo mais profunda é uma relagao Eu-Tu" com
uma pessoa ou pessoas. Somente Como pessoa subjetiva é
que posso entrar em qualquer dessas relag6es.

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Abordagem Centzrada no Pessoa | 5a edigén

AS CONDIQOES NECESSARIAS E SUFICIENTES PARA A


MUDANQA TERAPEUTICA NA PERSONALIDADE 12

Carl Ransom Rogers

Durante muitos anus estive envolvido com psicoterapia


para individuos em crise. Recentemente, ten ho estado cede vez
mais preocupado com o processo de tenter abstrair da experi-
éncia os principios gerais que parecem ester envolvidos nela.
Ten ho me esforgado para descobrir qualquer regularidade,
qualquer unidade que parega inerente ao tecido complexo e su-
til da relagao interpessoal, na quai ten ho estado two constante-
mente imerso no trabalho terapéutico. Um dos produtos atuais
desta preocupaqao consiste numa tentative para estabelecer,
em termos formals, uma teoria de psicoterapia, de personalida-
de e das relagées interpessoais que possa englobar e center os
fenémenos da minha experiéncia13. O que eu gostaria de fazer,
ao Longo deste vertigo, é tomar um segmento muto pequeno 1143
dessa teoria, descrevé-lo de forma mais completer e explorer
seu significado e utilidade.

O Problema

A questéo a quai desejo me reporter é a seguinte: é


possivel estabelecer, em termos claramente definiveis e men-
suréveis, as condigées psicolégicas, tanto necessérias quanta
suficientes, para Ievar a efeito mudangas construtivas na perso-
nalidade? Em outras palavras, conhecemos com algum nivel de
precis8o os elementos essenciais para que a mudanga psicote-

12. The Necessary and Sufficient Conditions of Therapeutic Personality

Change. Journal of Consulting Psychology, vol.21 (2) 195Z p. 95-103.


13. Esta deelaracéo formal é intitulada Uma Teoria do Terapia, da

Personalidade e das RelacOes Interpessoais desenvolvida por Carl


R.Rogers, sob o quadro referencial centrado no cliente. o manuscrito
for preparado a pedido do Comité da Associacéo Americana de Psico-
logia para o Estudo do Status e das CondigOes de Desenvolvimento da
Psicologia nos EUA.

-
Publicacéo do editors da Ufes edufes I 2010
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John Keith Wood et al. (org.]

rapéutica ocorra?
Antes de proceder é tarefa principal, permitam-me Reidar,
muito brevemente, com a segunda parte da questéo. O que
significant phrases tabs Como "mudanqa terapéutica", "mudanga
construtiva na personalidade"? Este problems também merece
uma consideragéo profunda e stria, mas no momenta permi-
tam-me sugerir um tipo de significado do sense conium, com o
quai podemos concorder, para os propésitos deste vertigo. Es-
tas phrases significant: mudanga na estrutura de personalidade
de um individual, tanto a nivel superficial quanta mais profundo,
numa direqao que os clinicos concordariam que significa major
integragao, renos conflito inferno, mais energize utilizavel para
um viver efetivo, mudanga de comportamento, no sentido de
um afastamento de comportamentos geralmente considerados
imaturos e na diregao daqueles considerados Como amadure-
cidos. Esta breve descrigéo pode ser suficiente para indicar o
tipo de mudanga para a quai estamos considerando as pré-
condigées. Ela pode sugerir também as formas Segundo as
quais este critério de mudanga pode ser determinado'" .
1441

As Condigées

Baseando-me em minha prépria experiéncia clinics e na


de meus colegas, juntamente com a pesquisa pertinents dispo-
nivel, extra vérias condigées que me parecem ser necessérias
para iniciar uma mudanga construtiva na personalidade. Tais
condigées, tomadas em conjunto, parecem ser suficientes para
iniciar este processo. A nedda em que trabalhava com esta
questéo, surpreendi-me com a simplicidade do resultado que
emergiu. A declaragao seguinte n8o se prop6e a oferecer qual-
quer certeza quanta 8 sua correggio, mas espera-se que conte-
nha o mes no valor de outras teorias, a saber, que declare ou
resulte em uma sherie de hip6teses abertas 8 comprovagao ou
8 refutagao, esclarecendo e ampliando, desta maneira, nos so

14. O fate de que este é um critério determinével e mensurével for com-

provado em pesquisa /é concluida. Ver (7), especialmente capitulos


8, /3 e IZ

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Abordagem Centrada na Pessoa l5a edigio

conhecimento sobre este campo.


Considerando-se que neo estou lentando crier suspense
neste vertigo, declararei, de imediato, em terrors estritamente
rigorosos e resumidos, as sets condigées que considerer Como
bésicas para o processo de mudanga na personalidade. O signi-
ficado de inUmeros termos neo se toma imediatamente eviden-
te, mas serf esclarecido nas secQ6es explanatérias seguintes.
Espera-se que esta breve proposigao adquira major significén-
cia para o Ieitor, quando ele terminal a leitura do vertigo. Sem
prolonger esta introdugéo demasiadamente, permian-me co-
Iocar a posigao teérica bésica.
Para que uma mudanga construtiva na personalidade
ocorra, é necessarily que as seguintes condigées existam e per-
sistam por um periodo de tempo:

1. Que dues pessoas esteem em cantata psicolégico,


2. Que a primeira, a query chamaremos cliente, esteja
num estado de incongruéncia, estando vulnerével ou ansiosa,
3. Que a segunda pessoa, a query chamaremos de tera-
peuta, esteja congruente ou integrada na relagéo, 1145
4. Que o terapeuta experiencie consideragéo positiver in-
condicional pelo cliente,
5. Que o terapeuta experiencie uma compreenséo empé-
tica do esquema de referéncia inferno do cliente e se esforce
por comunicar esta experiéncia ao cliente,
6. Que a comunicagéo ao clients da compreenséo empé-
tica do terapeuta e da consideragéo positiver incondicional seja
efetivada, pelo renos num gray minima.
Nenhuma outra condigéo é necesséria. Se esters sets
condiQ6es existirem e persistirem por um periodo de tempo,
isto é o suficiente. O processo de mudanga construtiva na per-
sonalidade ocorreré.

Uma Relagéo

A primeira condigéo especifica que uma relagéo minima,


um cantata psicolégico, deve existir. Estou langando a hipétese
de que uma mudanga na personalidade significativa e positiver
n8o ocorre exceto numa relagao. Esta é, sem du'vida, uma hip6-
tese e pode ser refutada.
As condigées de 2 a 6 estabelecem as caracteristicas da

-
Publicaqéo da editors da Ufes edufes | 2010
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J h KeithW od E I. I rg.)

relagéo que sao consideradas Como essenciais, por definirem


as caracteristicas necessérias para cede integrante da relagéo.
Tudo que se pretends com a primeira condigao é estabelecer
que as dues pessoas esteem, num cento gray, em cantata, que
cede uma registre alguma diferenga percebida no mundo expe-
riencial da outra. Provavelmente, isto é suficiente se cede uma
deles crier uma diferenca "subliminal", mes no que n8o esteja
conscientemente a par deste impacto. Assign, pode tornado-se di-
ficil saber se um paciente catat6nico percebe a presence de um
terapeuta Como representando uma diferenca para ele - uma
diferenga de qualquer tipo - mas, é quase cento que em algum
nivel organico ele realmente sinter esta diferenca.
Exceto em uma dificil situacao Iimitrofe Como a mencio-
nada acima, seria relativamente fécil definir esta primeira con-
dicao em termos operacionais e assisi determiner, a partir de
um prisms exigente de pesquisa, se a condicao existe ou nao.
O método mais simples para efetuar esta determinacao envol-
ve pure e simplesmente a consciéncia de ambos, terapeuta e
cliente. Se cede um deles estiver consciente de ester em conta-
146 |
to pessimal e psicolégico com o outro, entail, esta condicao esta
atendida.
A primeira condicéo para a mudanca terapéutica é tao
simples que, talvez deva ser chamada de pré-suposic8o ou de
pro-condicao, aim de distinguee-Ia das demais. Sem ela, no en-
tanto, os items remanescentes ficariam sem significado e esta é
a razao para include-Ia.

O Estado do Cliente

Estabeleceu-se ser necessério que o cliente esteja "num


estado de incongruéncia, estando vulnerével ou ansioso". Qual
é o significado destes termos?
Incongruéncia é um construto bésico para a teoria que
estamos desenvolvendo. Refere-se a uma discrepéncia entre a
experiéncia real do organismo e a imager de self do individual,
ate o porto em que esta represents aquela experiéncia. Assign,
um estudante pode experienciar, a nivel total ou organismico,
um redo em relac;8o 8 universidade e ans exames aplicados no
terceiro ender de um determinado edificio, uma vez que estes
powder reveler uma inadequagao importante nele. Desde que
o redo desta sua inadequagao esté decididamente em oposi-

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Abordagem Centrada no Pessoa | 5a edigiu

Quo é sua imager a respeito de si mes no, esta experiéncia é


representada (distorcidamente) em sua consciéncia Como um
redo irracional de subir escadas neste ou em qualquer outro
edificio e, logo se transforms num redo irracional de atraves-
sar o campus ao ar Iivre. Portanto, he uma discrepéncia funda-
mental entre o significado experienciado da situagao, da forma
Como é registrado por seu organismo e a representagao simbO-
Iica daquela experiéncia na consciéncia, de uma maneira que
neo entre em conflito com a imager que ele tem de si mes no.
Neste case, admitir um redo de inadequagao iris contradizer
a imager que ele mantém sobre si mes no, admitir medos in-
compreensiveis n8o contradict seu auto-conceito.
Um outro exempla seria o da mée que desenvolve do-
engas estranhas, toda vez que seu u'nico filho faz planes para
sail de casa. O desejo real é apegar-se 8 sua u'nica forte de
satisfagao. Perceber isto conscientemente seria inconsistente
com a imager que ela tem de si res ma Como uma boa mae.
A doenga, no entanto, é consistente com seu auto-conceito, e
a experiéncia é distorcidamente simbolizada desta maneira. As-
sim, novamente h8 uma incongruéncia b8sica entre o self da 1147
forma Como é percebido (neste case Como uma mae doente
necessitando de atengao) e a experiéncia real (nests case o
desei o de ape9at-se a seu filho).
Quando o individual neo esté consciente de tal incongru-
éncia em si mes no, a simples possibilidade de ansiedade e
desorganizagéo, torna-o vulnerével. Uma determinada experi-
éncia pode ocorrer de maneira two repenting ou ébvia, que esta
incongruéncia neo pode ser negada. Portanto, a pessoa est8
vulnerével a tal possibilidade.
Se o ind'ividuo percebe vagamente tal incongruéncia em
si mes no, entéo, um estado de tenséo ocorre e é conhecido
Como ansiedade. A incongruéncia neo preciser ser claramente
percebida. Torna-se suficiente uma percepgéo subliminal dela
- ou seja, que ela seja discriminada Como ameagadora para o
self, sem qualquer consciéncia do conteuiido dessa ameaga. Tal
ansiedade é frequentemente vista em terapia, 8 medida que o
individual se toma mais consciente de algum elemento de sua
experiéncia que esteja em franca contradigao com seu auto-
conceno.
N80 é féciI dar uma definigao operacional preciser 8 se-
gunda das sets condigées, ainda assisi, em um cento gray, isto

-
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for obtido. Diversos pesquisadores definiram o auto-conceito


através de uma classificagéo pela técnica-Q, feta pelo individual
a partir de uma Iista de items auto-referentes. Isto nos d8 uma
imager operacional do self. A experienciagéo total do indivi-
duo é mais dificil de ser apreendida. Chodorkoff (2) define esta
experienciagao Como uma classificagao pela técnica-Q feita
por um clinico que seleciona os mes nos items auto-referentes
independentemente, baseando esta classificagao na imager
obtida a partir de testes projetivos aplicados no individual. Sua
classificagao include, assisi, tanto elementos conscientes quanta
inconscientes da experiéncia do individual, vindo a representer
desta forma (através de um caminho admitidamente imperfeito)
a totalidade da experiéncia do cliente. A correlagao entre esters
dues classificaqOes fornece uma nedda operacional bruter da
incongruéncia entre self e experiéncia, sendo que correlagOes
baixas ou negatives representam, é claro, um alto gray de in-
congruéncia.

A Autenticidade do Terapeuta na Relagéo


1481

A terceira condigéo estabelece que o terapeuta deveria


ser, nos limites desta relagéo, uma pessoa integrada, genuine
e congruente. lsto significa que, na relagéo, ele esté sendo Iivre
e profundamente ele mes no, com sua experiéncia real pres
samente representada em sua conscientizagao de si mes no. E
o oposto de apresentar uma "fachada", quer ale ten ha ou neo
conhecimento disto.
Nao é necess8rio (nem tampouco possivel) que o tera-
peuta sea um rodeo de perfeigao, exibindo este mes no gray
de integragao e unicidade em todos os aspectos da sua Vida.
E suficiente que ele seja precisamente ele mes no na hors em
que esta relagao est8 ocorrendo, que, num sentido b8sico, ele
sea o que realmente é, neste exato momenta. .
Deve ficar claro que o exposto acima include o terapeuta
ser ele mes no de maneiras que ate mes no nao seam consi-
deradas ideas para a psicoterapia. A experiéncia do terapeuta
pode ser: "estou com redo deste cliente" ou "minha atengao
esta t8o focalizada em meus préprios problemas que mal posso
ouvi-Io." Se o terapeuta nao negar estes sentimentos 8 consci-
éncia, e for capaz de assumi-los livremente (da res ma maneira

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que o faz com sens outros sentimentos), entéo, a condigéo que


estabelecemos estaré atendida.
Tor aria muto tempo considerer o curiosa tema que se
refere ao gray em que o terapeuta exteriorize ao cliente esta rea-
Iidade que ocorre consign. Certamente, o objetivo neo consiste
no terapeuta expresser ou falar sobre sens préprios sentimen-
tos, mas principalmente que ele neo esteja enganando o cliente
nem a si mes no. Algumas vezes, ele pode preciser expresser
alguns dos sens sentimentos (tanto para o cliente, Como para
um colega ou supervisor), case eles esteem obstruindo o cami-
nho das dues prOximas condigOes.
Nao é demasiadamente dificil sugerir uma definigao ope-
racional para esta terceira condigao. Langaremos man, nova-
mente, da técnica-Q. Se o terapeuta selecionar uma sherie de
items relevantes para a relagao [usando uma lists semelhante
8quelas desenvolvidas por Fiedler (3,4) e Bown (|)], isto reve-
lar8 sua percepgao da prOpria experiéncia na relagao. Se di-
versos juizes que obsewaram a entrevista, ou ouviram uma
gravagao dela (ou assistiram ao filme), escolherem, entail, os
mes nos items para representer sua percepgao sobre a rela- 1149
gao, esta segunda classificaqao captaria aqueles elementos do
comportamento do terapeuta e as atitudes inferidas das quais
ele neo esté consciente, bem Como aquelas das quais ele tem
consciéncia. Assign, uma alter correlaQ8o entre a classificagao
do terapeuta e a do observador representaria, de uma forma
grosseira, uma definigao operacional da congruéncia ou inte-
gragao do terapeuta na relagao, e uma baixa correlagao impli-
caria no oposto.

Consideragéo Positiva Incondicional

Na nedda em que o terapeuta se encontra experien-


ciando uma aceitagéo calorosa de cede aspecto da experién-
cia do cliente Como sendo uma parte daquele cliente, ele es-
taré experienciando consideragao positiver incondicional. Este
concerto for desenvolvido por Standal. (8) Significa que nao h8
condigées para a aceitagao, nem sentimentos do tipo: "gusto
de voce, apenas se voce for desta ou daquela maneira". Impli-
ca numa "aprecia<;8o" da pessoa, da forma Como Dewey usou

-
Publicaqéo da editzora do Ufes edufes | 2010
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este termo. Esté no polo oposto de uma atitude de avaliagéo


seletiva - "voce é mau nestes aspectos e bom naqueles." En-
volve sentimentos de aceitagéo, tanto em relagéo é expres-
séo de sentimentos negatives do cliente, "mays", dolorosos,
de tenor, defensives ou anormais, Como também em relagéo
equeles "bons", positives, maduros, confiantes e socializados,
a res ma aceitagéo em relagéo is maneiras Segundo as quais o
cliente esté sendo inconsistente, Como em relagéo équelas em
que ele é consistente. lsto significa um cuidado com o cliente,
mas neo de forma possessive, ou simplesmente para satisfazer
as necessidades do prOprio terapeuta. Implica numa forma de
apreciar o cliente Como uma pessoa individualizada, a query
se permite ter os prOprios sentimentos , sues prOprias experi-
éncias. Um cliente descreve o terapeuta Como "fomentando o
men apoderar-me de minha prOpria experiéncia...que (esta) é a
minha experiéncia e que eu a estou realmente vivendo: pensan-
do o que penso, sentindo o que sir to, querendo o que quern,
temendo o que temp, n8o 'se', 'mas', ou 'nao' reals". Esta é
o tipo de aceitagao hipoteticamente considerada Como sendo
150 | necess8ria para que a mudanga na personalidade ocorra.
Semelhante 8s dues condigOes precedentes, esta quarter
é uma questao de gray 15, Como toma-se imediatamente aparen-
te, ao tentarmos defini-Ia em termos de operagOes especificas
de pesquisa. Um tipo de método para dar a esta condigao uma
definigao seria considerer a classificagao-Q da relagao Como
descrita para a condigao 3. Na medida em que items que ex-
pressam consideraoao positiver incondicional sao selecionados
Como caracteristicos da relagao, tanto para o terapeuta Como
para os obsewadores, a consideragao positiver incondicional

A phrase "consideragéo positiver incondicional" pode ser infeliz, por


soar Como um concerto absolute, do tipo ludo-ou-nada. Provavelmen-
te, toma-se evidente a partir das descrigées que uma consideragéo
positiver incondicional total nuncio existiria, exceto em teoria. De um
porto de vista cl/nico e experiencial, creio que a afirmagao mais preci-
sa é a de que o terapeuta eficiente experiencia consideragéo positiver
incondicional pelo ciiente durante muitos mementos de seu cantata
com ele; ainda assisi, de tempos em tempos, ele experiencia apenas
uma consideragéo positiver condicional - e talvez, as vézes, uma con-
sideragéo negative, embora esta neo sera provével de ocorrer numa
terapia eficiente. E neste sentido que a consideragéo positiver incondi-
cional existe Como uma questéo de gray em qualquer relagzéo.

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poderia ser tomada Como existindo. Tais items podem incluir


declaragées do tipo: "neo sir to repulser por nada que o cliente
diz", "neo sir to nem aprovagéo nem desaprovagéo em relagéo
ao cliente ou is sues afirmaQ6es - simplesmente aceitaQéo",
"sinto-me caloroso em relagéo ao clients - em relagéo is sues
fraquezas e problemas, bem Como is sues potencialidades",
"nao me sir to inclinado a julgar o que o cliente me conta", "eu
gusto do cliente". Na nedda em que tanto o terapeuta quanta
os observadores percebem estes items Como caracteristicos,
ou sens opostos Como neo-caracteristicos, pode-se dizer que a
condigao 4 for efetivada.

Empatia

A quinta condigéo estabelece que o terapeuta experien-


cie uma compreenséo empética preciser da conscientizagéo
do cliente, a partir de sua prépria experiéncia. Sentir o mundo
privado do cliente Como se ele fosse o seu, mas sem perder a
qualidade "Como se" - isto é empatia, e ela parece essencial
para a terapia. Sentir a raiva do cliente, seu redo ou confusao, 1151
Como se fossem sens, e ainda assisi sem sentir a sua prépria
raiva, redo, ou confusao sendo envolvidas nis to, esta é a con-
digao que estamos lentando descrever. Quando o mundo do
clients é suficientemente claro para o terapeuta e este move-se
nele Iivremente, entail pode tanto comunicar sua compreensao
daquilo que é claramente conhecido pelo clients, Como tam-
bém pode expresser significados da experiéncia do cliente, dos
quais o clients esta apenas vagamente consciente. Como um
cliente descreveu este Segundo aspecto: "a toda hors, estando
eu num emaranhado de pensamentos e sentimentos, enrola-
do numa teia de Iinhas mutuamente divergentes, com impulses
vindos de diferentes partes de mim e experimentando o senti-
mento de ludo ser demais - ent8o, "zump", Como um rain de
sol que able seu caminho através~de aglomerados de nuvens e
entrelagados de folhagens, espalhando um circular de Luz numa
parte emaranhada da floresta, surgia algum comentario seu.
(Ere era) ciareza, um desembaragar mes no, um 8ngulo adicio-
nal para o quadro, um colocar no Ingar. Entao, a consequéncia
- o sentido de ester se movendo, de relaxamento. Estes cram
realmente rains de sol." A pesquisa de Fiedler (3) indica que
esta empatia penetrante é importante para a terapia, ao trazer

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com bastante énfase, items, Como os seguintes, na descrigéo


da relagéo criada por terapeutas experientes:

• O terapeuta é perfeitamente capaz de compreen-


der os sentimentos do paciente;

• O terapeuta neo tem qualquer ddvida sobre o sig-


nificado do que o paciente quer dizer;

• Os comentérios do terapeuta adequate-se per-


feitamente ao estado de espirito e conteddo do
cliente;

• O tom de voz do terapeuta contém a habilidade


completer para compartilhar os sentimentos do pa-
ciente,

Uma definigéo operacional da empatia do terapeuta


poderia ser elaborada de diferentes maneiras. Pode-se user
1521
a classificagéo-Q descrita na condigéo 3. Na medida em que
items que descrevem uma empatia acurada fossem seleciona-
dos Como caracterizando a relagéo, tanto polo terapeuta Como
pelos obsewadores, esta condigao seria considerada Como es-
tando presente.
Uma outra forma de definir esta condigao seria fazer com
que tanto o cliente quanta o terapeuta selecionassem uma lists
de items descritivos dos sentimentos do cliente. Cada um deles
deveria proceder a esta classificagao independentemente, con-
sistindo a tarefa em representer os sentimentos que o clients
tivesse experienciado durante uma entrevista que tivesse aca-
bado de ser concluida. Se a correlagao entre a classificagéo
do cliente e a do terapeuta fosse alter, dir-se-ia que a empatia
estava presents, uma baixa correlagao indicaria a conclusao
oposta.
Uma outra maneira ainda, para se medir a empatia seria
pedir a juizes treinados para que medissem a taxer de profundi-
dade e acuidade da empatia do terapeuta, com base em entre-
vistas gravadas.

A Percepgéo do Cliente sobre o Terapeuta

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Abordagem Centrada no Pessoa | 5a edigéo

A condigéo final estabelecida é a de que o cliente perce-


ba, ao renos num gray minima, a aceitagéo e empatia que o
terapeuta experiencia por ele. A renos que alguma comunica-
Qéo destas atitudes seja efetivada, tabs atitudes neo existent na
relagéo, no que concerne ao cliente e o processo terapéutico
neo poderia, de acordo com nossa hipétese, ser iniciado.
Desde que as atitudes neo podem ser diretamente perce-
bidas, seria mais correto estabelecer que os comportamentos
do terapeuta e sues palavras sao percebidos pelo cliente Como
significando que, em algum gray, o terapeuta o aceta e com-
preende.
Uma definigao operacional desta condigao nao seria difi-
cil. O cliente poderia, apes uma entrevista, selecionar uma Iista
da tecnica-Q com items que se referissem a qualidades repre-
sentativas de uma relaQ8o entre ele préprio e o terapeuta. (A
res ma Iista estabelecida para a condigao 3 poderia ser utiliza-
da.) Se diversos items descritivos de aceitaqao e empatia fos-
sem selecionados pelo cliente Como caracteristicos da relagéo, 1153
entail esta condigao poderia ser considerada Como estando
presente. No atual estado de nos so conhecimento, o significa-
do de "pelo renos num gray minima" terra que ser arbitr8rio.

Alguns Comentérios

Até este porto, o esforqo for no sentido de apresentar de


forma breve, e através de fates, as condigées que vim a consi-
derar Como essenciais para a mudanga terapéutica. Nao tenter
fornecer o contexto teérico destas condigées, nem explicate o
que me parece ser a din8mica para a efetividade das mesmas.
Este material explicative est8 disponivel para o leitor interessa-
do na publicagao previamente mencionada. (7)
Apresentei, no entanto, ao renos uma maneira de definir,
em termos operacionais, cede uma das condigées menciona-
das. Eu o fiz, aim de enfatizar o fate de nao ester falando sombre
qualidades veges, que em termos ideas deveriam ester presen-
tes case um cento resultado, também vago, fosse ocorrer. Estou
apresentando condigées que sao perfeitamente mensur8veis,

P blicagéod edit r a d U f e s - e d fe I 2010


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mes no no estado atual de nossa tecnologia, e sugeri opera


Qées especificas para cede case, embora esteja cento de que
métodos mais adequados de medida poderiam ser propostos
por um investigador sério.
Meu propésito for no sentido de enfatizar a nogéo de que,
em minha opiniao, estamos Iidando com um fenémeno do tipo
se-entéo, no quai o conhecimento da din8mica nao é essen-
cial para tester as hipéteses. Assign, ilustrando através de um
outro campo: se uma subst8ncia, que se demonstrou através
de uma sherie de opera(;6es ser a subst8ncia conhecida Como
8cido hidrocloridrico for misturada com outra solugao, que se
comprovou através de uma outra sherie de operagées ser hidré-
xido de stdio, entail Sal e agua servo produtos desta mistura
Isto é verdadeiro, quer se atribua os resultados 8 mégica, ou se
explique através dos termos mais adequados da teoria quimica
moderner. Da res ma maneira, esta sendo postulado aqui que
certes condigées definiveis precedem certes mudangas tam-
bém definiveis e que este fate existe independentemente dos
nesses esforgos para explica- Io.
154 |

As Hipéteses Resultantes

O major valor de se estabelecer qualquer teoria em ter


mos claros é que hipéteses especificas powder ser extraidas
dela e servo passiveis de comprovagéo ou de serer refutadas
Assign, mes no que as condigées postuladas Como necessérias
e suficientes fossem mais incorretas do que corretas (o que es-
pero neo ser o case), ainda assisi elas mariam desenvolvimen
tos para a ciéncia neste campo, ao fornecerem uma base de
operagées a partir das quais os fates poderiam ser separados
dos erros.
As hipéteses que surgiriam desta teoria dada seriam da
seguinte order:
• Se esters sets condi .;6es (da forma Como foram
operacionalmente definidas) estiverem presentes,
entéo uma mudanga construtiva na personalidade
(Como for definida) ocorreré no cliente;

Se uma ou mais destas condigées neo estiver

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Abordagem Centrada no Pessoa l5a edigio

presented mudanga construtiva na personalidade


neo ocorreré.

Estas hipéteses adequate-se a qualquer situaqéo, quer


se irate ou neo de "psicoterapia".
Apenas a condigéo I é dicotémica (ou ela esté presente
ou neo), e as cinco restantes ocorrem em grays variados, cede
uma em seu préprio continuum. Se isto for verdadeiro, segue-
se uma outra hipétese, e é provavel que esta seja a mais sim-
ples de ser testada:

• Se todas as sets condigées estiverem presentes,


entéo quanta major o gray de presenga das condi-
Q6es de 2 a 6, mais marcante serf a mudanga na
personalidade do cliente.

No momenta presente, as hipéteses acima powder ser


propostas apenas desta forma geral - o que sugere que todas
as condiQ6es tom peso iguana. Estudos empiricos, sem d(lvida,
tomato possivel muito mais refinamento sombre esters hipéte- 1155
ses. Pode ocorrer, por exempla, que se a ansiedade for alter
no cliente, entéo as outras condigées se tornado renos im-
portantes. Ou, se a consideragéo positiver incondicional for alter
(Como no amer de uma m8e por seu filho), entail talvez um
gray modesto de empatia sea suficiente. Mas, ate o momenta,
podemos apenas especular sobre esters possibilidades.

