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APORTE ORIÁ.

Ah... Coração que se põe a bater destrambelhado como se perdesse o foco


Sem senso de ritmos, sem gosto, perdeste o interesse do beat.

Que meu osso range que meu sangue gele que me faça de novo ovo
Pois de meus pecados! Os Perdoo todos!

Fiz por merecer ser humano negro, urbanoide, observador das massas, dos líquidos e do gasoso.

Sou fresco chuvoso húmido, sou o que pude ser, sou único, sou o que posso ser.
Nem sou mais, sou o quanto menos, sou todo insano. Sou capaz de sobre voar erguido por meu manto
de pano.

De transformar-me no Orixá que brilha nos céus em pleno domínio do plano.


Para que me proteja enquanto cumpro meu momento pelos trópicos, integro humano.

Haverá o medo é certo! Do incerto e do profano. Já não ha tempo ao insensato, o inseguro me fez
destemido e vos brindo pelas agruras de um tempo em que não havia sapiens, quem sabe! O próprio
tempo; - a criação da vossa mente santa, o verbo.

Ah... Palavra! Já era hora de sua luz reluzir nas folhas rígidas do papel em branco, brilhar nos prismas
que se formam nas cristas das tintas. Filtrar o brilho fosco daquele que se vira para o oeste, para que
sua magnitude não ofusque o tino do venusiano Oxum, aquele que abriga o dom da vida.

Faz-nos juvenil o tempo, nos aqueça o corpo enquanto passa por essas orexias paisagens, pois o sol, fora
se junto à primavera. Resta-nos agora somente a melancolia que a noite traz, a musica no volume baixo,
embora todas as manhas fossem plenamente brilhantes e as tardes sopram as brisas frescas no vácuo
da sua passagem.

No lusco fusco sigo teus rastros enquanto caminhas em desalinho com os passos que o mundo da,
espiraladas voltas em torno do torso delgado e gentil das avencas no jardim, dos espinhos da roseira
sem flor. Passa sobre planas pedras carmim, mosaico de azaleias ao fundo.

Sem pressa admira a maravilha salpicada pelas gotas de sereno que lhe cai leve insonoro, nas flores de
maio. Rainhas dos raios do sol em rinhas com a garoa fina no dia que se aproxima.

Na língua, ainda restam os resíduos do vinho tomado sob lençóis de linho que cobriam nossa nudez,
desvairados sob a cama donde a pouco nus, nos roçávamos preguiçosamente com dignos espasmos do
gozo sano enquanto se discute se a terra nos clama.

Oxóssi! Oh caçador! Guerreiro de uma única flecha! Rei das Mata e de todo os seus sete encantos, Rei
do meu corpo tomado, domado, formado por lama esculpido do sopro divino.

Pai da Inspiração e da Esperança dê-me as bênçãos da vida! Inspira-me os órgãos, dai-me também alma!
Mesmo que seja somente em pensamentos.

Ajude-me nos sustentos, faça minha fé, a fim de que possa passar por meus devaneios, incólume...

Assim como meus deveres por este mundo afora seja de graças.

Com a força que trazes no cerne do âmago, Indica-me com sua flecha sagrada os caminhos, os augúrios
de ser humano, o domínio do poeta, destemido guerreiro.

Okê arô!

MIO – 28/06/2019

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