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Aula 6
Aula 6
AULA 6
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TEMA 1 – EMPREENDIMENTOS COMO ORGANIZAÇÕES
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Figura 1 – A evolução do porte das organizações
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serem executadas e a coordenação dessas tarefas para a realização
da atividade.
Crédito: fotoinfot/Shutterstock.
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Mintzberg (2003) propõe cinco mecanismos de coordenação do trabalho:
ajuste mútuo, supervisão direta, padronização dos processos de trabalho,
padronização dos resultados do trabalho e padronização das habilidades dos
trabalhadores. As características de cada um desses mecanismos podem ser
observadas no Quadro 1.
Mecanismo Característica
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Muitos empreendedores não estão cientes dessa necessidade de
coordenação e ficam muito tempo no primeiro mecanismo, utilizando o
ajustamento mútuo mesmo com uma quantidade considerável de empregados.
Isso obviamente leva a uma dificuldade de coordenação dos trabalhos, que
resulta em não conformidades.
Quanto mais o empreendimento cresce, aumentando o número de
colaboradores, mais a organização deve adotar os mecanismos de coordenação
baseados na padronização. Todavia, isso exige muita atenção dos
empreendedores, pois é muito comum focar somente na parte tangível do
negócio e esquecer dessa parte intangível, que é o trabalho de coordenação.
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Figura 3 – O ciclo de vida organizacional
Fonte: Elaborado com base em Greiner citado por Daft, 2003, p. 264.
Crédito: fizkes/Shutterstock.
O segundo estágio proposto por Greiner, citado por Daft (2003, p. 265) é
o de coletividade, com as seguintes características:
• Liderança forte;
• Desenvolvimento de metas e diretrizes claras;
• Departamentos são estabelecidos;
• Definição de uma hierarquia de autoridade;
• Atribuição de cargos e divisão inicial do trabalho;
• Comunicações e controles predominantemente informais, mas também
há o surgimento de sistemas formais.
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Neste estágio, para o autor, a crise que se segue é a de necessidade de
delegação, que resulta do conflito entre os gerentes dos níveis mais baixos e os
gerentes de alto nível. Com a contratação de gerentes para os níveis mais
baixos, estes passam a demandar mais liberdade de ação para melhor trabalhar
junto às suas áreas funcionais (Figura 5). Em contrapartida, os gerentes de alto
nível resistirão em delegar responsabilidades.
Crédito: Song_about_summer/Shutterstock.
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O autor destaca a crise de excesso de formalidade neste estágio, no qual
pode ocorrer uma proliferação acentuada de procedimentos, normas e sistemas,
asfixiando a gerência média (Figura 6). A liberdade dos gerentes, assim como a
capacidade de inovação da empresa, pode ser restringida.
Crédito: DesignPrax/Shutterstock.
Crédito: StunningArt/Shutterstock.
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Esse modelo de ciclo de vida mostra ao empreendedor como os
mecanismos de coordenação são necessários conforme a organização avança
no seu ciclo de vida e, mais do que isso, também mostra quando o mecanismo
deixou de cumprir sua função e precisa ser substituído por outro mecanismo
mais apropriado para a nova fase do ciclo de vida.
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Figura 8 – Funções básicas da empresa
Operações
Funções
básicas
Finanças Marketing
da
empresa
Recursos
Humanos
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Desenvolvimento de produtos: criação de produtos e serviços,
inclusive seus nomes, suas marcas e seus preços, e fornecimento de
informações para o desenvolvimento de produtos em laboratórios e
centros de pesquisa tecnológica.
Vendas: oferecimento de produtos para aquisição pelos clientes.
Distribuição: desenvolvimento de canais de distribuição e gestão dos
pontos de venda.
Promoção: comunicação com o público-alvo, por meio de atividades
como propaganda, publicidade e promoção nos pontos de venda.
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Figura 9 – Exemplo de Demonstração de Resultados do Exercício (DRE)
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• Adotar um markup padrão de 100% sobre o custo de aquisição da
mercadoria, que é uma prática comum entre os pequenos
empreendedores, mas que também não leva em consideração os custos
operacionais do negócio.
Objetivo Descrição
Retorno sobre o Procura-se identificar níveis de preço e custos ideais para obtenção do
investimento ROI desejado. Na maior parte das vezes, isso se dá pelo processo de
tentativa e erro – no momento de projetar o retorno sobre o
investimento, algumas vezes os custos e as receitas não são precisos.
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somente uma delas. O que normalmente acontece é que uma base é a principal,
mas foram observados aspectos das outras duas também, mesmo que tenha
somente sido para determinar a base principal de precificação (Figura 10).