Algumas Implicag6es

Omiss6es Significativas

Se houver qualquer aspecto surpreendente na formula-


géo dada is condiqées necessérias e suficientes da terapia,
este reside provavelmente nos elementos que foram omitidos.
Na prética clinics atual, os terapeutas operant Como se hou-
vesse muitas outras condigées, alum daquelas descritas Como
essencias é psicoterapia. Afim de salientar isto, pode ser u'til
mencionar algumas das condigées que, apps consideragées
sérias sobre a nossa pesquisa e experiéncia, neo foram inclui-
das.
Por exempla, neo esté proposto que esters condigées se

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J h Kithw d c l.[rg.]

aplicam a um determinado tipo de cliente, e que outras condi-


<;6es sao necessérias para produzir mudanga psicoterapéutica
no personalidade em outros tipos de clientes. Provavelmente,
nada é tao frequents no trabalho clinico atual Como a idalia de
que se deve trabalhar de uma maneira com neuréticos e de
outra com psicéticos, que certes condigées terapéuticas devan
ser proporcionadas ans compulsives, outras ans homossexu-
ais, etc. Devido a esta consider8veI énfase da opiniao clinics
no sentido contr8rio, e com algum "redo e trémulo" que eu
proponho o concerto de que as condigées essenciais da psico-
terapia existent numa configuragao simples, embora o cliente
ou paciente possa us8-las de formas muito diferentes16 .
Neo esta proposto que esters sets condigées sao as con-
diQ6es essenciais para a Terapia Centrada no Cliente, e que ou-
tras condigées s8o essenciais para os outros tipos de psicote-
rapia. Certamente, sou profundamente influenciado por minha
prépria experiéncia e esta levou-me a um porto de vista que é
char ado de "centrado no cliente". Contudo, men objetivo ao
estabelecer esta teoria é estabelecer as condigées que se apli-
1561
cam a qualquer situagao, na quai ocorra mudanga construtiva
na personalidade, quer estejamos pensando em psicanalise
cl8ssica, ou quaisquer de sens desdobramentos modernos, ou
psicoterapia Adleriana, ou qualquer outra. Sera 6bvio, portanto,
que para a minha maneira de ver, muto daquilo que é conside-
rado essencial, neo seria empiricamente considerado Como tal.

1e _ Apego-me a esta declaragéo de minha hipétese, embora ela sea


desafiada por um estudo recentemente concluido por Kirtner [5]. Ele
descobriu num grupo de vine e sets cases do Centro de Aconselha-
mento da Universidade de Chicago que he diferengzas marcantes no
mode do cliente abordar a solugéo para as dificuldades da Vida, e
que esters diferengas estéo relacionadas com o sucesso em terapia.
Resumidamente, o cliente que vé sens problemas Como tendo a ver
com sens relacionamentos e que admire ester contribuindo para seu
problems e quer mudar isto, tem chance de ser bem sucedido na te-
rapia. O cliente que externalize sens problemas, sentindo pouca auto-
responsabilidade, tem mais chance de falhan Portanto, a implicacao
é a de que algumas outras condigées precisaram ser oferecidas na
psicoterapia com este grupo de pacientes. No momenta, no entanto,
deixarei minha hipétese da forma Como for formulada, ate que o esfu-
do de Kirtner sera confirmado e ate que descubramos uma hipétese
alternative para substituir a aqui apresentada.

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Abordagem Centzrada no Pessoa l5a edigéo

A testagem destas hipéteses estabelecidas Iangaria Luz sombre


este intrigante tema. Podemos, é claro, considerer que as di-
versas terapias produzem diversos tipos de mudanga na per-
sonalidade, e que para cede terapia um conjunto distinto de
condiQ6es é necessarily. Até que isto seja demonstrado, estou
langando a hipétese de que uma psicoterapia eficaz de qual-
quer tipo produce mudangas semelhantes na personalidade e no
con portamento, e que um conjunto u'nico de pro-condigées é
necess8rio para tanto.
Neo esta proposto que psicoterapia é um tipo especial
de relagao, diferente sob qualquer aspecto de todas as demais
que ocorrem na Vida cotidiana. Sera evidente, no entanto, que,
por breves mementos, ao renos, muitas boas amizades pre-
enchem as sets condigées. Geralmente, isto ocorre apenas
momentaneamente, no entanto, depots a empatia decresce, a
aceitagao positiver toma-se condicional, ou a congruéncia do
"terapeuta" amigo é sobrepujada por algum gray de defesa ou
"fachada". Desta maneira, a relagao terapéutica é vista Como
uma ampliagao das qualidades construtivas que frequentemen-
te existent parcialmente nas outras relagées, e uma manuten- 1157
Qao ao Longo do tempo de qualidades que em outras relagOes
tender a ser no méximo momenténeas.
N50 esté proposto que determinado conhecimento inte-
Iectual, profissional - psicolégico, psiquiétrico, medico ou reli-
gioso - é necessério ao terapeuta. As condig6es 3, 4 e 5. que
se aplicam especialmente ao terapeuta, sao qualidades da ex-
periéncia, e neo informaQ6es intelectuais. Se elas tiverem que
ser adquiridas, devein so-Io, em minha opiniéo, através de um
treinamento experiencial - o quai pode ser, mas geralmente neo
o é, parte do treinamento profissional. Perturba-me sustentar
porto de vista two radical, mas neo posso extrair nenhuma ou-
tra concluséo de minha experiéncia. O treinamento intelectual
e a aquisigéo de informagées tom, eu creio, muitos resultados
valiosos - mas tornado-se um terapeuta neo é um destes resulta-
dos.
Neo esté proposto que énecessério para a psicoterapia
que o terapeuta ten ha um diagnéstico precise sombre o cliente.
Aqui, novamente, perturbs-me sustentar um porto de vista two
contrario ao de meus colegas clinicos. Quando se pensa na
grande quantidade de tempo gasta em qualquer Centro psico-
légico, psiquiatrico, ou de higiene mental com avaliagées psico-

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J linK it:hW d t I. [org.J

légicas exaustivas sobre o clients ou paciente, conclude-se que


elas devan servir a um propésito importante, no que concerne
é psicoterapia." No entanto, quanta mais ten ho observado te-
rapeutas, e quanta mais préximo ten ho estado do estudo de
pesquisas Como a de Fiedler e outros (4), mais sou forgado
a concluir que este conhecimento diagnéstico nao é essencial
8 psicoterapia . Pode ser, inclusive que sua defesa Como um
prelu'dio necess8rio 8 psicoterapia seja simplesmente uma al-
ternativa protetora para justificar que, de um mode geral, ela
é um grande desperdicio de tempo. H8 apenas um propésito
Util que pude observer Como estando relacionado 8 psicotera-
pia. Alguns psicoterapeutas neo conseguem sentir-se seguros
com o cliente, a renos que tenham a respeito dele algum co-
nhecimento diagnéstico. Sem este conhecimento, eles ser tem
redo dele, tornado-se incapazes de ser emp8ticos, incapazes
de experienciar consideragao incondicional, e acreditam ser
necessério demonstrate superioridade na relagéo. Se saber an-
tecipadamente sombre os impulses suicides, powder de alguma
forma aceité-los melhor. Assign, para alguns terapeutas, a segu-
1581 ranga que atribuem 8 informagéo diagnéstica pode se consti-
tuir numa base para se permitirem ester integrados na relagao,
e experienciarem empatia e aceitagao total. Nestes cases, um
diagnéstico psicolégico certamente seria justificével por tornado
o terapeuta mais confortavel e eficiente. Porém, mes no nests
case, nao parece ser uma pro-condigao basics para a psicote-
rapia 1a.
Talvez, eu ten ha apresentado ilustragées suficientes para
indicar que as condigées que hipoteticamente estabeleci Como
necessaries e suficientes para a psicoterapia sao surpreenden-
tes e incomuns primariamente em virtude daquilo que or item.
Se tivéssemos que determiner, a partir de uma pesquisa sombre

17. Néo he a intengzéo de afirmar que a avaliagéo diagnéstica é inUtil.

Nos préprios temps feito grande use de tabs métodos am nossas pes-
quisas sombre mudanga na personalidade. E a sua utilidade Como uma
pro-condigéo para a psicoterapia que esté sendo questionada.
_
18 Num momenta jocose, eu sugeri que tabs terapeutas sentir-se-iam

igualmente conforféveis, se lines tivesse side oferecido O diagnéstico


de algum outro individual e nao o de seu paciente ou cliente. O fate do
diagnéstico mostrar-se inadequado, 8 nedda que a terapia progride,
neo constitute uma perplexidade, porque sempre se espera encontrar
inadequagées no diagnéstico, quando se trabalha com o individual.

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Abordagem Centrada no Pessoa I 5a edigéo

os comportamentos dos terapeutas, as hipéteses que eles pa-


recem considerer Como necessérias é psicoterapia, a Iista seria
muito major e mais complexer.

Essa Formulagéo Teérica é Util?

Além da satisfagéo pessimal de uma aventura em matériel


de abstragéo e generalizagéo, quai é o valor de uma formulagéo
teérica Como a que for estabelecida neste vertigo? Gostaria de
explanar de forma mais completer sobre a utilidade que, acredi-
to, ela possa vir a ter.
No campo da pesquisa, ela pode fornecer diregao e im-
pulso 8 investigagéo. Como esta teoria vi as condigées para a
mudanga construtiva na personalidade de um porto de vista
genérico, ela possibilita uma ampliagéo nas oportunidades de
estudos. Psicoterapia nao é a u'nica situaqao que visa mudan-
ga construtiva na personalidade. Programas de treinamento
para lideranga na if du' stria e na 8rea militar, frequentemente,
tom este mes no objetivo. lnstituiqées e programas educacio-
nais, frequentemente, visam o desenvolvimento do car8ter e 1159
da personalidade, alum da capacidade intelectual. Instituigées
comunit8rias visam mudanga na personalidade e da conduta
de delinquentes e criminosos. Tais programas forneceriam uma
oportunidade para uma comprovagéo ample das hipéteses pro-
postas. Se os dados mostrarem que a mudanga construtiva na
personalidade ocorre em tabs programas, quando as condigées
propostas Como hipéteses neo estéo presentes, entéo a teoria
terra que ser revista. No entanto, se as hipéteses se susten-
tarem, entéo os resultados, tanto para o planejamento dresses
programas Como para nos so conhecimento da din8mica hu-
mana, seriam significativos. No préprio campo da psicoterapia,
a aplicagao de hipéteses consistentes ao trabalho das v8rias
escolas de terapeutas pode mostrar-se altamente produtiva.
Por outro lado, a nag-confirmagao das hipéteses apresentadas
seria two importante quanta sua confirmagao, pois qualquer um
dos resultados possiveis acrescentaria muto ao nos so conhe-
cimento sobre o assunto.
A teoria também oferece problemas significativos que de-
vem ser considerados na pr8tica da psicoterapia. Um destes
seria: as técnicas das v8rias terapias tom relativamente pouca
importéncia, exceto na medida em que server Como canals

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John Keith Wood et al. [org.]

para possibility a emergéncia de uma dessas condiqées. Na


Terapia Centrada no Clients, por exempla, a técnica do "reflexo
de sentimentos" tem side descrita e comentada (6, p. 26-36).
Em termos da teoria aqui apresentada, esta técnica nao é de
nenhuma maneira uma condigao essencial para a terapia. No
entanto, na medida em que ela oferece um canal através do
quai o terapeuta comunica ao cliente uma empatia sensivel e
uma consideragao positiver incondicional, entail pode ser con-
siderada Como um canal técnico, através do quai as condigées
essenciais da terapia sao atendidas. Da res ma maneira, a te-
oria que apresentei nao verier qualquer valor essencial, para a
terapia, nas técnicas de interpretagao da dinémica da persona-
Iidade, associagao Iivre, an8lise dos sonhos, an8lise da trans-
feréncia, hip rose, interpretagao do estilo de Vida, sugestao, e
outras. Cada uma destas técnicas, entretanto, toma-se um ca-
nal para comunicar as condigées essenciais formuladas. Uma
interpretagao pode ser dada de uma forma que communique a
consideragao positiver incondicional do terapeuta. Um flu xo de
associagao livre pode ser ouvido de uma maneira que comu-
1601
nique a empatia que o terapeuta esta experienciando. Ao Reidar
com a transferéncia, um terapeuta eficiente frequentemente co-
munica sua prépria integraqéo e congruéncia na relagéo. Este
mes no raciocinio seria aplicével is outras técnicas. Porém, da
res ma forma Como esters técnicas podem transmitter elementos
que sao essencias para a terapia, cede uma deles pode, da
res ma forma, comunicar atitudes e experiéncias radicalmente
contraditérias 8s condigées hipotéticas da terapia. O sentimen-
to pode ser "refletido" de uma maneira que transmits a Yalta de
empatia do terapeuta. As interpretaqées podem ser expresses
de um jeito que indique uma consideragao altamente condicio-
nal por parte do terapeuta. Qualquer uma das técnicas pode
comunicar o fate de que o terapeuta esta expressando uma ati-
tude num nivel superficial, e outra contraditéria que esta sendo
negada 8 sua consciéncia. Assign, um dos valores ,da formula-
Qao teOrica apresentada seria o de poder auxiliar os terapeutas
a pensar de forma mais critics sobre os elementos de sua ex-
periéncia, atitudes e comportamentos que sao essenciais para
a psicoterapia, aqueles que nao o sao e os que sao ate mes no
prejudicial.
Finalmente, em programas educativos, correcionais,
militates ou industrials, que visam mudangas construtivas na

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Abordagem Centrada no Pessoa | 5a edigéu

estrutura da personalidade e no con portamento do individual,


esta formulagéo pode servir Como um critério provisério, a partir
do quai pode-se avaliar o programs. Até que ten ha side testa-
da adequadamente por pesquisas, neo pode ser considerada
Como um critério vélido , mas, Como demonstrado no campo
da psicoterapia, ela pode estimular uma an8Iise critics e a for-
mulagao de condiqées e hipéteses alternatives.

Sumério

Derivadas de um contexto teérico major, sets condigées


sao postuladas Como necessérias e suficientes para dar inicio a
um processo de mudanga construtiva na personalidade. Sobre
cede uma das condigées é dada uma explicagao resumida e
sao feitas sugestées sombre Como defini-las operacionalmente
para fins de pesquisa. Indicant-se as implicaqées desta teoria
para a pesquisa, psicoterapia e programas educacionais e de
treinamento, que visem mudanga construtiva na personalidade.
Salienta-se que muitas das condigées comumente considera- 1161
das Como necessaries para a psicoterapia sao, em termos des-
ta teoria, nag-essenciais.

Referéncias Bibliogréficas

1. BOWN, O. H. An investigation of therapeutic relationship in


client-centered therapy. Unpublished Ph.D dissertation, Univer-
sity of Chicago, 1954.
2. CHORDOKOFE B. Self-perception, perpetual defense, and
adjustment. J.Abnormal Soc. Psychology, vol. 49 1954. p. 508-
512.
3. FIEDLER, E E. A comparison of therapeutic relationships in
psychoanalytic, non-directive and'Adlerian therapy. J. Consult.
Psychol., vol. 14 1950. p. 436-445.
4. FIEDLER, F E. Quantitative studies on the role of therapists'
feelings toward their patients. In O. H. MOWRER (ed.) Psycho-
therapy: theory and research. New York: Ronald Press, 1953.
5. KIRTNER, W. I. Success and failure in client-centered therapy
as a function of personality variables. Unpublished master's the-
sis, University of Chicago, 1955.

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John Keith Wood et al. (or'g.J

6. ROGERS, C. R. Client-centered therapy. Boston: Houghton


Mifflin, 1951.
7. ROGERS, C. R., DYMOND, R. F. (eds) Psychotherapy and per-
sonality change. Chicago: University of Chicago Press, 1954.
8. STANDAL, S. The need for positive regard: a contribution to
client-centered theory. Unpublished Ph.D. dissertation, Univer-
sity of Chicago, 1954.

1621

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Parte II
Da Abprdagem Centrada na Pessoa
A Terapia Centrada no CIiente:
Uma Retrospectiva de 60 Anos

John Keith Wood

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J hn Keith W d tal. c rg.)

1641

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Ab r d g m C n t r danaP s e a l 5a edigio

INTFZODUQAO A SEGUNDA PARTE

Decorrido mais de meio século decide o seu surgimento,


a Abordagem Centrada na Pessoa, no inicio desenvolveu um
rodeo psicoterépico, for posteriormente aplicada ans campus
da educagéo, trabalhos com grupos e is relagées humanas em
gera. Passou por transformagées que requiem uma delimita-
gao mais preciser quanta a seu alliance nas ciéncias humanas.
John Keith Wood desempenha neste cen8rio um papel de sig-
nificativa importancia. Um entusiasta dos ideas e principios da
Abordagem Centrada na Pessoa e principalmente no 8mbito do
trabalho com grupos intensives, ele participou e for agente de
fates que ajudaram a compor a identidade desta abordagem,
de forma reflexive e critics.
John Keith Wood for orientado em sens trabalhos de pos-
graduagao por psicOlogos renomados tabs Como Jack Gibb, 1165
Goodwin Watson e Carl R. Rogers, obtendo o gray de Ph.D. em
Psicologia no ano de 1973. Iniciou sues atividades profissio-
nais, nesta area, Como consulter do Departamento de Recursos
Humanos do Estado da CalifOrnia e dirigiu um projeto intitulado
"TransiQ6es de Carreira", destinado é reabilitagéo de cientistas,
desempregados devido a uma fase recessive da economia nor-
te-americana. Durante cinco anus, for professor na Universidade
Estadual de San Diego na CalifOrnia, psicoterapeuta individual
e de grupo no Centro de Aconselhamento desta universidade,
tendo coordenado os trabalhos de Psicoterapia de Grupos. Mi-
nistrou curses sobre relagOes humanas, sociologia e educagao
e supervisionou alunos de pOs-graduagao em Psicologia.
Desde 1970, Wood integrou a equipe de psicOlogos e
pesquisadores do Center for Studies of the Person em La Jolla,
CalifOrnia, entidade fundada em 1964 por Carl Rogers e sens
colaboradores mais prOximos. Esta vinculagéo demarca o en-
volvimento pessimal e profissional de John com a Abordagem
Centrada na Pessoa. Foi consulter e supervisor de programas
de formagéo de psicoterapeutas e facilitadores de grupos em
diversos parses: Alemanha, Brasil, Canada, Filipinas, Franca,
Grécia, Hungria, lnglaterra, lt8lia, México, Portugal, Suiga. Fez
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Abordagem Centzrada no Pessoa l5" edigéo

do alguns de sens praticantes, a porto de torné-Ia apenas mais


uma tecnologia eficaz para compete no mercado Iucrativo dos
modelos psicoterapicos.
Para nos, psicélogos e educadores brasileiros que temps
participado de sens projetos, publicagées e experiéncias pes-
soais, inclusive na organizagéo deste volume, John tem exerci-
do um papel decisive ao despertar nossa necessidade de uma
Ieitura mais amadurecida e cuidadosa da Abordagem Centrada
na Pessoa, e acima de ludo, colaborando para que nos inte-
gréssemos Como um grupo de estudos sério e comprometido
com a busca das verdades que emergem dos préprios fates e
n8o de teorizaQ6es inécuas ou de crengas pouco fundamenta-
das.

Os Organizadores
JaguariUna, Novembro 1994

1167

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Abordagem Centrada na Pessoa l5'a edigéo

DA ABORDAGEM CENTRADA NA PESSOA


A TERAPIA CENTRADA NO CLIENTE:
UMA RETROSPECTIVA DE 60 ANOS

John Keith Wood

Neo se preocupe, os fates sao sempre amistosos.


Carl Ransom Rogers

E muito melhor neo ser pedante e deixar que a ciéncia


sea two vaga quanta o seu objeto, considerer os fenéme-
nos Como fenémenos e assisi, talvez possamos langar al-
guma luz sombre o assunto principal que temps em mhos.
William James

Um jeito de ver 1169

Conhecido Como um jovem sonhador com poucos ami-


gos, permanecia a major parte do tempo consign mes no. Tinha
uma curiosidade vivaz, mas era timido e nuncio the pareceu f8cil
participate de grupos socials. Contudo, tendo certes inclinagées
religiosas, sem du'vida relacionadas as tradig6es familiares, ins-
creveu-se num grupo da Associagao Crista de Monos (ACM),
que se reunion nas manhas de domingo.
No con ego for uma experiéncia frustrante, tanto para ele
Como para os outros. O grupo da ACM era diferente do grupo
da Escola, of de o professor discursava e a classe seguia um
curricula bem planejado de Ieituras, argUigOes e exames. Era
também diferente de sua far ilia., of de o pai impunha regress
severas (embora amorosas) de comportamento e hor8rios para
sues atividades. No grupo da ACM o Iider nao seguia aparente-
mente qualquer sistema, nao dava instrugOes nem estabelecia
regress ou horarios para o jovem e sens colegas. O grupo ficava
completamente 8 vontade.
O Iider do grupo representava uma verdadeira charade
para esse jovem participante. Definitivamente uma pessoa bem

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John Keith Wood ez: al. [org.]

intencionada, amigével, sempre atenta e curiosa, o Iider pare-


cia ester aprendendo com os outros, apreciando as descober-
tas compartilhadas. Parecia gostar realmente da classe e de
todos os participantes. Contudo, pensava o rapaz, o Iider era
obviamente fraco. Por que, perguntava-se freqUentemente, ele
neo nos diz o que fazer, o que e Como quer que aprendamos?
Ele neo deve saber, era a concluséo a que muitas vezes chega-
va.
Completamente Iivres para se dedicate a qualquer tipo de
atividade, os estudantes superaram o "vacuo" de Iideranga e
rapidamente envolveram-se em diferentes projetos. Como to-
mavam sues préprias decisées e faziam sues escolhas, apren-
deram facilmente e estabeleceram um método parlamentar de
auto gestapo. Criaram seu préprio curricula e organizaram toda
espécie de programas socials e educativos.
Como o grupo seguia sens impulses de aprendizagem discu-
tindo amplamente os assuntos, tornou-se muto bem informado
e coe so. Os participantes acabaram se conhecendo e confian-
do profundamente uns nos outros. Pela primeira vez, fore de
1701
sua far ilia, o jovem timido descobriu a intimidade com outras
pessoas.
lmpressionado, refletia constantemente sombre essa mar-
cante experiéncia. Uma suspeita, que demorou anus para ama-
durecer, crescent dentro dele: talvez O lider do grupo nao fosse
completamente incompetente, talvez houvesse uma sabedoria
nessa sua maneira de ser aparentemente desajeitada e tola,
talvez ele soubesse o que estava fazendo. Se assisi fosse, re-
almente serbia ensinar. Parecia dizer através de sues aQ6es:
"Neo sou eu o que imports. O importante é o que esté sendo
oferecido a vocés, a experiéncia real de aprender". Embora os
estudantes clamassem por aquilo que estavam acostumados a
receiver, ele parecia dizer: "Neo se preocupem com a maneira
Como vocés acham que as coisas deveriam ser, vejam Como
elas sao na realidade".
Criara-se uma situagéo que ficou aquém das expectativas
dos participantes. Contudo, essa nova experiéncia era, de Ion-
ge, mais diversificada e criativa do que eles imaginaram possi-
vel. Que tremendo powder for Iiberado nesse simples reconheci-
mento e respeito pelo potencial de aprendizagem das pessoas!
A amizade e o companheirismo que se desenvolveram nesse
grupo de 25 jovens tambem foram fatores excepcionalmente

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Abordagem Centr d na P s a | 5a dig

importantes para sues vides futures.


Quando o jovem atingiu a dade madura, escreveu um Ii-
vro notével sombre a facilitagéo da aprendizagem. Em cento pon-
to relatou: "Quando fui capaz de transformer um grupo - e aqui
eu quern dizer todos os membros do grupo, incluindo a mim
mes no - numa comunidade de aprendizes, entail a excitagao
for quase inconcebivel. Libertar a curiosidade, permitir ans indi-
viduos que se Iangassem em novas diregées, ditadas por sens
préprios interesses, Iiberar o espirito de investigaqao; abrir ludo
ao questionamento e exploragao, reconhecer que ludo esta em
processo de mudanga - eis uma experiéncia que jamaica esque-
cerei. Néo posso consegui-Ia sempre, em todos os grupos ans
quais me associo, mas, quando e parcial ou amplamente con-
seguido, isso entail se toma uma experiéncia de grupo ines-
queciveI." Entretanto, tal é o mistério da aprendizagem profun-
da que, mes no depots que escreveu esters palavras, préximo
ao fim de sua Vida, o participante ainda nao tinha certeza se o
lider do grupo da ACM fore realmente s8bio ou apenas um tele
afortunado.
1171
O Iider do grupo: Professor George Humphrey
O participante: Carl Ransom Rogers
Lugar e Tempo: Madison, Wisconsin; 1919

Rogers teve uma marcante experiéncia pessimal de


aprendizagem que o transformou profundamente. Como par-
ticipante, teve consciéncia do valor da iniciativa individual do
participants, da sua curiosidade, inteligéncia e forgo de vontade
na aprendizagem significativa, mas nao estava tao convencido
da contribuigao do Iider do grupo. Mais tarde, Como professor,
psicoterapeuta ou facilitador de grupo, tomou-se atento 8 sua
intenoéo consciente de crier "condigOes psicolOgicas de cresci-
mento" para os participantes. lronicamente alguns de sens alu-
nos, clientes de terapia e membros de grupos, algumas vezes
o viam da res ma maneira Como ele vita o professor Humphrey !
Ao refletir sobre esse assunto, Rogers nuncio tinha certeza
quanta a que elemento deveria ser atribuida a cause da apren-
dizagem eficaz, mas se contentava em deixar o fenOmeno alar
por si mes no.
Estas sao também trés das perspectives pelas quais se
pode considerer a eficacia da terapia: o cliente refletindo sobre

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I

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sua experiéncia pessimal, o terapeuta relatando sua atividade,


sues atitudes, sua intengao e o resultado do processo terapéu-
tico, e o fenémeno do relacionamento terapéutico eficaz. O que
uma pessoa percebe depende do seu porto de vista. Para me-
lhorar o entendimento e afastar parte da confuse acerca da
Abordagem Centrada na Pessoa, sugiro adotar a perspective
do fenémeno do relacionamento terapéutico eficaz, que include
as trés.

