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A musa que faz Universário.

Ainda há pouco chovia sobre as gramas, gotas preciosas respingavam sob as tramas.

A terra desprendia-se enquanto exalava seu cheiro peculiar, propagavam se com a brisa,
passava-me nas fendas, entorpecias –me a mente no cantar dos Bem Te Vis. Como um sonho
desejado nas calendas do dia a dia.

No jardim melancólico d’mon coueur – Um brilho imenso refletia brilhantemente em meio as


poças d’agua nas pétalas das orquídeas - zombando de mim! Como quanto moleque, zombava
eu, da chuva, dançando no toró.

Ninfas musas assumiam a forma das gotas de chuva, choviam sobre mim com fúria.

A musa de Gea aniversariava mais um dia. Sedenta por um guia que a conduzisse sobre as
gramas, sem os dramas de ser musa. Sob a musicopéia das avenas, vinha a mim! Nas mãos
trazia o cesto de trançados da taboa, com sementes da lua nova em pleno dia em que renascia.

Na cabeça coroada sobre espessos cabelos negros, bela, a grinalda que repletas de pedras
turmalinas ecoavam nos teus olhos encantadores. Na mão esquerda, o quartzo rosa em um
cordão, agradecia por conduzi-la sob as tramas das gramas, debaixo da chuva tramando num
toró.

Mário Inácio. 03/02/2022

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