Precificação
baseada em
Precificação custos
baseada na
concorrência
Precificação
baseada no
valor para o
cliente
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TEMA 5 – DESAFIOS PARA O EMPREENDEDOR EMPRESÁRIO
Ter uma ideia de negócio é fácil. Ter uma ideia de um negócio que crie
valor para os clientes não é assim tão fácil. Abrir um negócio não é muito difícil.
Manter um negócio economicamente sustentável no longo prazo é muito difícil.
Essa é a realidade de se empreender no Brasil. Por isso, a taxa de mortalidade
historicamente elevada no país, pois grande parte dos empreendedores falham
ao longo do tempo em manter seus negócios.
Segundo o Sebrae (2016),
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porte. O fato de a empresa crescer, aumentado o volume de operações, contratar
empregados, fazer a divisão do trabalho e precisar coordenar ele faz com que a
gestão dos empreendimentos acima do porte do MEI seja muito mais complexa
e com mais riscos.
Ainda segundo o Sebrae (2016), as principais causas de mortalidade das
empresas estão mostradas na Figura 11.
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Gráfico 2 – Principais dificuldades enfrentadas no primeiro ano de atividade
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• Estoque mal dimensionado: leva à imobilização de capital de giro quando
elevado, ou perda de vendas quando em níveis baixos.
• Maquinário obsoleto: máquina antigas ou inadequadas reduzem a
produtividade e podem causar interrupções na operação, levando à perda
de clientes.
• Prazos de venda e de compra desajustados: a empresa compra com
prazos de pagamento junto aos fornecedores menores do que os prazos
de venda concedidos junto aos clientes, tendo que financiar essa
diferença de prazos com capital próprio ou de terceiros.
• Inadimplência de clientes elevada: seja por falta de políticas e
procedimentos de concessão de crédito ou de cobrança ou questões
conjunturais do ambiente de negócios.
• Distribuição antecipada de lucros por longos períodos: fato que pode
esgotar a capacidade de investimento da empresa, ou pior: confundir
receita com lucro e distribuí-la como se fosse lucro.
• Mão de obra em desacordo com as necessidades: excesso de
funcionários que causam custos maios elevados ou falta de funcionários,
que atrasam a produção.
FINALIZANDO
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Mas quando o negócio cresce ou já se começa com um porte de
empreendimento maior, com colaboradores trabalhando no mesmo, a
centralização que esses empreendedores assumem passa a prejudicar o
negócio.
Novos empregados foram chamados justamente para assumir tarefas que
o empreendedor não pode mais fazer sozinho, então a divisão do trabalho é
necessária. E junto com a divisão do trabalho, precisa vir a coordenação do
trabalho. O empreendimento torna-se uma organização e como toda
organização, precisa de mecanismos de coordenação do trabalho.
A necessidade desses mecanismos de coordenação se torna mais
presente conforme a organização avança nas fases do ciclo de vida e, caso não
sejam corretamente adotados, a ausência ou uso inadequado desses
mecanismos de coordenação podem levar ao declínio organizacional.
A divisão do trabalho, conforme ele aumenta de volume, torna necessário
criar as funções básicas da empresa, operações, marketing, recursos humanos
e finanças, alocando empregados nas mesmas, com autonomia para executar
tarefas e tomar decisões.
Ao dividir o trabalho e deixar de se sobrecarregar, o empreendedor poderá
se dedicar à gestão da empresa, entre as quais a gestão financeira, que é uma
das mais críticas do negócio. E na gestão financeira que aparecem os erros
cometidos nas outras funções, portanto, a gestão financeira deve ser vista como
um painel de monitoramento do que está acontecendo na empresa.
Mas, para isso, o empreendedor deve estruturar adequadamente essa
gestão e se capacitar para tanto, do contrário, a gestão financeira se resumirá a
uma gestão de caixa, que mostrará que o dinheiro acabou, somente deixando o
empreendedor em pânico, sem saber o que fazer.
Empreender é bonito e está na moda, mas empreender sem gestão não
levará o tão sonhado negócio muito longe. A chance de ele ter uns quatro a cinco
anos de vida é grande, se juntando então as estatísticas de mortalidade
existentes no país.
Os desafios de manter o negócio operando e financeiramente saudável
são em maior quantidade e mais difíceis do que os desafios para abrir o negócio.
Todo empreendedor deve ter em mente que o trabalho realmente começa depois
que o negócio inicia as operações.
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E esse é o trabalho de gestão, intangível, difícil, mas possível, e que exige
a consciência do empreendedor de que ele precisa se capacitar para esse
trabalho ou ter gente capacitada ao seu lado. Deste modo, o empreendedor
estará muito mais preparado para lidar com os muitos problemas que surgem na
condução de seu tão sonhado empreendimento, aumentando em muito a chance
de perenidade de sua empresa.
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REFERÊNCIAS
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