Tornando-se terapia

O porto de vista da pessoa também desempenha um


papel na determinagéo de sues crengas e do significado asso-
ciado é experiéncia. Embora Rogers possa neo ter entendido
o sistema de estudo organizado por seu professor Humphrey,
dele de fate se beneficiou. Mais tarde, acreditou no seu prOprio
sistema de mudanga na personalidade, a medida que comegou
a ter sucesso em ajudar pessoas.
Rogers comegou sua carreira Como psicoterapeuta nos
172 | anus 30, trabalhando no Institute for Child Guidance em Nova
York. Formou-se de acordo com as teorias da época e domi-
nava sens métodos: another Iongas histOries de case nas quais
interpretava o con portamento dos pais, o que supostamente
implicava problemas comportamentais dos filhos.
Uma de sues primeiras transformagOes ocorreu quando
Alfred Adler visitor a clinics. O antigo paciente de Freud e prin-
cipal rival no controls do grupo psicanalitico de Vieira, sugeriu
que as histérias de case neo cram necessérias para o éxito do
tratamento. Rogers aceitou seu conselho e comegou a ouvir
aquilo que sens pacientes tinham a dizer sombre sues vides e
que significado tinham sens sentimentos.
Quando estava commando a praticar psicoterapia, for
também influenciado pelas idéias de Otto Rank. Como com Ad-
ler, cantata com Rank for breve e Rogers nao apreciou muito
sua teoria formal. Entretanto, é na pr8tica da psicoterapia que
se noam muitas semelhangas entre sues opiniOes e aborda-
gens.
Pode-se dizer que, com a introdu08o de seu livro de 1924
- The Development of Psychoanalysis - o austriaco Otto Rank e o
hUngaro Sandor Ferenczi inventaram a psicoterapia. Estudan-
tes e colegas favorites de Freud, estavam renos preocupados

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Abordagem Centzrada na Pessoa | 5a edigio

em analisar do que em ajudar os pacientes. Defendiam uma


terapia breve, ativa, intenser, focalizada no presents, em vez
do passado e na emogéo, em vez da compreenséo intelectual.
Recomendavam o estabelecimento de uma data final para o
tratamento, introduziram a nogao de que pode haver reaQ6es
pessoais legitimate por parte do paciente ao terapeuta, que nao
sejam meramente transferéncias do passado, e sugeriram nao
ocultar do paciente os verdadeiros sentimentos do terapeuta.
As dues glandes correntes da Psicologia, depots da pri-
meira Grande Guerra, foram a Psicanalise e o Behaviorismo.
Uma atribuia a cause do con portamento a conflitos infernos,
outra, ao condicionamento pelo ambiente externo. Até os dias
de hoje, elas continuam a conviver, em fungao de seu porto co-
mum, Como sugere Lieberman (1985), "a focalizagao no passa-
do C o desprezo pea vontade". Rank insisting em que, "para po-
der alegar que o controle e a previsao cram possiveis, tina-se
que negar a vontade do individual, sua instabilidade emocional
e o ample papel que o acaso desempenha na esfera de nossa
Vida fisica, ainda mais do que em nossa Vida césmica" (TAFI
1958). Ao insistir em que a escolha é também um fetor no de- M73
senvolvimento humane, ele estava contribuindo para funder a
psicologia humanistica.
A vontade, enfatizada por Rank, era otimista. Ele acredi-
tava no valor de sens pacientes e trabalhava incansavelmente,
"neo com a idalia de descobrir coisas novas sombre o comporta-
mento humane através de um paciente, mas somente para aju-
d8-lo a caminhar com sens préprios pos (LIEBERMAN, 1985).
(1) Um paciente relatou que "com Rank nao havia dogma...
Nada era impasto a voce. Rank nao estava procurando doenqa,
nao estava lentando erradicar nada. Queria que voce se abrisse
e fosse Como desejaria mas neo se atrevia a ser". Um estudante
em 1938 observou que na abordagem de Rank, o "préprio rela-
cionamento terapéutico é o fetor de cure" (LIEBERMAN, 1985).
Rank (1966) explicou: "Para cede case particular, nao em-
prego nenhuma terapia gera ou teoria. Dei xo o paciente user
sua prépria psicologia, qualquer que seja". Anais Nin, paciente
de Rank, confirmou essa perspective, "Ele nao estava pratican-
do cirurgia mental. Estava confiando em sua intuigao, atento
para descobrir uma mulher que nenhum de nos conhecia. Um
novo espécime. Ele improvisava... " (NIN, 1966).
Comentando a Iegendaria permissividade de Jessie Taft,

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Abordagem Centrada no Pessoa | 5a edigéo

Terapia Centrada no Cliente, Rogers (1974) afirmou que essa


caracterizagéo ainda descrevia a esséncia de sua terapia. Tam-
bém mencionou quatro outros elementos que acreditava esta-
rem implicitos decide o con ego. Primeiro, "a disposigéo para
mudar, a abertura para dados experienciais e de pesquisa tom
side um dos aspectos mais caracteristicos da Terapia Centrada
no Cliente [...]. A confianga da pessoa que adota a perspective
da Terapia Centrada no Cliente nao é uma confianga na verdade
ja conhecida ou formulada. E uma confianga no processo pelo
quai a verdade é vagamente percebida, testada e aproximada".
Segundo, "outro aspecto implicito é que o terapeuta centrado
no cliente considers a pessoa interior, u'nica e subjetiva, Como
o noble e valioso cerne da Vida humana". Um terceiro elemento
"é o reconhecimento de que a pessoa abastada de hoje esta
Iiteralmente implorando, farina por um relacionamento huma-
no que sea profundo, real, nao defensive - uma verdadeira re-
Iagao de pessoa para pessoa. Isso, eu acredito, nos ajudamos
a proporcionar decide o con ego". Finalmente, uma suposigao
implicita é que "o treinamento para query deseja se engajar
numa relagéo de ajuda neo pode ser apenas cognitive, mas de 1175
fate deve ser primordialmente experienciaI". Este aspecto final,
Rogers pressente que terra implicagées na educaqao pUblics.

Exito e sistemas de mudanga na personalidade

Rogers reorganizou a maneira pela quai fore ensinado a


praticar psicoterapia e desenvolveu uma compreenséo do éxito
de seu novo sistema de mudanga na personalidade em termos
aceitéveis para a culture norte-americana. Reorganizagées do
conhecimento e o conseqdente desenvolvimento de tecnolo-
gias est8o continuamente acontecendo. O padraic é o mes no:
incontestaveis na época, muitas pr8ticas parecem ridicules
quando vistas em retrospective. Na histéria de tratamentos mé-
dicos "bem sucedidos", por exempla, encontram-se medicos
respeitaveis e conceituados prescrevendo convictamente, en-
tre outras coisas: fezes de crocodile, esperma de sapo, gordura
de eunuco, sujeira de mosca, pastilhas fetas de cobra secs,
peles, penas, cabelo, transpiragao humana, oleo de formigas,
sangue e excrementos humanos e de animals, e mus go raspa-
do do cr8nio de uma vitima de more violenta (SHAPIRO, 1971).

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J hn K it W od r I. [org.]

Em tempos neo muito distantes, imerséo em agua fria, chicota-


das, desorientagéo causada nos pacientes fazendo-os girar em
todas as direqées, choques elétricos, e perfuragéo dos lobos
frontals do cérebro com um perfurador de gelo foram consi-
derados tratamentos populates e "eficazes" contra desordens
psicolégicas.
Embora muitos dresses tratamentos fossem sem dljvi-
da prejudicial ao paciente, alguns provavelmente facilitaram
a cure de algumas pessoas. Os seguidores e representantes
de tabs sistemas neo devein ser considerados sempre charla-
tées (embora sem davida um cento n(1mero o fosse, Como em
qualquer profisséo). Os representantes de um sistema (Como
os psicoterapeutas) powder ser muto confiantes em sues pré-
prias abordagens, podem ser relutantes em aceitar novas in-
formagées, podem recusal-se a rever sens concertos, powder
defender e promover sues técnicas mes no depots de mostra-
do serer alfas e powder tender a considerer o valor de sues
préprias teorias contestadas Como superior ao das outras. Isso
pode ser atribuido a uma sérdida comercializagéo, a uma ambi-
1761
Qao desmedida, a um simples equivocal ou meramente ao éxito
desperado. A medida que os principios norteadores do siste-
ma desenvolvem major complexidade e poder de convencer,
e é medida que as técnicas tornado-se mais confiéveis, ate o
fundador poderia se admiral com a eficécia de seu sistema de
mudanga na personalidade ou cure. O relate seguinte é exem-
plo de um dresses tipos de éxito surpreendente e de Como isso
pode produzir um defense convicto.
Em 1930, Franz Boas publicou a biografia de Quesalid,
um indic Kwakiutl da regiao de Vancouver, no Canada. Quesa-
lid, um cético que tinha curiosidade em aprender os truques do
xamanismo a fim de desmascaré-los, deixou-se doutrinar por
um xam8 e for iniciado em seu sistema. Quesaiid aprendeu can-
goes sagradas, métodos de induzir o vOmito, a colocagao de
espiOes para conseguir alguma informagao sobre. as doengas
de v8rias pessoas. Mais que ludo, dominava a técnica: o xama
escondido um tufo de algodao no canto de sua boca e, depots
de murder sua lingua para faze-la sangrar, sugava um porto do
compo do paciente, cuspindo finalmente o "Verne ensangUenta-
do" Como uma evidéncia de que a infecgao tinha side removi-
da.
Antes mes no de Quesalid ter completado sens estudos,

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Abordagem Centzrada no Pessoa | 5a edigéo

for char ado para tratar uma pessoa doente que tinha sonhado
com ele. Ninguém ficou mais chocado que o préprio Quesa-
lid ao constatar que o método por ele empregado tivera éxito
Mes no assisi interpretor a cure milagrosa Como resultado do
fate de o paciente ter acreditado "firmemente em seu sonho
comigo".
Quesalid ficou ainda mais aténito quando presenciou os
métodos dos xamas de Koskimo, uma regiao vizinha, que em
vez de apresentar algod6es ensangUentados Como evidéncia
da doenga exorcizada, simplesmente cuspiam um pouco de
saliva nas palmas de sues maps. Antecipando as disputers co-
muns sombre diferengas entre escolas rivals de psicoterapias, ele
se perguntava: "Qual é o valor de tal método? lsto neo pode ser
um tratamento verdadeiro. Qual é a teoria atreus disso'?" Depois,
Quesalid tratou uma mulher em query o tratamento de Koski
mo tinha falhado. Através de seu método, ele oferecia alguma
coisa ao paciente. Seus rivals apenas alegavam ter capturado
a doenga. Nao somente isso, a abordagem dele funcionou.
Tendo fortalecido sua fé na pr6pria abordagem, comegou a
desmascarar todos os impostures e sens "fatsos métodos",
orgulhando-se de sues faganhas e defendendo firmemente sua
prética contra todas as outras abordagens concorrentes (LEvl~
STRAUSS, 1967).
No con ego da carreira, Rogers aplicou sua abordagem
ao tratamento de crianqas probleméticas. O principio de sua
terapia era proveniente de uma crenga basics - que exists um
"impulse auto-suficiente em diregao 8 sau'de mental" no inte-
rior de cede pessoa. E, Como Quesalid, rejeitou as formas de
tratamento da época (no case a psicanalise). Esse principio for
usado para mortar argumentos fortes e persuasivos contra a
psicoterapia. Argumentava que considerer o use de Iares de
adogao, por exempla, Como inferior 8 psicoterapia no tratamen-
to de criangas com problemas era "ao mes no tempo irreal e
infeliz". Declarava, "Nao devemos tender a desprezar um trata-
mento envolvendo manipulagao do ambients, se nos Iembrar
mos do axioms fundamental sobre o quai é baseado, ou sea,
que muitas criangas, se lines for dado um ambients razoavel
mente normal, que satisfaga sues necessidades emocionais,
intelectuais e socials, tom em seu interior suficiente impulse em
diregéo 8 saUde mental para responder e fazer um ajustamento
adequado 8 Vida" (KIRSCHENBAUM, 1979, p, 75).

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J hn Keith W d 1: I. I rg.)

Quando alcangou sucesso e seu sistema de psicoterapia


evoluiu, defendeu-o contra escolas concorrentes - inclusive os
behavioristas que enfatizavam a "manipulagéo do ambients".
Por exempla, um estudante, Fred Fiedler, prop6s uma pesquisa
que poderia mostrar que terapeutas experientes de diferentes
escolas cram mais parecidos entre si em sua prética de psicote-
rapia do que com aqueles renos experientes de sues pr6prias
escolas. Rogers, Segundo Fiedler, disse que "ele nao acredita-
ria nesse estudo, mes no se o resultado confirmasse o que eu
havia dito" (KIRSCHENBAUM, 1979, p, 204).
A pesquisa de Fiedler (1950) realmente mostrou que as
praticas de terapeutas experientes, conhecidos nacionalmente,
de linhas diferentes Como a Psicanalise, a Terapia Centrada no
Clients e a Adleriana, cram mais parecidas unas com as outras
do que com as dos terapeutas renos experientes pertencentes
8 res ma linha. A intewengao ou nao intewengao do terapeuta,
sua atividade ou passividade, nao impede a formagao de um
bom relacionamento terapéutico, no quai, entre outras coisas, o
terapeuta mais experiente permanece sensivel ans sentimentos
1781 do cliente, enquanto o renos experiente tends a divagar sobre
sens préprios interesses. Os terapeutas experientes podiam en-
tender melhor aquilo que o cliente estava lentando comunicar
e o significado que isso tinha para ele. O estudo de Fiedler, em-
bora nao confirmasse as crengas de Rogers, poderia apolar sua
teoria e talvez ajudasse a despertar major interesse no relacio-
namento terapéutico. E possivel que a reluténcia de Rogers em
aceitar esses resultados estivesse baseada na confianga que
ele desenvolveu a partir de seu préprio éxito. Nao estava t8o se-
guro quanta 8s outras, mas sua abordagem realmente funcio-
nava. William James (1948), comentando sobre as vantagens
da perspective auto centrada, observou que "A ciéncia estaria
bem renos avangada do que est8, se os desejos apaixonados
dos individuos para conseguir confirmer sues prOprias crengas
fossem mantidos 8 parte" (p.102).
Embora eficazes em seu préprio tempo, uma das raz6es
pelas quais os métodos de Quesalid seriam impopulares hoje
(e talvez isto possa ester se tornando verdade também em re-
lagéo ans métodos de Rogers), é que o xamé seria vista Como
uma pessoa que neo faz nada - de acordo com a perspective
determinada pelos valores cultural vigentes. Entretanto, num
exams mais acurado, pode-se noter que "nao fazer nada" tam-

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Abordagem Centrada no Pessoa 5a edigio

bum pode funcionar muto bem para os modernos norte-ame-


ricanos, quando o ritual eventualmente esta em conformidade
com sues crengas e expectativas atuais.
Considerem a seguinte pesquisa feta nos Estados Uni-
dos, em que todos os pacientes foram preparados exatamente
da res ma maneira para uma cirurgia destinada a aliviar angina
pectoris. No momenta em que a operagao deveria comegar, o
cirurgiao recebia instruqées para, em alguns cases, fazer uma
operagao real, em outros, uma simulagao. Nos cases simula-
dos, o thorax era alberto e, sem se fazer mais nada, era fechado.
Na operagao real, era seguido o procedimento considerado
curative na época: o thorax era aberto, uma artéria Iigada e nova-
mente fechada. Chegou-se 8 conclusao de que a cirurgia simu-
Iada fore iguana 8 cirurgia padraic (ou "verdadeira") na redugao
dos sintomas (BEECHER, 1961, COBB, et al., 1959, DIMOND,
et al. 1958, 1960).
Em conium com as pr8ticas dos curandeiros de outras
epocas e cultures, havia no case um procedimento complexo
e confi8veI, envolvendo nao somente personalidades carism8-
ticas, mas também Iugares de grande reputagao - se nao das 1179
proporqées de uma catedrai, pelo renos um local de siléncio
meditative -, instrumentos cuidadosamente fabricados com ma-
teriais rares e cares, an8lises decifradas somente por mestres,
pr8ticas cuidadosas de assepsia, aprendizes treinados com
precisao, que deveriam prover sua devogao 8 sagrada doutrina,
que, se nao secreter, é praticamente inacessivel ans leigos. Um
ritual poderoso é conduzido dentro das possibilidades cultu-
rais, um ritual que tanto o medico quanta o paciente acreditam
deva ser desempenhado para que a cure ocorra. (2)

Ambiente Cultural

Cultura, aqui, diz respeito a um padre consensual de


comportamento, pensamento, sentimento e crenga partilhada
com outros, num grupo especifico. Como Kluckhohn (1948) ob-
servou, "é um dos fatores importantes que nos permitem viver
juntas numa sociedade organizada, dando-nos soluQ6es pron-
tas para nesses problemas, ajudando-nos a predizer o com-
portamento dos outros e permitindo ans outros saber o que
esperar de n6s" (p. 27). Quando revs sens valores e comporta-
mentos, o individual est8 rever do a culture.

-
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John Keith Wood et; al. (org.)

A Terapia Centrada no Cliente se desenvolveu em grande


parte Como resposta a uma culture especifica e responder is
necessidades particulates de sens individuos. Essa énfase so-
bre o individualismo for favorecida por um valor enunciado por
Ralph Waldo Emerson (1929) e também se tornou um principio
dominante no sistema da Terapia Centrada no Cliente: "Acredi-
tar em seu préprio pensamento, acreditar que aquilo que é ver-
dadeiro para voce, no fundo do seu coragéo, é verdadeiro para
todos os homers - é genial [...]. O homer deveria aprender a
descobrir e observer esse rain de luz que lampeja através de
sua mente, vindo de dentro, mais do que o brilho do firmamento
dos poetas e s8bios".
Van Belle (1980) sugere que Rogers comegou a praticar
psicoterapia quando um importante valor cultural pOde ser ex-
presso em termos de: "O individual deve liberty a sociedade". A
Terapia Centrada no Cliente responder a "uma idalia cuzco tempo
tinha chegado", ou a necessidade de uma correggio, promoven-
do o valor contr8rio do que dizia: que a "sociedade deve liberty
o individual". For uma mudanoa na esfera da moralidade: em
1801
vez de ajudar um ao outro, era agora enfatizado que cede um
devia ser ele mes no. A culture tinha elementos para justificar
essa mudanga de valores. Por Volta de 1859, John Stuart Mill
prop6s que a pessoa que mais valorize a si tem mais valor para
OS outros.
Valores opostos podem coexistir ou entrar em conflito.
Por exempla, no final de 1980, a insisténcia sobre um exclusive
"direito a Vida" separou um segmento da populagao dos Esta-
dos Unidos de outro segmento, cujos membros insistiam na
"liberdade de escolha". Cada valor gerou um movimento radi-
cal, inclinado a destruir o valor oponente. Embora tenham side
Ievados a se confronter pelas dues facgOes combatentes, de
acordo com as pesquisas de opiniao, num porto significativo
da lute, o cidad8o conium provavelmente continuava endos-
sando a ambos os valores, nao a um mais que outro. Assign,
dots valores que a culture tinha acomodado foram pastas em
confronto por dots grupos oponentes, formados de verdadeiros
crentes. (3)
Um sistema de mudanga na personalidade pode também
incorporate amebas as crengas, as aceitas e as marginalizadas,
que podem também ser contraditOrias em certes contextos. Ao
contr8rio das leis da sociedade, os sistemas de mudanga na

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Abordagem Centrada no Pessoa | 5a edigéo

personalidade aceitam com mais facilidade o comportamento


real de uma pessoa, embora seam mais exigentes quanta a
sua condigao ideal. Assign, uma pessoa socialmente discordan-
te pode ser aceita polo sistema Como alguém que é capaz de
se reformular intemamente, de mode a adotar os principios do
sistema, conformando-se a eles.
Ao "colocar major énfase" no aspecto dos sentimentos,
a Terapia Centrada no Clients se comprometeu com uma ati-
vidade que ainda estava para ser aceita na sociedade. Nesse
sentido ela se desviou da corrente principal do con portamento
social. Ao mes no tempo, a intimidade entre terapeuta e clien-
te expressava um aspecto especial da culture, que poderia j8
ester sendo alterado. A Terapia Centrada no Cliente, em cer-
to sentido, for também um agente dessa mudanca. Na Terapia
Centrada no Cliente, "a selecao, a énfase, e a valorizacao posi-
tiva de ceros aspectos da realidade humana", Segundo reco-
nheceu Barton (1971), "chegaram a ter um peso fundamental e
verdadeiro para outros". Assign, a Terapia Centrada no Cliente
tornou-se uma "forma especial do processo cultural geral". (4)
Na América do Norte de hoje, alguns dos valores compartilha- 1181
dos pelos terapeutas centrados no clients, bem ou mal, incluem
um respeito pela singularidade e valor do individual, o direito de
ser query se deseja ser e de desenvolver sues potencialidades,
o direito a um tratamento iguana pelas autoridades e as mesmas
oportunidades de prosperidade para todos. Também sao valo-
rizados: uma participagao ativa no trabalho para alcangar sens
objetivos e poder reivindicar sens direitos, confianga no future e
numa Vida melhor e a crenga de que os problemas powder ser
resolvidos através do esforgo, da concentraqao e da introspec-
oao. Ainda que, de acordo com esses valores, os outros devan
ser ajudados para ajudarem a si mes nos, paradoxalmente,
uma pessoa nao é obrigada a ajudar a sociedade, a trabalhar
por sens objetivos, nem se sujeitar a sues formalidades. (Este
u'ltimo valor pode ester mudando, na nedda em que a Abor-
dagem Centrada na Pessoa esta sendo aplicada a um contexto
mais ample.) (5)
O terapeuta centrado no cliente também represents ho-
nestidade, integridade, tranqUilidade, forgo, e o constante ques-
tionamento: "Estou vivendo de uma maneira que me é profun-
damente satisfatOria, e que verdadeiramente exprime o que
sou?" (ROGERS, 1961a).

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J hr1 K i t h w d t l,[rg.]

interessou por isso (ROGERS, e RYBACK, 1984).


May (1982) censurou Rogers por ele sustentar a liberda-
de soberana do individual e depots critical a sociedade pelas
desgragas individuals. Rogers declare: "Sao as influéncias
cultural que representam o fetor mais importante nos compor-
tamentos destrutivos [...]. Assign, considero os membros da es-
pécie humana [...] Como essencialmente construtivos em sua
natureza fundamental, mas prejudicados por sua experiéncia"
(ROGERS, 1981). (8)
"Mas query constréi essa culture senao exatamente pes-
soas Como voce e eu'?" May (1982) replica. "Nao existe self ex-
ceto na interagao com a culture, e nao existe culture que nao
seja feita de selves". Isso o Ievou a concluir: "Eu afirmo que o
mal em nossa culture é também o reflexo do mal em nos mes-
mos e vice-versa".
Aparentemente, May assuming uma perspective global,
Como essa de civilizagao. As vis6es de uma pessoa sombre tem-
po e espago, cello e errado, sobre o objetivo da Vida, autorida-
de, liberdade, esperanga, a origem de seu orgulho e preocupa-
1841
Qao, sens medos, sues relagOes com os outros, maneiras de
lidar com a incerteza, valores, crengas compativeis com as de
outros membros da sociedade - sao assimiladas de uma culture
que neo for formada necessariamente por ela res ma, mas por
outros antes dela. Por sua vez, ela passaré a contributor para a
sociedade que influenciara sens netos.
Ao declarer sua opiniéo sobre a sociedade, Rogers ex-
pressa a perspective do individual. Ele estava sem du'vida extra-
polando daquilo que tinha aprendido na prética da psicotera-
pia, quando se colocava na perspective do cliente. Os clientes
freqUentemente acham que a sociedade deve ser culpada por
sens problemas. E para descobrir o que desejariam realmente
ser e o que desejariam fazer na Vida, teriann que rejeitar tempo-
rariamente a autoridade e os valores dos pais e da sociedade.
Fartos de serer controlados por outros, neo queriam ouvir alar
de "responsabilidade". Queriam Iiberdade.
Assign, a afirmagao de Rogers de que as influéncias cul-
turais prejudicam os clientes, pode n8o somente representer a
realidade inicial do cliente, mas ate ser uma hipOtese perfeita-
mente condizente com a pr8tica dos est8gios iniciais da Terapia
Centrada no Cliente. Contudo, tal énfase sombre o self pessimal
enquanto realidade exclusive nao proporcionou uma perspec-

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Abordagem Centrada no Pessoa I 5a edigéo

tiva suficientemente ample, com a quai seja possivel compre-


ender grupos de individuos e demais fenémenos que, por sua
natureza, envolvam outras realidades.
Certamente, muitos debates Como esse entre Rogers e
May powder também ter servido para satisfazer outros motives
alum do mere esclarecimento. A nogao do "daimon" propos-
ta por May ilustra a sua posigao sobre a natureza humana:
"O damon é o impeto em cede ser para se afirmar, imper-se,
perpetual-se e crescent". lsso nao dif ere substancialmente do
concerto de Rogers da "tendéncia atualizante". Assign, poderia
parecer que principios naturals nao estivessem em discussao.
Até mes no o idealismo - Como a pessoa deveria ser - nao pa-
recia ser a questao, uma vez que ambos defendiam uma Psico-
Iogia Humanista. O porto crucial do desacordo parece ter side
Como o con portamento humane deveria ser interpretado, ou
talvez mais precisamente, Como deveria ser vista. Talvez eles
tivessem acolhido a preocupacao de Helvetius que acreditava
que qualidades humanas Como bondade ou maldade, quando
encorajadas numa pessoa, se converteriam em conduta. Este
é um tipo de debate em torno da influéncia do pensamento so- 1185
bre a conduta: as pessoas sao boas, elas se ton am boas. As
pessoas neo sao totalmente boas, mas podem se tornado me-
lhores, e assisi se do. A énfase certs sobre o porto de vista
cento poderia propiciar o desenvolvimento de seres humanos
aperfeicoados e uma culture aperfeicoada. O problems era que
eles discordavam quanta ao que seria esse porto de vista "cor-
reto".

Individualismo

A Terapia Centrada no Cliente tem enfatizado o individual,


seu mundo subjetivo, a manutenqéo e desenvolvimento de seu
organismo. Buber (1960) for muito critico quanta é Terapia Cen-
trada no Clients devido é possibilidade de se produzirem indi-
viduos e neo pessoas. Ele disse: "Ten ho vérios exemplos de
homers que se tornaram muito, muito individualizados, muto
distintos dos outros, muito desenvolvidos nessa ou raquela pe-
culiaridade, sem se tornarem de forma alguma naquilo que eu
gostaria de chamar um homer . Barton (1971), em sua anélise
fenomenolégica da Terapia Centrada no Clients, confirmou em
parte os temores de Buber, de que "tanto o terapeuta Como o

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J h K ith Wood et al. (org.]

cliente tornado-se preses de um false individualismo e de uma


false individualidade pois neo reconhecem a constituigéo cul-
tural do self. lmaginando que o self sea um self cm-si-mesmo,
independente de outros, uma forma de auto-atualizagao fore da
culture, eles se podem avaliar negativamente a culture, Como
uma interferéncia no self. O terapeuta, entail, cego para sua
prépria histéria, geralmente um americano individualists, de
tendéncias democraticas, foments individualismo no outro,
uma idalia de nag-dependéncia do self, o que é profundamente
false, mes no em termos do mode Como o self organismico de
fate se desenvolveu na teoria".
Assign, a Terapia Centrada no Cliente tem ajudado as
pessoas a se tornarem conscientes de si mesmas, Como indivi-
duos u'nicos. Contudo, nao as tem ajudado significativamente a
compreender que também nao sao u'nicas, nas palavras do ro-
mancista Joseph Conrad: "Nao o produto do excepcional mas
do geral - da normalidade do seu tempo, raga e luger". N80
for possivel mostrar Como resultado da Terapia Centrada no
Cliente, que os clientes tenham se tornado mais respeitosos e
1861
aceitadores em relagao ans outros (GORDON e CARTWRIGHT,
1954). Entretanto, em pequenos grupos centrados na pessoa é
provével que a experiéncia results em major compreenséo dos
outros (TAUSCH, 1983).
Grupos que funcionam eficazmente revelam a necessida-
de de neo apenas melhorar uma pessoa is custas de outras,
mas melhorar muitas pessoas e também melhorar sua eficécia
em produzirem alga juntas, talvez ate mes no em aumentarem
as chances de sobrevivencia. Que Ingar ocupariam, nas teorias
que podem se desenvolver a partir da Abordagem Centrada na
Pessoa, as aQ6es que neo "melhoram" ou "mantém" o organis-
mo, mas no entanto melhoram e mantém o grupo?
Nao muto tempo atreus, um jato da Air Florida, ao tenter
decolar com as asas cobertas de geo, durante uma tempesta-
de de neve em Washington, D.C., chocou-se com uma ponte
sobre o Rio Potamac. Enquanto a aero rave avariada submergia
lentamente nas 8guas geladas, varies pessoas foram selves por
um passageiro que estava sacrificando a prOpria Vida.
Of de esse ato de altruismo - sacrificer-se por outros - se
encaixa na hipOtese da tendéncia auto-atualizante? Essa ques-
tao apresenta algumas dificuldades, nao sO para a teoria da
Terapia Centrada no Cliente mas também para a teoria da evo-

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Abordagem Centzrada no Pessoa 5a edigéo

lugéo, Segundo a quai a presents espécie evoluiu por meio de


um processo de selegéo natural dos individuos mais adaptados
8s condiqées existentes. Se os membros mais altruistas da es-
pécie estiveram dispostos a se sacrificer polos outros, entail
sens genes estarao perdidos e o egoismo ser8 o tragic sele-
cionado. Contudo o altruismo subsiste. Como se explica esse
paradoxo?
Alguns se recusant a acreditar que individuos ponham o
grupo antes de si mes nos. O biélogo Paul Ehrlich (1986), por
exempla, arguments que "certes comportamentos, favor8veis
para o grupo, serao selecionados negativamente no nivel indivi-
dual se aqueles que os desempenharem tiverem mais probabili-
dade de perecer do que os que nao o fag am" (p, 95). Essa visao
parece ter v8rios contra-exemplos. Soldados e muitos outros,
altruistas ou nao, opt am por comportamentos que os tornado
mais susceptiveis de morrer do que aqueles que nao opt am
por tal comportamento. A filésofa Mary Midgley (1978) observer
que a invengao de maneiras pelas quais comportamentos altru-
istas "podem parecer beneficial o préprio agente surge somen-
te para os egoistas, porque somente eles estipularam que tom 1187
que ser assisi para que eles ajar" (p. l29).
Ronald Cohen (1972), um antropélogo que estrada os Ka-
nuri na Africa, descobriu que raquela culture um individual neo
serf valorizado se for "somente uma pessoa, sem conexées,
sem um grupo que se responsabilize por ele, case faqa alga
errado (p .54)". Cohen conclude que "altruismo, portanto, nao é
organismico, pelo contr8rio, se origins Como aprendizado em
resposta as normas sociocultural no ambiente de uma pes-
soa".
Muitos outros, inclusive psicOlogos (CAMPBELL, 1965,
1972), tiveram a g o a dizer sombre o assunto. Nenhum acres-
centou muito 8 prOpria sugestao de Charles Darwin, Segundo a
quai o selecionar individuos altruistas prove a subsisténcia do
grupo. Grupos em que haja pessoas dispostas a morrer polo
grupo (ou a colocar de lado sens objetivos pessoais),irao so-
breviver, grupos sem tabs individuos, nao.
lmaginar-se Unico, com pensamentos e sentimentos es-
peciais, pode contributor para o individualismo, mas nem sempre
concorder com a realidade. O resultado surpreendente de uma
pesquisa envolvendo 200 universit8rios, de ambos os sexes,
mostrou: a qualidade "exclusive", que os individuos julgavam

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Ab rdag m C t:r do na F a I pa dig"

sas a partir de éngulos variados, todos representam a "verda-


de", mas de uma facets diferente. Uma pessoa pode exprimir
sentimentos ou opiniées fortes, mas selecionados, podendo
mes no ser constituidos de maneira diferente, conforms se diri-
jam 8s colegas de trabalho, ao chefs, 8 esposa ou ao andante,
ans pais, 8s criangas, ans vizinhos ou a estranhos. Alguma parti-
cularidade da histéria emerge, ou é colorida de mode diferente,
apropriado 8 percepgao que se tom da relagao, 8 receptividade
da outra pessoa, ao momenta, a nos so préprio interesse e ao
do outro, 8 habilidade do ouvinte em compreender. A rede de
pensamentos, sentimentos, opini6es, concertos, valores, a co-
nexéo biolégica entre as pessoas influenciam a maneira Como
uma pessoa se expresser. Na verdade, esta é uma observagao
tao conium que William James (1890) declarou: "Para dizer a
verdade, um homer tem tantos selves socials quanta h8 pes-
soas que o reconhegam e tenham dee uma imager em sues
mentes".
Nao é somente o "self social" que é inconsistente, o "self
pessimal" também o é. O escritor Logan Pearsall Smith (1934)
descreveu sucintamente essa obsewagao: "Eu olho para men 1189
casaco e men chapeau pendurados no hall, com seguranga,
porque, embora eu saia hoje com uma individualidade, quan-
do on tem tinha outra completamente diferente, m i n a s roupas
guardant meus vérios selves abotoados juntas, e permitem que
todos esses agregados de fenémenos psicolégicos, de outra
maneira inconciliéveis, passer por uma se pessoa".
FreqUentemente neo podemos sequel controller a nes
mes nos. Considerem o seguinte experimento: Oito homers e
quatro mulheres, entre 18 e 50 anus de idade, foram divididos
em quatro grupos de trés pessoas. O psicélogo Ralph Hefterli-
ne e sens colegas (1959) da Universidade de Colu'mbia fixaram
conjuntos de eletrodos (de registro) em todos os participantes.
Os membros do primeiro grupo foram informados de que se
tratava de um estudo dos efeitos de um ruido, superposto 8 mu'-
sica, sombre a tensao corporal. Foram instruidos a apenas ouvir a
mu'sica através de ones de ouvido.
Ao Segundo grupo, for dito que um movimento muscular
invisivel controlaria o ruido. Eles teriann que ouvir a mu'sica, ten-
tando descobrir e user a resposta muscular. O terceiro grupo for
informado de que a resposta efetiva para controller o ruido era
uma pequena contragao do polestar esquerdo (o que era ver-

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John Keith We d c I. I rg.)

dade). O quarto grupo era iguana ao terceiro, mas sens membros


dispunham também de uma medida pea quai poderiam ver os
resultados de sues respostas.
A mu'sica comegava a to car e um desagradével zumbido
de 60 ciclos era superposto a ela. Sempre que o pesquisador
percebia, através do instrumento eletrénico, uma contraqéo de
polestar, ele desligava o barulho por 15 segundos. Se o ruido je
estivesse desligado quando o polestar se contraia, o ruido era
suprimido por mais 15 segundos.
Com excegao de dues pessoas no terceiro grupo, todos
os outros foram treinados para contrail o polestar esquerdo. Es-
ses dots estavam tao ocupados contraindo os polegares, ten-
tando fazer alguma coisa acontecer, que nada aconteceu.
Os membros do primeiro grupo acreditavam que tinham
side expostos passivamente 8 mUsics e ficaram admirados de
que tivessem de fate controlado a freqUéncia do ruido.
Dois membros do Segundo grupo desistiram de procu-
rar uma resposta, tornaram-se passives e permitiram que o
condicionamento se instalasse. O terceiro membro afirmou ter
descoberto um complexo movimento ritualistico para controller
1901
o ruido. O procedimento consistia em movimentos de remer
com as dues mhos, fazendo torc;6es infinitesimals com os dots
tornozelos, Iigeira movimentagéo do maxilar para a esquerda,
expirer e depots, esperar. Provavelmente, no intervalo, o pole-
gar se contraia. Qualquer que fosse o case, demonstrou-se a
persisténcia do ritual nas atividades humanas. Sabemos que
tenter fazer o bem algumas vezes results em dang. Mas esse
exempla rostra que a<;6es certes tambem podem advir de in-
tengées erradas. Anabas as observaQ6es sao relevantes para a
pr8tica da psicoterapia.
No terceiro grupo, o Unico membro que for condicionado
nao entendeu as instrugées e perdeu seu tempo aumentando
gradualmente a pressao do polestar sombre um interrupter imagi-
n8rio.
Ernest Hilgard (1977), da Universidade de Stanford, des-
cobriu um meio de se comunicar diretamente com o self que
controls algumas dessas fungées ocultas. O aspecto do self
que Hilgard contactor for char ado o "observador oculto".
Numa demonstragao de surdez hipnética, Hiigard hipno-
tizou um estudante cego, a query deu a sugestao de que ele fi-
caria completamente surdo a todos os sons. Blocos de madeira

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Ab rdag m C trader na F a f 5a dig

foram batidos juno ans ouvidos do homer. Néo houve reagéo.


Foram também disparados cartuchos de uma pistols de festive,
Como fore feito numa demonstraqéo anterior. O homer neo
mostrou nenhum sinal de retraqéo.
Uma vez que sens ouvidos funcionavam perfeitamente
bem, outro estudante perguntou se nao haveria alguma "parte"
da pessoa que estivesse "consciente" do que estava aconte-
cendo. Para tester essa hipétese, Hilgard sugeriu ao hipnoti-
zado, numa voz Serena: "Como voce sake, existent partes de
nos so sistema newoso que exercem atividades que ocorrem
independente de nossa atengao consciente, das quais as mais
familiares sao o controle e a circulagao do sangue ou os pro-
cessos digestives... Embora voce esteja hipnoticamente surdo,
talvez haja alguma parte sua que esteja ouvindo minha voz
e processando a informagao. Se assisi for, eu gostaria que o
dedo indicador de sua méo direita se levantasse em sinal de
que e esse o case".
Para surpresa geral o dedo se Ievantou.
O hipnotizado entéo espantou ainda mais os presentes
ao dizer: "Por favor, restitua a minha audigéo para que voce 1191
possa me dizer o que fez. Eu sens o men dodo se levanter de
uma manelra que nao era uma contragao espontanea, entail
voce deve ter feito alguma coisa para faze-Io levanter-se. Eu
quern saber o que voce fez".
Aproximadamente h8 cem anus, depots de cuidadosa
consideragao sombre os son hos, hip rose e outros fenémenos,
que ele chamois "estados mentais excepcionais", William James
(1896) conciuiu que "a mente parece abranger uma confedera-
Qéo de entidades psiquicas". Embora o self aparente depends
das disposigées e do ambiente, e possa ester submetido a um
controls fore de seu alliance, pode haver tambem concomitan-
temente, um "self observador", base para uma agao integrada e
serbia. Apesar de neo suspeitar da sua existéncia, terra a Terapia
Centrada no Cliente apelado para essa sabedoria na reorgani-
zaqao da experiéncia do cliente?

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INSIGHT SOBRE A PESSOA EM


FUNCIONAMENTO PLENO

A "pessoa em funcionamento pleno", de acordo com


Rogers (1983), é uma pessoa idealizada com a capacidade
de processor todo estimulo através do sistema nervosa sem
distorcé-Io por mecanismos defensives. Essa pessoa seria
"aberta é experiéncia". Sua personalidade e seu self "estariam
continuamente em flu xo", vivendo no momenta, de um "mode
existenciaI". Ela agiria de acordo com o que sente no momenta,
"confiando no seu organismo para encontrar o con portamento
mais satisfatOrio" para cede situagao existencial.
A descrigao de Rogers tem side critical, com base no
fate de que essa "pessoa" nao é senao uma imager de certs
classe de pessoas ovens do meio Urbano dos Estados Unidos
na década de 60. Assign, ela seria capaz de Reidar efetivamente
com o passado, mas, e o future imponderavel? Pouco prova-
vel.
192 I Outra critics tem side que, ao se proper uma "pessoa ide-
aI", incorre-se no mes no euro dos comunistas chineses quando
propuseram "um novo homer" ou dos russos que costuma-
vam alar de uma "nova civilizaQéo". Naturalmente, quando se
toma um ideal, uma formulagéo de funcionamento humane esta
destinada a permanecer aquém das possibilidades reals. Sen-
sag6es que prover de estimulos sensoriais nao sao sempre
mais importantes do que outros aspectos da consciéncia. Um
self nao tem mais valor intrinseco do que outro, nem os capri-
chos de um self inst8vel e mut8vel sao necessariamente um juiz
confiavel para uma contribuigéo positiver a civilizagao. Existent
causes de major mérito que a simples satisfagao momentanea,
que parece ser o principal guia para "a pessoa em atualizagao
pleura".
E exatamente na area de valores que qualquer "pessoa
do future" precisara dispor de grande sensibilidade e talvez al-
gum tipo de habilidade para perceiver as qualidades essencial-
mente iguais em valores aparentemente opostos. H8 mais ou
renos quatro ou cinco bilh6es de pessoas no mundo, mais
do que 150 naQ6es, nas quais se entrelaga um nUmero ainda
major de cultures. Valores cultural estéo em conflito por todo
o planets. Para resolver muitas disputers, valores comuns - que

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Abordagem Centrada no Pessoa | 5a edigéo

peseta mais do que os valores em conflito - devein ser encon-


trados. Se seu vizinho construe um sistema baseado num valor
de "desenvolvimento" e voce construiu o seu baseado na "eco-
Iogia", a "destruigéo da natureza" de seu vizinho (Como voce
considers) finalmente entraré em conflito com a sua "obstruoao
ao progresso" (Como ele considers). Um valor mais comple-
xo poderia ser encontrado no quai os dots poderiam se unit
(prosperidade partilhada e salvagao do planets?). Poder8 uma
"pessoa ideal", com uma simples "perspective existencial", ter
a necessarily amplitude de visao, a flexibilidade, a diversidade
de interesses e habilidades para ser um participants competen-
te na resolugao de tabs problemas?
Ao mes no tempo, o que he de errado com a intengéo de
"se tornado ludo aquilo que voce pode tornado-se'?" Nao é obriga-
Qéo de todo sistema de mudanga de personalidade ajudar as
pessoas a "se atualizarem plenamente" no melhor sentido da
phrase?

INSIGHT SOBRE O RESPEITAVEL CLIENTE 1193

Ironicamente, um sério obstéculo para os terapeutas cen-


trados no clients, que tentaram entender a Terapia Centrada no
Clients, tem side o desinteresse que sens estudos e seu pen-
samento dedicate a esse mes no cliente. A prética da Terapia
Centrada no Cliente focalize o cliente. Contudo, nas exposigées
teéricas, na pesquisa e na prética, a énfase tem side posts niti-
damente no terapeuta ou no porto-de-vista do terapeuta.
A condigéo, Segundo a teoria da Terapia Centrada no
Cliente, de que o cliente perceba a consideragéo positiver incon-
dicional do terapeuta e a compreenséo empética neo sugere
tanto um interesse na participagao do cliente quanta isso tem
side tornado Como sinal de que a terapia esta "funcionando".
Nos relates de pesquisas, por exempla, nao se pode deixar de
noter, na conceitualizagao do terapeuta eficaz, o vi's centrado
no terapeuta. Por exempla, Rogers (1980) afirma, com orgulho:
"Descobrimos que éramos capazes de apontar quai das res-
postas do terapeuta fazia que uma fluéncia rica de expressao
significativa se tornasse superficial e inaproveitével" (p. 138). A
perspective dessa pesquisa era a seguinte: "O terapeuta cau-

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alerts no clients, descobriu-se que a qualquer momenta em


que a atitude do terapeuta se tonne ainda que levemente renos
aceitadora, o nu'mero de respostas galvénicas abruptas da pele
aumenta significativamente (DITTES, 1957).
Rogers (1951) tinha muita consciéncia do efeito do rela-
cionamento terapéutico. Escreveu: "O processo de terapia [...]
é vista Como sinénimo de um relacionamento experiencial entre
cliente e terapeuta. A terapia consiste em experienciar o self
numa ample escala de alternatives, num relacionamento emo-
cionalmente significativo com o terapeuta. As palavras - seam
do cliente ou do conselheiro - sao vistas Como tendo uma im-
portancia minima comparadas com o relacionamento emocio-
nal presente entre os dots" (p. 172).
Depois da modesta experiéncia de tenter tratar pacientes
esquizofrénicos internados, ele reconheceu a importancia dos
clientes para qualquer terapia efetiva. Rever do a pesquisa so-
bre psicoterapia com pacientes hospitalizados, baotou que "as
caracteristicas do cliente ou paciente influenciaram a qualidade
do relacionamento que se formou entre o préprio paciente e seu
196 |
terapeuta. Altos niveis de compreensao emp8tica, autenticida-
de, aceitagao calorosa no comportamento do terapeuta pare-
cem ser mais provéveis quando ele esté Iidando com um indivi-
duo razoavelmente expressive, com um nivel socio-econémico
mais préximo do seu préprio nivel. As atitudes do terapeuta sao
evidentemente importantes, mas as caracteristicas do paciente
parecem desempenhar um papel definitive no surgimento des-
sas qualidades. Altos niveis de condigées terapéuticas parecem
ser um resultado da interagéo entre a pessoa do terapeuta e a
pessoa de seu clients" (ROGERS, et. al., 1967).
Contudo, a teoria e a prética do terapia centrada no clien-
te continuam a apresentar perspectives contraditérias. Rogers
promoveu e, na prética, tanto quanta o cliente, colaborou e par-
ticipou, realmente tomando parte num relacionamento humane
caloroso e significativo que é centrado no cliente. Por outro Iado,
chegou a considerer quase exclusivamente a atividade profis-
sional em que estava envolvido Como essencialmente centrada
no terapeuta. Como o cliente considerava esse relacionamento,
Como o cliente contribuia para ele (alum do material que ele
apresentava), o mundo subjetivo do cliente (sem alar naquilo
que ele contava ao terapeuta) - nao era de muito interesse. O
cliente também adotava uma atitude de "tenter compreender"?

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Abord gem Centrada no P a I 5a dig'o

Experienciava empatia, congruéncia, aceitagéo positiver? Essas


quest6es neo interessavam muto ans terapeutas centrados no
clients. Contudo, elas powder ser de considerével valor para
query se interesse polo fenémeno do relacionamento terapéuti-
co eficaz ou por outras aplicagées da Abordagem Centrada na
Pessoa.

A complexidade do cliente

Esté claro que a motivagéo inicial do cliente é importan-


te para o sucesso da terapia, Como seria para o resultado da
maioria das atividades. "O envolvimento do paciente, restrito 8
influéncia tanto dos processes exploratérios quanta do relacio-
namento oferecido pelo terapeuta", resume Gomes-Schwartz
(1978) em sua pesquisa sombre psicoterapia, "mostrou uma rela-
Qao consistente com o resultado". Pessoas que comegam uma
terapia centrada no cliente com habilidade e disposigao para
procurer dentro de si mesmas a cause e a resolugéo de seu
desconforto, e que ser tem grande necessidade de se relacio-
nar com as pessoas, sao as que tom maiores possibilidades M97
de melhorar. Aquelas que sao "supercontroladas" e procuram
achar fore de si a cause e a resolugao de sens problemas pes-
soais encontrarao mais dificuldade em se beneficial desse tipo
de terapia (KIRTNER e CARTWRIGHT, 1958). Clientes que tom
major sucesso na psicoterapia tender a come(;8-la em um es-
tégio mais alto de funcionamento psicolégico, do que aqueles
renos bem sucedidos (WALKER, RABLEN e ROGERS, 1960;
TOMLINSON e HART, 1962).
Mas a Terapia Centrada no Clients é exatamente isto:
ajudar as pessoas a se ajudarem, buscando dentro de si a so-
Iugéo para sens problemas. Também enfatiza o relacionar-se
com outros. Isso pode ser verdadeiro para todas as terapias
fundamentadas na inovagao de Freud, que combinava as idéias
de Charcot (os acontecimentos da Vida afetam a personalidade
e os problemas psicolégicos do paciente) e aquelas de William
James (o mundo subjetivo, pessimal do paciente é primordial
para a saUde psicolégica) numa pr8tica que incluia uma profun-
da e leal relagao com o paciente (DRINKA, 1984).
Experiéncias clinicas desafiam a afirmagéo de que o
cliente tem pouca influéncia no estabelecimento das condiQ6es
para a terapia eficaz. Por exempla, "o cliente nao é uma tels em

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bronco", observer Barton (1971), "na quai o terapeuta escreve,


mas é avocado diferentemente polo terapeuta e por sua vez tam-
bém o toca diferentemente. Assign, um clients especifico pode
suscitar no terapeuta um gray muito major que a media (mes-
mo para ele) de simpatia, ternura, atenqao acolhedora, outro
cliente pode mobilizer muto mais um mode de responder rio,
objetivo concrete nesse mes no terapeuta [...]. A variabilidade,
we na terapia era vista Como atributo exclusive do terapeuta, é
igualmente fungao do cliente".
A pesquisa também apéia essa opiniao, desafiando a
perspective centrada no terapeuta. Moos e Maclntosh (1970),
por exempla, estudando varies terapeutas trabalhando com os
mes nos clientes, descobriram que a empatia é influenciada em
major escala pelo cliente e pela situagéo, que pelo terapeuta.
Nao somente a empatia, mas o prognOstico do terapeuta, sua
capacidade de "insight" e estima, ludo isso varia de acordo com
a maneira do terapeuta perceiver a motivagao do paciente para
a terapia (WALLACH e STRUPFZ 1960). Essa declaragao pode
ser aplicada tanto 8 influéncia do cliente quanta 8 influéncia da
198 |
crenga e da boa vontade do terapeuta.
Mitchell, Bozarth e Krauft (1977) concluiram, de sua revi-
séo da pesquisa sobre psicoterapia, que empatia, consideragéo
positiver e autenticidade estéo associadas ao resultado terapéu-
tico de uma maneira muito mais complexer que simplesmente
uma relagao cause-efeito, baseada no que O terapeuta faz.
Além do mais, resumindo seu ambicioso estudo de re-
visao de pesquisa, Smith Glass e Miller (1980) van ainda mais
Ionge, insistindo: "Deve ser considerada mais seriamente a
possibilidade de que o locus dessas forgos que restaurant e
melhoram o clients de psicoterapia se encontre mais no préprio
cliente e renos no terapeuta e sues a<;6es. Aquilo que o clien-
te traz 8 psicoterapia - a vontade de resolver um problems ou
Iivrar-se dele, a inteligéncia para aprender contingéncias e re-
lagées, a forma para encarar a fraqueza, a seguranga para con-
fiar em outra pessoa - pode contributor mais para o sucesso da
terapia do que o tempo que ela dura, 20 boras ou 10, se h8 ou
nao outros clientes na sale ou se o terapeuta segue Fritz Perls
ou Joseph Wolpe" (p. 188). Essa sugestao harmonize-se per-
feitamente com os principios dominantes da Terapia Centrada
no Cliente, embora isto sea de certs forma conflitante com as
explicagOes derivadas da pr8tica. Também, uma atitude positiver

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Abordagem Centrada no Pessoa l5a edigio

em relagéo ao terapeuta e o compromisso de empenho em se


transformer tom side associados ao sucesso da psicoterapia
(GOMES-SCHWARTZ, 1978).
Como pode ser constatado em estudos do efeito place-
bo, as expectativas e valores do cliente desempenham a parte
mais importante no sucesso da terapia (10). Por exempla, os
membros de uma culture que valorize o use de expressées su-
perlativas, a explicagao do sucesso através do esforgo pessimal
e a novidade em geral, experienciaram maiores mudangas as-
sociadas 8 droga com dues cépsulas de placebo em vez de
uma (BLACKWELL, BLOOMFIELD e BUNCHER, 1972). Aqueles
que receberam diferentes placebos em trés periodos consecu-
tivos de dues serenes melhoraram mais com esse tratamento
concentrado e variado do que aqueles que seguiram um regime
mais longo de sets serenes, que apresentava renos novidade
e o mes no placebo (SHAPIRO, 1971).
Um placebo (do latin, "agradarei"), no vocabuI8rio mé-
dico, é uma substéncia inOcua em relacéo é farmacologia da
doenca. Assign, o que é considerado efeito placebo em medi-
cina é o alivio dos sintomas, ou a cure da doenca, que prover M99
de causes neo explicéveis, através das teorias biolégicas que
se aplicam ao tratamento. Fatores relacionados é melhora do
paciente através do use de placebos, tabs Como o medico e sua
relaqéo com o paciente, considerados inécuos em medicine,
podem ser considerados cause em psicoterapia. O efeito pla-
cebo no tratamento medico de algumas doengas fisicas, tanto
quanta nas psicolégicas, toma-se assisi uma validagao da psi-
coterapia Como tratamento dresses cases (FRANK, 1973).
Surpreendentemente, ate sutilezas tabs Como uma cor
podem influencer a experiéncia do clients, talvez devido a uma
expectative ou condicionamento comuns a terapeuta e cliente,
sutilmente sintonizados: Por exempla, em uma demonstragao
em uma escola de medicine, foram dados, a uma classe de
56 alunos, envelopes contendo c8psulas rosa ou azure, isentos
de ingredientes farmacologicamente ativos, e for dito que as
c8psulas causariam efeitos sedatives ou estimulantes. As mu-
dangas associadas 8 droga afetaram subseqUentemente 30%
dos participantes, as c8psulas rosa foram mais freqUentemente
associadas a alOes estimulantes e as azuis, a alOes sedatives
(BLACKWELL, BLOOMFIELD e BUNCHER, 1972).
Em um estudo que usou placebos para induzir o song,

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ag(lcar". Seus sintomas pioraram.


Tentativas para definir o tipo de pessoa que mais pro-
vavelmente responde ao efeito placebo apenas aumentaram
o mistério. As pesquisas foram incapazes de relacionar, por
exempla, sugestionabilidade, personalidade, dade ou sexo dos
pacientes com O éxito no tratamento com placebo. Para compli-
car ainda mais o assunto, alguns pacientes nao respondent 8
primeira tentative, mas respondent 8 seguinte. Alguns mostram
major receptividade em grupo do que individualmente (KNOW-
LES e LUCAS, 1960). Se voce imagine que o efeito placebo é
sem importéncia, deveria Ier o relatOrio de um paciente que se
tornou viciado em comprimidos de placebo (MINTZ, 1977). Os
placebos podem ate ser perigosos, tendo causado, Segundo
estudos, uma grande variedade de efeitos colaterais tOxicos
(BEECHER, 1955).
Os u'nicos sinais evidentes de um possivel efeito placebo
no paciente sao ansiedade, agitac8o e dor: os mes nos indica-
dores de sucesso em psicoterapia. De fate, Gallagher (1953)
descobriu que clientes com baixo nivel de ansiedade tender
12 | a nao se envolver no processo de Terapia Centrada no Cliente
e desistem. Assign sendo, a hipOtese da ansiedade Como um
requisite para o clients pode fazer sentido tanto para a Terapia
Centrada no Clients quanta para o efeito placebo na medicine
(11). Assign, o clients neo pode ser separado do fenémeno. Sua
incongruéncia ansiosa, seu desejo de mudanga e sua capacida-
de para entrar em uma relagao imediata e pessimal, podem ate
ser pro-requisitos para o sucesso. Sous valores e crengas, mo-
tivagées e intengées, sues expectativas, sua contribuigéo para
uma sensivel compreensao emp8tica e para a aceitagao do te-
rapeuta ou da relagao terapéutica, sem dUvida também fazem
parte da terapia eficaz. Um clients pode ser curacao tomando
um remédio cientificamente recomendado Como curative. Por
outro Iado, pode ate se curer tomando remédios conhecidos
por causal sens sintomas. Ele pode se curer tomando remédios
totalmente inécuos ou nao tornando remédio nenhum, simples-
mente conversando com um psicoterapeuta. Em cases bem
sucedidos, evidéncias dos principios norteadores do sistema
podem ser encontradas no ritual. Por exempla, em tratamen-
tos com placebo pode-se noter o seguinte: "Quando alguém se
preocupa com voce, voce melhora", "Para melhorar, voce deve
se esforgar", "Vocé tem dentro de si o powder para melhorar", "O

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clients, um processo em que cede um expresser honestamente


sens sentimentos e valores. A pureza com que o terapeuta pra-
tica sua abordagem pode influenciar o éxito do ritual (LUBOR
SKY et al, 1986).
Pode haver também uma associagao entre a consistén
cia do sistema de crenga do terapeuta e a terapia eficaz (COM
BS, 1986). Por exempla, existe evidencia surpreendente de que
as crengas do medico estao relacionadas ao sucesso no trata-
mento medico. Numa pesquisa tipo duple-cego sombre o efeito
placebo, a intuigao do medico (supondo corretamente quando
um remédio ou um placebo estava sendo administrado) for as-
sociada a um indice mais elevado de melhora, entre os mais
de trezentos pacientes esquizofrénicos cr6nicos que estavam
sendo tratados (ENGELHARDT e MARGOLIS, 1967). Uma das
anedotas mais extraordinaries e surpreendentes contada em
relagéo é crenga de um medico e é melhora de um paciente
é a seguinte: depots de noter os efeitos positives de um novo
remédio em fase experimental, no alivio dos sintomas de asma
de um paciente, o medico o substituiu por um placebo, na es-
204 |
peranga de estabelecer a validade do novo remédio.
Quando o paciente se queixou da reincidéncia dos sin
tomas, o medico ficou satisfeito de saber que neo tinha havido
efeito placebo e prescreveu mais remédio. Entretanto, o farma-
céutico que manipulou o remédio responder que aquele orig
nalmente fornecido era, de fate, um placebo (ORNSTEIN e SO
BEL, 1987). 0 paciente tinha recebido uma subst8ncia inOcua
o tempo todo. Enquanto o medico acreditou que uma droga
ativa estava sendo administrada, o paciente melhorou, quando
o medico acreditou no contrario, os sintomas do paciente pio-
raram.

INSIGHT SOBRE A COMPFlEENSAO EMPATICA

Tém side atribuidos vérios significados profissionais é


compreenséo empética, que a pessoa conium associa a um
envolvimento interessado do terapeuta com o paciente.O an-
tropélogo Clifford Geertz (1983) diz que "compreender a forma
e presséo [da Vida interior de uma pessoa] assemelha-se mais
a tenter captor um provérbio, agarrar uma ilusao ou entender

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Abordagem Centrada no Pessoa 5a edigéo

uma piada, do que a conseguir comunhéo". Corcoran (1983),


um pesquisador dessa matériel, sugere que a empatia envolve
experienciar um sentimento que corresponds ans sentimentos
de outro. Psicélogos socials dividiram a empatia em dots tipos:
"afetiva" (eu sir to o que voce sente) e "cognitive" (eu compre-
endo o que voce sente) (GLADSTEIN, 1983). 0 psicanalista
Heinz Kohut (1978) designs o processo de entender o outro por
"introspecgéo victoria", descreve a empatia Como "o eco huma-
no 8 experiéncia humana". O dicionario ingles Webster diz que
a palavra deriver de en e pathos, empatia significa Iiteralmente
"por dentro dos sentimentos".
Rogers (1959) definite inicialmente a empatia Como um
estado especifico de consciéncia: "O estado de empatia, ou
ser emp8tico", ele declarou, "é perceiver o quadro de referéncia
inferno do outro com aouidade e com os componentes e sig-
nificados emocionais que pertencem a ele Como se voce fosse
a pessoa... Assign, significa sentir a m8goa ou Frazer do outro
Como ele os sente e perceiver as causes disso Como ele as per-
cebe, sem entretanto perder, em momenta algum, a nogao de
que e Como se eu estivesse magoado ou contente e assisi por 1205
diante" (p. 210-211).
Rogers descreve a integragéo do que é freqilentemente
considerado Como modes contraditérios de consciéncia mas
de fate sao modes complementary. Um é linear, consciéncia
flutuante, de momenta a momenta, dos pensamentos e sen-
timentos do mode analitico da consciéncia (sentir a mégoa e
o Frazer do cliente), o outro é uma percepgéo fore do tempo
(para generalizer o significado, Como se eu tivesse essa m8goa
ou Frazer) do mode holistico da consciéncia. Além de fornecer
um contexto para o significado, a apreenséo imediata do todo
também diminui a estreiteza de espirito. A compreensao empé-
tica, em outras palavras, é um estado de consciéncia no quai
uma pessoa experiencia e participa de um flu xo de pensamen-
tos e sentimentos e sens significados com outra pessoa, en-
quanto ao mes no tempo também esta consciente do contexto
major dentro do quai os dots existent. Nesse estado, opostos
podem coexistir sem causal preocupagéo em termos de con-
tradigao. A consciéncia do terapeuta é ativa, nao é uma aceita-
Qéo passive. Ele esta consciente das dues coisas: da atividade
momenta a momenta e dos padr6es que compOser a Vida. A
falsificagéo dessa atividade pode ser desastrosa. Por exempla,

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a aceitagéo passive, por parte do terapeuta, do resisténcia, da


atitude evasive, do negativismo, assisi Como o fate de neo en-
carar os problemas decorrentes do relagéo terapeuta-cliente,
ludo isso junta for considerado Como prenlincio de fracasso,
tanto na Terapia Centrada no Cliente Como na psicoterapia de
base analitica (SACHS, 1983).
Na psicoterapia neo basts simplesmente tenter compre-
ender o mundo do outro, nem mes no sentir alguma coisa que
o clients esteja sentindo (e certamente neo é suficiente enxu-
gar as Iégrimas em atitude de "apoio"). O clients deve também
experienciar ser compreendido. Ao envolver-se em um estado
de compreenséo empética, o terapeuta pode ate sentir e dizer
coisas que paregam estranhas (ou ao renos inesperadas) em
outros contextos terapéuticos tradicionais. Vide os exemplos de
"empatia idiossincrética" citados por Bozarth (1984), de acordo
com os quais, sem du'vida, para horror inicial de seu supervi-
sor, um terapeuta relatou a seu cliente uma longa histéria sobre
o conserto do motor de seu Volkswagen. Naquele momenta,
essa era de fate uma experiéncia importante de compreensao
61 emp8tica, Como for confirmado pelo cliente.
Rogers descreve determinado episOdic de compreensao
empética, do seu porto de vista: ela comega com, e é prece-
dida por, colocar-se nessa atitude de quern compreender cede
coisa que voce esta dizendo, quern realmente sentir O que isso
significa para voce. Sir to [nesse momenta] ludo englobado,
Como se eu estivesse todo concentrado. Contudo, na Vida coti-
diana eu penso: men Deus, Como you conseguir fazer ludo an-
tes de partir para a Europa? Voce sake, bastante fragmentado.
E um momenta altamente existencial, porque, quando terming
uma sessao realmente boa, minha memOria em relagao a ela é
freqUentemente muto ruin. Mais tarde, quando penso a respei-
to, algumas partes voltage, mas o men Iado intelectual n8o est8
muito presents. Quer dizer, o Iado intelectual esta 18 tambem,
mas esté todo concentrado nesse momenta, neo na intengao
de pensar sobre isso, n8o na intengao de lembrar. Assign, todas
as minhas habilidades est8o 18, eu echo. Os melhores periodos
em terapia sao mementos atemporais. Nao ten ho consciéncia
do tempo. Exceto pelo fate de que, se ten ho outro compromis-
so a tal hors, existe alguma consciéncia disso no fundo da men-
te. Numa sess8o diante de um grupo, o grupo logo desaparece
completamente. Eles nao estao 18. Somos sO nos dots" (MON-

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Ab rdag m C ntr d no P a I pa dig'

TEIRO DOS SANTOS, 1982).


O terapeuta e o cliente participant de uma experiéncia
integrative que transcends o tempo, que transcende os Iimites
da identidade presumida do cliente e do terapeuta. Através da
atengéo Iocalizada unicamente "em cede coisa" que o clien-
te esta dizendo, o quadro habitual de referéncia do terapeuta
toma-se mais flexivel. Nesse estado, ele pode perder a consci-
éncia do que esta ao seu rector e ate do sentido do tempo. Vol-
tando ao seu estado habitual, pode experienciar uma amnesia
parcial. Em outras palavras, nesses mementos intenses e vitals
ele esta, por definigao, num estado alterado de consciéncia
(SHOR, 1959, LUDWIG, 1967). Isso também poderia ser o que
William James (1896) chamois de um "estado mental excep-
cional", mas, nao se trata de um transe profundo, que possui a
pessoa, capturando sua vontade e incapacitando sua habilida-
de de pensar. As faculdades criticas de Rogers estao atuando.
E um estado disciplinado no quai os modes complementares
de consciéncia estao ambos funcionando plenamente. E um
estado que Field (1960) descreve Como "uma curiosa mistura
de histeria proveitosamente dirigida e uma paciente autodisci- 1207
plina". De fate, nesse estado, o terapeuta esta aparentemente
mais e neo renos consciente do que em outros mementos.
Rogers (1957b) verifica isso quando indica que nuncio se sentia
"two inteiro ou uma pessoa two completer Como nas sues ses-
s6es terapéuticas".
Além do mais, essa experiéncia era aparentemente bas-
tante normal, nada fore do conium, fazendo parte da pr8tica da
Terapia Centrada no Cliente. "Quando existe essa uniao com-
pleta, essa singularidade, essa plenitude de experiéncia no re-
lacionamento", Rogers (1961a) descreve, "entail ela adquire a
qualidade 'fore desse mundo' que os terapeutas comentaram,
uma espécie de sentimento Como um transe no relacionamen-
to, do quai o cliente e eu emergimos, terminada a hors, Como
se saissemos de um pogo prof undo ou de um tune! [...], uma
vivéncia atemporal na experiéncia que esta entre o cliente e eu"
(p. 202). Uma das mais inocentes e ao mes no tempo a mais
tocante veriiicaoao deste fenOmeno, do porto de vista do clien-
te é esta declaraoaoz "Era nos nos dots, trabalhando juntas na
minha situagao Como se fossemos sO eu" (ROGERS, 1949).
Posteriormente, Rogers relatou essa experiéncia em lin-
guagem mais atualizada. Quando estou no men melhor, Como

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facilitador de grupo ou terapeuta, descubro outra caracteristica.


Percebo que quando estou mais préximo do men self intimo,
intuitive, quando de alguma forma estou em cantata com o des-
conhecido em mm, quando talvez esteja no relacionamento em
um estado de consciéncia ligeiramente alterado, entéo ludo o
que faro parece ester replete de cure. Minha simples presen-
ga, entéo, é Iibertadora e benéfica. Neo he nada que eu possa
fazer para forger essa experiéncia. mas quando consign relaxer
e ficar perto do men cerne transcendental, entail talvez eu me
comports de mode estranho e impulsive no relacionamento,
mode que nao posso justificar racionalmente, e que nao tem
nada a ver com meus processes de pensamento. Mas essas
condutas estranhas vim a ser certes, de algum mode, Nesses
mementos parece que men espirito interior alcangou e tocou
o espirito interior do outro. Nos so relacionamento transcende
a si preprint e se toma parte de alguma coisa major. Energias
profundas de cure e crescimento entail presentes" (ROGERS,
1985) (12)
Algum tempo depots de sua definigao original de com-
208 |
preensao emp8tica, Rogers reviu-a. Dessa vez, ele a chamois
de "processo" em vez de "estado" (ROGERS, 1980) De fate,
através dos anus Rogers referiu-se é empatia neo somente
Como "estado" e "processo" mas também Como "condiQéo",
"atitude", "qualidade". "habilidade", "aptidéo" e "forte de co-
nhecimento" (QUADROS, 1979). As pessoas que o tomaram
Iiteralmente véem at o indicia de um concerto ambiguo, mal
formulado. Contudo, todas essas variantes se justificam. E
so nos darmos conta de que a compreenséo empética é uma
condigéo, no sentido de que pode ser necesséria ao éxito da
terapia, lentando entender as express6es do cliente e o signi-
ficado que sens pensamentos e sentimentos tom para ele, o
terapeuta adota uma atitude particularmente atenta (e talvez
os clientes também o fag am), a compreensao emp8tica parece
ser uma qualidade do relacionamento terapéutico eficaz, e um
aspecto do estado de consciéncia do terapeuta e do cliente que
compartilham uma vivider percepgao do mundo do cliente, é um
processo no sentido de que esse estado de consciéncia nao é
fixe, mas existe num flu xo, Como o préprio relacionamento, tor-
na-se uma habilidade ou aptid8o quando uma pessoa apren-
de a sentir o significado pessimal prof undo de outra pessoa e a
comunicar isso a ele ou a ela, é uma forte de conhecimento

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Ab dag m Centrada no P a I 58 dig"

Rogers: "Cheio de raiva quanta a isso, realmen-


te."

George: (amargo) "O Unico mode que consign /i-


dar com a raiva é sendo violento! Neo posso ser
um revolucionério silencioso. Eles neo me deixam.
Voce pode ficar at sentado, com ares de santida-
de, e dizer, 'Sou um revolucionério silencioso.' Eles
neo me deixam!"

Rogers: (irritado) "Vocé esté bravo comigo e me


Chama de santinho revolucionério. OK. Por Deus
que sou um revolucionério: mas, neo serer um re-
volucionério do seu jeito. E é isso que voce neo
gosta!"

George: "Bem, veja, echo que ficou provado mais


de uma vez que o seu jeito é totalmente superficial,
totalmente ineficaz, totalmente con traproducente. 1213
Vocé esté desperdigando muita energize dos estu-
dantes. "

Depois disto, George, incapaz de se sentir integrado ao


grupo (a despeito dos apelos de outros participantes para que
ficasse, inclusive do outro facilitador Tony Rose), saiu frustrado
e com raiva.
Sua saids do grupo terra que ser considerada um fracas-
so grupal. Isto é, em qualquer avaliacao que considere mais
do que meres objetivos pessoais Como parte do sucesso. Sem
du'vida, he pessoas que deliberadamente se disp6em a des-
truir um grupo e facilmente o conseguem. Esta neo é uma alfa
do grupo. Apesar de ludo, o grupo é uma entidade delicada e
facilmente sabot8veI. Entretanto, George se colocara no grupo.
Nao parece que ele deliberadamente tivesse sabotado o gru-
po. Estava envolvido. Expressou sentimentos profundos. Nao
ser tiu que algum membro do grupo o tivesse compreendido.
Como prove disso, ele voltou para o grupo com sua mulher,
depots dessa sessao. Num Ultimo recurse pediu a ela, "para
ajud8-Io a explicate sues preocupacOes politicos". Isto nao apa-
rece na vers8o filmada do grupo (ROSE, 1986).

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George expressou query ele realmente era. E no moment


to critico a compreenséo empética neo ficou evidents. Houve
um choque de identidades. George acreditava fervorosamente
em "revoluqéo violenta". Rogers, neo sensibilizado com essa
posture, rejeitou George. As acusaoOes de George desafiaram
o precioso "jato de ser" de Rogers, que revidou. Ele for impulsi-
vo e confrontador (o que muitas vezes passer por congruéncia).
Estava visivelmente com raiva, mas serf que ludo havia side
dito? Talvez ele estivesse também faro por ver George arrui-
nando o grupo. Talvez ele quisesse que George simplesmente
se calasse e deixasse o grupo "progredir" (e talvez concluir um
filme didético com éxito?) Talvez estivesse machucado, e query
poderia culpa-lo, je que uma das sues postures prediletas (re-
volucionério silencioso) havia side condenada. Grande parte
desta suposigao se apOia no fate de que depots que George
abandonou o grupo, Rogers expressou alivio por ele ter do,
sentindo que o grupo estava "progredindo muito melhor sem
ele" (ROSE, 1986). Caso Rogers tivesse conseguido expresser
a complexidade de sua realidade imediata, talvez, George tives-
se reagido diferentemente. Sentindo-se compreendido, ele po-
2141
deria se sentir desafiado a ser mais genuine com sens prOprios
sentimentos.
Assign, ser congruente neo é meramente ter suficiente ou-
sadia para expor sem pensar o que quer que posse pela mente,
ou revidar o que parega ser agresséo, ou automaticamente re-
tribuir com um abrago apertado o que se percebe Como gen-
tileza. Congruéncia exige muto. Requer neo apenas honesti-
dade consign mes no, mas também auto-conhecimento, para
saber o que se esta sentindo. Também é necesséria habilidade
para comunicar, uma habilidade suficientemente refinada para
transmitter ans outros os sentimentos complexes e muitas vezes
contraditérios que constituent o que chamamos "experiéncia"
ou "realidade". Como se pode noter, mes no um facilitador tao
habilitado quanta Rogers nem sempre atinge congruéncia.
O mode Como a congruéncia se expresser no relacio-
namento com outros pode ter conseqUéncias completamente
diferentes daquilo que tem side frequentemente descrito na
Terapia Centrada no Cliente. Truax, Carkhuff & Kodman (1965)
descobriram que em grupos nos quais os facilitadores estavam
envolvidos com altos niveis de "empatia acurada e conside-
ragao positiver incondicional", os participantes tiveram melhor

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Abordagem Centrada no Pessoa l5a edigaio

aproveitamento que clientes em outros grupos com niveis rela-


tivamente mais baixos dessa qualidade. Um resultado espera-
do. No entanto, uma verificagao surpreendente, que contradict
estudos prévios da terapia individual, for que apareceram cor-
relaQ6es negatives entre o nivel de genuinidade do terapeuta e
mudanga no cliente.
E possivel que, por exempla, no cen8rio hospitalar dessa
pesquisa, quando um psicélogo pretends nao ser ninguém es-
pecial, negando que de fate sea um profissional que participa
na decisao sobre o destine dos infernos do hospital, ele se tor-
ne inauténtico. Pessoas leigas certamente pensariam assisi.
Congruéncia depende do contexto. Assign, uma pessoa
que for genuine poder8 se comportar diferentemente de acordo
com as exigéncias de diferentes contextos. O facilitador que,
para se "enturmar" decider compartilhar alguma coisa da sua
Vida pessimal fazendo com que ele parega "real" (usualmente
com o objetivo de "servir de modelo" para um comportamento
correto ou para "motivar" os participantes), sem d(lvida sera
genuine, mas genuinamente false. Por que clientes em terapia
de grupo, com sens dist.(lrbios, reagiriam a ele diferentemente 1215
de pessoas normals?
A importancia de uma resposta apropriada do facilita-
dor é acentuada pela verificagao de que embora o comparti-
Ihar premature de sentimentos e experiéncias pessoais possa
de fate ser perturbador, revelagées mais oportunas (comparti-
Ihando o que seja real no momenta, em harmonia com o que
esté acontecendo na relagao terapéutica) pode ser construtivo.
(DIES, 1973) H8 evidéncia de que a autenticidade do facilita-
dor no contemn do grupo Como um todo, tende a ter efeitos
mais construtivos sobre um dado participante, do que o nivel de
autenticidade que o individual possa "receiver" do facilitador.
(TRUAX, et al, 1965, TRUAX, 1966)

O METODO SUPERVALORIZADO
( EMBORA NECESSARY )

Apesar de todo método ter sens adeptos fervorosos, ne-


nhuma abordagem pode prover-se superior is outras. De fate,
todas as psicoterapias tom IimitagOes graves. Como Iembra
Strupp (1983), "grande nu'mero de condigOes psicopatolOgicas

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neo chegam a ser significantemente favorecidas pelas formas


disponiveis de psicoterapia (ou qualquer outra modalidade de
tratamento conhecido). E questionével o alliance de uma psi-
coterapia intensive ou prolongada em produzir uma reorgani-
zagao na personalidade do clients e portanto uma mudanga
duradoura."
No entanto, parece que a psicoterapia de fate é mais
eficaz do que nao fazer nada - para a maioria das pessoas.
Em um estudo comparative entre psicoterapia psicanalitica e
terapia comportamental, por exempla, Sloane e colegas (1975)
verificaram que, em trés grupos de pacientes, um recebendo
psicoterapia psicanalitica, outro terapia comportamental e o ter-
ceiro consistindo de pacientes que meramente se inscreveram
em uma Iista de espera, todos "melhoraram significantemente
quanta 8 gravidade de sens sintomas-alvo". Nao houve uma
diferenga significativa no montante de melhora entre os grupos
de psicoterapia psicanalitica e terapia comportamental. No en-
tanto, ambos os grupos tratados melhoraram consideravelmen-
te em relagao ao grupo da Iista de espera. Posteriormente, Smi-
2161
th, Glass & Miller (1980) concluiram uma revisao complexer de
475 estudos sombre resultados de psicoterapia com a confianga
de que, "psicoterapia é benéfica, consistentemente e de muitas
maneiras diferentes. Sous beneficios estéo par a par com ou-
tras intervengées ambiciosas, tabs Como a Escola e a Medicina.
Os beneficios da psicoterapia neo sao permanentes, mas pou-
ca coisa o é."
Neo se sake quéo semelhantes sao, na realidade, as
assisi chamadas diferentes terapias. Suas diferengas talvez se
devan, em grande parte, 8quilo que escolhem enfatizar. Por
exempla, é concebivel que a "terapia cognitive" possa consistir
de um revisal padr6es defeituosos de pensamento no contexto
de um "relacionamento terapéutico", enquanto, por outro lado,
"a terapia do relacionamento" talvez consists em prover um re-
Iacionamento caloroso e assegurador no quai "padr6es defeitu-
osos de pensamento sao revisados".
Um estudo feito por Gomes-Schwartz (1978) prop6e a
hipétese que a técnica do terapeuta nao é um fetor essencial
no resultado da terapia. Trinta e cinco rapazes, de Ieve a mode-
radamente perturbados, foram designados pelo critério de rota-
tividade, a trés grupos de terapeutas. Dez pacientes estiveram
com psicoterapeutas com uma media de 23 anus de experiéncia

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Abordagem Centzrada no Pessoa I 5a edigéo

em terapia analitica, outros dez estiveram com psicoterapeutas


com uma media de 15 anus de experiéncia em psicoterapia
experiencial (de influéncia Rogeriana), e quinze com professo-
res universitérios (com uma media de 17 anus decide o Ph.D.)
que tinham reputagéo de serer pessoas capazes de dialogar
sombre problemas, mas sem treinamento em psicoterapia. Eram
professores dos departamentos de Matemética, Inglis, Histéria
e Filosofia da Universidade.
O processo de terapia divergiu consideravelmente. Os
profissionais Ievavam mais tempo que os professores universi-
t8rios, explorando as maizes psicodinémicas dos problemas dos
pacientes. Os professores e os terapeutas experienciais cram
mais calorosos e pessoais nos sens relacionamentos com os
pacientes do que os terapeutas analiticos, mas os resultados
foram os mes nos para cede grupo. A concluséo for, "profes-
sores/terapeutas neo treinados geralmente tem o mes no efeito
de melhora que psicOlogos e psiquiatras experientes. Além dis-
so, a variével que melhor prognosticou mudanoas, nao estava
relacionada com técnicas terapéuticas, mas com a atitude po-
sitiva do paciente em relagéo ao terapeuta e seu compromisso 1217
em trabalhar para a mudanga."
Entretanto, mes no com evidéncia two dramética, o mé-
todo neo pode ser descartado. Sem o método ou teoria para o
que estavam fazendo, os professores universit8rios desta pes-
quisa tiveram dificuldade em mantel o processo terapéutico no
decorrer do tempo. (STRUPR 1986) A verificagao que o efeito
do terapeuta talvez sea mais forte que seu método, obscure-
ce a importancia do método. Afinal, estratégia e intervengOes
também "definer e modelam os relacionamentos de maneira
importante". (JONES, et al, 1988)
Além disso, as atitudes e crengas bem sucedidas do te-
rapeuta provavelmente serao integradas 8 sua abordagem. Fi-
cou demonstrado que o interesse do terapeuta no tratamento é
mais importante que seu interesse no paciente, em termos de
envolver os pacientes no processo de terapia. (MCNAIR, et al,
1963) E dificil compreender o fenOmeno da terapia eficaz sepa-
rando o terapeuta, o cliente e o sistema que eles praticam.

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AMBIENTE: MAIS UMA OMISSAO


DO QUE UM INSIGHT

O efeito do ambiente, embora freq tlentemente menciona-


do, neo for completamente desenvolvido no pensamento sobre
as aplicagées do Abordagem Centrada na Pessoa. Quando as-
sumiu a responsabilidade pela colocagéo de crianqas em cre-
ches de adogéo, Rogers parece ter vislumbrado a nogéo de
"clime" ou "ambients" Como um agents de mudanga na perso-
nalidade. Mais recentemente, o concerto de "clime" tornou-se
ainda mais importante na equagéo de seu sistema de mudan-
ga na personalidade. Ao mes no tempo em que se aproximava
mais de um concerto centralizador para seu sistema, essa no-
Qao se tornou mais vaga. No fim, aparece Como nada mais do
que simples "atitudes" mantidas pelo terapeuta quando entre
no processo terapéutico com seu cliente.
No entanto, existent aspectos reals e substanciais do am-
biente que influenciam nesses sentimentos, percepgOes, pen-
181 samentos, nossa consciéncia, essencialmente "query sumos
nos". Como baotou William James (1929), "nossa consciéncia
normal acordada [...] é apenas um tipo especial de conscién-
cia, ao passo que circundando-a completamente, separadas
apenas pea mais fina tels, jazem formas potenciais de consci-
éncia totalmente diferentes[...]. Aplique-se o estimulo necessé-
rio, e num toque elas estaréo todas In, na sua completude" (p.
378-379). (15)
O aspecto mais imediato do "ambients" é O espago fisi-
co. E o espago fisico sem dOvida influencia a consciéncia. Note-
se, por exempla, a descrigao de Thoreau (1929) sombre Walden:
"Um incémodo que as vezes sentia numa casa tao pequena, era
a dificuldade de encontrar uma distance suficiente de men con-
vidado quando comegavamos a proferir glandes pensamentos
em glandes alas. Voce quer espago para que sens pensamen-
tos possam ajustar as velas e percorrer a raja uma dues vezes
antes de chegar ao porto [...]. Em minha casa fic8vamos tao
perto que nao conseguiamos comegar a ouvir [...]. Se estamos
apenas Ioquazes, e alamos alto, entail podemos nos permitir
ficar bem perto, Iado a ado, sentindo a respiragao do outro,
mas se falamos reservada e ponderadamente queremos ficar
mais distantes".

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Abordagem Centzrada na Pessoa I 5a edigéo

Query neo baotou o efeito do espago fisico? Numa grande


catedral, apesar da distragéo dos turistas ruidosos, os ombros
relaxant e a consciéncia, neo Iimitada pelos cantos escuros e
embolorados do dense edificio, eleva-se em reflex6es atem-
porais, sombre o significado da Vida, o sentido de sua prépria
existéncia num universe misterioso e inexplicével, humildade,
nobreza. Por outro lado, ainda que nao se perceba a cause (e
ate mes no se recuse acreditar quando demonstrado), um Ingar
feio e abarrotado, pode provocar "monotonia, fadiga, dor de
caber, song, descontentamento, irritabilidade, hostilidade e
fuga". (MINTZ, 1956)
Se, Como verificou Barker (1968), uma farmacia ou um
jogo de basquete afeta a consciéncia e o comportamento
humane de acordo com as caracteristicas de sua estrutura,
quanta mais n8o o far8 um oen8rio bonito de workshop em
um recanto isolado, ou um consultOrio de psicoterapia delica-
damente arranjado? (Deve-se Iembrar que Freud tratava sens
clientes em casa, nao num escritOrio estéril. Eles ficavam ro-
deados por artefatos antigone e simbolos que por sua simples
presenga poderiam incentive o desejo profundo e noble de 1219
auto-descoberta.)
Uma extenséo do cenério também pode incluir pessoas
préximas ao terapeuta ou ao cliente, que influenciam o proces-
so terapéutico. Supervisores de terapia, por exempla, podem
influenciar diretamente o processo. (STEINHELBER, PATTER-
SON, CLIFFE, LEGOULLON, 1984) Também equipes de apoio
podem ser influentes, membros da far ilia, enfermeiras ou ou-
tras pessoas que possam dar suporte, e aqueles envolvidos em
tratamentos suplementares que o cliente possa ester receben-
do simultaneamente. Mes no em sess6es de Terapia Centrada
no Cliente conduzidas diane de um grupo, este pode ter tanta
ou major influéncia que o terapeuta. (veja SLACK, 1985, RO-
GERS, 1986b)
A mere redugéo da claridade solar, Como ocorre por
cause da mudanga periédica do sol em latitudes préximas ans
polos, pode causal variaQ6es significativas de humor. Por ou-
tro ado, a simples exposigao ao total espectro de Luz brilhante
reduz a depressant que muitas pessoas ser tem nos meses de
inverno. (ROSENTHAL, et al, 1984). Cores também parecem
afetar o humor: alega-se que paredes pintadas de rosa numa
prisao, por exempla, acalmam pessoas em estados agressivos.

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Joh K ith W d c l. I rg.)

Todos concordaréo que sons, especialmente os musicals, afe-


tam nos so humor. Mas fragréncias também afetam a conscién-
cia e funoOes corporas. Relatou-se, por exempla, que o cheiro
de maqé condimentada reduz a presséo arterial na res ma me-
dida em que uma meditaqao o faz.
Gregory Razran (1938) demonstrou que as percepgOes
de uma pessoa sao significativamente alteradas meramente ao
ingerir uma refeiqao. Ele pediu 8s pessoas (nem todas univer-
sit8rias) para avaliar e caracterizar selegOes musicals e pinturas
tanto enquanto estavam almogando, quanta depots. .Apesar de
notarem que sues percepoOes mudaram, Razran nao for capaz
de convencer os participantes desse experimento de que hou-
vera alguma influencia. "Tudo que eles puderam acreditar", ele
conclude desapontado, "for que 'a mente pode funcionar diferen-
temente durante uma refeigao' ou que ela pode 'mudar depots
de escutar (ou ver) alguma coisa', mas nao que ela possa mu-
dar 'porque ouvi ou vi isso durante uma refeioao. Comigo nao!
O que ser8 que os professores ainda van inventor?"'
Poucos clientes hoje em die poderao ester ingerindo uma
220 |
refeigao durante terapia (embora provavelmente o fag am em
programas residenciais), ainda assisi, todos certamente estarao
respirando. E o ar que iréo respirer pode ter um efeito em seu
estado de consciéncia e reaQ6es emocionais. lsso for demons-
trado, por exempla, por ocasiéo de algumas frentes climéticas
acompanhadas por ventos quentes e secos Como o sharav no
oriente médio, o foehn na Europa Central, o zonda na Argentina
e O Santa ana no sul da California. Estes "ventos de m8 reputa-
Qao" sempre estiveram associados neo somente 8 irritabilidade,
mas também a enxaquecas, n8useas e congestao respiratéria,
num nUmero substancial de pessoas a eles expostas. Esse tipo
de Vento empurra o ar com alter concentragao de ions positives.
A inalagao de ar contendo glandes quantidades de pequenos
ions negatives, pelo contrério, alivia esses sintomas e induz hu-
mores mais descontraidos. Grandes quantidades de ions ne-
gativos s8o encontradas naturalmente no ar limpo das praias,
cachoeiras e picos glacial. Talvez nao seja uma coincidéncia o
fate destes Iugares figurarem freqUentemente em experiéncias
inspiradoras. O ar industrial poluido contém menor quantidade
de ions negatives. (KREUGER, REED, 1976) Portanto o ar no
ambiente terapéutico pode afetar profundamente o humor do
paciente: de uma resisténcia irritavel a uma introspecgéo des-

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Ab dag m Centr do no Pe 5 a | 5a dig

contraida.
Algumas formagées naturals Como majestosas monta-
nhas, planicies extensas, o mar, lagos, alum do efeito das peque-
nas particulas de ions negatives, também podem influenciar o
humor através de algum tipo de efeito estrutural na consciéncia.
Perambular por um parque bem projetado, mes no numa cida-
de poluida, pode ajudar uma pessoa a relaxer e a experimental
Paz, harmonia, beleza e talvez pensamentos reflexives.
Hé mes no evidéncias de que a vista da natureza pela janela de
um quarto de hospital pode facility uma pessoa a recuperar-
se de uma cirurgia (ULRICH, 1984). Além disso, a presenga de
flores no quarto pode contributor também para a melhoria do es-
tado mental e do ritmo de recuperagao do paciente (WATSON e
BURLINGAME, 1960). A organizagéo do ambients pode facility
uma pessoa a ter percepoOes para alum de si res ma, refle-
tir sombre sua prOpria Vida, a realizer sens verdadeiros desejos,
conseguir insight sobre sens problemas pessoais, ou a chegar
a novas percepgOes de seu relacionamento com a sociedade -
o mes no que se espera de uma boa psicoterapia.
H8 evidéncias de que ate exposigao ans invisiveis cam- 1221
pos magnéticos de baixa freqUéncia, tabs Como os que circun-
dam os transformadores de energize e estagées de computagéo,
podem (alum de serer perniciosos é saéide) afetar a meméria e
o sentido de tempo de uma pessoa. (BRODEUR, 1989)
O cenério psicoterapéutico organizer o espago do partici-
pante. Contém a presenga de um outro, estimulos emocionais
e fisicos, imagers, sons, cheiros, cores, mudangas de lumino-
sidade, e o préprio ar que afeta o estado de consciéncia do
participante.
Em estados alterados de consciéncia as pessoas neo
somente notaram mudangas na percepgéo, mas também tive-
ram uma sensagao de irrealidade, de desconexao de partes de
sens corpus, uma fusao com o que as rodeia, um "bronco",
uma perda de controle, e outras sensagées estranhas. Tam-
bém relataram um sentimento de felicidade, de poder, Como se
fossem pessoas diferentes, fascinadas com alguns pensamen-
tos e sentindo-se sob o controle de outros (LUDWIG, LEVINE,
1965).
Assign, o simples entrar em tal estado pode ser de pouco
valor sem os meios para organizer construtivamente a experi-
éncia. Com a generalizada orientaqéo para a realidade relaxada

P blicaqé da it r a d Ufes- edu! | 2010


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Abordagem Centrada no Pessoa I 5a edigéo

potencialidades". E entéo, "O individual tem o direito de ser o


que quiser".
E fécil escorregar dai para o raciocinio: Se voce neo esta
vivendo de um mode que sea profundamente gratificante, de-
veria ester. Seja voce res ma! O que também poderia implicant:
Assuma responsabilidade por sues ag6es. Assign, uma morali-
dade - que concorder e nao concorder com os padr6es de cento
e errado - acaba por se format.
Pode-se encontrar a pressao desta moralidade em mui-
tas atividades que Iidam com a Abordagem Centrada na Pes-
soa. Nao é incomum, por exempla, testemunhar alguém dizer
em um grupo: "Sir to que n6s estamos experienciando um mo-
mento dificil exatamente agora". Outra pessoa fatalmente ir8
acrescentar uma correggio: "Espere at! Vocé nao pode falar por
mim. Neo me include no seu nos. Sera que voce nao quer dizer:
'Sir to que estou experienciando um momenta dificiI'?' Talvez, O
primeiro orador realmente quisesse dizer que estava tendo um
momenta dificil. E talvez ele quisesse dizer que o grupo esta-
va.
Dove-se reconhecer que tal moralidade sem davida con- 1223
tribuiu para os avangos exemplares no sentido de conferir res-
peito e dignidade as preferéncias étnicas, de género, e sexuais
do clients. Também, o ateismo ou as religiées da "nova era"
podem ser mais ou renos aceitas. No entanto, tal moralidade
pode também ser perniciosa para alguns clientes. Como Bergin
(1991) observou, "muitos clinicos nao compreendem ou sim-
patizam com o contexto cultural da visao religiosa de mundo
de sens clientes (usualmente mais tradicionais), mas ao contra-
rio, negara sua import8ncia e compeer os clientes na diregao
de valores e quadros de referéncia conceituais que Ihes sao
alheios". Uma pessoa em um grupo de discussao da Aborda-
gem Centrada na Pessoa disse uma vez: "Esta abordagem nao
fala suficiente sobre morte". Um terapeuta no grupo imediata-
mente retrucou: "Bem, sem du'vida que sim.Se o cliente abor-
dar o assunto..." Mas o que o participante estava dizendo era
que, no que concerne 8 major parte do que a ciéncia considers
realidade, a pessoa esta "morta". De acordo com os cientistas
for somente quinze bilh6es de anus depots que o universe co-
megou, que a Vida apareceu na terra. O individual que aparen-
temente n8o existiu durante esse tempo, vive apenas algumas
poucas décadas e moire. Esta fatia infinitamente pequena de

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tempo é a (mica "realidade" sendo considerada. Seguramente


esta reflexéo merece tanta consideragéo quanta qualquer ou-
tra.
O tipo de individual mais fécil de ser aceito no émbito
das aplicagées da Abordagem Centrada na Pessoa seria "a
pessoa em funcionamento pleno", uma pessoa "alberta é ex-
periéncia". Uma pessoa que neo esteja alberta é experiéncia
poderé facilmente ser considerada moral. Por exempla, certs
vez testemunhei uma discusséo entre dues pessoas que esta-
vam conduzindo curses de treinamento centrados-na-pessoa,
para trabalhadores na area da saUde. Depois de uma longa e
muitas vezes inflamada discussao, envolvendo acusagées e
contra-acusaq6es sombre transgressées de territérios e outras
consideraqées comerciais, um dos opositores disse que neo
querier mais discutir O assunto. O outro ficou furioso e disse:
"Voce nao esta sendo ético". Ele nao estava sendo ético, nao
pelo mode Como conduzia os negécios, mas porque se negava
a continual a "com partilhar sens sentimentos".
Um valor muto forte derivado da prética da Terapia Cen-
224I
trada no Clients é que o terapeuta nao se responsabiliza pelos
sentimentos do cliente, sues decisOes, comportamentos e as-
sim por diante. E o cliente query decide o que é cento para ele
ou ela. E fécil ver Como "O clients decide por si mes no", pode
viral para o clients, "deve decidir por si mes no", querendo isso
dizer que o cliente deve assumir responsabilidade por si mes-
mo. De fate, pode-se ver Rogers gentilmente cutucando sens
clientes na diregéo de aceitarem-se a si mes nos Como merece-
dores de respeito. (Ver a entrevista com Gloria, por exempla.)
Em grupo, neo muito tempo atreus, uma mega estava ten-
tando transmitter uma complexer experiéncia ans outros. Ela dis-
se que "o grupo" a tinha ajudado e que ela querier agradecer
ans participantes. Disse que estava consciente de haver feito
sua parte no que tinha acontecido, mas que estava lentando
expresser ago mais. O grupo a tinha ajudado a mudar a ima-
gem que tinha de si prOpria. Ela sentia que isso provavelmente
nao terra acontecido sem os outros. Ela nao serbia Como tinha
acontecido. Ao trazer o assunto naquele momenta para o gru-
po, estava procurando compreender a experiéncia.
Um terapeuta sentado ao seu Iado insisting que ela refor-
mulasse sua declaragao no sentido de reconhecer a crenga de
que "cede um tem dentro de si a sabedoria e o powder para mu-

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Ab rdagem C ntrad no Pe a I 5a dig"

danger auto-dirigida". Entretanto, ela je havia reconhecido isso


e estava agora lentando explorer alum desse porto.
Muitas das atitudes terapéuticas consideradas em psico-
terapia Como facilitadoras para a mudanga na personalidade
sofreram desvios e se tornaram regress de comportamento. Por
exempla, genuinidade também se toma, "Seja voce mes no", e
aceitaqéo neo julgadora é desviada para: "E errado fazer julga-
mentos".
E ir6nico o fate de uma abordagem - que ajudou clientes
em terapia a se Iivrarem dos "dove" e "tem que" da moralidade
de sua época a fim de viverem mais sua experiéncia orga-
nismica - manifestar em sues apIicaQ6es uma moralidade em
ludo e por ludo escravizante. Preocupar-se com este aspecto
da Abordagem Centrada na Pessoa nao é um interesse mera-
mente teérico. Como obsewa Mary Midgley (1991), "julgar nao
é em geral simplesmente aceitar uma, dentre dues alternatives
j8 prontas, Como a certs. Isso nao pode ser feito jogando Cara
ou coroa. Mas implica buscar uma razao para pensar e agir
de cento mode. E uma fungao compreensiva, que envolve nos-
sa natureza global, pela quai nos guiamos e achamos nos so 1225
caminho em meio a toda uma floresta de possibilidades. Nao
he regress cientificas aqui, neo he um sistema de fates, previa-
mente dados, que mapearé todo o caminho para nos. Esta nos
sempre nos movendo em direqéo a territérios novos".
Esta "fungao compreensiva" deveria ser encontrada em
todos os aspectos da natureza humana, mes no aqueles que
sao desagradaveis. Rogers n8o parecia ser capaz de aceitar
que seres humanos, mes no quando se prop6e a ajudar, pos-
sam ser prejudicial. Por exempla, ele admitia ficar perturbado
pelo experimento de Milgram (1974), no quai pessoas comuns
aplicaram o que pensavam serer choques elétricos extrema-
mente danosos com o objetivo de sacudir uma pessoa e levy-Ia
a aprender para o seu prOprio bem. Neo é de surpreeender que
Rogers ficasse abismado. Trinta e love psiquiatras que haviam
side consultados antes da pesquisa disseram que nenhuma
pessoa iris reagir Como os sujeitos de Milgram fizeram. O que
ocorreu for exatamente o oposto. Nenhum participante no expe-
rimento se recusou a executor o procedimento e simplesmente
saiu do laboratOrio. Por outro Iado, Greene (1969) em um estu-
do com rates broncos que tinham meios (ainda que contrérios
ao seu melhor interesse) para poderem impedir outros rates

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de Ievarem choques, oito em dez o fizeram. Serf que neo esté


faltando alga em uma cosmogonist ou mes no um sistema de
mudanga na personalidade que neo compreende comporta-
mentos two bésicos Como esses? Um ser humane deveria ter
tendéncias two altruistas quanta um rate bronco, neo é? E se
neo, por que?
Quando a Abordagem Centrada na Pessoa estava sen-
do aplicada é psicoterapia e a pequenos grupos, terapeutas e
facilitadores pareciam ester conscientes da sua "fungéo com-
preensiva". Coulson (1972) descreve uma Utica na facilitagéo
de grupo: "O grupo estaré em uma posigao melhor para uma
aprendizagem multi-direcional, implicada com a Vida, se o fa-
cilitador estiver unto no processo, e nao se estiver isento, de
fore, arranjando para que eles explorer 8reas que ele ainda
nao mapeou [...] ou cujas conseqUéncias nao suporta desco-
brir" (p. 78). Assign, as aplicagOes da Abordagem Centrada na
Pessoa nao ficaram immunes ao mes no processo cultural gera
que ocorre com a maioria das inovagOes (sendo a religiao o
exempla mais f8cil): a moralidade substitute a fungao compreen-
226 |
siva do julgamento, marcando o fim da inovagao.

O FEN6MENO DO RELACIONAMENTO
TERAPEUTICO EFICAZ

"A grande contribuigéo de Rogers", declarou Richard Far-


son (1974), um de sens antigone alunos mais competentes, "nao
for ten-nos dado uma técnica para consertar pessoas, mas crier
uma nova forma, uma nova definigao de relacionamento no
quai as pessoas possam funcionar mais plenamente e serer
mais auto-determinantes".
Rogers considerava o "relacionamento" Como um ele-
mento importante em psicoterapia. As vezes, menciona "a qua-
lidade do relacionamento entre terapeuta e clients" querendo
sugerir com isto que estava usando um mode analitico de
consciéncia. Nessas circunstancias, "relacionamento" é uma
abstragao, uma conveniéncia do intelecto. Dessa perspective,
o relacionamento neo é tangivel. H8 um clients e um terapeuta.
Eles fazem alguma coisa juntas. Tudo que possa ser atribuido

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Abordagem Centrada no Pessoa l5" edigéo

ao relacionamento pode ser reduzido ao que os dots individuos


fazem e o relacionamento desaparece. Eles se déo muto bem
juntas. Diz-se que tom um bom "relacionamento".
Entretanto, outras vezes, Rogers também se refere a "um
relacionamento permeado de color, compreenséo, seguranga
contra qualquer tipo de ataque [...]", ou fala do "relacionamento
emocional atual que existe entre os dots". Nessas coloca(;6es
ele sugere que "relacionamento" é agora um fen6meno que
vincula cliente e terapeuta, e neo uma abstragéo constituida ao
se tomar conjuntamente dots individuos separados.
A terapia que Rogers praticava se apoiava fortemente
num mode holistico de consciéncia. Neste mode, o fenOmeno
do relacionamento eficaz neo é elemento de nada, é terapia.
O que a discusséo anterior sugere é que se pode obter
major clareza focalizando o fenOmeno do relacionamento te-
rapéutico eficaz a partir da res ma dimens8o de consciéncia
em que sens participantes funcionam. Como J.W. von Goethe
sugeriu, "Deixe os prOprios fates falarem por sua teoria. N80
procure por nada atreus dos fenOmenos, eles prOprios sao a te-
oria". (BORTOFT, 1986) l227

os FATOS FALANDO POR SI: UM RESUMO

O que esta retrospective (de aproximadamente 60 anus)


da Terapia Centrada no Cliente sugere do porto de vista da
Abordagem Centrada no Pessoa? Caso se permits ans préprios
fates falarem por sua teoria, o que poderiam dizer? Talvez alga
assisi: aplicagées da Abordagem Centrada na Pessoa a outras
atividades que nao psicoterapia, em particular workshops de
glandes grupos para aprendizagem, revelaram uma perspecti-
va mais ample sob a quai compreender a Terapia Centrada no
Cliente, cuja formaoao e transformagao nao diferem significati-
vamente dos padr6es gerais da evolugao cultural. A culture, em
sentido estrito, talvez nao ten ha causado a Terapia Centrada
no Cliente, tampouco esta revolucionou a culture. Anabas evo-
Iuiram simultaneamente. Além disso, os principios da Terapia
Centrada no Cliente evoluiram conjuntamente com o sistema
de mudanga na personalidade que estavam organizando. A

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prética da terapia melhorava de acordo com os novos apren-


dizados enquanto estavam sendo percebidos através da expe-
riéncia com essa res ma prética. Os problemas que a Terapia
Centrada no Clients enfrentou, os métodos usados para tenter
resolve-los, os padr6es de pensamento e Iinguagem usados
para formular OS construtos teéricos e test8-los, cram todos do
seu tempo e Ingar. E por que seria diferente?
Embora esta observagéo seja ébvia, vale registr8-Ia por-
que sues implicagées podem nao ser tao facilmente aceitas.
Isto é, que a Terapia Centrada no Cliente e sens participantes
demonstraram as mesmas caracteristicas tribais aparentes na
culture gera, particularmente o contagio da emogao de massa
e crengas supersticiosas. Por outro Iado, a terapia é de fate, um
ritual poderoso conduzido, dentro das possibilidades cultural,
um ritual que ambos - o terapeuta e o clients - devein desem-
penhar para que a cure ou a reorganizagéo bem sucedida da
personalidade possa ocorrer. Os mes nos padr6es de pensa-
mento condicionado afetaram ambos, o terapeuta e o cliente. O
misterioso efeito placebo atuou na efic8cia do sistema. Estados
mentais excepcionais proporcionaram os meios de confronter
228 |
muitos problemas e resolve-los, alum de desempenharem um
papel central no compreenséo empética. O mes no processo
diabélico que transforms principios Iegitimos de crescimento e
liberdade em moralidade opressiva, também estava em agéo.
Aplicagées da Abordagem Centrada na Pessoa é educa-
Qéo, pequenos grupos de encontro e workshops de glandes
grupos foram de grande ajuda para trazer é Luz esses desvios,
ao mes no tempo em que expandiram a compreenséo do tera-
peuta (e portanto a do cliente também) tanto sobre o contexto
especifico (a psicoterapia), quanta sobre o contexto geral (a cul-
tura), na quai ocorre a mudanga de personalidade construtiva.
A perspective mais ample dos grupos também tornou possivel
reconhecer que a pessoa é determinada tanto por influéncias
genéticas quanta cultural e também que, por sua prOpria von-
tade, ela pode escolher seu destine, ser ela res ma. Sua Vida
influencia o mundo que sens netos ir8o habitat. A descrig8o téc-
nica desse processo é oferecida por Levins e Lewontin (1985):
8 medida que as partes adquirem qualidades de estarem
juntas, elas conferer ao todo novas qualidades, que se refle-
tem em mudangas nas panes [...]. Partes e todo(s) evoluem em
conseqUéncia de seu relacionamento, e o relacionamento em

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Abordagem Centrada no Pessoa | 5a edigéo

si mes no evolute". Ou falando simplesmente: estamos seguindo


alga que estamos criando.
Para ajudar pessoas a empreenderem mudangas cons-
trutivas na personalidade, a Terapia Centrada no Clients con-
centrou-se no mundo subjetivo do individual. Entretanto, nao
tardou que esse enfoque se transformasse em individualismo,
8s custas de seres humanos mais completes. Com sua énfase
na unicidade do individual, a Terapia Centrada no Clients neo
estava especialmente interessada em ajudar as pessoas a per-
ceberem que powder também neo ser u'nicas, mas produto de
seu tempo e Ingar. O resultado for a "pessoa funcionando ple-
namente". Assign que esse cone se estabeleceu firmemente no
seu reno, as aplicac;6es da Abordagem Centrada na Pessoa
comegaram a softer eroséo no seu esplendor. A suavidade exis-
tencial e a Yalta de valores desse ideal da América Urbana dos
anus 60, simplesmente nao tiveram o poder de presenga no
mundo real, um mundo of de valores e julgamentos cognitives
se tornaram crucial. Esse concerto neo deu muita atengao ao
mote sério do humorists Karl Kraus, "A Vida é um esforgo que
merece uma cause melhor". Essa pessoa ideal n8o tinha uma 1229
cause alum da satisfagao imediata. Por outro lado, o que have-
ria de errado em tenter tornado-se um ser humane aperleigoa-
do?
O concerto de self de Rogers pode ter side super-sim-
plificado. A Abordagem Centrada na Pessoa para grupos de
encontro tornou mais dificil ignorer que nao sumos apenas um,
sumos muitos. Como observou Robert Ornstein (1986), "A idalia
que temps uma mente racional desvaloriza seriamente nossas
habilidades diversificadas. Supervaloriza nossa consisténcia e
enfatiza as pequenissimas ilhas racionais da mente 8s custas
dos vastos arquipélagos de talentos, oportunidades e habilida-
des que as circundam". A unificagéo é muto mais complicada
do que Rogers sugeriu, se é que, de fate, a psicoterapia com
sua perspective Iimitada, possa ser capaz de tal projeto. Nova-
mente, a intengao nao era m8: a atualizagao da potencialidade
humana.
Por alegar nao interferir nesse "self emergente" do clien-
te, o terapeuta subestima seu Iegitimo valor no fenOmeno do
relacionamento eficaz. Por outro lado, alegando "proporcionar
uma atmosfera" ou "crier um ambiente" através de meres "atitu-
des", o terapeuta superestima grandemente esta parte do seu

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papel. Neo é ele que cria um ambients, é ele e o clients e a


situagéo que sao o ambients. Ele neo cria um relacionamento,
ele e o cliente e o contexto sao o relacionamento.
Jé em 1930, no seu trabalho inicial com criangas, Rogers
reconheceu que "se lines for dado um ambiente razoavelmente
normal" elas tom a capacidade de "fazer um harmonioso ajus-
tamento é Vida". Por ambiente, ele entendia um jar decente e
uma far ilia. Mais tarde, quando a Terapia Centrada no Clien-
te comegou a ser formulada, essa idalia persistiu. Entretanto,
ambiente agora passou a referrer-se ao clime emocional a ser
estabelecido pelas atitudes do terapeuta de aceitagao nao jul-
gadora e de interesse no porto de vista do cliente.
Os workshops de glandes grupos revelaram que a Vida é
seriamente reduzida se se concentra demais no texto - o mundo
inferno e subjetivo do cliente que pode ser verbalizado - e nao
suficientemente no contexto - aquilo que acompanha o texto.
E exatamente devido a essa res ma mentalidade estreita que
a filOsofa Mary Midgley (1978) criticou os existencialistas por
"procederem Como se o mundo tivesse, por um Iado, apenas
230 | matériel morta (coisas) e por outro, seres humanos inteiramente
racionais, educados e adultos - Como se nao houvesse outras
formas de Vida .
A impresséo de desergéo e abandono que os existencia-
Iistas tom, ten ho certeza que é devida, neo é negagéo de Deus,
mas a esse desdenhosa anulagéo de quase toda a biosfera -
plantas, animals e criangas. A Vida encore e fico reduzida a
uns poucos quartos urbanos, neo é de se espantar que se tonne
absurds" (p. 18-19).
Aspectos renos acessiveis mas neo renos 6bvios da
mente surgiram é tone e exigiram explicaqées, quando as apli-
ca<;6es da Abordagem Centrada na Pessoa se disseminaram:
estados mentais excepcionais, padr6es de pensamentos condi-
cionados, o "observador escondido" bem no fundo do Iabirinto
da mente. O contexto também include o ambiente no seu sentido
mais ample: o luger, sua forma, sues demanders intrinsecas é
consciéncia, o ar, a Luz e outros campus magnéticos, a ativida-
de, outras pessoas. A Abordagem Centrada na Pessoa nao é
uma filosofia, nem mes no uma psicologia. E meramente uma
abordagem. Assign, nao tem nenhuma obrigagao de explicate
tal fenémeno. Entretanto, quando é aplicada, digamos, em psi-
coterapia, a psicologia resultante assume tal responsabilidade.

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mas toma-se associada a uma expresséo honester de todas as


emogées. Através desses aprendizados os métodos de prati-
car terapia se tornaram mais criativos. Os modernos clientes de
psicoterapia querem saber Como os terapeutas conduzem sues
vides - ou O que parece muitas vezes mais relevante, Como eles
reagent a Vida. Por outro lado, a psicoterapia pode ser definida
pela seguinte observagéo, quando tem um sentimento urgente,
o/a cliente quer que o terapeuta o/a escute e esquega todas
sues preocupagées pessoais. Isso neo é problems para tera-
peutas que se experimentaram Como membros de grupos of de
as necessidades emocionais dos participantes tom prioridade
e nos quais uma introspecgao honester e sensibilidade genuine
ans outros sao os requisites minimos para participagao.
Experiéncias em grupos de encontro e workshops de
glandes grupos estabeleceram um novo critério para o rela-
cionamento terapéutico eficaz que consiste em uma pessoa
honester, inclinada a ajudar outra, ouvindo intensamente e par-
ticipando na reorganizagao das percepgées daquela pessoa
sobre si prépria, sombre o mundo. Ela avenge em autoconhe-
232 |
cimento, e ate cure feridas significativas nesse tipo de arrant
decepcionantemente simples. No entanto, mudanga na perso-
nalidade é um processo complexo que neo depends apenas de
se ser compreendido por um terapeuta, Como o demonstra o
corpus de pesquisa sombre psicoterapia e sobre efeito placebo.
O terapeuta preciser fazer sua parte. Ele assume certes atitu-
des e afere sues intenQ6es. O que acontece depots depende
da sua criatividade, com certeza, mas depende principalmente
do cliente e do ambiente, que afeta o estado de consciéncia de
ambos, terapeuta e cliente. Em estados mentais excepcionais,
"a distingao entre cause e efeito pode desaparecer, permitindo
que opostos possam coexistir sem serer vistas Como contradi-
tOrios". Assign novas possibilidades de mudangas se apresen-
tam também para o cliente. (16)
O aspecto essencial do fenOmeno do relacionamento te-
rapéutico eficaz envolve um intercémbio criativo entre o mode
analitico e o mode holistico de consciéncia. Rogers (1955) pa-
rece ter percebido isto quando confessor sentir, "um crescente
desconforto com a disténcia entre minha rigorosa objetividade
Como cientista e a minha quase mistica subjetividade Como te-
rapeuta".
Sua descrigéo da consciéncia do terapeuta comeqa pelo

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Abordagem Centrada no Pessoa I 5a edigéo

mode analitico: uma intengéo consciente de ajudar e uma adap-


tagao consciente da atitude de escutar lentando compreender
"cede pequeno detalhe do que o clients est8 dizendo". Rapida-
mente, ele "adentra" um mode holistico de consciéncia no quai
sente "ludo integrado", perdendo o sense de tempo, mas sem
abandoner inteiramente o julgamento critico. Assign, esse esta
do nao é um transe de possessao espirita ou outro fenémeno
dramatico, mas uma mente equilibrada aplicada 8 completude
daquilo com que se defronta.
Ninguém descreveu o funcionamento complementer dos
modes analitico e holistico de consciéncia melhor do que o
préprio Rogers (1980) quando disse que, "Além da mensagem
imediata da pessoa, nao imports quai sea, h8 o universal [...].
Assign, existe tanto a satisfagao de escutar esta pessoa quanta
a satisfaoao de ouvir o prOprio self em cantata com o que é
universalmente verdadeiro".

EM DIREQAO A UMA PSICQLOGIA


PARA AS APLICAQOES DA 1233
ABORDAGEM CENTRADA NA PESSOA

Considerando-se o aprendizado advindo das aplicagées


da abordagem centrada na pessoa na educagéo, grupos de en-
contro, e workshops de glandes grupos, poder-se-ia imaginer
uma psicoterapia mais abrangente e eficaz sob a luz da ample
gama de questOes Ievantadas. Seria tanto apropriado para a re-
alidade corrente, quanta oonsistente com a tendéncia histOrica
do pensamento de Rogers, no que diz respeito 8 "experiéncia
organismica", basear a psicologia destas aplicagOes na biolo-
gia evolucionéria.
Talvez alga na Iinha da "psicologia evolucionaria" (COS-
MIDES, TOBBY & BARKOW, 1992) possa ser um inicio promis-
sor para desenvolver essa psicologia. Assign, ela assumiria que
h8 uma natureza humana universal, neo Como se expresser atra-
vés de v8rias cultures, mas no nivel de mecanismos psicolOgi-
cos evoluidos que sao adaptagOes realizadas durante centenary
de mil fOes de anus de selegao natural. Inclusive, assumiria
que nos so compo e cérebro humanos atuais, e, portanto, nossa

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JhnKithw d c l.[r"g.]

mente - adaptor-se ao mode de Vida dos cagadores-coletores


do pleistoceno ao Longo de uns dots milh6es de anus.
As adaptagées socials também evoluiram ao longo de
milh6es de anus de Vida némade, mas podem neo ester mais
apropriadas para as condi<;6es socials que comegaram he
apenas uns poucos mil anus e que agora estao mudando num
ritmo de deixar a mente perplexa. Nao houve tempo suficien-
te para que a evolugao operasse sues maravilhas em nossas
mentes. Os poucos mil anus, decide o despontar da agriculture
e O con ego da culture "moderner", sao renos que 1% do tem-
po evolucionario.
Ainda que nossas explicaoOes contr8rias sejam inven-
tivas, continuamos a ser governados por certes adaptagOes
desta histOria substancial, na major parte das vezes nao pre-
judiciais (embora por vezes destrutivas). Podemos nos recusal
a obedecer a essas adaptaoOes tribais somente com dificulda-
des. Entrar em transe para poder aprender com os espiritos dos
mottos, para ter visOes diretivas para um povo desesperado,
ou para ir 8 guerra, pode ester apenas a um passo de pinter
234 g
a Cara e se Iangar num frenesi em um jogo de futebol. Danoas
ao pé do logo no meio da floresta, e o teatro dos espectadores
no estédio do Silverdome, podem ser ambos os resultados da
res ma adaptagéo. Gangues de motocicleta e a alter sociedade,
ao escolherem sens uniformes, powder ester ambos motivados
polo mes no impulse. "Movimentos", religiosos, populates, ou
qualquer coisa que possa ser entendida Como tentative para
incentive o grupo a "centralizer", "fortalecer a vontade", de ma-
neira a prosseguir, a "se mover", também podem ser conside-
rados Como resposta a esse mes no impulse tribal.
Uma base biolégica iris também conectar o misterioso
efeito placebo (que tanto a biologia quanta a psicologia con-
frontaram sem terem side capazes de explicate), tanto quanta
as varies influéncias ambientais que modificam a consciéncia:
ions negatives no ar, a quantidade de Luz, campus magnéticos
de baixa freqUéncia, Orbitas planetarias. Anabas, a geometria do
espago local, e o espago geogr8fico, influenciam a consciéncia.
lsto nao é tao dificil de entender dentro do quadro teOrico pro-
posto.
Finalmente, "mecanismos psicolOgicos" individuals tam-
bém se encaixam convenientemente nessa orientagao. "Ma-
terial negado 8 consciéncia", "defesas", e assisi por diante

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Abordagem Centrada no Pessoa l5a edigéo

(ROGERS, 1959), podem muto bem ter se desenvolvido para


Reidar com necessidades de sobrevivéncia nas épocas dos ca-
Qadores - coletores. Por exempla, a "represséo" pode ter side
muito u'til para as pessoas que tin ham que cooperate para so-
breviver, tinham que mudar-se rapidamente e tinham poucas
oportunidades de Reidar com as diferengas pessoais ou com a
possibilidade de viver de um mode que fosse "verdadeiramente
satisfat6rio". (Veja discuss6es sombre esse aspecto em NESSE e
LLOYD, 1992.)
Essas especula<;6es sugerem explicagées poderosas
para o porqué da existéncia de forgos sobre as quais parece
nao termos controle, ao mes no tempo em que tentamos nos
convencer do contr8rio, por que as adaptaQ6es tribais apropria-
das para mil fares de anus passados ainda persister por vias
marginals, por que, talvez, sejamos varies pessoas enquanto
acreditamos ser uma pessoa u'nica.
No entanto, nao devemos nos deixar impressionar por
esses insights. Deveriamos tomar um tempo para tester essas
perspectives, para investigate, refletir e aprender. Um porto de
vista tal Como esse pode oferecer explanagOes para glandes 1235
blocos do fenOmeno. Entretanto, a histOria sugere que quanta
mais poderosa é uma teoria, major cuidado deve ser tornado
quanta ao seu use. Len bra as epidemias, neo so em psicolo-
gia, sociology, antropologia, mas também em arte e literature
que se seguiram as poderosas explanagées psicolégicas de
Freud? Por sorte, a maioria das mais ridicules esta agora apo-
sentada na later de lixo. No entanto, a tendéncia, sem dUvida
ainda existe.
A compreensao completer sobre a consciéncia talvez
nuncio ire submitter-se a uma explanagao "biol6gica". Embora
tenham side feitos esforgos formatives para oferecer explana-
(;6es estritamente biolégicas, elas ainda estao por se mostrar
convincentes. (Veja CRICK, 1994, a mais recente e descompro-
missada publicagéo a respeito.) De qualquer forma, devemos
mantel uma mente alberta.
Considerando os Ultimos trina anus de aplicaQ6es da
Abordagem Centrada na Pessoa em relagao 8 psicoterapia,
Cury (1993) prop6s uma teoria do que poderia legitimamente,
pea primeira vez, ser char ado Terapia Centrada na Pessoa.
Nao é um mere malabarismo de names ou realinhamento dos
principios da Terapia Centrada no Cliente, mas uma nova pers-

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John KeithW d t I. I rg.)

pectiva global. A proposta da Dra. Cury é a seguinte:

1) O processo terapéutico é concebido Como um flu xo


experiencial, do qua/ participant terapeuta e clients numa
relagéo intersubletiva intencionalmente estabelecida em
beneficial do cliente;

2) Atitudes de empatia, consideragéo positiver incondi-


cional e congruéncia sao vistas Como necessérias e su-
ficientes, decide que consideradas a partir do referencial
de ambos os participantes do relagéo, embora o terapeu-
ta deva ester mais apto a vivencia-las Como parte de sua
fungao.
3) Aspectos cuiturais sao reconhecidos Como fatores de-
terminantes na estruturagéo do setting terapéutico e na
viabiiizagao da prépria reiagéo intersubjetiva.

4) Dé-se énfase é experienciagéo do clients, mais do que


236 | ans conteddos emocionais trazidos por ele, para possi-
bilitar uma aprendizagem significativa que o leve a trans-
cender sens concertos anteriores sombre si mes no e sombre
sues relagées interpessoais.

5) A psicoterapia vista Como um tipo de relagéo interpes-


soal complexer, com objetivos definidos, e que neo pode
ser apreendida através do anélise isolada de quaisquer
de sens elementos.

6) A compreenséo empética é considerada Como o ele-


mento essencial na ativagéo da relagéo intersubjetiva
entre terapeuta e clients, decide que definida Como uma
"co-experienciagéo". Empatia aqui refere-se é integragéo
da consciéncia linear a urns percepgéo atemporal, possi-
bilitando que o terapeuta e seu cliente compartilhem um
estado especial de consciéncia, intencionalmente pasta
cm agao com finalidade terapéutica.

7) A rendncia por parte do terapeuta, em exercer um pa-


pe/ de autoridade ou de especialista neo é apenas uma
deciséo pol/'tica, pois constitute uma pro-condigéo para

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Abordagem Centzrada no Pessoa | 5a edigéo

seu trabalho, je que no cliente esté a fonts, bem Como o


critério de saUde e progresso terapéutico, Como decor-
réncia da tendéncia é atualizagéo inerente ao ser huma-
no. (p. 270-272)

A despeito de neo ter uma viséo suficientemente abran-


gente da natureza humana, nem das enormous complexidades
do self, apesar de ser fascinado pela perspective centrada no
terapeuta e freqClentemente se esquecer das contribuigées do
clients, Rogers (1974) se preocupava "neo com a verdade je
conhecida ou formulada, mas com o processo polo quai a ver-
dade é vagamente percebida, tostada e aproximada". Ele for ca-
paz, usando a melhor parte de si mes no, de ajudar individuos
a trazerem é tone a melhor parte de si mes nos, no sentido de
melhorarem sues vides. Esta é talvez a esséncia da Abordagem
Centrada na Pessoa.

INCEHTEZA OU conFusAo?
1237

Espera-se que esta discusséo ten ha ajudado a captor


a natureza essencial da Terapia Centrada no Cliente e possa
melhorar a compreenséo da Abordagem Centrada na Pessoa
e das aplicagées que verdadeiramente derivate desse jeito de
ser. Devido a erros de categories, o sistema de mudanga na
personalidade e outras aplicac;6es foram confundidas com a
abordagem de forma que, es vezes, se toma dificil dizer quais
atividades sao inovagées legitimate e quais sao bobagens extra-
vagantes.
O que é considerado pelas pessoas nao informadas Como
Abordagem Centrada na Pessoa? Segundo as discuss6es atu-
ais, ludo e nada. Tem side citada pelas pessoas que pretender
ser sues representantes Como, "uma importante escola de pen-
samento na Psicologia Americana", "um concerto influente",
"um quadro de referéncia", "um modelo de treinamento para
relagées humanas", "uma far ilia de estudiosos e praticantes",
"uma forte de status e influéncia", surpreendentemente, uma
"tradic;8o", e Como era de se esperar, uma "resposta terapéuti-
ca".
A Abordagem Centrada na Pessoa também é tide Como

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um "meio de comunicagéo" e Como alga que "oferece certes re-


cursos que favorecem a comunicagéo entre pessoas". Também
afirma-se que seja uma "filosofia" e um "conjunto de valores"
que incluem "um respeito verdadeiro pela dignidade, autonomia
e capacidade de mudanga das pessoas" e uma crenga de que
"as pessoas se mover em diregao 8 auto-atualizagao", se lines
for proporcionada uma atmosfera que pro nova o crescimen-
to". Rogers (1986a) descreveu o que considerava a natureza
contraditéria dos valores da Abordagem Centrada na Pessoa:
"enfatiza valores partilhados, mas encoraja a unicidade. Esta
enraizada numa profunda consideragao pela sabedoria e capa-
cidade construtiva inerentes ao organismo humane. Ao mes no
tempo, encoraja os que incorporate estes valores a desenvol-
verem seu mode Unico e especial de ser, sens prOprios modes
de implementor essa filosofia que compartilham" (p, 3-4).
Algumas vezes é promovida a "um conjunto de atitudes".
Além das atitudes facilitadoras bem conhecidas, "o que é es-
sencial para qualquer consciéncia centrada na pessoa, verda-
deira, é um sentido de admiraoao, esperanga e humildade ao
238 |
nos defrontarmos com o mistério das pessoas". (LAND, 1987)
FreqUentemente, é retratada Como agrupando dissiden-
tes que partilham em alguns mementos da res ma opiniéo, mar-
chando em torno de "quest6es sombre poder social, influéncia e
continuidade do movimento centrado na pessoa". Se neo um
movimento social, um utépico "jeito de ser". Seus seguidores
neo escondem seu ideal de um mundo de "empatia, verdade,
amer incondicional e abertura", proporcionando "apoio mu'tuo"
no quai cede um facilitaria o bem ester do outro. Isso poderia
ser conseguido, eles acreditam (Como todos mission8rios), se
cede um se devotasse a ser mais "centrado na pessoa". Esse
entusiasmo surge nao apenas entre as consciéncias privilegia-
das que se pode encontrar na CalifOrnia ou Nova lnglaterra:
"estamos vivendo Una experiéncia nueva y de gran movilidad",
apregoa um anUncio para um workshop centrado na pessoa na
América do Sul.
Na pr8tica, é tide muitas vezes Como um "tema" capaz de
ser combinado com outras filosofias ou técnicas, quanta mais
improvavel o par, melhor. Um professor universitério, por exem-
plo, sugere unit "o tema da Abordagem Centrada na Pessoa"
e Tai Chi Chuan. Recentemente encontrei propostas para asso-
ciar a Abordagem Centrada na Pessoa com a técnica Taoista

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Abordagem Centrada no Pessoa l5a ediqio

Centrada no Cliente". Embora sem charme, este simbolo ao


renos tem a vantagem de agradar ans que acham que os dots
concertos sao o mes no, ans que acham que s8o diferentes e
ans que nao se important. Abordagem Centrada na Pessoa?
Seu destine nao é tao diferente daquele do pai de Hamlet, "Tis
here, 'tis here, 'tis gone, Alas, poor ghost". "Esta aqui, esté 18, for
embora. Coitado do fantasma".

SERA NECESSARIA ESTA conFusAo?

Algumas coisas sao confusers porque sao complexes,


para alum do que a maioria das mentes pode dominar. Ten-
tar fazer sentido da literature sombre cure e aprendizagem é um
exempla. Algumas confus6es existent devido é traduQ6es in-
corretas e equivocos de compreenséo. E algumas coisas sao
confusers porque as pessoas as preferem assisi. Por exempla,
aqueles que querem se alinhar em um "movimento". e ludo que 1241
isso implica, tentaréo mantel o concerto da Abordagem Cen-
trada na Pessoa sem significado, Como o termo "democracia",
que perdeu qualquer sentido concrete em muitos Iugares e
agora meramente indica "aqueles que estéo certes". Eles iréo
preferir slogans e um agitar das emogOes. Seus desejos estarao
satisfeitos, Como observou Fromm, a propOsito dos fan8ticos
da psicanalise, através de "[...] dogma, ritual, um Iider, uma hie-
rarquia, o sentimento de possum a verdade, de ser superior ao
nao iniciado, ainda que sem grande esforgo, sem uma compre-
ensao profunda dos problemas da existéncia humana, sem insi-
ght da critics de sua prOpria sociedade e sens efeitos mutilantes
sombre o homer, sem ter que mudar o prOprio carater naqueles
aspectos que realmente important, isto é, Iivrar-se da prOpria
ganéncia, raiva e egoismo, basicamente sem nem mes no es-
capar ao prOprio isolamento". (BETTLEHEIM, 1989, p. 55-56)
Independentemente das causes da confusao, Rogers
nao achava o assunto da Abordagem Centrada na Pessoa nem
um pouco confuse. Ele pode ter vivido com incertezas, 8s ve-
zes, mas confuse, neo. Considerava a Abordagem Centrada
na Pessoa Como a u'nica abordagem para organizer experi-
éncias de envolvimentos bem sucedidos em diversas ativida-

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J hr1 K éth w d I: l , ( r ' g . ]

des, inclusive Terapia Centrada no Clients que é a facilitagéo


do crescimento pessimal e saijde psicolégioa de individuos na
psicoterapia individual. Grupos de encontro, aprendizado em
Salas de aula, terapias de pequenos grupos ou workshops de
glandes grupos para facility a aprendizagem, comunicagées
interculturais, e resolugao de conflitos estéo entre outras ativi-
dades.
Em relagao 8 disputer por territério, Rogers (1987) insisting:
"Falar de uma 'Abordagem Centrada no Cliente' ou uma 'Abor-
dagem Centrada na Pessoa' Como se fossem entidades opos-
tas entre si é, em minha opiniao, caminho cento para disputers
fu'teis e para o caps. [...] Espero que me permian ser uma pes-
soa inteira, quer sea char ado para ajudar num relacionamento
destinado a ser centrado no cliente ou num que seja rotulado
centrado na pessoa. Eu trabalho do mes no mode nos dots".
(p, 13)(17)
Ser8 que existia a res ma compreensao emp8tica em
sens gestos carinhosos e solid8rios com aquela pobre garota
solugante na sessao de terapia individual, na sua impetuosi-
242 |
dade fria com aquele over que apontava o dedo no pequeno
grupo, acusando Rogers de train a "revoluQao", nos sens bo-
cejos abafados enquanto presungoso professor europeu mo-
notonamente falando sobre Sartre e filosofias de Iiberdade no
grande grupo? Embora o mode de expresséo certamente ten ha
side diferente, Rogers disse que estava trabalhando do mes no
mode.
Eu suspeito que, a despeito da diferenga aparente, ele
provavelmente estava trabalhando do mes no mode. Ele se
aproximava de cede situagao com o mes no desejo de ouvir
e compreender, as mesmas atitudes, o mes no bom humor, a
res ma humildade, a res ma genuinidade e aceitaqao nao-ju|-
gadora do individual ou do grupo, a res ma curiosidade e aber-
tura 8 descoberta, a res ma crenga de que ele poderia ajudar e
que isso era a coisa mais importante do mundo a fazer naquele
momenta. Em cede case, ele mantinha a res ma intensidade
em improviser seu conhecimento e habilidades para aquela si-
tuagao, a res ma vontade de ago flexivel (deveriamos incluir
um termo aplicado a Virginia Axline, uma coragem férrea?) para
realizer esse objetivo. Se he uma base para a Abordagem Cen-
trada na Pessoa, seguramente ire incluir esters qualidades em
sens representantes e participantes.

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Abordagem Centrada na Pessoa I 5' edigio

NAO TAO BOM QUANTO SE ACREDITA,


MELHOR DO QUE SE IMAGINA

Rogers (1959), ao divulger sua teoria sombre a Terapia


Centrada no Cliente, reconheceu que sua declaragéo seria ine-
vitavelmente imperfeita. Solicitou uma revisao de sua explana-
Qao para dali a uma década. J8 se passaram trinta anus. E o
assunto ficou ainda mais dificil de dominar. A teoria da Terapia
Centrada no Cliente nao se mantém 8 tone, quando langada
no Iago das manifesta<;6es da Abordagem Centrada na Pes-
soa. Qualquer declaragao agora dove incluir as complexidades
dos workshops de glandes grupos para "comunicagOes inter-
culturais", glandes grupos que se encontram para a resolugao
de conflitos, glandes grupos que constituent comunidades de
aprendizagem, grupos de encontro, aprendizagens em Salas
de aula, terapia de grupo e terapia centrada no cliente. (18) l243
Muito do material esquecido ou negligenciado for inclu-
ido aqui. Pediu-se ao leitor conserver em mente muitos fates
que 8 primeira vista nao parecem encaixar-se facilmente. Den-
tro de v8rios quadros de referéncia particulates, tabs Como a
psicoterapia, muito deste material terra side descartado ao ser
introduzido, antes que the fosse dada a chance de "falar por si
mes no".
Hé grande dificuldade em mantel a paciéncia enquan-
to fates suficientes van se acumulando para format um padraic
significativo. Também he a grande dificuldade em se mantel
um mode holistico de consciéncia que perceba estes padr6es
e seja capaz de empregar o mode analitico de consciéncia para
descrever quaisquer insights relevantes que possam ter emer-
gido. o esforgo vale a pena. Como.obsenou Jorge Luis Borges
(1932), "o desejo frenético de se chegar a uma conclus8o é a
mais desastrosa e estéril das manias". Talvez esters dificuldades
sejam motive de se encontrar diversos modes de consciéncia
nas descrigées de Rogers sobre o fenémeno do relacionamen-
to terapéutico eficaz. Durante o reinado do positivismo légico,
nao deve ter side f8cil acomodar "contradig6es" ainda que se
estivesse segundo um "processo pelo quai a verdade é vaga-

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mente percebida, tostada e aproximada".


Se OS principios do Terapia Centrada no Cliente estéo
evoluindo unto com o sistema que estéo organizando, pode
neo ser two importante explicate sua estrutura, quanta é impor-
tante compreender sues dimens6es potenciais, evitar distor-
<;6es e deixar espago para que possa crescent. Afinal de contas,
Como observou Bortoft (1986), ao descrever a importante tese
sobre a abordagem fenomenolégica de Goethe, "o estado de
'ser conhecido' é um est8gio evolucionario posterior ao fenO-
meno em si".
A Terapia Centrada no Cliente, e, portanto a Abordagem
Centrada na Pessoa, for fundamentada na hipOtese de Kurt Gol-
dstein (1939) do "impulse para auto-realizaQao". Rogers decla-
ra desta forma: "O organismo tem uma tendéncia e um empe-
nho b8sicos - de atualizar, mantel, e aperfeigoar o organismo
experienciador". A Terapia Centrada no Cliente selecionou o
mundo subjetivo da pessoa Como o mais propicio 8 exploragao,
reconhecendo que "os seres humanos, ao mudarem as atitu-
des internas de sues mentes, powder mudar os aspectos exter-
244 |
nos de sues vides". Embora William James ten ha j8 h8 muto
contribuido para esse impulse, isso é two v8lido hoje quanta o
for antes. A Terapia Centrada no Cliente tinha confianga nesse
mundo inferno, escutar-se a Si mes no e acreditar nos préprios
pensamentos e sentimentos, olhando "aquela centelha de Luz
que cintila em sua mente vinda do interior, mais do que o brilho
do firmamento de poetas e sébios". Ralph Waldo Emerson ja
pronunciara esters palavras anteriormente, mas elas continuam
valiosas. A Terapia Centrada no Cliente contribuiu para a pra-
tica da psicoterapia of de a teoria era deixada na entrada do
consultério, of de somente a sinceridade, o espirito de desco-
berta e a criatividade sao convidados a entrar, somente a mu-
danga construtiva se espera que saia. Embora Otto Rank ten ha
estabelecido esta pratica antes, nao é renos oportuna hoje.
Fredrick Allen e outros j8 tinham também aberto o consultOrio,
publicando transcritos de sues sess6es de terapia. Entretanto,
tal abertura na busca de aprendizado for abragada e promovida
consistentemente por Rogers. A Terapia Centrada no Cliente
também promoveu franqueza, transparéncia, igualdade entre
as pessoas, promoveu a auto-suficiéncia, toler8ncia 8s diferen-
gas, a necessidade de as pessoas serer ajudadas a se ajuda-
rem e uma crenga num future melhor. Visto que esses valores

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Abordagem Centrada no Pessoa l5a edigéo

je cram parte da culture norte-americana, rests ver quais servo


os principals valores da Abordagem Centrada na Pessoa se e
quando ela atingir a maturidade.
Embora sues inovaQ6es possam neo ter side total mente
originals - e algumas ainda neo passaram pelo teste do tem-
po -, a Terapia Centrada no Cliente tem side eficaz. Embora
muitas das sues intengées neo possam ser atingiveis somente
através da psicoterapia, elas continuam a ser aplicéveis tam-
bém é Abordagem Centrada na Pessoa: ajudar pessoas a se
conhecerem, a se tornarem ludo o que sao capazes de ser, e a
participarem do aperfeigoamento da humanidade. (19)
Embora neo aprovasse a Vida disciplinada de sens pais,
Rogers Ievou uma Vida longa e disciplinada. Ainda que renun-
ciasse ao profissionalismo, era um profissional dedicado e Ieal
8 sua profissao. Embora pudesse ser bastante teimoso uma
vez que tivesse formado uma opiniao, tinha uma curiosidade
acessivel e era um aprendiz inocente. Tinha boa vontade. Ainda
que nao fosse o que se poderia chamar um "profundo pen-
sador", era extremamente inteligente e perspicaz. Talvez nao
fosse um conversador interessante, mas era um comunicador 1245
privilegiado. Tinha uma imaginagao vivider, embora raramente
se permitisse isso. Prosseguir nessa Iista seria avenger demais
no territério dos biégrafos. Homenagens sao mais bem feitas
por aqueles que realmente neo conheceram o homer e, no
entanto ser tem compulséo para idolatr8-Io. Quanto ao resto, o
que ele ofereceu for mais valioso do que o que ele era, contra-
riamente ao que outros grupos anteriores afirmaram.
Sua perspective, talvez supermaterialista, o conduziu a
descuidar das dimens6es escondidas, os sonhos, os efeitos
sutis do ambiente, em sums, uma grande e importante parte da
existéncia humana. Por outro Iado, ele n8o se tornou vitima de
fatsos misticismos. Embora parecesse esquecido de detalhes
importantes e sutis do ambiente, promoveu o reconhecimento
da importancia de sens efeitos. Embora nao soubesse Como
articular a filosofia da fenomenologia, e capturer a beleza que
Merleau-Ponty e outros podiam descrever sem esforgo, Rogers
no entanto ajudou individuos em sua Iota para se tornarem mais
humanos.
Explanagées necessariamente incluem alguns aspec-
tos de um fen6meno e exciuem outros. O fenémeno nao sera
nuncio capturado plenamente em palavras. Para a compreen-

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sao, serf melhor agarrar o todo de alguma coisa, mes no que


seja is custas de neo dominar sens detalhes. Tal Como Freud
aconselhou a Jung, "mantenha a caber fria, pois é melhor neo
entender alguma coisa do que fazer tantos sacrificios para com-
preender". (LIEBERMAN, 1985)
A Abordagem Centrada na Pessoa constitute uma expe-
riéncia altamente complexer, de aprender-fazendo. Se essa ex-
periéncia é destrutiva ou construtiva para os participantes, se é
uma mere novidade ou serve a um propésito u'til para a huma-
nidade, se funciona Como condicionamento cultural ou renova-
Qao criativa cultural -- isso depende, ao renos em parte, de as
pessoas compreenderem esters possibilidades, seu alliance e
Como isso acontece.
Para expresser o fenOmeno do quai Rogers participava
Como terapeuta, ele gostava de star uma observagao de Lao
Tse. O s8bio chinas escreveu, "E Como se ele escutasse e um
escutar assisi nos envolve num siléncio no quai por fim come-
Qamos a ouvir o que devemos fazer". (BUBER, 1957) "Quarto
mais profundamente escuto os significados desta pessoa", dis-
246 | se Rogers (1980) a respeito de sens clientes em psicoterapia,
"mais acontece". Quase sempre, quando uma pessoa percebe
que for profundamente ouvida, sens ohos se umedecem. Acho
que na verdade ela esté chorando de alegria. E Como se disses-
se, 'Grass a Deus, alguém me ouviu. Alguém sake o que é ser
Como eu'. Nesses mementos ten ho a fantasia de um prisioneiro
num calabougo, transmitindo com pancadas Ieves, die apes die
uma mensagem em cédigo Morse, 'Tem alguém é minha escu-
ta? Tem alguém at?' E finalmente um die ele escuta algumas
betides Ieves que soletram, 'Sim"' (p. 10).
Rogers for bem sucedido ao desenvolver uma pr8tica
de psicoterapia eficaz. Foi capaz de conseguir tabs resultados
através de sens esforgos pessoais. Tal Como Keats (1899) de
Shakespeare, Rogers possuia, "capacidade negative [...] capaz
de ester frente a incertezas, misterios, dUvidas sem qualquer
busca irritadiga de fates e razéo". Ele era sincere. Acreditava
que podia ajudar e que fazer isso era a coisa mais importante
no momenta. E ate mes no se fechou para o resto do mundo
para se concentrate nessa tarefa.
Talvez ele tivesse uma habilidade nata. Jerome Frank
(1978), ele prOprio uma grande figurer que conseguiu trazer
sentido ao campo da psicoterapia, ache que pode haver cura-

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Ab rdag m C estrada no P ssoa | 5a dig

deres natos. "Pessoas Como Milton Erickson", ele sugere, "que


tenham uma habilidade misteriosa para ver o que as pessoas
precisam e de dar-Ihes isso. Talvez seja energize curative. Carl
Rogers é outro". Rogers tinha um respeito genuine pelo melhor
das pessoas e voltava o mais pure de si para essa res ma quali-
dade no outro. Baseou sua abordagem no ape lo 8quele aspec-
to da pessoa que ele dizia achar "positive, construtivo, que se
move para frente, realistico e confiavel" (ROGERS, 1957a).
No seu melhor trabalho, ele coloca de lado dogma, in-
teresse prOprio, crengas insubstanciais e preconceitos, para
deixar a realidade "mostrar-se por si res ma", ajudar pessoas a
darer os primeiros passes no caminho de se tornarem huma-
nas, isto é, livres de gan8ncia, raiva, egoismo, a terem sense
de humor, curiosidade e abertura 8 descoberta. Ele perguntou
o que cede um de nos deveria se perguntar: "Query sou eu?"
"De of de venho?" "Para of de you'?" "O que estou fazendo
aqui?" Permitiu que as mentes dos participantes contribuissem
com seu brilho Unico. Como todo artists, ele inconscientemen-
te agarrou o momenta e a construgao linear pedago-a-pedago
do realidade pessimal, enquanto, ao mes no tempo, apreciou o l247
todo-de-uma-vez, "o que é universalmente verdadeiro". Assign,
ele ultrapassou "as particularidades da consciéncia, as limita-
gées e imprecisées dos sentidos", para chegar a "alguns prin-
cipios verdadeiros do assunto".
Em seu livro, Tornar-se Pessoa ele usou a palavra "is-
ness" (sendo) para referrer-se ao que estava procurando em seu
trabalho. "is" vent da raiz Indo-Européia es (que significa, é, é
verdade). Dai originou-se es-mi em alemao e eam em ingles an-
tigo, hoje am. O ingles antigo também produziu sil, que significa
é assisi, Sim em portugués, yes em ingles. A nogao de verdade
também vent dessa res ma raiz (THOMAS, 1992). Assign é que
um simples, "yes", implica tanto verdade quanta ser. Basica-
mente, a expressao mais significativa de sua abordagem e o
mais importante que Rogers tinha a dizer, talvez ten ha side sim-
plesmente, "yes" - "Sim" ao crescimento pessimal, 8 verdadeira
aprendizagem, ao con portamento construtivo, ans relaciona-
mentos nutritivos, ao pensamento honesto, a Vida.

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Publicagéo da edicora da Ufes edufes | 2010
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Abordagem Centrada no Pessoa l5a edigio

quimico respeitado, propos a hipétese da causagéo formative,


que, embora ela res ma neo seja energética, nem redutivel é
causagéo dos campus fisicos conhecidos, imp6e uma order
especial is mudangas provocadas pela causagéo energética.
Parece-se com uma cépia heliogr8fica que embora neo energé-
tica, cause a forma especifica da casa. Nao é a Unica cause e
sem os materials, construtores e ferramentas, a casa neo viral a
existir.
"A hipOtese da causagéo formative", Sheldrake explica,
"propOs campus morfogenéticos [analogos ans outros campus
da fisica] que representam um papel causal no desenvolvimen-
to e manutengao das formas dos sistemas em todos os niveis
de complexidade".
Em 1920, William McDougall, na esperanga de tester a
hipOtese Lamarckiana que o conhecimento era herdado, come-
Qou a experimental com uma Iinhagem de rates broncos Wistar
que foram cuidadosamente procriados sob controle laboratorial
por muitas geragOes.
A tarefa experimental que os sujeitos tinham que apren-
der era emerge de um tanque de agua através de uma pas- l249
sagem escura. Ao tenter sail pela passagem alternative, ilumi-
nada, eles recebiam um choque elétrico. As dues passagens
cram alternativamente iluminadas, a Clara sempre produzindo
o choque. A aprendizagem era determinada polo rOmero de
erros feitos antes que um individual aprendesse a sail p e a pas-
sagem nao iluminada. McDougall baotou que cram necessaries
unas 330 imers6es antes que a passagem iluminada fosse evi-
tada. Finalmente, chegava-se a um porto no treinamento quan-
do o animal decididamente escolhia o caminho escuro, depots
ele raramente escolhia erradamente de novo.
Trinta e dues geragées de rates broncos participaram do
experimento que durou 15 anus. De acordo com a teoria de
Lamarck, havia uma tendéncia de que sucessivas geragées
aprendessem mais rapidamente. A media de erros para a pri-
meira geragao era 56, para a segunda, 41, para a terceira, 29, a
quarter, 20 e assisi por diane.
O experimento for repetido por W.E. Agar e colegas em
Melbourne, que testou 50 geragées de rates em um periodo
de 20 anus ate 1954. Os resultados de McDougall foram con-
firmados. Os rates treinados mostraram uma marcante tendén-
cia a aprender mais rapidamente nas gera(.;6es subseqUentes.

Publi age d edit r a d Ufe - eduf 5 | 2010


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Entretanto, os rates neo treinados também mostraram iguana


tendéncia.
Embora a hipétese Lamarckiana tivesse que ser rejeitada,
as verificagées deram suporte é hipétese da causagéo forma-
tiva que prediz que uma forma aprendida por uma populagao
num local, aparecer8 também em outra populaQ8o separada da
primeira no tempo e no espago.
Planejou-se um experimento para tester a hipOtese nas
pessoas, usando desenhos que continham imagers escon-
didas - tipo dos experimentos de Gestalt: quando voce vi a
imager alternative, ela fico claramente bem distinguivel. Dois
desenhos foram mostrados 8s pessoas em diferentes partes do
mundo sob condiqOes normals. Anotou-se o nUmero de pesso-
as que Iocalizou a imager escondida dentro de um minute, em
cede desenho. Um dos desenhos for transmitido pela televiséo
para dots mil fOes de espectadores com o pedido de procu-
rarem a imager escondida. Depois de terem tide tempo para
observer, a imager era mostrada a eles. De acordo com a hi-
pétese, a mudanga que ocorreu nas mentes daquelas pessoas,
250 m que agora conheciam a imager escondida, iris afetar todas as
pessoas.
Depois da transmisséo pela televiséo, pessoas em diferen-
tes partes do mundo foram testadas com ambos os desenhos.
Tanto aqueles que estavam vendo os desenhos, quanta os que
estavam mostrando-os, neo sabiam quai tinha side mostrado
na TV. Neo houve uma mudanga significativa na porcentagem
daqueles que podiam rapidamente ver a imager escondida no
desenho que nao tinha side mostrado na TV, mas houve um
aumento estatistico significativo no nUmero que reconheceu a
imager no desenho que tinha side previamente mostrado na
w.
O concerto de ressonéncia mérfica Ievanta a possibilida-
de, por exempla, de que memérias talvez neo seam armazena-
das no cérebro de cede individual. Relembrar é o processo de
"sintonizar" no campo morfogenético de um organismo passa-
do, ele mes no. Mas também podemos sintonizar com todos os
organismos passados - uma meméria coletta, ou uma "cons-
ciéncia coletta". Dessa forma, cede experiéncia individual de
aprendizagem pode contributor concretamente para o aprendi-
zado da espécie.

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Abordagem Centrada no Pessoa I 5a edigéo

cia a vulgarizagéo que parece surgir em todo projeto significati-


vo. O insight filoséfico do "experienciar", a inovagéo terapéutica
do "focalizar", e os esforgos bem intencionados das pessoas
lentando ajudar outras a melhorarem si mesmas neo devein ser
acusadas polo excesso de pouch.

(7) Sem du'vida os tempos influenciam enormemente.


Muitos apontaram sua criagéo protestante norte-americana
Como tendo influenciado o pensamento de Rogers. Principal-
mente o concerto de consideragéo positiver incondicional é po-
pular entre cento tipo de criticos. Mas podem-se noter também
influéncias cultural ao Longo de todo o desenvolvimento da
Terapia Centrada no Cliente. Na difusao das aplicagOes socials
da Terapia Centrada no Cliente nos anus 60 e 70 pode-se ver a
influéncia desse periodo. Precocemente, no desenvolvimento
do seu sistema, pode-se noter a influéncia da Segunda Grande
Guerra na construgao de concertos. Rogers normalmente tra-
balhava com um staff ("um grupo de oficiais a servigo de um
comandante militar"). Em um encontro ("su'bito choque face a
face entre combatentes"), participantes e facilitadores de gru- 1253
po se c onfrontam ("defrontar-se corajosamente ou com hos-
tilidade") entre si e em relacéo a sues prOprias condutas. Os
terapeutas tom uma disposicao incondicional ("rendicao sem
condicOes, absoluter"). E o objetivo das atividades terapéuticas
era que o clients se tornasse aware ("vent de weer, cauteloso,
atento, tal Como o general ciente dos planes do inimigo"). Os
terapeutas tornariam Iivres as pessoas, através da énfase (tal
Como na guerra) na situagéo imediata, vista que passado e fu-
turo tem pouco sentido (para aqueles que estéo confrontando
a aniquilagao, o que era particularmente relevante depots da
invengao da bombs nuclear).
Neo se deve dar muita importéncia a essas observaQ6es,
elas apenas confirmam o 6bvio: que todos usam as ferramentas
que estao disponiveis. Deveria se fazer um esforgo para com-
preender a esséncia do trabalho de uma pessoa sem relagao
com as cores locals. O artists que pintou as baleias nas caver-
nas da idade do gelo, tals Como Lascaux, usou concertos, pers-
pectivas e materials disponiveis na época. Para aqueles que
possam ver alum dresses artefatos, aquelas pinturas continuam
a ser uma forte de beleza e inspiragao ainda, depots de 25.000
anus.

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Abordagem Centrada no Pessoa l5a edigéo

muitos terapeutas que conf ego neo respondent melhor do que


os clientes quando confrontados com fates desconfortéveis,
eles enterram sues cabegas na area. Parece que em parte, eles
ou elas neo conseguem digerir fates que neo se incluem nos
sens quadros de referéncia e fatores que ser tem que escapade
ao seu controls.

(11) A Yalta de urgéncia do cliente em resolver algum pro-


blema real é o que faz entrevistas de demonstragéo two decep-
cionantes em termos de resultados, embora sirvam para ilustrar
o método do terapeuta e sua prontidéo.

(12) E Util acumular dados e mantel a caber alberta em


relagéo a tal fenémeno. William James (1896) advertise conve-
nientemente o investigador de estados mentais excepcionais,
da recepgao que poderia as/as esperar. "Algumas montes," ele
declarou, "ver8o maravilhas na mais simples hip rose - outras
se recusarao a admitir que haja quaiquer coisa de novo, mes no
que alguém se Ievantasse dos mottos. [...] destas mentes, uma
persegue os idolos da tribe, outra da caverns." 1255
Entretanto, v8rios sistemas de mudanga na personalida-
de tradicionais foram extensamente estudados. Caso se raga
ajustamentos quanta ans elementos mais exéticos, esters tra-
di<;6es nao parecem two diferentes dos modernos rituals tera-
péuticos. Ravencroft (1965), estudando Vudu, observer, "a es-
trutura social, atividades de ritual, cantos, dangers, tam bores e
cerimoniais focalizados em deuses especificos, se combinam
para crier uma atmosfera social dram8tica e uma mentalidade
que redefine a realidade. O sentimento e pensamento individual
sao transcendidos pela agéo e sentimento coletivos".
Maya Deren (1970), que também estudou Vudu no Haiti,
enfatiza o aprender-fazendo, que é natureza do ritual, na trans-
miss8o para iniciados, dos principios norteadores do sistema.
"Pois, em Ultima an8lise," reflete.ela, "o que é importante neo
é o que o "servidor" faz (que pode muito bem ser a coisa certs
pelos motives errados) nem o que ele compreende conscien-
temente (que poderia verier de acordo com sua capacidade
intelectual), mas o que ele se torna Como resultado de sua
participagao nestes cerimoniais". Assign é que, ela observer, "O
individual participa do génio acumulado do coletivo, e por tal
participagao toma-se ele préprio uma parte de tal génio -- algu-

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ma coisa mais do que si mes no. Sua exaltagéo results desta


participagéo, neo a precede ou compete" (p. 229).
Deren também descreve a transmisséo ritualistica dos
principios norteadores do sistema. "O ritual", continua, "reafir-
ma principios primeiros - destine, forgo, amer, Vida, more, re-
capitula o relacionamento do homer com sens ancestrais, sua
histéria, tanto quanta seu relacionamento com a comunidade
contemporanea, exercita e formalizer sua prépria integridade e
personalidade, aglutina sens discipulos, confirms sua moral.
Em sums, ele emerge com um sentido rejuvenescido e fortifica-
do de seu relacionamento com elementos cOsmicos, socials, e
pessoais. o milagre é em cento sentido, interior. o pratieante
e que e transformado pelo ritual, e para ele portanto, o mun-
do muds no mes no sentido."
Embora o "milagre" da transformagao possa ser interior,
o sistema e sua organizagéo parecem ser importantes. Um sis-
tema neo provado e sens rituals pode ser bem banal. Por exem-
plo, conte-se que os indies Cree usam novelas de w, tabs Como
Edge of Night, para fazer predigées e omar decis6es futures.
256 |
(GRANSBERG, STEINBRING, HAMER, 1977) Na auséncia de
principios organizadores, experiéncias espantosas e patéticas
também podem resultant apenas por se entrar em estados altera-
dos de consciéncia (que obviamente nao requer ritual). Na Afri-
ca Oriental, imigrantes Soughay, retornando 8 Costa do Marfim
ap6s visitarem a Costa do Ouro (of de sao praticados rituals de
possess8o), ao ouvirem tar bores entraram subsequentemen-
te em estados alterados de consciéncia e ficaram possuidos,
n8o pelos arquétipos africanos iluminados, mas nada renos
do que pela locomotive que os havia transportado para casa
(SARGANT, 1957).

(13) Atender cede pessoa com "respostas empéticas"


neo é nem possivel, por exempla, numa situagéo de grupo,
sem que se adore uma estrutura altamente planejada que negs
grande parte do valor da Abordagem Centrada na Pessoa. Mes-
mo entrevistas da Terapia Centrada no Cliente que meramente
envolvam uma posture de "tenter compreender" podem pare-
cer suspeitas. O pr6prio Rogers (1986b) for colorado por ester
sendo "impassivel" e n8o ester dizendo "Como ele se sente de
verdade" numa sess8o de "demonstragéo da terapia", defronte
a um grupo. O cliente comentando sobre a experiéncia recém-

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Abordagem Centrada no Pessoa l5a edigéo

concluida, relatou que, "ainda ten ha uma sensagéo de um tipo


de estrutura - sir to que estou sendo usado. Acho que voce
segue seu préprio livro, sake, e estou cento que se voce de
fate se soltar, iris ver dentro do coragéo dessas coisas, voce se
abriria um pouco mais [...]" Esta pessoa também reconheceu
que havia side uma experiéncia de grupo e neo simplesmente
um encontro pessoa-a-pessoa quando disse, depots da expe-
riéncia, "por mais que eu queira que isto fosse um encontro
real, estou lentando ignorer as faces invisiveis". Ver também
em Slack (1985) outro exempla sobre o efeito do grupo em tabs
experiéncias.

(14) Hé uma tendéncia desconcertante na América o Nor-


te e do Sul de tenter mostrar que a psicoterapia de Rogers neo
é "fenomenoI6gica". A realidade pode ser ou neo assisi. Con-
tudo, a suposigéo perturbadora nesses projetos é que fenome-
nologia é "bom" e o que neo é isso é "mal". Uma doutoranda
numa universidade da América do Sul, por exempla, concluiu
uma tese declarando que Rogers, por nao ter "uma atitude fe-
nomenolégica", compromete sua pratica de psicoterapia. Uma 1257
acusagao muto estranha. Para m m é equivalente a construir
uma argumentagao segundo uma certs Iégica, e concluir que
baseado nos pressupostos do autor, um baja-flor é aerodina-
micamente invi8veI e portanto nao pode voar. E possivel que a
posture de Rogers n8o ten ha side "fenomenolOgica", que sua
teoria ten ha side incomplete, ou mes no errada, que sua filoso-
fia seja vaga. No entanto, a atitude com que ele se aproximava
do estudo do fenOmeno da psicoterapia eficaz, de cento condiz
adequadamente com o phainomenon de Heidegger (1962) -
aquilo que se rostra em si mes no. E mais importante de ludo,
ele era um terapeuta eficaz. Sua terapia de forma alguma ficou
comprometida por qualquer fenomenologismo que Ihe possa
ter faltado.
Pessoalmente, sou atraido pela fenomenologia. Acho,
por exempla, que a ciéncia fenomenolOgica de Goethe é mais
elegante que a ciéncia de Newton para descrever o fenémeno
da luz. Entretanto, preferéncias estéticas sao uma coisa, e efica-
cia na pr8tica de psicoterapia, outra. Para os criticos que, tanto
quanta posso ver, ainda tem que demonstrate uma "psicoterapia
fenomenolOgica" eficaz, critical a pratica irrefutavelmente bem
sucedida de Rogers, é deplor8vel.

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(15) Quando o quadro de referéncia habitual, a "orienta-


Qéo generalizada da realidade" (SHOR, 1959), através da quai
as pessoas extraem significado de sues experiéncias, se des-
vanece ou desintegra, diz-se que ele esté num estado alterado
de consciéncia. O song e o son far acordado sao exemplos di-
érios.
Um estado alterado de consciéncia pode ser provocado
de vérios modes. Alguns two comuns que provavelmente neo
seriam considerados estados mentais excepcionais. Entretan-
to, Como observou William James (1896), ate mes no "o song
seria uma doenga grave, nao fosse por sua familiaridade." O
mere deity-se, ou relaxer-se, ou cair no song seriam outros
exemplos, exaustao ou ficar muito tempo sem dormir, outro
(TYLER, 1955). lngerir muto alcool ou drogas é uma técnica
conium. EmogOes fortes tabs Como redo também pode induzir
um estado alterado de consciéncia. (SARGANT, 1957) Até mes-
mo alga tao inOcuo quanta participate de reuniOes socials pode
provocar a perda da "generalizada orientagao da realidade"
258 |
para algumas pessoas e toma-las susceptiveis (ASCH, 1951,
1952, 1956).
Jejune (FIELD, 1960), ambigUidade e confuse (FRANK,
1973), tédio (HERon,1953), concentraqéo em um orador caris-
mético (LUDWIG, 1967), ouvir mu'sica, cantor, danger (DEREN,
1970), confissées pLiblicas de sentimentos (LIFTON, 1961), e
também isolar-se da roting daria, engajar-se intensamente em
uma criagéo artistica, resolugéo de problemas, meditagéo, ora-
Qéo fervorosa, vigilias Iongas com amigos em dificuldades, su-
portar reunites de grupo intensers - ludo isso esté envolvido na
indugéo de estados alterados de consciéncia e afeta o compor-
tamento.
Em workshops centrados na pessoa, parte do ritual que
produce hiperestemia consiste de prolongados siléncios durante
as reuni6es de glandes grupos, Yalta de song, refeigOes irre-
gulares, celebragOes frenéticas e a provocagao de emogOes.
O individual é assisi assistido numa exploragao da consciéncia
mais elevada, numa identificagao mais prOxima com o grupo,
ao mes no tempo em que sao minimizados os riscos para si
mes no e os outros, exatamente Como em tribes mais tradicio-
nais.

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(16) Frequentemente as pessoas perguntam quai é mais


importante: congruéncia, disposigéo positiver incondicional ou
empatia? Qual é a condigéo primordial? Visto de diferentes
perspectives: clients, terapeuta e relacionamento, pode-se dizer
que: disposigao positiver incondicional é mais importante para
o cliente (receiver), congruéncia é mais importante para o tera-
peuta (ser), e compreensao emp8tica é mais importante para
o relacionamento (ser efetivo). Entretanto, o fate de haver trés
concertos nao significa que eles devan ser necessariamente
ordenados.
Entretanto, atreus desta pergunta h8 frequentemente um
dilemma para o terapeuta: se nao se gosta de uma pessoa, o
que se deve fazer? Se voce for genuine, o cliente n8o se sen-
tir8 aceito. Se voce for aceitador nao estar8 sendo genuine.
Esta questao nao se resolve pea légica, através somente do
mode analitico de consciéncia, fore do consultério. Tal tentative
ignore o fate que quando o terapeuta est8 praticando terapia,
ele ou ela est8 experimentando um estado de consciéncia es-
pecial que pode permitir a coexisténcia de contradigées, sem
provocar preocupagao excessive. A compreensao emp8tica, 1259
congruéncia e aceitagao nag-julgadora da parte do terapeuta
estao funcionando quando a "-generalizada orientagao para a
realidade" que levanter essas perguntas, est8 relaxada.

(17) Pode-se noter que as vérias atividades (psicoterapia


individual, pequenos grupos, glandes grupos) podem parecer
diferentes em virtude das caracteristicas que figurant em primei-
ro plano ou no fundo, em cede uma deles. Assign, na psicotera-
pia individual, em primeiro piano estao o terapeuta e o clients,
sua relagao profissional, sues atitudes, crengas e confianga no
procedimento. A compreenséo emp8tica é mais frequentemen-
te expresser através de conversagao. O efeito do cenario, certes
efeitos socials, as conseqUéncias da culture, por exempla, per-
manecem em grande parte, no fundo. Nos pequenos grupos,
o relacionamento interpessoal entre os participantes vent em
primeiro plano. Fatores relatives a culture também ficam mais
proeminentes. A converser profissional recua. Outros membros
do grupo podem ser mais importantes do que o facilitador, nes-
te cen8rio. No grande grupo, os fatores terapéuticos tornam-
se renos ébvios. Relagées interpessoais sao importantes. O
ambiente, o efeito de grupo, fatores cultural representam um

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papel principal. Em cede um, sem davida, Rogers esta tentan-


do facility o estabelecimento de um "clime" para um resultado
construtivo, tanto para o individual quanta para O grupo.

(18) Na avaliagéo destes eventos uma outra tendéncia


infeliz se desenvolveu. Tornou-se conium assumir que alguns
tipos de "atitudes facilitadoras" sao causatives e devein ser ad-
judicadas é referéncia is intervengées bem sucedidas, basea-
das em depoimentos de participantes.
Sem d(lvida, as atitudes dos organizadores-participantes
sao extremamente impowtantes. Entretanto, devein ser pastas
na perspective certs dentro do fenémeno total. O fenémeno neo
depends inteiramente dessas atitudes. Um evento atlético, por
exempla, neo é determinado somente peas atitudes dos atle-
tas. Pode-se noter que crengas e atitudes expresses por ates
tabs Como esfregar um pouco de poeira entre as palmas das
mhos, fazer o sinal da Cruz com um pouco de grams arrancada
do cantinho do campo de jogo, user as mesmas meias usadas
no Ultimo vitéria, comportamentos supersticiosos cuzco principal
260 I
valor é preparer o estado de consciéncia do individual.
Os workshops centrados na pessoa, se e quando sao
avaliados se apéiam em grande parte nos testemunhos de uns
poucos participantes que tiveram uma experiéncia construtiva.
Seria de se esperar uma experiéncia positiver? Néo. Mas uma
negative também neo. A escassa pesquisa que examinou re-
a(;6es de participantes em seguida a experiéncia de glandes
grupos sugere que, embora a maioria neo sinter negativamente,
havers uns poucos participantes que se sentiréo excepcional-
mente bem e uns poucos que se ser tem desapontados quan-
to a sua experiéncia. (BARRET-LENNARD, 1977, BOZARTH,
1982)
Uma experiéncia de grande grupo que n8o possa bene-
ficiar sens membros Como individuos de mode tangivel, defini-
tivamente neo devera ser considerado Como um sucesso. Por
outro Iado, se ludo que for possivel mostrar Como realizagao
é que (previsivelmente) algumas poucas pessoas se sentiram
melhores e outras pores, sera que isso significa que o workshop
for um sucesso? Penso que nao.
Os psicélogos clinicos muito frequentemente tentam
compreender as atividades centradas na pessoa de uma ma-
neira reducionista: nada alum da soma das propriedades e

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Abordagem Centrada no Pessoa | 5a edigéo

comportamentos de sens membros que tenham "resultados te-


rapéuticos". Entretanto, quai o tratamento medico seria aprova-
do que tivesse efeito, Como os glandes grupos, somente para
um ou dots por cento da populagéo a quai se aplicam?
Devido é sua inefic8cia Como psicoterapia, o workshop
de glandes grupos nao pode ser justificado Como um método
para esse fim. Por outro Iado, isso n8o deveria obscurecer o
fate de que para aqueles individuos que realmente tem uma
experiéncia terapéutica, o grupo pode ajudar mais do que uma
longa psicoterapia. Embora muitos glandes grupos nao sejam
mais do que desordeiras plataformas pu'blicas para descarre-
gar opini6es fazendo com que seu potencial jamaica se realize,
tom, no entanto, uma capacidade muto major do que uma psi-
coterapia desbotada ou declamatério pUblicoz pode promover
uma experiéncia multidimensional de aprender-fazendo. Nin-
guém mais deve se satisfazer com mere novidade: j8 passou h8
muito o tempo de nos espantarmos com a observagao de que
cidadaos de tabs e tantas nagées, falando tantas linguas diferen-
tes, possam sobreviver um encontro juntas. Quantas vezes é
precise descobrir que, "os carers de 18 sao Como a genre aqui"? 1261
E mais importante saber o que exatamente for conseguido em
tabs conferéncias "internacionais" e quai o valor que possam ter
tide em termos da culture internacional.

(19) Devido is limitaQ6es da psicoterapia, existent pes-


soas que advogam sua aboligéo. Por exempla, Masson (1990)
declarer, "Creio que terapia nuncio é honester. [...] A maioria dos
[terapeutas] quer ajudar, mas o que eles ou elas realmente po-
dem oferecer, na melhor das hipéteses, fico muto aquém do
que gostariam de oferecer. E neo pode ser de outra forma. Por
que para existir a terapia depende do postulado de que a ver-
dade da Vida de uma pessoa pode ser descoberta em terapia, o
terapeuta raramente esta disposto ou é capaz de conceber que
a profissao é em si fraudulenta". Vale a pena refletir sombre isso.

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Abordagem centrada na pessoa. Vitoria, Brasil: Editora Funda


Quo Ceciliano Abel de Almeida, Universidade Federal do Espiri
to Santo, 1994. 313 p.

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Publicagéo da edicora da Ufes edufes | 2010
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